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INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA Introdução O Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) contemplou, em seu Art. 947, o incidente de assunção de competência, vocacionado à firmação de teses jurídicas pelos tribunais sobre temas relevantes de direito. Torna-se fundamental investigar as características do incidente de assunção de competência, fazendo uma abordagem a respeito de seus requisitos, hipóteses de cabimento e dos efeitos da decisão proferida, que demonstrarão ser o instituto em estudo uma das grandes inovações trazidas pelo diploma processual civil vigente, sobretudo no que se refere à criação de um banco de precedentes vinculantes. Conceito Nas palavras de Marcus Vinícius Rios, o incidente de assunção de competência é um mecanismo criado pelo atual CPC para permitir que relevantes questões de direito, com grande repercussão social, mas sem repetição em múltiplos processos, que sejam objeto de recurso, remessa necessária ou causa de competência originária, sejam examinadas não pelo órgão fracionário a quem competiria o julgamento, mas por órgão indicado pelo Regimento Interno, com força vinculante sobre os juízes e os órgãos fracionários. Finalidade O parágrafo 4º do artigo 947, do CPC/2015, especifica o objetivo do legislador ao disciplinar a assunção de competência: criar um incidente em processos únicos ou raros, que versem sobre tema de alta relevância social, por meio do qual se assegure a igualdade de tratamento perante o Direito, através da prevenção de divergência entre os órgãos fracionários do tribunal ou da uniformização de entendimento. Legitimados O parágrafo primeiro do artigo 947 determina os legitimados para propor esse incidente, são: Relator Ministério Público Parte Defensoria Pública Hipóteses de cabimento Recurso Remessa necessária Processo de competência originária Requisitos Grande repercussão social Tema sem repetição em múltiplos processos Procedimento Proposição do IAC Parte MP Relator Precedente vinculante Julgamento Reanálise dos requisitos Relator: análise dos requisitos Turma originariamente competente Órgão colegiado determinado pelo RI Efeito vinculante O acórdão resultante do julgamento da assunção de competência fixa uma tese jurídica a respeito de relevante questão de direito, de grande interesse público, que vinculará todos os juízes e órgãos fracionários pertencentes ao tribunal que emanou a decisão. Isso significa que, diante de casos posteriores que possuem a mesma razão de decidir do paradigma fixado, deverá o órgão julgador ligado ao tribunal que firmou a tese adotar o mesmo entendimento presente no acórdão do incidente. Conclusão A finalidade do incidente é destacar, em processos peculiares e não repetitivos, uma questão jurídica com relevante interesse público, sobre a qual se faça necessário estabelecer um entendimento jurisprudencial a ser seguido em casos que versem sobre o mesmo tema. O principal aspecto que diferencia a assunção de competência das demais técnicas de criação de precedentes do direito pátrio é que o incidente, além de propiciar a fixação de tese jurídica, também julga o caso concreto afetado. Observa-se que, para conhecer como se processa de fato o incidente de assunção de competência, não basta apenas saber sobre o seu disciplinamento geral no CPC/2015, sendo fundamental ter um entendimento mais prático de como se dá a sua aplicação no regimento interno dos tribunais. Referências Bibliográficas http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,incidente-de-assuncao-de-competencia-caracterizacao-do-instituto-e-sua-aplicacao-no-superior-tribunal-de-justi,590263.html https://ww2.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/Regimento/article/view/3115/3312 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil – vol. III. Rio de Janeiro: Forense, 2016. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em 19.11.2018. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 8. ed. Salvador: Juspovm, 2016, p. 1164. Gonçalves, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito processual civil, processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões: volume 3- 9. ed. de acordo com Novo Código de Processo Civil-São Paulo, Saraiva 2016. Questões Para a instauração do IAC é necessário que a divergência se dê em dois ou mais tribunais? Suponha-se que a parte autora pediu a instauração de IAC no trâmite de um Resp, este atende aos requisitos e é admitido, mas posteriormente a parte desiste do incidente, o que acontece? A quem a parte ou o Ministério Público deve endereçar o IAC? Qual a importância da uniformização de entendimento? É possível impugnar a decisão proferida no IAC? Acadêmicos Alana Esther Silva Alexandre Reis De Andrade Bruna Walena S. Kamilla Ramos Klarissa Mendonça Pablo Gabriel Pereira Victor Hugo Carneiro Wheslyane Martins
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