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3 Uniformização da jurisprudência

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Uniformização da jurisprudência
Apresentação
O princípio da segurança jurídica está presente no ordenamento jurídico, uma vez que é garantido 
pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. No que condiz ao processo civil, esse 
princípio se apresenta de forma bastante evidente e relevante, sobretudo após o advento do 
Código de Processo Civil de 2015, o qual veio ao encontro da realidade processual nesse momento, 
tendo em vista que o código antigo vinha do ano de 1973.
A uniformização da jurisprudência, que hoje é trazida de forma expressa pelo novo ordenamento de 
processo civil, traz concretude à obediência voltada ao princípio da segurança jurídica presente nos 
atos processuais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a evolução normativa acerca da 
uniformização da jurisprudência, identificar o que é incidente de resolução de demandas repetitivas 
e conhecer a teoria dos precedentes judiciais e sua relação com a uniformização da jurisprudência.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar a evolução normativa acerca da uniformização de jurisprudência.○•
Explicar o que é incidente de resolução de demandas repetitivas.○•
Reconhecer a teoria dos precedentes judiciais e sua relação com a uniformização da 
jurisprudência.
○•
Desafio
Você, advogado, é procurado por um cliente enfermo que pretende ajuizar ação contra o Estado, 
tendo em vista matéria veiculada na imprensa acerca da possibilidade de ilegalidade na cobrança de 
determinado imposto para pessoas portadoras daquela doença.
Já há um recurso processual que tramita no Superior Tribunal de Justiça, considerando a questão 
de relevância social da matéria. Você protocola ação na comarca competente, e o juiz da comarca 
suspende o processo.
Com base nas informações apresentadas, diga se a ação do juiz de primeiro grau está correta e 
identifique qual é o incidente apresentado na questão, com dispositivo legal.
Infográfico
No Infográfico a seguir, você terá uma visão sintetizada acerca da teoria dos precedentes e dos 
incidentes de uniformização de jurisprudência (IRDR – IAC).
Conteúdo do livro
O sistema jurídico brasileiro admite e trabalha em torno da aplicação das leis, princípios e normas 
na fundamentação dos julgados, sendo prioritariamente utilizado esse entendimento no ato 
decisório.
Contudo, ao emitir uma decisão/julgamento, na aplicabilidade da norma ao fato concreto, o juiz 
perpassa por outros estudos que não somente os legais e, entre tais estudos, quais sejam os sociais 
e até mesmo através do seu livre convencimento, acaba por formar o seu entendimento, que 
poderá ser pioneiro naquele assunto ou ramo do direito.
Nesse sentido, por meio da aplicabilidade da norma ao fato e do posicionamento dos juízes, 
acabamos observando muitos julgados sobre a mesma matéria de forma divergente, com 
interpretações que não são condizentes umas com as outras, de modo a desestabilizar o 
entendimento jurisprudencial. Assim, se faz necessário, em alguns casos, uniformizar a 
jurisprudência para que atenda à função jurídica a que se presta, garantindo a segurança jurídica na 
prestação jurisdicional.
No capítulo Uniformização de jurisprudência, do livro Instituições do processo civil, você vai aprender 
sobre a evolução normativa da uniformização de jurisprudência, conhecerá o incidente de 
resolução de demandas repetitivas e a teoria dos precedentes judiciais, bem como sua relação com 
a uniformização da jurisprudência.
INSTITUIÇÕES 
DO PROCESSO 
CIVIL 
Rochele Oliveira 
Revisão técnica:
Miguel do Nascimento Costa 
Advogado 
Mestre em Direito Público
Especialista em Processo Civil
Graduado em Ciências Sociais e Jurídicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
I59 Instituições do processo civil / Rafael Ribeiro Albuquerque
Adrião... et al.; [revisão técnica: Miguel do Nascimento
Costa]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
374 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-451-9
1. Direito processual civil. I. Adrião, Rafael Ribeiro 
Albuquerque.
 
CDU 347.9
Uniformização da 
jurisprudência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Analisar a evolução normativa acerca da uniformização de 
jurisprudência.
 � Explicar o que é incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR).
 � Reconhecer a teoria dos precedentes judiciais e sua relação com a 
uniformização da jurisprudência.
Introdução
O princípio da segurança jurídica está presente no ordenamento jurídico, 
estando garantido pela Constituição da Federal (CF) de 1988. No que 
condiz ao processo civil, esse princípio se apresenta de forma bastante 
evidente e relevante, sobretudo após o advento do Código de Processo 
Civil (CPC) de 2015, que veio ao encontro da realidade processual que 
se apresenta nesse momento, tendo em vista que o CPC antigo vinha 
do ano de 1973.
A uniformização da jurisprudência, que hoje é trazida de forma ex-
pressa pelo novo ordenamento de processo civil, traz concretude à obe-
diência ao princípio da segurança jurídica presente nos atos processuais. 
Neste capítulo, você vai estudar sobre a evolução normativa acerca 
da uniformização da jurisprudência, identificar o que é IRDR e conhecer 
a teoria dos precedentes judiciais e sua relação com a uniformização da 
jurisprudência. 
Evolução normativa acerca da uniformização 
da jurisprudência
O instituto de uniformização de jurisprudência, embora esteja previsto no 
novo ordenamento civil de forma mais clara, é uma prática processual já apli-
cada há alguns anos para padronizar as decisões acerca de matérias idênticas 
dentre os mesmos julgadores/a mesma câmara, uma vez que é muito comum 
identificarmos muitas decisões divergentes em torno de situações com a 
mesma problemática.
A uniformização de jurisprudência vinha, no CPC de 1973, prevista da 
seguinte forma:
Art. 476. Compete a qualquer juiz, ao dar o voto na turma, câmara, ou grupo 
de câmaras, solicitar o pronunciamento prévio do tribunal acerca da inter-
pretação do direito quando:
I – verificar que, a seu respeito, ocorre divergência;
II – no julgamento recorrido a interpretação for diversa da que lhe haja dado 
outra turma, câmara, grupo de câmaras ou câmaras cíveis reunidas.
Parágrafo único. A parte poderá, ao arrazoar o recurso ou em petição avulsa, 
requerer, fundamentadamente, que o julgamento obedeça ao disposto neste 
artigo.
Art. 477. Reconhecida a divergência, será lavrado o acórdão, indo os autos 
ao presidente do tribunal para designar a sessão de julgamento. A secretaria 
distribuirá a todos os juízes cópia do acórdão.
Art. 478. O tribunal, reconhecendo a divergência, dará a interpretação a ser 
observada, cabendo a cada juiz emitir o seu voto em exposição fundamentada.
Parágrafo único. Em qualquer caso, será ouvido o chefe do Ministério Público 
que funciona perante o tribunal.
Art. 479. O julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros 
que integram o tribunal, será objeto de súmula e constituirá precedente na 
uniformização da jurisprudência.
Parágrafo único. Os regimentos internos disporão sobre a publicação no 
órgão oficial das súmulas de jurisprudência predominante. (BRASIL, 1973, 
documento on-line)
Assim se dava o procedimento para a uniformização da jurisprudência 
no antigo CPC. Ademais, tínhamos a primeira impressão de que somente o 
relator poderia provocar esse incidente, quando na realidade ele poderia ser 
provocado por qualquer das partes, conforme disposto, de forma breve, no 
parágrafo único do art. 476 do CPC de 1973 (BRASIL, 1973).
Mesmo com algumas disposições acerca das decisões divergentes sobre o 
mesmo tema e da uniformização de jurisprudência necessária por conta disso, 
Uniformização da jurisprudência2
o CPC era um ordenamento muito antigo e, em que pese suas atualizações, 
deixava a desejar com relação a muitos temas, como o da uniformização, que 
foi exposto de forma bem mais clara edidática, adequando a norma à realidade 
processual vivida nos tribunais. Vejamos o art. 926 do CPC: “Os tribunais 
devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente” 
(BRASIL, 2015, documento on-line).
Para Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015. p. 871): 
[...] a segurança jurídica não é um fim em si mesmo: a interpretação judicial 
do direito deve ser segura (cognoscível, estável e confiável) a fim de que 
seja possível a cabal realização dos princípios da liberdade e da igualdade. 
Ainda, no art. 927 do mesmo Código, podemos observar que o legislador 
chama a atenção do juiz para que observe as decisões já proferidas e, em caso 
de alteração de tese jurídica, prevê a possibilidade de realização de audiência 
pública.
Acesse o link ou código a seguir para ler na íntegra o art. 
927 do CPC (BRASIL, 2015). 
https://goo.gl/6b0EbE
Então, com o advento do CPC de 2015, podemos dizer que a uniformização 
de jurisprudência, por ser um instrumento muito utilizado no âmbito processual 
civil, ganhou um tratamento mais minucioso e dedicado do legislador.
Incidente de resolução de demandas repetitivas
O IRDR encontra amparo no CPC de 2015, como forma de uniformização de 
jurisprudência, uma vez que este institui e permite o IRDR quando se tratar 
3Uniformização da jurisprudência
de processos que versem sobre a mesma discussão de direito repetitivamente. 
Então, as demandas repetitivas são:
[...] aquelas demandas idênticas, seriais, que, em grandes quantidades, são 
propostas perante o Judiciário. Diz-se que elas são idênticas por terem objeto 
e causa de pedir idênticas, ainda que mudem as partes. [...] Se trata de fenô-
meno inconfundível com o da conexão. Nesta, duas ou mais demandas têm a 
mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. [...] Não se pode, pois, confundir 
os conceitos de igual (que pressupõe a existência de dois ou mais entes que, 
comparados, se revelam idênticos) e de mesmo (que pressupõe a existência 
de um só ente, que se manifesta mais de uma vez). (CÂMARA, 2015, p. 477)
Assim prevê o art. 976 do CPC:
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas 
repetitivas quando houver, simultaneamente:
I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma 
questão unicamente de direito;
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. (BRASIL, 2015, do-
cumento on-line)
Segundo Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 976-977):
Também se exige para o IRDR que a multiplicação, nas várias demandas, 
da mesma questão de direito gere risco à isonomia e à segurança jurídica. 
Exige-se risco a ambos os valores. Não se exige, porém, efetiva violação à 
isonomia ou à segurança jurídica, bastando o risco a que esses interesses sejam 
afetados por decisões diferentes a respeito da mesma questão de direito em 
processos distintos. Em regra, decisões diferentes sobre a mesma questão de 
direito ofendem a isonomia. Porém, isso não basta para admitir o incidente. 
Para o incidente, é necessário que esse tratamento anti-isonômico repercuta 
na segurança jurídica, ou seja, no grau de cognoscibilidade, estabilidade e 
confiança, para a população para as próprias estruturas judiciais, a respeito 
de como toda a situação será tratada pela Justiça Civil. É inevitável que 
eventualmente instado a pronunciar-se a respeito de uma mesma questão de 
direito em vários processos, inexistindo precedente a respeito do assunto, a 
Justiça Civil produza decisões diferentes. Enquanto isso não afeta a visão 
de inevitabilidade da resposta jurisdicional única para aquela específica 
questão de direito, essa divergência é tida como normal, sendo internalizada 
pelo sistema. Todavia, quando essas respostas diferentes importem em risco 
de que se perca a referência a respeito de qual é a orientação jurisdicional 
sobre determinada conduta (rectius, sobre a interpretação adequada para 
determinada questão de direito), aí se terá o risco à isonomia e à segurança 
jurídica, de que fala o art. 976, II, do CPC. 
Uniformização da jurisprudência4
Mais uma vez a segurança jurídica no processo civil ganha espaço e im-
portância de forma expressa no novo ordenamento processual civil de 2015. 
Com o IRDR, é possível garantir a segurança jurídica dos processos e um 
julgamento paritário às ações de igual pretensão. Não há como atribuir julga-
mentos diversos a causas que versem sobre a mesma controvérsia.
Os incisos I e II do art. 976 do CPC formam os pressupostos do IRDR, sendo requisitos 
de admissibilidade para a instauração do incidente:
Quando houver, simultaneamente: I – efetiva repetição de processos 
que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de 
direito; II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. (BRASIL, 
2015, documento on-line) 
Ainda com relação ao procedimento, é importante a leitura de outro artigo 
referente ao incidente:
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente 
de tribunal:
I – pelo juiz ou relator, por ofício;
II – pelas partes, por petição;
III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos 
necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a ins-
tauração do incidente. (BRASIL, 2015, documento on-line)
Dessa forma, as partes legítimas para pedir a instauração do incidente são 
aquelas elencadas no art. 977 do CPC, em que o Ministério Público poderá 
fazê-lo sendo parte processual ou na atuação como fiscal da lei.
Para Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 976-977), “não há prazo 
específico para a instauração do incidente”.
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento 
interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência 
do tribunal.
5Uniformização da jurisprudência
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de 
fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o 
processo de competência originária de onde se originou o incidente. (BRASIL, 
2015, documento on-line)
Com a leitura do art. 978 do CPC percebemos que o IRDR tem origem no 
tribunal, por meio de recurso, remessa necessária ou processo de competência 
originária. Dessa forma, não há como dizer que um processo de primeiro 
grau originou o incidente. Esse estudo jurídico e processual, que se finalizará 
com a uniformização de jurisprudência, somente será realizado no âmbito 
dos tribunais:
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais 
ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico 
no Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com in-
formações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, 
comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão 
no cadastro.
§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão 
do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro 
conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos 
normativos a ela relacionados.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos 
e da repercussão geral em recurso extraordinário.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência 
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos 
de habeas corpus. (BRASIL, 2015, documento on-line)
Além de todo o procedimento demandar uma atenção especial do tribunal, 
ainda observamos que há um limite temporal para julgamento, expresso no 
art. 980 do CPC, que será de um ano.
Por meio do IRDR, o tribunal julgará um caso que servirá de precedente, ou 
seja, criará a orientação jurisprudencial para que todos os casos com pretensões 
de direitos homogêneos (mesmo que em ações individuais) sejam julgados 
da mesma forma. Nesse diapasão, até que o incidente seja julgado, todas as 
ações queforam ajuizadas sobre essa matéria incidental serão suspensas, de 
acordo com o art. 982 do CPC:
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I – suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam 
no Estado ou na região, conforme o caso;
Uniformização da jurisprudência6
II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo 
no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 
(quinze) dias;
III – intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo 
de 15 (quinze) dias.
§ 1º A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.
§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido 
ao juízo onde tramita o processo suspenso.
§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencio-
nado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal competente 
para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os 
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem 
sobre a questão objeto do incidente já instaurado.
§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no 
processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é 
legitimada para requerer a providência prevista no § 3º deste artigo.
§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não 
for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão 
proferida no incidente. (BRASIL, 2015, documento on-line)
Então, os processos ajuizados com a intenção de resolver demandas que 
versem sobre casos repetitivos (buscam direitos homogêneos), em princípio, 
ficarão suspensos até que seja julgado o incidente e formada a orientação juris-
prudencial acerca das demandas. Assim se realiza o julgamento do incidente:
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I – o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II – poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo 
de 30 (trinta) minutos;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre 
todos, sendo exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos sus-
citados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários. 
(BRASIL, 2015, documento on-line)
Com relação ao acórdão, leciona Assis (2016, p. 361): 
A redação do acórdão, a cargo do redator, observará o modelo erigido no art. 
489 para a sentença. Estrutura-se a peça, assim, através de três elementos 
diferentes: relatório, fundamentação e dispositivo. A bem da verdade, a ordem 
7Uniformização da jurisprudência
pode ser invertida, passando à frente o dispositivo. E, antes de qualquer um 
deles, encima do documento, a ementa (art. 943, § 1°). 
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica 
questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, 
inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado 
ou região;
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham 
a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma 
do art. 986.
§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço 
concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comuni-
cado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização 
da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo 
tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados 
no art. 977, inciso III. (BRASIL, 2015, documento on-line)
A revisão pode consistir na revogação do precedente, substituído por 
outro, e na sua modificação, mediante fundamentação adequada e específica, 
resguardando-se os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança 
e da isonomia (art. 927, § 4°) (ASSIS, 2016).
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário 
ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de 
questão constitucional eventualmente discutida.
§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no terri-
tório nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre 
idêntica questão de direito. (BRASIL, 2015, documento on-line)
Então, nos termos do art. 987 do CPC, ainda existe a possibilidade de 
recurso do julgamento, o que acarretará na suspensão do processo e, após seu 
julgamento, conforme o § 2º, sua aplicação deverá ser obedecida em todo o 
território nacional em causas que versem sobre a mesma questão de direito de 
modo. Assim, seja pelo julgamento do IRDR no tribunal ou pelo julgamento 
de recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) ou no Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), os processos de demandas repetitivas serão suspensos até a 
decisão da tese jurídica que será adotada, de modo a aplicar o entendimento 
jurisprudencial agora uniformizado em todos os casos com pretensões idênticas.
Uniformização da jurisprudência8
Teoria dos precedentes judiciais e sua relação 
com a uniformização de jurisprudência
A teoria dos precedentes judiciais e a sua compreensão dependem de um 
maior entendimento acerca do sistema jurídico brasileiro, para que enfim seja 
possível entender qual é a relação da teoria dos precedentes judiciais com a 
uniformização da jurisprudência.
Sistema jurídico brasileiro
A expressão sistema jurídico admite muitas interpretações, inclusive com 
relação a programas de administração de escritórios. Porém, no contexto 
processual, quando falamos em sistema jurídico, nos referimos à forma como 
se dará o entendimento e o processamento das demandas judiciais. Assim, 
temos duas escolas, que apresentam dois sistemas diferentes, a common law 
e a civil law.
A escola civil law se refere ao modo como os países da América Latina e 
da Europa Continental aplicam o direito ao caso concreto. De outro lado, a 
escola common law se refere a como a Inglaterra e algumas de suas ex-colônias 
tratam a aplicação desse mesmo direito.
Tanto a escola civil law quanto a common law, oriunda do sistema anglo-
-saxão, adoram, de certa forma, os mecanismos dos precedentes como ferra-
menta para fundamentação de casos concretos.
A notória diferença entre esses dois sistemas diz respeito: 
 � ao seu alicerce sobre a segurança jurídica – enquanto no sistema civil 
law a segurança refere-se, principalmente, às leis (e que se desenvolveu 
de forma intensa no período das codificações surgidas especialmente 
após a Revolução Francesa), no common law a segurança advém das 
decisões pretéritas do Poder Judiciário; 
 � ao grau de intensidade em que se utiliza esse mecanismo e à vinculação 
que o precedente pode ocasionar em fatos futuros (SÁ, 2016).
9Uniformização da jurisprudência
No sistema jurídico da common law, quando uma situação que nunca fora julgada antes 
é apresentada para a Corte, o juiz deverá procurar por fatos ou situações semelhantes 
ocorridas naquele tribunal. Em nada encontrando, reunirá a Corte, que decidirá com 
fundamento nos costumes e valores daquela sociedade, criando, assim, um precedente 
para situações futuras. Assim, na common law a fonte do direito são os costumes e os 
valores, enquanto que na civil law a fonte de direito são as leis.
Nesse contexto, no Brasil, o sistema jurídico utilizado é o civil law, ou 
seja, baseado em leis e códigos, e não em precedentes e costumes. Porém 
nem sempre é possível aplicar a letrafria da lei e dar solução à situação fática.
A aplicabilidade do código, da letra da lei, necessita de uma análise fática, 
mas ainda assim, por vezes, não alcança o objetivo maior da demanda, qual 
seja a justiça, pois, conforme a teoria tridimensional do Direito de 1968, de 
Reale (1994), o direito não é somente norma, mas é fato e valor. Com essa 
referência, entendemos que é importante muitas vezes o estudo e a criação do 
precedente, mesmo em um sistema jurídico baseado em leis, possibilitando, 
assim, a união de precedentes e a boa aplicação da lei, para fins de justiça e 
segurança processual.
Os precedentes e a uniformização de jurisprudência
Conforme Sá (2016), precedente não se confunde com jurisprudência. Juris-
prudência é a aglutinação de uma série de julgados seguindo vetorialmente 
uma mesma direção reiterando o entendimento sobre determinada questão. 
Portanto, para que se configure “jurisprudência”, é necessário o consórcio de 
três fatores distintos: a existência de vários julgados; que sejam harmônicos 
entre si; e que tenham sido proferidos em determinado decurso de tempo 
(pois apenas a longevidade do posicionamento uniforme pode conferir “força 
persuasiva” à jurisprudência).
É fácil confundir jurisprudência com precedente, em uma primeira aná-
lise, mas a conceituação de Sá, referida anteriormente, não deixa dúvidas e 
esclarece a questão: simplificando, pode ser entendida a jurisprudência como 
um conglomerado de decisões, não sendo necessário um incidente para que 
venha a existir. 
Uniformização da jurisprudência10
Assim, precedente é uma decisão judicial extraída de um caso concreto em 
que o seu núcleo essencial (ratio) poderá ser diretriz de casos que discutam a 
mesma questão. O precedente reduz a margem de liberdade dos juízes quanto 
ao direito, já que os vincula a suas próprias decisões ou de outro órgão (de 
mesma ou superior hierarquia).
Segundo Sá (2016, p. 923-924): 
Ele não incide sobre o texto e sim sobre a norma (já que ambos não se confun-
dem). É sobre a norma (resultado de interpretação sobre o texto) que é objeto 
de precedente e, portanto, de estabilização. Os precedentes que estabelecem 
uma dada interpretação à norma jurídica conferem estabilidade jurídica e 
geram a confiabilidade da sociedade em dada interpretação sobre a norma.
Neves (2016, p. 2351) explica que: 
[...] precedente é um julgamento que sirva como razão de decidir de outro 
julgamento proferido posteriormente. É natural, portanto, que um julgamento 
não nasça precedente, mas que se torne um precedente a partir do momento 
em que é utilizado posteriormente como razão de decidir em outro julgamento.
Dessa forma, Tucci (2004, p. 12-13) explica o fundamento da teoria dos 
precedentes judiciais como sendo aquela que: 
[...] impõe aos juízes o dever funcional de seguir, nos casos sucessivos, os 
julgados já proferidos em situações idênticas. Não é suficiente que o órgão 
jurisdicional encarregado de proferir a decisão examine os precedentes como 
subsídio persuasivo relevante, a considerar no momento de construir a senten-
ça. Estes precedentes, na verdade, são vinculantes, mesmo que exista apenas 
um único pronunciamento pertinente (precedent in point) de uma corte de 
hierarquia superior.
Essa teoria se formou por meio da preocupação em adequar as decisões 
geradas da norma aplicada ao fato, aproximando o sistema jurídico brasileiro 
à estrutura da common law, embora nosso sistema (civil law) seja inalterável, 
pela própria estrutura constitucional.
Dessa forma, o novo Código Civil (CC) veio ao encontro desse anseio e 
trouxe de forma expressa incidentes capazes de uniformizar a jurisprudência, 
criando os precedentes, sendo eles o já citado IRDR e o incidente de assunção 
de competência (IAC). O IRDR encontra previsão nos arts. 976 a 987 do CPC 
11Uniformização da jurisprudência
e versa sobre as demandas, ainda que processadas de forma individual, que 
pleiteiem direitos idênticos.
Finalmente, o julgamento do recurso ou da causa precisa depender, no todo 
ou em parte, da questio juris socialmente relevante. Se o julgamento prescindir 
da adoção de tese jurídica, o incidente assumirá, no caso, função consultiva, 
não condizendo com a finalidade do instituto. Por exemplo: em determinado 
tribunal, controverte-se a ocorrência, ou não, da prescrição do fundo de direito, 
na demanda em que o servidor pleiteia vantagens pecuniárias; todavia, no 
caso sob julgamento, o órgão fracionário identifica a circunstância peculiar 
de a lei local excluir do círculo dos beneficiários a categoria profissional a 
que pertence o autor da demanda (ASSIS, 2016).
O IAC está previsto no CPC:
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária 
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem 
repetição em múltiplos processos.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de 
ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria 
Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência 
originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo 
de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de 
competência.
§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os 
juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de 
direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de 
divergência entre câmaras ou turmas do tribunal. (BRASIL, 2015, documento 
on-line)
Em julgamento de relevante questão de direito, com grande repercussão 
social e sem múltipla repetição (art. 947 do CPC), poderá o relator do recurso, 
da remessa necessária ou do processo de competência originária propor a 
assunção de competência para julgá-lo por órgão colegiado que o regimento 
interno do tribunal indicar (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2015).
Rejeitado o incidente, seja qual for o suscitante, nenhum outro julgador 
poderá renová-lo na sua vez de votar, e o motivo é simples: ou configurou-se 
a relevante questão de direito “de grande repercussão social”, e o incidente há 
de ser acolhido, ou inexistem as condições legalmente exigidas, e, nesse caso, 
cumpriria ao julgador abster-se de suscitá-lo (ASSIS, 2016).
Uniformização da jurisprudência12
Portanto, se a demanda versar sobre assunto de grande repercussão e não 
houver repetição em múltiplos processos, ou seja, várias ações versando sobre 
a matéria, o instituto correto é o IAC; se a demanda versar sobre assunto de 
múltipla repetição processual, o instituto adequado será o IRDR. Assim se 
dá a formação de precedentes, diante da adoção da teoria dos precedentes 
oriunda da common law e adaptada ao nosso sistema jurídico, na busca pela 
jurisprudência estável e pela segurança jurídica no direito processual brasileiro.
1. Sobre a evolução histórica da 
uniformização de jurisprudência, 
aponte a opção correta.
a) A uniformização de 
jurisprudência sempre foi 
valorizada de forma expressa 
pelo ordenamento civil.
b) O CPC de 1973 não continha 
previsão legal sobre a 
uniformização de jurisprudência.
c) De acordo com o CPC de 1973, 
somente o relator do processo 
poderia provocar o incidente de 
uniformização de jurisprudência.
d) O CPC de 2015 confere mais 
relevância à uniformização de 
jurisprudência, trazendo uma 
previsão mais minuciosa e 
específica do que o CPC de 1973. 
e) O incidente de uniformização 
de jurisprudência não 
pode ser provocado pelo 
Ministério Público.
2. Sobre o IRDR, assinale a 
alternativa correta.
a) Ocorre quando a demanda 
versar sobre assunto de 
grande repercussão e 
não houver repetição em 
múltiplos processos.
b) Do julgamento do mérito 
do incidente caberá recurso 
extraordinário ou especial, 
conforme o caso.
c)Não suspende os processos em 
curso com questões idênticas.
d) Será julgado no prazo de 
24 meses, prorrogável 
por igual período.
e) Prescinde do princípio 
da publicidade.
3. Acerca dos incidentes previstos no 
CPC e da teoria dos precedentes, 
aponte a afirmação correta.
a) O IAC é admissível quando 
envolver relevante questão de 
direito, com grande repercussão 
social e sem repetição em 
múltiplos processos.
b) A previsão desses incidentes 
vem ao encontro da teoria 
dos precedentes, originária 
da civil law e adotada pelo 
sistema jurídico brasileiro.
c) A teoria dos precedentes 
não é utilizada no Brasil.
d) O IRDR independe dos 
pressupostos previstos 
no art. 976 do CPC.
13Uniformização da jurisprudência
e) O IAC e o IRDR são instrumentos 
pelos quais as leis serão formadas 
e aplicadas em novos processos.
4. Leia as afirmações a seguir e 
assinale a alternativa correta.
a) O pedido de instauração do 
incidente será dirigido ao relator.
b) A uniformização de 
jurisprudência não 
faz coisa julgada.
c) A teoria dos precedentes é 
oriunda da civil law e, portanto, 
é adotada no Brasil.
d) Na common law, sistema 
jurídico adotado no Brasil, 
a fonte do direito será a lei, 
os princípios e as normas.
e) Na civil law, sistema jurídico 
adotado no Brasil, a fonte 
do direito será a lei, os 
princípios e as normas.
5. Acerca uniformização de 
jurisprudência, assinale a 
alternativa correta.
a) Julgado o incidente, a tese 
jurídica será aplicada apenas às 
partes interessadas no processo.
b) A modificação de tese 
adotada em julgamento de 
casos repetitivos prescinde 
de fundamentação.
c) Os tribunais devem uniformizar 
sua jurisprudência e mantê-la 
estável, íntegra e coerente. 
d) Haverá necessidade de 
pagamento de custas processuais 
no incidente de resolução 
de demandas repetitivas.
e) A alteração de tese jurídica 
adotada em enunciado de 
súmula ou em julgamento 
de casos repetitivos deverá 
ser precedida de audiências 
públicas e da participação de 
pessoas, órgãos ou entidades 
que possam contribuir para 
a rediscussão da tese.
ASSIS, A. Manual dos recursos. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869impressao.htm>. Acesso 
em: 24 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso 
em: 18 abr. 2018.<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.
htm>. Acesso em: 18 abr. 2018. 
CÂMARA, A. F. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015.
MARINONI, L. G; ARENHART, S. C; MITIDIERO, D. Novo Código de Processo Civil comentado. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Uniformização da jurisprudência14
NEVES, D. A. A. Manual de processo civil. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2016.
REALE, M. Teoria tridimensional do Direito: situação atual. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1994.
SÁ, R. M. Manual de Direito Processual Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
TUCCI, J. R. C. Precedente judicial como fonte do Direito. São Paulo: Revista dos Tribu-
nais, 2004.
Leitura recomendada
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 24 abr. 
2018.
15Uniformização da jurisprudência
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Conteúdo:
Dica do professor
O instituto de uniformização de jurisprudência, embora esteja previsto no novo ordenamento civil 
de forma mais clara, é uma prática processual já aplicada há alguns anos para padronizar as 
decisões acerca de matérias idênticas entre os mesmos julgadores/mesma câmara, uma vez que 
é comum identificarmos muitas decisões divergentes em torno de situações com igual 
problemática. 
 
No entanto, você sabe a diferença entre jurisprudência, súmula e precedente? Veja na Dica do 
Professor. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Sobre a evolução histórica da uniformização de jurisprudência, é correto afirmar que:
A) a uniformização de jurisprudência sempre foi valorizada de forma expressa pelo ordenamento 
civil.
B) o Código de Processo Civil de 1973 não continha previsão legal sobre a uniformização de 
jurisprudência.
C) de acordo com o Código de Processo Civil de 1973, somente o relator do processo poderia 
provocar o incidente de uniformização de jurisprudência.
D) o Código de Processo Civil confere mais relevância à uniformização de jurisprudência, 
trazendo previsão mais minuciosa e específica do que o Código de 1973.
E) o incidente de uniformização de jurisprudência não pode ser provocado pelo Ministério 
Público.
2) Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas, assinale a opção que corresponde à 
assertiva correta.
A) Ocorre quando a demanda versar sobre assunto de grande repercussão e não houver 
repetição em múltiplos processos.
B) Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial conforme o 
caso.
C) Não suspende os processos em curso com questões idênticas.
D) Será julgado no prazo de 24 meses, prorrogável por igual período.
E) Prescinde do princípio da publicidade.
3) Acerca dos incidentes previstos no Código de Processo Civil e a teoria dos precedentes, é 
correto afirmar que:
A) o Incidente de Assunção de Competência é admissível quando envolver relevante questão de 
direito com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
B) a previsão desses incidentes vem ao encontro da teoria dos precedentes, originária da Civil 
Law e adotada pelo sistema jurídico brasileiro.
C) a teoria dos precedentes não é utilizada no Brasil.
D) o IRDR (Incidente de Resolução das Demandas Repetitivas) independe dos pressupostos 
previstos no artigo 976 do Código de Processo Civil.
E) o Incidente de Assunção de Competência e o Incidente de Resolução das Demandas 
Repetitivas são instrumentos pelos quais as leis serão formadas e aplicadas em novos 
processos.
4) Assinale a alternativa correta.
A) O pedido de instauração do Incidente de Resolução das Demandas Repetitivas será dirigido 
pelo relator.
B) A uniformização de jurisprudência não faz coisa julgada.
C) A teoria dos precedentes é oriunda da Civil Law e, portanto, é adotada no Brasil.
D) No Common Law, sistema jurídico adotado no Brasil, a fonte do direito será a lei, os princípios 
e as normas.
E) No Civil Law, sistema jurídico adotado no Brasil, a fonte do direito será a lei, os princípios e as 
normas.
5) Acerca uniformização de jurisprudência, assinale a alternativa correta.
A) Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada apenas às partes interessadas no processo.
B) A modificação de tese adotada em julgamento de casos repetitivos prescinde de 
fundamentação.
C) Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
D) Haverá necessidade de pagamento de custas processuais no Incidente de Resolução de 
Demandas Repetitivas.
E) A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos 
repetitivos deverá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos 
ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
Na prática
Na prática, a suspensão processual, após o recebimento de incidente de uniformização de 
jurisprudência, poderá demorar um pouco. Esse é o caso dos processos de desaposentação 
ajuizados contra o Instituto Nacional de Previdência Social, em que o segurado pleiteava se 
desaposentar para buscar a aposentadoria com valores mais vantajosos e aproveitamento de 
contribuiçõesmelhores.
Tais ações ficaram suspensas até que o incidente de uniformização de jurisprudência, protocolado 
em 2012, fosse julgado em último grau (exauridos os recursos). Esse foi tema de repercussão geral, 
através do julgamento do Superior Tribunal de Justiça em recurso especial, que não conheceu o 
instituto da desaposentação em 2017. Assim, os processos que estavam suspensos, com partes 
diversas, sobre o mesmo tema, foram todos julgados pela improcedência do pedido de 
desaposentação, uma vez firmado o precedente pelo STJ.
Veja a ementa (resumo) da decisão que instaurou o incidente e da que pôs fim, decidindo a matéria 
em fase de recurso.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Trabalhando com uma nova lógica: a ascensão dos precedentes 
no direito brasileiro
Artigo sobre a ascensão e importância dos precedentes.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
O desafio de uniformizar a jurisprudência e o papel do Código de 
Processo Civil de 2015 – novos desafios
Dica de leitura sobre uniformização de jurisprudência e o Novo CPC.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Jornal da Justiça – uniformização de jurisprudência
Notícia sobre reclamação constitucional admitida contra decisão que negou pedido de 
uniformização de jurisprudência.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.conjur.com.br/dl/artigo-trabalhando-logica-ascensao.pdf
http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/1186838/O-desafio-de-uniformizar-a-jurispud%C3%AAncia-e-o-novo-cpc-via+final.pdf
https://www.youtube.com/embed/M4wjIpT75Os

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