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Universidade Federal de Lavras - UFLA Departamento de F´ısica - DFI Apostila de Laborato´rio de F´ısica IV Prof. Dr. Ju´lio Ce´sar Ugucioni SUMA´RIO 1 Experimento 1: Lei de Refrac¸a˜o e Reflexa˜o interna total 23 2 Experimento 2: Dispersa˜o da Luz 27 3 Experimento 3: Profundidade Aparente 29 4 Experimento 4: Espelhos e Leis de Reflexa˜o 32 5 Experimento 5: Lentes convergentes e divergentes 35 6 Experimento 6: Difrac¸a˜o da luz. 40 7 Experimento 7: Polarizac¸a˜o da luz 43 NORMAS OPERACIONAIS EM LABORATO´RIOS DE FI´SICA 1. Estar consciente do que estiver fazendo, ser disciplinado e responsa´vel; 2. O acesso ao laborato´rio e´ restrito quanto experimentos esta˜o em an- damento; 3. Respeitar as adverteˆncias do professor sobre perigos e riscos; 4. Para utilizar os instrumentos ou equipamentos, e´ necessa´rio auto- rizac¸a˜o dos professores e monitores. 5. Manter ha´bitos de higiene; 6. Na˜o e´ permitido beber, comer, fumar ou aplicar cosme´ticos dentro do laborato´rio; 7. Na˜o usar sanda´lias ou outros sapatos abertos; 8. Usar preferencialmente calc¸as compridas; 9. Guardar casacos, pastas e bolsas nas a´reas reservadas para isso, e na˜o na bancada, onde podem danificar os instrumentos de medidas, materiais ou equipamentos, ale´m de atrapalhar o desenvolvimento do experimento; 10. Mantenha uma organizac¸a˜o da bancada para na˜o danificar os equipa- mentos nem muito menos se machucar; 11. Manusear os instrumentos e materiais com o ma´ximo cuidado; 12. Verificar atentamente a tensa˜o dos equipamentos e das tomadas antes de pluga´-los; Normas Operacionais em Laborato´rios de F´ısica 2 13. Sempre usar material dida´tico adequado e seguir esse roteiro na execuc¸a˜o das pra´ticas. Caso queira improvisar ou adotar outra metodologia, in- formar o professor antes de a fazer; 14. Na˜o respirar vapores e gases, na˜o provar reagentes de qualquer natu- reza; 15. Ao derramar qualquer substaˆncia, providenciar a limpeza imediata- mente, utilizando material pro´prio para tal; 16. Na˜o jogar nenhum material so´lido ou l´ıquido dentro da pia ou rede de esgoto comum; 17. Nunca apanhar cacos de vidro, caso o haja, com as ma˜os ou pano. Usar escova ou vassoura; 18. Caso voceˆ tenha alguma ferida exposta, esta deve estar devidamente protegida; 19. Manter o rosto sempre afastado do recipiente onde esteja ocorrendo um aquecimento; 20. Na˜o usar vidrarias trincadas ou quebradas; 21. O laborato´rio deve ser mantido limpo e livre de todo e qualquer ma- terial na˜o relacionado a`s atividades nele executadas; 22. Cada equipe e´ responsa´vel pelo material utilizado na aula pra´tica, portanto ao te´rmino do experimento limpar e guardar os materiais em seus devidos lugares; 23. No caso de quebra ou dano de vidrarias, materiais ou equipamentos, comunicar imediatamente ao professor ou monitor; 24. Ao te´rmino da aula, desligar todos os equipamentos e tira´-los da to- mada; 25. Em caso de acidentes, avisar imediatamente o professor. MODELO DE RELATO´RIOS EM LABORATO´RIO DE FI´SICA IV Um relato´rio e´ um conjunto de informac¸o˜es que e´ utilizado para registrar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento, projeto, ac¸a˜o, pesquisa, ou outro evento, que esteja finalizado ou em anda- mento. Nesse sentido, saber como registrar esses dados de forma adequada e´ de extrema importaˆncia. Essa parte da apostila trata somente de algumas sugesto˜es para uma melhor organizac¸a˜o das informac¸o˜es a serem registradas em um relato´rio acadeˆmico. Normalmente, utiliza-se uma formatac¸a˜o padronizada para escrita de re- lato´rios, o que na˜o implica apresentar modificac¸o˜es nessa forma decorrentes do autor do trabalho ou mesmo do professor responsa´vel pela disciplina. O relato´rio e´ dividido em diferentes partes, cada uma com sua im- portaˆncia no texto. No entanto, fica a crite´rio do autor ou mesmo professor responsa´vel a escolha das partes mais importantes. A seguir sa˜o apresenta- dos algumas partes que devem estar contidas em relato´rios de laborato´rios de F´ısica. T´ıtulo: Ao qual se refere o relato´rio ou trabalho. Autores: Deve conter o nome completo dos autores do trabalho. Resumo: Deve contemplar informac¸o˜es importantes referentes ao tra- balho como um todo. Tem que ser objetivo, coerente e curto, dando ao leitor do trabalho compreensa˜o dos que foi realizado e conduz´ı-lo a concluso˜es do mesmo. Introduc¸a˜o: Nessa parte, pode-se descrever o conteu´do teo´rico ne- cessa´rio para dar suporte a`s concluso˜es, situando o leitor no assunto Modelo de Relato´rios em Laborato´rio de F´ısica IV 4 que esta´ sendo abordado. Pode conter histo´rico do que ja´ foi produ- zido sobre o objeto em estudo, com os resultados mais importantes da literatura. Um relato´rio de laborato´rio deve explicar a F´ısica envolvida para ana´lise dos resultados experimentais obtidos. Deduc¸o˜es equac¸o˜es e relac¸o˜es matema´ticas podem ser utilizadas para melhor entendimento da teoria abordada. Objetivos: E´ curto e breve; e´ formado por apenas um para´grafo, dando uma ide´ia da onde queremos chegar com a realizac¸a˜o desse trabalho. Procedimento experimental: E´ a metodologia usada para rea- lizac¸a˜o da pra´tica experimental. Pode ser escrito em forma de ı´tens numerados em ordem cronolo´gica, ou mesmo escrito em forma de um texto descritivo. Pode conter esquemas da montagem experimental, se poss´ıvel. Por meio dele, deve-se explicar os me´todos que foram uti- lizados para obtenc¸a˜o dos dados experimentais e quais crite´rios foram usados para avaliac¸a˜o de incertezas. Um fato importante que deve ser lembrado e´ que o leitor do trabalho deve ser capaz de reproduzir o experimento a partir da leitura desta sec¸a˜o. Importante, os verbos devem ser utilizados na forma impessoal (foi feito ou fez-se) e no tempo passado, ja´ que os procedimentos foram realizados. Resultados e discusso˜es: Essa e´ parte mais importante de um re- lato´rio onde devem ser apresentados os dados coletados, a discussa˜o do comportamento ou tendeˆncia dos dados e o resultados das ana´lises. Na˜o se deve apresentar apenas tabelas com nu´meros ou gra´ficos sem comenta´rios sobre incertezas obtidas. Os resultados da ana´lise es- tat´ıstica, bem como tratamento de dados por meio de ajustes de cur- vas sa˜o obrigato´rios, sendo interessante a comparac¸a˜o com a literatura discutida na introduc¸a˜o. Um fato importante e´ mostrar a qualidade e confiabilidade dos resultados por meio de estat´ıstica apropriada. Por exemplo, o erro percentual entre o valor experimental e o valor teo´rico nos revela confianc¸a ou na˜o dos resultados apresentados. Tente justi- ficar eventuais discrepaˆncias que forem observadas e aponte sugesto˜es para melhorar a qualidade dos dados. Concluso˜es: A conclusa˜o deve ser um texto independente do resto do relato´rio como no resumo. O leitor deve ser capaz de entender o relato´rio todo por meio da leitura somente dessa parte. Essa parte pode definir se um relato´rio sera´ aprovado ou na˜o e deve ser discutida em relac¸a˜o ao objetivo proposto, focando se esse foi alcanc¸ado ou na˜o. Pode ser enunciado os valores encontrados e e as comparac¸o˜es com resultados da literatura. Se forem utilizados diferentes me´todos ex- perimentais para analisar um determinado conjunto de dados, a com- Modelo de Relato´rios em Laborato´rio de F´ısica IV 5 parac¸a˜o entre os me´todos e´ importante para encontrar o mais apro- priado e com menor incerteza. A justificativa dos resultados que na˜o forem adequados e´ de extrema importaˆncia e mostra domı´nio dos au- tores sobre os conteu´dos abordados. Refereˆncias bibliogra´ficas: Na˜o e´ necessa´rio que a formatac¸a˜o das referencias bibliogra´ficas sejam de acordo com as normas ABNT. Pore´m, as refereˆncias devem ser apresentadas de formaclara, na qual outros leitores consigam entender. Enumere os livros, apostilas, revistas ci- ent´ıficas, sites na internet etc. consultados para a elaborac¸a˜o do re- lato´rio e cite-os no texto do relato´rio. Vale lembrar que para sites e´ necessa´rio colocar data e hora´rio do acesso. Seguem alguns formas baseadas na ABNT: – Livro: SOBRENOME, PRENOME abreviado. T´ıtulo: subt´ıtulo (se houver). Edic¸a˜o (se houver). Local de publicac¸a˜o: Editora, data de publicac¸a˜o da obra. Nº de pa´ginas ou volume. (Colec¸a˜o ou se´rie) Ex.: TIPPLER, P.A.; MOSCA, G. F´ısica para Cien- tistas e Engenheiros - Eletricidade e Magnetismo, O´ptica. Sexta Edic¸a˜o. Rio de Janeiro: LTC, 2014. Volume 2. – Artigos: SOBRENOME, PRENOME; SOBRENOME, PRE- NOME abreviado abreviado T´ıtulo: subt´ıtulo (se houver). Nome do perio´dico, Local de publicac¸a˜o, volume, nu´mero ou fasc´ıculo, paginac¸a˜o, data de publicac¸a˜o do perio´dico. Ex.: CALDEIRA- FILHO, A. M. ; UGUCIONI, J.C. ; MULATO, M. . Red mercuric iodide crystals obtained by isothermal solution evaporation: Cha- racterization for mammographic X-ray imaging detectors. Nu- clear Instruments & Methods in Physics Research, Section A, Ac- celerators, Spectrometers, Detectors and Associated Equipment, v. 737, p. 87-91, 2014. – Textos eletroˆnicos, Sites, etc: Os elementos essenciais para referenciar os documentos em meio eletroˆnico sa˜o os mesmos re- comendados para documentos impressos, acrescentando-se, em seguida, as informac¸o˜es relativas a descric¸a˜o f´ısica do meio ou suporte (CD, disquete). Quando se tratar de obras consultadas on line, sa˜o essenciais as informac¸o˜es sobre o enderec¸o eletroˆnico, apresentado entre os sinais<>, precedido da expressa˜o Dispon´ıvel em: e a data de acesso do documento, precedido da expressa˜o “Acesso em:”. Ex.: Introduc¸a˜o a Teoria de Erros. Dispon´ıvel em: < https : //drive.google.com/ viewerng/viewer?a = v&pid = site&srcid = ZGVmYXV sdGRvbWFpbnxwcm9manV saW9jZ XNhcnV ndWNpb25pfGd4Ojc0ZGQzY zFkZDIwMGV kMGI >. Acesso em: 07/01/2015. Modelo de Relato´rios em Laborato´rio de F´ısica IV 6 – Outras formas de refereˆncias podem ser consultadas em livros ou sites especializados. Muito Importante!! Esquemas, Figuras, Gra´ficos e Tabelas: Essa na˜o e´ uma parte do relato´rio, mas sim uma orientac¸a˜o de como apresentar essas informac¸o˜es tanto na introduc¸a˜o e procedimentos experimentais como nos resultados e discusso˜es. Esquemas, figuras e gra´ficos sa˜o reconhecidos como figuras no texto. Toda figura e tabela deve ser numerada de acordo a ser citada no texto, o que implica na sua explicac¸a˜o. Essa numerac¸a˜o pode ser nu´meros cardinais (1,2,3...), romanos (I, II, III), letras do alfabeto (A, B, C...). Toda tabela e figura deve apresentar uma legenda explicativa, e essa pode ser colocada embaixo das figuras e acima das tabelas. Essa regra na˜o e´ padra˜o e pode ser modificada de acordo com os autores. Importante: Se algum texto foi extra´ıdo de algum livro, deve ser colo- cado nas refereˆncias bibliogra´ficas. Na˜o mencionar as fontes caracteriza pla´gio. Important´ıssimo: Um relato´rio e´ um relato das observac¸o˜es feitas em laborato´rio. Um relato´rio nunca manda fazer. Assim o uso da forma impessoal (foi feito ou fez-se...), como foi anteriormente dito para es- crita do procedimento experimental, deve ser regra para o relato´rio todo. Toda grandeza experimental determinada deve ser enunciada com as respectivas unidades. Cuidado para na˜o esquecer das unidades na con- fecc¸a˜o do relato´rio. Refereˆncias Bibliogra´ficas SILVA, H.S. Modelo de relato´rio-Apostila de F´ısica Experimental 1 Mecaˆnica 1 – Cinema´tica, Dinaˆmica, Momento, Trabalho, Energia. Depto. de F´ısica, CCN, UFPI. Normas da ABNT. Dispon´ıvel em: < http : //www.leffa.pro.br/textos/ abnt.htm#5.16 > Acesso em: 30/05/2014. INTRODUC¸A˜O A TEORIA DE ERROS Quando falamos de teoria de erros temos que levar em considerac¸a˜o e´ essa ferramenta matema´tica nos auxilia no entendimento de flutuac¸o˜es asso- ciadas as medidas, ou seja, nos auxilia na obtenc¸a˜o das poss´ıveis variac¸o˜es de valores devido a uma forma de coleta, falha do experimentador, condic¸o˜es ambientais, entre outras condic¸o˜es. Assim, por meio desse capitulo, vamos lembrar alguns conceitos importantes que nos conduzem a essa teoria. Algumas Definic¸o˜es Importantes 1. Grandeza experimental - e´ a grandeza cujo valor e´ determinado por um conjunto de dados experimentais. 2. Medida direta - e´ o resultado da leitura de um instrumento de me- dida. Ex.: o comprimento com uma re´gua graduada, a massa de uma bolinha com uma balanc¸a ou o intervalo de tempo com um cronoˆmetro. 3. Medida indireta - e´ a que resulta da aplicac¸a˜o de uma relac¸a˜o ma- tema´tica nas medidas diretas, que conduzem a uma determinada gran- deza f´ısica. 4. Valor verdadeiro - valor real de uma determinada grandeza, que devemos considerar desconhecido para a maioria dos problemas. 5. Incerteza ou erro (I) - e´ a diferenc¸a entre o valor experimental (x) e o valor verdadeiro (xv) em mo´dulo (I = |x − xv|). Essa quantidade indica o quanto e´ o melhor valor obtido para esta grandeza, que so´ pode ser interpretado em termos de probabilidades. 6. Precisa˜o - e´ a indicac¸a˜o do quanto essa e´ reprodut´ıvel. Introduc¸a˜o a teoria de erros 8 7. Acura´cia - e´ a indicac¸a˜o de quanto um resultado esta´ pro´ximo do valor verdadeiro. 8. Discrepaˆncia - e´ a diferenc¸a entre dois valores medidos de uma mesma grandeza f´ısica. Dentre as incertezas classificamos essas em sistema´ticas e aleato´rias. Va- mos relembrar. 1. Incertezas ou erros sistema´ticos - sa˜o responsa´veis por desvios regu- lares nas medidas devido a imperfeic¸o˜es instrumentais, observacionais ou teo´ricas. Esses tipos de incertezas podem levar a um efeito aditivo ou multiplicativo nos resultados encontrados. Dentre essas incertezas temos: Instrumentais: Incertezas ou erros que resultam da calibrac¸a˜o do instrumento de medida. Esse erro pode ser eliminado por meio da recalibrac¸a˜o do equipamento. Teo´ricas: Incertezas ou erros que resultam do uso de fo´rmulas teo´ricas aproximadas ou do uso de valores aproximados de cons- tantes f´ısicas. Ambientais: Incertezas ou erros devido a efeitos do ambiente a qual e´ submetida a experieˆncia. Esse erro pode ser eliminado por meio do controle das condic¸o˜es ambientais. Observacionais: Incertezas ou erros devido a falhas de proce- dimento do observador. Essas incertezas podem ser reduzidas seguindo cuidadosamente os procedimentos de uso de cada ins- trumento. Residuais: Incertezas ou erros que na˜o podem ser reduzidos a um valor baixo ou para as quais na˜o se podem realizar correc¸o˜es. Grosseiras: Sa˜o devidos a` falta de atenc¸a˜o, pouco treino ou falta de per´ıcia do operador. Normalmente esse tipo de incerteza ou erro gera valores com diferenc¸as muito grandes em relac¸a˜o ao valor real. 2. Incertezas ou erros aleato´rios - sa˜o resultado de flutuac¸o˜es que sa˜o inevita´veis no processo de medida e que provocam uma dispersa˜o ao redor de um valor me´dio. Essa pode ser reduzida pela repetic¸a˜o de n medidas. Nesse sentido, e´ necessa´rio calcular o valor me´dio de n medidas ideˆnticas e a sua incerteza por meio do calculo do desvio padra˜o. Introduc¸a˜o a teoria de erros 9 Valor me´dio ou me´dia para medidas ideˆnticas Esse e´ definido pela equac¸a˜o 1 Se realizarmos n medidas ideˆnticas, ou seja, realizadas da mesma maneira com os mesmos instrumentos, os resul- tados podem ser ligeiramente diferentes. Assim, para um mesmo valor, o valor me´dio de n medidas e´ definido como: x¯ =< x >= n∑ i=1 xi n (1) Vale lembrar que o valor me´dio x¯ se torna mais pro´ximo do valor real ou verdadeiro quanto maior for o nu´mero de medidas. Incertezas em Instrumentos de Medidas Essas incertezasa limitac¸a˜o de leitura dos equipamentos, denominadas tambe´m como incertezas de calibrac¸a˜o. No geral, quando compramos certo equipamento, o fabricante informa esse valor de incerteza em manuais. Com a falta dessa informac¸a˜o e´ sempre importante considerar que: A incerteza de calibrac¸a˜o de qualquer instrumento pode ser es- timada admitindo a menor divisa˜o ou menor leitura do mesmo dividido por 2, ou seja: σc ∼= L 2 (2) onde σc e´ a incerteza padra˜o de calibrac¸a˜o e L e´ a menor leitura ou divisa˜o do equipamento. Se tivermos certeza muito grande nos valores obtidos por esse equipa- mento, devemos usar a seguinte relac¸a˜o da na equac¸a˜o 3 σc ∼= L 3 (3) Desvio ou incerteza padra˜o populacional (σp) e amostral (σa) O desvio padra˜o e´ forma de obtenc¸a˜o de incertezas aleato´rias que vamos usar em Laborato´rio de F´ısica III. Esse tipo de ana´lise e´ considerado mais preciso que a me´dia dos desvios (δ¯), visto nos semestres anteriores. Desse modo, vamos iniciar lembrando da definic¸a˜o de variaˆncia populacional: σ2 = n∑ i=1 (yi − y¯)2 n (4) onde o desvio padra˜o populacional e´: Introduc¸a˜o a teoria de erros 10 σp = √ σ2 = √√√√√√ n∑ i=1 (yi − y¯)2 n (5) A variaˆncia amostral e´ definida como sendo: s2 = n∑ i=1 (yi − y¯)2 n− 1 (6) onde o desvio padra˜o amostral e´: σa = √ s2 = √√√√√√ n∑ i=1 (yi − y¯)2 n− 1 (7) A diferenc¸a no uso do desvio padra˜o populacional (σp) e amostral (σa) esta´ na quantidade de amostras ou medidas de uma determinada grandeza f´ısica. Quanto maior for o numero de medidas, a utilizac¸a˜o de σp e´ mais adequada. Vamos limitar de uso de σp em 10 medidas. Desvio padra˜o total (σ) Esse desvio e´ definido como a soma do desvio aleato´rio (nesse caso o desvio padra˜o σp ou σa) ao quadrado e a incerteza de calibrac¸a˜o (σc) ao quadrado, ou seja: σ2 = σ2p + σ 2 c (8) para o desvio padra˜o populacional e, σ2 = σ2a + σ 2 c (9) para o desvio padra˜o amostral. Esse desvio total e´ diferente do desvio total calculado anteriormente com a me´dia dos desvios, sendo tambe´m mais preciso. Propagac¸a˜o de erros e desvio padra˜o A propagac¸a˜o de erros deve ser considerada com cuidado quando tra- tamos do desvio padra˜o. Vamos considerar a seguinte situac¸a˜o: dado uma func¸a˜o w (x, y, z), sendo x, y e z grandezas experimentais e suas incertezas associadas sa˜o σx, σy e σz. A incerteza em w deve ser dada pela seguinte relac¸a˜o: Introduc¸a˜o a teoria de erros 11 σ2w = ( ∂w ∂x )2 σ2x + ( ∂w ∂y )2 σ2y + ( ∂w ∂z )2 σ2z (10) Linearizac¸a˜o de curvas. A linearizac¸a˜o de curvas nos resulta na obtenc¸a˜o dos coeficientes linear e angular que sa˜o associados a grandezas f´ısicas importantes. Vamos relembrar como fazer linearizac¸a˜o de dados experimentais. Para facilitar essa ana´lise, vamos considerar alguns pontos relevantes quando ja´ possu´ımos o gra´fico de nosso dados experimentais: 1. Se os dados experimentais obedecerem a uma teoria espec´ıfica, ou seja, se estivermos estudando a posic¸a˜o de queda de um corpo, sabemos que esse corpo abandonado deve obedecer a uma func¸a˜o hora´ria que depende do quadrado do tempo. Nesse caso, ja´ sabemos de imediato que nossos dados experimentais na˜o va˜o obedecer a uma reta, e sim a uma para´bola. Dessa forma, devemos fazer a linearizac¸a˜o dos dados experimentais. 2. Caso na˜o conhec¸amos a teoria envolvida, devemos observar o gra´fico dos dados experimentais, e se na˜o obedecer a uma reta, devemos tentar encontrar a melhor forma de ajuste. Lembre-se que esse trabalho pode ser dif´ıcil se na˜o soubermos trabalhar com func¸o˜es. Vale lembrar que um gra´fico e´ uma dispersa˜o de pontos e a tendeˆncia desse pontos que nos conduz a um resultado linear ou na˜o-linear. Como exemplo, se um gra´fico apresentar pontos dispersos obedecendo a um crescimento linear, classificamos esses dados como uma reta. 3. A quantidade de pontos experimentais e´ um fato importante para ve- rificarmos qual e´ a tendeˆncia e a melhor curva de ajuste. Quanto mais pontos experimentais tiver, melhor sera´ para encontrar qual e´ a curva de ajuste. Como exemplo, se nossos dados obedecerem a uma func¸a˜o senoidal e o numero de pontos for pequeno, talvez nos equivocaremos com relac¸a˜o a tendeˆncia dos dados experimentais, no levando assim a um valor constante ou mesmo a uma reta, o que na˜o seria real para nossa ana´lise. Como essas informac¸o˜es ja´ podemos entender como linearizar curvas. Para isso existem diferentes formas, sendo que a mais simples e´ aplicar aos dados experimentais a tendeˆncia dos pontos escolhida para linearizar. Como exemplo, se nossos dados obedecerem a uma tendeˆncia logar´ıtmica (como y = A lnx), para linearizar devemos aplicar ao x logar´ıtmico neperiano, e assim graficar y em func¸a˜o de lnx. Se nosso dados obedecerem a uma func¸a˜o exponencial (como y = A10x), devemos graficar y em func¸a˜o de 10x. Dessa forma estamos linearizando nossos dados experimentais. Introduc¸a˜o a teoria de erros 12 Me´todo dos Mı´nimos Quadrados (MMQ) O me´todo dos mı´nimos quadrados (MMQ) e´ uma ferramenta u´til para o ajuste de curvas lineares e obtenc¸a˜o dos coeficientes angular e linear. Esse calculo e´ baseado na minimizac¸a˜o das diferenc¸as entre os pontos experi- mentais e uma reta que representa o melhor ajuste. Com isso, obtemos as seguintes equac¸o˜es, que representam um sistema com duas inco´gnitas (a e b) e duas equac¸o˜es, ja´ que os valores x, y, x2 e x.y sa˜o conhecidos. a n∑ i=1 x2i + b n∑ i=1 xi = n∑ i=1 yixi (11) a n∑ i=1 xi + nb = n∑ i=1 yi (12) Resolvendo esse sistema. obtemos as seguintes soluc¸o˜es: a = n ∑n i=1 xiyi − ∑n i=1 xi ∑n i=1 yi ∆ (13) b = ∑n i=1 x 2 i ∑n i=1 yi − ∑n i=1 xi ∑n i=1 xiyi ∆ (14) onde ∆ = n ∑n i=1 x 2 i − ( ∑n i=1 xi) 2. Para obter as incertezas em “a” e “b”, usamos as seguintes expresso˜es: σa = σy √ n ∆ (15) σb = σy √∑ x2 ∆ (16) onde o valor de σy deve ser calculado com base no valor de a e b pela seguinte expressa˜o: σy = √√√√ 1 n− 2 n∑ i=1 (yi − b− axi)2 (17) Qualidade do ajuste: coeficiente de determinac¸a˜o (r2), cor- relac¸a˜o (r) e teste χ2. Devemos agora obter o coeficiente de determinac¸a˜o (r2) e o coeficiente de correlac¸a˜o (r) para verificar se os valores de ajuste sa˜o adequados. Vale lembrar que o r2 indica o quanto a reta de regressa˜o esta´ adequada ao ajuste da reta, enquanto que o r deve ser usado como uma medida de qua˜o correlacionados sa˜o os valores experimentais com o ajuste escolhido. Se os Introduc¸a˜o a teoria de erros 13 dados experimentais forem muito dispersos ou se a curva de ajuste na˜o for adequadas ao dados experimentais, esse valor sera´ pro´ximo de 0. Quanto mais pro´ximo o valor de r2 e r for de 1, melhor sera´ o ajuste e a correlac¸a˜o dos dados experimentais. Para obter r2 usamos a seguinte expressa˜o: r2 = ∑n i=1(yi − b− axi)2∑n i=1(yi − y¯)2 (18) O χ2 e´ outra ferramenta que indica se o ajuste de uma curva e´ o mais adequado ou na˜o. Em estat´ıstica esse valor esta´ associado a probabilidade ma´xima (P) de uma func¸a˜o f(x) ser uma func¸a˜o verdadeira. Desse modo defini-se P como sendo: P = Cn∏n i=1 σi e −1 2 χ2 (19) onde C e´ uma constante de proporcionalidade, σi e´ o desvio padra˜o e n∏ i=1 σi = σ1 · σ2 · σ3... · σn e´ definido como produto´rio dos desvios padro˜es. O χ2 e´ definido como: χ2 = n∑ i=1 (yi − b− axi)2 σ2i (20) Para que P seja ma´ximo, χ2 tem que ser mı´nimo. Dessa forma valores altos de χ2 esta˜o associados a uma ajuste ruim. Refereˆncias Bibliogra´ficas 1. VUOLO, J. H. Fundamentos da Teoria de Erros. Segunda Edic¸a˜o. Sa˜o Paulo: Edgard Blu¨cher Ltda, 1996. 2. TAYLOR,J.R. Introduc¸a˜o a` ana´lise de erros. O estudo de incertezas em medic¸o˜es f´ısicas. Segunda edic¸a˜o. Porto Alegre: Editora Bookman, 2012. 3. SANTORO, A.; MAHON, J.R.; OLIVEIRA, J.U.C.L.; MUNDIM FILHO, L.M.; OGURI,V.; SILVA, W.L.P. Estimativa e Erros em Experimentos de F´ısica. Terceira edic¸a˜o. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. UMA BREVE INTRODUC¸A˜O AO SCIDAVIS O nome SciDAVis vem do ingleˆs Scientific Data Analysis and Visualiza- tion (Visualizac¸a˜o e Ana´lise de Dados Cient´ıficos). E´ um software livre, que pode ser utilizado em va´rias plataformas (Linux, Mac OS / X, Windows), para analisar dados e fazer gra´ficos em duas e treˆs dimenso˜es. Este projeto iniciou-se como um fork do QtiPlot. Mais informac¸o˜es (em ingleˆs) podem ser obtidas na pa´gina do projeto. De um modo geral, este tutorial utiliza como refereˆncia a versa˜o 0.2.3 deste software, mas a maioria dos itens abordados devera˜o funcionar perfei- tamente em verso˜es anteriores, especialmente na se´rie 0.2, e posteriores. Para que o SciDAVis possa ser utilizado em seu computador alguns pro- gramas devem estar previamente instalados nele. Se voceˆ usa o Windows devera´ instalar primeiramente o Python1 2.6 (normalmente, durante a ins- talac¸a˜o e´ perguntado se voceˆ deseja instalar esta dependeˆncia). Se voceˆ usa Linux ou Mac, consulte a pa´gina do projeto para saber exatamente quais sa˜o as dependeˆncias de software. A partir deste momento, tudo o que for dito funcionara´ de forma igual em qualquer que seja a plataforma utilizada. Comec¸ando a usar o SciDAVIs Depois de conclu´ıda a instalac¸a˜o, inicie o programa. Uma tela como a mostrada na Figura 1 sera´ aberta (na˜o necessariamente igual). Nesta figura podemos identificar uma tabela e os diversos controles do programa (menus e boto˜es de func¸o˜es). O uso do SciDAVis e´ simples e, em geral, intuitivo. A maior parte de suas funcionalidades podem ser conhecidas simplesmente 1Na verdade, o Python so´ e´ realmente necessa´rio se voceˆ preferir utiliza´-lo como lin- guagem de scripting ao inve´s da linguagem padra˜o, que e´ o muParser. Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 15 Figura 1: Tela Inicial do programa navegando pelos menus e/ou clicando com o bota˜o direito do mouse em algumas a´reas, por isto, vamos nos concentrar em coisas mais objetivas e que servira˜o como base para outras. Alterando o idioma O idioma padra˜o do SciDAVis e´ o Ingleˆs, por isso sera´ necessa´rio altera´- lo, caso queira utilizar a interface em Portugueˆs. Para isto, acesse o menu Edit −→Preferences.... A sec¸a˜o General-Geral(Figura 2) mostrara´ a aba Application-Aplicac¸a˜o, onde se pode ver a opc¸a˜o Language, que deve ser alterada de English para o idioma desejado. Feito isto, clique em Apply-Aplicar para que as mudanc¸as no idioma entrem em vigor imediatamente. Algumas verso˜es mais atuais trazem o idioma “portugueˆs brasileiro”. Se desejar, aproveite que esta´ no editor de prefereˆncias e acesse a aba Formato nume´rico para trocar o separador decimal e usar v´ırgula, ao inve´s de ponto (particularmente, neste ponto eu costumo de-selecionar o checkbox “Usar separador de grupos”). Construindo um gra´fico Como exemplo, considere um conjunto de dados como o da Tabela 1, que consiste de treˆs colunas de valores: X, Y e σY . As novas tabelas criadas pelo SciDAVis tem, por padra˜o, apenas duas colunas. Enta˜o a primeira coisa que devemos fazer e´ alterar o nu´mero de Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 16 Figura 2: Janela de controle de prefereˆncias Tabela 1: Valores para teste. X Y σY 1,0 0,33 0,02 1,9 3,19 0,10 2,8 7,20 0,50 3,8 14,80 0,90 4,9 21,10 1,3 colunas da tabela. Para isto, acesse o menu Tabela, e podera´ simplesmente adicionar uma nova coluna (Adicionar coluna) ou enta˜o alterar suas di- menso˜es (Dimenso˜es) para definir uma tabela com quantas linhas e colunas desejar. Agora entre com os valores na tabela. As novas colunas adicionadas sa˜o, por padra˜o, definidas como sendo de valores em Y. Para mudar isto, clique com o bota˜o direito no cabec¸alho da coluna desejada e, no menu que surgira´ (Figura 3), acesse a opc¸a˜o Definir coluna(s) como. No nosso exemplo, vamos escolher a opc¸a˜o Erro em Y (desvio padra˜o em Y) para a coluna 3. Com isto, teremos nossa tabela com a seguinte configurac¸a˜o: coluna 1⇒ X, coluna 2 ⇒ Y e coluna 3 ⇒ yEr. Um ponto importante a ser citado aqui e´ a maneira como se faz a selec¸a˜o Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 17 Figura 3: Alterando o tipo de dado da coluna. de colunas no SciDAVis (a partir da versa˜o 0.2.0). Se voceˆ tentar selecionar mais de uma coluna clicando no cabec¸alho da primeira e arrastando o mouse, notara´ que a primeira coluna selecionada se move, ou seja, a coluna 2 troca de lugar com a coluna 3, por exemplo2. Deste modo, para selecionar duas colunas, pressione a tecla Ctlr e clique nas colunas que deseja selecionar. Se precisar selecionar va´rias colunas, clique na primeira, segure a tecla Shift e depois clique na u´ltima coluna a ser selecionada. Tudo preparado. Agora vamos plotar um gra´fico. Estamos querendo plo- tar uma curva que tem barras de erro em Y. A maneira mais fa´cil de fazer isto e´: selecione, pelo menos, as colunas 2 e 3 (Y e yEr), acesse o menu Gra´fico e escolha uma das opc¸o˜es que aparecem (linha, dispersa˜o, linha+s´ımbolo, etc.). Escolhendo, por exemplo, Dispersa˜o obtemos um gra´fico como o apre- sentado na figura 4. Os campos T´ıtulo, T´ıtulo do eixo X e T´ıtulo do eixo Y podem ser editados simplesmente dando um duplo clique sobre os nomes, assim como qualquer outro texto que esteja sendo mostrado no gra´fico. Se desejar alterar outras opc¸o˜es do gra´fico (ampliar/reduzir a escala de um eixo ou colocar grades, por exemplo), deˆ um duplo clique sobre os nu´meros de um dos eixos e um dia´logo com as opc¸o˜es dispon´ıveis sera´ aberto. 2Esta e´ uma caracter´ıstica do programa que tem como intenc¸a˜o futura implementac¸a˜o da funcionalidade de apenas arrastar uma coluna para um gra´fico para adicionar uma nova curva, dentre outras coisas. Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 18 Figura 4: Gra´fico dos dados a tabela 1. Ana´lise dos dados Estat´ısticas em linhas e colunas: Para obter informac¸o˜es de colunas como: me´dia dos valores, desvio padra˜o, variaˆncia, soma e etc., simples- mente selecione a(s) coluna(s) desejada(s) e acesse o menu Ana´lise → Es- tat´ısticas em coluna. Com isto, sera´ gerada uma nova tabela com va´rias informac¸o˜es sobre a(s) coluna(s) selecionada(s). O procedimento para obter dados estat´ısticos das linhas e´ semelhante, bastando selecionar as desejadas e acessar o menu Ana´lise → Estat´ısticas em linhas. Ajustes utilizando fo´rmulas incorporadas: Como em outros programas de ana´lise de dados, o menu Ana´lise apresenta algumas opc¸o˜es diferentes para tabelas e gra´ficos, dependendo da janela que esteja em foco. Por isso, para que as opc¸o˜es de ajuste de curvas possam ser usadas, deixe a janela com o gra´fico “por cima” da tabela. Acessando o menu Ana´lise → Ajuste ra´pido sa˜o mostradas as princi- pais curvas de ajuste incorporadas ao SciDAVis. Outras curvas podem ser definidas no Assistente de ajuste, que discutiremos adiante. Como exemplo, ainda para o gra´fico da figura 4, vamos tentar dois ajus- tes: uma regressa˜o linear e uma regressa˜o polinomial de ordem 2. No menu Ana´lise → Ajuste ra´pido, escolha Regressa˜o linear. Imediatamente sera´ efetuado o ajuste da curva do gra´fico, tratando-a como se fosse uma reta, ou seja, com se obedecesse a` equac¸a˜o y = ax + b. O resultado e´ mostrado na figura 5 (esquerda). Nesta mesma figura, podemos ver que o Regis- Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 19 Figura 5: Exemplos de curvas de ajustes. tro de resultados foi alterado: agora ele conte´m informac¸o˜es referentes aos coeficientes obtidos (valores e respectivoserros) e a` qualidade do ajuste (Chi-quadrado (χ2) e coeficiente de correlac¸a˜o (R2). Ja´ na figura 5 (direita), podemos ver a curva de ajuste obtida ao ser usada uma regressa˜o polinomial de ordem 2, ao inve´s da linear. Neste caso, a ordem do polinoˆmio deve ser escolhida no dia´logo que aparece ao ser acessado o menu Ana´lise→ Ajuste ra´pido → Regressa˜o polinomial. Eventualmente, podemos querer copiar os valores dos paraˆmetros para exibi-los no gra´fico (ou adicionar alguma informac¸a˜o textual ao mesmo). Devido a` uma limitac¸a˜o do SciDAVis (que devera´ ser eliminada no futuro) na˜o e´ poss´ıvel simplesmente selecionar um texto, copia´-lo, clicar no gra´fico com o bota˜o direito do mouse e colar o texto. Mas isto na˜o impede que qualquer texto seja adicionado ao gra´fico. A adic¸a˜o de informac¸o˜es textuais aos gra´ficos pode ser feita acessando o menu Gra´fico → Adicionar texto. Neste momento, surgira´ um dia´logo perguntando se voceˆ quer adicionar o texto em uma nova camada ou na camada ativa. Escolha na camada ativa e, em seguida, clique em algum lugar do gra´fico. Com isto, podemos, por exemplo, copiar texto do registro de resultados (selecionando-o com o mouse e teclando Ctrl+C, por exemplo) e inseri-lo na a´rea do gra´fico. No caso espec´ıfico de paraˆmetros obtidos nos ajustes de curvas, podemos tambe´m, no dia´logo de configurac¸a˜o de prefereˆncias, na sec¸a˜o Ajustes, habilitar a opc¸a˜o Colar paraˆmetros no gra´fico. Desta forma, para todo ajuste que for efetuado, as informac¸o˜es dos paraˆmetros sera˜o sempre adicionadas ao gra´fico. Ainda no que se refere a` inserc¸a˜o de texto nos gra´ficos, uma vez que ja´ exista algum texto no mesmo, e´ poss´ıvel realizar a operac¸a˜o de clicar na caixa de texto para seleciona´-la e utilizar as teclas de atalho Ctrl+C e Ctrl+V, para copia´-la e a colar, respectivamente. Utilizando o “Assistente de Ajuste”: Embora a regressa˜o polinomial de Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 20 Figura 6: Caixa de dia´logo do Assistente de Ajuste ordem 2 efetuada nos nossos dados de teste tenha sido satisfato´ria (a curva de ajuste passa por todos os pontos), pode ser que tenhamos uma ideia de uma func¸a˜o que possa descreve melhor seu comportamento. Se tal func¸a˜o na˜o estiver presente na lista de func¸o˜es incorporadas, podemos implementa´- la acessando o menu Ana´lise → Assistente de ajuste (o atalho Ctrl+Y pode ser utilizado, se preferir). Um dia´logo como o mostrado na figura 6 sera´ aberto. Para inserir a func¸a˜o desejada basta digita´-la na a´rea de texto, utilizando a letra “x” (sem aspas) como varia´vel e quaisquer outras letras que queira como paraˆmetros. Feito isto, deˆ um nome a` func¸a˜o e clique em Salvar. No nosso exemplo, vamos utilizar como func¸a˜o de ajuste a expressa˜o: a ∗ x ∗ x+ b/x+ c (21) ou seja: ax2 + b x + c (22) onde estamos utilizando a, b e c como paraˆmetros e x como varia´vel. Na˜o se esquec¸a de mudar os paraˆmetros no local indicado, caso use outras letras. Salve a func¸a˜o com o nome que queira (poli2teste, por exemplo). Feito isto, clique no checkbox Ajustar com func¸a˜o definida por usua´rios e, em Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 21 Figura 7: Caixa de dia´logo com as opc¸o˜es finais do ajuste. seguida, no bota˜o Ajustar. Um novo dia´logo, como o mostrado na figura 7 sera´ aberto. Para finalizar o ajuste basta inserir, nos campos correspondentes, esti- mativas iniciais para os paraˆmetros a, b e c, clicar em Ajustar e, depois de gerada a curva de ajuste, clicar em Fechar. Se a curva tiver barras de erro, como a do nosso exemplo, na˜o esquec¸a de alterar a opc¸a˜o Fonte de erros em Y de Erros desconhecidos para Associados (considerando que tais erros sejam os que inserimos na pro´pria tabela). Escolhendo os valores 1, -1 e 0 para a, b e c, respectivamente, observa- mos, no registro de resultados, que o ajuste forneceu novos valores para os paraˆmetros. Notamos que o valor do fator de correlac¸a˜o obtido com este ajuste foi bem parecido com o obtido na regressa˜o com polinoˆmio de grau 2, pore´m, o valor de χ2 caiu pela metade, o que indica que a u´ltima expressa˜o utilizada, juntamente com os paraˆmetros obtidos no ajuste, descreve melhor o comportamento da nossa curva. Salvando o projeto e exportando gra´ficos Salvar o projeto e´ muito simples, basta acessar o menu Arquivo→Salvar como... e, no dia´logo que se abrira´, dar o nome que desejar ao arquivo. Os projetos do SciDAVis tem a extensa˜o sciprj. Para utilizar os gra´ficos gerados pelo SciDAVis no´s podemos clicar com o bota˜o direito do mouse e: selecionar a opc¸a˜o Copiar → Camada (ou Janela); selecionar a opc¸a˜o Exportar → Camada (ou Janela). Uma breve introduc¸a˜o ao SciDAVIs 22 A diferenc¸a entre os dois casos e´ que, no primeiro, voceˆ tera´ que “Colar” a figura num editor de textos ou imagens, por exemplo, e no segundo a figura sera´ salva no local que desejar, com a vantagem de ser poss´ıvel escolher o formato de sa´ıda (jpg, png, bmp, etc.). Refereˆncias Bibliogra´ficas 1. Breve Introduc¸a˜o ao SciDAVis. Dispon´ıvel em: < https : //dl.dropboxusercon tent.com/u/61494578/manuals and tutorials/breve introducao ao scidavis− v0 1.pdf >. Acesso em 03/02/2015 2. Tutorial do SciDavis. Dispon´ıvel em: < http : //www.fisica.ufmg.br/ lab1/ Tutorial SciDAV is fim.pdf >. Acesso em 03/02/2015. 3. The SciDavis Handbook. Dispon´ıvel em: < http : //scidavis.sourceforge.net/ manual/ >. Acesso em 03/02/2015. 4. SciDavis site. Dispon´ıvel em: < http : //scidavis.sourceforge.net/index.ht ml >. Acesso em 03/02/2015. CAPI´TULO 1 EXPERIMENTO 1: LEI DE REFRAC¸A˜O E REFLEXA˜O INTERNA TOTAL (Fonte: Iluso˜es de o´tica – Nem tudo e´ o que parece ser. . . 1). Objetivos Nesse experimento vamos testar a validade da lei de Snell para refrac¸a˜o. Determinar o aˆngulo cr´ıtico no qual ocorre reflexa˜o total interna e confirma´- lo usando a Lei de Snell-Descartes. 1Dispon´ıvel em < http : //www.desenhoonline.com/site/wp − content/uploads/ilus%C3%A3o− de−%C3%B3tica6.jpg >. Acesso em 07− 03− 2015 Experimento 1: Lei de Refrac¸a˜o e Reflexa˜o interna total. 24 Materiais utilizados Bloco o´ptico, Pec¸as de acr´ılico em forma de meia lua e trape´zio, Disco gi- rato´rio, Fenda u´nica, Lente convergente plano-convexa de 60 mm de diaˆmetro e 120 mm de distaˆncia focal e papel. Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e o acr´ılico na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Parte 1 - Obtenc¸a˜o do ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico Figura 1.1: Montagem do Experimento 1. Monte o experimento conforme a figura 1.1. 2. Ligue a fonte de luz tomando cuidado que esteja na voltagem correta. 3. Calibre o disco girato´rio de forma que o feixe luz atravesse os mesmos aˆngulos (0 graus) dos dois lados desse. 4. Varie o aˆngulo de incideˆncia de 0o a 90o de 5 graus em 5 graus. Monte uma tabela para coleta de dados. 5. Obtenha o incide de refrac¸a˜o (n) por meio da lei de Snell para cada aˆngulo. Fac¸a o tratamento estat´ısticos adequado para a ana´lise dos valores obtidos, ou seja, obtenha uma me´dia dos valores de ı´ndice de refrac¸a˜o e o seu desvio por meio da teoria de propagac¸a˜o de erros. Considere o valor do ı´ndice de refrac¸a˜o do ar igual a 1. 6. Fac¸a um gra´fico de seno do aˆngulo de refrac¸a˜o em func¸a˜o do aˆngulo de incideˆncia e obtenha o valor de n. Experimento 1: Lei de Refrac¸a˜o e Reflexa˜o interna total. 25 Parte 2 - Medidas usando a face curva do acr´ılico 1. Com a mesma montagem experimental a parte 1, posicione o acr´ılico de modo que o raio de incideˆncia atinja a partecurva do mesmo. 2. Varie o aˆngulo de incideˆncia e de 5 em 5 graus, da mesma forma como foi feito na parte 1. 3. Discuta em seu relato´rio diferenc¸as observas entre a parte 1 e a parte 2. Foi poss´ıvel obter o aˆngulo de refrac¸a˜o para todos os aˆngulos? Parte 3 - Reflexa˜o interna total Figura 1.2: a) Aparato experimental. b) Esquema dos feixes dentro do acr´ılico. 1. Monte o aparato como mostrado na figura 1.2a). 2. Coloque a folha de papel sobre o disco girato´rio, desenhe a posic¸a˜o do acr´ılico. 3. Gire o disco girato´rio ate´ que o padra˜o visto na figura 1.2b) seja obtido, ou seja, o feixe de cor vermelha desaparec¸a. 4. Risque no papel a posic¸a˜o do feixe incidente e refletido. 5. Retire o acr´ılico e fac¸a, com o uso de uma re´gua o prolongamento dos feixes. Experimento 1: Lei de Refrac¸a˜o e Reflexa˜o interna total. 26 6. Usando um transferidor mec¸a o aˆngulo entre o feixe incidente e refle- tido. 7. Calcule o aˆngulo cr´ıtico e compare com os resultados obtidos pela lei de Snell. CAPI´TULO 2 EXPERIMENTO 2: DISPERSA˜O DA LUZ “A luz das estrelas fixas e´ da mesma natureza que a luz do Sol ” Isaac Newton. Objetivos Nesse experimento vamos analisar a dependeˆncia do ı´ndice de refrac¸a˜o de um prisma com o comprimento de onda. Materiais utilizados Bloco o´ptico, prisma de acr´ılico, Disco girato´rio, Fenda u´nica, Lente convergente plano-convexa de 60 mm de diaˆmetro e 120 mm de distaˆncia focal. Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e o acr´ılico na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. 1. Monte o aparato experimental como mostrado na figura 2.1. Experimento 2: Dispersa˜o da Luz. 28 Figura 2.1: Prima e dispersa˜o da luz branca. 2. Ligue a fonte de luz tomando cuidado que esteja na voltagem correta. 3. Calibre o disco girato´rio de forma que o feixe luz atravesse os mesmos aˆngulos (0 graus) dos dois lados desse. 4. Girando o prisma continuamente num mesmo sentido em torno de um eixo paralelo a`s suas faces, o aˆngulo de desvio deve decrescer, alcanc¸ar um valor mı´nimo e enta˜o crescer. O mesmo aˆngulo de desvio, chamado aˆngulo de desvio mı´nimo θ ocorre para aquele aˆngulo de incideˆncia particular em que o raio refratado dentro do prisma faz aˆngulos iguais com as duas faces do prisma. 5. Fazer uma tabela com aˆngulo de desvio mı´nimo correspondentes a cada comprimento de onda (λ), ou seja, para cada cor, e trac¸ar um gra´fico do aˆngulo de desvio mı´nimo em func¸a˜o do comprimento de onda tabelado. 6. Utilizar os aˆngulos de desvio mı´nimo e o aˆngulo entre as faces do prisma e encontrar o incide de refrac¸a˜o (n) para cada comprimento de onda. 7. Apresentar seus dados em uma tabela e fazer o gra´fico o ı´ndice de refrac¸a˜o (n) em func¸a˜o do comprimento de onda (λ). 8. Levando em conta os erros acidentais e as imprecisa˜o de leitura, pode- se afirmar que o aˆngulo mı´nimo e´ diferente para diferentes cores? CAPI´TULO 3 EXPERIMENTO 3: PROFUNDIDADE APARENTE (Fonte: POR QUE TEMOS ILUSA˜O DE O´TICA? 2). Objetivos Determinar o ı´ndice de refrac¸a˜o usando a profundidade aparente. Materiais utilizados Bloco o´ptico, acr´ılico, Disco girato´rio, Aparado com Fendas, Lente con- vergente plano-convexa de 60 mm de diaˆmetro e 120 mm de distaˆncia focal, papel, paqu´ımetro/re´gua. 2Dispon´ıvel em < http : //minilua.com/ que− temos− ilusao− otica/ >. Acesso em 08− 03− 2015 Experimento 3: Profundidade Aparente 30 Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e o acr´ılico na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Parte 1 - Determinac¸a˜o do ı´ndice de refrac¸a˜o usando a profundi- dade aparente. Figura 3.1: Montagem para determinac¸a˜o da profundidade aparente. 1. Monte o aparato como mostrado na figura 3.1, lembrando em colocar o papel branco sobre o disco girato´rio e marcando a posic¸a˜o do mesmo. 2. Risque no papel a posic¸a˜o dos feixes incidente e refletido. 3. Retire o acr´ılico e fac¸a, com o uso de uma re´gua o prolongamento dos feixes para encontrar a profundidade aparente (d). Determine esse valor bem como o valor da espessura do acr´ılico (t). 4. Obtenha o ı´ndice de refrac¸a˜o por meio da expressa˜o n = td . Compare seus resultados com o valor nominal de 1,5 para o ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico. 5. Discuta e obtenha a expressa˜o n = td em seu relato´rio. Experimento 3: Profundidade Aparente 31 Figura 3.2: Esquema para determinac¸a˜o do ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico. 6. Terminado essa parte, monte o aparato como mostrado na figura 3.2, tomando os mesmos cuidados e anotando as informac¸o˜es necessa´rias. 7. Risque no papel a posic¸a˜o dos feixes incidente e refletido. 8. Retire o acr´ılico e fac¸a, com o uso de uma re´gua o prolongamento dos feixes para encontrar a distaˆncia x. Use o valor ja´ determinado para a espessura do acr´ılico (t). 9. Obtenha o ı´ndice de refrac¸a˜o por meio da expressa˜o n = 11−x t . Com- pare seus resultados com o valor nominal para o acr´ılico de 1,5 para o ı´ndice de refrac¸a˜o. 10. Discuta a expressa˜o n = tt−x em seu relato´rio. CAPI´TULO 4 EXPERIMENTO 4: ESPELHOS E LEIS DE REFLEXA˜O “Do meu telesco´pio, eu via Deus caminhar! A maravilha, a harmonia e a organizac¸a˜o do universo so´ pode ter se efetuado conforme um plano de um ser todo-poderoso e onisciente.” Isaac Newton. Objetivos Nesse experimento vamos estudar espelhos planos, coˆncavo e convexo. Sera˜o estudadas as leis de reflexa˜o nesses aparatos. Materiais utilizados Bloco o´ptico, superf´ıcie refletora conjugada, Disco girato´rio, Fenda u´nica e mu´ltipla (5 fendas), espelhos coˆnvavo (f = 200mm) e convexo (f = 50mm), aparato para formac¸a˜o da imagem. Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e a superf´ıcie refletora conjugada na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas Experimento 4: Espelhos e Leis de Reflexa˜o 33 o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Parte 1 - Reflexa˜o em espelho plano Figura 4.1: Montagem experimental para estudo da face plana do aparado. 1. Monte o equipamento conforme a figura 4.1. 2. Incida o feixe de luz na face plana superf´ıcie refletora conjugada. 3. Varie o aˆngulo do feixe de incideˆncia por meio do disco girato´rio de 0o, 10o, 20o, 30o, 40o, 50o, 60o, 70o e 80o e obtenha o aˆngulo de reflexa˜o. 4. Monte uma tabela comparando os resultados. 5. A lei da reflexa˜o foi comprovada por esse experimento? Parte 2 - Reflexa˜o em espelhos coˆncavo e convexo 1. Monte o equipamento conforme a figura 4.2. Nesse caso vamos usar a fenda mu´ltipla (5 fendas). 2. Coloque sobre o disco girato´rio uma folha de papel e incida os feixes de luz sobre a face coˆncava, tomando cuidado para que o ve´rtice do espelho esteja no centro do disco girato´rio e os feixes incidentes esteja perpendiculares a esse ponto. 3. Fac¸a um esboc¸o a regia˜o coˆncava e dos feixes de luz no papel, tomando cuidado para na˜o forc¸ar o la´pis sobre a disco girato´rio. Desenhe os feixes incidentes e refletidos. Desenhe tambe´m os prolongamentos dos feixes. Experimento 4: Espelhos e Leis de Reflexa˜o 34 Figura4.2: Montagem experimental para estudo da face coˆncava e convexa. 4. Encontre distaˆncia focal (f) e o raio de curvatura (R). Qual e´ a relac¸a˜o entre esses valores. Onde esta´ localizado o centro de curvatura? Use a folha de papel para indicar esses valores. No espelho coˆncavo o foco e´ virtual ou real? 5. Repita os procedimentos e responda as questo˜es dadas anteriomente para o espelho convexo Parte 3 - Determinac¸a˜o da distaˆncia focal em espelhos esfe´ricos. 1. Disponha o experimento em uma linha reta espelho-objeto-apataro de reflexa˜o. Primeiro vamos fazer para o espelho coˆncavo. 2. Coloque o espelho a uma distaˆncia que se consiga observar um ponto n´ıtido no aparato. 3. Mec¸a a distaˆncia do objeto (do) e da imagem ao espelho (di). 4. Varie a distaˆncia mais 4 vezes, observando o ponto n´ıtido. 5. Usando a relac¸a˜o de Gauss que descreve: 1f = 1 do + 1di , obtenha a distaˆncia focal f. 6. A imagem observada e´ real ou virtual? Direta ou invertida? 7. Repita os procedimentos para o espelho convexo. E´ poss´ıvel ou na˜o realizar o experimento? CAPI´TULO 5 EXPERIMENTO 5: LENTES CONVERGENTES E DIVERGENTES “Na vida, na˜o existe nada temer, mas a entender.” Marie Curie. Objetivos Nesse experimento vamos estudar lente convergente de bordo fino, lente convergente e divergente de bordo grosso. Sera˜o estudadas as leis de refrac¸a˜o em lentes. Materiais utilizados Bloco o´ptico, lente convergente e divergente de bordo fino, perfis bi- convexo e biconcavo representando lentes de bordo grosso, Disco girato´rio, Fenda mu´ltipla (5 fendas) e papel milimetrado. Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e o acr´ılico na˜o devem ser manuseados de forma a deixar Experimento 5: Lentes convergentes e divergentes 36 res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Parte 1 - Determinac¸a˜o da distaˆncia focal de uma lente de bordo fino Figura 5.1: Montagem experimental para estudo da lente fina. 1. Monte o equipamento conforme a figura 5.1. 2. Posicione as lentes e a letra F de modo de consiga visualizar a imagem no aparato. Mova o aparato ate´ que o F fique n´ıtido. 3. Anote as distaˆncias objeto-lente (do), lente imagem (di) e os tama- nhos o objeto (o) e da imagem gerada (i). Obtenha as incertezas nas medidas anteriores. Lembre-se que tamanho do objeto na˜o varia. 4. Obtenha di e i para quatro do diferentes. Tome cuidado de sempre manter a imagem n´ıtida. 5. Fac¸a uma tabela com do e di e obtenha a distaˆncia focal por meio da equac¸a˜o de Gauss para lentes. Nessa mesma tabela acrescente i e o. 6. Nessa mesma tabela calcule di/do e i/o. Qual a relac¸a˜o entre esses resultados. Lembre-se de i/o e´ o aumento da imagem. 7. Calcule a me´dia das distaˆncias focais (f), seu desvio padra˜o(σ). Com- pare o resultado do desvio padra˜o com o desvio obtido pela teoria de propagac¸a˜o de erros. 8. Classifique a imagem como real ou virtual, direta ou invertida. Experimento 5: Lentes convergentes e divergentes 37 Parte 2 - Determinac¸a˜o da distaˆncia focal de uma lentes conver- gentes e divergentes de bordo grosso Figura 5.2: Montagem experimental para estudo de lentes convergentes e divergentes. 1. Monte o equipamento conforme a figura 5.2. Nesse caso vamos usar a fenda mu´ltipla (5 fendas). 2. Coloque sobre o disco girato´rio uma folha de papel e incida os feixes de luz sobre a lente convergente (biconvexo), tomando cuidado para que o ve´rtice da lente esteja no centro do disco girato´rio e os feixes incidentes esteja perpendiculares a esse ponto. 3. Fac¸a um esboc¸o a lente e dos feixes de luz no papel, tomando cuidado para na˜o forc¸ar o la´pis sobre a disco girato´rio. Desenhe os feixes in- cidentes e refratados. Desenhe tambe´m os prolongamentos dos feixes, caso tenha. 4. Encontre distaˆncia focal (f) e o raio de curvatura (R) para ambas as faces. 5. Qual e´ a relac¸a˜o entre esses valores. Onde esta´ localizado o centro de curvatura? A imagem gerada e´ virtual ou real? O foco e´ real ou virtual? O que significa o ponto de cruzamento dos feixes? 6. Use a folha de papel para indicar esses valores. Experimento 5: Lentes convergentes e divergentes 38 7. Compare a distaˆncia de onde os feixes cruzam com a distaˆncia focal calculada pela equac¸a˜o de Gauss e de Bessel. 8. Repita os procedimentos e responda as questo˜es dadas anteriomente para lente divergente (bicoˆncava). 9. Use a equac¸a˜o dos fabricantes de lentes e calcule a distaˆncia focal para a s duas lentes. Compare os resultados da distaˆncia focal obtidos pela diferentes equac¸o˜es e discuta os resultados. Parte 3 - Instrumentos o´pticos. Figura 5.3: Aparato do experimento. 1. Monte o equipamento conforme a figura 5.3. Nesse caso na˜o vamos realizar o experimento no escuro. 2. Vamos primeiramente montar uma luneta. 3. Usando as lentes de f = -10 cm e f = 25 cm nos locais de L1 e L2, ou seja, como ocular e objetiva respectivamente. 4. Usando a fenda mu´ltipla, prenda o papel milimetrado nos cavaleiros meta´licos. 5. Posicione no final do trilho do banco o´ptico o aparato com o papel milimetrado. 6. Ajuste ate´ que a imagem fique n´ıtida. 7. Obtenha o tamanho da imagem lente e calcule o aumento A. Lembre-se que A = i/o, onde i e´ o tamanho da imagem e o do objeto. 8. Mec¸a a distaˆncia entre as lentes e compare com a soma das distaˆncias focais das lentes. 9. Agora vamos montar um microsco´pio. 10. Utilize as lentes de f = 25 cm e f = 5 cm nos locais de L1 e L2, ou seja, como ocular e objetiva. Experimento 5: Lentes convergentes e divergentes 39 11. Posicione o papel milimetrado agora pro´ximo da objetiva. 12. Ajuste a distaˆncia entre as lentes de modo de possa visualizar nitida- mente a imagem. 13. Repita as ana´lises feitas para os instrumentos anteriores e discuta seus resultados em seu relato´rio. CAPI´TULO 6 EXPERIMENTO 6: DIFRAC¸A˜O DA LUZ. (Fonte: 10 incr´ıveis iluso˜es de o´ptica. 3). Objetivos Nesse experimento vamos estudar os fenoˆmenos de difrac¸a˜o por diferentes fontes de luz. Materiais utilizados Bloco o´ptico, fenda u´nica, lentes com distaˆncias focais de 5 cm , 10 cm e 12 cm, re´gua milimetrada, rede de difrac¸a˜o de 500 fendas/mm, laser e fio de cabelo. 3Dispon´ıvel em < http : //vamoslasabercomoe.blogspot.com.br/search/label/10%20incr %C3%ADveis%20ilus%C3%B5es%20de%20%C3%B3ptica%20%20 − %20%20HY PE%20SCIENCE%20%20 − %20%2017%20de%20Julho%20de%202014 > Acesso em08− 03− 2015 Experimento 6: Difrac¸a˜o e polarizac¸a˜o da luz 41 Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e a rede de difrac¸a˜o na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Parte 1 - Difrac¸a˜o da luz branca e obtenc¸a˜o do comprimento de onda da luz branca. 1. Monte o equipamento conforme de costume colocando a lente conver- gente de f = 5cm a 4 cm da fonte luminosa. Colocar fenda diante dessa. 2. Utilizar a lente de f = 10cm para projetar no anteparo. 3. Ajustar a posic¸a˜o da lente para que a imagem fique em n´ıtida no anteparo. 4. Coloque a rede de difrac¸a˜o a uma certa distaˆncia. Essa posic¸a˜o sera´ nosso “a” 5. Medir a distaˆncia de cada cor em relac¸a˜o ao centro com a re´gua mili- metrada (procure encontrar as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta). Esse valor sera´ nosso X. 6. Varie “a” e obtenha X para as diferentes cores. 7. Obtenha o comprimentode onda de cada cor por meio da seguinte expressa˜o: λ = D.X (a2+X2)1/2 . Compare dos resultados com a tabela abaixo. D e´ a constante da rede de difrac¸a˜o que e´ e´ dada por: D = 1 500fendas/mm . Lembre-se que os valores de distancias devem ser calcu- lados em metro para a formula acima. 8. Por que podemos usar essa expressa˜o para esse experimento? Os com- primentos de onda esta˜o entre os valores da tabela? 9. Obtenha frequeˆncia para cada comprimento de onda. Parte 2 - Difrac¸a˜o de um laser vermelho e obtenc¸a˜o do compri- mento de onda 1. Utilize uma base para apoiar o Laser. 2. Incida diretamente sobre a rede de difrac¸a˜o o feixe de Laser. Experimento 6: Difrac¸a˜o e polarizac¸a˜o da luz 42 3. Posicione a rede de difrac¸a˜o a uma certa distaˆncia e anote esse valor (valor de “a”). 4. O que voceˆ observou de diferente referente a parte 1 desse experimento. 5. Medir a distaˆncia X. 6. Varie a e obtenha X. 7. Utilize a mesma expressa˜o da parte 1 para calcular o comprimento de onda. 8. Obtenha frequeˆncia. Parte 3 - Medida do diaˆmetro de um fio de cabelo por meio de um laser. 1. Utilize uma base para apoiar o Laser. 2. Anote a distaˆncia L entre a parede e o suporte do fio de cabelo. 3. Coloque uma folha de papel na parede e fixe com fita adesiva. 4. Incida o Laser diretamente sobre o fio de cabelo. 5. Observe um padra˜o de interfereˆncia no papel fixo a parede. Risque o ponto central e os pontos do padra˜o de difrac¸a˜o. A distancias entre esses pontos sera´ nosso ∆x. 6. Com o comprimento de onda(λ) obtido na parte 2, calcule a espessura do fio de cabelo (e), pela seguinte expressa˜o: e = λ.L∆x . Fac¸a isso para pelo menos 4 diferentes distaˆncias e compare com o obtido por um microˆmetro. 7. Justifique que o experimento e a expressa˜o dadas sa˜o adequados para obtenc¸a˜o da espessura do fio de cabelo. CAPI´TULO 7 EXPERIMENTO 7: POLARIZAC¸A˜O DA LUZ “Na˜o existem me´todos fa´ceis para resolver problemas dif´ıceis.” Rene´ Descartes Objetivos Nesse experimento vamos estudar os fenoˆmenos de difrac¸a˜o por diferentes fontes polarizac¸a˜o da luz. Materiais utilizados Bloco o´ptico, fenda u´nica, lentes com distaˆncias focais de 5 cm e 10 cm, laser, polaroides. Procedimento experimental Os procedimentos a seguir sa˜o importantes para a realizac¸a˜o das pra´ticas de forma adequada. Desse modo leia atentamente esses antes de iniciar o experimento. A lente e o polaro´ide na˜o devem ser manuseados de forma a deixar res´ıduos nas suas faces onde sera˜o feitas as medidas o´pticas. Nesse sentido cuidado ao manusea´-los. Experimento 7: Polarizac¸a˜o da luz. 44 Parte 1 - Polarizac¸a˜o da luz branca e do Laser. 1. Monte o equipamento conforme de costume colocando a fonte e a lente convergente de f = 5cm a 4 cm da fonte luminosa. Colocar fenda u´nica diante dessa. 2. Utilizar a lente de f = 10cm para projetar no anteparo. 3. Ajustar a posic¸a˜o da lente para que a imagem fique em n´ıtida no anteparo. 4. Coloque dois polaro´ides diante da fenda. 5. Ajuste o aˆngulo de rotac¸a˜o para 0o nos dois polaroides. Anote o grau do primeiro e do segundo. Esse ultimo valor sera´ utilizado como in- tensidade ma´xima da luz no anteparo. 6. Varie do aˆngulo do segundo polaro´ide a ponto que na˜o se veja mais a luz no anteparo. Anote esse aˆngulo. 7. Fac¸a o mesmo para 20, 40, 60, 80 e 90 graus. 8. Obtenha uma relac¸a˜o entre esses aˆngulos. Parte 2 - Polarizac¸a˜o da luz por reflexa˜o. 1. Monte o experimento como mostrado na figura 7. 2. Caso seja necessa´rio, coloque entre a fenda e o acr´ılico uma lente de distaˆncia focal igual a 10 cm. 3. Ajuste a luz para que atravesse o cristal com aˆngulo de incideˆncia e refrac¸a˜o iguais a 0 graus. 4. Gire o disco a 20 graus. observe o feixe refletido e posicione nesse local o polaro´ide e projete o feixe a 10 cm desse. Inicie com os o polaro´ide a 0 graus. Experimento 7: Polarizac¸a˜o da luz. 45 5. Gire o polaro´ide ate´ observar no anteparo intensidade de luz ma´xima e mı´nima. Anote os aˆngulos respectivos a esses valores. 6. Gire o disco para 40 , 50 e 60 graus, posicionando os polaro´ides nos feixes refletidos e observe o angulo de polarizac¸a˜o da luz para esses aˆngulos do disco. 7. Os valores ma´ximos de polarizac¸a˜o significam que a luz esta polarizada nesse aˆngulo. 8. Calcule a tangente desses aˆngulos ma´ximos e compare com o ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico que e´ aproximadamente igual a 1,5. 9. Para qual aˆngulo de incideˆncia da luz no disco o valor da tangente e´ comparado com n? 10. Esse aˆngulo e´ conhecido como aˆngulo de Brewster, comente sobre isso em seu relato´rio.