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AMELOBLASTOMA Tumor odontogênico mais comum A frequência equivale a união de todos os outros tumores Origem no epitélio-odontogênico Teoricamente ele pode surgir: dos restos da lâmina dentária de um órgão do esmalte em desenvolvimento do revestimento epitelial de um cisto odontogênico ou das células basais da mucosa oral. Crescimento lento Localmente invasivo Curso benigno na maior parte dos casos Três diferentes apresentações clinico-radiográficas Sólido convencional ou multicístico (75% a 86%) Unicístico (13% a 21%) Periférico – Extraósseo (1% a 4%) AMELOBLASTOMA SÓLIDO CONVENCIONAL OU MULTICÍSTICO Características Clínicas: Ampla variedade de faixa etária Raro em crianças com menos de 10 anos Incomum no grupo de 10 a 19 anos Comum entre 30 a 70 anos Não há predileção por gênero Geralmente assintomáticos Aumento de volume indolor Pode crescer lentamente até atingir grandes proporções Dor e parestesia são incomuns, mesmo em tumores grandes Características Radiográficas: Lesão radiolúcida multicolular “Bolhas de sabão” - Quando a loculação é grande “Favos de mel” – Quando a loculação é pequena Expansão vestibular e lingual das corticais Reabsorção radicular Margens das lesões apresentam festonamento irregular Características Histopatológicas: Diversos subtipos microscópicos Apresentam pouca relação como comportamento do tumor Padrão Folicular Mais comum e reconhecível Ilhas que lembram o epitélio do órgão do esmalte em meio a um estroma maduro de tecido conjuntivo fibroso Região central com células angulares arranjadas frouxamente Rodeada por uma camada única de células colunares altas (semelhante aos ameloblastos) Polaridade reversa – Núcleo em lado oposto a membrana basal Comum tem a formação de cistos Padrão Plexiforme Cordões longos e anastomosados ou lençóis maiores do epitélio odontogênico Delimitados por células colunares ou cúbicas semelhantes a ameloblastos Circundam células epiteliais arranjadas frouxamente Incomum a formação de cistos Padrão Acantomatoso Quando ocorre metaplasia escamosa Formação que queratina nas regiões centrais das ilhas epiteliais de um Ameloblastoma Folicular Não indicam um curso mais agressivo para a lesão Pode ser confundido com carcinoma epidermóide ou com tumor odontogênico escamoso Padrão de Células Glandulares Transformações de células epiteliais lesionais em células glandulares Essas células apresentam o citoplasma preenchido por grânulos eosinofílicos Lembram lisossomos Inicialmente considerado como consequência de lesão de longa duração Mas foi observada em pacientes jovens Padrão Desmoplásico Pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico Estroma densamente colagenizado Aumento na produção da citocina – fator de crescimento transformador Células periféricas colunares semelhantes a ameloblastos são dificilmente encontradas nas ilhas epiteliais Padrão de Células Basais Menos comum Composta por ninhos de células basaloides uniformes Similar ao carcinoma basocelular de pele Não há reticulo estrelado na porção central dos ninhos As células ao redor do ninho tendem a ser cúbicas em vez de colunares Tratamento e Prognóstico: Varia de uma simples enucleação e curetagem até a ressecção em bloco O tratamento ideal é controverso Infiltração no osso esponjoso fazendo com que a margem verdadeira vá além da margem da lesão A curetagem pode deixar pequenas ilhas do tumor (Recidiva de 50% a 90%) Ressecção marginal é o mais utilizado (recidiva de 15%) A remoção do tumor, seguida por ostectomia periférica, reduz a necessidade de cirurgias reconstrutivas extensas Alguns cirurgiões defendem que a margem de ressecção deve ser de pelo menos 1 a 1,5cm além dos limites radiográficos da lesão Estudos mostram que o Ameloblastoma é radiossensível, mas raramente é utilizado como terapia, pois pode desenvolver doenças malignas secundárias. O Ameloblastoma convencional é uma neoplasia persistente e infiltrativa Muito raramente pode levar ao óbito Na maioria dos casos não ameaçam a vida Raramente exibe comportamento maligno AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO Mais agressivo que o multicístico Responsável por 10% a 46% de todos os ameloblastomas Pode se formar da transformação neoplásica do epitélio de cisto não neoplásico Características clínicas: Mais frequentemente encontrado em pacientes mais jovens (20 anos – 50%) Mais comum na região posterior de mandíbula Costuma ser assintomática Grandes lesões causam aumento de volume indolor Lembra clinicamente o cisto dentígero O aspecto cirúrgico pode sugerir que a lesão seja um cisto O diagnóstico de ameloblastoma só será conclusivo por meio do estudo microscópico Características Clínicas e Radiográficas: Imagem radiolúcida circunscrita envolvendo a coroa de terceiros molares inclusos Em alguns casos, a área radiolúcida pode apresentar margens festonadas Características Histopatológicas: Existem três variantes do ameloblastoma unicístico Ameloblastoma unicístico luminal O tumor está confinado à superfície luminar do cisto Possui uma parede cística fibrosa com revestimento composto por epitélio ameloblástico com camada basal de células colunares ou cúbicas Núcleo hipercromático com polaridade reversa As células epiteliais sobrejacentes estão frouxamente unidas Ameloblastoma unicístico intraluminal ou plexiforme Nódulos se projetam do revestimento cístico para o lúmen do cisto Os nódulos podem ser pequenos ou preencher grande parte do lúmen Os nódulos apresentam padrão edemaciado e plexiforme que lembra o ameloblastoma convencional A proliferação celular intraluminal nem sempre permite o diagnóstico de ameloblastoma Ameloblastoma unicístico mural A parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma folicular ou plexiforme Em qualquer ameloblastoma unicístico é necessário múltiplos cortes em diferentes níveis para descartar a possibilidade de invasão mural pelas células tumorais. Tratamento e Prognóstico: Geralmente são tratados como cistos, por meio da enucleação O diagnóstico somente é feito através da análise histopatológica Caso o ameloblastoma esteja confinado ao lúmen do cisto o tratamento é apenas a enucleação O paciente deve permanecer sob acompanhamento por um longo período Caso apresente extensão do tumor em direção à parede fibrosa (para fora do cisto), pode ser necessário a ressecção com margem de segurança. No entanto, outra filosofia aconselha aguardar até que seja notada a recidiva para uma nova abordagem cirúrgica. Nesse caso é necessário um acompanhamento radiográfico rigoroso. A taxa de recidiva após a enucleação e curetagem é de 10% a 20% (menor que o multicístico que é de 50% a 90%). AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO (EXTRAÓSSEO) Incomum, responsável por apenas 1% a 4% de todos os ameloblastomas É provável que surja dos restos da lâmina dentária sob a mucosa oral, ou das células basais do epitélio de superfície. Histopatologicamente, apresenta as mesmas características do ameloblastoma multicístico plexiforme Características Clínicas: Geralmente é indolor e não ulcerada Séssil ou pediculada Acomete a mucosa gengival ou alveolar Considerada clinicamente como um fibroma ou granuloma piogênico Apresenta um tamanho aproximado de 1,5cm Acomete todas as faixas etárias, mas geralmente pacientes entre 50 anos Geralmente encontrados na região posterior de mandíbula Em alguns casos acontece erosão do osso alveolar superficial, mas não tem envolvimento ósseo Características Histopatológicas: Apresentam ilhas de epitélio ameloblástico que ocupam a lâmina própria sob o epitélio superficial Pode apresentar qualquer característica do ameloblastoma intraósseo Os padrões plexiforme ou folicular são mais comuns Conexão do tumor com a camada basal do epitélio em 50% dos casos Pode ser confundido com o Fibroma Odontogênico periférico A presença de dentina displásica, elemento semelhante a cemento e ausência de células epiteliais colunares periféricas, são características doFibroma Odontogênico Periférico que o diferenciam do ameloblastoma periférico. Tratamento e Prognóstico: Mostra comportamento clínico inofensivo Excisão cirúrgica local Recidiva de 15% a 20% Uma nova excisão cirúrgica geralmente resulta na cura Raramente ocorre transformação maligna AMELOBLASTOMA MALIGNO E CARCINOMA AMELOBLÁSTICO Raramente ocorre a transformação maligna do melanoma, com metástases Menos de 1% dos ameloblastomas O termo ameloblastoma maligno deve ser usado para um tumor que mostra características histopatológicas de um ameloblastoma, tanto no tumor primário quanto nas metástases O termo carcinoma ameloblástico é usado para ameloblastoma que apresenta características citológicas de malignidade no tumor primário, recidiva ou metástases Essas lesões podem apresentar um curso local marcante e agressivo, mas as metástases não necessariamente ocorrem. Características Clínicas: O ameloblastoma maligno é observado em paciente com idade média de 30 anos Sem predileção por gênero As primeiras evidencias de metástase variam de 3 a 45 anos O carcinoma ameloblástico é observado em pacientes com idade média de 60 anos Predileção pelo gênero masculino 2:1 As metástases dos ameloblastomas são mais comumente encontrados nos pulmões Os linfonodos cervicais são o segundo sitio mais comum de metástase Com menor frequência pode ocorrer metástase para vertebras, outros ossos e vísceras Características Radiográficas: O ameloblastoma maligno apresentam as mesmas características dos não metastáticos Os carcinomas ameloblástico apresentam margens mal definidas e destruição cortical Características Histopatológicas: Os ameloblastomas malignos primário ou as metástases apresentam as mesmas características dos ameloblastomas locais benignos Os carcinomas ameloblástico apresentam as mesmas características do ameloblastoma, no entanto, também apresentam características de malignidade (aumento da razão núcleo-citoplasma, hipercromatismo nuclear e mitoses) Tratamento e Prognóstico: O prognóstico é desfavorável Cerca de 50% dos pacientes com metástases, vem a falecer devido à doença O carcinoma ameloblástico tem demonstrado um curso clínico agressivo, com perfuração da cortical óssea e extensão dos em direção aos tecidos moles adjacentes.