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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE IDOSO Professora Michele Nakahara Mestra em Enfermagem - UFJF Enfermeira e licenciada em Enfermagem – UFJF Especialista em Urgência e Emergência Pós-Graduanda em Saúde Mental e Atenção Psicossocial Especialização de Formação de Educadores em Saúde/UFMG Envelhecimento individual é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte (OPAS, 2005) O processo de envelhecimento não é homogêneo. Ele é influenciado por fatores genéticos, hábitos de vida, condições sociais e econômicas, aspectos culturais, entre outros. O processo natural de envelhecimento, ou senescência, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga, como, a presença de doenças, o envelhecimento pode ocasionar uma condição patológica que requer assistência – situação denominada senilidade. NO BRASIL, ATÉ A DÉCADA DE 1960, HOUVE UM CRESCIMENTO POPULACIONAL HOMOGÊNEO. A PARTIR DA DÉCADA DE 1970, OBSERVOU-SE QUE A PROPORÇÃO ENTRE CRIANÇAS E PESSOAS COM 60 ANOS OU MAIS COMEÇOU A DIMINUIR, DANDO INÍCIO À TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA . A PARTIR DESSA DÉCADA, OBSERVOU-SE O ENVELHECIMENTO CONTÍNUO DA ESTRUTURA ETÁRIA, COM PERSPECTIVAS DE AUMENTO AINDA MAIOR DA POPULAÇÃO IDOSA NAS PRÓXIMAS DÉCADAS (PEREIRA, 2008). EM 2014, OS IDOSOS JÁ REPRESENTAVAM 13,7% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA – 27,8 MILHÕES DE PESSOAS COM 60 ANOS OU MAIS. EM 2050, CALCULA-SE QUE ESSE NÚMERO CHEGUE A 64 MILHÕES – QUASE 30% DA POPULAÇÃO (IBGE, 2016). POR QUE ESSA MUDANÇA DA FAIXA ETÁRIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA É ALVO DE INTERESSE DE ENFERMEIRO??? CONSEQUÊNCIAS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Alterações relevantes nos indicadores de morbimortalidade. Pode-se dizer que temos, atualmente, uma superposição das doenças crônico-degerativas, dos acidentes e das violências sobre as doenças transmissíveis (CHAIMOWICZ, 2009). DCNT CAUSAS EXTERNAS DOENÇAS TRANSMISSI VEIS TRIPLA CARGA DOENÇAS FEMINIZAÇÃO DA VELHICE 2004 2009 Outra característica do nosso envelhecimento populacional é o aumento da proporção de idosos com mais de 80 anos entre os próprios idosos. Esses idosos constituem uma população bastante distinta dos idosos jovens devido à maior prevalência de doenças e ao grau de dependência funcional (CHAIMOWICZ, 2009). AS DIMENSÕES DO CONCEITO DE ENVELHECIMENTO ATIVO DOENÇA E CURA X CAPACIDADE FUNCIONAL ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) aborda a saúde do indivíduo idoso como algo que se traduz pela sua condição de autonomia e independência, e não pela presença ou ausência de doença orgânica. AS DIMENSÕES DO CONCEITO DE ENVELHECIMENTO ATIVO DOENÇA E CURA X CAPACIDADE FUNCIONAL ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA As causas de declínio funcional, normalmente, são múltiplas e multifatoriais ↓ A presença de declínio funcional não pode ser atribuída ao envelhecimento normal, mas sim à presença de incapacidade funcional. O declínio funcional representa o principal determinante de desfechos negativos, como o desenvolvimento de outras incapacidades e piora funcional, institucionalização, hospitalização e morte. POLÍTICAS VOLTADAS À POPULAÇÃO IDOSA Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) tem como finalidade recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. As diretrizes da Política são: POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO (Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994) Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. A Política Nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso (pessoas maiores de 60 anos de idade), criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A Lei dispõe sobre os princípios, diretrizes, organização, ações governamentais e disposições gerais que deverão orientar a Política. CONSTRUÇÃO E CONSOLIDAÇÃO POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO (Portaria nº 1395, de 10 de dezembro de 1999) Foi a primeira política brasileira expressamente relacionada à saúde do idoso. Em 2006, foi revogada pela Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006, que instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA (Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006) Direciona medidas coletivas e individuais de saúde para população idosa em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, a fim de promover a recuperação, a autonomia e a independência dos idosos. ESTATUTO DO IDOSO LEI NO 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Proteção integral Preservação de saúde física e mental Liberdade e dignidade Direito à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar Atendimento preferencial imediato e individualizado Priorização do atendimento do idoso por sua própria família (em detrimento asilar) Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia Formas de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do SUS atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante PECULIARIDADES DA SAÚDE E DOENÇA DE IDOSOS A consulta clínica de pessoas idosas deve sempre contemplar esta diversidade, que se apresenta como mais complexa do que a consulta de adultos ou crianças. Assim, o próprio modo de raciocinar e exercer a clínica deve ser diferente diante de idosos mais velhos, pois a redução da reserva de sistemas fisiológicos (é contínua) e múltiplos problemas concomitantes modificam a apresentação das doenças. NÃO HÁ OUTRA FAIXA ETÁRIA, NA QUAL SEJA MAIOR A VARIABILIDADE DE CONDIÇÕES CLÍNICAS ENTRE OS PACIENTES; SEJA AOS 60, SEJA AOS 90 ANOS , O ESTADO FUNCIONAL E DE SAÚDE DOS IDOSOS SERÁ A RESULTANTE DA INTERAÇÃO ENTRE ALGUNS FATORES, COMO: O declínio funcional de órgãos e sistemas ao longo do envelhecimento não é homogêneo e varia amplamente de acordo com os hábitos de vida e a incidência e controle de doenças, especialmente as doenças crônico-degenerativas REDUÇÃO DA RESERVA FISIOLÓGICA Dessa forma, não é incomum encontrar pessoas com demência moderada, mas que apresentam completa independência funcional (para deambular, se vestir e alimentar). Por outro lado, há pacientes com cognição e autonomia intactas, mas fisicamente dependentes para realizar a maioria das atividades cotidianas (por osteoartrose grave, por exemplo). A partir de certo limite de declínio da reserva fisiológica, especialmente renal,pulmonar, cardíaca e cerebral, o organismo perde a capacidade de suportar agravos; e as descompensações de um sistema ou de todo o organismo passam a se manifestar. Esse limite, entretanto, também não é homogêneo. REDUÇÃO DA RESERVA FISIOLÓGICA A redução da reserva de um sistema fisiológico também contribuirá para a maior gravidade das doenças que o acometem. Este é o motivo da elevada letalidade das pneumonias em idosos e também da maior proporção de casos de úlcera péptica desencadeada por anti-inflamatórios, nesta faixa etária. A partir de certo limite de declínio da reserva fisiológica, especialmente renal, pulmonar, cardíaca e cerebral, o organismo perde a capacidade de suportar agravos; e as descompensações de um sistema ou de todo o organismo passam a se manifestar. Esse limite, entretanto, também não é homogêneo e varia de pessoa para pessoa MANIFESTAÇÕES DE UMA DOENÇA Sintomas e sinais por vezes são peculiares de idosos ALÉM DAS CONSEQUÊNCIAS DA REDUÇÃO DA RESERVA DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS, A FRAGILIDADE DE UM IDOSO SERÁ TANTO MAIS IMPORTANTE QUANTO MAIOR FOR O NÚMERO DE PROBLEMAS CLÍNICOS. MÚLTIPLOS PROBLEMAS - POLIPATOLOGIA A saúde do idoso é a resultante de diversos fatores que interagem ao longo das décadas de vida. Por este motivo, frequentemente os idosos apresentam múltiplas doenças ou condições clínicas ao mesmo tempo, condição denominada polipatologia. Em algumas situações é difícil diferenciar o envelhecimento habitual de condições patológicas, como no caso da redução do condicionamento físico X osteoporose ou das queixas de memória X demência. Esta diferenciação, no entanto, nem sempre será imprescindível para tomada de decisões FISIOLÓGICO X PATOLÓGICO A existência de múltiplos e simultâneos problemas não impede o curso bem sucedido do envelhecimento, que preserve níveis razoáveis de autonomia e independência. Com o aumento da proporção de idosos dentre os usuários do Sistema Único de Saúde, o próprio modo de desenvolver o raciocínio clínico deverá mudar. Em adultos, a presença de múltiplos sinais e sintomas leva ao diagnóstico de uma única síndrome ou doença, como insuficiência cardíaca, tuberculose, depressão. Entre idosos, no entanto, há múltiplas causas provocando os múltiplos sintomas e sinais. A complexidade do raciocínio clínico necessário para avaliar idosos tende a atrasar o diagnóstico e favorecer a evolução da doença, bem como piorar o prognóstico. Esta tendência é agravada pela própria interação entre as manifestações clínicas das múltiplas doenças. Com o aumento da proporção de idosos dentre os usuários do SUS, o próprio modo de desenvolver o raciocínio clínico deverá mudar com o tempo. EFEITO CASCATA E CASCATA IATROGÊNICA A presença de múltiplos problemas e a ↓ da reserva fisiológica Polifarmácia Sucessão de problemas clínicos desencadeados progressivamente Efeitos adversos de medicamentos FENÔMENO DO ICEBERG Alguns problemas comuns em idosos não geram queixas durante um longo período de sua evolução, podendo permanecer ocultos, “submersos”, como a parte principal de um iceberg. FENÔMENO DO ICEBERG Outros são evidentes, mas podem não ser reconhecidos por uma equipe sem treinamento. E acabam piorando a qualidade de vida (como a incontinência urinária), oferecendo risco (como fraturas por osteoporose), podendo trazer consequências muito significativas no médio prazo (como a perda de visão provocada pelo glaucoma) AS PRINCIPAIS QUEIXAS DAS PESSOAS IDOSAS POR VEZES NÃO CORRESPONDEM AOS SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE, COMO SERIA O CASO DE UM IDOSO QUE SE CONSULTOU PARA RENOVAR A PRESCRIÇÃO DE UM ANTIDEPRESSIVO, MAS CUJO EXAME FÍSICO REVELOU A PRESENÇA DE ANEMIA. ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao banheiro urinar. Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao banheiro urinar. Considere que ela tem baixa acuidade visual por causa de catarata, é dependente de clonazepam para dormir, apresenta hipotensão ortostática pela dose excessiva de anti-hipertensivos (que incluem nifedipina de dia - que tem provocado edema das pernas - e hidrocolorotiazida à noite) e tem osteoartrose dos joelhos com indicação para fisioterapia e uso de bengala. ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS Imagine uma idosa que sofreu duas quedas em casa quando andava rapidamente pelo corredor, no meio da noite, para ir ao banheiro urinar. Além disso, ela usa um chinelo que às vezes sai do pé e, na sua casa, no corredor mal iluminado que leva ao banheiro, há um tapete escorregadio ABORDAGEM CLÍNICA DE PESSOAS IDOSAS Diversas ações devem ser avaliadas e tomadas em conjunto pela equipe, como: a avaliação do benzodiazepínico, a retirada do diurético noturno, a redução da dose total de anti-hipertensivos com substituição da nifedipina, a fisioterapia para treino de marcha, de equilíbrio e de utilização de bengala. Manejo da redução da ingestão de líquidos após as 18h, a recomendação de urinar logo antes de dormir e mesmo colocar uma comadre para que a idosa possa urinar no quarto sem ir ao banheiro. Outras ações simples seriam a recomendação para utilizar calçados mais firmes, o aumento da iluminação do corredor e a retirada ou fixação dos tapetes escorregadios. Com o intuito de reduzir no médio prazo o risco de quedas e fraturas seria importante programar a cirurgia de catarata e avaliação de ostoporose. É imprescindível uma equipe multidisciplinar bem treinada, pois somente um conjunto de intervenções – incluindo modificações no domicílio – será capaz de reduzir o risco de fraturas. PECULIARIDADES DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM PESSOAS IDOSAS Embora a maioria das doenças em idosos se apresente de forma habitual, muitas vezes as manifestações serão atípicas: Sinais e sintomas Comuns podem ser menos intensos/não existirem Sinais e sintomas incomuns podem ser a primeira ou a principal manifestação Doenças que acometem um sistema podem manifestar-se em outro sistema E X E M P L O S . .. • Ausência de leucocitose em um quadro infeccioso agudo pode ser consequência da resposta inflamatória atenuada pelo envelhecimento; • Na radiografia de tórax do idoso com pneumonia, a consolidação do parênquima pulmonar por vezes só torna-se evidente após a correção da desidratação; • Na densitometria óssea, a densidade mineral óssea pode estar falsamente elevada em pacientes com osteoartrose. Em idosos com “baixa reserva cognitiva”, o estado de delirium (confusão mental aguda) pode ser indicativo de agravos tão diversos como constipação intestinal, erisipela, insuficiência cardíaca ou efeitos adversos de medicamentos. “Desânimo, falta de energia e dores no corpo” podem ser manifestações de doenças tão diversas quanto hipertireoidismo, osteomalácia ou depressão. Insônia pode ser a expressão clínica da ortopnéia ou da nictúria na insuficiência cardíaca inicial. - Perda de peso pode sugerir neoplasias ou ser provocada por próteses dentárias mal ajustadas. HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO . O profissional de saúde deverá conhecer tanto os sintomas que geralmente estão ausentes, quanto os sintomas que invariavelmente estão presentes Em virtude da redução da reserva fisiológica do sistema respiratório, por exemplo, é raro observar pneumonia sem taquipnéia. Sintomas sistêmicos como astenia e hiporexia podemser a manifestação de inúmeras doenças diferentes e, por vezes, os familiares e o próprio idoso podem erroneamente atribuir estes sintomas ao “envelhecimento”. Embora as queixas mais recentes sejam especialmente importantes, é uma tarefa árdua determinar a época provável do início dos sintomas; descobrir que o início do quadro coincidiu com a retirada de um medicamento ou com eventos sociais (por exemplo, um neto que se divorciou) pode orientar a investigação. OS GIGANTES DA GERIATRIA Por serem tão comuns e de diagnóstico e manejo tão complexo, algumas síndromes geriátricas são denominadas gigantes da geriatria. Praticamente qualquer agravo à saúde do idoso podendo se manifestar através de: Depressão, demência e delirium Incontinências Instabilidades postural Quedas “INSUFICIÊNCIA COGNITIVA”: DEPRESSÃO, DEMÊNCIA E DELIRIUM DEPRESSÃO Muito prevalente Quadro clínico peculiar Causas: viuvez, aposentadoria doenças Irritabilidade, sono, fadiga AS DEMÊNCIAS ACOMETEM MAIS DE UM TERÇO DOS IDOSOS COM 85 ANOS NO BRASIL. Prejuízo da memória recente Distúrbios da Linguagem Prejuízo das habilidades diárias Doença de Alzheimer Isolamento Social Demandas de cuidado Irritabilidade A DA é um distúrbio cerebral complexo, causado por uma combinação de diversos fatores que podem incluir genética (pré-senil), alterações de neurotransmissores, anormalidades vasculares, hormônios do estresse, alterações circadianas, traumatismo cranioencefálico e presença de transtornos convulsivos. AS DEMÊNCIAS ACOMETEM MAIS DE UM TERÇO DOS IDOSOS COM 85 ANOS NO BRASIL. Prejuízo da memória recente Distúrbios da Linguagem Prejuízo das habilidades diárias Doença de Alzheimer Isolamento Social Demandas de cuidado Irritabilidade DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Quinta causa principal de morte de indivíduos idosos; É um dos tipos mais comuns de demência (50%), e trata-se de uma doença neurológica degenerativa progressiva e irreversível; Tem início de modo insidioso e que se caracteriza por perdas graduais da função cognitiva e por distúrbios no comportamento e afeto; Embora a maior situação de risco para a DA seja a idade crescente, muitos fatores ambientais, nutricionais e inflamatórios podem influenciar; Lesão neuronal principalmente no córtex cerebral, resultando em ↓ tamanho do encéfalo e enzima ativa na produção de acetilcolina, que está especificamente envolvida no processamento da memória; ALZHEIMER Acúmulos de proteínas amilóide Córtex cerebral (hipocampo) Degeneração sináptica intensa e morte neuronal Neuropatológica Bioquímica Mudança estrutural: enovelados neurofibrilares, as placas neuríticas e a alteração da amiloide não funcionantes Alteração dos neurotransmissores ↓ enzima ativa na produção de acetilcolina aa da proteína precursora B-amiloide e proteína tau hiperfosforilada e a ubiquitina A porcentagem de indivíduos com DA duplica aproximadamente em cada 5 anos de idade a partir dos 60 anos, representando 1% aos 60 anos e em torno de 30% aos 85 anos ↓ RACIOCÍNIO, COMPRENSÃO, MÉMORIA, LINGUAGEM E APTIDÃO PARA APRENDIZAGEM E DAS ATIVIDADES COTIDIANAS ATUALMENTE NÃO EXISTE CURA PARA A DOENÇA. OS TRATAMENTOS SÃO PARA RETARDAR AO MÁXIMO A EVOLUÇÃO DA DOENÇA E DE GARANTIR QUALIDADE DE VIDA SATISFATÓRIA TANTO PARA O PACIENTE COMO PARA SUA FAMÍLIA. TRATAMENTO E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM O tratamento da DA deve ser multidisciplinar, envolvendo os diversos sinais e sintomas da doença; Diagnóstico: exames laboratorias p/ demência, RM crânio e avaliação clínica; No momento, o diagnóstico é por exclusão e confirmado na necropsia. O objetivo do tratamento medicamentoso é propiciar a estabilização do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária, com um mínimo de efeitos adversos. Desde a introdução do primeiro inibidor da acetilcolinesterase, os fármacos colinérgicos donepezila, galantamina e rivastigmina sendo recomendados para o tratamento da DA leve a moderada. As donepezila, rivastigmina e galantamina têm propriedades farmacológicas levemente diferentes,mas todas inibem a degradação da molécula de acetilcolina, o neurotransmissor classicamente associado à função de memória, por bloquear a enzima acetilcolinesterase. A EVOLUÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER, TEM PROGRESSÃO VARIADA: DE 2 A 20 ANOS. NA MAIORIA DOS CASOS LEVA DE OITO A DEZ ANOS. A EVOLUÇÃO DA DOENÇA PODE VARIAR BASTANTE DE PESSOA PARA PESSOA. DE UM MODO GERAL, OS PACIENTES PASSAM PELOS ESTÁGIOS: 1º - Estágio (2 a 4 anos): Nesta fase, o que mais chama a atenção são as alterações da memória que se manifestam, inicialmente, como esquecimento frequente por parte do idoso em saber onde estão as coisas que ele costuma guardar; a verificação repetidas vezes de uma tarefa feita; a demora, mais do que o tempo normal, para executar uma atividade rotineira (como vestir- se, ir ao banheiro, comer entre outras). Ocorrem também episódios de desorientação no tempo e no espaço (data, ano, lugar onde mora, hora, dia ou noite). 2º - Estágio (Fase intermediária entre 3 a 5 anos): há o agravamento da fase inicial e, além disso, há o aparecimento de novas dificuldades como de expressão na fala e na escrita, na compreensão do que está escrito ou do que é dito. Há também a perda da capacidade de executar movimentos adequados para realizar tarefas simples como sentar-se e depois deitar-se, levantar e começar a andar. Acentua-se o esquecimento e o idoso começa a perder a capacidade de reconhecer nomes e funções de objetos (como garfo, lápis, toalha, pente).Começa a não reconhecer as pessoas, repete frases ou palavras sem interrupção. Faz coisas sem sentido aparente. Tem dificuldade para dizer o que quer, o que sente, e não consegue entender direto o que lhe é pedido ou explicado. O nível de dependência do idoso para realizar suas atividades de vida diária começa, portanto, a aumentar e passa a ficar dependente de outra pessoa para realizar hábitos rotineiros. 3º Estágio (Fase Final de 1 a 3 anos após a fase anterior): Agravamento acentuado, o idoso não reconhece mais as pessoas do seu convívio diário e, às vezes, não reconhece mais a sua própria imagem refletida no espelho. Quase não tem mais iniciativa. Tem dificuldade de movimentar-se, de caminhar. Pode não conseguir mais controlar a eliminação de urina ou de fezes, tendo que usar fraldas. Neste estágio, acaba ficando acamado, incapaz de comunicar-se e não consegue mais, mastigar ou engolir, sendo necessário, em alguns casos o uso de sonda nasogástrica ou mesmo de gastrostomia sob avaliação de uma junta interdisciplinar de profissionais. AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Avaliação das atividades da vida diária; Avaliação das atividades instrumentais da vida diária; Avaliação dos déficits sensoriais; Avaliação das condições psico-comportamentais; Avaliação da situação familiar e suportes sociais. -Prover suporte da função cognitiva; -Promover a segurança física; -Reduzir a ansiedade e agitação; -Melhorar a comunicação; -Promover a independência nas atividades de autocuidado; -Providenciar a socialização e as necessidades de privacidade; -Providenciar a nutrição adequada; -Providenciar o equilíbrio entre a atividade e o repouso; -Prover apoio e orientação aos familiares. IN T E R V E N Ç Õ E S D E E N F E R M A G E M : PORTANTO É IMPORTANTE ATENTAR E PROMOVER... conhecer e levar em consideração a história da pessoa; mesmo que custe três vezesmais o tempo para auxiliar o paciente a vestir-se, deve-se estimular cada oportunidade para o autocuidado; atentar para que, em nome da eficiência e segurança, não sejam impostas restrições muito severas à liberdade a ponto da qualidade de vida tornar-se minima; estes pacientes devem ser respeitados como um adulto, incluindo o cuidado com a roupa, penteado, uso do nome, privacidade e confidencialidade. Individualidade Independência Liberdade Dignidade TERAPIA MEDICAMENTOSA Há grande variação na absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos nos pacientes idosos. Isso se deve em parte a menor capacidade hepática e renal de metabolizarem e excretarem as drogas e a níveis reduzidos de eficiência dos sistemas circulatório e nervoso para superar o efeito de certas drogas. Muitos medicamentos e seus metabólitos têm excreção renal. As funções glomerular e tubular estão diminuídas em muitas pessoas idosas. O peso corporal, a água total do organismo, a massa corporal magra e a albumina plasmática (proteína) diminuem e a gordura do organismo aumenta na idade avançada. Os idosos utilizam mais medicações do que qualquer outro grupo etário Interações medicamentosas, efeitos de várias drogas e o uso de múltiplas drogas e a falta de adesão medicamento Medicamentos: tranquilizantes, sedativos, hipnóticos e antipsicóticos, cardíacos e gastrointestinais É preciso lembrar, em qualquer esquema de medicação ao idoso, que as drogas são capazes de alterar o estado nutricional do paciente, que já pode estar comprometido por dietas inadequadas, pela doença crônica e seu tratamento. ↓ Apetite Náusea e Vômito Irritação gástrica Constipação/ Diarreia ↓ absorção nutrientes Sonolência P ER IG O ! !! ! HIPERDOSAGEM EFEITOS ADVERSOS TOXICIDADE MEDICAMENTOSA ↑ INTERAÇÃO MEDICAMENTOS AUTOMEDICAÇÃO (educação do uso medicamentoso) INCONTINÊNCIA URINÁRIA Embora algum grau de incontinência urinária acometa muito idosos residentes na comunidade, ela não será relatada pelos pacientes em uma consulta de rotina (assunto velado), a menos que seja investigada com alguma insistência. Os dois tipos mais comuns de incontinência urinária são: . A instabilidade do m. detrusor, que se manifesta como um desejo imperioso de urinar e perda de um grande volume de urina; A incontinência de esforço, que se manifesta pela perda de pequenos volumes de urina provocada por situações que aumentam a pressão intra-abdominal, como a tosse, espirros ou levantar-se da cama EM ALGUMAS SITUAÇÕES A INCONTINÊNCIA URINÁRIA É TRANSITÓRIA E REMITE APÓS A REMOÇÃO DA CAUSA.... - Tratamento de sinusite que provocava tosse; - Substituição de um diurético por anti-hipertensivo que não aumenta a diurese; - Tratamento de osteoartrose facilitando a deambulação até o banheiro. INSTABILIDADE POSTURAL, QUEDAS E FRATURAS A mortalidade alcança 25% nos primeiros seis meses e, dentre os sobreviventes, a maioria deixará definitivamente de deambular com independência se não receber assistência adequada (OMS, 2007). Cerca de 1/3 dos idosos sofrem quedas a cada ano e 2% delas provocam fraturas proximais do fêmur; Apesar destas estatísticas, observa-se que a indagação sobre a ocorrência de quedas não faz parte de uma anamnese habitual…. PREVENÇÃO DE QUEDAS IMOBILIDADE 1. Síndrome de Imobilidade é o desfecho de um longo processo de perda de independência. Esta situação clínica é muito comum em instituições de longa permanência. 2. A síndrome nunca se instala subitamente. 3. Ela reflete, muitas vezes, a assistência insuficiente ao idoso. 4. Seu protótipo é o idoso acamado, desnutrido, incontinente, com fecaloma, contraturas irreversíveis nos membros, úlceras de pressão e déficit cognitivo, que falece por pneumonia de aspiração ou trombose venosa profunda. IATROGENIA Males causados ao paciente por ações dos profissionais de saúde. Estes podem resultar inclusive de procedimentos bem indicados e necessários Iatrogenia em geriatria resulta de imprudência, imperícia e falta de moderação ou crítica ao se prescrever medicamentos, ou uma intervenção não medicamentosa. Os diagnósticos da NANDA-I podem me auxiliar com os clientes idosos? QUAIS PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM????
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