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Biometria Florestal 52 4.2.2.2.5 Hipsômetro de Suunto É um clinômetro de precisão usado para medir ângulos verticais, declividades e alturas por meio de leituras diretas em graus ou porcentagem. O aparelho é resistente, de fácil manejo e compacto, constando de uma pequena caixa metálica com, aproximadamente, 8 cm de comprimento por 6,5 cm de altura e 1,5 cm de largura. Possui uma ocular, em cujo interior lê-se duas escalas, sendo uma graduada de 0 a ± 90 graus e outra de 0 a ± 150% (Figura 26). . FIGURA 26 - Hipsômetro de Suunto. O aparelho é também disponível com telêmetro, semelhante aos dois hipsômetros anteriores. Durante a medição, o hipsômetro é visado por um olho, continuando o outro aberto para observar o ponto de medição. Por uma ilusão de ótica, a marca interna do aparelho é projetada para fora e pode ser observada no ponto de medição (base ou ápice da árvore). Nesta situação, é feita a leitura e determinada a altura da árvore, a partir da solução das tangentes dos ângulos, multiplicada pela distância horizontal, como visto Biometria Florestal 53 anteriormente. A correção da distância para a projeção horizontal ou diretamente da altura aparente para a altura corrigida pode ser realizada por redução através do cosseno do ângulo de inclinação do terreno, conforme demonstrado em 4.2.2.1 ou através de nomograma (Figura 27 a e b). Para a correção da altura medida a qualquer distância, através do nomograma, usa-se uma régua para unir a escala da esquerda (representa o ângulo de inclinação do terreno em graus) com a escala da direita, a qual representa a altura aparente (altura medida). A altura corrigida será lida no ponto onde a régua cruza a escala central. Para uma distância sobre o terreno de 20,0 m (distância aparente), não é necessário determinar o ângulo de inclinação do terreno. Usando o nomograma para a distância de 20,0 m (Figura 27 b) ,entra-se com valor em % lido na base da árvore na escala da esquerda, e une-se este valor com a altura lida para a árvore. A altura corrigida ficará também determinada no ponto de cruzamento da régua com a escala central. 4.2.2.2.6 Hipsômetro Vertex O hipsômetro Vertex é um aparelho eletrônico de fácil manuseio e alta precisão. A principal vantagem deste aparelho é poder fazer a medição a qualquer distância, lendo a altura diretamente no visor do aparelho. Essa possibilidade traz grande rendimento ao trabalho de campo, pois o medidor só começará a medição quando se posicionar em um ponto onde visualize tanto a extremidade da copa, como a posição do dap, não ocorrendo perda de tempo na busca de uma distância fixa que atenda também as duas condições. Além disso, o aparelho fornece em seu visor a distância aparente, o ângulo de inclinação do terreno, a distância corrigida e à altura da árvore, podendo-se repetir essa operação, de um mesmo local de medição, três vezes. O Vertex é composto de duas partes, uma que é o próprio aparelho e outra Biometria Florestal 54 que consiste de um transponder (Figura 28). Para realizar a medição, o transponder é ligado e colocado a altura do dap da árvore que terá sua altura medida. O observador fará a mira, vizando o transponder e mantendo o botão vermelho suavemente pressionado até observar o ponto vermelho, que serve de indicador da mira, desaparecer e retornar a objetiva de forma pulsante. Nesse momento, o aparelho Biometria Florestal 55 Biometria Florestal 56 FIGURA 27 - Nomograma para correção da altura. mostrará, no visor lateral, a distância aparente, o ângulo de visada e a distância corrigida. O observador faz nova mira, também pressionando o botão vermelho, visando a extremidade da copa; até observar que o ponto vermelho desaparece da objetiva, retornando em seguida. No visor, será registrada a altura da árvore. Essa medida poderá ser repetida mais duas vezes, caso desejado, sendo registrado no visor lateral as três medidas. A altura da árvore é calculada internamente no aparelho pela tangente dos ângulos �1 e �2, multiplicado pela distância corrigida para a projeção horizontal e somado ao valor 1,3. Conforme o esquema da Figura 28. FIGURA 28 - Determinação da altura com o Vertex. O valor da altura apresentado no visor é resultante de: Biometria Florestal 57 h = ( tg �1 + tg �2 ) * distância aparente * cos � . 4.2.2.2.7 Principais erros na medição da altura Em teoria, durante a medição da altura podem ocorrer três tipos de erros, embora, na prática ,seja difícil separar seus componentes uma vez que suas causas são simultâneas. Esses erros segundo Loetsch et al. (1973), podem ser divididos em: - erros relacionados com o objeto; - erros relacionados com o instrumento; - erros relacionados com o observador. 4.2.2.2.7.1 Erros relacionados com o objeto a ser medido De modo geral, as alturas só podem ser bem definidas se for possível visualizar, de um mesmo local, o ápice e base da árvore. s folhosas, em razão da convexidade e, muitas vezes, devido a heterogeneidade na forma da copa têm geralmente sua altura superestimada, em decorrência da dificuldade de observação do seu ápice. Muitas incertezas na medição são causadas pela densidade do povoamento pois este, muitas vezes, dificulta a visualização do ponto de medição. Também o sub- bosque pode provocar a diminuição da luminosidade, dificultando a visualização da base da árvore. 4.2.2.2.7.2 Erro causado pela inclinação da árvore Caso a árvore que está sendo medida seja inclinada na direção do observador ou em sentido contrário, a sua altura será superestimada e sub-estimada Biometria Florestal 58 respectivamente, em decorrência da variação da distância do ponto de visada da copa e da base da árvore em relação ao observador. Como exemplo, suponha uma árvore com altura (h) real de 28,0 m e distância da perpendicular tomada do ponto de projeção da extremidade da copa sobre o solo à base da mesma seja 3,0 m, como mostra a Figura 29. FIGURA 29 - Erro na medição da altura, devido à inclinação da árvore. Sendo A’BA um triângulo retângulo, tem-se: 222 A'AB'AAB += 222 A'AABB'A −= 222 328B'A −= 775B'A 2 = m 27,8' =BA Observa-se, portanto, para distâncias do ponto de projeção de copa menores que 3,0 m e altura igual a 28,0 m, que a altura B'A não difere muito da Biometria Florestal 59 verdadeira altura. Neste caso, a correção da altura pode ser obtida, segundo Husch et al. (1982), determinando-se o ponto sobre o solo correspondente à projeção do ápice da árvore e tomando-se esse ponto para a determinação da distância para medição da altura da árvore. De outra forma, para determinar a altura correta, mede-se o ângulo de inclinação Ø e multiplica-se a altura medida pela secante do ângulo conforme mostra a Figura 30. Na prática, entretanto, o ângulo � é difícil de ser obtido. FIGURA 30 - Correção da medição de altura de árvores inclinadas. Onde: � = ângulo de inclinação e, B h = sec θ ( ) sec Bh θ⋅= ( ) 1 100 %Bh 2 + θ ⋅= Consegue-se reduzir o erro de altura devido à inclinação da árvore, Biometria Florestal 60 efetuando-se a medição de modo que a linha de pontaria seja perpendicular ao plano vertical que contém a árvore, ou seja, a inclinação da árvore é vista à direita ou àesquerda do observador. Caso não seja possível se colocar nessa posição, é conveniente efetuar a medição de um ponto que se distancie o máximo possível da árvore que se deseja medir (Figura 31). FIGURA 31 - Erros de medição da altura da árvore inclinada em função da distância do observador. Observa-se que à medida que o observador se distancia da árvore, a altura medida tende para o valor real da mesma. Para uma mesma inclinação da árvore, tanto na direção do observador, quanto em direção contrária, o erro de avaliação é tanto menor quanto mais distante estiver o observador, conseqüentemente menor será o ângulo de pontaria dado no hipsômetro. 4.2.2.2.7.3 Erro causado pela forma da copa Biometria Florestal 61 Em geral, as folhosas, por apresentarem copas de forma convexa, dificultam a determinação do ponto extremo superior da árvore, acarretando estimativas de altura maiores do que a real. No exemplo da Figura 32, verifica-se que em razão da forma da copa ocorre uma superestimativa da altura quando o observador está na posição A. Verifica-se, ainda, que à medida que o observador se afasta da árvore este erro vai diminuindo, pois consegue visualizar melhor o ponto correto para a medição da altura (posição B). Na posição A, a altura da árvore será 1h (superestimada), e, na posição B, a altura terá o valor correto “h”. FIGURA 32 - Erros na medição da altura em função da forma da copa e distância do observador. 4.2.2.2.7.4 Erros relacionados com o aparelho, com o observador e com fatores que impedem a visualização da base da árvore Compreendem todos os erros causados por mal funcionamento do aparelho. Biometria Florestal 62 Por exemplo, no Blume-Leiss pode ocorrer com o uso continuado, folga no ponto de inserção do pêndulo, deixando-o fora de centro e, em conseqüência, raspando nas escalas, não tendo livre movimentação. Outro exemplo que merece menção é a interferência eletrônica sobre o Vertex ocasionando erros grosseiros na determinação da distância e alturas. Essa interferência pode ser sentida quando dois aparelhos são operados próximos um do outro, como em uma unidade amostral. Os erros relacionados com o observador são aqueles ocasionados pela tomada de um ponto incorreto de medição onde ocorre uma má visualização da copa ou base da árvore; pela falta de firmeza nas mãos e/ou treinamento inadequado do operador, entre outros. Caso o sub-bosque ou outro fator impeça a observação da base da árvore, pode-se usar o artifício de visar o tronco a uma altura conhecida, como, por exemplo, o dap e após acrescer esta altura na medição, como mostra a Figura 33. h = leitura 1 ± leitura 2 + altura pré-determinada FIGURA 33 - Erro na determinação da altura em razão da presença de sub-bosque.
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