Buscar

prevencao e controles de perda

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
UNIDADE 1
ACIDENTES DE TRABALHO
OBjETIvOS DE ApRENDIzAgEm
A partir desta unidade, você será capaz de:
	compreender tecnicamente o conceito prevencionista de 
acidente;
	identificar as causas dos acidentes;
	investigar acidentes;
	identificar as causas de acidentes a serem eliminadas.
TÓpICO 1 – CONCEITO E CARACTERIzAÇÃO
TÓpICO 2 – LEvANTAmENTO DAS CAUSAS DE 
ACIDENTES
TÓpICO 3 – INvESTIgAÇÃO DE ACIDENTES
TÓpICO 4 – ANÁLISE DE ACIDENTES DE TRABALHO
pLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no 
final de cada um deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão 
a fixar os conteúdos estudados.
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
CONCEITO E CARACTERIzAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
TÓpICO 1
UNIDADE 1
Desde os tempos antigos, o homem tem desenvolvido atividades e ferramentas (faca, 
fogo etc.) que apresentam riscos potenciais e que podem se materializar causando acidentes 
com lesões pessoais ou perdas materiais. Registros esparsos relatam que já na Antiguidade 
havia o conhecimento de que algumas profissões poderiam prejudicar a saúde do trabalhador, 
a saber, dificuldades respiratórias nos mineradores do Egito, ou ainda, alguns distúrbios 
característicos a muitos atletas, descrito por Aristóteles na Grécia Antiga. Em 1556, Georgius 
Agricola, publicou um interessante livro, Dere Metallica, que descrevia com detalhes as más 
condições de trabalho dos mineradores e possíveis medidas para melhorar aqueles ambientes. 
No entanto, foi no ano de 1700 que o médico italiano Bernardino Ramazzini, publicou sua obra-
prima intitulada De morbis artificum diatriba (As doenças dos trabalhadores), em que relatava 
diversos males e sua relação com as profissões da época. Considera-se que esta publicação 
foi o marco inicial para a sociedade encarar o trabalho como possível causa de doenças e 
acidentes em escala preocupante.
Posteriormente, com a Revolução Industrial, o crescente número de acidentes de 
trabalho começou a captar a atenção de governos e sociedade quando, em virtude do seu 
elevado número, adquiriram as dimensões de um problema social. Naquela época, iniciou-se 
a concentração de grandes massas de trabalhadores em torno das fábricas que possuíam 
novas fontes de energia como o vapor e a eletricidade. Este novo ambiente de trabalho era 
muito diferente daquele caracterizado pela Idade Média, onde artesãos realizavam trabalhos 
quase que exclusivamente manuais em suas pequenas oficinas.
No início do século XX, devido ao crescente número de acidentes e doenças de trabalho, 
surgiu um movimento social que levou a mudanças na legislação trabalhista. Inicia-se, desta 
maneira, a intervenção do Estado nas relações de trabalho a favor do trabalhador.
 Até aquele momento, os princípios do direito comum exigiam do empregado a prova 
UNIDADE 1TÓPICO 14
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
de que ele não era culpado pelo acidente sofrido, condição muitas vezes impossível de ser 
atendida. Então, em 1883 na França, foi apresentada a Teoria do Risco Profissional cujo 
entendimento era que, uma vez que o empregador arcava com os custos diversos de sua 
empresa (manutenção, riscos de incêndio, responsabilidade civil e outros), este também deveria 
ser responsável pelos custos decorrentes dos acidentes com seus empregados, cujo trabalho 
era feito em seu proveito.
No Brasil, os acontecimentos caminharam de maneira semelhante aos fatos ocorridos 
na Europa e também nos Estados Unidos, sendo que no ano de 1919 foi promulgado o 
Decreto nº 3.724, que constituiu a primeira lei brasileira em favor do trabalhador acidentado. 
A partir daquele momento, o trabalhador estava amparado legalmente quando na ocorrência 
de acidentes e doenças de trabalho. (CAIRO JUNIOR, 2009)
2 O ACIDENTE DO TRABALHO
Para nosso estudo é fundamental que se compreenda bem o conceito de acidente 
de trabalho, que se constitui o elemento gerador de toda ciência envolvida na questão da 
Segurança do Trabalho.
Leia com atenção as três situações descritas a seguir:
1 Um trabalhador está carregando duas caixas quando, repentinamente, uma delas cai sem 
lesioná-lo ou danificar seu conteúdo;
2 Semelhantemente, um trabalhador carrega duas caixas, quando uma cai e se quebra;
3 O trabalhador está carregando duas caixas, uma delas cai sobre seu pé, causando lesão e 
se quebra.
Quais situações descritas acima representam acidente de trabalho? Reflita um pouco 
e depois continue a leitura.
A legislação brasileira define o acidente de trabalho como aquele ocorrido no exercício 
do trabalho ou serviço da empresa e que pode provocar, de forma direta ou indireta, permanente 
ou temporária, lesão corporal, perturbação funcional, redução da capacidade de trabalho ou 
ainda doença. Mais estritamente o acidente do trabalho é tratado como um acontecimento 
imprevisível, cujos danos são inevitáveis. Resumidamente, o acidente de trabalho fica restrito ao 
conceito de prejuízo físico sofrido pelo trabalhador (lesão, redução da capacidade de trabalho, 
doença ou perturbação funcional). (MICHEL, 2008)
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Na realidade, o acidente laboral não passa de um acontecimento determinado, previsível 
e que, na maioria das vezes, é passível de prevenção, pois suas causas são perfeitamente 
identificáveis dentro do meio ambiente de trabalho, podendo ser neutralizadas ou eliminadas. 
Pode-se ampliar ainda o conceito de acidente de trabalho considerando-se qualquer ocorrência 
que interfira no andamento normal da produção, seja relativo a máquinas, ferramentas ou 
perda de tempo. 
Voltando às três situações do trabalhador levando caixas, expostas anteriormente, o 
que pode ser concluído? 
Na primeira situação, há acidente de trabalho, pois a queda da caixa leva à perda 
de tempo (interrupção do fluxo de produção normal). Na segunda ocorrência, também há 
acidente de trabalho, pois houve perda de material (prejuízo). Na última situação fica mais 
evidente a constatação do acidente de trabalho devido à lesão sofrida pelo trabalhador, no 
entanto os fatores “interrupção do processo produtivo” e “perda de material” também devem 
ser considerados!
NO
TA! �
Doenças profissionais também são consideradas acidentes de 
trabalho!
Segundo Michel (2008), as doenças do trabalho (ou doenças profissionais) se classificam 
em: 
•	 Doença ocupacional: é aquela que se origina pelo exercício do trabalho peculiar à determinada 
tarefa. Exemplo: os mineiros tendem a desenvolver a silicose (doença respiratória), caso não 
estejam devidamente protegidos. 
•	 Doença do trabalho: é uma doença ocupacional que se origina (ou é adquirida) em função 
de certas condições especiais em que o trabalho é realizado. Exemplo: um operário 
que trabalha num ambiente muito ruidoso sem a proteção recomendada está sujeito à 
perda auditiva. Esta doença, no entanto, não está relacionada necessariamente à função 
desempenhada pelo trabalhador, mas sim, às condições do meio em que este se encontra.
São consideradas, também, doenças do trabalho:
•	 Acidente sofrido pelo trabalhador no local e horário de trabalho em decorrência de ato de 
agressão ou sabotagem praticado por companheiro de trabalho ou terceiros; inundação, 
desabamentos.
UNIDADE 1TÓPICO 16
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
•	 Doença proveniente de contaminaçãoacidental do empregado no exercício de sua atividade.
FONTE: Cartilha SESI (2005)
•	 Acidente sofrido no percurso entre a residência e o local de trabalho.
•	 Acidentes sofridos no período de repouso ou alimentação, pois o empregado é considerado 
no exercício de seu trabalho.
2.1 DIFERENÇA FUNDAMENTAL 
 ENTRE AS DEFINIÇÕES TÉCNICA E LEGAL 
No século XIX, o acidente do trabalho era considerado um acontecimento súbito, 
traumático, decorrente de obra do acaso e dentro do ambiente do trabalho. Sob este 
entendimento, o acidente de trabalho era relacionado com força maior ou caso fortuito, pois 
era considerado um evento imprevisível e/ou inevitável. Havia, ainda, um conceito de infortúnio, 
que considerava o acidente do trabalho como decorrente da ausência de sorte acompanhado 
de infelicidade e desgraça.
Com o passar do tempo, o conceito de acidente do trabalho foi evoluindo sob a ótica 
de diversos legisladores e correntes de pensamento que levavam em conta as mudanças 
sociais e as condições do trabalhador e de seu ambiente de trabalho. Mais recentemente, a 
Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, parágrafo 2º, estabelece que acidente de trabalho é 
aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, artigo 19, também dispõe 
FIGURA 1 – EXEMPLO: A AIDS ADQUIRIDA POR PROFISSIONAL DA SAÚDE 
AO MANIPULAR INSTRUMENTO CONTAMINADO
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
sobre o acidente de trabalho de forma muito semelhante àquela já citada anteriormente.
Logo, percebe-se que o conceito legal de trabalho, segundo sua concepção clássica, é 
tido como caso fortuito ou de força maior, cujo acontecimento é imprevisível e de consequências 
inevitáveis. Nota-se, ainda, que o acidente é entendido como causa de ferimento ao trabalhador. 
Nessa situação, a proteção ao trabalhador se dá através de uma compensação financeira, 
seja por determinada renda mensal, no caso de lesão temporária, ou, adicionalmente, por 
indenização no caso de dano incapacitante permanente. 
 
No entanto, o conceito de acidente de trabalho deve ser ampliado e ir além da proposta 
de reparação de danos. Nesse contexto, segundo Almeida e Binder, os acidentes do trabalho 
são fenômenos socialmente determinados, previsíveis e passíveis de prevenção. Ao contrário 
de constituir obra do acaso como sugere a citada palavra, os acidentes do trabalho são 
fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de provocá-los se encontram presentes na 
situação de trabalho (passíveis de identificação) muito tempo antes de serem desencadeados. 
A eliminação e/ou neutralização de tais fatores são capazes de evitar ou limitar a ocorrência 
de novos episódios semelhantes, ou seja, além de previsíveis, os acidentes do trabalho são 
preveníveis. Além disso, deve-se entender que a lesão sofrida pelo trabalhador é apenas uma 
das consequências possíveis decorrentes de um acidente de trabalho. Logo, do ponto de vista 
prevencionista, qualquer ocorrência não programada que prejudique a produtividade, por perda 
de tempo ou de material, já pode ser considerada um acidente de trabalho.
NO
TA! �
Acidentes de trabalho sem lesão são denominados INCIDENTES.
Estatisticamente, foi demonstrado, em 1931, por H. W. Heinrich que, para cada grupo 
de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não ocorre lesão nos trabalhadores, enquanto 
que em apenas 30 casos há danos à integridade física dos envolvidos.
DIC
AS!
Veremos uma variação desta proporção no Tópico 3 demonstrada 
por um estudo realizado por Frank E. Bird entre 1966 e 1969.
UNIDADE 1TÓPICO 18
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Do exposto, se conclui que se deve procurar evitar todo e qualquer tipo de acidente, 
havendo lesão ou não. Na situação hipotética anterior, se o trabalhador tivesse evitado a queda 
da caixa no chão, esta não o teria lesionado. É mais seguro (e simples) evitar a queda da caixa, 
do que desviar o pé da mesma!
2.2 BENEFÍCIOS INDIRETOS RESULTANTES 
 DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
A política governamental brasileira tem, nos últimos anos, colaborado para a atualização 
da legislação trabalhista com vistas a aumentar os esforços de empregadores e empregados 
na diminuição do número de acidentes de trabalho.
Embora o objetivo primeiro da prevenção de acidentes seja a manutenção da integridade 
física do trabalhador, não se pode desconsiderar a influência dos custos relativos à implantação 
e manutenção de programas preventivos. É importante salientar que um programa de prevenção 
de acidentes, embora oneroso, pode-se tornar economicamente viável se avaliadas também 
as consequências indiretas das perdas e danos sofridos pelo trabalhador. Um trabalhador 
acidentado, aposentado precocemente por incapacidade permanente, pesa nos custos de toda 
a população por deixar de ser um membro produtivo da sociedade para se tornar um membro 
passivo, que necessitará de sustento permanente do restante da população.
Fazendo uma análise restrita ao campo de abrangência de uma empresa, a diminuição do 
número de acidentes pode e deve levar a um aumento na produção, bem como a um custo final 
menor do produto (ou serviço) oferecido. Se nos remetermos novamente ao exemplo anterior 
das caixas, a lesão sofrida pelo trabalhador certamente acarretará em custos à empresa, mas 
mesmo se evitando a ocorrência da queda da caixa (evento sem lesão muito mais frequente) 
certamente haverá mais agilidade no processo produtivo. Ainda, do ponto de vista social, uma 
empresa que sabidamente possui um baixo índice de acidentes e, por consequência, preza 
pela saúde de seus trabalhadores, gozará de simpatia e boa imagem frente à população. 
(MICHEL, 2008)
3 A COmUNICAÇÃO DE Um 
 ACIDENTE DE TRABALHO – CAT
A esquematização do sistema de comunicação de acidentes será elaborada a partir 
das consequências do acidente, que podem ser classificadas em:
•	 sem lesão; 
•	 lesão leve (acidente sem afastamento); 
•	 lesão incapacitante (acidente com afastamento). 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT publica a NBR-14280 “Cadastro de 
Acidentes de Trabalho” que regulamenta a maneira e procedimentos necessários ao cadastro 
dos acidentes, bem como indica cálculos de coeficientes estatísticos relativos a acidentes de 
trabalho e define uma série de termos técnicos pertinentes.
Qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão, já, ocasiona perda de tempo para 
normalização das atividades, podendo ocasionar ainda, danos materiais. Não existe a 
necessidade legal de comunicação aos órgãos da Previdência Social quando não há lesão 
que ocasione o afastamento do trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo dia ou no 
dia seguinte, no horário normal. O acidente sem afastamento seria aquele que o acidentado, 
embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, 
em seu horário regulamentar de entrada. 
Ocorrido o acidente e não acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo 
dia ou dia seguinte de trabalho, no horário normal, passamos a considerar esse acidente como 
acidente com afastamento, cuja consequência é uma incapacidade temporária total, ou uma 
incapacidade permanente parcial ou total, ou mesmo a morte do acidentado. 
Esquematizando, os acidentes com lesão ou perturbação funcional compreendem os 
seguintes casos, de acordo com a NBR14280.
3.1ACIDENTE SEM AFASTAMENTO
É aquele em que o acidentado pode exercer sua função normal, no mesmo dia do 
acidente, ou no próximo, no horário regulamentar. 
O acidente sem afastamento deve ser investigado, mas, por convenção, não entra nos 
cálculos dos coeficientes de frequência e gravidade. 
3.2 ACIDENTE COM AFASTAMENTO
É o acidente que provoca a:
•	 incapacidade temporária;
•	 incapacidade parcial;
•	 incapacidade total.
 
UNIDADE 1TÓPICO 110
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
3.2.1 Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca 
superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, 
devido ao acidente, volta ao mesmo serviço executando suas funções normalmente, como 
fazia antes do acidente. (MICHEL, 2008)
3.2.2 Incapacidade parcial
É a redução parcial da capacidade de trabalho do acidentado, em caráter permanente: 
Exemplos: Perda de um dos olhos. Perda de um dedo.
3.2.3 Incapacidade total
É a perda da capacidade total para o trabalho em caráter permanente.
 
Exemplo: Perda de uma das mãos e dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível. 
A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave for a sua 
consequência. Os acidentes que não ocasionam lesão (como a simples queda de um fardo 
de algodão da respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso 
do exemplo citado, havendo repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. Deverão, 
portanto, serem estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes, acionando-
se o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Serviço Especializado de Segurança 
do Trabalho, quando houver, ou então a CIPA. No caso de um acidente sem afastamento, com 
uma lesão leve, portanto, além dos elementos citados anteriormente, também o enfermeiro ou 
o médico será envolvido. 
De acordo com Cairo Júnior (2009), quando em virtude do acidente ocorre lesão ou 
perturbação funcional que cause incapacidade temporária total, incapacidade permanente 
parcial ou total, ou a morte do acidentado, as providências a serem tomadas quanto à sua 
comunicação no âmbito da empresa são:
a) da própria vítima ou de colegas ao encarregado do setor (normalmente oral); 
b) do encarregado do setor ao chefe do departamento (normalmente oral); 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 11
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
c) do chefe de departamento à direção da empresa e ao departamento de segurança (por 
escrito). 
3.3 FORMULÁRIO CAT
A empresa deverá comunicar ao INSS, em, no máximo, vinte e quatro horas, da 
ocorrência do acidente, através do preenchimento da ficha de Comunicação de Acidente do 
Trabalho.
Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma série de informações, tais como Cardoso, 
(2005):
•	 Nome, profissão, sexo, idade, residência, salário de contribuição. 
•	 Natureza do acidente sofrido. 
•	 Condições. 
•	 Local, dia e hora do evento, nome e endereço de testemunhas. 
•	 Tempo decorrido entre o início do trabalho e a hora do acidente. 
•	 Indicação do hospital a que eventualmente foi recolhido o acidentado.
•	 Se doença profissional, quais os empregadores acometidos anteriormente nos últimos dois 
anos.
NO
TA! �
O INSS exige duas testemunhas (CAT) oculares ou circunstanciais, 
e quando ocorrer a morte do acidentado, deverá ser informada 
a autoridade policial. O sistema de comunicação de acidentes, 
portanto, difere de acordo com as consequências.
EST
UDO
S F
UTU
ROS
! �
Caro acadêmico! Para aprofundar seus conhecimentos sobre este 
assunto recém abordado, sugerimos a leitura do texto “Legislação 
Comentada: NR4” disponível em: <http://pro-sst1.sesi.org.
br/portal/data/files/FF8080812733A91B01279688802E44D6/
NR%204.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2010.
UNIDADE 1TÓPICO 112
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
RESUmO DO TÓpICO 1
Neste tópico, foram apresentados os seguintes assuntos:
•	 Os acidentes e também as doenças do trabalho são relatados desde a antiguidade, fato 
que torna indissociável sua ocorrência com qualquer que seja o tipo de trabalho realizado 
pelo homem. No entanto, os acidentes não devem ser entendidos como acontecimentos 
imprevisíveis e inevitáveis, mas sim como ocorrências cujas consequências podem ser 
neutralizadas ou limitadas. 
•	 No início do século XX, na ocorrência de um acidente de trabalho, cabia ao empregado 
acidentado provar sua inocência frente ao fato acontecido. Atualmente, o entendimento legal 
é justamente o contrário: cabe ao empregador a prova da culpabilidade do funcionário.
•	 Nem todo acidente do trabalho resulta em lesão ao trabalhador.
•	 O acidente do trabalho, mais do que uma situação de dano para o acidentado, acarreta em 
perdas para toda a sociedade.
•	 A implantação de medidas para a diminuição de acidentes e doenças do trabalho contribui 
para o aumento da lucratividade da empresa, dentre outros fatores benéficos.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
AUT
OAT
IVID
ADE �
Baseado no que você estudou até agora, responda as questões a seguir:
1 A partir de que momento histórico os acidentes de trabalho começaram a ser 
analisados com mais seriedade pelo Estado? Por quê?
2 Qual a relação existente entre o acidente do trabalho e a lesão corporal sofrida pelo 
trabalhador?
3 Qual a principal diferença entre o conceito legal e o prevencionista concernente ao 
acidente de trabalho?
4 Cite alguns benefícios que uma empresa pode receber quando implementa medidas 
para redução dos acidentes do trabalho.
UNIDADE 1TÓPICO 114
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
LEvANTAmENTO DAS CAUSAS 
DE ACIDENTES
1 INTRODUÇÃO
TÓpICO 2
UNIDADE 1
Uma questão fundamental no estudo da prevenção e minimização dos acidentes de 
trabalho é a correta identificação das causas. De um ponto de vista mais amplo, podemos 
considerar três fatores causadores:
•	 condições inseguras do ambiente;
•	 atos inseguros do trabalhador;
•	 eventos catastróficos climáticos.
As condições inseguras podem ser eliminadas a partir de estudos técnicos com base em 
metodologias apropriadas e conhecimento prévio adquirido. Os atos inseguros, por envolverem 
o elemento humano, são de solução mais complexa, requerendo, muitas vezes, o auxílio 
de diversas ciências como a Psicologia e Sociologia, além das habituais técnicas das áreas 
administrativa e prevencionista.
Analisando-se a questão do ponto de vista da prevenção, a causa é qualquer fator que, 
se eliminado em tempo hábil, impede a ocorrência do acidente. Como já citado anteriormente, 
os acidentes de trabalho não são acontecimentos inevitáveis. Na verdade há, em geral, uma 
série de acontecimentos que os precedem e, portanto, dão indícios de que alguma medida 
preventiva precisa ser tomada, no caso, a eliminação a tempo do fator de causa. Estes fatores 
podem ser de natureza pessoal (dependentes do homem) ou material (inerentes ao ambiente 
do local de trabalho), segundo Cardoso (2005).
Conforme Michel (2008) é comum, na análise de um acidente de trabalho, considerar 
como causa do acidente a ação ou condição que originou a lesão ou o prejuízo. No entanto, há 
causas que precedem a ação ou condição que gera o acidente, sendo estas também carentes 
de estudos, pois consistem em fato importante na neutralização dos riscos. Com base nesta 
consideração,é de se prever a grande abrangência de fatores que devem ser considerados 
nesta situação, o que solicita o conhecimento de profissionais das áreas das ciências humanas.
UNIDADE 1TÓPICO 216
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Segundo Michel (2008, p. 52), “Até o presente momento, nenhuma das máquinas 
construídas, nenhum dos produtos químicos obtidos por síntese e nenhuma das teorias sociais 
formuladas alterou fundamentalmente a natureza humana. As formas de comportamento, 
que devem ser levadas em consideração no esforço de prevenir atos inseguros, deverão ser 
analisadas de modo bastante abrangente”. 
Ainda, segundo o mesmo autor, no treinamento de integração baseado na função a ser 
desenvolvida pelo novo empregado ou na reciclagem dos funcionários mais antigos, deverá 
ser reforçado o conhecimento das regras de segurança, instruções básicas sobre prevenção 
de incêndio e treinamento periódico de combate ao fogo, informações sobre ordem e limpeza, 
cor na segurança do trabalho, sinalização, cursos de primeiros socorros, levantamento, 
transporte e manuseio de materiais, integram uma política de segurança, visando à diminuição 
dos acidentes causados por atos inseguros. Sendo a segurança do trabalho basicamente 
de caráter prevencionista, recomenda-se, ainda, uma pesquisa bibliográfica, no sentido de 
identificar possíveis riscos no processo de produção, antes mesmo que ocorram acidentes, 
isto é, a simples análise de risco ou estatística, mesmo que não acuse nenhum acidente, deve 
ser encarada como mais um subsídio para a prevenção de acidentes e eliminação de causas.
 
A ocorrência de uma única morte, além da perda para a família do trabalhador, representa 
um prejuízo para a nação de 20 anos ou 6.000 dias, em média, de trabalho produtivo. 
2 ACIDENTE, LESÃO E RISCO
Pode-se considerar que todo ser humano está sujeito a três tipos de risco Cardoso, 
(2005):
•	 Risco genérico – aquele a que todas as pessoas estão expostas como, por exemplo, um 
acidente de trânsito.
•	 Risco específico – se refere ao risco inerente de um determinado trabalho. Pode-se citar a 
condição de um pintor de paredes que trabalha em altura.
•	 Risco agravado – se trata de um risco genérico agravado pelas condições do trabalho. O 
pintor, do exemplo anterior, está sujeito ao risco genérico do sol, no entanto as condições 
em que está exposto (longos períodos), agrava esta situação.
Para a determinação dos riscos específicos de uma indústria, é necessária a verificação 
das condições e os métodos de trabalho existentes, pois o produto produzido não determina, 
necessariamente, os processos, maquinários e procedimentos empregados.
É comum haver uma compreensão errônea do que seja um acidente. Frequentemente 
nos deparamos com a classificação de um acidente “grande” ou “pequeno” tendo como base 
a lesão sofrida pelo trabalhador. Nesta situação, além de se classificar erroneamente um 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 17
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
acidente como “pequeno”, apenas porque a lesão sofrida não foi grave, há também prejuízo 
no reconhecimento das causas do acidente. (CARDOSO, 2005)
 
De acordo com Michel (2008, p. 53) “O reconhecimento e a caracterização das causas 
podem ser simples, como no caso de um degrau quebrado de uma escada ou complexo quando 
se trata de determinar a causa ou as causas de uma sequência, em cadeia, que originaram o 
acidente, cada uma delas relacionada à outra. De uma maneira geral, pode-se dizer que na 
maior parte dos casos, os acidentes são ocasionados por mais de uma causa“.
3 FATORES DE ACIDENTES
 
Havendo lesão na ocorrência de um acidente, este é o ponto de partida na análise dos 
fatos ocorridos e para a determinação das medidas preventivas a serem estabelecidas. No 
estudo das causas de acidentes, existem cinco fatores a serem investigados que, de alguma 
maneira, estão relacionados com a ocorrência do acidente. Estes são denominados Fatores 
de Acidentes e se encontram listados a seguir, conforme indicado por Michel (2008):
•	 agende da lesão;
•	 condição insegura;
•	 acidente tipo;
•	 ato inseguro;
•	 fator pessoal inseguro.
3.1 AGENTE DA LESÃO 
De acordo com Michel (2008), agente da lesão é aquilo que, em contato com a pessoa 
determina a lesão. Pode ser, por exemplo, um dos muitos materiais com características 
agressivas, uma ferramenta ou a ponta de uma máquina. A lesão e o local da lesão no corpo 
são o ponto inicial para identificarmos o agente da lesão. Convém observar qual a característica 
do agente que causou a lesão. Alguns agentes são essencialmente agressivos, como os ácidos 
e outros produtos químicos, a corrente elétrica etc., basta um leve contato para ocorrer a lesão. 
Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da 
pessoa contra eles, por prensamento, queda etc. Por exemplo: a dureza de um material não 
é essencialmente agressiva, mas determina sempre alguma lesão quando entra em contato 
mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de objetos; o peso, 
em si, não constitui agressividade, mas é um fator que aliado à dureza do objeto, determina 
ferimentos ao cair sobre as pessoas. 
 
UNIDADE 1TÓPICO 218
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
3.2 CONDIÇÃO INSEGURA 
Michel (2008) afirma que condição insegura em um local de trabalho são as falhas 
físicas que comprometem a segurança do trabalhador; em outras palavras, as falhas, defeitos, 
irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança e outros, que põem em risco 
a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e a própria segurança das instalações e dos 
equipamentos. 
Nós não devemos confundir a condição insegura com os riscos inerentes a certas 
operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos 
que envolvem eletricidade, ou instalações elétricas. A eletricidade, no entanto, não pode 
ser considerada uma condição insegura, pois, se acondicionada convenientemente, não 
oferecerá riscos aos trabalhadores. No entanto uma instalação elétrica precária com falhas 
nos isolamentos, proteção deficiente, improvisos oferece grandes riscos de lesão.
Conclui-se, portanto, que a condição insegura pode ser neutralizada ou corrigida, no 
entanto, ela é responsável por 16% dos acidentes, segundo Michel. 
Conforme Michel (2008), eis alguns exemplos comuns de condição insegura:
•	 ausência de proteção mecânica;
•	 defeito do equipamento (partes perfuro cortantes, escorregadio); 
•	 escadas sem parapeito ou corrimão muito inclinadas, escorregadias;
•	 tubulações com vazamento de líquidos tóxicos;
•	 iluminação deficiente;
•	 ventilação inadequada;
•	 processos, operações ou arranjos perigosos;
•	 obstrução de passagens;
•	 sobrecarga do piso e/ou estruturas de sustentação.
AVA
LIAÇ
ÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Observe as figuras a seguir e procure 
identificar as condições inseguras existentes.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 19
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
FONTE: Getty Images (2010)
3.3 ATO INSEGURO 
É um comportamento que, contrariando os preceitos da segurança, pode causar ou 
favorecer a ocorrência de um acidente. De modo geral, ocorre quando o trabalhador se expõe, 
de maneira consciente ou não, a fatores de risco.
Segundo Michel (2008), 84% do total dos acidentes de trabalho são oriundos do próprio 
trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a maioria dos acidentes; não 
raro o trabalhador se serve de ferramentas inadequadas por estarem mais próximas ou procuralimpar máquinas em movimento por ter preguiça de desligá-las, ou se distrai e desvia sua 
atenção do local de trabalho, ou opera sem os óculos e aparelhos adequados. Ao se estudar 
os atos inseguros praticados, não devem ser consideradas as razões para o comportamento 
da pessoa que os cometeu, o que se deve fazer tão somente é relacionar tais atos inseguros.
 
Para Michel (2008), dentre os atos inseguros mais comuns, podemos destacar:
•	 levantamento impróprio de cargas (com sobrecarga na coluna); 
•	 permanência do trabalhador sob cargas suspensas ou não;
•	 manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento; 
•	 abusos, brincadeiras grosseiras, ou outros atos inadequados ao ambiente de trabalho;
•	 realização de operações sem a devida qualificação;
•	 remoção de dispositivos de proteção ou alteração de seu funcionamento;
•	 operação de máquinas fora dos seus limites de trabalho nominais (sobrecarga mecânica, 
FIGURA 2 – ALGUNS EXEMPLOS DE CONDIÇÃO INSEGURA
UNIDADE 1TÓPICO 220
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
velocidade excessiva, ambiente muito úmido);
•	 uso incorreto do equipamento de proteção individual necessário para a execução de sua 
tarefa. 
 
3.4 ACIDENTE-TIPO 
O termo “acidente-tipo” é utilizado para classificar a maneira como os trabalhadores 
sofrem a lesão, ou como acontece o contato entre a pessoa e o agente da lesão.
Uma boa compreensão do conceito de “acidente-tipo” é muito útil para a identificação 
correta dos atos e condições inseguras existentes. Os principais “acidentes tipo” são 
apresentados a seguir.
3.4.1 Batida contra
 
De acordo com Cardoso (2005), este tipo de acidente é aquele em que o trabalhador 
colide (bate) com o corpo, ou parte dele, contra obstáculos. Sua ocorrência é mais frequente 
quando há movimentos bruscos, descoordenados ou imprevistos, características de atos 
inseguros, mas também ocorre em movimentos normais quando na presença de condições 
inseguras, como, por exemplo, no caso de uma ferramenta perigosa deixada fora do lugar sem 
nenhuma proteção ou aviso.
3.4.2 Batida por
Nesta situação o que ocorre é o oposto do descrito anteriormente: o objeto é que colide 
com o trabalhador. Segundo Michel (2008), muitas vezes acontece tal evento pelo fato de a 
pessoa estar num lugar perigoso, por não utilizar equipamentos de proteção adequadamente 
ou ainda por não haver barreiras que isolem os elementos agressivos como, por exemplo, 
estilhaços.
3.4.3 Queda de objeto
 
É o acidente que ocorre quando algum objeto cai sobre o trabalhador. Esta queda pode 
ser do braço da pessoa, das suas mãos ou mesmo de algum local em que o objeto está (mal) 
acondicionado.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 21
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
É importante ressaltar que nesses casos, embora a pessoa também seja batida por, 
considera-se esta classificação à parte, pois a ação do agente da lesão é diferente: houve queda 
devido à gravidade e não por arremesso, de modo que as medidas de prevenção também são 
específicas.
3.4.4 Queda da pessoa
 
Nesta ocorrência, a pessoa sofre lesão ao bater também contra algum obstáculo, 
conforme descrito no item 3.4.1, porém o que a leva a bater contra alguma coisa é algo bem 
específico que demanda medidas preventivas também específicas. A queda da pessoa acontece 
por fator bem evidente como um tropeço ou desequilíbrio ou ainda por condições do meio como 
a quebra de um andaime ou o rompimento de um cabo de sustentação.
3.4.5 Prensagem entre
 
Ocorre quando a pessoa tem o corpo, ou parte dele, prensado entre dois objetos. É uma 
ocorrência de relativa frequência por estar diretamente ligada ao ato inseguro no manuseio de 
peças, ou ainda na manutenção de equipamentos ligados. Pode ocorrer também no momento 
em que o trabalhador se apoia em algum lugar perigoso do equipamento. Este tipo de acidente, 
bem como o anterior, requer, além de dispositivos de segurança nos equipamentos, treinamento, 
conscientização e responsabilidade do trabalhador concernentes às regras de segurança. 
3.4.6 Esforço excessivo
 
Também denominado de “mau jeito”. Este tipo de lesão não advém de algum agente 
lesivo externo, mas de distensão muscular decorrente da má postura do corpo na realização 
de algum movimento brusco em más condições ou simplesmente pelo excesso de força 
empregado. Estes casos ocorrem, geralmente, na região lombar (CARDOSO, 2005). É uma 
questão de Ergonomia e existe vasto material explicativo a respeito, no entanto a prevenção 
deste tipo de ocorrência envolve reciclagem contínua dos trabalhadores.
3.4.7 Exposição a temperaturas extremas
 
São casos em que a pessoa se expõe a temperaturas muito altas ou baixas sem a devida 
UNIDADE 1TÓPICO 222
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
proteção requerida, cujo resultado pode ser alguma lesão ou mesmo doença ocupacional. É 
importante ressaltar que nessas situações a pessoa não entra em contato direto com a fonte 
de temperatura extrema. Pode-se exemplificar este tipo de ocorrência citando as queimaduras 
ocasionadas pelos raios de solda, choque térmico pela exposição prolongada ao sol. 
3.4.8 Contato com produtos químicos agressivos
 
Nestes casos, a lesão pode acontecer pela aspiração, ingestão ou contato com a pele. 
São considerados também produtos que causam efeitos alérgicos. Ocorre muitas vezes pela 
má condição dos equipamentos destinados à manipulação segura dos produtos agressivos, 
ou também pela falta de conhecimento adequado. 
3.4.9 Contato com eletricidade
 
Este tipo de acidente ocorre quando há contato direto do trabalhador com partes 
energizadas de equipamentos ou sistema de energia ou ainda por arco voltaico. É mais comum 
em alta tensão.
Os acidentes com eletricidade são especialmente perigosos, pois há risco de morte 
em praticamente todas as ocorrências. Muitas vezes estes acidentes acontecem por 
desconhecimento do trabalhador, por falta de equipamentos de proteção adequados ou por 
excesso de confiança. Além disso, a eletricidade é, geralmente, um potencial agente de lesão 
silencioso e invisível, fatos que requerem treinamentos e rotinas de segurança muito rígidos.
 
É interessante ressaltar, ainda, que no caso dos trabalhadores das empresas de 
distribuição de energia elétrica, o risco de morte devido ao contato com eletricidade está, muitas 
vezes, também associado às quedas subsequentes ao choque elétrico, conforme Cardoso 
(2005).
3.4.10 Outros acidentes-tipo
 
Nota-se que alguns dos tipos relacionados agrupam acidentes semelhantes que, no 
entanto, poderiam ser considerados separadamente. Pode-se fazer este tipo de desdobramento 
sempre que ele for vantajoso para a prevenção de acidentes.
Na construção civil, pode ser importante subdividir os tipos de queda a que uma pessoa 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 23
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
está sujeita, em função das diferentes alturas de trabalho presentes.
Numa indústria química que lide com variados produtos, pode ser útil subdividir o 
acidente tipo de acordo com a agressividade do agente de lesão, fato que provavelmente 
não compensaria numa indústria de alimentos. Para um armazém de carga e descarga, 
que emprega muito trabalho manual, é interessante subdividir o esforço excessivo, já numa 
empresa de instalação elétrica, podem-se classificar as várias maneiras possíveis de contato 
com a eletricidade.
Existem, ainda, outros tipos de acidentes que são menos comuns e, portanto, não 
requerem uma classificação específica. São de fácil identificação por não se enquadrarem em 
nenhumasituação anteriormente descrita. 
É de fundamental importância que a classificação dos acidentes-tipo proposta, se baseie 
na forma pela qual a pessoa sofre a lesão, não tendo relação com o meio físico do ambiente 
(acidente-meio), tampouco com a extensão das lesões. 
Um mesmo acidente-meio pode causar diferentes acidentes-tipo. Imaginemos o 
rompimento de uma tubulação de vapor de alta pressão: uma pessoa próxima da falha poderá 
sofrer queimaduras decorrentes da exposição ao vapor, no entanto, outra pessoa mais afastada, 
poderia cair ao tentar se esquivar do jato de vapor. 
Existem casos em que a classificação do tipo de acidente é mais difícil, quando 
este parecer pertencer a dois tipos. É importante conhecer os pontos mais importantes da 
classificação. Tomemos o seguinte exemplo: um eletricista está efetuando reparos num painel 
de comando energizado quando, repentinamente, tropeça e entra em contato com alguma 
parte condutora energizada, levando um choque. O acidente-tipo, neste caso é “contato com 
eletricidade” e não “queda da pessoa”, pois o que determinou efetivamente a lesão não foi 
a queda, mas sim o contato com o agente agressivo. Outra situação hipotética envolvendo 
eletricidade: o eletricista está efetuando reparos na iluminação de um galpão no alto de uma 
escada quando toma um choque e cai, batendo a cabeça no chão. Caso a lesão sofrida seja 
apenas devido à queda, então o acidente é “queda de pessoa”, se, no entanto, houver também 
lesão decorrente do choque elétrico, então também haveria “contato com eletricidade”, sendo 
que a ocorrência deveria ser registrada sob as duas classificações.
Pode-se complementar este assunto citado por Michel (2008): 
Em alguns casos, apesar de todo o cuidado, poderá restar alguma dúvida, pelo fato de 
a classificação proposta ser apenas genérica. Porém, para ganhar tempo, ou melhor, para não 
desperdiçar tempo em detalhes que podem não compensar o esforço e o tempo despendidos 
em sua análise, é preferível optar pela generalidade e dentro dela dar a devida atenção aos 
fatos específicos de destaque que possam servir para a conclusão geral do relatório - que é 
UNIDADE 1TÓPICO 224
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
objetivo visado - isto é, o que fazer para prevenir novas ocorrências.
 
3.5 FATOR PESSOAL INSEGURO 
É a característica, mental ou física, que leva ao ato inseguro e que em muitos casos, 
também criam condições inseguras. São fatores inerentes à pessoa e, muitas vezes, de difícil 
identificação.
Citam-se alguns fatores impessoais inseguros:
•	 atitude imprópria (desrespeito voluntário às instruções ou normas de segurança);
•	 má interpretação das normas;
•	 nervosismo;
•	 excesso de confiança;
•	 falta de conhecimento das práticas seguras (carência de instrução);
•	 incapacidade física para o trabalho (pouca audição ou visão, mobilidade limitada).
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
RESUmO DO TÓpICO 2
Neste tópico, você estudou os seguintes conteúdos:
•	 Existem três fatores principais causadores de acidentes: condições inseguras, atos inseguros 
e eventos catastróficos.
•	 Os riscos a que uma pessoa está sujeita podem ser classificados em três modalidades: risco 
genérico, risco específico e risco agravado.
•	 A gravidade de um acidente não deve ser definida com base nas lesões sofridas pelos 
trabalhadores.
•	 Existem cinco tipos de fatores acidentários que devem ser considerados para a prevenção 
de acidentes: agente da lesão, condição insegura, acidente-tipo, ato inseguro e fator pessoal 
inseguro.
•	 Agente da lesão é aquilo que, em contato com o trabalhador, determina a lesão.
•	 Condição insegura são as características do local de trabalho que põem em risco a segurança 
e a saúde do trabalhador.
•	 Ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se sujeita a riscos.
•	 Acidente-tipo é o conceito utilizado para definir a maneira pela qual a pessoa sofreu a lesão.
UNIDADE 1TÓPICO 226
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
AUT
OAT
IVID
ADE �
Responda as seguintes questões:
1 Por que não se deve classificar a gravidade de um acidente com base na lesão sofrida 
pelo trabalhador?
2 O que é o agente da lesão?
3 O que é uma condição insegura? Cite um exemplo.
4 Cite três exemplos de atos inseguros.
5 Qual a importância de se classificar os acidentes em tipos?
6 O que é fator pessoal inseguro?
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
INvESTIgAÇÃO DE ACIDENTES
1 INTRODUÇÃO
TÓpICO 3
UNIDADE 1
A investigação de acidentes faz parte da maioria dos programas tradicionais de 
segurança. Porém, o objetivo de uma boa investigação de acidentes geralmente não é bem 
compreendido e, como resultado, a maioria das investigações se transforma em exercícios de 
achar culpados, responsáveis, deficiências ou falhas, e raras vezes se preocupam em realmente 
identificar quais foram as causas básicas do acontecimento e não chegam a soluções efetivas 
para prevenir a repetição dos mesmos. 
A investigação deve identificar as causas e possibilitar as suas correções. É importante 
que haja a comunicação dos acidentes/incidentes, entre as áreas, para prevenir que acidentes 
semelhantes ocorram e que incidentes se transformem em acidentes, segundo Michel (2008).
2 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE (OU INCIDENTE) 
 
A investigação de acidente consiste, basicamente, numa análise do evento ocorrido, 
realizada pelo superior acompanhado por um grupo de pessoas, com base em fatos e 
informações reunidas mediante um exame detalhado de todos os fatores relevantes envolvidos 
no contexto.
 
A qualidade e utilidade da informação estão relacionadas diretamente com o grau de 
detalhamento e consistência da investigação.
2.1 POR QUE SE DEVEM 
UNIDADE 1TÓPICO 328
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
 INVESTIGAR OS ACIDENTES?
 
Em se tratando de acidentes, sua investigação tem por objetivo evitar que eles se repitam. 
No caso de incidentes, objetiva-se que os mesmos não venham a se tornar acidentes, pois, 
ao se identificar e corrigir as causas prevenir-se-á a sua repetição, o que caracteriza atitude 
preventiva, conforme Cardoso (2005).
2.2 QUANDO A INVESTIGAÇÃO 
 DEVE SER REALIZADA
 
O momento de realizar a investigação dependerá, em grande parte, do tipo de acidente 
ocorrido. Em geral, o evento deve ser investigado o mais rápido possível, pois quanto menos 
tempo decorrer entre o acidente e a sua investigação, melhor será a qualidade da informação 
obtida. 
Justifica-se o atraso no início das investigações apenas para proceder com o devido 
atendimento do(s) envolvido(s), eliminação de riscos ainda existentes no local do evento ou pela 
perturbação emocional dos trabalhadores em decorrência do acidente, conforme Michel (2008).
2.3 PROPORÇÃO ENTRE ACIDENTES E INCIDENTES
 
O “Estudo das Proporções de Acidentes”, realizado por Frank BIRD, em 1969, baseado 
nas informações contadas nos registros de 1.753.498 acidentes, fornecidas por 297 empresas, 
envolvendo mais de 3 bilhões de horas-homem trabalhadas, teve como resultado o gráfico na 
figura a seguir:
FONTE: BIRD, 1969.
FIGURA 3 – RAZÃO ENTRE ACIDENTES E INCIDENTES
UNIDADE 1 TÓPICO 3 29
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Os programas tradicionais de segurança se preocupam com o topo da pirâmide, 
ignorando os acidentes com danos à propriedade que representam grande parte das perdas 
e os incidentes através dos quais sepode trabalhar de maneira preventiva.
2.4 QUAIS ACIDENTES 
 E INCIDENTES SE DEVE INVESTIGAR
 
Devem ser investigados todos os acidentes que provocarem perdas, cujos valores e 
gravidade devem ser definidos por normas preestabelecidas pela empresa.
Em relação aos incidentes, devem ser investigados todos aqueles com potencial de 
causar uma perda grave. É importante lembrar que para poder haver investigação de um 
incidente, este deve ser comunicado.
2.5 VANTAGENS DA INVESTIGAÇÃO
 
Uma investigação concisa e bem elaborada apresenta inúmeras vantagens para o 
supervisor e também para a empresa, dentre as quais podemos citar:
•	 identificação das causas prováveis do evento indesejado, oferecendo meios de prevenção, 
redução ou controle da repetição do mesmo;
•	 redução dos riscos e das perdas;
•	 preservação do patrimônio físico e humano;
•	 orientação na tomada de decisões pela identificação de carências nas instalações, 
equipamentos, manutenção, operações e treinamento.
2.6 QUEM DEVE CONDUZIR A INVESTIGAÇÃO
 
O supervisor deve assumir a responsabilidade imediata da investigação sempre que 
haja um acidente / incidente em seu setor e dela participar pessoalmente. Esta escolha se 
justifica pelo fato de o supervisor (MICHEL, 2008):
•	 ter interesse pessoal a proteger;
•	 conhecer melhor as pessoas e condições;
•	 saber como obter as informações;
•	 é a pessoa que tomará as medidas necessárias.
UNIDADE 1TÓPICO 330
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Por outro lado, existem benefícios para o próprio supervisor:
•	 evidencia e demonstra interesse e preocupação pelo seu pessoal;
•	 aumenta a produtividade;
•	 reduz o custo de operação e as perdas;
•	 demonstra que controle é liderança.
2.7 QUEM DEVE PARTICIPAR DA 
 INVESTIVAÇÃO DE ACIDENTES E INCIDENTES
As pessoas envolvidas na investigação variam conforme o tipo e gravidade do evento 
ocorrido. No quadro a seguir são demonstradas as pessoas / funções que devem integrar a 
equipe de investigação na ocorrência de um evento indesejado.
QUADRO 1 – PARTICIPANTES DA INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
TIPO GRAVIDADE / VALOR
PARTICIPANTES
Superintendente
Gerente / 
chefe de Depto 
Produção
Supervisor / 
Chefe de setor 
Produção
Envolvidos / 
Testemunhas/ 
Membros da 
CIPA
INCIDENTES Investigar ou Registrar *
ACIDENTES 
COM PERDAS 
HUMANAS
Com lesão sem 
afastamento
X X
Com lesão e 
afastamento X X
Incapacidade 
permanente ou 
morte
X X X X
ACIDENTES 
COM PERDAS 
MATERIAIS
Até R$ 500,00 Investigar ou Registrar *
De R$ 500,00 
a R$ 5.000,00 X X
Acima de R$ 
5.000,00 X X X X
FONTE: Neto (2006)
* Os incidentes/acidentes com perdas materiais (cujo valor for de até R$ 500,00), mas que possuam 
potencial de causar perdas elevadas devem também ser investigados pelo supervisor.
3 ETApAS DA INvESTIgAÇÃO 
 DE ACIDENTES DE TRABALHO
A seguir são demonstrados os passos necessários para a condução de uma investigação 
de acidentes.
UNIDADE 1 TÓPICO 3 31
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
3.1 OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES 
 SOBRE O ACIDENTE
Para obter informações sobre o acidente, deve-se proceder da seguinte forma.
3.1.1 Ir ao local do acidente
É essencial que os responsáveis pela investigação (time de investigação) examinem 
pessoalmente o local do acidente / incidente, a fim de ter uma representação visual do que se 
deve investigar e quais informações devem ser colhidas. Se for prático, é sempre aconselhável 
ter uma “imagem real” de tudo o que está relacionado com o acidente, antes de iniciar qualquer 
análise sobre o que aconteceu.
3.1.2 Entrevistar os envolvidos e as testemunhas
Na investigação de acidentes, é importante saber o que aconteceu. A forma adequada 
de chegar à resposta é perguntar às pessoas direta ou indiretamente envolvidas no evento. 
Certas técnicas relacionadas com as entrevistas ajudarão a obter um melhor resultado.
3.1.3 Reconstituir o acidente
Frequentemente, durante uma investigação de acidente o time de investigação pode 
pedir às testemunhas que mostrem “como aconteceu”. Embora isto possa facilitar a obtenção de 
informações valiosas, em certas situações poderá se transformar em fonte de novos acidentes 
ou incidentes.
A reconstituição de um acidente ou incidente deverá ser feita unicamente nas seguintes 
circunstâncias:
•	 quando a informação não puder ser obtida de outra forma;
•	 quando for essencial para as medidas de prevenção;
•	 quando for necessária a verificação de acontecimentos-chaves.
UNIDADE 1TÓPICO 332
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
3.2 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES 
 SOBRE O ACIDENTE
A seguir, veja como é feita a análise das informações sobre o acidente.
3.2.1 Identificação das causas do acidente
 
A identificação das causas é de fundamental importância na realização de uma boa 
investigação, pois permite a obtenção de recomendações ou soluções que visem à eliminação 
ou atenuação destas causas.
A figura a seguir relaciona as causas prováveis de um acidente.
FONTE: Neto (2006)
3.2.2 Proposição de recomendações 
 e medidas de controle
As medidas de controle podem variar em grau (dependendo do efeito), do custo, da 
confiabilidade e de possíveis efeitos colaterais que possam aparecer. Em geral, estas se 
classificam em dois tipos (NETO, 2006):
•	 Ações Temporárias: aquelas que correspondem às respostas obtidas durante a investigação 
“O que pode ser feito AGORA para se evitar a repetição do acidente”? Exemplos: melhorar 
a iluminação do ambiente; colocar anteparos junto às valas abertas; trocar o equipamento 
FIGURA 4 – QUADRO DE CAUSAS DE ACIDENTES
UNIDADE 1 TÓPICO 3 33
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
defeituoso.
•	 Ações Permanentes: são os procedimentos que, uma vez adotados, resolvem em definitivo 
os problemas ou suas causas. Também se enquadram nesta classificação os casos de 
omissões e erros em programas, padrões e normas.
3.3 FORMULÁRIO 
 DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
 
Os formulários de investigação de acidentes podem se diferenciar entre e as empresas, 
porém as informações requeridas são, em geral, muito similares. As principais informações 
constantes num formulário de investigação de acidentes devem ser (NETO, 2006):
1. Identificação da ocorrência (dados gerais).
2. Descrição do evento e bens materiais danificados.
3. Pessoa(s) envolvida(s).
4. Valores envolvidos.
5. Material em anexo.
6. Resumo das causas prováveis.
7. Resumo das ações corretivas e preventivas.
8. Comentários.
4 A COmUNICAÇÃO DO ACIDENTE
 
Um dos valores mais significativos da comunicação de todos os acidentes está na 
possibilidade de descobrir as causas que podem ocasionar eventos com perdas no futuro. 
Quando determinados acidentes (e incidentes) não são comunicados, não há a formação 
de uma base de dados para análise com informações suficientes para a prevenção destes 
acontecimentos indesejados.
As principais causas que levam a não comunicação de um acidente são (NETO, 2006):
•	 temor de medidas disciplinares (sanções);
•	 preocupação com a reputação pessoal;
•	 evitar burocracia;
•	 desejo de manter um baixo nível (fictício) de acidentes;
•	 desconhecimento dos benefícios da comunicação.
UNIDADE 1TÓPICO 334
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
RESUmO DO TÓpICO 3
Neste tópico, você estudou os seguintes conteúdos:
•	 O que é e como se realiza uma investigação de acidentes.
•	 Etapas da investigação de acidentes.
•	 Análise das informações coletadascom a investigação de acidentes.
•	 A importância da comunicação e registro dos acidentes.
UNIDADE 1 TÓPICO 3 35
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
AUT
OAT
IVID
ADE �
Para exercitar seus conhecimentos, responda as seguintes questões:
1 O que é uma investigação de acidente?
2 Quando a investigação deve ser realizada?
3 O que se conclui com a pirâmide de proporções de Bird?
4 Quais as principais etapas de uma investigação de acidentes?
UNIDADE 1TÓPICO 336
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
ANÁLISE DE ACIDENTES DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
TÓpICO 4
UNIDADE 1
Foram apresentados no capítulo anterior os cinco fatores de acidentes: agente da lesão, 
condição insegura, acidente-tipo, ato inseguro e o fator pessoal inseguro. 
A análise das causas de acidentes, com finalidade de prevenção, reside no estudo 
dos fatores como diretriz para o exame das condições de trabalho e determinação da origem 
dos acidentes, para a adoção de medidas preventivas adequadas. Logo se percebe que é 
necessária a correta identificação de cada agente a fim de se levantar as causas do acidente 
de maneira eficaz.
 
Segundo Michel (2008), o melhor método de pôr em prática a análise das causas de um 
acidente com a finalidade de prevenção, reside na utilização dos fatores como guia de análise 
das condições de trabalho, e determinação das fontes de acidentes, de modo a permitir a adoção 
de medidas preventivas. Isso pressupõe a identificação de cada agente para o competente 
levantamento das causas de acidente. Resumindo, podemos dizer que na determinação da 
causa devemos levar em conta: fatores pessoais, que são dependentes do homem, os quais 
originam o ato inseguro e fatores materiais que são dependentes das condições existentes 
nos locais de trabalho e que originam a condição insegura. Os dois fatores se encadeiam o 
que nos leva a dizer que o acidente resulta do ato mais condição insegura. 
 
2 ImpROpRIEDADE DO TERmO “DESCUIDO”
De acordo com Michel (2008), o descuido foi e continua sendo, apresentado como a maior 
causa de acidentes do trabalho. Em vários levantamentos de acidentes com perda de tempo 
examinado, tivemos oportunidade de constatar que as causas mais frequentes dos acidentes 
investigados eram o descuido, a falta de atenção, a distração e outras mais, nenhuma, porém, 
UNIDADE 1TÓPICO 438
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
relacionada a condições inseguras. 
Pode ser tentador se utilizar do termo descuido para descrever a causa de um acidente. 
Certamente, esta seria uma maneira fácil e rápida, afinal, nada mais simples do que atribuir o 
descuido ao trabalhador!
Deve-se ter em mente, no entanto, que o descuido por si só não caracteriza a causa 
direta de um acidente. É necessário que se realize uma análise mais minuciosa e técnica a 
fim de se encontrar a real causa que levou ao ato inseguro.
Uma análise de acidentes geralmente é iniciada pelas consequências da lesão (cortes, 
queimaduras, fraturas, choque etc.) Como já comentado anteriormente, estes fatores são o 
resultado do acidente e não suas causas. Na sequência, verifica-se o tipo de acidente, de 
acordo com o exposto no capítulo anterior.
A partir deste ponto, inicia-se a procura por quaisquer condições inseguras que possam 
ter influência direta ou indireta na causa do acidente, como iluminação deficiente, equipamento 
defeituoso, ausência de sinalização, barreiras ineficazes e outras.
Também se investigam quaisquer atos inseguros que possam ter precedido o acidente, 
a exemplo:
•	 não uso de equipamento de segurança;
•	 uso incorreto de equipamento;
•	 execução de tarefa sem autorização/capacitação;
•	 trabalho em velocidade insegura;
•	 uso de equipamento defeituoso ou inadequado para a tarefa;
•	 carregamento de risco;
•	 postura inadequada (fator ergonômico);
•	 manutenção de máquinas em movimento; 
•	 brincadeiras (atos inadequados ao ambiente);
•	 dispositivos de segurança desabilitados (ex: remoção de trava de segurança). 
Logo, verifica-se que a utilização do termo descuido, como causa de acidente, além de 
não caracterizar um processo de avaliação técnico e eficiente, baseado nos procedimentos 
até então descritos, ainda não aponta devidamente as reais causas do ocorrido, o que vem a 
prejudicar os procedimentos seguintes à análise, segundo afirma Michel (2008).
 
 
2.1 TEORIA DE HEINRICH
Um dos estudos mais conhecidos na área da Segurança do Trabalho foi uma pesquisa 
UNIDADE 1 TÓPICO 4 39
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
que levou ao que se denomina Teoria de Heinrich. Segundo esta proposição, todo acidente 
de trabalho e, como consequência, a lesão, ocorrem devido a um ou mais fatos ocorridos 
anteriormente, ou seja, um acidente não acontece simplesmente de forma imprevista, é 
causado porque o trabalhador cometeu um ato inseguro (por imperícia ou imprudência) e/ou 
por condições inseguras do ambiente.
Heinrich comparou a ocorrência de acidentes de trabalho a uma série de cinco peças de 
dominó enfileiradas de modo que o cair de uma, faz com que caiam também as peças seguintes. 
Nesta conjectura a primeira peça do dominó representa a personalidade do trabalhador; a 
segunda, as falhas humanas no exercício do trabalho; a terceira se refere às causas de acidentes 
estudados anteriormente (atos inseguros e condições inseguras); a quarta peça representa o 
acidente propriamente dito e, por fim, a quinta pedra é a lesão.
Sobre cada peça, pode-se verificar o seguinte:
•	 Personalidade: ao integrar o quadro de funcionários de uma empresa, o trabalhador carrega 
consigo um conjunto de características positivas e negativas, referentes às suas virtudes 
e defeitos, que, em conjunto, definem a sua personalidade. Esta se formou ao decorrer 
dos anos, em parte influenciada por fatores hereditários e em parte pela vivência social e 
familiar do indivíduo. Algumas destas características negativas (irresponsabilidade, teimosia, 
temeridade, impaciência e outras) podem constituir causa de atos inseguros ou a criação de 
condições inseguras.
•	 Falhas humanas: “errar é humano” diz o ditado e, de fato, independente da sua posição 
hierárquica ou educação, mas fortemente influenciadas pela personalidade, as falhas humanas 
podem levar a erros no exercício do trabalho culminando com acidentes.
•	 Causas de acidentes: esta peça do dominó se refere às condições inseguras e atos inseguros.
•	 Acidente: é o provável resultado da presença de atos inseguros e/ou causas inseguras no 
local de trabalho.
•	 Lesões: é o dano sofrido pelo trabalhador como consequência de um acidente, no entanto, 
nem todo acidente implica lesões, como já comentado anteriormente.
FONTE: Michel (2008)
FIGURA 5 – PEÇAS DE DOMINÓ E SEUS SIGNIFICADOS DE ACORDO COM A TEORIA 
DE HEINRICH
UNIDADE 1TÓPICO 440
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Segundo Michel (2008), uma vez que não se consegue eliminar os traços negativos da 
personalidade, surgirão em consequência, falhas no comportamento do homem no trabalho, 
de que podem resultar atos inseguros e condições inseguras, que poderão levar ao acidente 
e às lesões. Quando isso ocorrer, tombando a pedra "personalidade", ela ocasionará a queda, 
em sucessão de todas as demais.
FONTE: Michel (2008)
Considerando-se que é impraticável modificar radicalmente a personalidade de todos que 
trabalham de tal sorte aevitar as falhas humanas no trabalho, deve-se procurar eliminar as causas 
de acidentes, sem que haja preocupação em modificar a personalidade de quem quer que seja. Por 
isso, deve-se buscar a eliminação tanto das condições inseguras, apesar da avareza, do desprezo 
pela vida humana ou quaisquer outros traços negativos da personalidade de administradores ou 
supervisores. Também é necessário procurar que os operários, apesar de teimosos, desobedientes, 
temerários, irascíveis, não pratiquem atos inseguros, o que se pode conseguir através da criação 
nos mesmos, da consciência de segurança, de tal sorte que a prática da segurança, em suas vidas, 
se transforme em um verdadeiro hábito. (MICHEL, 2008)
FONTE: Michel (2008)
FIGURA 6 – CADEIA DE ACONTECIMENTOS DA TEORIA DE HEINRICH
FIGURA 7 – INTERRUPÇÃO DA CADEIA DE EVENTOS
UNIDADE 1 TÓPICO 4 41
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Eliminando-se os atos inseguros e as condições inseguras, ou seja, as causas de 
acidentes, é possível impedir a ocorrência dos acidentes sem que seja necessária a modificação 
da personalidade dos trabalhadores que, como já mencionado, não seria viável.
3 ELImINAÇÃO DAS CAUSAS DE ACIDENTES
A prevenção de acidentes só pode ser bem realizada a partir de um programa 
consistente, que contenham objetivos muito claros e levem em conta desde um pequeno 
incidente até acidente com graves repercussões. (CAMPOS, 1999, p. 41) 
Para se eliminar efetivamente os acidentes do trabalho, é necessária a análise das suas 
causas, ou seja, identificar os riscos que venham a provocar lesões. 
Segundo Tavares (1996, p. 31), no controle de identificação das causas dos acidentes, 
podem ser considerados os seguintes elementos:
•	 inspeções programadas de segurança;
•	 estudo de doenças ocupacionais;
•	 observação de segurança;
•	 análise de segurança do trabalho;
•	 permissão do trabalho;
•	 delimitação de área restrita;
•	 relatório de incidentes/acidentes;
•	 investigação de incidentes/acidentes.
Tendo-se em vista que as causas majoritárias de acidentes decorrem de falhas humanas 
e falhas materiais, para a prevenção de acidentes, deve-se ter em foco:
•	 a eliminação da prática de atos inseguros; 
•	 a eliminação das condições inseguras. 
Resumidamente, os atos inseguros podem ser eliminados através da seleção profissional 
e exames médicos adequados com posterior capacitação e educação. Já as condições inseguras 
podem ter suas causas eliminadas através das técnicas das engenharias. 
Nesse ínterim, convém mencionarmos a "Regra EDE", relativa aos problemas de 
segurança do trabalho: 
•	 "E" – engenharia - medidas de ordem técnica; 
•	 "D" – disciplina – rigor na observação dos métodos de segurança;
•	 "E" – educação – o ensino da segurança a todos. Demonstrar e comprovar aos setores 
administrativos da empresa a necessidade da correção das condições inseguras reveladas pela 
engenharia, além de implantar um programa de segurança e treinamento dos trabalhadores. 
UNIDADE 1TÓPICO 442
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
"A segurança do trabalho não é somente um problema de pessoal, mas envolve uma 
engenharia, um conhecimento de legislação específica, cujo sucesso é função direta da 
habilidade de vender o programa à gerência e aos trabalhadores". (MICHEL, 2008) 
 
 
 
4 ESTATÍSTICA DOS ACIDENTES
 
A CIPA, de acordo com a NR-5 da portaria nº 3214/78, é obrigada a preencher uma 
ficha com dados sobre qualquer acidente ocorrido. Esta ficha deverá ser aberta, quando da 
ocorrência de acidentes com afastamento e será discutida em todas as reuniões até que as 
medidas propostas, para evitar a repetição, tenham sido tomadas.
 
Ao tomar conhecimento da ocorrência, o Departamento de Segurança deverá 
providenciar a investigação do acidente. Um elemento do Departamento (técnico, tecnólogo ou 
engenheiro) se dirigirá ao local, onde fará uma inspeção detalhada e colherá depoimentos dos 
trabalhadores daquela seção e, posteriormente, do encarregado ou supervisor. Quando houver 
vítima, esta deverá também descrever o ocorrido, conforme já mencionado em tópico anterior.
Qualquer programa de segurança deve incluir métodos de controle e avaliação dos 
resultados. A reunião das informações e dados relativos às ocorrências, a partir dos diversos 
formulários como Ficha de Comunicação de Acidente (CAT), Ficha de Investigação de Acidentes, 
Ficha de Inspeção de Segurança, possibilita a fixação das metas e objetivos.
Para um resumo dos acidentes em tabelas e gráficos que possibilitem controle e 
avaliação mais rápidos e precisos, podem ser estimados resumos periódicos, por exemplo, 
mensais e anuais. De maneira geral, considera-se como ano estatístico o período compreendido 
entre 1º de janeiro a 31 de dezembro e o mês estatístico do primeiro ao último dia desse mês.
Vários coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os índices citados a seguir são os mais 
comuns, e, embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros, acredita-se que todos 
são válidos em termos estatísticos, pois se baseiam na norma NBR14280:2001 – “Cadastro 
de Acidentes de Trabalho – Procedimento e Classificação”.
Basicamente são utilizados dois coeficientes: de frequência, que dá a ideia do número 
de acidentes, e de gravidade, que nos dá a ideia da extensão das lesões sofridas pelos 
trabalhadores. Na comparação entre diversos períodos de tempo ou entre diversas empresas, 
consideram-se os dados obtidos com os acidentes de trabalho em comparação ao tempo de 
exposição ao risco dos trabalhadores ou a soma das horas efetivamente trabalhadas.
4.1 CÁLCULO DAS HORAS-HOMEM 
UNIDADE 1 TÓPICO 4 43
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
 DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS (HHT)
 
As horas-homem são calculadas pelo somatório das horas de trabalho de cada 
empregado.
 
Horas-homem, em um determinado período, se todos trabalham o mesmo número de 
horas, é o produto do número de homens pelo número de horas. Por exemplo: 25 homens 
trabalhando, cada um, 200 horas por mês, totalizam 5 000 horas-homem. Quando o número 
de horas trabalhadas varia de grupo para grupo, calculam-se os vários produtos, que devem 
ser somados para obtenção do resultado final.
EXEMPLO: 25 homens, dos quais 18 trabalham cada um 200 horas por mês, quatro 
trabalham 182 horas e três, apenas 160 horas, totalizam 4808 horas-homem, como está 
demonstrado abaixo:
(18 × 200) = 3.600
+ (4 × 182) = 728
+ (3 × 160) = 480
Total = 4.808
4.2 COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA (CF)
É igual ao número de acidentes com afastamento dividido pelo total de horas-homem 
trabalhadas, vezes 106. Portanto, representa-se por:
CA = acidentes com afastamento
HHT = horas-homem trabalhadas com exposição ao risco
 
Para se obter o total de horas-homem trabalhadas, é suficiente somar as horas 
trabalhadas pelos empregados e registradas no cartão ponto. Nota-se que as horas extras 
serão incluídas, enquanto que faltas, abonos, licenças médicas não serão consideradas. Em 
outras palavras, o coeficiente de frequência dá o número de acidentes com afastamento por 
milhão de horas-homem trabalhadas.
UNIDADE 1TÓPICO 444
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
Este coeficienteisolado não é de grande valia, pois, por exemplo, em uma empresa com 
coeficiente de frequência igual a 50, os acidentes foram somente de incapacidade temporária 
total, enquanto que outra empresa com coeficiente de frequência igual a 5, pode ter acidentes 
com incapacidade permanente ou mesmo morte. Para dar ideia das lesões, criou-se outro 
coeficiente. (MICHEL, 2008)
4.3 COEFICIENTE DE GRAVIDADE (CG)
 
Corresponde aos dias perdidos em decorrência de acidentes com incapacidade 
temporária total somada aos dias debitados por acidentes com incapacidade permanente parcial 
ou total, ou morte do acidentado, dividido pelo total de horas trabalhadas pelos empregados 
e registradas no cartão ponto.
dp = dias perdidos
dd = dias debitados
 
Os dias perdidos são contados a partir do dia seguinte ao do acidente, nos casos de 
afastamento por incapacidade temporária total, até o dia da alta médica ou retorno ao trabalho 
do acidentado em seu horário normal. Na contagem, são incluídos feriados e dias de descanso 
semanal obrigatório, portanto são dias corridos.
Os dias debitados são retirados de uma tabela, constante na NR-5 Portaria 3214, de 8 
de junho de 1978, que, a partir de uma avaliação percentual de perda de capacidade para o 
trabalho causada por lesão com incapacidade permanente, determina quantos dias deverão 
ser computados. Quando a incapacidade permanente decorrer de uma perturbação funcional, a 
avaliação da perda de capacidade será determinada pela empresa seguradora, considerando-
se para 100% com total de 6.000 dias debitados. 
Esses coeficientes foram um pouco modificados, tendo em vista que alguns termos, 
se aplicados literalmente, não teriam significado. Por exemplo: a explosão de uma caldeira 
poderia causar lesões em dez operários que estivessem nas proximidades. Ter-se-ia, portanto, 
apenas um acidente de produção que causaria dez acidentes do trabalho, ou dez acidentados 
com lesão ou com perda de tempo, pela nomenclatura atualizada. Como, porém, o mínimo 
que se exige do profissional de segurança é bom senso, além dos conceitos técnicos básicos, 
não se acredita que essa modificação cause qualquer diferença na compilação dos dados. 
(MICHEL, 2008)
UNIDADE 1 TÓPICO 4 45
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
4.4 TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES (FA)
É o número de acidentes (com e sem lesão) por milhão de horas-homem de exposição 
ao risco. Assim como o coeficiente de frequência deve ser calculado até a 2ª casa decimal 
(aproximação de centésimos) as horas-homem de exposição ao risco conceitualmente possuem 
o mesmo significado de horas-homem trabalhadas.
N = número de acidentes com e sem lesão
H = horas-homem de exposição ao risco ou HHT
4.5 TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTADOS 
 COM LESÃO E COM PERDA DE TEMPO (FL)
 
É o número de acidentados com lesão incapacitante (morte ou incapacidade permanente 
ou incapacidade temporária total) em relação a um milhão de horas-homem de exposição ao 
risco. Seu significado é o mesmo do coeficiente de frequência. 
N = número de acidentados com lesão
H = horas-homem de exposição ao risco ou HHT
4.6 TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTADOS 
 COM LESÃO SEM PERDA DE TEMPO (FS)
 
É o número de acidentados com lesão leve (acidente sem afastamento) por milhão de 
horas-homem de exposição ao risco.
N = número de acidentados sem lesão incapacitante
H = horas-homem de exposição ao risco ou HHT
A partir da análise estatística dos dados observados, para a empresa como um todo, 
poderão ser determinados os índices por setor, ou por seção da empresa, possibilitando 
delimitar as áreas de maior número de ocorrências e as áreas onde os acidentes atingem 
maior gravidade, visando ao estabelecimento de ações de controle.
UNIDADE 1TÓPICO 446
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
A SUBNOTIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO
 Josevan Ursine Fudoli 
CONCEITOS LEGAIS 
Sob o ponto de vista legal, o acidente do trabalho é definido como “o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos 
no inciso VII do art. 11 da Lei 8.213/91, provocando lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho".
São consideradas também como acidentes do trabalho as doenças profissionais e as 
doenças do trabalho, sendo que a doença profissional é a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade (constante de relações elaboradas 
pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério da Previdência Social) e a doença do 
trabalho é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho 
é realizado e com ele se relacione diretamente. 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho o acidente ligado ao trabalho que, embora 
não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para 
redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção 
médica para a sua recuperação, o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do 
trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro 
ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada ao trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, 
incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; a doença proveniente de 
contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. 
Equipara-se ainda como acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado, ainda 
que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço 
sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para 
lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para 
estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de 
obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do 
segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
Até nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação 
LEITURA COmpLEmENTAR
UNIDADE 1 TÓPICO 4 47
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O
 
E
 
C
O
N
T
R
O
L
E
 
D
E
 
P
E
R
D
A
S
de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é 
considerado no exercício do trabalho. 
Pela vertente do conceito legal, é muito difícil descaracterizar um acidente do trabalho, 
pois ele pode ocorrer durante o trabalho, no horário do almoço, fora do local do trabalho (a 
serviço da empresa), no trajeto (casa/trabalho/casa) e ainda sob a forma de doença profissional. 
DISTORÇÕES E SUBNOTIFICAÇÃO 
Com relação a acidentados, podemos classificá-los nas seguintes categorias: a) 
acidentados com lesão sem afastamento; b) acidentados com lesão com afastamento; c) doença 
ocupacional; d) acidentados de trajeto. A estatística dos acidentes apresenta geralmente tais 
categorias, que nem sempre retratam a realidade, pois costumam não computar os trabalhadores 
sem carteira assinada, as empregadas domésticas, os acidentes de trânsito e os acidentes 
não informados ao INSS, gerando o que se chama de subnotificação.
Existem empresas que costumam transformar seus acidentes com lesão com 
afastamento em acidentes com lesão

Continue navegando