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Biofilme Dentário

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Biofilme dentário – Transcrição Mateus Bragança
Um biofilme é o insucesso na maioria dos casos num implante. Está presente em diversas patologias da cavidade oral.
O biofilme está relacionado com as patologias e de acordo com a alimentação do indivíduo. Alguns microrganismos formam o biofilme de uma maneira mais intensa como são os Estreptococos em presença de sacarose.
Como que um microrganismo consegue fixar em uma superfície com receptor? Através de Proteínas como a pilina (na superfície das células) que promovem aderência a receptores celulares, mas o dente não tem receptor. Qual mecanismo que leva a um microrganismo se ligar a um local onde não tem receptor? Por causa da produção de substâncias aderentes (adesinas). Os estreptococos conseguem transformar a sacarose em adesinas para conseguir fixar na superfície dentária (importante). Na saliva, tem uma porção de moléculas que fazem a adesão ao dente. Qual o tipo de ligação entre o microrganismo e a superfície dentária? Vários microrganismos vão estar ligados a superfície recoberta por superfície sólida que é o dente. Não tem apenas biofilme no dente, tem em superfícies úmidas e em outros locais.
Definição de biofilme: é uma comunidade microbiana ligada a uma matriz ou glicocálice que recobre uma superfície. No caso, a matriz tem carboidrato, é formada pela saliva e alimentos e que se recompõe rapidamente. Mesmo fazendo uma remoção mecânica, ela se recompõe rapidamente. 
Os enxaguatórios não eliminam toda microbiota. Tem efeito terapêutico no caso de gengivite. Uso prolongado irrita a mucosa. O mesmo enxaguatório é diferente em diversos países. Ex: listerine nos EUA é diferente no Brasil. Não é pra ser usado diariamente. 
Visualização do biofilme:
Ele inicia como uma membrana translúcida; e o uso da fucsina revela melhor a presença de biofilme. Ela vai se ligar as partículas de amido e vai revelar o biofilme.
Ao longo do tempo, ele vai calcificando. Chega num momento que a escova não é mais necessária para retirar o biofilme. Mas a comunidade microbiana continua. Se ela continua, todos os subprodutos metabólicos microbianos estão agindo. Quais os principais? Ácidos. O organismo vai tentar tamponar (neutralizar) com a saliva por causa desse subproduto.
Uma vez que a matriz esteja solidificada, os ácidos não conseguem mais agir. Então eles vão atuar diretamente na matriz de hidroxiapatita (sólida), mas que possuem moléculas que se atraem através de carga, causa uma desorganização, pois busca hidroxila (da hidroxiapatita) para neutralizar a presença de ácidos. Essa desorganização abre fendas permitindo que os ácidos entrem cada vez mais e os microrganismos também. Eles vão fazer uma sucessão microbiana mudando a microbiota, continuando a atividade metabólica, aumentando o processo cariogênico chegando mais profundamente no dente.
O biofilme causa uma irritação na mucosa pela liberação dos ácidos e isso gera uma resposta inflamatória gerando os sinais cardinais. A tendência do organismo é expulsar a substância exógena. No caso do implante, o organismo vai tentar expulsar o implante. Por isso, acontece um insucesso nos implantes.
A resposta imunológica na cavidade oral acontece como? O que tem na boca que responde imunologicamente por esses agentes agressivos? Onde tem vasos sanguíneos permitem a chegada da resposta imunológica dos polimorfos nucleares. Um exemplo seria eosinófilo, neutrófilo e basófilo (polimorfos nucleares). Monócito é mastócito e macrófago (principalmente). Superfície onde não tem o extravasamento sanguíneo a defesa é através da Imunoglobulina, no caso IgA na saliva. 
Respostas protetivas na saliva:
IGA;
Capacidade tampão;
Fluxo salivar;
Lisozimas;
PH – neutraliza o pH ácido.
Quais pessoas que possuem xerostomia? Pacientes oncológicos; autoimune; Tem que prestar atenção na qualidade e quantidade.
O biofilme nada mais é que uma biopelícula formada pela adsorção de proteínas e glicoproteínas salivares e do fluido gengival na superfície dentária após eruptividade. Assim, quando não tem dente, não tem biofilme. 
Atribuições do biofilme:
Proteção da superfície do esmalte contra ácidos bacterianos e ação de abrasivos;
Influência na aderência de microrganismos bucais dependente da composição da película; Caso do estreptococo com a sacarose.
Substrato para microrganismos adsorvidos;
Reservatório de íons protetores, incluindo o flúor.
Ambiente profundo tem uma condição de anaerobiose que leva a produção de ácidos por fermentação e atrai bactérias acidogênicas e acidófilas.
Todas as pessoas partem de uma microbiota muito semelhante.
A cárie é uma doença transmissível, mas numa noite, depende da quantidade de microrganismo que a pessoa possui. O contínuo sim.
Microrganismos residentes protegem dos patógenos.
Quadro:
A lisozima, presente na saliva (também no olho), tem uma carga fortemente positiva e pode se ligar a parede celular das G+. Logo, é uma enzima que degrada a parede celular e proteção.
As glicoproteínas fosfatadas, presentes na saliva pelas glândulas submandibular e sublingual, apresentam uma carga fortemente negativa e têm uma interação com 	as bactérias por meio do cálcio como elemento de ligação. 
Os anticorpos (IgA e IgG) estão presentes no Soro via fluido gengival. Apresentam uma carga neutra e pode unir-se especificamente a algumas bactérias. Papel de proteção.
A albumina está presente no soro. Apresenta uma carga negativa e interage com lipídeos bacterianos. 
A amilase está presente nas glândulas salivares da cavidade oral. Apresenta uma carga neutra e pode interagir com polissacarídeos extracelulares. Papel de degradação.
Protege de um lado, mas favorece a ligação de outros microrganismos.
Composição do Biofilme Dentário:
Em termos de matriz, tem-se 80% do volume de biofilme. Em termos de microbiota, chega a 20%.
Estão presentes os leucócitos; células epiteliais descamadas; sais minerais; polissacarídeos; glicoproteínas salivares, proteínas, resíduos alimentares... Diversas substâncias diferentes;
No início pode ter a colonização por um único microrganismo. Mais frequentemente por várias espécies interagindo, competindo. Como que uma bactéria compete com a outra? Através dos seus subprodutos. Subprodutos metabólicos como os ácidos, enzimas, proteínas.
A composição não é estática, variando de acordo com a idade do biofilme. Varia de acordo com a idade do indivíduo e do biofilme. 
Proporciona proteção frente a fatores ambientais, mecanismo de defesa do hospedeiro e proteção frente a substâncias tóxicas. 
Etapas da formação do biofilme:
Comunidade pioneira: colonização por estreptococos (80%). São bactérias acidogênicas e acidófilas. Se houver sacarose disponível, poderá ocorrer principalmente a colonização de Mutuans e Sobrinus.
Comunidade intermediária: após 24 h de crescimento, a população de estreptococos reduz para 45% e aumenta o número dos anaeróbios. Aumenta o número de anaeróbios porque se torna um ambiente anaeróbico e ácido. Vários microrganismos anaeróbios aparecem. Sucedem os facultativos. 
Comunidade clímax: tem um crescimento apical e espessura do biofilme. Placa sólida. Muito anaeróbio tem a presença de odor fétido. Após três semanas, não se tem muitos microrganismos porque o ambiente é inóspito.
Sinalização entre bactérias do biofilme – Quorum Sensing: a especificidade se dá através das substâncias químicas a seus receptores gerando essa comunicação entre as bactérias do biofilme. Quorum é muito interessante porque mostra a comunicação dos microrganismos. A comunicação é dependente da densidade celular e proporciona expressão de genes de resistência aos Abs, facilitação ao crescimento de espécies benéficas e impedimento do crescimento de espécies não desejadas. Regulação de genes específicos responsáveis pelo acúmulo de componentes sinalizadores para mediar à comunicação intracelular. Todos os microrganismos têm uma capacidade patogênica.
Aspectos morfológicos do biofilme: depende onde se coloniza.
A-Biofilme dentário supragengival ou coronário:
Biofilmeda superfície dentária – assentamento das bactérias sobre a película adquirida;
Camada condensada – preenchida por microrganismos cocoides. Bactérias não apresentam tantos arranjos colunares.
Corpo do Biofilme dentário – várias espécies diferentes como microrganismos bacilares e filamentosos.
Superfície do biofilme dentário: tem-se um preenchimento mais frouxo. A base é mais densa e a superfície é mais frouxa. Permite essa transição e colonização dos microrganismos. A entrada de mais nutrientes permite isso também.
Sulcos gengivais bem profundos e os microrganismos dentro gera uma gengivite que leva a uma periodontite. Higienização dos sulcos gengivais é por meio do Fio dental. 
Tem um quadro de bacteremia quando utiliza um fio dental e sangra? Mesmo que uma bactéria penetre tem-se uma defesa do organismo por meio dos linfócitos e polimorfos nucleares. É muito improvável. Falou de endocardite...*
B- Biofilme Dentário Subgengival:
Biofilme aderido: associado ao dente;
Biofilme não aderido: associado ao epitélio do sulco gengival;
Camada interposta entre o biofilme aderido e o não aderido: é frouxamente organizada e os microrganismos parecem flutuar no exsudato gengival.
Matriz menos densa: cocos; bastonetes e filamentos numerosos.
Fatores que afetam o desenvolvimento do biofilme dentário:
Físicos: atrito da dieta; higiene bucal; anatomia dos tecidos; estrutura dentária.
Nutrientes: fluido bucal, fluido gengival, constituição do biofilme, leucócitos, células epiteliais.
Tempo
Ações dos microrganismos do biofilme sobre o substrato:
Saliva confere proteção e adesão das bactérias. Os microrganismos bucais não conseguem proteger dos patógenos entéricos porque eles vão direto para o intestino causar lesão.
Potencial patogênico do biofilme dentário:
O biofilme dentário não representa uma estrutura definitiva e estável. É extremamente dinâmica e complexo de microrganismo. Aumenta a espessura.
O biofilme é responsável pelo desenvolvimento de doenças bucais específicas.
Podem estar presentes microrganismos que produzem ácidos a partir do metabolismo dos açúcares, que provocam a desmineralização do dente ou, ainda enzimas e produtos tóxicos que lesam o epitélio e penetram no conjuntivo.
Formação do biofilme dentário:
A bactéria possui cargas negativas e, por energia cinética, pode alcançar uma superfície natural que também possui carga negativa. Através da fixação de cargas tem uma alteração do pH causando um afrouxamento. 
Como a superfície das bactérias e da hidroxiapatita apresenta carga negativas, começa a ocorrer atração das bactérias devido às forças de Van der Waals.
 Fase de Acumulação
 a) Camada de Hidratação: Quando imersa em saliva, a carga negativa da superfície do esmalte é neutralizada por uma camada de íons de cargas opostas que atuam como mediadores de aderência entre bactérias e superfície dentária. Saliva tem uma capacidade tampão.
 	
 B) Glicocálice
 - Conjunto de estruturas de natureza polissacarídica, externamente à parede celular, neutralizando as cargas negativas da superfície bacteriana, desempenhando papel na aderência de certos microrganismos patogênicos a seus hospedeiros.
 A partir de microrganismos modificar o ambiente, possibilita outros microrganismos chegarem.
 C) Pili ou Fímbrias – promovem aderência.
 D) Adesinas; – promovem aderência.
 E) Polímeros Bacterianos Extracelulares;
 - Material de reserva formado por carboidratos durante períodos de excesso de substrato.
A partir da falta de alimentos, os microrganismos anaeróbios se alimentam dos facultativos. Produzindo mais toxinas gerando um processo inflamatório. 
 F) Aderência entre microrganismos (coagregação);
 G) Constituintes salivares
Aglutininas
IGA secretora
 FATORES ENVOLVIDOS NA FIXAÇÃO INICIAL DA BACTÉRIA NO ESMALTE:
Capacidade de agregação do material salivar;
Adsorção dos constituintes salivares;
Presença de proteínas da saliva na matriz do biofilme dentário;
Adsorção de constituintes salivares a hidroxiapatita;
Métodos de controle de biofilme:
Físico: escova e fio dental;
Químicos: enzimas; contra o uso diário de antissépticos. Contra o uso de antibióticos sem receita;
Biológico: vacinas;
Dieta: Consistência da Dieta e consciência da dieta.

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