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FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS IMPLANTOSSUPORTADAS COM CARREGAMENTOS TARDIOS E IMEDIATOS

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| PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 9
FUNDAMENTOS DE 
OCLUSÃO E BIOMECÂNICA 
NAS REABILITAÇÕES ORAIS 
IMPLANTOSSUPORTADAS 
COM CARREGAMENTOS 
TARDIOS E IMEDIATOS
Murillo Sucena Pita 
Cássio do Nascimento 
Vinícius Pedrazzi
INTRODUÇÃO
O advento da Implantodontia e o processo de osseointegração têm sido um dos mais im-
portantes avanços terapêuticos da Odontologia moderna, tornando, atualmente, as reabili-
tações orais implantossuportadas um tratamento economicamente viável e altamente se-
guro.1 Entretanto, apesar das elevadas taxas de sucesso relatadas por um grande número de 
estudos específicos, falhas dos implantes e das próteses ainda são persistentes.2
Essas falhas dos implantes e das próteses podem se desenvolver por complicações biológi-
cas, como infecções e inflamações peri-implantares, pela formação e pelo acúmulo de placa 
bacteriana e/ou por estados de imunossupressão e de desequilíbrio sistêmico do paciente, e 
outras, mais prevalentes, por complicações mecânicas, em decorrência da sobrecarga oclu-
sal e da fadiga dos componentes das conexões protéticas.
10 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Entre as consequências deletérias da sobrecarga oclusal, destacam-se:3-5
§ perda óssea marginal aos implantes;
§ afrouxamento;
§ perda de retenção ou fratura dos parafusos de retenção dos pilares e das coroas;
§ fratura dos materiais restauradores de cobertura;
§ falhas na interface de cimentação;
§ fratura dos implantes;
§ perda da osseointegração.
Inúmeras situações clínicas e fatores biomecânicos podem originar sobrecarga oclusal e, con-
sequentemente, os insucessos protéticos, e, de modo geral, os insucessos protéticos estão 
inter-relacionados, como suporte ósseo insuficiente e/ou de baixa qualidade, inadequado 
número de implantes, erros de seleção dos seus comprimentos, diâmetros, inclinações e dis-
tribuições no arco, excessiva proporção coroa/implante, extensão da plataforma oclusal, ex-
tensão distal de cantilevers, inclinação acentuada de cúspides com direcionamento não axial 
das forças mastigatórias, contatos prematuros e interferências oclusais, parafunções, além 
das próprias diferenças biofisiológicas entre dentes naturais e implantes osseointegráveis.6
O sucesso de qualquer modelo de prótese odontológica depende do correto controle e do 
domínio dos fundamentos da oclusão estática e dinâmica, visando à estabilidade oclusal e 
ao equilíbrio neuromuscular.1 Nas próteses sobre implantes (PSIs), esses pré-requisitos são 
alcançados quando todas as variáveis clínicas e biomecânicas que contribuem para o de-
senvolvimento das complicações protéticas são identificadas, corrigidas e/ou compensadas 
por meio de um adequado planejamento reverso, possibilitando a execução de um padrão 
oclusal ideal para cada caso.3
Contudo, não existem, atualmente, evidências científicas concretas sobre como os carrega-
mentos podem ser otimizados por ajustes oclusais. Tradicionalmente, essas discussões têm 
sido de natureza empírica e o estudo da oclusão extremamente complexo, e os seus fun-
damentos aplicados na dentição natural vêm sendo transferidos para as reabilitações orais 
implantossuportadas, com algumas adaptações.7
OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
§ revisar os conceitos atuais existentes na literatura pertinente referentes aos funda-
mentos de oclusão aplicados à Implantodontia;
§ identificar os aspectos biomecânicos envolvidos na Implantodontia, baseando-se em 
alguns casos clínicos;
§ indicar e formular protocolos terapêuticos para os diferentes modelos de reabilita-
ções orais implantossuportadas, visando à longevidade delas.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 11
ESQUEMA CONCEITUAL
Dentes naturais versus implantes osseointegráveis
Relações maxilomandibulares
Determinantes protéticos e biomecânicos
Localização, número e distribuição dos implantes
Extensão de cantilevers
Estrutura óssea e carregamentos
Conexões protéticas em Implantodontia
Plataforma oclusal, inclinação de cúspides e 
materiais restauradores
Parafunções
Ajustes oclusais
Orientações clínicas e protocolos terapêuticos
Casos clínicos
Caso clínico 1
Caso clínico 2
Caso clínico 3
Caso clínico 4
RELAÇÕES MAXILOMANDIBULARES
Para o desenvolvimento do tema proposto, será feita, a seguir, uma breve revisão de alguns 
importantes fundamentos básicos de oclusão, as relações maxilomandibulares estáticas e 
dinâmicas (Quadro 1).
12 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Quadro 1
RELAÇÕES MAXILOMANDIBULARES
Relações Tipos Descrição
Estática Relação cêntrica 
(RC)
Os côndilos estão em suas posições mais 
anterossuperiores nas fossas mandibulares, apoiados 
nas vertentes posteriores das eminências articulares, 
com seus discos adequadamente interpostos.8,9
Máxima 
intercuspidação 
habitual (MIH)
Os dentes de uma arcada adquirem um número 
máximo de contatos oclusais, com seus antagonistas 
da arcada oposta, fora da posição de RC.8,9
Oclusão em RC 
(ORC)
Relação maxilomandibular na qual ocorre a MIH dos 
dentes coincidente com o posicionamento dos côndilos 
em RC.8,9
Dinâmica Oclusão 
mutuamente 
protegida
Alguns dentes suportam melhor as cargas e protegem 
outros de forças desfavoráveis, ou seja, no arco de 
abertura e no fechamento, os dentes posteriores 
recebem as cargas oclusais, aliviando os anteriores 
de sobrecargas. Inversamente, os dentes anteriores 
desocluem os posteriores durante os movimentos 
protrusivos (guia incisivo). Durante os movimentos de 
lateralidade, a desoclusão no lado de trabalho deve 
ocorrer pelo canino (guia canino) ou por um grupo de 
dentes compreendidos entre canino e primeiro molar 
(função em grupo), com ausência de contatos no lado 
de não trabalho.1,5-7,10
Oclusão bilateral 
balanceada
Nesse relacionamento maxilomandibular, 
conceitualmente utilizado no tratamento de 
pacientes totalmente edêntulos, com próteses totais 
convencionais e overdentures, deve haver contatos 
dentários bilaterais harmônicos e simultâneos entre 
os arcos antagonistas, tanto no lado de trabalho 
quanto no de balanceio, nas posições cêntricas e 
excêntricas.1,5-7,10
Oclusão 
lingualizada
Relacionamento maxilomandibular alternativo, 
também conceitualmente utilizado em próteses totais 
convencionais e overdentures para o tratamento 
de pacientes desdentados totais com rebordos 
alveolares severamente reabsorvidos, em que os 
dentes posteriores superiores têm cúspides de 
inclinação mediana, e suas palatinas devem ocluir na 
fossa central dos inferiores, que possuem cúspides 
planas ou de inclinação 0°, a fim de eliminar ou 
reduzir interferências laterais durante os movimentos 
mandibulares excursivos.1,11
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 13
Em razão da relevância de cada um dos determinantes protéticos e biomecânicos dos fun-
damentos de oclusão aplicados à Implantodontia, eles serão abordados isoladamente em 
tópicos, com suas devidas especificações e considerações.1
DETERMINANTES PROTÉTICOS E BIOMECÂNICOS
Os determinantes protéticos e biomecânicos abordados a seguir serão:
§ dentes naturais versus implantes osseointegráveis;
§ localização, número e distribuição dos implantes;
§ extensão dos cantilevers;
§ estrutura óssea e carregamentos;
§ conexões protéticas em Implantodontia;
§ plataforma oclusal, inclinação de cúspides e materiais restauradores;
§ parafunções;
§ ajustes oclusais.
DENTES NATURAIS VERSUS IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS
Por causa das diferenças biofisiológicas entre dentes naturais e implantes odontológicos os-
seointegráveis (Quadro 2), alguns paralelos são traçados.
Quadro 2
DIFERENÇAS BIOFISIOLÓGICAS ENTRE DENTES NATURAIS E IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEISDentes Implantes
Conexão Ligamento periodontal Osseointegração
Anquilose funcional
Propriocepção Mecanorreceptores 
periodontais
Osseopercepção
Sensibilidade tátil Alta Baixa
Mobilidade axial De 25 a 100μm De 3 a 5μm
Fulcro Terço apical da raiz Crista óssea
Características dos 
carregamentos
Absorção de forças e 
distribuição das tensões
Tensões concentradas na crista óssea
Sinais de 
sobrecarga
Espessamento do 
ligamento periodontal, 
mobilidade, facetas de 
desgaste, dor
Afrouxamento ou fratura dos 
parafusos de retenção de pilares e de 
coroas, fratura de próteses/implantes 
e perda óssea marginal
Fonte: Kim e colaboradores.5
14 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Na dentição natural, os dentes estão intimamente conectados aos seus alvéolos por meio 
do ligamento periodontal (LP), o qual possui mecanorreceptores de alta sensibilidade tátil 
que protegem os dentes, bem como o periodonto, de forças oclusais excessivas. 
As características elásticas do LP permitem um deslocamento axial de 25 a 100μm e lateral 
de 56 a 108μm diante de um carregamento funcional. O fulcro localiza-se no terço apical 
da raiz, no qual as cargas são absorvidas e as tensões, distribuídas uniformemente ao tecido 
ósseo subjacente. Os sinais de sobrecarga incluem:1,5,6,11
§ espessamento do LP;
§ mobilidade;
§ facetas de desgaste dental;
§ dor.
Em contrapartida, os implantes osseointegráveis são justapostos ao tecido ósseo e, por-
tanto, desprovidos de LP, que atua como um amortecedor de cargas. O mecanismo proprio-
ceptivo se dá pela osseopercepção, que confere uma baixa sensibilidade tátil aos implantes 
osseointegráveis.
Por ser uma conexão rígida ao tecido ósseo, a mobilidade axial e lateral dos implantes tam-
bém é reduzida, cerca de 3 a 5μm e 10 a 50μm respectivamente. O fulcro se localiza na 
região da crista óssea peri-implantar, na qual os sinais de sobrecarga são:1,3,5-7
§ afrouxamento;
§ perda de retenção ou fratura dos parafusos de retenção dos pilares e das coroas;
§ fratura de próteses e dos próprios implantes;
§ perda óssea marginal.
Outro fator relevante em relação aos implantes osseointegráveis refere-se à estabilidade 
periodontal dos dentes remanescentes, a qual deve ser criteriosamente avaliada pre-
viamente à instalação de próteses implantossuportadas em arcos parcialmente edêntulos. 
Durante os contatos dentários de leve ou moderada intensidade na posição de máxima 
intercuspidação, deve existir um alívio de 30μm, aproximadamente, entre a face oclusal da 
coroa protética e o(s) seu(s) antagonista(s) no arco oposto (Figura 1A), para que, durante os 
contatos intensos, as PSIs e os dentes se contatem simultaneamente1,7 (Figura 1B). 
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 15
Esse alívio durante os contatos dentários de leve ou moderada intensidade na posição de 
máxima intercuspidação, ou infraoclusão, permite compensar as diferenças biomecânicas 
entre dentes e implantes, evitando sobrecargas aos implantes diante do movimento intru-
sivo dos dentes em seus respectivos alvéolos. 
Qualquer mobilidade existente na dentição natural poderá promover cargas adicionais às 
próteses implantossuportadas, portanto possíveis interferências devem ser diagnosticadas, 
corrigidas e/ou compensadas por meio de ajustes oclusais, e um suporte periodontal ade-
quado também se faz necessário, para que se alcance uma oclusão estável e equilibrada.1,3
Figura 1 – A) Contatos dentários com alívio na PSI durante oclusão de leve a moderada intensidade. B) Con-
tatos dentários e da PSI simultâneos durante oclusão de intensidade máxima.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
16 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
ATIVIDADE
1. Em relação à Implantodontia e ao processo de osseointegração, assinale a alternativa 
correta.
A) As reabilitações orais implantossuportadas apresentam falhas de implantes ou pró-
teses persistentes, o que explica as baixas taxas de sucesso relatadas na literatura.
B) O tratamento com implantes e próteses é economicamente viável, e as únicas com-
plicações são de origem mecânica, por causa da sobrecarga oclusal e da fadiga dos 
componentes das conexões protéticas.
C) Inúmeras situações clínicas e fatores biomecânicos podem originar sobrecarga e, 
consequentemente, os insucessos protéticos, e, de modo geral, eles estão inter-
relacionados.
D) Há, atualmente, inúmeras evidências científicas concretas sobre como os carrega-
mentos podem ser otimizados por ajustes oclusais.
Resposta no final do artigo
2. Quais são as possíveis consequências deletérias da sobrecarga oclusal?
__________________________________________________________________________
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 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 17
3. Sobre as relações maxilomandibulares e os respectivos tipos de relações estáticas e dinâ-
micas, correlacione as colunas.
(1) RC
(2) MIH
(3) ORC
(4) Oclusão mutuamente protegida
(5) Oclusão bilateral balan ceada
(6) Oclusão lingualizada
( ) Relação maxilomandibular na qual ocorre a 
MIH dos dentes coincidente com o posicio-
namento dos côndilos em RC.
( ) Utilizado no tratamento de pacientes to-
talmente edêntulos com próteses totais 
convencionais e overdentures, deve haver 
contatos dentários bilaterais harmônicos e 
simultâneos entre os arcos antagonistas.
( ) Os côndilos estão em suas posições mais 
anterossuperiores nas fossas mandibulares, 
apoiados nas vertentes posteriores das em-
inências articulares, com seus discos adequa-
damente interpostos.
( ) Relacionamento maxilomandibular alterna-
tivo, utilizado em próteses totais convencio-
nais e overdentures para o tratamento de 
pacientes desdentados totais, com rebordos 
alveolares severamente reabsorvidos.
( ) Durante os movimentos de lateralidade, a 
desoclusão no lado de trabalho deve ocorrer 
pelo canino (guia canino) ou por um grupo 
de dentes compreendidos entre canino e pri-
meiro molar (função em grupo), com ausên-
cia de contatos no lado de não trabalho.
( ) Os dentes de uma arcada adquirem um 
número máximo de contatos oclusais com 
seus antagonistas da arcada oposta, fora da 
posição de RC.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 3 – 5 – 1 – 6 – 4 – 2.
B) 2 – 4 – 6 – 3 – 5 – 1.
C) 6 – 3 – 5 – 2 – 1 – 4.
D) 5 – 1 – 2 – 4 – 3 – 6.
Resposta no final do artigo
18 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
4. Quais são os sinais de sobrecarga na dentição natural?
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5. Quais são os sinais de sobrecarga nos implantes osseointegráveis?
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6. Em relação aos dentes naturais e aos implantes odontológicos osseointegráveis, assinale 
V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Na dentição natural, os dentes são justapostos ao tecido ósseo e, portanto, de-
sprovidos de LP, que atua como um amortecedor de cargas.
( ) A mobilidade axial e lateral dos implantes é de cerca de 25 a 100μm e de 56 a 
108μm respectivamente.
( ) O mecanismoproprioceptivo dos implantes se dá pela osseopercepção, que confere 
uma baixa sensibilidade tátil aos implantes.
( ) A estabilidade periodontal dos dentes remanescentes deve ser criteriosamente aval-
iada previamente à instalação de próteses implantossuportadas em arcos parcial-
mente edêntulos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V – F – V – F.
B) F – F – V – V.
C) V – V – F – F.
D) F – V – V – F.
Resposta no final do artigo
7. Durante os contatos dentários de leve ou moderada intensidade na posição de máxima 
intercuspidação, qual é a medida de infraoclusão que deve haver?
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 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 19
8. Nas próteses sobre implantes (PSIs), quais são os benefícios da existência da infraoclusão?
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LOCALIZAÇÃO, NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO DOS IMPLANTES
A localização, o número e a distribuição dos implantes são determinantes interdependen-
tes entre si e refletem a qualidade e o volume ósseo da região em que serão instalados, 
assim como a largura dos arcos dentários irão influenciar a posição e a distância entre os 
implantes.1,11 
A extensão das próteses, sendo individuais, parciais ou totais, e a região correspondente, 
sendo anterior ou posterior, aliadas a outros fatores como comprimento, diâmetro, inclina-
ção e superfície dos implantes, também influenciarão de maneira incisiva na biomecânica e 
no planejamento das próteses implantossuportadas.1,5,7
Diante de rebordos de altura diminuída, sobretudo em região posterior, o uso de implantes 
curtos e de maiores diâmetros pode proporcionar uma adequada área de superfície para 
osseointegração e promover uma alternativa em relação ao suporte protético, promovendo 
maior área de conexão dos parafusos de retenção dos pilares, ampliando, também, a plata-
forma do implante e, por consequência, a plataforma oclusal da coroa protética, com au-
mento substancial do suporte oclusal.1,12
O diâmetro e a distribuição dos implantes em harmonia com os dentes naturais são im-
portantes quando da decisão do tamanho da plataforma oclusal. Tipicamente, de 30 
a 40% de redução da mesa oclusal na região de molares tem sido sugerida, pois qualquer 
dimensão maior do que o diâmetro do próprio implante pode criar efeitos de cantilevers em 
próteses unitárias.1,5 
Essa redução oclusal na região de molares representa e fundamenta o conceito de pré-mo-
larização,13,14 caracterizada pela modificação do design dessas próteses, em que coroas de 
molares são substituídas por coroas de pré-molares. Anatomicamente, a média da dimensão 
mesiodistal da coroa de um molar é de 9 a 10mm, enquanto a de um pré-molar é de 6 a 
7mm (Figura 2).
20 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Assim, três pré-molares podem, equivalentemente, substituir dois molares (Figuras 3A-B), 
situação que pode ser aplicável tanto para próteses parafusadas quanto para próteses ci-
mentadas.13,14
Figura 2 – Média da dimensão mesiodistal das coroas de um molar e de um pré-molar respectivamente.
Fonte: Pita e colaboradores.14
Figura 3 – Vista oclusal eviden-
ciando alternativas reabilitadoras 
sobre implantes em região poste-
rior, em que três pré-molares (A) 
podem equivalentemente substi-
tuir dois molares (B).
Fonte: Pita e colaboradores.14
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 21
Portanto, diante de reabilitações implantossuportadas em extremidades livres, quando da 
aplicação do conceito da pré-molarização, em que três implantes são requeridos para supor-
tar uma reabilitação protética, são necessárias as seguintes dimensões:13,14
§ o centro do primeiro implante deve estar situado de 4,5 a 5mm da junção cemento-
esmalte do segundo pré-molar;
§ o centro do segundo implante deve situar-se a 7mm do centro do primeiro implante 
(ou 11,5mm da junção cemento-esmalte do segundo pré-molar);
§ o centro do terceiro implante deve estar situado a 7mm do centro do segundo im-
plante (ou 18,5mm da junção cemento-esmalte do segundo pré-molar).
A Figura 4 apresenta as dimensões necessárias para reabilitações implantossuportadas em 
extremidades livres de acordo com o conceito de pré-molarização.
Esse planejamento do conceito de pré-molarização permite prescrever uma prótese com três 
coroas de pré-molares, com dimensão mesiodistal de 7mm cada, substituindo uma reabili-
tação convencional com duas coroas de molares (Figura 5). 
Figura 4 – Conceito de pré-molarização aplicado 
em uma extremidade livre mandibular e suas dimen-
sões espaciais requeridas.
Fonte: Pita e colaboradores.14
Figura 5 – Reabilitação convencional implantossu-
portada em região posterior, com a reposição de 
dois molares perdidos.
Fonte: Pita e colaboradores.14
22 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
A decisão entre dois ou três implantes depende, fundamentalmente, de três fatores:13,14
§ comprimento e diâmetro dos implantes;
§ qualidade e quantidade do leito ósseo;
§ arco antagonista. 
Quando o dente natural mais distal do quadrante for o primeiro pré-molar, uma prótese 
composta por três pré-molares suportada por dois ou três implantes pode ser indicada (Figu-
ras 6A-B). 
Similarmente, quando molares e pré-molares são perdidos no mesmo quadrante, o mesmo 
modelo protético de uma prótese composta por três pré-molares suportada por dois ou três 
implantes pode ser prescrito. Se o arco antagonista ditar, três ou, ainda, quatro implantes 
podem ser utilizados para promover o suporte para uma prótese mais extensa composta por 
quatro ou até por cinco pré-molares.13,14 (Figuras 7A-C).
Figura 6 – O dente natural mais distal do quadrante 
é o primeiro pré-molar; nesses casos, uma prótese 
composta por três pré-molares suportada por dois 
(A) ou três implantes (B) pode ser indicada. Vista 
oclusal.
Fonte: Pita e colaboradores.14
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 23
Adicionalmente, deve-se evitar o posicionamento alinhado do centro de implantes adjacen-
tes no rebordo alveolar reabilitados com próteses fixas esplintadas, o que favorece a micro-
movimentação do conjunto em torno de uma linha de fulcro (Figuras 8A-B).
Figura 7 – A-C) Quando o arco antagonista ditar, três ou quatro implantes podem ser utilizados como al-
ternativas para promover o suporte para uma prótese mais extensa composta por quatro ou até por cinco 
pré-molares. Vista oclusal.
Fonte: Pita e colaboradores.14
24 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
De acordo com um dos importantes princípios de prótese fixa convencional, sempre que 
possível, a distribuição dos implantes deve formar um polígono de sustentação, ou polígo-
no de Roy (Figura 8B), visando à distribuição das tensões diante do carregamento oclusal e 
a uma maior estabilidade protética.15
Já para reabilitações de arcos totais, em modelos de próteses do tipo protocolo, o número 
mínimo ideal de implantes recomendado é quatro na mandíbula e de 6 a 8 na maxila, 
evitando-se cantilevers no arco maxilar e buscando a instalação simétrica dos implantes 
nas regiões de tuberosidades, de caninos e de incisivos, para que eles, em conjunto com um 
adequado padrão oclusal, suportem o carregamento.1,6,11 
EXTENSÃO DECANTILEVERS
As próteses com cantilevers têm sido utilizadas com relativo sucesso nas reabilitações orais 
convencionais, e esse modelo tem ressurgido na Implantodontia. Entretanto, as próteses 
com cantilevers devem ser utilizadas com precaução, já que um cantiléver extenso em PSI 
pode gerar uma sobrecarga, possivelmente resultando em perda óssea peri-implantar e em 
fracasso das próteses.1,5,16
Frequentemente, não é possível conseguir uma proporção implante/coroa protética ideal 
de 1 : 1, por razões anatômicas. No segmento posterior, próteses implantossuportadas com 
Figura 8 – A) Linha de fulcro em torno de uma prótese fixa sobre implantes em que os centros dos implantes 
estão alinhados ao centro do rebordo alveolar, favorecendo a micromovimentação do conjunto. B) Distribui-
ção dos implantes formando um polígono de sustentação, favorecendo a estabilidade protética.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 25
cantiléver distal é comum, já que a baixa qualidade e a quantidade óssea geralmente encon-
trada nessa área criam a necessidade desse modelo protético. 
A limitação do cantiléver depende de sua localização, do tamanho do pôntico e da intensi-
dade oclusal das forças mastigatórias. Essas forças tendem a ser aumentadas na localização 
distal do pôntico, e, por essa razão, o cantiléver mesial torna-se mais favorável (Figura 9), 
com uma estreita plataforma oclusal sendo indicada para o pôntico.1,3
Em próteses unitárias, um sobrecontorno vestibular da restauração protética, como, por 
exemplo, sobre um implante palatinizado na região posterior de maxila, também poderá 
funcionar como um cantiléver (Figura 10A), aumentando as tensões nas estruturas de su-
porte durante o carregamento.1,3 
Figura 9 – Cantiléver mesial em prótese fixa sobre 
implantes em região posterior inferior associado a 
uma plataforma oclusal reduzida e com alívio do 
contato com seus antagonistas.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
26 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Nesse caso, a significativa ação de alavanca vestibular é potencializada pelo ambiente bio-
mecanicamente desfavorável dessa área, com osso de baixa qualidade e alto índice de car-
gas. Diante dessas adversidades, o estabelecimento de uma oclusão com mordida cruzada 
poderá evitar o cantiléver vestibular (Figura 10B) e favorecer a distribuição axial das cargas.1,5
Os cantilevers de até 15mm são mais favoráveis para o sucesso das próteses do tipo proto-
colo mandibulares, particularmente, quando as próteses protocolo mandibulares são supor-
tadas por um menor número de implantes. Nas próteses maxilares, os cantilevers não devem 
se estender acima de 10 a 12mm.1,5 
Outro princípio biomecânico que norteia a extensão distal de cantilevers em próteses do tipo 
protocolo refere-se a distância (d) entre duas linhas paralelas imaginárias, a primeira delas 
tangenciando os implantes mais anteriores e a segunda tangenciando os mais posteriores 
bilateralmente. O comprimento distal do cantiléver deve ser, no máximo, correspondente à 
mesma medida dessa distância (Figura 11A).
Figura 10 – A) Cantiléver vestibular em PSI na região posterior de maxila, com efeito de alavanca e com 
direcionamento oblíquo do carregamento oclusal. B) Mordida cruzada posterior da mesma situação proté-
tica, corrigindo o direcionamento das cargas oclusais no seu correto sentido axial, ou seja, no longo eixo do 
implante.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 27
Portanto, se a infraestrutura/barra metálica da prótese protocolo se estender muito além 
desse limite (Figura 11B), uma possível solução para a correção dessa situação, a depender 
do arco antagonista, seria a supressão, além da supressão dos segundos molares, já precon-
izada, dos segundos pré-molares (Figura 11C), configurando um arco mais curto, também 
plenamente viável funcional e esteticamente.17-19
Figura 11 – A) Distância referência para a extensão distal de cantilevers em próteses do tipo protocolo. B) 
Sobrextensão dos cantilevers, bilateralmente. C) Redução dos cantilevers com a supressão dos segundos 
pré-molares, configurando um arco curto.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
28 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
ATIVIDADE
9. Em relação à localização, ao número e à distribuição dos implantes, assinale a alternati-
va correta.
A) A largura dos arcos dentários não influencia na distância entre os implantes.
B) A inclinação e a superfície dos implantes não têm qualquer influência na biomecâni-
ca e no planejamento das próteses implantossuportadas; o que deve ser consid-
erado são as medidas de extensão, o comprimento e o diâmetro das próteses.
C) Diante de rebordos de altura diminuída, sobretudo em região posterior, o uso de 
implantes longos e de maiores diâmetros pode proporcionar uma adequada área de 
superfície para a osseointegração.
D) O diâmetro e a distribuição dos implantes em harmonia com os dentes naturais são 
importantes quando da decisão do tamanho da plataforma oclusal.
Resposta no final do artigo
10. Por que, tipicamente, de 30 a 40% de redução da mesa oclusal na região de molares 
tem sido sugerida?
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
11. O que é o conceito de pré-molarização?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
12. Anatomicamente, qual é a medida da dimensão mesiodistal da coroa de um molar e de 
um pré-molar?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 29
13. A decisão entre dois ou três implantes depende, fundamentalmente, de quais três fatores?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
14. Em relação à instalação dos implantes, assinale a alternativa correta.
A) Prótese composta por três pré-molares, suportada por dois ou três implantes, é 
contraindicada quando o dente natural mais distal do quadrante for o primeiro pré-
molar.
B) Para reabilitações de arcos totais, em modelos de próteses do tipo protocolo, o 
número mínimo ideal de implantes recomendado é 2 na mandíbula e de 3 a 5 na 
maxila. 
C) Deve-se buscar a instalação simétrica dos implantes nas regiões de tuberosidades, 
de caninos e de incisivos, para que, em conjunto com um adequado padrão oclusal, 
eles suportem o carregamento.
D) É recomendado o posicionamento alinhado do centro de implantes adjacentes no 
rebordo alveolar reabilitados com próteses fixas esplintadas.
Resposta no final do artigo
15. Em próteses unitárias, por causa de quais interações um sobrecontorno vestibular da 
restauração protética pode funcionar como um cantiléver?
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
16. Em relação aos cantilevers, assinale a alternativa correta.
A) As próteses com cantilevers têm tido baixas taxas de sucesso nas reabilitações orais 
convencionais, pois um cantiléver em PSI pode gerar sobrecarga, possivelmente 
resultando em perda óssea peri-implantar e em fracasso das próteses.
B) No segmento posterior, próteses implantossuportadas com cantiléver distal são in-
comuns, em razão da baixa qualidade e quantidade óssea geralmente encontrada 
nessa área.
C) Os cantilevers de até 20mm são mais favoráveis para o sucesso das próteses pro-
tocolo mandibulares, particularmente quando as próteses protocolo mandibulares 
são suportadas por um menor número de implantes.
D) A limitação do cantiléver depende de sua localização, do tamanho do pôntico e da 
intensidade oclusal das forças mastigatórias.
Resposta no final do artigo
30 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
17. Qual deve ser o comprimento distal máximo do cantiléver?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
ESTRUTURA ÓSSEA E CARREGAMENTOS
A qualidade/tipo da estrutura óssea tem sido considerada um fator crítico para o sucesso de 
implantes, sugerindo que uma sobrecarga em osso de qualidade deficiente pode comprom-
eter a longevidade clínica das reabilitações protéticas implantossuportadas.1,5
As estruturas ósseas favoráveis à instalação de implantes são as do tipo I e do tipo II, com 
uma cortical óssea espessa sobre uma densa camada medular, encontradas na região ante-
rior da mandíbula e de pilares caninos superiores respectivamente. Já nas regiões anterior 
de maxila e posteriores de mandíbula (tipo III) e na região posterior de maxila bilateral (tipo 
IV), há uma delgada cortical óssea, com prevalência de osso medular com trabeculado espa-
çado, o que os torna um leito receptor biomecanicamente limitado.3,11
Como as sobrecargas induzem efeitos deletérios mais consideráveis em tecido ósseo de 
baixa densidade, foi proposto o carregamento ósseo progressivo, permitindo, ao longo 
do tempo, um desenvolvimento favorável da interface osso/implante, promovendo-se uma 
adaptação óssea com o aumento gradual de carga. 
No carregamento ósseo progressivo, o tempo estimado para a progressividade subsequente 
dessa carga oclusal por meio de coroas provisórias foi estipulado em seis meses, observan-
do-se o aumento da densidade óssea, bem como a redução da perda da crista óssea peri-
implantar.20
Adicionalmente, áreas submetidas a enxertos ósseos também podem ser mais vulneráveis 
às sobrecargas oclusais, as quais podem ser minimizadas pela extensão do tempo de cicatri-
zação óssea e pelo monitoramento cuidadoso do carregamento; como exemplos, o próprio 
carregamento progressivo ou o tradicional carregamento tardio.5
Contudo, esse protocolo terapêutico tradicional requer um tempo de cicatrização óssea 
prolongado, em torno de 3 a 4 meses para a mandíbula e de até seis meses na maxila, em 
que os implantes devem ficar submersos e livres de estímulos mecânicos, especialmente nos 
casos que envolvem exodontias prévias, exigindo-se um período cicatricial adicional para o 
reparo alveolar antes da instalação dos implantes, o que posterga sobremaneira a finalização 
do tratamento.10,21
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 31
A proposta do carregamento imediato dos implantes visa suprir as limitações dos trata-
mentos clássicos, revelando os mesmos resultados satisfatórios e promissores, eliminando, 
porém, as fases desfavoráveis da carga tardia, em que a instalação protética ocorre em um 
segundo estágio, depois de decorrido o período de osseointegração.
 Embora haja conceitos difusos na literatura, em geral, a carga imediata é definida 
como a conexão protética aos implantes no período de até 72 horas subsequentes 
à cirurgia de instalação dos implantes, diferindo-se da carga mediata ou precoce, 
em que o período se estende variavelmente, por dias ou por semanas.21
A carga imediata possibilita a reabilitação funcional, estética e psicossocial dos pacientes em 
um tempo consideravelmente diminuto, suprindo as desvantagens do carregamento tar-
dio, como períodos extensos em condição edêntula ou com próteses provisórias removíveis, 
fatores que geram desconfortos estéticos, fonéticos e mastigatórios.10,21 No entanto, 
para a preconização da técnica da carga imediata, devem ser respeitados alguns pré-requi-
sitos, como:5,10,21
§ excelente estabilidade primária dos implantes, com torque de inserção mínimo de 30 
a 35Ncm;
§ adequado tratamento de superfície e estabilização dos implantes por meio da esplin-
tagem rígida em próteses múltiplas, conexões mais estáveis, e, fundamentalmente, 
pelo controle da oclusão dentro de seus limites fisiológicos.
CONEXÕES PROTÉTICAS EM IMPLANTODONTIA
Na avaliação do sucesso em longo prazo de um tratamento protético sobre implantes den-
tários, além de um esquema oclusal equilibrado e de uma osseointegração íntegra, a confia-
bilidade e a estabilidade da interface implante-pilar desempenham um papel crucial. 
Com base em inúmeros relatos sobre as complicações na Implantodontia, tornaram-se jus-
tificáveis modificações no desenho dos sistemas de implantes, para que eles viessem a ofer-
ecer maior grau de estabilidade biomecânica entre suas conexões.2,22-24.
Em função disso, foram lançados, no mercado, sistemas de implantes com diversas plata-
formas protéticas, em que diferentes modelos apareceram como alternativa em relação à 
plataforma de hexágono externo (HE) convencional, incorporando características para:
§ resistência rotacional;
§ indexação;
§ estabilização lateral.
32 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Entre os modelos de implantes como alternativa em relação à plataforma de HE convencio-
nal, encontram-se:2,22
§ as conexões internas;
§ a conexão tipo cone Morse (CM);
§ o conceito de plataforma modificada ou plataforma switching.
O sistema precursor de HE (Figura 12) apresenta uma configuração antirrotacional consti-
tuída de um hexágono saliente sobre a plataforma protética do implante.
Figura 12 – Conexão HE.
Fonte: Pita e colaboradores.22
No entanto, apesar da presença do mecanismo do sistema precursor de HE e de carac-
terísticas positivas como reversibilidade, versatilidade, compatibilidade entre diferentes 
sistemas e, sobretudo credibilidade dada por estudos clínicos longitudinais, essa conexão 
apresenta limitações mecânicas, como a pequena geometria do hexágono, ocasionando 
possíveis micromovimentações na junção parafusada, gerando intercorrências biológicas e 
biomecânicas, geralmente potencializadas por três fatores:
§ sobrecarga vertical sobre os implantes, em razão do contato oclusal;
§ forças laterais no lado de não trabalho diante de interferências oclusais;
§ supraestruturas sem adaptação passiva.
Essas limitações da plataforma em HE tornaram-se mais evidentes quando sua aplicação foi 
expandida ao uso em arcos parcialmente desdentados, especialmente em reposições uni-
tárias, projetando os estudos com outros sistemas antirrotacionais e conexões internas.2,22,25
As conexões internas, dentre elas o sistema de hexágono interno (HI) (Figura 13), são 
uma evolução do HE tradicional e apresentam algumas vantagens sobre ele, como uma 
distribuição mais homogênea das tensões ao redor dos implantes, diminuindo, também, as 
tensões sobre a crista óssea.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME4 | 33
A vantagem dos implantes de HI em relação aos de HE, provavelmente, ocorre por causa da 
maior profundidade do HI dentro do implante, diminuindo o braço de alavanca e des-
locando o ponto de transferência de carga (fulcro) próximo ao terço médio do implante. Tal 
fator promove uma melhor dissipação das tensões entre as estruturas, localizando-as junto 
ao terço apical do implante. 
A tensão nos implantes de HI também é reduzida, em decorrência da maior proteção e da 
estabilidade do parafuso do pilar, diminuindo, assim, sua possibilidade de:2,22,25
§ afrouxamento;
§ fratura;
§ falha protética.
Outras vantagens sugeridas com a utilização da plataforma em HI incluem maior eficiência 
e resistência do sistema antirrotacional, auxiliando a dissipação de cargas no sentido axial. 
Diante de forças oblíquas, a parede lateral da área de conexão do pilar contribui, especial-
mente, na distribuição das forças. Ainda, o sistema HI apresenta-se favorável para situações 
de implantes unitários e no qual o espaço protético interoclusal encontra-se limitado. 
Em contrapartida, em casos de implantes múltiplos não paralelos, as dificuldades de 
posicionamento e de adaptação de próteses fixas apresentam-se como possíveis deficiências 
do sistema HI. Diante do exposto, não há relatos conclusivos de que a configuração em HI 
seja mais eficiente que a HE.2,22,25
Em contraste com a conexão padrão de topo entre pilar-implante, foi dada uma nova abor-
dagem ao desenho dos implantes, em que o pilar é conectado ao implante por meio de uma 
interface interna cônica. Essa conexão, denominada CM (Figura 14), promove o travamento 
positivo ou geométrico do sistema por meio da fricção mecânica entre as superfícies interna 
do implante e externa do pilar, por um contato angular.2,22,23,26
Figura 13 – Conexão HI.
Fonte: Pita e colaboradores.22
34 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Na conexão CM, a fricção mecânica entre as superfícies interna do implante e externa do pi-
lar tende a ocorrer por causa da coincidência da inclinação das duas peças, com convergên-
cia de suas paredes entre 8 e 11º, criando uma área de íntimo contato, onde, ao se aplicar 
uma carga relativamente pequena, comparada a sua resistência mecânica, já se obtém uma 
fixação extremamente eficiente.
Outra vantagem do sistema CM é o fato de dois componentes ficarem perfeitamente alin-
hados no mesmo centro, ocorrendo, assim, uma distribuição homogênea das tensões rece-
bidas pelas forças de atrito entre as superfícies, com aumento da resistência à flexão 
quando comparado aos sistemas hexagonais convencionais. Essas diferenças fundamentais 
no desenho da conexão afetam significativa e positivamente o comportamento mecânico de 
próteses implantossuportadas.2,22,23,26,27
A conexão CM também se caracteriza por transferir a junção pilar-implante para a região 
mais próxima ao centro do implante, proporcionando alta confiabilidade com relação à es-
tabilidade mecânica dos componentes protéticos em longo prazo, além de permitir que um 
maior volume de tecido mole se forme ao redor da plataforma do pilar, promovendo um 
perfil de emergência protético mais natural.2,22,23,28,29 No entanto, eventuais deficiências ou 
limitações apontadas para o CM, assim como para o sistema HI, incluem:
§ dificuldade de assentamento e de adaptação das infraestruturas em restaurações 
múltiplas;
§ menor versatilidade e compatibilidade dos componentes protéticos entre diferentes 
sistemas.
 A instalação cirúrgica da conexão CM é mais crítica, já que os implantes devem se 
encontrar em nível ligeiramente infraósseo, evitando-se angulações significativas. 
Logo, o bom posicionamento dos implantes é imprescindível para que os pilares 
sejam parafusados seguindo os seus eixos axiais. O custo representa uma desvan-
tagem relativa, já que, ultimamente, as empresas nacionais passaram a fabricar 
implantes com sistema CM, aumentando-se a acessibilidade a eles.2,22
Figura 14 – Conexão CM.
Fonte: Pita e colaboradores.22
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 35
A redução da perda óssea ao redor da plataforma protética, também descrita como sau-
cerização, não está relacionada apenas com a ausência de uma fenda entre implante e 
pilar, mas também com a redução do diâmetro da plataforma de assentamento do pilar em 
relação ao implante, característica do sistema de conexão CM, proporcionando um ganho 
de espessura gengival nessa região e levando a um aumento das defesas naturais do organ-
ismo.
Esse conceito, denominado plataforma switching (Figura 15), já intrínseco do sistema CM, 
foi adaptado ao sistema HE justamente visando ao controle da perda óssea peri-implantar 
após a instalação dos implantes e se refere ao uso de um pilar de menor diâmetro conectado 
a um implante com plataforma de maior diâmetro.2,22
Essa conexão modificada no perímetro da conexão pilar-implante otimiza a distribuição de 
forças em direção axial, com o intuito de manter estável o nível ósseo após o carregamento. 
Quando a relação horizontal entre a plataforma externa do implante e o componente proté-
tico é estabelecida, a preservação e a estabilidade do tecido ósseo ocorrem por causa de um 
selamento biológico hermético em relação à infiltração bacteriana, quando os tecidos moles 
circundantes assumem uma função protetora da crista óssea.2,22,30-32
A junção modificada por meio da plataforma switching oferece importantes vantagens e 
possíveis aplicações, que incluem situações nas quais é desejável um largo diâmetro do 
implante e o espaço protético é limitado, e, na região anterior, em que a preservação da 
crista óssea pode promover melhores resultados funcionais e estéticos, pela manutenção das 
papilas interdentais.2,22,30-32 
Todos os tipos de conexões protéticas apresentadas podem promover altas taxas de sucesso 
dos tratamentos com PSI, obviamente, desde que seguidos rigorosamente os seus critérios 
de indicação e respeitando suas limitações.2,22
Figura 15 – Conceito plataforma 
switching.
Fonte: Pita e colaboradores.22
36 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
ATIVIDADE
18. Em relação à estrutura óssea e carregamentos, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Uma sobrecarga em osso de qualidade deficiente pode comprometer a longevidade 
clínica das reabilitações protéticas implantossuportadas.
( ) As estruturas ósseas favoráveis à instalação de implantes são as do tipo III e do tipo 
VI, encontradas na região posterior da mandíbula e de pilares caninos superiores 
respectivamente.
( ) O carregamento ósseo progressivo permite, ao longo do tempo, um desenvolvim-
ento favorável da interface osso/implante, promovendo-se uma adaptação óssea 
com o aumento gradual de carga.
( ) A proposta do carregamento imediato dos implantes visa suprir as limitações dos 
tratamentos clássicos, porém tal técnica não vem revelando resultados satisfatórios 
e promissores.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V – F – V – F.
B) F – F – V – V.
C) V – V – F – F.
D) F – V – V – F.
Resposta no final do artigo
19. Quais requisitos devem ser obedecidos para a preconização da técnica de carga imediata?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
20. Na avaliação do sucesso em longo prazo de um tratamento protético sobre implantes 
dentários, além de um esquema oclusal equilibrado e de uma osseointegração íntegra, 
quais outros itens desempenham um papel crucial?
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 37
21. Quais modelos surgiram como alternativa em relação à plataforma de hexágono exter-
no (HE)?
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
22. Em relação ao hexágono externo (HE) e ao hexágono interno (HI), assinale V (verdadei-
ro) ou F (falso).
( ) O HI apresenta limitações mecânicas, como a pequena geometria do hexágono.
( ) O HE tem uma distribuição mais homogênea das tensões ao redor dos implantes.
( ) Há maior profundidade do HI dentro do implante.
( ) Um dos fatores pelos quais a tensão nos implantes de HI é reduzida é a maior pro-
teção e estabilidade do parafuso do pilar.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F – V – V – F.
B) V – F – V – F.
C) F – F – V – V.
D) V – V – F – F.
Resposta no final do artigo
23. Quais são as vantagens sugeridas com a utilização da plataforma em hexágono interno 
(HI)?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
24. Quais possíveis deficiências o hexágono interno (HI) pode apresentar em casos de im-
plantes múltiplos não paralelos?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
38 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
25. Em relação ao cone Morse (CM), assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A conexão CM transfere a junção pilar-implante para a região mais próxima ao 
centro do implante.
( ) O CM apresenta-se favorável para situações de implantes unitários e onde o espaço 
protético interoclusal encontra-se limitado.
( ) Uma desvantagem do CM é o fato de dois componentes ficarem perfeitamente 
alinhados no mesmo centro, dificultando, assim, uma distribuição homogênea das 
tensões recebidas por causa das forças de atrito entre as superfícies.
( ) O CM promove o travamento positivo ou geométrico do sistema através da fricção 
mecânica entre as superfícies interna do implante e externa do pilar, por um contato 
angular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F – V – V – F.
B) V – F – F – V.
C) F – V – F – V.
D) V – F – V – F.
Resposta no final do artigo
26. Quais são as eventuais deficiências ou limitações apontadas para o cone Morse (CM)?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
27. Por que o custo da instalação cirúrgica da conexão cone Morse (CM) representa uma 
desvantagem relativa?
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
28. O que é a saucerização?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 39
29. Observe as afirmações sobre a plataforma switching.
I – A plataforma switching refere-se ao uso de um pilar de menor diâmetro conectado 
a um implante com plataforma de maior diâmetro.
II – A plataforma switching oferece importantes vantagens, como em situações nas 
quais é desejável um largo diâmetro do implante e o espaço protético é limitado, 
mas não é efetiva na preservação da crista óssea.
III – A plataforma switching otimiza a distribuição de forças em direção axial, com o 
intuito de manter estável o nível ósseo após o carregamento.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
PLATAFORMA OCLUSAL, INCLINAÇÃO DE CÚSPIDES E 
MATERIAIS RESTAURADORES
A extensão da plataforma oclusal das PSIs também representa um possível potencial para 
o desenvolvimento de sobrecargas.1,5 Uma ampla plataforma oclusal aumentará as tensões 
nos parafusos de retenção dos pilares e nas coroas protéticas, podendo contraindicar as re-
abilitações implantossuportadas diante de problemas severos de angulação e de inclinação 
dos implantes, em que a seleção dos pilares protéticos intermediários visa compensar essas 
irregularidades e as desarmonias oclusais.1,3
Ainda em relação à mesa oclusal, uma área plana em torno de contatos oclusais cêntricos 
pode reduzir o efeito de alavanca, direcionando as cargas axialmente e preservando a 
crista óssea peri-implantar, que sofre reabsorções, principalmente, diante de sobrecargas 
oblíquas. Essa otimização se dá pela redução da inclinação das cúspides e pela anatomia 
da superfície oclusal com sulcos e fossas amplos, representando benefícios para as PSIs.1,5 
Diante de rebordos mandibulares reabsorvidos, deve ser eleito um tipo de cúspide 0º, em-
bora um pleno equilíbrio da oclusão possa ser desenvolvido com qualquer um dos tipos 
de cúspide dos dentes artificiais, desde que seja criteriosamente estabelecida a curva de 
compensação.1,11
40 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Os materiais utilizados na superfície oclusal das próteses afetam sobremaneira a transmissão 
de forças e a manutenção dos contatos oclusais. Esses materiais podem ser determinantes:1
§ na estética;
§ na absorção e na dissipação de impactos;
§ na eficiência mastigatória;
§ na resistência ao desgaste e à fratura;
§ no espaço interoclusal.
 A resiliência da resina acrílica já foi sugerida como uma salvaguarda contra a inci-
dência de tensões aos implantes, e a superfície oclusal em metal, preconizada para 
minimizar o desgaste e prolongar a precisão e a longevidade dos planos oclusais.33 
Com o aprimoramento dos compósitos de resina, esses se tornaram disponíveis com um 
menor desgaste do que as resinas acrílicas e mais similares ao esmalte dental; entretanto, 
o potencial de fratura em longo prazo dos compósitos de resina para restaurações sobre 
implantes não é claramente estabelecido. 
Já os dentes em cerâmica em ambos os arcos é o material mais frequentemente indicado 
e utilizado, especialmente para pacientes com hábitos parafuncionais, com excelentes pro-
priedades mecânicas e estéticas.1,11
PARAFUNÇÕES
Forças oclusais anormais, como aquelas causadas por bruxismo ou por apertamento den-
tal, podem também contribuir para complicações protéticas.1,34,35 Esses hábitos não contra-
indicam os tratamentos com PSI, mas devem ser diagnosticados e compensados no modelo 
final das reabilitações protéticas. Diante dessas situações, o uso adjuvante de um protetor, 
ou seja, de uma placa interoclusal estabilizadora/miorrelaxante torna-se recomendável,es-
pecialmente durante o sono, para prevenir os efeitos deletérios dos hábitos noturnos.1,3,6,10
Atividades parafuncionais em conjunto com um padrão oclusal inadequado estão intima-
mente relacionadas com a perda óssea peri-implantar, com a fratura de implantes e 
com o fracasso das próteses, representados por contatos prematuros e por interferências 
oclusais que podem promover uma excessiva força lateral, com possível comprometimento 
da osseointegração.1,5 
Outras complicações relacionadas às parafunções que promovem cargas potencialmente 
destrutivas incluem:1,6
§ desgaste dental;
§ fratura de coroas e de raízes;
§ falhas na interface de cimentação;
§ afrouxamento;
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 41
§ perda de retenção ou fratura dos parafusos de retenção de pilares e de coroas para-
fusadas;
§ trincas;
§ delaminacões ou fraturas de cerâmicas e/ou superestruturas;
§ traumatismos aos tecidos peri-implantares.
 As estratégias a serem adotadas em PSI, como o estabelecimento de um correto 
padrão oclusal, guias de desoclusão favoráveis e o monitoramento da oclusão por 
meio de ajustes oclusais periódicos influenciam positivamente no controle biome-
cânico de sobrecargas, principalmente em pacientes que apresentam comporta-
mentos parafuncionais, para os quais o prognóstico das reabilitações protéticas 
sobre implantes torna-se mais desfavorável.1,7,34,35
AJUSTES OCLUSAIS
A oclusão tem sido uma importante variável na atribuição do sucesso ou do fracasso das 
reabilitações orais implantossuportadas; logo, o esquema oclusal das PSIs soma-se a outros 
fatores que devem ser considerados no planejamento reverso e na execução das reabilita-
ções orais implantossuportadas, tais como:1,3,5
§ proporção coroa/implante;
§ extensão da plataforma oclusal;
§ extensão distal de cantiléver;
§ inclinação íngreme de cúspides;
§ contatos prematuros;
§ parafunções;
§ osso de baixa qualidade;
§ inadequado número de implantes;
§ direção não axial das forças oclusais.
Concomitantemente, todos esses fatores considerados no planejamento reverso e na ex-
ecução das reabilitações orais implantossuportadas atuam por meio de uma única via, que 
são os contatos oclusais, segundo a qual qualquer dano decorrente de sobrecarga será 
dependente do número e da localização desses contatos. Portanto, o domínio dos funda-
mentos básicos da oclusão e das técnicas de ajustes oclusais é determinante imperativo para 
um prognóstico favorável desses tratamentos.1,7,11
Antes dos desgastes, é necessário o conhecimento das relações entre os arcos dentais, 
que podem se dar:
§ pelo contato dente a dente ou cúspide-fossa, em que a ponta de cúspide de um 
dente contata a fossa principal de seu antagonista (Figura 16A);
§ por meio da relação dente-2 dentes ou cúspide-crista, em que a ponta de cúspide 
de um dente contata as cristas marginais proximais de seus dois antagonistas (Figura 
16B);
42 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
§ pelo tripodismo, mais complexo e menos comum, em que há um contato triplo nas 
vertentes da cúspide de um dente com as fossas/sulcos/cristas marginais do seu an-
tagonista (Figura 16C).
Figura 16 – Relações entre os arcos den-
tais. A) Cúspide-fossa ou dente a den-
te. B) Cúspide-crista, em que um dente 
contata dois dentes antagonistas. C) Tri-
podismo, em que há um contato triplo 
nas vertentes de cúspides de contenção 
cêntrica com as fossas/sulcos/cristas mar-
ginais dos seus antagonistas.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 43
Além do relacionamento entre os arcos, deve-se conhecer o ideal posicionamento e a inten-
sidade dos contatos dentários, detectados por meio de um papel carbono articular refinado. 
Os contatos de menor intensidade (Figura 17A), característicos dos contatos secundários, 
localizam-se, geralmente, no fundo das fossas/sulcos principais e nas cristas marginais, bem 
como nas incisais dos dentes anteriores inferiores e nas palatinas dos anteriores superiores.8,9
Figura 17 – Intensidade dos contatos oclusais. A) 
Contatos secundários (fossas/sulcos principais e 
cristas marginais) e de baixa intensidade. B) Conta-
tos primários (pontas de cúspides) e de intensidade 
regular. C) Contatos de alta intensidade, represen-
tativos de contatos prematuros e/ou interferências 
oclusais.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O contato menos intenso no arco de abertura e no fechamento mandibular, presente nos 
dentes anteriores, caracteriza o princípio da oclusão mutuamente protegida, em que os 
contatos principais ou primários (Figura 17B), localizados nas pontas das cúspides de con-
tenção cêntrica dos dentes posteriores (vestibulares inferiores e palatinas superiores – Vips), 
conferem a estabilidade e a proteção de todo o sistema. Esses contatos regulares devem ser 
equilibrados, simultâneos e de mesma intensidade bilateralmente.8,9
Já os contatos de alta intensidade, evidenciados por um círculo dado pela perfuração do 
papel carbono articular, representam os contatos prematuros no arco de abertura/fecha-
mento e/ou interferências oclusais durante os movimentos mandibulares lateroprotrusivos 
(Figura 17C). Os contatos de alta intensidade devem ser devidamente regularizados, para o 
restabelecimento do equilíbrio e da distribuição homogênea dos contatos.8,9
O ajuste oclusal deve ser realizado em etapas, preferencialmente após a montagem dos 
modelos em articulador semiajustável (ASA) e uma criteriosa análise funcional, com mapea-
mento dos desgastes seletivos a serem executados sequencialmente (Quadro 3).
44 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
O ajuste oclusal se inicia pelo desgaste das pontas das cúspides livres, ou seja, as linguais 
inferiores e as vestibulares superiores. Nas cúspides de contenção cêntrica (Vips), quando 
necessário, desgastam-se suas vertentes; suas pontas só serão desgastadas se representarem 
interferências nos movimentos de lateralidade.8,9
 Os ajustes oclusais proporcionam uma adequada distribuição dos contatos e guias 
de desoclusão favoráveis, pois a eliminação de contatos prematuros e de interfe-
rências oclusais pode reduzir significativamente a sobrecarga sobre os implantes e 
sobre as próteses implantossuportadas, e, sobretudo, aumentar a longevidade dos 
tratamentos.1,5
ORIENTAÇÕES CLÍNICAS E PROTOCOLOS TERAPÊUTICOS
Todos os fundamentos de oclusão estabelecidos para a dentição natural vêm se desen-
volvendo com sucesso nas reabilitações orais sobre implantes, com algumas adaptações. 
Basicamente, o ajuste oclusal objetiva a distribuição homogênea dos contatos por meio de 
modificações da anatomia oclusal, com o estreitamento de suas plataformas e com redução 
da inclinação cuspídea, direcionando axialmente os carregamentos externos.
Além disso, são fatores sugeridos quando se consideram os determinantes protéticos e bio-
mecânicos aplicados à Implantodontia:1,5
§ o aumento da área de superfície do implante;
§ o desenvolvimento de conexões e de componentes protéticos mais estáveis;
§ a utilização de placas interoclusais;
§ a redução da extensão de cantilevers no sentido mesiodistal e vestibulolingual;
§ a utilização de pilares intermediários;
§ a esplintagem rígida em próteses múltiplas.
Em reabilitações unitárias, a eliminação ou a redução dos contatos em situações desfa-
voráveis, como nos implantes imediatos com provisionalização imediata e/ou em áreas sub-
Quadro 3
AS TRÊS ETAPAS DOS AJUSTES OCLUSAIS
Primeira etapa Ajuste durante abertura/fechamento.
Segunda etapa Ajuste durante os movimentos de lateralidade direita e esquerda.
Terceira etapa Ajuste durante a protrusão.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 45
metidas a procedimentos de enxertia óssea, sãotambém preconizadas, sobretudo em região 
anterior, em que ocorrem as guias de desoclusão durante os movimentos mandibulares 
lateroprotrusivos.
Nas reabilitações parciais, para a eliminação da diferença de mobilidade entre dentes 
naturais e implantes, também são primordiais os ajustes oclusais. Essa abordagem pode 
distribuir uniformemente as cargas entre dentes naturais e implantes.
 A mudança fisiológica do posicionamento dental ao longo do tempo pode inten-
sificar o estresse oclusal sobre os implantes, fundamentando o estabelecimento de 
um contato de menor intensidade nas próteses implantossuportadas em relação 
aos dentes naturais adjacentes. Para prevenir essa potencial sobrecarga, reavalia-
ções e ajustes periódicos são necessários e imperativos.1,5
Já para as reabilitações totais, em oclusão estática, o objetivo é coincidir a posição de MIH 
com a posição de RC, ou seja, estabelecer uma ORC, com a mandíbula livre, para mover-se 
ligeiramente a partir dessa posição nos planos frontal e horizontal, ou seja, uma liberdade 
em oclusão cêntrica de 1 a 1,5mm,1,7 também chamada de cêntrica longa.8,9
 O estabelecimento de um dos princípios de relacionamento maxilomandibular 
como opção terapêutica para as próteses do tipo protocolo será dependente do 
arco que se contrapõe a ela. A oclusão mutuamente protegida é preconizada 
quando o arco antagonista constitui-se de dentição natural ou em casos de próte-
ses protocolo bimaxilares, e a oclusão bilateral balanceada, quando em oposição à 
prótese total convencional ou a overdentures.1,5-7,10
É inquestionável a necessidade do conhecimento e do domínio dos aspectos oclusais e bio-
mecânicos por parte dos implantodontistas e dos protesistas, a fim de usá-los favoravel-
mente, para contrapor de forma eficiente as cargas recebidas pelas próteses, direcionando-
as equilibradamente aos implantes e às estruturas de suporte.10 
Conforme já revisado e discutido ao longo do presente artigo, as considerações e os 
princípios oclusais são variáveis, dependendo do planejamento de cada caso específico, da 
configuração dos arcos dentários e dos modelos de PSIs requeridas:5-7
§ unitárias;
§ parciais;
§ totais.
O Quadro 4, a seguir, e os casos clínicos selecionados, logo após, elucidam de maneira sin-
tetizada as orientações e as aplicações clínicas individuais para cada um dos modelos de PSI.1
46 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Quadro 4
PRÓTESES UNITÁRIAS, PARCIAIS E TOTAIS SOBRE IMPLANTES
Próteses Orientações
Unitárias § Guia anterior ou lateral em dentição natural.
§ Evitar a participação em guias excursivos.
§ Ausência de contato em oclusão de baixa intensidade (alívio de 
30μm), com leve contato em oclusão de máxima intensidade.
§ Ausência de contato no lado de não trabalho.
§ Contato proximal aumentado – faces de contato.
§ Contatos oclusais no centro da superfície oclusal (liberdade em 
oclusão cêntrica de 1 a 1,5mm).
Parciais § Guia anterior em dentição natural.
§ Função em grupo quando houver caninos comprometidos.
§ Contatos cêntricos.
§ Plataforma oclusal estreita.
§ Cúspides planas.
§ Cantiléver reduzido.
§ Mordida cruzada posterior quando necessário.
§ Pré-molarização em região posterior quando necessário.
§ Esplintagem rígida em situações biomecânicas desfavoráveis.
Totais Protocolos § Oclusão bilateral balanceada quando em 
oposição à prótese total convencional ou a 
overdenture.
§ Oclusão mutuamente protegida quando em 
oposição à dentição natural ou em casos de 
protocolos bimaxilares.
§ Alívio nos segmentos em cantiléver (100μm), 
tanto em lado de trabalho quanto de não 
trabalho.
§ Liberdade em oclusão cêntrica (de 1 a 
1,5mm).
Overdentures § Oclusão bilateral balanceada.
§ Oclusão lingualizada associada à bilateral 
balanceada diante de rebordos alveolares 
severamente reabsorvidos.
Fonte: Pita e colaboradores.1
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 47
ATIVIDADE
30. Em relação à plataforma oclusal e aos materiais restauradores, assinale a alternativa 
correta.
A) Uma ampla plataforma oclusal diminui as tensões nos parafusos de retenção dos 
pilares e nas coroas protéticas.
B) Uma área plana em torno de contatos oclusais cêntricos pode aumentar o efeito de 
alavanca.
C) Os materiais utilizados na superfície oclusal das próteses afetam sobremaneira a 
transmissão de forças e a manutenção dos contatos oclusais.
D) A resina acrílica é o material mais frequentemente indicado e utilizado para implan-
tes.
Resposta no final do artigo
31. Quais são as recomendações para os casos de forças oclusais anormais, como as causa-
das por bruxismo ou por apertamento dental?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
32. Quais complicações estão relacionadas às parafunções?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
33. Quais fatores devem ser considerados no planejamento reverso e na execução de reabi-
litações orais implantossuportadas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
48 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
34. Em quais contextos ocorrem as relações entre os arcos dentais?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
35. De que forma o posicionamento e a intensidade ideais dos contatos dentários são de-
tectados?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
36. Observe as afirmações sobre os ajustes oclusais.
I – Os contatos de menor intensidade, característicos dos contatos secundários, local-
izam-se, geralmente, no fundo das fossas/sulcos principais e nas cristas marginais.
II – Os contatos de alta intensidade são evidenciados por um círculo dado pela perfura-
ção do papel carbono articular.
III – Os contatos mais intensos no arco de abertura e no fechamento mandibular, pre-
sente nos dentes anteriores, caracterizam o princípio da oclusão mutuamente pro-
tegida.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
37. De que forma se iniciam os ajustes oclusais?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 49
38. Quais são os fatores sugeridos quando se consideram os determinantes protéticos e 
biomecânicos aplicados à Implantodontia?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
39. O que a mudança fisiológica do posicionamento dental ao longo do tempo pode oca-
sionar?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
40. Observe as afirmações sobre as orientações clínicas e sobre os protocolos terapêuticos.
I – Em reabilitações unitárias, a eliminação ou a redução dos contatos em situações 
desfavoráveis são preconizadas, sobretudo, em região anterior, em que ocorrem as 
guias de desoclusão durante os movimentos mandibulares lateroprotrusivos.
II – Nas reabilitações parciais, o objetivo é coincidir a posição de MIH com a posição de 
RC.
III – O estabelecimento de um dos princípios de relacionamento maxilomandibular 
como opção terapêutica para as próteses do tipo protocolo será dependente do 
arco que se contrapõe a ela.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a I e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
41. Em quais contextos clínicos a oclusão mutuamente protegida é preconizada?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
50 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
CASOS CLÍNICOS
Serão apresentados, a seguir, quatro casos clínicos sobre os temas abordados neste artigo.
CASO CLÍNICO 1
Paciente do sexo feminino, 30 anos, apresentou-se com a queixa de sensibilidade 
dolorosa no incisivo central superior esquerdo e com a percepção de maior contato/
impacto nesse dente durante a oclusão.
Clinicamente, foi observada a presença de uma coroa total em cerâmica pura no den-
te 21, com perfuração do material de cobertura na região do cíngulo (Figura 18) por 
causa de um contato prematuro no arco de abertura e do fechamento mandibular, 
detectado e confirmado por meio de um papel carbono articular refinado.
Figura 18 – Coroa total no dente 21, com per-
furação e trinca cerâmica na região do cíngulo. 
Vista oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O dente 21 apresentava, ainda, a drenagem de um fluído não purulento pelo sulco 
gengival durante palpação vestibular, e a gengiva, marginal edemaciada e ruborizada 
(Figura 19).
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 51
A paciente relatou que, aos 19 anos, teve um trauma no dente 21 em decorrência de 
uma queda, com fratura coronária e mobilidade dele. No exame radiográfico periapi-
cal, observou-se o tratamento endodôntico com selamento apical e a presença de um 
núcleo intrarradicular radiolúcido, sugestivo de pino de fibra de vidro. Apresentava, 
ainda, como características relevantes, o espessamento do ligamento periodontal, a 
desadaptação cervical da coroa protética e uma rarefação óssea na região mesial da 
raiz do 21, sugestiva de lesão (Figura 20).
Figura 19 – Coroa total em cerâmica pura no 
dente 21, com gengiva marginal edemaciada e 
ruborizada. Vista vestibular.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 20 – Raio X periapical inicial.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Para consolidar o diagnóstico e o plano de tratamento para o caso, foi solicitada uma 
tomografia computadorizada (TC), conforme se vê na Figura 21.
52 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
O laudo apresentou, além do conduto parcialmente obturado e uma imagem de lesão 
hipodensa na região periapical, uma reabsorção da tábua óssea vestibular. Apesar de 
os exames de imagem não terem confirmado com clareza a sugestiva lesão na região 
mesial da raiz, as características clínicas apontavam para uma possível fratura/trinca 
nessa região.
Diante dos exames clínico, radiográfico, tomográfico e, sobretudo, com base no his-
tórico odontológico da paciente, foi proposta como plano de tratamento a exodontia 
atraumática do 21, com a instalação de implante imediato associado à provisionaliza-
ção imediata. Após a exodontia (Figuras 22A-B), observou-se a extensa lesão na pare-
de mesial da raiz (Figura 23) e se confirmou, posteriormente à curetagem e à limpeza 
da parede mesial da raiz, a presença de uma trinca/fratura longitudinal desde a região 
cervical até o seu terço médio (Figura 24).
Figura 21 – TC.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 53
Figura 22 – Alvéolo pós-exodontia atraumática do 21. Vista oclusal (A) e vestibular (B).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Cirurgia realizada pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo Bonfim Reis.
Figura 23 – Lesão extensa na região mesial da 
raiz do 21.
Fonte: Arquivo de imagens do autor. Cirurgia realizada 
pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo Bonfim 
Reis.
Figura 24 – Trinca/fratura radicular longitudinal 
do 21.
Fonte: Arquivo de imagens do autor. Cirurgia realizada 
pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo Bonfim 
Reis.
A B
54 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
A trinca/fratura radicular e o desenvolvimento subsequente da lesão foram, possivel-
mente, ocasionados pelo trauma e potencializados ao longo do tempo pelo contato 
prematuro, e uma provável justificativa para a paciente permanecer assintomática até 
en tão é pela ação do cimento resinoso utilizado na cimentação do pino e da coroa, 
atuando na contenção da propagação acelerada da trinca/fratura durante esse período.
Feito o cuidadoso procedimento de curategem em todas as paredes do alvéolo e irriga-
ção pós-exodontia, foram realizadas as fresagens específicas para a instalação de um 
implante imediato do sistema CM (4,3 x 13mm), com approach palatino e travamento 
apical de 60Ncm (Figura 25).
Na sequência, foi instalado um pilar com 2,5mm de altura, com torque de 32Ncm (Fi-
gura 26) e foi realizado o preenchimento de toda a região mesiovestibular do implan-
te, com um enxerto de biomaterial com colágeno como substituto ósseo (Figura 27).
Figura 25 – Implante CM imediato instalado no 
alvéolo do 21. Vista oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Cirurgia re-
alizada pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo 
Bonfim Reis.
Figura 26 – Pilar instalado sobre o implante com 
torque de 32Ncm. Vista vestibular.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Cirurgia re-
alizada pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo 
Bonfim Reis.
 | PRO-ODONTO PRÓTESE E DENTÍSTICA | CICLO 7 | VOLUME 4 | 55
Na sequência, foi posicionado um transferente quadrado sobre o pilar (Figura 28) para 
a execução da moldagem de arrasto, que foi realizada com um silicone de adição nas 
consistências leve/pesada pela técnica simultânea (Figura 29).
Figura 27 – Preenchimento do gap mesiovesti-
bular do alvéolo com biomaterial após a instala-
ção do pilar intermediário. Vista oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Cirurgia re-
alizada pelo Dr. Diego Sucena Pita e pelo Dr. Gustavo 
Bonfim Reis.
Figura 28 – Transferente de moldagem posicio-
nado sobre o pilar. Vista oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 29 – Molde finalizado. Vista aproximada 
da região anterior.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
56 FUNDAMENTOS DE OCLUSÃO E BIOMECÂNICA NAS REABILITAÇÕES ORAIS...
Finalizada a etapa de moldagem, parafusou-se o análogo

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