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Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB1 Aula 14 Integração Definida Objetivos da Aula Apresentar o conceito de integral definida, por meio de somatório de termos finitos e limites tendendo a infinito, fazendo sua interpretação geométrica e em seguida enunciar o teorema fundamental do cálculo. A Notação Sigma Para facilitar somas de um grande número de parcelas iremos introduzir a notação sigma. Esta notação envolve o uso do símbolo o sigma maiúsculo do alfabeto grego, que corresponde ao nosso S. Agora daremos alguns exemplos da notação sigma. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB2 Temos agora a seguinte definição formal para sigma. Definição da Notação Sigma onde m e n são inteiros e m n. O lado direito da fórmula acima consiste da soma de (n - m + 1) termos, o primeiro dos quais é obtido substituindo-se i por m em F(i), o segundo substituindo-se i por (m + 1) em F(i), e assim por diante, até que o último termo seja obtido substituindo-se i por n em F(i). O número m é chamado de limite inferior da soma, e n é chamado limite superior. O símbolo i é chamado o índice do somatório. É um símbolo “mudo”, pois qualquer outra letra poderia ser usada para esse propósito. Por exemplo, Os teoremas seguintes que envolvem a notação sigma poderão ser úteis para nossos cálculos. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB3 Exemplo: Use as Fórmulas de 1 a 4 para calcular os seguintes somatórios. Solução: Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB4 Área Suponha que o fabricante de uma moderna calculadora eletrônica determine que durante os 3 primeiros anos de produção, se x anos decorreram desde que a calculadora foi introduzida pela primeira vez, f (x) unidades devem ser produzidas anualmente, onde Como deveria ser interpretada esta equação? Uma vez que alguém poderia concluir que 348 calculadoras são produzidas 1 ano após o lançamento do produto no mercado. Contudo, esta interpretação é válida somente se a taxa de produção for constante, na base anual. Isto é, 348 unidades deveriam ser produzidas durante o segundo ano somente se a taxa anual de produção durante o segundo ano fosse uma constante, 348 unidades, que seria o nível no fim do primeiro ano. Esta situação não ocorre. Por exemplo, Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB5 Visto que, quando x = 1, a produção é 348 unidades, e quando x = 2 a produção é 1212 unidades, segue que o número de calculadoras produzidas durante o segundo ano está entre 348 e 1212. Uma melhor aproximação vendo o argumento que durante a primeira metade do segundo ano o número de unidades produzidas deveria ser pelo menos 1/2.(348) = 174 e durante a segunda metade ela deveria ser pelo menos 1/2.(708) = 354; assim, durante o segundo ano o número de calculadoras produzidas deveria ser pelo menos 174 + 354 = 528. Uma interpretação deste raciocínio está mostrada na figura ao lado. A figura mostra um esboço do gráfico de e dois retângulos sombreados. A área do primeiro retângulo é 1/2.(348) = 174, que seria a quantidade de calculadoras produzidas durante a primeira metade do segundo ano, se a produção durante este tempo mantiver uma taxa anual constante de f (1) = 348. A área do segundo retângulo é 1/2.(708) = 354, que é a quantidade de calculadoras que deveriam ser produzidas durante a segunda metade do ano se a produção durante esse tempo mantiver uma taxa anual constante de Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB6 Área Sob o Gráfico de Uma Função Seja f uma função contínua não negativa em [a , b]. Então, a área da região sob o gráfico de f é onde x1, x2, ..., xn são pontos arbitrários pertencentes aos n subintervalos de [a , b] de igual comprimento x = (b - a)/n. A Integral Definida Como vimos, a área sob o gráfico de uma função contínua não- negativa f num intervalo [ a , b] é definida pelo limite da soma de Riemann Voltaremos agora nossa atenção ao estudo de limites de somas de Riemann, envolvendo funções que não são necessariamente não- negativas. Tais limites surgem em muitas aplicações do cálculo. Por exemplo, o cálculo da distância percorrida por um corpo que se move ao longo de uma reta envolve a determinação de um limite dessa forma. O cálculo da receita total realizada por uma companhia num certo período, o cálculo da energia elétrica total consumida numa típica residência ao longo de 24 horas, a concentração média de uma droga num corpo ao longo de um certo intervalo de tempo, e o volume de um sólido - todos envolvem limites deste tipo. Começamos com a seguinte definição. A Integral Definida Seja f definida em [a , b]. Se existe para todas as escolhas de pontos representativos x1,x2, ..., xn nos n subintervalos de [a , b] de igual comprimento x = (b - a)/n, então este limite é chamado de integral definida de f de a a b e é denotado por Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB7 Assim, O número a é o extremo inferior da integração, e o número b é o extremo superior da integração Interpretação Geométrica da Integral Definida Se f é não-negativa e integrável em [a , b], então temos a seguinte interpretação geométrica da integral definida Interpretação Geométrica de para em [ a , b] Se f é não-negativa e contínua em [a , b], então é igual à área da região sob o gráfico de f em [a , b] (Figura abaixo) de f em [a , b]. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB8 O Teorema Fundamental do Cálculo Seja f contínua em [ a , b ]. Então onde F é uma antiderivada qualquer de f, isto é, F’(x) = f (x). Ao aplicarmos o teorema fundamental do cálculo, é conveniente usarmos a notação Por exemplo, usando esta notação, escrevemos [ 1 ] da seguinte forma Exemplo 1: Seja R a região sob o gráfico de f (x) = x no intervalo [1 , 3]. Use o teorema fundamental do cálculo para determinar a área A de R e verifique seu resultado por meios elementares. Solução: A região R é mostrada na figura (a) abaixo. Como f não é negativa no intervalo [1,3], a área da região R é dada pela integral definida de f de 1 a 3, ou seja, A área de R pode ser calculada de duas maneiras diferentes. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB9 Para calcular a integral definida, observe que uma antiderivada de f (x) = x é onde C é uma constante arbitrária. Portanto, pelo teorema fundamental do cálculo, temos Para verificar este resultado por meios elementares, observe que a área A é a soma da área do retângulo R 1 (largura x altura) com a área do triângulo R 2 (1/2 base x altura) como mostra a figura acima (b); ou seja, que coincide com o resultado obtido anteriormente. Observe que no cálculo da integral definida do Exemplo 1, a constante de integração “desapareceu”. Isto sempre acontece, pois se F (x) + C denota a antiderivada de uma função f, então Tendo em mente este fato, em todos os cálculos futuros envolvendo uma integral definida, podemos ignorar a constante de integração. Calculando Integrais Definidas Exemplo 2: Solução: Aplicação Um estudo de eficiência conduzido para a Companhia Elektra Electronics, mostrou que a taxa à qual os intercomunicadores do tipo Space Commander são montados por um trabalhador médio, t horas após iniciar o trabalho às 8:00 da manhã, é dada por Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB10 Determine quantos intercomunicadores podem ser montados por um trabalhador médio na primeira hora do turno da manhã. Solução: Denotemos por N(t) o número de intercomunicadores montados por um trabalhador médio t horas após iniciar o seu trabalhono turno da manhã. Então, temos Portanto, o número de unidades montadas por um trabalhador médio na primeira hora do turno da manhã é ou seja, 20 unidades. Propriedades da Integral Definida Seja f e g integrais definidas, então, Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB11 A propriedade 5 afirma que c é um número entre a e b de forma que divida o intervalo [a , b] nos intervalos [a , c] e [c , b], então a integral de f no intervalo [a, b] pode ser expressa como a soma da integral de f no intervalo [a , c] com a integral de f no intervalo [c , b]. A propriedade 5 tem a seguinte interpretação geométrica quando f não negativa. Por definição é a área da região sob o gráfico de y = f (x) de x = a a x = b (como mostra a figura 1). Analogamente, interpretamos as integrais definidas como as áreas das regiões sob o gráfico de y = f (x) de x = a a x = c e de x = c a x = b, respectivamente. Como as duas regiões não se sobrepõem, vemos que Método de Substituição para Integrais Definidas Este exemplo mostra duas formas distintas de se calcular uma integral definida usando o método de substituição. Exemplo: Solução: (Método 1) Primeiramente, determinamos a integral indefinida correspondente. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB12 Fazemos a substituição , de modo que Então, Usando este resultado, calculamos agora a integral definida: (Método 2) Mudando os limites de integração. Como antes, fazemos a substituição Em seguida, observamos que a integral definida é calculada em relação a x com o domínio de integração dado pelo intervalo [0 , 4]. Se efetuarmos a integração em relação a u por meio da substituição [ 1 ],então devemos ajustar o domínio de integração para refletir o fato de que a integração está sendo executada em relação à nova variável u. Para determinar o domínio apropriado de integração, note que, x = 0, a equação [ 1 ] implica que que fornece o limite inferior de integração com relação a u. Analogamente, quando x = 4, u = 9 + 16 = 25 é o limite superior de integração com relação a u. Assim, o domínio de integração quando a integração é efetuada com relação a u é dado pelo intervalo [9 , 25]. Portanto, temos Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB13 que coincide com o resultado obtido usando o método 1. Valor Médio de uma Função Suponha que f integrável em [ a , b ]. Então, o valor médio de f em [a , b] é Exemplo: Determine o valor médio da função no intervalo [0 , 4]. Solução: O valor médio solicitado é dado por Aplicação As taxas de juros cobradas pela Madison Finance sobre empréstimos para compra de carros usados durante um certo período de 6 meses no ano 2000 são aproximadas pela função Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB14 onde t é medido em meses e r(t) é a porcentagem anual. Qual é a taxa média sobre tais empréstimos concedidos pela Madison durante o período de 6 meses em questão? Solução: A taxa média durante o período de 6 meses em questão é dada por ou seja, 9% ao ano. Daremos agora uma interpretação geométrica do valor médio de uma função f num intervalo [a , b]. Suponha que f (x) é não negativa, de modo que a integral definida é a área sob o gráfico de f de x = a a x = b (como mostra a figura ao lado). Observe que, em geral, a “altura” f (x) varia de ponto a ponto. Podemos substituir f (x) por uma função constante g (x) = k (que tem altura constante), tal que as áreas sob cada uma das duas funções f e g sejam as mesmas? Se isto ocorre, como a área sob o gráfico de g de x = a a x = b é k (b - a), temos Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB15 de modo que k é o valor médio de f em [a , b]. Assim, o valor médio da função f num intervalo [a , b] é a altura de um retângulo com base de comprimento (b - a) que tem a mesma área da região sob o gráfico de f de x = a a x = b. Área Entre Duas Curvas Suponha que f e g funções contínuas tais que no intervalo [a , b]. Então, a área da região limitada superiormente por y = f (x) e inferiormente por y = g (x) em [a , b] é dada por Embora tenhamos assumido que tanto f quanto g fossem não negativas ao enunciarmos a equação acima, podemos mostrar que esta equação permanece válida para f e g quaisquer. Observa também que se g (x) é zero para todo x, isto é, quando a fronteira inferior da região R é o eixo x, então a equação acima fornece a área da região sob a curva y = f (x) de x = a a x = b, como seria de esperar. Exemplo: Determine a área da região limitada pelo eixo x, o gráfico de e as retas x = -1 e x = 4. Solução: A região R em consideração é mostrada na figura abaixo. Podemos ver R como a região limitada superiormente pelo gráfico de f (x) = 0 (o eixo x) e inferiormente pelo gráfico de Portanto, a área de R é dada por Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB16 Aplicação Num estudo realizado em 1994 para o Ministério do Desenvolvimento Econômico de um certo país emergente, economistas do governo e especialistas em energia concluíram que se o Projeto de Lei sobre Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB17 Conservação de Energia fosse implementado em 1995, o consumo de petróleo daquele país pelos 5 anos subseqüentes cresceria de acordo com o modelo R(t)= 20e 0,05t onde t é medido em anos (t = 0 correspondendo ao ano de 1995) e R(t) em milhões de barris por ano. Sem estas mediadas impostas pelo governo, entretanto, a taxa de crescimento esperada de consumo de petróleo seria dada por R1(t) = 20e 0,08t milhões de barris por ano. Usando estes modelos, determine quanto petróleo teria sido economizado de 1995 até 2000 se o projeto de lei tivesse sido implementado. Solução: Sob a vigência do Projeto de Lei sobre Conservação de Energia, a quantidade total de petróleo que teria sido consumida entre 1995 e 2000 é dada por Na ausência do projeto de lei, a quantidade total de petróleo que teria sido consumida entre 1995 e 2000 é dada por A equação [ 1 ] pode ser interpretada como a área da região sob a curva y = R(t) de t = 0 a t = 5. Analogamente, interpretamos [ 2 ] como a área da região sob a curva y = R 1(t) de t = 0 a t = 5. Note também que o gráfico de y = R 1(t) = 20e 0,08t se situa sempre acima do gráfico de y = R(t) = 20e 0,05t (t 0). Assim, a área da região sombreada S na figura abaixo mostra a quantidade de petróleo que teria sido economizada de 1995 a 2000 se o Projeto de Lei sobre Conservação de Energia tivesse sido implementado. Mas a área da Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB18 região S é dada por ou seja, aproximadamente 9,3 unidades quadradas. Portanto, a quantidade de petróleo que teria sido economizada é de 9,3 milhões de barris. Matemática Superior - UVB Faculdade On-line UVB19 Referências Bibliográficas TAN, S.T. Matemática Aplicada à Administração e Economia. São Paulo: Thomson, 2001. MEDEIROS DA SILVA, Sebastião e outros. Matemática para os cursos de Economia, Administração, Ciências Contábeis. vol. 1. 5 Ed. São Paulo: Atlas, 1999 . LEITHOLD, L. O Matemática Aplicada à Economia e Administração. São Paulo: Harbra, 1988. STEWART JAMES, Cálculo Vol. I. 4ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
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