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ARACELI CALLIARI BENTES CAROLINA DE OLIVEIRA VIEIRA CLAUDILENY RODRIGUES SOUZA LEÃO DIEMESON VALE REIS PAULA SILVANA ARAÚJO DA GAMA RESUMO DO CONTEÚDO DA DISCIPLINA GENÉTICA HUMANA Resumo apresentado a Universidade da Amazônia, como parte das exigências do curso de Enfermagem, disciplina Genética Humana, Turma ND-Noite-Sala 102 para 1ª avaliação da Professora Dra. Leilane Barreto. BELÉM 2015 S U M Á R I O 1. Introdução ............................................................................................................... 4 2. Conceitos Básicos em Genética e Alterações Cromossômicas ............................. 4 3. Mitose, Meiose e Gametogênese .......................................................................... 6 4. Estudo dos Ácidos Nucleicos e Replicação do DNA ........................................... 13 5. Transcrição e Tradução do DNA ......................................................................... 16 Referências Bibliográficas ....................................................................................... 19 LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1 - Cromossomo em escala Figura 2 - Síndromes de alteração cromossômica Figura 3 - Replicação de Mitose e Meiose Figura 4 - Ciclo da Interfase a Mitose Figura 5 - Fase S Síntese do DNA Figura 6 - Mitose e estágios Figura 7 - Replicação na Meiose Figura 8 - Esquema geral da Prófase I Figura 9 - Esquema geral da Meiose Figura 10 - Espermatogênse e Ovogênese Figura 11 - Nucleotídeos Figura 12 - Sentido 3’ à 5’ na replicação Figura 13 - Replicação de fitas no DNA Figura 14 - Transcrição 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem o intuito de abordar de forma resumida todo conteúdo ministrado no primeiro bimestre do curso de Enfermagem da UNAMA, correlacionando aulas expositivas, materiais dispostos pela professora e referências bibliográficas externas. Exprimindo minimamente o cerne dos eixos temáticos discutidos, deixando claro o que compete à relação de funcionamento, mecanismos e estruturas dos mesmos. Usando o método documental-referencial faremos breves recortes de autores especialistas no panorama dos assuntos, adaptando imagens e resumindo ideias sem desprezar a complexidade e relatividade dos conteúdos. 2. CONCEITOS BÁSICOS EM GENÉTICA Genética é a ciência que estuda a transmissão das características de geração a geração, e as leis que regem essa hereditariedade. É dividida em Genética Clássica, Mendel (1856 – 1865) e Genética Moderna (molecular) Watson e Crick (1953). Em 1865 Gregor Mendel (1822-1884), monge austríaco, apresentou os resultados de oito anos de estudos sobre a transmissão de caracteres em ervilhas (Pisum sativum), na Áustria, seu trabalho passou despercebido, pois o mundo científico estava mais preocupado com as teorias da evolução, após a publicação da famosa obra de Darwin “Sobre a origem das Espécies”. No entanto, em 1900, Hugo de Vries, na Holanda, Carl Correns, na Alemanha e Tschermak, na Áustria, chegaram às mesmas conclusões de Mendel. Atribuíram a Mendel todo o sucesso das pesquisas, embora já tivesse morrido, sem saber que seria considerado o “Pai da Genética”. Logo em 1905, inglês William Bateson, deu a essa ciência o nome de Genetikós, que em grego significa gerar. Que dá origem ao conceito de Gene como as unidades de informação genética dos seres vivos. Onde um fragmento de DNA1 é capaz de determinar a síntese de uma proteína, pois ele que contém a informação genética, ou um RNA2, que são capazes de transcrever e traduzir informações genéticas. Este complexo determina as características do indivíduo. A cromatina está constituída por DNA e proteínas associadas, a maior parte delas se chamam histonas, quem tem como função empacotar o DNA. Heterocromatina são as regiões do DNA que não se transcreve, estão maximamente 1 Ácido Desoxirribonucleico formado por duas fitas de nucleotídeos unidas por pontes de hidrogênio. 2 Ácido Ribonucleico que é o responsável pela síntese de proteínas da célula. condensados, já a Eucromatina são as regiões do DNA que podem transcrever, apresentam um nível de condensação menor. Segue abaixo esquema dos referidos: Figura 1 – Cromossomo em escala. Adaptada de DEVLIN, Thomas M, 2007. Quando observamos células eucariontes em processo de divisão, encontramos corpúsculos compactos em forma de bastonete, os cromossomos. Cada um é formado por um filamento de cromatina dobrado várias vezes sobre si mesmo e cada filamento é constituído por uma longa molécula de DNA. Antes de uma célula se dividir, cada cromossomo se duplica e os filamentos são chamados cromátides. Os mesmos possuem pares homólogos, ou seja, um cromossomo de cada um dos pais e se classificam em autossomos e sexuais, este determina a formação do sexo do individuo. Cariótipo seria o Conjunto completo de cromossomos do indivíduo onde cada espécie apresenta um número de cromossomos diferentes. O Genótipo é a constituição genética de um indivíduo e Fenótipo o resultado da interação do genótipo e influência do meio ambiente “F = G + A”. Em seres humanos, um dos 23 pares de cromossomas leva a informação genética que irá determinar o sexo do eventual descendente. Esse par é composto de um cromossoma X denominado cromossoma feminino e um cromossoma Y, o cromossoma masculino. Durante a divisão meiótica, os cromossomas determinantes do sexo dividem-se entre os espermatócitos secundários, de modo que metade dos espermatozóides torna-se espermatozóides masculinos, contendo o cromossoma Y, e a outra metade, espermatozóides femininos, contendo o cromossoma X. O sexo do descendente é determinado pelo tipo de espermatozóide que irá fertilizar o óvulo (GUYTON, 2008). Alterações nos pares de cromossomos podem gerar síndromes, como a de Down que é a tríssomia3 do cromossomo 21, a síndrome de Turner que ocorre quando o par de cromossomos X não é normal, podendo apresentar um cromossomo X ausente ou parcialmente ausente. Figura 2 – Síndromes de alteração cromossomica. Aula, BARRETO, Leilane. 3. MITOSE, MEIOSE E GAMETOGÊNESE Após termos falado de conceitos básicos de genética e entendermos sobre algumas estruturas e consequências de sua mutação, conceituaremos brevemente os processos de divisão e desenvolvimento celular. A Mitose ocorre na divisão das células somáticas (crescimento do corpo, reposição celular) e a Meiose apenas nas células Germinativas ou na formação de gametas haplóides. Segundo o esquema: Figura 3 – Replicação de Mitose e Meiose, adaptada de National Library of Medicine. 3 Consiste na presença de três cromossomos (e não dois, como seria normal) de um tipo específico num organismo. Durante o Ciclo Celular, a Intérfase é o período entre duas mitoses sucessivas (funções básicas da célula e preparo para divisão). Logo após acontece a Mitose: Fase G1 (síntese de proteínas, lipídios, glicídios). Dependendo do tipo de célula esse processo pode durar mais ou menos tempo, de horas a anos. Como ilustra a figura: Figura 4 – Ciclo da Interfase a Mitose, adaptada de National Library of Medicine. Na Fase S: síntese do DNA (surgimento das cromátides irmãs) Cromátides irmãs unidas pelo centrômero conforme abaixo: Figura 5 – Fase S Síntese do DNA, adaptadade National Library of Medicine. Na Fase G2 há um intervalo curto até a mitose (termina com a condensação dos cromossomos - entrada na mitose) a exemplo da Medula óssea que na Intérfase levam de 41 a 49 horas e na Mitose aproximadamente 1 hora para o processo. E há comumente essa grande variação de tempo nos diferentes tipos celulares. Quando ocorre a Segregação cromossômica, há uma cópia de cada cromossomo para cada célula-filha (conjunto completo da informação genética). O processo completo da mitose é dividido em 4 estágios: (1) Prófase, onde há condensação gradual dos cromossomos, o início da formação do fuso mitótico (ou acromático), os Microtúbulos ligam o cinetócoro (centrômero associado aproteínas) aos centríolos e o desaparecimento da membrana celular, (2) Metáfase, onde os Cromossomos atingem a condensação máxima e se organizam no plano equatorial da célula, (3) Anáfase, há a divisão do centrômero e separação das cromátides- irmãs, (4) Telófase, onde Cromossomos começam a se descondensar, há formação de membrana nuclear e divisão do citoplasma. Processos referenciados abaixo: Figura 6 – Mitose e estágios, adaptada de National Library of Medicine. Por outro lado, na Meiose, as células diploides originam células haploides. Que Ocorre nas células germinativas para gerar os gametas. Esta acontece em uma etapa de síntese de DNA seguida por duas etapas de divisão celular: (1) Meiose I ou divisão reducional (reduz o número de cromossomos pela metade, crossing-over), (2) Meiose II ou divisão equacional. Conforme a figura: Microtúbulos Figura 7 – Replicação na Meiose, adaptada de National Library of Medicine. Na Meiose I, a Prófase I é a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de permuta). Como a prófase I é longa, há uma seqüência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser dividida nas seguintes etapas: Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides. Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno (zygós = par). A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de paquíteno (pakhús = espesso). Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas como quiasmas (que corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo). Os pares de cromátides afastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta esta é a última fase da prófase I, conhecida por diacinese (dia = através; kinesis = movimento). Ilustrados a seguir: Figura 8 – Esquema geral da Profase I, Adaptada de DEVLIN, Thomas M, 2007. Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicados da interfase, migram para os pólos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I. Na Metáfase I os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada cromossomo está preso a fibras de um só pólo. Por seguinte, na Anáfase I há o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são conduzidos para pólos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os cromossomos atingem os pólos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui. Contudo, na Telófase I ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haplóides. Segue-se um curto intervalo a intercinese, que precede a prófase II. Inicia-se então a Meiose II (segunda divisão meiótica). Com a Prófase II, cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar. Segue a Metáfase II, como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos. Entretanto, na Anáfase II ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose). No mais, na Telófase II há o reaparecimento da carioteca e do nucléolo, ocorre a citocinese que separa as quatro células-filhas haplóides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. Conforme esquema abaixo: Figura 9 – Esquema geral da Meiose, Adaptada de DEVLIN, Thomas M, 2007. Estes processos de divisão ocorrem também na formação dos gametas humanos. Denomina-se Espermatogênese devido aos espermatozoides e ovogênese referente ao óvulo. Ambos se dão no inicio da puberdade, com provimento hormonal. A seguir veremos as etapas de desenvolvimento e divisão dos mesmos. Figura 10 – Espermatogênse e Ovogênese, Adaptada de DEVLIN, Thomas M, 2007. A Espermatogênese é a sequência pela qual as espermatogônias são transformadas em espermatozoides. As espermatogônias (2n) permanecem latentes no túbulo seminífero fetal. Na puberdade, fazem várias divisões mitóticas para aumentar o número. Se modificam em espermatócitos primários (2n) que são as maiores células dos túbulos seminíferos, o Espermatócito I sofre a primeira fase da meiose originando dois espermatócitos II (n), o Espermatócito II sofre a segunda fase da meiose, originando duas espermátides (n). No processo de espermiogênese cada espermátide formará um espermatozoide, cada espermatogônias originou 4 espermatozóides. Os espermatozóides são transportados do túbulo seminífero para a cauda do epidídimo, sendo denominados espermatozóides maduros (Cabeça + colo + cauda). As células de Sertoli que localizam-se nas paredes dos túbulos seminíferos, tem o papel de nutrir as células germinativas e podem estar envolvidas na regulação da espermatogênese. Na Ovogênese, as ovogônias (2n) se proliferam por divisões mitóticas no período embrionário ainda, nesse mesmo período, as ovogônias crescem para formar o ovócito primário (2n) (antes do nascimento). As Células do tecido conjuntivo circundam o ovócito I, passando a ser denominado folículo primordial, logo o ovócito I inicia a primeira divisão meiótica, ainda antes do nascimento, estacionando na prófase I até a puberdade. Na puberdade, a primeira divisão é completada e as células do folículo primordial se tornam cuboides e depois cilíndricas, originando o folículo primário. O ovócito I é envolvido por uma camada glicoproteica de material amorfo, chamada zona pelúcida, após completar a primeira divisão meiótica e formar o folículo primário, o ovócito I se transforma em ovócito secundário (n) e forma o primeiro corpo polar. O ovócito II estaciona na metáfase da segunda divisão meiótica.Se um espermatozóide penetrar no ovócito II, esse completa a segunda divisão meiótica e forma o segundo corpo polar. 4. ESTUDO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS E REPLICAÇÃO DO DNA Ácidos nucléicos são polímeros de moléculas lineares de unidades nucleotídicas, que são ligados por ligações fosfodiéster, sua estrutura química é simples e não varia do diversos organismos. Existem dois tipos de ácido nucléico: o ácido desoxirribonucléico (DNA) e o ácido ribonucléico (RNA). Tanto o DNA como o RNA são formados por varias unidades que recebem o nome de nucleotídeos. Cada nucleotídeo é o produto da combinação entre três componentes: Fosfato, Açúcar (Pentose), que no DNA é a desoxirribose e no RNA é a ribose e Base nitrogenada, que pode variar de nucleotídeo para nucleotídeo. Os nucleotídeos são reconhecidos pela base nitrogenada que contém conforme a figura: Figura 11 – Nucleotídeos, BORGES-OSÓRIO, 2001. O DNA é o principal constituinte dos cromossomos. Os cromossomos é uma unidade que contém informação genética, tendo uma sequência de DNA que contém genes e outras sequências de nucleotídeos. Os genes são segmentos de molécula de DNA, responsáveis pelas características dos indivíduos. A estrutura anatômica do DNA leva a informação química que permite a transmissão exata da informação genética de uma célula para suas células filhas e de uma geração para a seguinte. A informação genética é estocada no DNA por meio de um código (o código genético), no qual à sequência de bases adjacentes determina a sequência de aminoácidos no polipeptídeo codificado. A estrutura molecular do DNA apresenta uma série de vantagens: uma delas é o fornecimento de um mecanismo de defesa contra a perda de informação genética, outra vantagem é que o DNA sugere um mecanismo para replicação, já que cada cadeia contém informação completa de sua molécula. O RNA está presente no citoplasma e em concentrações particularmente do processo de síntese de proteínas. É um polímero linear de ribosídeos monofosfatos. As ligações 3’ e 5’ fosfodiéster do RNA formam um esqueleto a partir do qual as bases se estendem. Quimicamente, RNA é semelhante a DNA. Ambos contêm ligações fosfodiéster carregadas negativamente, e as bases são quimicamente semelhantes. As diferenças químicas entre DNA e RNA devem-se principalmente a dois fatores. Primeiro, cada nucleotídeo do RNA contém ribose no lugar de 2’- desoxirribose como açúcar componente do nucleotídeo, e segundo, RNAs geralmente são fita-única em lugar de dupla-fita. Quanto à estrutura molecular, o RNA apresenta apenas uma cadeia de nucleotídeos. Além disso, o DNA contém a informação que codifica uma cadeia polipeptídica, enquanto o RNA utiliza essa informação. Duas classes principais de nucleobases são encontradas nos ácidos nucléicos: púricas e pirimídicas. As principais púricas são guanina e adenina, que ocorrem no DNA e RNA. E as três nucleobases pirimídicas são citosina, uracila e timina. Citosina está presente em DNA e RNA. Entretanto, uracila é encontrada só em RNA, e timina é encontrada em DNA. O modelo da estrutura molecular do DNA foi proposto em 1953 pelos pesquisadores Watson e Crick. Segundo esse modelo, cada molécula de DNA é uma dupla-hélice em que duas cadeias polinucleotídicas dispõem-se espiralmente em torno de um eixo imaginário, mas de polaridades opostas. Cada cadeia de DNA tem sua polaridade determinada pela orientação da ligação açúcar-fosfato. A extremidade da cadeia determinada pelo carbono 5’ é referida como extremidade 5’, e a terminada com o carbono 3’ é chamada extremidade 3’. O final 5’ de uma cadeia é oposta ao final 3’ da outra, elas possuem polaridades opostas e são ditas anti- paralelas. O exterior da dupla-hélice consiste dos esqueletos açúcar-fosfato de suas fitas componentes. As duas fitas são alinhadas em direções opostas, se duas nucleobases adjacentes de uma fita, por exemplo, timina e citosina, estiveram conectadas na direção 5’ à 3’, suas nucleobases complementares da outra fita, adenina e guanina estarão ligadas da direção 3’ à 5’. Veja a seguir: Figura 12 – Sentido 3’ à 5’ na replicação, NUSSBAUM, 2002. Esta replicação ocorre de maneira Semiconservativa, que se processa em etapas, que seriam: o desenrolamento das fitas; separação das duas fitas da dupla hélice parental (enzima helicase); ligação de proteínas para manter as fitas complementares separadas e zona de Replicação ou Forquilha de Replicação, onde se inicia a replicação em ambas as fitas, numa fita a replicação acontece de forma contínua e na outra de forma descontínua. A fita que cresce na direção da zona de replicação é sintetizada continuamente, denominada fita líder; A fita que cresce na direção oposta à zona de replicação é sintetizada descontinuamente, copiando pequenos fragmentos de DNA perto da zona de replicação, denominados fragmentos de Okazaki. Estes fragmentos são posteriormente unidos e a fita é denominada de fita atrasada, conforme a figura: Figura 13 – Replicação de fitas no DNA, Adaptada Guyton e Hall, 2008. Durante a replicação e a transcrição, a nova molécula e ácido nucleico é um complemento exato da molécula de DNA-mãe. Isso é resultado do emparelhamento previsível, específico e um-para-um das bases. Para assegurar esta fidelidade a DNA polimerase possui uma atividade de correção, ou seja, na direção 3’ à 5’, para certificar-se que o nucleotídeo adicionado é de fato complementar a sua base no molde e corrige o erro. 5. TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DO DNA A ligação molecular entre o código de DNA dos genes e o código de aminoácidos das proteínas é o RNA. O processo da síntese de proteínas denomina- se tradução e dele participam três tipos de RNA: RNA ribossômico (RNAr) – ocorre associado a certas proteínas, formando os ribossomos; é a parte do aparelho de síntese protéica que ocorre em ribossomos; desempenha um papel ativo na função ribossômica, pois interage com o RNAt e o RNAm em cada etapa da tradução, facilitando o reconhecimento entre códons e anticódons; RNA transportador (RNAt) – é o menor RNA da célula e tem o formato de folha de trevo, ele tem duas funções: ativar aminoácidos e reconhecer códons no RNAm. Em uma das extremidades livres de sua molécula há sempre a sequência ACC de bases nitrogenadas, onde ocorre a associação do RNAt com o aminoácido. Em outra região da molécula há uma sequência de três bases denominada anticódon, que reconhece o códon no RNAm. Isso determina a posição do aminoácido na proteína. RNA mensageiro (RNAm) – é formado por um filamento simples que contém várias sequências de três bases nitrogenadas, sendo cada conjunto de três bases chamado códon. A sequência dos códons determina a sequência de aminoácidos da proteína. O RNAm tem característica de ser carregada direto da informação genética do genoma para os ribossomos. Genoma é a formação hereditária de um organismo que está codificado em seu DNA ou em alguns vírus, no RNA. No citoplasma o RNAm tem a vida relativamente curta. Alguns são sintetizados e armazenados em estado inativo ou dormente no citoplasma, prontos para uma resposta rápida, quando a síntese da proteína é necessária. O RNAm leva a informação do DNA dos cromossomos para a produção do polipeptídeo no citoplasma. Havendo necessidade de determinado polipeptídeo, será formado um RNAm por transcrição de um gene específico do DNA, levando a informação até o local de síntese proteica no citoplasma. Toda molécula de RNAm possui: Um códon de iniciação, que é sempre o mesmo (AUG), correspondente ao aminoácido metionina; Vários códons que determinam a sequência dos aminoácidos no polipeptídeo; Um códon determinação, que marca o final daquela cadeia polipeptídica, podendo ser UAG, UAA ou UGA. Só há um deles na molécula de RNAm. A transcrição é o processo pelo qual a informação genética é transmitida do DNA para o RNAm. A transcrição é originada de um RNA de fita simples, idêntico em sequência de bases a uma das fitas de DNA, durante essa transcrição é formada uma nova cadeia usando apenas uma das fitas do DNA como molde é o RNA, que fornece o molde para a síntese. Logo após as enzimas catalisam a síntese do RNA, que podem ser divididas em três tipos: RNA-polimerase I: transcreve o RNAr; RNA- polimerase II: transcreve o RNAm; RNA-polimerase III: transcreve o RNAt e outros pequenos RNAs. O processo de transcrição inicia-se quando a enzima RNA- polimerase II liga-se ao promotor, localizada no inicio de um gene. Toda a região promotora possui uma sequência de bases específicas que marca o local de ínicio da síntese do RNAm. O citado ilustrado a seguir: Figura 14 – Transcrição, Aula BARRETO, Leilane. A tradução é um processo pelo qual o RNAm fornece um molde para a síntese de um polipeptídeo. Esse processo ocorre em três etapas sucessivas: iniciação, alongamento e terminação. Na etapa de iniciação: são sintetizadas e liberadas as primeiras sequências, com dois a nove nucleotídeos. A porção menor do ribossomo associa-se ao RNAt da metionina e juntos passam a percorrer a molécula de RNAm até encontrarem o códon de iniciação: AUG. Depois de encontrado eles se unem, essa etapa termina quando a enzima libera-se do promotor; A etapa de alongamento: a enzima move-se ao longo do DNA, e alonga a cadeia de RNA. O ribossomo vai adicionando aminoácidos de acordo com a ordem especificada pelo RNAm, sempre no sentido 5’ → 3’; E por fim na etapa de terminação: o ribossomo alcança uma das três trincas de terminação (UAA, UGA ou UAG) e ocorre a ligação do fator de liberação. Ele então se desliga do RNAm e encerra a síntese proteica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES-OSÓRIO, Maria Regina. Genética Humana. Porto Alegre. Editora Artmed, 2ª edição, 2001. DEVLIN, Thomas M. (edi.). Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. São Paulo. Editora Blücher, tradução da 6ª edição americana, 1ª edição, 2007. HALL, John E., GUYTON Arthur C. Guyton e Hall Tratado de Fisiologia Médica, ed 11. 2008. NUSSBAUM, R. L.; MCINNES, R. R.; HUNTINGTON, F. W. Thompson & Thompson - Genética Médica. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 6ª edição, 2002.
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