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EAD ECONOMIA Unidade 2 Parte 2

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Unidade 2 - Parte 2
Teoria da Firma: Produção, Custos
Esta unidade concentra-se no estudo das variáveis que 
afetam diretamente as empresas, ou seja, no que está por trás 
da curva de oferta. Em Microeconomia, denominamos esse 
estudo de Teoria da Firma. 
Essa teoria foi criada pelo economista britânico Ronald 
Coase, em seu artigo publicado em 1937, intitulado “A 
Natureza	da	Firma”.	 Segundo	o	autor,	 as	firmas	 trabalham	
com o lado da oferta de mercado, ou seja, com os produtos e 
serviços que irão produzir para oferecer aos consumidores.
Isso	parece,	e	é,	uma	afirmação	óbvia	e	simples.	Mas	
nessa simplicidade está uma importante relação econômica: 
são	as	firmas	que	reúnem	o	capital	e	o	trabalho	necessários	
para transformar as matérias-primas em produtos, agre-
gando valor durante o processo de produção. Para produzir, 
as	firmas	ainda	precisam	basear-se	na	demanda,	para	ajustar	
a oferta aos desejos e às necessidades dos consumidores. É 
isso que faz o mercado funcionar!
Assim, a Teoria da Firma está dividida em: Teoria da 
Produção, Teoria dos Custos e em Estruturas de Mercado. 
Cada uma dessas divisões será tratada a seguir. Vamos lá?
Renata Ferreira
92
4.1
Teoria da Produção
A	Teoria	da	Produção	analisa	a	relação	existente	entre	
as quantidades produzidas de um bem ou serviço e as quanti-
dades utilizadas pelos fatores de produção. É um importante 
ramo	da	Microeconomia,	já	que	explica	como	se	dá	a	geração	
dos bens e serviços que são oferecidos à sociedade pelo mer-
cado. Além disso, a Teoria da Produção proporciona a base 
para a análise de custos e da oferta de bens produzidos, além 
de ser uma ferramenta para análise de preços dos fatores de 
produção e sua alocação entre os diversos usos alternativos 
na economia.
Antes de estudarmos a teoria da produção, alguns con-
ceitos iniciais são necessários. O primeiro deles é o conceito 
econômico de firma (ou empresa).
Segundo	 Móchon	 (2006),	 a	 firma	 tem	 como	 função	
básica transformar os fatores de produção em bens e serviços 
próprios para o consumo ou para o investimento. Carvalho 
(2005)	declara	que	“a	firma	é	uma	unidade	de	produção	que	
atua	 racionalmente	 procurando	maximizar	 seus	 resultados	
relativos à produção e lucro”. A atividade fundamental de 
uma empresa é, portanto, a produção de bens e serviços. Mas 
o que é produção? Este é o nosso segundo conceito inicial.
Produção é a transformação dos fatores adquiri-
dos pela empresa em produtos para a venda no mercado. 
Vasconcellos (2002) coloca que, segundo esse conceito, a 
empresa é apenas uma intermediária: compra insumos, 
combina-os segundo um processo de produção e vende os 
produtos resultantes no mercado.
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INSUMOS
Mão-de-obra
PROCESSO
DE
PRODUÇÃO
PRODUTO
Capital físico
Área, terra
Matérias-primas
O processo de produção pode ser mão de obra intensi-
va, capital intensivo ou ainda terra intensiva. Essa denomina-
ção depende do fator de produção utilizado em maior quanti-
dade em relação aos demais.
fatores de produção
No esquema anterior, percebemos que o processo pro-
dutivo se inicia com a seleção e a combinação dos fatores de 
produção	(insumos).	Existem	dois	tipos	de	fatores	de	produ-
ção:	fixos	e	variáveis:
 Fatores fixos de produção: aqueles cujas quantidades 
utilizadas não se alteram à medida que se aumentam 
ou	diminuem	as	quantidades	produzidas.	Ex.:	máqui-
nas, instalações, terra (no caso da agricultura), etc. 
Esses fatores não podem ser aumentados ou diminu-
ídos tão rapidamente e demandam um considerável 
período de tempo.
 Fatores variáveis de produção: aqueles cujas quanti-
dades utilizadas se alteram em função das quantidades 
produzidas.	Ex.:	mão	de	obra,	matéria-prima,	energia	
elétrica, etc. A quantidade desses fatores pode variar 
facilmente quando se deseja o aumento ou a redução 
na produção.
94
Períodos de Tempo Relevantes para a firma:
A	partir	da	 classificação	dos	 fatores	de	produção	em	
fixos	e	variáveis,	estabelece-se	a	noção	dos	períodos	de	tempo	
relevantes	para	a	firma:	o	curto	e	o	longo	prazos.
a. Curto prazo: período de tempo no qual a produção se 
encontra	 condicionada	 à	 existência	 de	 fatores	 fixos	 e	
variáveis de produção, não sendo possível ao empre-
sário	alterar	as	quantidades	utilizadas	dos	fatores	fixos	
nesse horizonte de tempo. No curto prazo, pelo menos 
um	fator	de	produção	é	fixo	e	só	é	possível	aumentar	
(ou reduzir) a produção mediante utilização de mais 
(ou menos) fatores de produção variáveis.
b. Longo prazo: período de tempo no qual o empresário 
consegue alterar as quantidades de todos os fatores de 
produção. Dessa forma, no longo prazo, todos os fato-
res de produção são variáveis, inclusive aqueles que 
permaneceram	fixos	no	curto	prazo.
Processo de Produção:
O processo produtivo é a relação física que descreve 
a forma pela qual os insumos (ou fatores de produção) são 
transformados em produto.
As decisões sobre o processo produtivo dependem de 
sua	eficiência	e	são	importantes	porque	determinam	os	cus-
tos, o valor agregado ao produto e, consequentemente, inter-
ferem	na	definição	do	preço	que	será	cobrado	do	consumidor.
O empresário, dentre as diversas combinações para a 
sua	produção,	escolhe	a	mais	eficiente.	Essa	eficiência	pode	
ser avaliada do ponto de vista técnico e econômico:
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Eficiência Técnica
Entre dois ou mais proces-
sos de produção, o tecnica-
mente	mais	eficiente	é	aquele	
que permite a obtenção de 
uma mesma quantidade de 
produto com a utilização de 
uma menor quantidade física 
de fatores de produção.
Eficiência Econômica
Entre dois ou mais processos 
de produção, o economica-
mente	mais	eficiente	é	aquele	
que permite produzir uma 
mesma quantidade de produ-
to ao menor custo possível.
função de Produção:
O	empresário,	ao	definir	o	que	produzir,	como	e	quan-
to será produzido, irá combinar as quantidades de fatores de 
produção	para	obter	a	quantidade	necessária	de	produto	fi-
nal. A relação entre a quantidade de insumos e a quantidade 
de	produto	final	em	determinado	período	de	tempo	é	defini-
da pela função de produção. Assim:
Função de produção: Qp = f (x1, x2, x3, ...)
Qp = quantidade produzida do bem
x1,	x2,	x3,	...	=	quantidades	utilizadas	dos	fatores	de	produção
Para cada combinação diferente de insumos, a função 
de	produção	informa	a	quantidade	máxima	de	produtos	que	
uma	firma	pode	produzir	durante	um	determinado	período.
Exemplo:	 Considere	 uma	 empresa	 que	 produz	 sapa-
tos	masculinos.	Sua	função	de	produção	indica	o	máximo	de	
sapatos que poderão ser produzidos a partir de determinada 
quantidade de couro, pregos, cola, borracha, energia elétrica, 
mão	de	obra,	máquinas,	área	utilizada	de	oficina,	etc.
Como	simplificação,	a	função	de	produção	é	expressa	
por apenas dois insumos: mão de obra (L) e capital (K).
96
Q = f (L,K)
Produção a Curto prazo:
Mediante os conceitos de fatores de produção e perío-
dos de tempo, podemos concluir que a função de produção 
de	curto	prazo	possui	pelo	menos	um	fator	de	produção	fixo.	
Assim,	consideraremos	o	capital	(K)	como	fator	fixo,	e	o	fator	
de produção trabalho (L), como variável.
A combinação de diferentes unidades de trabalho, con-
siderando	 a	 unidade	 de	 capital	 fixa,	 proporciona-nos	 dife-
rentes níveis de produção que podem ser mensurados pelos 
conceitos	abaixo:
a. Produto Total (Q): representa a quantidade total de 
um produto obtida por uma determinada combinação 
de fatores de produção.
b. Produto Médio (PMe) ou Produtividade Média: 
indicador	 de	 eficiência	 produtiva,	 representando	 a	
contribuição médiade cada unidade utilizada do 
fator variável para a produção total, a cada nível 
dessa. Resulta da divisão da quantidade de produto 
pelo número de unidades do fator variável, no caso, 
trabalho.
PMe = Q = produção total
L = quantidade utilizada do fator trabalho
c. Produto Marginal (PMg): indica o acréscimo ocorrido 
na produção total a partir da utilização de cada uni-
dade adicional do fator variável, ou seja, representa o 
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produto	extra	obtido	quando	se	aumenta	a	quantidade	
de trabalho em uma unidade.
PMg =
ΔQ = variação da produção total
ΔL = variação na quantidade
 utilizada do fator trabalho
Exemplo: Consideremos uma empresa fabricante de 
sorvetes. A tabela a seguir ilustra a produção semanal de li-
tros de sorvete dessa empresa, a partir da utilização dos fato-
res de produção trabalho e capital.
Trabalho
(L)
Capital
(K)
Produto Total
(Q)
Produto 
Médio
PMe = Q/L
Produto Marginal
PMg = ΔQ/ ΔQL 
0 10 0 - -
1 10 10 10 10
2 10 30 15 15
3 10 45 15 15
4 10 55 13,75 10
5 10 60 12 5
6 10 60 10 9
7 10 56 8 –4
De	acordo	com	o	que	definimos,	o	capital	como	o	fator	
de	produção	fixo	não	altera	seu	valor.	Desse	modo,	o	quadro	
estabelece a produção de sorvetes que se obtém a partir de 
diferentes níveis de trabalho. Reparem que, conforme vamos 
empregando mais trabalhadores, o produto total aumenta até 
alcançar	um	máximo.	Depois,	à	medida	que	mais	 trabalha-
dores são adicionados, o produto total passa a cair (em nosso 
exemplo,	o	produto	torna-se	decrescente	a	partir	da	utiliza-
ção da sétima unidade de trabalho).
98
O	gráfico	a	seguir	permite	visualizar	essa	situação	com	
mais clareza:
0 1 2 3 4 5 6 7
60
50
10
Q
L
Produto
Total
Também	podemos	desenhar	o	gráfico	do	produto	mé-
dio e marginal.
2 3 6
20
15
L
PMe
ótimo
técnico
PMg
Observe que o produto médio, assim como o produto 
total,	aumenta	no	início	e	atinge	um	máximo;	porém,	a	partir	
de um determinado número de trabalhadores adicionados, o 
produto	médio	passa	a	cair	(em	nosso	exemplo,	a	partir	do	4°	
trabalhador).
Repare	que	o	ponto	máximo	do	produto	médio	é	igual	
ao produto marginal. Esse ponto é denominado de “ótimo 
técnico”,	 já	que	reflete	a	maior	produtividade	possível	dada	
a estrutura física da empresa. Ou seja, nesse ponto estamos 
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diante da quantidade resultante do uso dos insumos da 
forma mais produtiva.
O produto marginal também apresenta o mesmo com-
portamento:	cresce	inicialmente,	atinge	um	máximo	e	passa	
a ser decrescente até alcançar um valor nulo e tornar-se nega-
tivo. O produto marginal torna-se nulo quando, ao adicionar-
mos mais um trabalhador, o produto total não se altera (em 
nosso	exemplo,	isso	ocorre	no	6º	trabalhador).
A partir desse ponto, o produto marginal é negativo, o 
que	significa	que	acréscimos	de	trabalhadores	fazem	decres-
cer a quantidade produzida proporcionalmente, tornando 
inviável para o produtor agregar mais mão de obra dada a 
sua	estrutura	de	capital	(fator	de	produção	fixo).
Lei dos Rendimentos Decrescentes
Por que as curvas de produção apresentam esse com-
portamento?	Porque	as	formas	das	curvas	de	produção	refle-
tem	a	Lei	dos	Rendimentos	Decrescentes,	que	descreve	a	taxa	
de mudança na produção de uma empresa quando se varia 
apenas a quantidade de um fator de produção.
Em decorrência desta lei, observa-se que, à medida 
que se aumenta o uso de um determinado fator de produ-
ção	(mantendo-se	fixos	os	demais	insumos),	a	produção	total	
aumentará; porém, os acréscimos de produção resultantes da 
adição de quantidades maiores do fator de produção variável 
são cada vez menores.
É importante lembrar que a Lei dos Rendimentos 
Decrescentes não aborda as possíveis alterações na qualidade 
da mão de obra e também não pode ser confundida com retor-
nos negativos. A Lei dos Rendimentos Decrescentes descreve 
um produto marginal declinante, mas não, necessariamente, 
100
um produto marginal negativo.
No	exemplo	da	empresa	de	 sorvetes,	os	 rendimentos	
decrescentes surgem a partir da contratação do 2º trabalha-
dor (a produtividade marginal da mão de obra passa a dimi-
nuir a partir desse momento).
4.2
Teoria dos Custos
Quando estudamos a Teoria da Produção, preocu-
pamo-nos	com	a	alocação	eficiente	dos	fatores	de	produção.	
Porém, a cada uso desses fatores, temos custo relacionado. 
Por isso, a Teoria da Firma só se completa se estudarmos, jun-
tamente com a produção, a Teoria dos Custos.
Uma	empresa	precisa	definir	quais	recursos	e	em	que	
quantidade serão utilizados na produção de seus bens e ser-
viços.	 Essa	 quantidade	 de	 recursos	 definirá	 os	 custos	 da	
empresa. Assim como nós, consumidores, as empresas tam-
bém querem comprar gastando pouco.
Compreender os custos é fundamental para que 
a empresa posteriormente possa avaliar seus rendimen-
tos, para saber se está sendo lucrativa ou não. Esse é o obje-
tivo desta seção: mostrar a visão econômica dos custos para 
depois compará-los e avaliar o resultado (lucro) da empresa.
Custos econômicos
O primeiro passo é distinguir os custos econômicos 
dos custos contábeis.
Os	custos	contábeis	(ou	custos	explícitos)	representam	
os desembolsos monetários efetuados pela empresa para o 
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pagamento pela aquisição de insumos e materiais, salários dos 
funcionários, energia, impostos, etc., além da depreciação e 
dos gastos com a manutenção de instalações e equipamentos.
Já os custos econômicos envolvem, além dos custos 
contábeis, os de oportunidade (apresentados na primeira uni-
dade de estudo, lembram-se?
Vale uma recordação...
Custo de Oportunidade é o custo associado às opor-
tunidades	 que	 serão	deixadas	de	 lado,	 caso	 a	 empresa	não	
empregue seus recursos da maneira mais rentável. Assim, o 
Custo de Oportunidade envolve os custos de tempo e investi-
mento	do	proprietário	da	firma.
O custo de tempo do proprietário é medido pelo que 
ele poderia ganhar trabalhando em outro lugar, e o custo de 
investimento é o que ele poderia receber em outro lugar em 
juros sobre um investimento de risco equivalente.
Os Custos de Oportunidade, também chamados de 
Custos Implícitos, não implicam em nenhum pagamento 
monetário pela sua utilização, são estimados a partir do que 
poderia ser ganho em seu melhor emprego alternativo.
Custo
Econômico
Custo
Contábil
Custos
Explícitos
Custos
Implícitos
Custos
Explícitos
Um	exemplo	interessante	que	ilustra	essa	diferença	foi	
apresentado por Ramalho (2004): Considere um agricultor. 
Ele tem um capital acumulado para investimento, que pode 
ser feito na plantação de laranja em suas terras ou em uma 
aplicação	financeira.
102
A primeira alternativa é o investimento no lado real da 
economia, e a segunda, é o investimento no lado monetário 
da economia.
Se o agricultor optar pela primeira alternativa e inves-
tir na plantação de laranjas, não irá pagar pelo uso das ter-
ras.	Isso	significa	que	o	custo	explícito	do	aluguel	é	zero.	Para	
um contador, o custo contábil é zero. Mas, para um econo-
mista, que pensa em termos do custo de oportunidade, com 
o uso das terras para o cultivo de laranja, o agricultor sacri-
ficou	a	oportunidade	de	ganhar	o	valor	de	um	aluguel	des-
sas	terras	para,	por	exemplo,	o	proprietário	de	uma	usina	de	
açúcar e álcool que depende da cana-de-açúcar como maté-
ria-prima para a produção dessas duas mercadorias. Além 
disso, se optar pela produção, o agricultor teráque adquirir 
outros implementos agrícolas necessários à produção, como 
tratores e equipamentos para pulverização contra pragas dos 
laranjais.
Para isso, ele faz a compra com o dinheiro que tem dis-
ponível,	em	vez	de	colocá-lo	em	uma	instituição	financeira,	
ganhando juros sobre o capital aplicado. Esse rendimento, 
que	a	aplicação	financeira	teria	trazido,	também	é	um	custo	
implícito	do	negócio,	uma	vez	que	o	agricultor	sacrificou	o	
ganho na forma de juros para viabilizar o empreendimento. 
Ou seja, pensando como economistas, interpretamos o custo 
de oportunidade do dinheiro colocado no negócio como a 
renda que poderia ter sido ganha, caso o dinheiro fosse apli-
cado	em	uma	instituição	financeira	e	rendesse	juros.
Essa distinção entre custos econômicos e contábeis 
traz uma diferença entre lucro contábil e lucro econômico.
Lucro representa a diferença entre o que foi vendido 
(receita) e o que foi gasto (custos). Assim:
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Lucro = Receita – Custos
Se as receitas superarem os custos, temos um resultado 
positivo, ou seja, a empresa aufere lucros. Porém, se os custos 
forem maiores do que as receitas, temos um resultado nega-
tivo, um prejuízo.
Se	o	custo	contábil	considera	apenas	os	custos	explícitos,	
temos que o lucro contábil será a diferença entre as receitas e 
os	custos	explícitos.	Já	o	lucro	econômico	será	a	diferença	entre	
a	 receita	e	os	 custos	econômicos	 (custos	explícitos	mais	 cus-
tos implícitos). Desse modo, como consideramos uma parcela 
maior de custos, o lucro econômico é inferior ao lucro contábil.
Em	Economia,	usamos	a	expressão	“lucro	normal”	para	
descrever a quantia mínima de lucro necessária para manter 
os recursos empregados e a empresa operando. Uma empresa 
com lucro normal, tem lucro econômico igual a zero, ou seja, 
gerou	receita	suficiente	para	cobrir	os	custos	explícitos	e	implí-
citos. Cabe lembrar que ter um lucro econômico igual a zero, 
não	significa	que	contabilmente	a	empresa	não	obteve	lucros.	
Nessa situação, como os custos contábeis são menores do que 
os econômicos, a empresa apresentará lucro contábil positivo.
Quando o lucro econômico é positivo, a receita supera 
os	custos	totais	(implícitos	e	explícitos),	dizemos	então	que	a	
empresa	está	operando	com	lucros	extraordinários.	E	quando	
a receita é inferior aos custos totais, dizemos que a empresa 
obteve prejuízo econômico.
104
Lucro extraordinário = lucro econômico positivo
Lucro normal = lucro econômico zero
Prejuízo econômico = lucro econômico negativo
Custos a Curto Prazo:
Vimos	que	no	curto	prazo	existem	fatores	de	produção	
fixos	e	variáveis,	e	a	utilização	desses	fatores	gera	diferentes	
níveis de produto, portanto, resultará em diferentes níveis de 
custos.	Nesse	sentido,	os	custos	podem	ser	classificados	em:
a. Custos fixos: custo associado à utilização dos fatores 
de	produção	fixos.	Os	 custos	fixos	dizem	 respeito	 às	
despesas nas quais a empresa terá que incorrer inde-
pendente de produzir ou não e, por isso, serão sempre 
iguais	independentes	do	nível	de	produção.	Por	exem-
plo,	aluguel	da	firma	(é	um	custo	associado	às	instala-
ções	da	firma	–	fator	de	produção	fixo):	se	a	empresa	
produzir mais ou menos terá que pagar o mesmo valor 
do aluguel todos os meses.
b. Custos variáveis: soma dos custos associados à utiliza-
ção	dos	fatores	de	produção	variáveis	(ex.:	salários	dos	
trabalhadores, compra de matérias-primas. etc). Esses 
custos variam de acordo com o volume de produção 
(para produzir mais unidades, é necessário adquirir 
mais matéria-prima e, portanto, maior será esse tipo 
de custo). Se nada for produzido, o custo variável será 
zero e aumentará à medida que aumenta a produção.
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c. Custo total:	 é	o	 total	de	gastos	da	firma,	ou	seja,	é	a	
soma	de	todos	os	custos	fixos	e	variáveis:
Custo total =
Custo	fixo	+	Custo	variável
Ct = CF + CV
=
CT
Q
Custo Médio (CMe) =
Custo Total
Quantidade produzida
=
CF
Q
Custo	Fixo	Médio	(CFMe)	=
Custo	Fixo
Quantidade produzida
d. Custo Médio (CMe): Custo médio é o custo por uni-
dade de produto, ou seja, é a parcela do custo total cor-
respondente a cada unidade produzida. É dado pela 
fórmula:
Já	que	o	custo	total	é	a	soma	dos	custos	fixos	e	variá-
veis, podemos desmembrar o custo médio em custo médio 
fixo	e	custo	variável	fixo.
O	custo	fixo	médio	(CFMe)	representa	o	custo	fixo	por	
unidade	produzida,	ou	seja,	o	custo	fixo	dividido	pela	quan-
tidade. Quanto maior a produção da empresa, menor será o 
custo	fixo	médio.
Já o custo variável médio (CVMe) representa o custo 
variável dividido pela quantidade produzida. Assim:
106
=
CV
Q
Custo Variável Médio (CVMe) =
Custo Variável
Quantidade produzida
e. Custo marginal (CMg): Custo marginal é o aumento 
de custo ocasionado pela produção de uma unidade 
adicional de produto, ou seja, diz quanto o custo muda 
se a empresa alterar seu nível de produção. É dado 
pela fórmula:
=
ΔCT
ΔQ
Custo Marginal (CMg) =
Variação do Custo Total
Variação na quantidade produzida
O	exemplo	a	seguir	ajuda-nos	a	compreender	o	com-
portamento desses custos. Considere uma empresa que fabri-
ca bicicletas e apresenta a seguinte estrutura de custos:
Quanti-
dade
produ-
zida
Q
Custo
Fixo
CF
Custo
variável
CV
Custo
Total
CT
Custo
Fixo
Médio
CFme
Custo
Variável
Médio
CVme
Custo
Total
Médio
CMe
Custo
Marginal
CMg
0 180 0 180 0 0 0 0
1 180 90 270 180 90 270 90
2 180 120 300 90 60 150 30
3 180 135 315 60 45 105 15
4 180 165 345 45 41,25 86,25 30
5 180 225 405 36 45 81 60
6 180 360 540 30 60 90 135
Vamos	desenhar	o	gráfico	desses	custos:
Fonte: PASSOS & NOGAMI, 2003.
Te
or
ia
 d
a 
fir
m
a:
 p
ro
du
ça
ão
, c
us
to
s
107
Cme, Cvme,
Cmg ($)
quantidade
produzida
1 2 3 4 5 6 7
Cme
b
a
Cvme
Cmg
300
275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
Observando	o	gráfico	e	a	tabela,	podemos	fazer	algu-
mas observações:
 ▪ O custo total é sempre crescente, em decorrência do 
aumento dos custos variáveis.
 ▪ O	Custo	fixo	médio	é	decrescente	em	toda	a	sua	exten-
são, tendendo a zero para produções elevadas.
 ▪ O Custo variável médio, custo médio e custo margi-
nal apresentam formato de “U”, ou seja, são decres-
centes até atingir um ponto mínimo; depois passam a 
crescer. Isso é consequência da Lei dos Rendimentos 
Decrescentes.
 ▪ A curva de custo marginal corta as curvas de custo 
médio e custo variável médio em seus mínimos (pon-
tos	a	e	b)	do	gráfico.
O Equilíbrio da firma: o “Break-even point”
O	 ponto	 de	 equilíbrio	 da	 firma	 ou	 break-even	 point	
pode	ser	definido	como	o	ponto	no	qual	a	receita	de	vendas	
cobre	todos	os	custos	fixos	e	variáveis,	ou	seja,	a	empresa	não	
tem lucro nem prejuízo (o lucro é igual a zero). Em outras 
108
palavras, é o ponto mínimo de produção e vendas em que a 
empresa pode funcionar sem que ocorram perdas.
Break-even point:
Receita total = Custo total
Lucro = Zero
Compreender o ponto de equilíbrio é tão importante 
que esse assunto é abordado em diversas disciplinas como 
Matemática, Custos, Economia, Administração Financeira, 
em algumas disciplinas de marketing (quando precisamos 
saber o volume mínimo de vendas, quando vamos elaborar 
um projeto de negócios, etc.).
Agora que sabemos a importância dessa ferramenta, 
podemos entender como se calcula. Considere o seguinte 
exemplo:
Uma	 empresa	 fabricante	 de	 máquinas	 fotográficas	
apresenta	um	custo	fixo	para	produção	e	distribuição	de	um	
produto de R$3.750,00 semanais;o custo variável unitário é 
de R$400,00 e o preço de venda da máquina é R$550,00.
Sabemos que a receita (ou o faturamento) de uma 
empresa é dado por:
Receita = preço × quantidade
R = 550 Q
Os custos de uma empresa podem ser divididos entre 
custos	fixos	e	variáveis	e	apenas	os	custos	variáveis	depen-
dem da quantidade, assim:
Custo total = custo fixo + custo variável
CT = 3.750 + 400 Q
Te
or
ia
 d
a 
fir
m
a:
 p
ro
du
ça
ão
, c
us
to
s
109
Como no ponto de equilíbrio, o custo se iguala à recei-
ta, teremos 
Receita = Custos
550 Q = 3750 + 400 Q
550 Q – 400 Q = 3750
150 Q = 3750
Q = 3750 / 150
Q = 25 unidades
Ou seja, a empresa precisa vender 25 unidades para 
não ter prejuízo (terá lucro igual a zero). Se vender menos que 
25 unidades, os custos superarão as receitas, gerando preju-
ízo e, se vender mais do que 25 unidades, as receitas serão 
maiores que os custos, proporcionando a geração de lucro.
O	gráfico	a	seguir	ilustra	essa	situação:
R$
13.75
3.750
25 Quantidade
Custo Total
Receita
Total
O ponto de equilíbrio é dado pela intersecção da curva 
de Receita Total com a curva de Custo Total; nesse ponto, não 
há lucro nem prejuízo. Vendas superiores a 25 unidades, a 
curva da receita é maior do que a curva de custo total, pro-
porcionam um lucro para a empresa; mas vendas menores do 
que	25	unidades,	a	curva	de	receita	está	abaixo	da	curva	de	
custo, o que resulta em prejuízo.
110
Todas as empresas buscam auferir lucros. É o lucro que 
move o ciclo produtivo! Por isso conhecer o ponto de equi-
líbrio é uma ferramenta importante para a empresa que es-
teja	abaixo	do	ponto	tenha	uma	meta	a	percorrer	e,	para	as	
empresas que estão operando com lucros, saibam o quanto 
superaram essa marca.
REfERêNCIA
BOYES, W.; MELVIN, M. Introdução à Economia. São Paulo: 
Ática, 2006.
HALL, R. E.; LIEBERMAN, M. Microeconomia: Princípios e 
Aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
MANKIW, G. N. Introdução à Economia: Princípios de Mi-
cro e Macroeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MOCHÓN, F. Economia: Teoria e Política. 5. ed. São Paulo: 
Mc Graw Hill, 2006.
PASSOS, C. R. Martins; NOGAMI, O. Princípios de Econo-
mia. 4. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
RAMALHO, C. M. Teoria dos Custos. Apostila de aulas 
on-line - Curso de Economia. São Paulo: Universidade 
Anhembi Morumbi, 2004.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 3.ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002.

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