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Decisões de Investimento a Curto e Longo Prazo Valor do Dinheiro no Tempo A circulação dos recursos é importante para as atividades das pessoas, das empresas e de todas as formas de organização. Os agentes superavitários têm recursos sobrando, e podem emprestá-los para os agentes deficitários. Em face da diversidade de possibilidades de investimentos, é preciso conhecer técnicas que avaliem as condições em que são realizados e quais as possibilidades de retorno existentes. A primeira noção importante para esse estudo é o valor do dinheiro no tempo: O dinheiro recebido hoje tem mais valor do que a mesma quantia de dinheiro recebida amanhã. Mesmo que não exista inflação, que os preços permaneçam constantes, que as necessidades das pessoas não mudem, a possibilidade de comprar um produto hoje, fazer um investimento hoje, desfrutar um serviço hoje; vale mais do que a mesma possibilidade amanhã. Essa é a Teoria da Preferência pela Liquidez. Como o dinheiro vale mais hoje do que amanhã, então quem tem o recurso, o agente superavitário, só abre mão do consumo hoje, se for receber um valor maior no futuro. O que faz os recursos aplicados hoje aumentarem de valor no futuro? As taxas de juros. Inflação A inflação é caracterizada por aumento geral de preços, com consequente perda de poder aquisitivo da moeda. Ela atinge cada indivíduo ou família de forma particular e com intensidade diferente. Ao contrário, se ocorrer uma redução geral de preços, o fenômeno chama-se deflação. Principais índices de Inflação no Brasil: o INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, da Fundação IBGE) Esse índice começou a ser calculado a partir de setembro de 1979 pela FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e reflete a variação de preço da cesta básica em supermercados, feiras, mercearias, domicílios etc., das famílias com rendas na faixa de um a oito salários mínimos, das principais regiões metropolitanas. o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, da Fundação IBGE) O IPCA é um importante índice de preços para a execução da política monetária do Banco Central do Brasil, adotado a partir de julho de 1999. É calculado e divulgado mensalmente pela FIBGE, de forma semelhante ao do INPC, e reflete a variação dos preços das cestas de consumo das famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos. Resumindo: o dinheiro é aplicado hoje, para ser remunerado a uma taxa de juros i, que cubra todos os aspectos de remuneração do custo do dinheiro: recuperação do poder de compra daquele recurso, em função da inflação; remuneração pelo risco de não se receber o dinheiro de volta, ou no caso de títulos financeiros, remuneração pela dificuldade de revender esse papel no mercado e ainda a remuneração pelo risco de as taxas de juros básicas vierem a mudar ao longo do período de aplicação. Naturalmente quem toma recursos emprestados deverá arcar com o pagamento dessa taxa de juros. Valor Presente ou Capital: PV ou C É o valor emprestado no início do período. Valor presente hoje do empréstimo ou da aplicação. Taxa de Juros: i Expresso em percentual. É a remuneração a ser paga pelos recursos emprestados. Valor Futuro ou Montante: FV ou M É o montante a ser devolvido ou resgatado ao final do prazo do empréstimo ou período de aplicação. Prestação: PMT Prestação ou pagamentos intermediários. Períodos: n Número de períodos da aplicação. Juros: J Valor Total de Juros Pagos. Formas de Capitalização Como se calculam os juros? Os juros pagos são calculados como percentuais do valor emprestado. A forma como esse valor de juros é somada ao valor emprestado se chama capitalização. Em uma situação simples, o cálculo dos juros é direto: toma o recurso emprestado e, no vencimento, paga o principal mais os juros, segundo o princípio da capitalização simples. Porcentagem “Uma taxa pode ser expressa em forma unitária, mas é expressa geralmente em porcentagem. A palavra porcentagem, ou percentagem (per + cento + agem), corresponde a uma fração de cem (cento) de qualquer coisa mensurável. Por exemplo, um valor que representa “dez por cento” de um número qualquer pode ser escrito da seguinte forma: 10%. Na forma fracionaria, seria expressa como: 10/100. A fração mostra que o número 10 está sendo dividido por 100 e o resultado em forma unitária é 0,1. Logo, 100%, que pode ser escrito 100/100, é igual a 1. Os cálculos devem ser feitos com a taxa de juro em forma unitária, isto é, com a taxa expressa em percentual dividida por 100. O resultado de um cálculo, em forma unitária, deve ser multiplicado por 100, para retorna-lo à sua forma original e expressa- lo em “por cento”. Podemos afirmar que 0,10 = 10% ou 1 = 100%. ” Taxa de juro comercial e taxa de juro exato o Juro comercial: é calculado com base em ano comercial de 360 dias. Ao ano: (a.a) – 360 dias Ao semestre: (a.s) – 180 dias Ao mês: (a.m) – 30 dias o Juro Exato: é calculado com base em ano civil de 365 dias (ou 366 dias em anos bis- sextos). Capitalização Simples ou Juros Simples A capitalização Simples, o valor de juros a ser pago é calculado sempre sobre o principal emprestado. Por exemplo: Uma empresa toma $ 1.000,00 emprestado, para pagar dali a um mês, com juros de 5% ao mês. PV = 1.000,00 n = 1 mês FV = ? i = 5% a.m. => 5/100= 0,05 PV = 1.000,00 J=PV.i.n J= 1.000,00x0,05x1 J= 50,00 FV=PV(1+i.n) FV= 1.000,00(1+0,05x1) FV= 1.000,00(1,05) FV = 1.050,00 O tomador do empréstimo vai pagar: Juros= 50,00 e Montante no vencimento= 1.050,00 Sempre que você estiver em face de um problema de valor do dinheiro no tempo, siga: a) Desenhe a linha do tempo b) Identifique as variáveis que você já conhece, lembre-se de que as taxas vêm expressas em percentual e devem ser transformadas em decimal. c) Identifique qual é a sua dúvida, ou que você precisa calcular. Capitalização Composta ou Juros Compostos As operações financeiras realizadas no regime de capitalização composta são as mais usuais no ambiente dos negócios. O empréstimo é realizado por determinado número de períodos, e os juros de cada período vão sendo incorporados ao principal emprestado. Por exemplo: A empresa contraiu um empréstimo de $ 20.000,00 para quitar dali a dois meses, pagando juros de 3% ao mês, no regime de capitalização composta. PV = 20.000,00 n= 2 meses i= 3% a.m. => 0,03 ao mês FV=PV(1+i)n FV = 20.000,00(1+0,03)2 FV = 20.000,00(1,03)2 FV = 20.000,00(1,0609) FV = 21.218,00 Série de Pagamentos Quando ocorrerem mais de uma entrada e/ou mais de uma saída de recursos, durante a operação, temos uma série de pagamentos. VALOR ATUAL DE UMA RENDA IMEDIATA (postecipada) ( 0 + n) O primeiro pagamento será dado no final do primeiro período VALOR ATUAL (Valor à vista, Valor Presente). Por exemplo: João comprou um carro que irá pagar em quatro prestações mensais de R$ 2.626,24 sem entrada. As prestações serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra e o vendedor afirmou estar cobrando uma taxa de juros compostos de 2% a.m. Qual o preço do carro à vista? PMT = 2.626,24 POSTECIPADA i = 2% am n = 4 meses PV = ? POSTECIPADA PV = PMT x [(1 + i)n – 1/(1 + i)n x i] PV = 2.626,24 x [(1+ 0,02)4 – 1/ (1+ 0,02)4 x0,02] PV = 2.626,24 (1,02) 4 –1 (1,02) 4 x0,02 PV = 2.626,24 x 1,08243216 – 1 0,02164864 PV = 2.626,24 x 0,08243216 0,02164864 PV = 2.626,24 x 3,80772926 PV = 10.000,00 VALOR ATUAL DE UMA RENDA ANTECIPADA (1 + n-1) O primeiro pagamento dado no início do período. Por exemplo: Uma dona de casa compra um televisor em cores em 24 prestações de 630,64, sendo que a 1a. prestação é dada como entrada. Sabendo - se que a taxa de mercado é de 4 % a.m. Qual seria o valor do T.V. à vista ? n = 24 PMT = 630,64 ANTECIPADA i = 4% a.m. PV = ? PV = PMT x [(1+i)n – 1/ (1+i)n¯¹ x i] PV = 630,64 (1+0,04) 24 - 1 (1+0,04) 24-1 x 0,04 PV = 630,64 (1,04) 24 - 1 (1,04) 23 x 0,04 PV = 630,64 x 2,563304 - 1 2,464716 x 0,04 PV = 630,64 x 1,563304 0,098589 PV = 630,64 X 15,856779 PV = 10.000,00 VALOR FUTURO OU MONTANTE DE UMA RENDA IMEDIATA (postecipada) Estudaremos agora as parcelas, também denominadas de depósitos (pagamentos) que se relacionam com o “VALOR FUTURO “, UM MONTANTE , após determinado número de depósitos(pagamentos) O primeiro pagamento dado no final do primeiro período e o valor futuro coincide com o último pagamento. Por exemplo: O pai de um estudante efetua mensalmente durante 3 anos, depósitos de R$ 2.000,00 em um banco que paga 2% a.m. sobre o saldo credor. Este dinheiro se destina ao custeamento do estudo superior do filho. Qual será o montante acumulado após ser efetuado o último depósito. PMT = 2.000,00 i = 2% am n = 3 anos è 3 x 12 = 36 meses FV = ? FV = PMT x [(1+i)n – 1 / i ] FV = 2.000,00(1+0,02) 36 - 1 0,02 FV = 2.000,00(1,02) 36 - 1 0,02 FV = 2.000,00(2,03988734 – 1) 0,02 FV = 2.000,00(1,03988734) 0,02 FV = 2.000,00 x 51,99436720 FV = 103.988,73 VALOR FUTURO OU MONTANTE DE UMA RENDA ANTECIPADA O primeiro pagamento dado no início do primeiro pagamento e o valor futuro em período depois ao último pagamento Por exemplo: Prevendo que a taxa de juros de uma aplicação financeira é de 10% a.m., vou depositar no início de cada mês R$ 1.000,00 durante 1 ano. Qual será o montante no final de um ano? PMT = 1.000,00 i = 10% am n = 12 m FV = ? FV = PMT x {(1 + i) x [( 1 + i )n -1] / i} FV = 1.000, (1,10) x [(1,10) 12 – 1] 0,10 FV = 1.000, (1,10) x [3,1384 – 1] 0,10 FV = 1.000 x 23,5227 FV = 23.522,71 Mapa de Fórmulas J=PV.i.n (Juros simples) FV=PV(1+i.n) (Juros simples) FV=PV(1+i)n (Juros compostos) PV = VF/(1 + i)n (Juros compostos) J = VF – VP (Juros compostos) PV = PMT x [(1 + i)n – 1/(1 + i)n x i] (série de pagamentos postecipada) PV = PMT x [(1+i)n – 1/ (1+i)n¯¹ x i] (série de pagamentos antecipada) FV = PMT x [(1+i)n – 1 / i ] (série de pagamentos postecipada) FV = PMT x {(1 + i) x [( 1 + i )n -1] / i} (série de pagamentos antecipada) PMT = PV x [(1 + i)n x i / (1 + i)n – 1] (série de pagamentos postecipada) PMT = (FV x i) / (1+i)n – 1 (série de pagamentos postecipada) Bibliografia: HOJI, M. Administração Financeira, Uma Abordagem Prática. São Paulo: Atlas, 2014; 11ª Edição. LEMES J. A. B. et al. Administração Financeira, Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
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