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1 Universidade Anhanguera – Uniderp Pedagogia - Licenciatura DESAFIO PROFISSIONAL INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA PARA ALUNO COM SURDEZ Disciplinas: Psicologia da Educação e Teorias da Aprendizagem, Redes Sociais e Comunicação, Língua Brasileira de Sinais, Responsabilidade Social e Meio Ambiente e Didática. Tutora: Irinea Anaria da Silva Lima Nomes: Aline Cabral Gonçalves RA8386419615 Bárbara Thais Mendes de Oliveira RA5015615205 Gabriela Sica Francisco de Oliveira RA8385418081 Jéssica Quirino Marques RA3018313447 Marta de Souza Castro RA3113347182 2º Semestre Ribeirão Preto 2016 Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 2 Sumário 1. Passo 1 - Resenha crítica sobre o intérprete educacional ......................... 03 2. Passo 2 - Proposta para mudança de comportamento inadequado do aluno através de reforço positivo, segundo a Teoria Behaviorista ...................... 05 3. Passo 3 - Principais Diferenças Metodológicas do ensino da Língua Portuguesa para ouvintes e para surdos ................................................... 06 4. Passo 4 - Orientações ao professor para organização das aulas e difusão da LIBRAS no contexto educacional ......................................................... 07 5. Passo 5 - Orientações ao professor para organização das aulas e difusão da LIBRAS no contexto educacional ......................................................... 08 6. Referências Bibliográficas ......................................................................... 09 Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 3 PASSO 1 - Resenha crítica sobre o intérprete educacional O intérprete educacional é o profissional que atua nas escolas como intérprete de línguas de sinais na educação, a fim de auxiliar o processo de ensino- aprendizagem aos alunos surdos. Sua principal função é intermediar a comunicação entre professores e alunos e entre colegas surdos e ouvintes. Porém, diante da realidade das escolas brasileiras, atualmente com alunos surdos em diversas séries escolares, seria impossível atender às exigências legais para a permanência do aluno na escola e a sua acessibilidade, sem a presença de intérpretes de língua de sinais, o que torna necessário o investimento na especialização deste profissional na área da educação. A mediação das relações em sala de aula entre professor – intérprete – aluno surdo encontra dificuldades no que tange às suas competências e habilidades, esbarrando em problemas éticos, pelo fato de que o seu papel de tradutor pode ser confundido com o do professor, por todos os envolvidos no cenário de ensino. O aluno dirige-se ao intérprete para tirar dúvidas, tecer comentários e discutir sobre o tema estudado. O professor, por sua vez, acaba delegando a ele responsabilidades que são suas, tais como pedir sua opinião sobre o desenvolvimento do aluno e repassar a responsabilidade do ensino do conteúdo. Se o intérprete assumisse tais tarefas, ficaria sobrecarregado, tendo o seu papel educacional confundido. Nas crianças do ensino infantil e fundamental a dificuldade de diferenciação de papéis é ainda maior, por não conseguir percebê-lo como apenas um intermediador entre sua relação com o professor, devido à afinidade e à afetividade que desenvolvem com relação ao intérprete, criando um vínculo com o mesmo. Cabe ao profissional, adequar-se a faixa etária e o nível educacional, buscando equilíbrio nessa relação com os menores. Já os adolescentes e adultos conseguem assimilar melhor a presença deste profissional, de modo que o intérprete deva redirecionar os questionamentos ao professor, caracterizando assim seu papel como intermediário. Mediante estas e outras implicações, criou-se um código de ética específico para profissionais intérpretes atuantes na educação, para delimitar a atuação, os direitos e os deveres desta profissão. Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 4 Cabe ao intérprete manter-se neutro em questões éticas, garantir o direito aos alunos de manter informações confidenciais, ser discreto e manter sigilo, não fazer comentários. Os intérpretes de línguas de sinais educacionais, como mediadores entre alunos e professores, devem redirecionar os questionamentos de um para o outro, de forma íntegra, sem comentários pessoais. Seus direitos abrangem o auxílio do professor na revisão das aulas para garantir a melhor atuação dentro da sala e seu descanso nos intervalos. Duas características relacionadas à mediação feita por intérpretes de LIBRAS especialista em educação precisam ser bem claras: em qualquer sala de aula o professor é a autoridade máxima e o interprete é apenas um dos elementos para garantir a acessibilidade do aluno. Também são previstas no código de ética as não atribuições do intérprete, tais como: tutorar os alunos, apresentar informações a respeito de seu desenvolvimento, acompanhá-los, discipliná-los ou realizar atividades extraclasses. Para acompanhar as exigências educacionais desses alunos, o MEC propõe a formação de intérprete aos professores de ensino regular, objetivando abrir o campo de atuação dentro das escolas, com a possibilidade de efetivação com dupla função. Uma pesquisa feita na Universidade Luterana do Brasil, realizada por Quadros (2001) teve a intenção de analisar o processo e o produto de interpretação da língua fonte (português) para a língua alvo (língua brasileira de sinais) nas aulas ministradas com a presença de surdos na universidade. O que se pôde constatar foi a carência de profissionais intérpretes devidamente qualificados, cuja falta no mercado afasta as pessoas surdas da sociedade, por sofrerem com a desqualificação dos mesmos. Notou-se que nem sempre a tradução simultânea é fidedigna, com distorções do que foi dito, comprometendo a qualidade da informação que é transmitida, devido a omissões, simplificações e impressões pessoais do intérprete. Portanto, fica claro que o tradutor deve especializar-se cada vez mais, para atender à demanda exigida no ramo educacional, uma vez que dominar a língua nativa e a língua de sinais não é o bastante para garantir que a comunicação entre surdos e ouvintes através da mediação seja o mais próximo da realidade possível, possibilitando assim o processo de ensino-aprendizagem. Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 5 PASSO 2 – Proposta para mudança de comportamento inadequado do aluno através de reforço positivo, segundo a Teoria Behaviorista Buscando uma proposta de mudança de comportamento, modificando-o de inadequado para o adequado, buscamos na teoria behaviorista sugestões de atuação do docente em sala, a fim de moldar o comportamento do aluno em questão, através de estímulos do ambiente de convívio, uma vez que esta teoria defende a ideia de que a aprendizagem é fruto de estímulos externos. No momento em que o aluno apresentar indisciplina, o comportamento esperado deve ser demonstrado pelo professor, quantas vezes for necessário, até que o mesmo o assimile e o transforme em um hábito. O uso de estratégias visuais é fundamental para auxiliar a criança surda a obter e manter sua atenção e expandir sua capacidade de compreensão. Para exemplificar, sugerimos a utilização de objetos, tais como: gravuras, bonecos, casinhas, carrinhos e bichos de pelúcia na contação de histórias; sinalizações com placas confeccionadas pelos próprios alunos para identificar os objetos da sala de aula;crachás com os nomes da professora e dos alunos. Além disso, a manipulação de objetos com cores vivas, cheiros e texturas também enriquecem o processo de aprendizagem. Outro ponto positivo para a socialização da criança, contribuindo para a extinção dos problemas comportamentais, é a aplicação de dinâmicas de grupo e brincadeiras, que aproximam os colegas e desenvolvem o relacionamento afetivo entre eles. Um bom exemplo disso é a brincadeira da mímica, que faz com que os alunos ouvintes se coloquem no lugar do aluno surdo, entendendo os desafios encontrados para se expressar sem o uso da fala, desenvolvendo nos colegas a empatia e paciência para lidar com a realidade daquele que não ouve. Ao final de cada atividade, o professor deverá utilizar mecanismos para avaliar se o conteúdo foi assimilado pelo aluno. Solicitar que o mesmo faça um desenho da história que lhe foi apresentada, por exemplo, ajuda a entender o nível de compreensão que o aluno teve. Esta avaliação não tem o objetivo de expor as falhas, nem ser uma forma de coerção ou intimidação ao aluno. Pelo contrário, o feedback dos pontos positivos funciona como reforço positivo, que é aquele que adiciona algo desejável ao bom comportamento, estimulando para que ele se repita, construindo um relacionamento de confiança e afetividade. Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 6 PASSO 3 – Principais Diferenças Metodológicas do ensino da Língua Portuguesa para ouvintes e para surdos Diante do desafio de promover a inclusão social, que traz para dentro das salas de aulas regulares alunos com surdez, é importante despertar nos gestores e educadores as necessidades de adaptação e modificação da forma de ensinar, uma vez que os mesmos possuem características linguísticas distintas. Um aspecto a considerar é a definição da primeira língua (chamada L1). Nas crianças ouvintes, há a exposição à língua portuguesa desde o nascimento. A forma de se expressar e interagir com o mundo é através da língua nativa oral, e caberá à escola o ensino da linguagem escrita. Já nas crianças surdas, o contato com a língua portuguesa ocorrerá apenas na escola, já que o acesso oral não existe, tendo a língua de sinais como L1. No ambiente escolar a criança aprenderá a LIBRAS e as demais disciplinas através dela, assim como o português escrito. Neste contexto, há desafios no que tange o ensino para surdos, uma vez que é necessário promover estratégias que permitam a aquisição e desenvolvimento da língua de sinais como primeira língua e, paralelamente, introduzir a língua portuguesa em sua modalidade escrita, considerando as possíveis lacunas ocorridas durante o processo, decorrentes da apropriação de um sistema de escrita que envolve a representação de uma língua oral, desconhecida pela grande maioria das crianças surdas. Cada qual dada de forma separada, pois as duas línguas têm suas próprias gramáticas e regras. O aluno surdo necessita de professores bilíngues, já que os educadores surdos representam um grupo minoritário nas escolas. Porém, a utilização da prática bimodal pelas professoras, em detrimento da efetivação de sua imprescindível condição bilíngue, apresenta duas situações que podem trazer problemas: os modelos linguísticos que são oferecidos às crianças surdas em sua fase de aquisição da linguagem não correspondem às suas necessidades reais e nas interferências linguísticas implicadas no ensino de português, na medida em que se constitui em um mecanismo insuficiente para estabelecer as relações simbólicas necessárias entre L1 e L2. Para isto, observa-se a importância da presença de um tradutor intérprete de língua de sinais em sala de aula, intermediando a comunicação entre professor e aluno surdo, possibilitando que este participe de uma classe regular de ensino. Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 7 PASSO 4 – Organização e difusão da língua brasileira de sinais no contexto educacional O professor em sala de aula deve atentar-se à escolha da melhor metodologia, que seja capaz de englobar o processo de ensino-aprendizagem a todos os alunos: tanto ouvintes quanto surdos. Para isto, o uso de recursos audiovisuais vem de encontro a essa necessidade, por possuir um caráter instrumental, ou seja, contribuem para a compreensão do conteúdo e auxiliam no processo de aprendizagem. A escolha dos materiais audiovisuais deve estar atenta à adequação aos objetivos propostos no planejamento e no conteúdo a ser assimilado, na funcionalidade dos mesmos de forma dinâmica, respeitando o tipo de aprendizagem que se pretende desenvolver diante o seu uso (cognitiva, afetiva ou psicomotora), na simplicidade e baixo custo, uma vez que a manipulação deve contemplar também o aluno além do professor, e na exatidão das informações e na qualidade delas, atraindo a atenção dos alunos, transformando a aula em um momento atraente e despertando o interesse em participar dela. Como exemplos desses recursos temos o flanelógrafo, os materiais visuais como cartazes, quadros e mural didático, o tradicional quadro de giz, exposições como o painel, fichário, projeções, animações, mapas e gráficos, além dos dispositivos da informática, tais como computadores com acesso à internet, para o acesso a vídeos, jogos interativos e softwares com tradutores. O importante é ficar claro que esses recursos não são os responsáveis e sim apenas auxiliares no processo de ensino-aprendizagem, e a metodologia de trabalho também precisa estar adequada a essas ferramentas, para surtir o efeito desejado e alcançar os objetivos planejados. Vinculado ao uso desses recursos, a escola poderia oferecer aulas para a aprendizagem de LIBRAS aos alunos ouvintes, pais, funcionários da comunidade escolar e comunidade externa à escola, oferecidas no horário inverso das aulas regulares, possibilitando a difusão desta língua para outras pessoas. Desafio Profissional: Intervenção Pedagógica para Aluno com Surdez 8 PASSO 5 – Conclusões O aluno que possui deficiência auditiva requer atenção especial, no que se refere ao processo de ensino aprendizagem. Para que este processo ocorra da melhor maneira possível, o educador deverá planejar suas ações antecipadamente, para o melhor aproveitamento do conteúdo aplicado aos alunos com esta necessidade. Para isto, as ações do profissional da educação devem voltar-se para o desenvolvimento da autonomia intelectual, o trabalho com os sentidos, a memória, a inteligência e juízo, através do uso de materiais e recursos visuais (imagéticos) para possibilitar a abstração do significante e significado de elementos mórficos da Língua Portuguesa. Em sala de aula, o professor deve lançar mão de recursos diversos, que através da criatividade, auxiliarão na percepção e estímulos dos órgãos sensoriais, acionando e mobilizando os esquemas mentais mais elevados. Um bom exemplo disso é o uso de materiais audiovisuais, que devem ser funcionais, isto é, devem possibilitar uma utilização dinâmica, ativando o pensamento reflexivo do aluno. Sua escolha fica vinculada ao tipo de aprendizagem que se deseja desenvolver: cognitiva, afetiva ou psicomotora. O intérprete de LIBRAS tem papel fundamental para o desenvolvimento da criança, uma vez que auxilia o professor durante a aula, possibilitando a comunicação entre professor e aluno, trabalhando em parceria com o educador, executando sua função específica, sem responsabilizar-se pela educação e agindo com ética e profissionalismo. Em relação ao comportamento inadequado do aluno, é possível corrigi-lo através de reforçadores comportamentaispositivos, como demonstração do comportamento esperado, feedback quando o mesmo atender aquilo o que se espera dele, sempre atentando-se a não tratá-lo de forma repreensiva e com críticas negativas. Buscando eliminar barreiras e preconceitos, a escola deve preocupar-se em proporcionar uma interação entre todos os alunos, para que as crianças aprendam a respeitar os limites e as diferenças um dos outros, promovendo harmonia entre eles, criando um ambiente de segurança, tranquilidade e motivação para ouvintes e não ouvintes. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ZANFELICI, Tatiane Oliveira. Psicologias da Educação e Teorias da Aprendizagem: Behaviorismo: Comportamento e Educação. Anhanguera Publicações: Valinhos, 2014. QUADROS, Ronice Müller De. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ tradutorlibras.pdf. Acesso em: 25/08/16. SCARTON, Gilberto. Como elaborar uma resenha. Disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php. Acessado em: 02/09/16. BOCK, A.M.B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M.L.T. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. Disponível em: <http://ad.rosana.unesp.br/ docview/directories/Arquivos/Cursos/Apoio%20Did%C3%A1tico/Luciana%20Codo gnoto%20da%20Silva/Psicologia%20Aplicada%20ao%20Turismo/Psicologias.pdf. > Acessado em: 02/09/16. FERNANDES, Sueli de Fátima. Educação bilíngue para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios. Disponível em: <http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24287/T%20- %20FERNANDES,%20SUELI%20DE%20FATIMA%20.pdf?sequence=1.relaize. >Acessado em: 25/08/16. HAYDT, Regina Célia C. Curso de Didática Geral. Disponível em: <file:///C:/Users/Sirius/Downloads/Curso%20de%20Didatica%20Geral%20- %20Regina%20Celia%20C.%20Haydt.pdf>. Acessado em: 13/10/16. Link: https://www.youtube.com/watch?v=OkP0GYSLUbk. Acessado em: 08/10/16.
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