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Rayane Vital - Fisioterapia – UNESA 2019 Sumário AVALIAÇÃO DO ATLETA ................................................................................................................ 1 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ............................................................................................... 2 COMO UTILIZAR AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS NA REABILITAÇÃO ....................... 2 Homeostase térmica ........................................................................................................................... 2 Comparação entre os Tratamentos com Frio e Calor ................................................................. 4 O que compõe o músculo ...................................................................................................................... 5 Como restaurar os padrões normais de ADM .......................................................................................... 6 Flexímetro......................................................................................................................................... 7 APARELHOS ASSISTENCIAIS ....................................................................................................... 8 TERAPÊUTICA PARA RECUPERAR A FORÇA, A RESISTÊNCIA E A POTÊNCIA ................. 9 QUAIS SÃO OS FATORES DETERMINANTES PARA UMA CONTRAÇÃO MUSCULAR EFICAZ ........................................................................................................................................... 10 TREINAMENTO DA FORÇA MUSCULAR EM ATLETAS ...................................................... 11 TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR ......................................................................................... 12 CADEIA CINÉTICA ................................................................................................................... 12 Adaptações das Fibras Musculares ................................................................................................ 13 ADAPTAÇÕES DO TREINAMENTO DE FORÇA ......................................................................... 15 ESTRUTURAS CONTRÁTEIS ....................................................................................................... 15 ESTRUTURAS NÃO CONTRÁTEIS .............................................................................................. 15 REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ........................................................................................ 15 COMO RESTABELECER O CONTROLE NEUROMUSCULAR ................................................. 16 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................... 16 EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ABERTA OU FECHADA............................................... 18 PROGRESSÃO DO CONTROLE NEUROMUSCULAR ................................................................. 20 Mecanismo de lesão e cicatrização das lesões musculares e o papel do Fisioterapeuta Esportivo no processo de reabilitação ...................................................................................................................... 21 LESÕES MUSCULARES ................................................................................................................ 22 REPARAÇÃO MUSCULAR ........................................................................................................... 23 Fisioterapia para atletas com lesão no ombro .................................................................................... 25 Estratégias de Intervenção nas lesões do complexo Cotovelo no Esporte.......................................... 29 Estratégia de intervenção fisioterapêutica nas lesões do punho e mão no esporte ............................ 32 RECUPERAÇÃO DAS LESÕES DO COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO NO ESPORTE 34 TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO PARA LESÕES ESPECÍFICAS DO TORNOZELO E PÉ...... 40 PUBALGIA ........................................................................................................................................ 45 FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 1 AVALIAÇÃO DO ATLETA • Equipamentos • Superfície do local da atividade esportiva • Condições ambientais • Calçados adequados • Aquecimento • Treinamento adequado (cardiorrespiratório e muscular) 1 – O ambiente de treinamento: Avaliar piso, acessórios e biomecânica do gestual desportivo, visando identificar fatores que possam contribuir ou prejudicar o desempenho e integridade física dos atletas. 2 - Material e Vestuário: Devem ser indicados de acordo com as necessidades da prática de cada modalidade, pois influenciam diretamente no desempenho do praticante podendo auxiliar ou prejudicar. Devemos observar o uso acessórios e do vestuário se está adequado. Obs1.: Alterações fisiológicas com envelhecimento: O desempenho declina de acordo com avanço da idade, a resistência muscular e força tendem a diminuir após os 30/35 anos, maior necessidade de tempo de recuperação após atividade vigorosa. Obs2.: Atividade física não-competitiva regular retarda e previne efeitos degenerativos. 3 - Avaliação funcional Testes Funcionais Os objetivos da aplicação de testes funcionais são: Identificar possíveis déficits Prever possível retorno ao esporte Feedback ao paciente Jump Test: É realizada em três saltos verticais e verificado as alturas, seus resultados são somados e divididos por 3, esse resultado se mostra em metros. A utilização de saltos verticais (Jump Test) é referenciada como um método muito comum de avaliação da força e potência muscular em diversas atividades esportivas. Geralmente os trabalhos científicos que utilizam o Jump Test se baseiam em resultados obtidos por sofisticados sistemas de aquisição de dados, como tapetes fotossensíveis capazes de registrar o tempo de permanência no ar e, assim, inferir a altura alcançada no salto através da aplicação de cálculos previamente estipulados. No entanto, a maior parte das entidades esportivas no Brasil não viabiliza a utilização constante destes aparatos, sendo a avaliação da potência de membros inferiores realizada a partir de métodos mais simples, como a identificação da altura de um traçado de giz em uma parede, realizado durante o Jump Test, com o indivíduo ao lado da parede Hop Test: Um teste que é comumente empregado na prática fisioterapêutica para a avaliação da performance do membro inferior lesionado em relação ao não lesionado: é o salto horizontal unipodal a distância. O hop test foi proposto para a avaliação da força muscular e da confiança nos membros inferiores envolvidos com uma lesão. O teste possui propriedades psicométricas estabelecidas para a identificação de lesões dos MMII. O hop test e suas variações têm sido amplamente utilizados para avaliar o retorno ao nível funcional do joelho lesionado, principalmente pós-reconstrução de ligamento cruzado anterior. O teste não permite uma análise detalhada da função do MI, como é obtida com aparelhos mais sofisticados, ele nos permite uma triagem geral durante a avaliação do MI lesionado na prática clínica. Uma vantagem do hop test sobre os demais métodos de avaliação é o pequeno gasto de tempo, mínima demanda financeira e utilização do membro contralateral como controle. Entretanto, devido a sua utilização principalmente em situações de retorno à atividade após lesões, não existem estudos sobre a possibilidade de aplicação desse teste para avaliar possíveis déficits de força entre MMII em indivíduos saudáveis.FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 2 Existem três tipos: *Distância: Marca-se o solo em 6m, impulsiona 3 vezes unipodalmente e tira-se a média. *Tempo: Cronometra as passagens nos 6m e repete-se a operação 3 vezes e faz a média. *Salto cruzado (Cross Over): Saltar 3 vezes em zigue-zague, com salto unipodal e faz a média ao final. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Identificação do Paciente (nome completo, endereço, idade...) Diagnóstico Clínico H.P. Patologias associadas (HAS, diabetes, cardiopatias...) H.M.A H.P.S.(Etilismo, tabagismo...) Cineatropométrico (RCQ, IMC, kg, altura...) Circunferência Flexibilidade (flexímetro, goniometria...) Aptidão Aeróbica Avaliação Postural Testes Especiais(relacionados a queixa) Avaliação do Movimento (avaliação funcional) Questionários funcionais Diagnóstico Funcional ou Fisioterapêutico _____________________________________________________________________________________ COMO UTILIZAR AS MODALIDADES TERAPÊUTICAS NA REABILITAÇÃO Homeostase térmica Uma temperatura normal aproxima-se 37°C, a hipertermia pode ser considerada como uma temperatura acima de 39°C e hipotermia uma temperatura abaixo de 35°C. Em repouso e em um ambiente neutro, a temperatura central mantém aproximadamente 0,3°C de acordo com ritmo circadiano intrínseco de temperatura. Como Utilizar as Modalidades Terapêuticas na Reabilitação Crioterapia e Calor O princípio básico que norteia qualquer modalidade térmica é a transferência de calor ao longo de um gradiente de temperatura (ou seja um objeto é + quente que o outro). Frio Crioterapia – modalidade de frio 0 a 18,3 oC Efeitos locais da aplicação do frio: - Vasoconstrição - Redução do metabolismo celular – oxigênio diminuído - Redução da produção dos resíduos celulares - Redução da inflamação - Redução da dor FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 3 - Redução do espasmo muscular *** Efeitos Sistêmicos Gerais da Exposição ao Frio Se a temperatura do sangue circulante diminui em 0,2 ºC, o hipotálamo responde iniciando vários efeitos sistêmicos: - Vasoconstrição geral em resposta ao esfriamento - Redução das frequências respiratória e cardíaca - Tremores e aumento do tônus muscular (não ocorre durante a aplicação de bolsa de gelo) Indicações Traumatismo ou inflamação aguda Dor aguda ou crônica *** Edema e dor pós-cirúrgica Uso em conjunto com exercício de reabilitação Espasmo muscular agudo ou crônico*** Contraindicações - Envolvimento cardíaco ou respiratório - Ferimentos abertos - Insuficiência circulatória - Alergia ao frio - Pele anestesiada - Diabetes avançada Resposta Celular -Diminuição da taxa metabólica celular -Num tratamento de 20 min o metabolismo celular é diminuído em 19%. -Diminui o número de células mortas por hipóxia secundária, diminuindo assim, a quantidade de mediadores inflamatórios. Sensações associadas à aplicação de frio Queimação Dor Analgesia Protocolo RICE e PRICE (sigla em inglês para proteção, repouso, gelo, compressão e elevação (protection, rest, ice, compression and elevation)). Banho de imersão (10 minutos a 10º). Calor O calor é o aumento da vibração molecular e da taxa metabólica celular O uso do calor é indicado nos estágios crônicos de uma lesão CALOR SUPERFICIAL FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 4 Indicações Fase crônica Redução da dor crônica Redução do espasmo muscular Aumento da amplitude de movimento Resolução de hematomas*** Redução de contraturas articulares Contra indicações Traumatismos agudos Circulação insuficiente Regulação térmica insuficiente Áreas anestesiadas Neoplasia Efeitos sistêmicos Aumento da temperatura corporal Aumento da frequência cardíaca Aumento da frequência respiratória Efeitos locais da aplicação do calor Vasodilatação Aumento da taxa do metabolismo celular Aumento da permeabilidade capilar Formação de edema Remoção de resíduos metabólicos Aumento da elasticidade dos ligamentos, cápsulas e músculos Analgesia Redução do espasmo muscular Transpiração Aumento da velocidade de condução nervosa Efeitos sobre o processo de resposta à lesão Apesar de o calor e frio produzirem resultados semelhantes, o momento de começar a usar o calor é mais crítico. O aumento do metabolismo celular e da taxa de inflamação poderá levar a um aumento do número de células lesadas e aumentar a dor Comparação entre os Tratamentos com Frio e Calor Efeito Calor Profundidade Duração dos efeitos Fluxo sanguíneo. Taxa metabólica Consumo de O2 Resíduos celulares Viscosidade dos fluídos Permeabilidade Capilar Inflamação Dor Espasmo muscular Veloc. Contração muscular. 1-2 cm (sup), 2-5 cm (prof) Após o tratamento dissipa-se Aumentado Aumentada Aumentado Aumentados Diminuída Aumentada Aumentada Diminuída Diminuído Aumentada FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 5 Correntes de Estimulação elétrica (TENS, Corrente Russa e Micro corrente) Laser de baixa intensidade (Tendinopatia e Lesões Musculares ) Contraste (Calor de 40º a 45º e frio de 10º a 15º. Introduzir a extremidade indicada do corpo por 3-4 minutos na água quente e depois 1 minuto na água fria. Repetir esta alternância até completar 20 a 30 minutos ) Geralmente é preferível iniciar e terminar com a água quente Fazer aplicações por 20 a 30 minutos três vezes ao dia na área indicada Massagem no esporte Bandagem (Rígida e Elástica) _____________________________________________________________________________________ O que compõe o músculo? O COLÁGENO O colágeno possibilita ao tecido resistir às forças mecânicas e à deformação, enquanto a elastina compõe os tecidos altamente elásticos que irão auxiliar na recuperação após a deformação. Basicamente os tendões são compostos de colágeno tipo I, elastina e matriz extracelular. Mesmo tendo uma baixa capacidade de deformação, o colágeno ainda assim possui uma capacidade de alterar seu comprimento, basicamente pelo ajustamento e deslizamento de suas fibras. ELASTINA • Alto poder de extensão, podendo chegar até 150% do seu comprimento original. • Matriz extracelular, que contém proteoglicanos e água que formam uma substância colóide. Essa substância tem como característica a capacidade de diminuir sua viscosidade quando sofre um aumento de temperatura ou de aumentar sua viscosidade quando tem seu conteúdo de água reduzido por algum motivo qualquer. MÚSCULO Os músculos apresentam componentes contrácteis, que são os miofilamentos de actina e miosina. De forma conjunta, os elementos contrácteis e não-contrácteis determinam a capacidade do músculo para deformação e para recuperação do comprimento inicial. INTRODUÇÃO A amplitude de movimento (ADM) é a quantidade disponível de movimento de uma articulação. Quando ocorre uma lesão quase sempre acontece algum tipo de perda na capacidade de movimentar-se de forma correta. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 6 No esporte em particular esta perda irá com certeza implicar em perda da qualidade do gestual do atleta. Aperda de movimento pode ocorrer em decorrência da dor, edema espasmo muscular, inatividade que no final resulta no encurtamento do tecido conectivo e do músculo ou da combinação desses fatores. Força X Flexibilidade O treinamento de força provavelmente vai melhorar a flexibilidade dinâmica e, se combinado com um programa rigoroso de alongamento, poderá incrementar bastantes os movimentos coordenados e vigorosos. PREVINE LESÃO? É comum antes de qualquer atividade física as pessoas fazerem alongamento, acreditando que essa seria a melhor maneira de prevenir lesões. No entanto nenhum estudo científico controlado, randomizado e com métodos adequados tem justificativa para tal crença.Tal recomendação carece de evidências científicas. No entanto o alongamento estático pode ser recomendado em atletas que tenham um encurtamento muscular muito grande, fazendo com que esse tipo de modalidade de exercício seja incluída com parte do programa de treinamento. A LESÃO • Quando ocorre uma lesão, uma das maiores complicações para o atleta é a perda da capacidade do atleta movimentar-se e executar um gestual. Esta perda geralmente ocorre em virtude da dor, edema, espasmo muscular, longos períodos de inatividade resultando no encurtamento do tecido conectivo e do músculo ou da combinação de ambos. Restaurar a ADM após lesão, é um dos principais objetivos dentro do programa de reabilitação. Como restaurar os padrões normais de ADM? Os exercícios de alongamento devem fazer parte da rotina de exercícios com a finalidade de restaurar a ADM, a fim de recuperar a função normal do indivíduo. Muitas atividades esportivas requerem níveis relativamente "normais" de flexibilidade. Porém, algumas atividades como ginástica, balé, karatê, muay thai, tae-kown-do, capoeira entre outras exigem flexibilidade acima da média. No âmbito do esporte dependendo da modalidade, atletas que apresentem restrição na flexibilidade, correm sérios riscos de sofrerem lesão e comprometer seu desempenho No meio esportivo os atletas tem suas estruturas anatômicas exigidas ao máximo, em decorrência disso algumas lesões podem ocorrer. Caso uma estrutura anatômica seja lesionada ou imobilizada, o risco do atleta vir a ter uma diminuição de sua capacidade de desempenhar uma função e ter seu gestual esportivo comprometido é muito grande. PERDA DE ADM Algumas variações anatômicas podem contribuir para perda de ADM, podendo citar: Gordura e pele. Estrutura óssea Músculos e tendões Tecido conjuntivo Rigidez neural MENSURAÇÃO DA ADM Formas de medidas e avaliação da flexibilidade: Testes Angulares: faz uso de instrumentos como o Flexímetro de Leighton; Testes Adimensionais: usa-se o Flexiteste; Testes Lineares: atividades práticas como: sentar e alcançar. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 7 Flexímetro TESTE SENTAR E ALCANÇAR (SIT AND REACH TEST): BANCO DE WELLS – Utilizado para avaliar a cadeia posterior de quadril e tronco; – Teste de fácil execução; – O avaliado deve ser encorajado a tentar tocar com as ponta dos dedos de ambas as mão o mais longe possível; – Deve-se manter a posição por alguns segundos; – Os avaliados deve assegurar que o joelho do avaliado esteja estendido. O ALONGAMENTO Um termo geral usado para descrever qualquer manobra terapêutica elaborada para aumentar o comprimento de (alongar) estruturas de tecidos moles patologicamente encurtadas e desse modo aumentar a amplitude de movimento. É importante lembrar que a flexibilidade é importante não apenas para o sucesso no desempenho físico, mas também para a prevenção de lesão. ALONGAMENTO BALÍSTICO ALONGAMENTO DINÂMICO ALONGAMENTO ESTÁTICO ALONGAMENTO BALÍSTICO Envolve um movimento de balanceio, em que contrações repetidas do músculo agonista são usadas para reproduzir alongamentos rápidos dos músculos antagonistas. ALONGAMENTO DINÂMICO Certamente, contrações sucessivas e forçadas do músculo agonista, que resultam em alongamento do antagonista, podem causar dor muscular. São controlados, realizados antes do início da atividade. ALONGAMENTO ESTÁTICO É a mais utilizada e efetiva, coloca o antagonista em alongamento máximo e mantendo-o por um tempo prolongado, podendo variar de 3 a 60 segundos, sendo mais eficiente 30 segundos FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 8 repetindo de 3 a 4 vezes. Alongamento Passivo O paciente está relaxado, uma força externa, aplicada manualmente ou mecanicamente, alonga os tecidos encurtados. Recentemente estudos comprovaram que o alongamento estático e o balístico promovem os mesmos resultados no âmbito de ganho de ADM, porém deve-se ter cautela durante a aplicabilidade de ambos. As técnicas de alongamento estático têm sido bastante questionadas, em decorrência de não apresentar os benefícios proposto. Por definição, “o alongamento estático é aquele no qual o músculo é alongado até a posição em que se inicia a sensação de dor ou desconforto”, mantendo por alguns segundos. INIBIÇÃO ATIVA O alongamento ou FNP se caracteriza por envolver duas ou mais fases onde há alternância de exercícios ativo e passivo, objetivando conseguir um grau de amplitude articular maior do que o habitual, às custas do relaxamento da estrutura contrátil muscular. FNP O FNP é o alongamento que utiliza as contrações musculares ativas, intercalando os alongamentos estáticos, para desencadear os mecanismos de reflexo miotático inverso, gerado pelos órgãos tendinosos de Golgi, quando se solicita a contração da musculatura que está sendo alongada ou de inibição recíproca, quando se solicita a contração antagônica a que está sendo alongada. SPRAY E ALONGAMENTO CRIOCINÉTICA: é uma técnica que combina crioterapia, ou aplicação de frio (compressas geladas, massagem com gelo imersão e aerossol), e exercícios. O seu objetivo é entorpecer a parte lesada até o ponto de analgesia e depois trabalhar amplitude de movimento normal, por meio de exercícios progressivos ativos. APARELHOS ASSISTENCIAIS ALONGAMENTO MECÂNICO PROLONGADO Aplica-se uma força externa de baixa intensidade (2 a 7kg) ou 5 a 10% do peso corporal nos tecidos encurtados por um período prolongado de tempo utilizando-se equipamento mecânico. Varia de acordo com a posição do paciente no leito através de polias ou splints ou engessamento em série. ALONGAMENTOMECÂNICO CÍCLICO O alongamento passivo usando-se um dispositivo mecânico do tipo “Autorange” pode ser também feito de forma cíclica. A intensidade do alongamento, o comprimento de cada ciclo de alongamento, número de ciclos por minuto podem ser ajustados na unidade. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 9 ALONGAMENTO DA FÁSCIA Rigidez na fáscia, tecido conjuntivo que envolve a unidade musculotendínea, pode limitar significativamente o movimento. O alongamento da fáscia enrijecida pode ser feito manualmente ou com a ajuda de um rolo de espuma firme, ou com liberação miofascial. PILATES O Pilates é uma abordagem diferente de alongamento para melhoria da flexibilidade, se tornando popular e tem sido utilizado como exercícios físicos por fisioterapeutas e educadores físicos. Consiste em melhorar a coordenação corporal, equilíbrio, força, respiração e eficiência do movimento. Pode-se utilizar de maquinas ou solo.IOGA Surgiu na Índia, há 6 mil anos aproximadamente, combina exercícios de meditação com exercícios físicos. Utiliza-se de posturas inspiradas nos movimentos dos animais. ISO-STRETCHING O método Iso-stretching é de origem francesa e vem sendo aplicado no Brasil desde 1994. Consiste em uma ginástica terapêutica composta por exercícios que permitem simultaneamente alongar e fortalecer isometricamente os músculos do corpo atuando na prevenção e notratamento das alterações osteomusculares. Os exercícios são posturais, globais e eretos. AFINAL QUANDO DE PRESCREVER O ALONGAMENTO? Tipo de Alongamento: que você vai inserir no programa de treinamento e dos objetivos de tal exercício. Alongamento estático ou FNP nunca deve ser realizado antes da atividade física principal. O ideal é alongar em sessões separadas da atividade principal ou no final da sessão _____________________________________________________________________________________ TERAPÊUTICA PARA RECUPERAR A FORÇA, A RESISTÊNCIA E A POTÊNCIA Por que a recuperação da força, da resistência e da potência muscular é essencial para o processo de reabilitação? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 10 QUAIS SÃO OS FATORES DETERMINANTES PARA UMA CONTRAÇÃO MUSCULAR EFICAZ? A força muscular é proporcional a área seccional das fibras musculares. Quanto maior a área seccional ou quanto maior for um determinado músculo, mais forte ele será e, portanto, maior será sua capacidade de geração de força. O número de fibras musculares é uma característica hereditária. Assim uma pessoa que inicia com uma grande quantidade de fibras musculares tem potencial maior para a hipertrofia do que aquele que possui um menor número de fibras. A eficiência de o músculo produzir força está diretamente relacionada com a eficiência do sistema neuromuscular e da unidade motora para produzir força muscular. Os trabalhos têm mostrado que os aumentos iniciais de força durantes as 8 a 10 primeiras semanas de um programa de treinamento podem ser atribuídos principalmente ao aumento da eficiência neuromuscular. O treinamento de força aumenta a eficiência neuromuscular de três maneiras: Aumenta a quantidade de unidades motoras recrutadas; Aumenta a velocidade de disparo de cada unidade motora; A sincronização no disparo das diversas unidades motoras. O músculo também depende dos fatores biomecânicos para poder gerar força e atingir um objetivo externo, por meio de um sistema de alavancas, diante deste conceito de alavanca, um bom exemplo seria a articulação do cotovelo. A posição do bíceps no antebraço determinará, em grande parte, a quantidade de força que esse músculo será capaz de produzir. COMPRIMENTO-TENSÃO O comprimento do músculo determina a tensão que pode ser gerada. Existem diferentes tensões que podem ser produzidas pela variação de comprimento de um músculo INSUFICIÊNCIAS O fenômeno conhecido com insuficiência é mais evidente em músculos bi-ou poliarticulares, mas também podem ser encontrados em músculos monoarticulares (nesse caso, o que acontece é o impedimento que os músculos envolvidos em determinada ação muscular alcancem maiores ADM devido a uma ação agonista ou antagonista. INSUFICIÊNCIA ATIVA Se o músculo estiver muito encurtado, o seu poder de gerar tensão será diminuído, se o músculo estiver numa posição onde as pontes cruzadas entre os miofilamentos de actina e de miosina dentro do sarcômero estiverem um comprimento ideal, o músculo será capaz de produzir o máximo de tensão. Ocorre quando, devido à contração ativa, as fixações do agonista se aproximam tanto que ele perde a tensão. “Imagine um elástico em que depois de estica-lo você volta ao ponto normal e depois aproxima ainda mais as pontas...ele fica frouxo”. INSUFICIÊNCIA PASSIVA Esta acontece quando o músculo antagonista se alonga de tal forma que limita a ação do agonista. Se o músculo estiver muito alongado, a interação entre os miofilamentos de actina e miosina por meio das pontes cruzadas não acontecerá, reduzindo assim o poder do músculo em realizar uma tensão significativa. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 11 IDADE A idade também contribui para aumentar ou diminuir a capacidade de força muscular. Tanto homens como mulheres parecem conseguir aumentar a força ao longo da puberdade e da adolescência, conseguindo atingir o pico em torno dos 20 ou 25 anos, momento em que essa capacidade começa a se manter constante e, em alguns casos, a diminuir. É importante lembrar que esta capacidade pode mudar em decorrência de alguma patologia. A estimativa de perda após os 25 anos é de 1% de sua força máxima remanescente por ano. Uma pessoa com 65 anos teria apenas cerca de 60% da força que possuía aos 25 anos. IMPORTANTE Para o atleta é importante se manter ativo independentemente da idade, por que a força é importante para seu desempenho competitivo e para sua recuperação após alguma lesão. EXCESSO DE TREINAMENTO O treinamento excessivo tem se demonstrado um inimigo em potencial no desenvolvimento da força muscular. Ele gera um desequilíbrio entre o exercício e a recuperação, o que faz com que o programa de treinamento exceda os limites fisiológicos e psicológicos do corpo. O excesso de treinamento pode resultar no colapso psicológico (exaustão) ou no colapso fisiológico, que pode neste caso envolver lesões Musculoesqueléticas, fadiga, fraturas ou doenças. TREINAMENTO DA FORÇA MUSCULAR EM ATLETAS O QUE SÃO ATLETAS? “Qualquer pessoa que pratica esportes” “Pessoa que treinou para competir no atletismo”. Esporte é o conjunto de exercícios físicos praticados com método, individualmente ou em equipes. FISIOTERAPIA DESPORTIVA ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES: •Fibras musculares, •Cadeia Cinética, •Treino de força, •Adaptação, •Periodização. MÚSCULO Estrutura e Função: São mais de 600(*) músculos em todo o corpo. •40%-50% do peso corpóreo. •Grande suprimento sanguíneo •Plástico (extensibilidade, elasticidade, contratibilidade...) •Mutável (força, hipertrofia, resistência...) •Adaptável (*) FUNÇÃO: •Inervação motora •Mobilidade articular •Postura •Estabilização... FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 12 Composição estrutural e Química •75% Água •20% Proteínas •5%sais inorgânicos, ATP, AA, carboidratos... •Ventre muscular •Tendões (inserções proximais e distais) TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR ISOMÉTRICA: Produção de força sem mudança do ângulo articular. ISOTÔNICA: Produção de força com mudança no comprimento real do músculo Concêntrica: Quando há encurtamento muscular. (aproximação das inserções) [+] Excêntrica: Quando há estiramento (Afastamento das inserções) [-] ISOCINÉT ICA: Produção de força com velocidade constante. CADEIA CINÉTICA CCA: Segmento distal livremente no espaço. CCF: Segmento distal é fixo. CCF •Mais forças compressivas, •Congruência articular, •Mais funcional (MMII). CCA •Mais forças de decoaptação, •Menor ativação dos mecanorreceptores. TREINAMENTODE FORÇA MUSCULAR Tipos –Isométrico –Dinâmico de Resistência Invariável –Dinâmico de Resistência Variável –Isocinético –Excêntrico –Pliometria Princípio da Individualidade biológica Princípio da Sobrecarga “Quanto maior for a exigência do treinamento (carga de treinamento) maior o recrutamento de UMs e portanto maior produção de força.” FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 13 Princípio da especificidade do treinamento Princípio da adaptação dos estímulos É desejável que o atleta, após uma sessão de treino, esteja cansado. Porém é imprescindível que, após um período de repouso, ele consiga recuperar-se totalmente e esteja em perfeitas condições físicas, bioquímicas e mentais para o treino seguinte.” Contrações acima de 3 segundos e frequência mínima de 3 vezes semanais. Uma vez por semana não há aumento de força. Pode ocorrer hipertrofia das fibras do tipo I e II. Ocorre aumento de força especificamente nos ângulos treinados. Transferência de 20º para extensão e flexão. –se o número de repetições for maior, pode resultar em maior transferência. –pode-se tirar vantagem da especificidade. não ocorre aumento no desempenho. Treinamento Dinâmico de Resistência Invariável Não ocorre alteração da carga (pesos livres). Não há uma combinação ótima entre o número de repetições e de séries, mas sugere-se entre 2 e 10 repetições com 2 a 5 séries. A frequência mínima é de 3 vezes semanais. Melhora o desempenho (corridas, saltos arremessos, etc.). Treinamento Dinâmico de Resistência Variável A resistência varia: Utilização de polias, engrenagem, braços de alavanca... Tem-se mostrado que várias combinações de repetições e séries podem trazer grandes ganhos de força. O ganho no desempenho acontece, mas depende do tipo de treinamento Treinamento Isocinético Velocidade angular constante. Várias combinações de séries e repetições podem causar aumento de força. A velocidade constante traz um aumento de força específico para aquela velocidade. Ocorre melhora do desempenho, desde que a velocidade necessária na atividade tenha sido treinada. Treinamento Excêntrico Há aumento de força tanto nas contrações concêntrica como na excêntrica (isocinético ou não). A carga deve ser cerca de 20% maior do que 1 RM. Melhora do desempenho. Os ganhos de força isométrica, concêntrica e excêntrica não são maiores do que Dinâmico de Resistência Invariável. Pliometria Exercício cíclico: estiramento-encurtamento. –Força e Velocidade –Fase excêntrica –Fase amortização quanto mais curto for o tempo desta fase mais eficiente é o exercício pliométrico (< 3 segundos). –Fase de encurtamento concêntrico Adaptações das Fibras Musculares Hiperplasia –Não há evidências concretas, mas existem indicações de que pode ocorrer. –(número de fibras) Hipertrofia –Aumento do tamanho e número de proteínas contráteis, sarcômeros. –Ocorre após 8 semanas de treinamento. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 14 Adaptações Neurais A ativação das unidades motoras ocorre primeiro nas fibras de baixo limiar (tipo I) e depois nas de alto limiar (tipo II). No treinamento de força, todos os tipos são recrutados, podendo haver até uma inibição das de baixo limiar. Impulso neural aumentado. Sincronização aumentada das unidades motoras. Adaptações Bioenergéticas Mudanças bioquímicas favorecendo a utilização da energia. Aumentos de Glicogênio e ATP intramusculares. Capilarização aumentada (após 12 semanas) Adaptações endócrinas Adaptações cardiovasculares OBJETIVO REPETIÇÕES %1RM Força pura 1-5 90-100 Hipertrofia 6-12 75-85 Força explosiva 8-15 60-75 Força-resistência 15-30 40-60 Treinamento em Mulheres A força da mulher na membro superior é 55,8% do homem médio e no membro inferior 71,9%. O treinamento nas mulheres não precisa ser diferente dos homens. A diferença reside nas adaptações endócrinas. Desordem alimentar. (bulemia / anorexia) Amenorréia. (44% atletas) Osteoporose. Periodização Forma de treinamento planejado em intervalos regulares de tempo. Ciclo gradual de especificidade, volume, intensidade, duração e frequência para atingir habilidades específicas de um esporte Cada período de tempo tem um objetivo específico. MACROCICLO: Plano de treinamento cujo o objetivo é a longo prazo (vários meses). MESOCICLO: Médio prazo (cerca de 2 meses). MICROCICLO: Curto prazo (diário ou até 2 semanas). Basicamente a periodização manipula as variáveis volume e intensidade de treinamento. No início o volume é alto e baixa intensidade. Com o tempo o volume diminui e a intensidade é aumentada. Pouco antes de competições a intensidade é diminuída. -Polimento Para a Reabilitação os conceitos são os mesmos: –Recursos anti-inflamatórios, relaxamento - –Fortalecimento e alongamento muscular - –Exercícios pliométricos e neuromusculares (proprioceptivos) _____________________________________________________________________________________ FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 15 INTRODUÇÃO Não existe dúvida de que para melhorar o desempenho muscular, o treinamento de força é de grande importância para seu aumento ou hipertrofia. ADAPTAÇÕES DO TREINAMENTO DE FORÇA ESTRUTURAS CONTRÁTEIS Outra teoria para explicar o aumento no tamanho do músculo, é a que parece ser a mais plausível, é a teoria do miofilamento de actina e miosina. ACTINA E MIOSINA Os miofilamentos são pequenos elementos contráteis de proteína que se encontram dentro do sarcômero. Existem dois tipos distintos de miofilamentos: (I) Actina (espessos) e a (II) Miosina (finos). ESTRUTURAS NÃO CONTRÁTEIS Outras adaptações ocorrem com o treinamento de força. A força das estruturas não contráteis como tendão, ligamento é aumentada. O conteúdo mineral do osso aumenta, fazendo com que este fique mais forte e mais resistente à fratura. REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Dentro do ambiente de reabilitação, o Fisioterapeuta pode utilizar várias técnicas para melhorar a força do atleta em recuperação. Dentre as técnicas existentes podemos citar: Exercício isométrico Exercício resistido progressivo Treinamento isocinético Exercício pliométrico. EXERCÍCIOS RESISTIDOS EXERCÍCIOS CONCÊNTRICOS EXERCÍCIOS EXCÊNTRICOS TREINAMENTO ISOCINÉTICO São normalmente incorporados durante a fase final da reabilitação, utilizam uma velocidade fixa, com adaptação da resistência para proporcionar uma resistência máxima em toda ADM. EXERCÍCIOS PLIOMÉTRICOS Os exercícios pliométricos são usados no treinamento de atletas para desenvolver força explosiva, melhorar a reatividade muscular através da facilitação do reflexo miotático, também a dessenssibilização dos OTG’s e melhorar a coordenação intra e extra articular. Analisando os efeitos desses exercícios, acredita-se que estes podem ser benéficos na prevenção de lesões e também na reabilitação, principalmente de atletas. • Tais exercícios pliométricos são exercícios que envolvem uma breve contração excêntrica seguida de uma contração concêntrica explosiva denominado de Ciclo Alongamento- Encurtamento (também chamado Ciclo Excêntrico- Concêntrico ou de Contra Movimento). ARMAZENAMENTO DE ENERGIA [1]Fase Excêntrica ou de Pré-Alongamento [2]Fase de Amortização [3]Fase Concêntrica, fase de Resposta Concêntrica ou de Encurtamento. FISIOTERAPIAESPORTIVA Página | 16 CONTRAINDICAÇÕES Inflamação aguda ou dor pós-operatório imediato e instabilidade articular. Patologias como artrite, lesões musculares ou lesão condral são contraindicações relativas, e devem ser muito bem avaliadas, pois dependem da capacidade do tecido de tolerar a geração rápida de forças de grande intensidade e da articulação tolerar a sobrecarga imposta. _____________________________________________________________________________________ COMO RESTABELECER O CONTROLE NEUROMUSCULAR CONTROLE NEUROMUSCULAR É o controle neuromuscular é a tentativa da mente de ensinar o corpo o controle consciente de um dado movimento. A repetição com sucesso de um movimento padronizado torna o seu desempenho progressivamente menos difícil e, portanto, requer uma menor concentração; eventualmente, o movimento se torna automático. Restabelecer o controle neuromuscular muitas vezes requer repetições do mesmo movimento por meio de uma progressão passo a passo do movimento simples para os movimentos mais complexos, exercícios de fortalecimento particularmente os funcionais são essenciais para o controle neuromuscular. Recuperar o controle neuromuscular significa recuperar a capacidade de seguir um padrão sensitivo previamente estabelecido pode durar até meses. O sistema nervoso central compara a intenção e a produção de um movimento específico com as informações armazenadas, ajustando continuamente até qualquer discrepância no movimento seja corrigida. Utilizar o controle neuromuscular é fundamental em todo o processo de recuperação, mas pode ser mais importante durante os primeiros estágios da reabilitação para evitar novas lesões. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS Propriocepção e Cinestesia Estabilidade Dinâmica Características da preparação e reação muscular Padrões motores funcionais conscientes e inconscientes. PROPRIOCEPÇÃO X CINESTESIA ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PROPRIOCEPÇÃO: É a habilidade de determinar a posição de uma articulação no espaço. CINESTESIA: É a capacidade de detectar o movimento. PROPRIOCEPÇÃO/CINESTESIA A capacidade de detectar a posição de uma articulação no espaço é medida por mecanorreceptores encontrados em músculos e articulações e pelos inputs cutâneo, visual e vestibular. O controle neuromuscular depende do SNC para interpretar e integrar as informações proprioceptivas e cinestésicas e então controlar os músculos e articulações individuais para produzir movimentos coordenados. MECANORRECEPTORES ARTICULARES São encontrados em ligamentos, cápsulas, meniscos, lábrum e pele. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 17 Corpúsculos de Ruffini: cápsulas articulares, ligamentos e pele, são sensíveis ao tato, à tensão e possivelmente ao aquecimento, bem como a mudanças na posição articular, frequência e direção dos movimentos, ativos naADM final. MECANORRECEPTORES ARTICULARES Corpúsculos de Pacini: Respondem a pressão profunda. Corpúsculos de Merkel: Respondem a pressão profunda, mas mais lentamente do que os corpúsculo de Pacini. Corpúsculos de Meissner: São ativados pelo tato fino. Terminações Nervosas livres: Respondem a estímulos nocivos. MECANORRECEPTORES MUSCULARES Todos os músculos do corpo contêm vários tipos de mecanoceptores que quanto estimulados informam ao sistema nervoso central o que está acontecendo no músculo, sendo receptores sensíveis as mudanças de comprimento muscular. ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI Situam-se dentro dos tendões musculares, nas junções musculotendíneas. É um órgão estimulado pela tensão produzida por esse pequeno feixe de fibras musculares. O órgão tendinoso têm uma resposta dinâmica eu má resposta estática, respondendo com intensidade quando a tensão do músculo aumenta subitamente. Porém dentro de uma pequena fração de segundo ele se acomoda em um nível inferior de disparo constante, que é quase diretamente proporcional à tensão muscular. Sendo assim, o órgão tendinoso de Golgi proporciona ao sistema nervoso uma informação instantânea do grau de tensão de cada pequeno segmento de cada músculo. FUSO MUSCULAR As terminações musculares são mecanoceptores da sensibilidade tecidual profunda, que detectam deformação mecânica (Guyton, 1992). A principal diferença entre o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi é que enquanto o fuso detecta o comprimento relativo do músculo e o órgão tendinoso detecta a tensão muscular. TREINAMENTO SENSORIO MOTOR O treinamento sensório motor visa estimular as vias aferentes cuja função está alterada e promover uma melhora na resposta motora. Atletas que sofrem danos nas estruturas articulares das extremidades inferior e superior apresentam insuficiências proprioceptivas, cinestésicas e neuromusculares. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 18 O objetivo da reabilitação neuromuscular é devolver ou restabelecer as características aferentes e eferentes para aumentar a capacidade de estabilização dinâmica adaptativa in vivo. Quatro elementos básicos são primordiais para o restabelecimento do controle neuromuscular e da estabilidade: 1 - acuidade proprioceptiva e cinestésica 2 - estabilização articular dinâmica 3 - controle neuromuscular reativo 4 - padrões motores funcionais. _____________________________________________________________________________________ EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ABERTA OU FECHADA O conceito de cadeia cinética originou-se em 1955, quando Steindler utilizou teorias de engenharia mecânica de cinemática fechada e conceitos de ligações para descrever a cinesiologia humana. CADEIA CINÉTICA ABERTA Um movimento em CCA é definido como aquele que ocorre quando o segmento distal de uma extremidade move-se livremente no espaço, resultando no movimento isolado de uma articulação. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 19 CADEIA CINÉTICA FECHADA Um movimento em CCF é definido como aquele nas quais as articulações terminais encontram resistência externa considerável a qual impede ou restringe sua movimentação livre (extremidade distal fixa), movimenta várias articulações. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 20 PROGRESSÃO DO CONTROLE NEUROMUSCULAR Exemplo: No pós-operatório de cirurgia dos membros inferiores, após a ganho de ADM e força o próximo passo deve ser os exercícios com treino de equilíbrio: Visando à estabilidade articular com apoio bipodal em solo discretamente instável e podendo progredir para o apoio unipodal ou aumentar primeiro a instabilidade da superfície de apoio. A ideia é progredir para um nível de maior desequilíbrio para o atleta, o qual necessita de uma melhor coordenação muscular e tempo de reação. O fisioterapeuta pode utilizar recursos externos, como bola, resistência elástica, giro, plano, skate etc... Algumas estratégias de treino de gestual esportivo incluem: Salto (vertical, anterior, lateral e posterior), Corrida (anterior, posterior, lateral, zique-zaque e em 8), Desaceleração (anterior, posterior e lateral), Mudanças de direção (antero-posterior, laterolateral e anguladas com movimentos de pivô ou giro) Agachamento (unipodal, bipodal) Gesto esportivo (chutes, socos, arremessos...) OLHAR DO FISIOTERAPEUTA O gesto esportivo deve ser bem avaliado pelo Fisioterapeuta para que o atleta nãoretorne ao esporte realizando compensações e sobrecargas indesejáveis. Essa avaliação demanda uma boa observação qualitativa, mas avaliações objetivas também podem e devem ser feitas antes do retorno do atleta ao esporte, como os testes funcionais. Os testes funcionais servem para determinar a capacidade funcional do membro lesionado comparando com o membro sadio. TESTES FUNCIONAIS Hop test para distância Triplo hop test para distância, Hop test cruzado para distância, Hop test de 6 metros para tempo, Hop test em 8 para tempo, Hop test lateral para tempo, Hop test no degrau para tempo. Além dos testes funcionais para salto, também é importante para o fisioterapeuta esportivo avaliar a agilidade do atleta. Em 1988, Davies elaborou um teste chamado de LEFT (Lower Extremity Functional Test). Este teste consiste e um circuito cronometrado, composto de 8 situações multidirecionais consecutivas realizadas em ambos os lados, num protocolo padronizado de 16 sequências. LEFT (Lower Extremity Functional Test) As sequências são: • Corrida anterógrada • Corrida retrógada • Deslocamento lateral • Deslocamento em carioca • Deslocamento lateral entrelaçando os membros inferiores) • Corrida em 8 • Mudança de direção de 45° • Mudança de direção de 90° • Mudança de direção de 90° cruzando os membros inferiores. Quaisquer que sejam os tipos de exercícios, eles vão desencadear o treinamento da propriocepção, com base no fato que a deformação dos mecanoceptores articulares ocorre com movimentos FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 21 ativos, ativos assistidos e passivos, fornecendo impulsos sensitivos para melhorar os mecanismos neurais, e possibilitar um retorno mais seguro para o atleta. ATIVIDADE EM CLASSE GRUPO 01 Desenvolver uma sequência de treinamento proprioceptivo de MMSS do básico ao avançado. GRUPO 02 Desenvolver uma sequência de treinamento proprioceptivo de MMII do básico ao avançado. ATIVIDADE EM CLASSE GRUPO 01 – TESTES FUNCIONAIS • Hop test para distância • Triplo hop test para distância, • Hop test cruzado para distância, • Hop test de 6 metros para tempo • Hop test em 8 para tempo, • Hop test lateral para tempo, • Hop test no degrau para tempo. GRUPO 02 : LEFT (Lower Extremity Functional Test) • Corrida anterógrada • Corrida retrógada • Deslocamento lateral • Deslocamento em carioca • Deslocamento lateral entrelaçando os membros inferiores) • Corrida em 8 • Mudança de direção de 45° • Mudança de direção de 90° • Mudança de direção de 90° cruzando os membros inferiores. _____________________________________________________________________________________ Mecanismo de lesão e cicatrização das lesões musculares e o papel do Fisioterapeuta Esportivo no processo de reabilitação INTRODUÇÃO O movimento do corpo ou de qualquer uma de suas partes implica em considerável atividade muscular dos músculos diretamente envolvidos. É o único tecido biológico capaz de gerar tensão de forma ativa. Funções: manutenção da postura corporal ereta, movimento das partes corporais e absorção de choques. PROPRIEDADES BIOMECÂNICAS O músculo esquelético humano possui quatro propriedades biomecânicas: Extensibilidade, é a capacidade de ser alongado ou de aumentar o comprimento). Elasticidade, trata-se da capacidade de retornar ao comprimento normal de repouso após um alongamento. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 22 Irritabilidade, é a capacidade de responder a estímulos. Em relação aos músculos esqueléticos, esse estimulo é fornecido de maneira eletroquímica. Desenvolver tensão, a tensão desenvolvida em um músculo esquelético ocorre passiva (alongamento) ou ativamente (contração). NO ESPORTE... No esporte, as lesões musculares ocupam um espaço de destaque, são as lesões mais frequentes, decorrentes da atividade física competitiva, variando de contusões por trauma direto com evolução natural para cura até rupturas musculotendíneas graves que, mesmo após tratamento específico cirúrgico ou não, podem evoluir com seqüelas importantes e até a interrupção precoce e da atividade atlética A sobrecarga de atividade física tem sido considerada o principal fator de lesão em atletas competitivos, seja por falta de tempo de afastamento para cura das lesões, seja por tratamento inadequado das lesões prévias e também por falta de uma boa flexibilidade muscular. • Tem sido postulado que a musculatura excêntrica é a que está sujeita a lesões. CARACTERÍSTICAS A unidade muscular consta de origem- tendãomúsculo- tendão-inserção, para a maior parte dos músculos. Em alguns, com porcentagem tendínea mínima ou quase inexistente; em outros, com longos tendões e baixa quantidade de músculo propriamente dito. LESÕES MUSCULARES No meio esportivo existem basicamente quatro tipos de lesões musculares: Ferida: as feridas devem ser tratadas como tal, com a devida e perfeita sutura. Necrose: A necrose é uma lesão grave que, uma vez verificada, leva à necessidade quase absoluta de exérese do tecido necrosado. Contusão: verdadeiro esmagamento do corpo muscular, caracteriza-se por micro ou macrorrupturas, acrescidas de abundante sangramento e edema Ruptura: separação parcial ou total de fibras musculares ou tendíneas LESÃO MUSCULAR A fase inicial é de uma lesão é a inflamação que se caracteriza pela presença de edema, calor, rubor, dor e deficiência ou perda da função. Estes são os sinais de inflamação – indicadores de que o processo inflamatório está ocorrendo – e não a resposta inflamatória. Tanto clínica quanto patologicamente, dois tipos principais de inflamação são distinguidos: aguda e crônica. Podendo ser uma seqüela de uma inflamação aguda não resolvida, ou pode se desenvolver como tal, desde o início. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 23 REPARAÇÃO MUSCULAR Para entender todo este processo, é preciso à resposta inflamatória. Inflamação, ou resposta inflamatória, é a reação local do organismo, no nível tecidual, a um fator irritante. A inflamação tem três objetivos: 1- defender o organismo contra substâncias estranhas. 2- remover o tecido morto ou necrosado, de modo que a cicatrização possa acontecer 3- promover a regeneração do tecido normal. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES As lesões musculares podem ser classificadas de diversas maneiras: Quanto à gravidade em: leve ( grau I), moderada (grau II) e grave (grau III). Mesmo não existindo na literatura, podemos dividir na prática as lesões dependendo de cada caso em grau I para II e II para III e a laceração muscular. A laceração muscular é rara no esporte, sendo mais comum em acidentes automobilístico, causada por lesões penetrantes que seccionam o músculo. A cicatrização acontece por fibrose não funcional. O segmento muscular fica isolado da placa motora perdendo a sua inervação, perdendo a sua capacidade de contração. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 24 REGENERAÇÃO MUSCULAR O músculo tem uma alta capacidade de se regenerar. É geralmente aceito que os mecanismos envolvidos na cicatrização do músculo esquelético incluem a regeneração e reparo por meio da formação da cicatriz. • A capacidade para regeneração é determinada geneticamente, mas o sucesso da regeneração é determinado principalmente pelo tipo e pela extensão da lesão. Os processos celulares proliferativos nosquais ocorre formação de novas células musculares com grande atividade na síntese de proteínas como miofibrilas. LESÃO MUSCULAR EM CAMPO No meio esportivo, o quadro clínico dos atletas com lesão músculotendínea se caracteriza por dor, edema, calor, rubor, perda da solução de continuidade e perda da função. Subjetivamente o atleta pode referir a sensação como “levei uma pedrada na barriga da perna” ou levei um pontapé por trás, que são rotina na anamnese dos atletas com ruptura muscular. RETORNO Quando o atleta se lesiona, devemos ter em mente que o seu retorno aos treinamentos e as competições devam ocorrer de forma rápida, no entanto, não devemos nos esquecer que a saúde do atleta vem em primeiro lugar, e entender que mesmo a lesão muscular tem o seu tempo dependendo da gravidade. TRATAMENTO Para qualquer lesão ou condição, o processo de reabilitação pode ser dividido em três fases. Cada fase tem objetivos específicos e, apesar de haver período de tempo para cada fase, o avanço de uma fase para outra deve ser baseado no paciente, alcançando-se os objetivos prescritos, em vez de uma certa quantidade de tempo passado. O fisioterapeuta esportivo deve ter em mente que ele deve estar disposto a adaptar e modificar cada programa de exercício baseado na disposição clínica do atleta. Existe uma variedade de técnicas para se alcançar os objetivos clínicos e cinéticos funcionais. FASE 1 Na primeira fase da reabilitação: Controle da dor e dos sinais inflamatórios das estruturas do tecido moles envolvidas. O controle da dor e dos sinais inflamatórios permitirá ao atleta ser mais capaz de executar os exercícios de reabilitação. A restauração da ADM e da ADMA. O ganho precoce da ADM e ADMA permitirá ao atleta começar os exercícios de reabilitação isolados e funcionais. FASE 2 Na fase dois da reabilitação, uma vez que a dor e os sinais inflamatórios estejam controlados e ADM esteja normal, devemos: Focar no avanço da flexibilidade e do fortalecimento muscular. Além disso, não devemos esquecer do condicionamento cardiovascular e do treinamento proprioceptivo que devem ser incorporados nesta fase. Ainda nesta fase o atleta deve iniciar levemente o treinamento funcional, específico do esporte. FASE 3 A fase três é a fase do retorno ao esporte. Além disso, os exercícios avançados específicos do esporte devem ser implementado durante esta fase, com atenção especial à mecânica da atividade. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 25 CIÊNCIA EM PROL DO ESPORTE Com o avanço da terapia genética, os profissionais que lidam com esporte, mais especificamente com atletas de alto rendimento, não poderiam ficar alheios aos avanços e a contribuição que as novas pesquisas possam trazer para recuperar mais rápidos os atletas lesionados, principalmente quando se trata de lesão musculotendínea _____________________________________________________________________________________ Fisioterapia para atletas com lesão no ombro INTRODUÇÃO As lesões de Ombro são as mais frequentes em atletas ou não nas clínicas de fisioterapia e hoje respondem por cerca de 11 a 25% dos pacientes tratados nestes espaços. Para o fisioterapeuta esportivo que envolva o membro superior, exige um conhecimento aprofundado como abordar tais patologias do membro superior. O Ombro é a articulação mais recompensadora do corpo, porque, quando um movimento limitado ou doloroso e descoberto, o achado é bastante específico e com frequência indica a estrutura atingida. Função primária do complexo do ombro é posicionar a mão no espaço permitindo, ao individuo interagir com o ambiente e executar as funções motoras finas. A incapacidade de posicionar a mão resulta em redução profunda das capacidades de toda a extremidade superior. As funções secundárias do complexo do ombro incluem: 1- suspender o membro superior, 2- prover fixação suficiente para que ocorra o movimento da extremidade superior, 3- servir de como ponto de apoio para elevação do braço. Nos esportes competitivos, o ombro é sede frequente de lesões. Os atletas muitas vezes executam gestos esportivos que excedem os padrões dos limites fisiológicos dos mecanismos estáticos e dinâmicos do ombro, podendo acarretar uma variedade de lesões decorrentes de fadiga osteomuscular e ligamentar. Além disso, existem os traumas diretos ou indiretos na cintura escapular, principalmente nos esportes que priorizam o contato físico, que provocam lesões características. EPIDEMIOLOGIA No Brasil, a incidência de lesões no ombro não é muito diferente da encontrada na literatura. Na natação, segundo Cohen et al.,1999, a dor no ombro esteve presente em 63% dos nadadores brasileiros de elite. No atletismo, os arremessadores apresentaram cerca de 50% das lesões no nível do tronco e membros superiores. RITMO ESCAPULO-UMERAL A escápula move-se 1 grau por cada 2 graus de movimento do úmero. Ao completar-se a flexão do ombro, o movimento foi de 120 graus na articulação glenoumeral e de 60 graus entre a escápula e a parede torácica. É o movimento da escápula, em sincronia com os movimentos do úmero, permite 150º a 180º de amplitude de movimento no ombro para flexão ou abdução com elevação. Sua mobilidade varia consideravelmente entre indivíduos normais, mas geralmente se aceita que seja de 2:1(2 graus de movimentos glenoumeral para 1 grau de movimento escapular). O movimento primariamente inicia-se na articulação glenoumeral, enquanto a escápula tende a buscar uma posição estável. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 26 O movimento sincronizado da escápula permite que os músculos que movem o úmero mantenha uma boa relação de comprimento/tensão ao longo da atividade, assim ajuda a manter uma boa congruência articular do úmero em relação a cavidade glenóide. PRINCIPAIS MÚSCULOS DO RITMO ESCAPULO-UMERAL INSTABILIDADES DO OMBRO LUXAÇÃO ANTERIOR e INFERIOR LUXAÇÃO POSTERIOR LUXAÇÃO SUPERIOR LUXAÇÃO ANTERIOR e INFERIOR Compreende 85% dos casos Geralmente por trauma posterior ao ombro(raro) ou por mecanismo de queda ao solo acompanhado de movimentos rotacionais com o MS em Abdução e Rotação lateral(Lesão de Bankart). Atividades de bloqueio com grande rotação lateral concêntrica explosiva. Há perda da relação anatômica entre a cavidade glenóide e úmero, produz uma ruptura do lábio glenoidal comprometendo a cápsula articular. LUXAÇÃO POSTERIOR Ocorre de forma rara, geralmente ocasionada por epilepsia ou choque elétrico ou trauma direto provindo da região anterior, rompendo a capsula posterior. LUXAÇÃO SUPERIOR • Esse tipo é raro, pois para ocorrer a luxação, geralmente tem fratura do acrômio. LUXAÇÃO RECIDIVANTE Inicia-se pela luxação primária, geralmente sua etiologia é traumática, por desinserção do lábio (Lesão de Bankart). FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 27 TRATAMENTO O tratamento vai ser baseado no mecanismo de lesão. Inicia-se com tratamento conservador, caso não seja eficaz de 3 a 6 meses, deve ser indicado a cirurgia para restabelecer os padrões normais de movimento e iniciar a fisioterapia o quanto antes. Fortalecimento dos estabilizadores dinâmicos, ao fortalecimento muscular e analgesia com o ombro em atividade. Nos casos de atleta deve-se colocar exercícios provocativos, focando o treinamento da modalidade esportiva. Exercícios devem ser focados no complexo do ombro e cinturaescapular de forma global, especialmente o fortalecimento do manguito rotador, escapulares e deltoideanos sempre na linha horizontal evitando o impacto secundário. LESÕES SLAP As lesões em SLAP ou lesão Bíceps – Labial Superior. São alterações de origem traumática localizadas no lábio glenoidal Antero superior, tornando-se como referência a cabeça longa do bíceps. São lesões comumente em arremessadores. Tais alterações no lábio glenoidal alterariam a congruência articular do úmero a cavidade glenóide, influenciando na instabilidade do complexo do ombro. O quadro clínico se apresenta nos atletas com dor mal localizada, estalidos e disfunção para as atividades esportivas. O Encurtamento da cápsula posterior associado à hiperrotação externa da cabeça do úmero produzindo um rosqueamento do tendão bicipital tensionando sua inserção, normalmente envolve a desaceleração no ato do arremesso, na fase de finalização, quando o bíceps desacelera a extensão do cotovelo, provocando tração no lábio glenoidal anterossuperior. Pode ocorrer em traumas como queda com apoio da mão e o cotovelo estendidos e ombro abduzido (Lesão de Bankart). Rupturas totais ou parciais do manguito rotador, detectando através do teste de O´Brien. O teste de Speed (positivo), sugere lesão do tipo II anterior. 4 TIPOS DE LESÃO EM SLAP: 1- lábio superior com fibrilações, irregularidades e aspecto degenerativo, a inserção do bíceps é normal; 2- lábio superior desinserido da glenóide; 3- lábio superior com secção vertical junto à sua inserção no bíceps ( a porção lesada pode deslocar-se para a superfície articular, formando uma alça de balde); 4- lesão semelhante ao tipo III, porém com extensão para o bíceps. TRATAMENTO Exercícios em CCF na fase final do tratamento. Próxima etapa exercícios militares(ou funcionais) no plano da escápula. Normalmente tem melhor resposta a intervenção cirúrgica devido a ruptura do lábio. SÍNDROME DO IMPACTO Foi somente em 1972 a síndrome do impacto ou pinçamento foi descrita por NEER, com base na dissecação de cadáveres e na experiência clínico cirúrgica com idosos e pacientes não atletas. O conceito de Neer refere-se a degeneração progressiva do tendão do supraespinhoso devido a diminuição do túnel do supraespinhoso e consequentemente compressão do tendão contra o acrômio anterior e o arco coracoacromial. Neer definiu a síndrome do impacto em três estágios evolutivos, com severidade progressiva. Estágio I, comum em jovens, envolve edema e hemorragia do tendão do supraespinhoso; FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 28 Estagio II, que ocorre em indivíduos com idade entre 30 a 40 anos, engloba tendinite e fibrose do tendão; Estágio III, que acomete mais indivíduos com mais de 45 anos, evolui para ruptura do tendão. Atualmente, alguns autores dividem a dor relacionada à síndrome do impacto nos atletasem duas categorias: • Indivíduos com mais de 35 anos • Indivíduos com menos de 35 anos FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da síndrome do impacto nos atletas são controversas e multifatoriais; o principal fator soa os movimentos repetitivos associados às causas intrínsecas e extrínsecas do ombro do atleta. A síndrome do impacto subacromial pode ser primaria ou secundaria. A etiologia está relacionada às alterações do túnel do supraespinhoso quanto à forma do acrômio tipo III (ganchoso), a inclinação do acrômio mais achatado, o esporão acromial anterior exuberante (atletas de musculação) e a articulação acromioclavicular protuberante, podendo provocar diminuição do túnel do supraespinhoso e consequentemente pinçamento subacromial. FISIOPATOLOGIA Rathbun e Macnab demonstraram a importância da vascularização na inserção do músculo supraespinhoso. Existe uma área crítica de 1 cm de largura no tendão do supra –espinhoso e junto ao tubérculo maior do úmero, que torna-se hipovascular dependendo da posição do braço (rotação medial e adução, os vasos são pressionados). IMPORTANTE Este conhecimento é importante para o fisioterapeuta na hora de executar, por exemplo, o Ultra- som, seria interessante fazer com o braço em rotação externa e uma pequena abdução até 45°. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 29 A síndrome do impacto secundaria afeta principalmente atletas com menos de 35 anos de idade. A etiologia está relacionada a microtraumas de repetição em atletas arremessadores. Os microtraumas de repetição podem provocar alterações degenerativas no manguito rotador, e a sobre carga associada ao arremesso resulta em falha da fibra tendínea. QUADRO CLÍNICO O quadro clínico nas afecções do manguito rotador, inicialmente a dor aparecer após atividade física e melhora com repouso. Se persistir com o treinamento a dor torna-se continua fazendo com que o atleta perca desempenho nos treinamentos e nas competições. É importante avaliar as características da dor (intensidade, localização, tipo, periodicidade, fatores de piora, melhora ou associados). A dor noturna pode ser sugestiva de lesão do manguito rotador, sintomas associados com fraqueza e parestesia na extremidade afetada, podem sugerir instabilidade ou episódios da “síndrome do braço morto”. A amplitude de movimento deverá ser pesquisada ativa e passivamente, e ser comparada bilateralmente. Testes provocativos podem incluir: Teste de impacto de Neer; Teste do impacto de Hawkins-Kennedy; Teste de Jobb; Teste de Whiplle Teste de Geber Yocum Entre outros... ETIOLOGIAS 1-Cifose torácica aumentada 2-Alteração do ritmo escapulo umeral 3-hipertonia de peitoral maior e latíssimo do dorso 4-Hipertonia do deltóide médio e fraqueza do manguito rotador 5-Exercícios realizados de forma inadequada O mais importante é aplicação das técnicas de descompressão articular. Manipulativa Exercícios de Codman Tração articular Liberação Miofacial dos músculos encurtados. _____________________________________________________________________________________ Estratégias de Intervenção nas lesões do complexo Cotovelo no Esporte INSTABILIDADE ANTERO-MEDIAL O complexo ligamentar é composto por 3 porções: 2 anteromedial(quando o cotovelo fica em extensão máxima) e 1 posteromedial(quando é flexionado). Anteromedial: é a principal estabilização do complexo do cotovelo contra as forças de Valgismo.(30-120graus), quando ocorre o mecanismo de lesão da porção anteromedial, leva a uma instabilidade em Valgo, exceto a extensão completa, pois tem o bloqueio articular do olécrano. Contudo, a cabeça do rádio tem um papel importante na estabilização medial. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 30 ETIOLOGIA O mecanismo mais comum de lesão do complexo ligamentar medial do cotovelo é sua atenuação crônica, observado frequentemente em atletas arremessadores. Mas lesões pós traumáticas ocorrem com o cotovelo em extensão, combinando uma deformidade em valgo com rotação lateral do antebraço. Geralmente essas lesões agudas cicatrizam e dificilmente resultam em instabilidade. SINTOMATOLOGIA Dor a acima de 90° de ombro na região medial do cotovelo. Dor ao arremessar objetos(bolas, dardos, peso, sacar,cortar...) A dor ao final da extensão do cotovelo. Pode queixar de dor lateral pelo impacto da cabeça do rádio. Parestesia no trajeto do nervo ulnar (4 e 5º dedos da mão) em decorrência de inflamação do n. ulnar. Dor `a palpação do território do local onde se encontra o complexo ligamentar medial. Teste de estresse em valgo, geralmente é positivo TRATAMENTO O tratamento de início é conservador: Repouso relativo, evitando-se os movimentos que causam dor. Crioterapia Analgesia (TENS, Kinesiotape 0-25%) Posteriormente, indicamos exercícios de alongamento e fortalecimento dos flexopronadores. O tratamento cirúrgico é indicado na falha do tratamento conservador. Geralmente em certos grupos de trabalhadores braçais e atletas de arremesso de alto rendimento e que não conseguem se adaptar a mudanças no seu estilo de jogo, o que poderia prevenir a dor. EPICONDILITE O termo “epicondilite” descreve um padrão de dor de localização medial e lateral do cotovelo, com presença de tecido de granulação, degeneração angiofibroblástica, na microcospia e lesões parciais da musculatura flexora (epicondilite medial) e extensora (epicondilite lateral) EPICONDILITE LATERAL/ COTOVELO DE TENISTA/ TENIS ELBOW A fisiopatologia do complexo cotovelo tem como característica as microlesões internas na origem do tendão do extensor radial curto do carpo. A epicondilite lateral pode evoluir progressivamente devido à atividade de repetição, em quatro estágios: EPICONDILITE LATERAL Estágio I – reação inflamatória sem alteração patológica com a cura do tendão; Estagio II – tendinose e degeneração angiofibroblástica; Estagio III – tendinose com falha estrutural do tendão Estagio IV – fibrose e calcificação No esporte, em particular no tênis, a epicondilite lateral está relacionada ao movimento de “Backhand” apenas com uma das mãos, principalmente nos atletas recreacionais, às tensões de corda da raquete maiores que 58 libras, a empunhadura da raquete com diâmetros pequenos e às raquetes leves. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 31 O quadro clínico na fase aguda pode está presente na região lateral do cotovelo durante atividades físicas, com melhora após o término da atividade. Na fase crônica, a dor é continua limitando a atividade esportiva tanto nos treinos quanto nas competições. O diagnóstico é feito com o movimento de extensão do punho ou supinação resistida, que podem exacerbar a dor no epicôndilo lateral. As manobras clínicas, que podem por em evidencia o processo doloroso, são a teste provocativos de Cozen, Thosem ou Mill e a de extensão resistida do 3° dedo . EPICONDILITE MEDIAL/COTOVELO DE GOLFISTA A epicondilite medial está relacionada ao movimento de saque ou forehand no tênis e no golfe, bem como ao movimento do swing – por isso ela é chamada de golf elbow. A epicondilite medial é marcada pela dor sobre o epicôndilo medial, com irradiação para a musculatura flexora e pronadora. A dor é exacerbada com manobras resistidas de flexão do punho e pronação do antebraço. Na epicondilite medial, o diagnóstico diferencial é com a neurite do nervo ulnar e as lesões do ligamento colateral medial. O sinal de Tinel é um bom teste para avaliar a neurite do nervo ulnar e as manobras de estresse em valgo com o cotovelo em 30 graus de flexão. Há quem acredite que a epicondilite é um processo autolimitado e que, de modo geral, a maioria dos pacientes tem resolução espontânea dentro de 1 a 2 anos após o início da doença. No entanto, na literatura, não existe nenhum trabalho que sustente tal crença. TRATAMENTO DAS EPICONDILITES Existem varias propostas para o tratamento das epicondilites, desde o tratamento conservador até o tratamento cirúrgico. Dentro do tratamento cirúrgico (Verhaar et al.,1994) propôs cinco grupos: 1- Secção do extensor comum na sua origem; 2- Ressecção do tecido patológico e reparo do defeito; 3- Neurectomia e divisão da origem muscular; FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 32 4- Descompressão do nervo radial; 5- Procedimento intra-articular, como secção do ligamento orbicular e sinovectomia. Dentro do tratamento conservador, vários autores advogam o tratamento fisioterapêutico como sendo de alta resolução. Os objetivos da Reabilitação podem ser divididos em 4 fases: 1- Reduzir a sobrecarga, a dor e o edema; 2- Estimular a cicatrização tecidual e promover a flexibilidade; 3- Fortalecer e condicionar o membro superior; 4- Promover o retorno as atividades anteriores. TRATAMENTO Limitar a movimentação repetitiva e adequaçãodo equipamento esportivo. Massagem com gelo (criomassagem) Ultrassom, laser, fonoforese, iontoforese... Alongamento das estruturas envolvidas referente a cada epicondilite Fortalecimento moderado nas fases agudas e sub agudas, dando ênfase nos treinamentos excêntricos Exercícios funcionais e utilização de “Brace” ou Tape de forma preventiva _____________________________________________________________________________________ Estratégia de intervenção fisioterapêutica nas lesões do punho e mão no esporte INTRODUÇÃO A funcionalidade da articulação do ombro, do cotovelo e do punho é apenas dispositivos mecânicos que contribuem para um bom funcionamento da mão. O carpo ou punho representa uma estrutura anatômica altamente complexa, compreendendo uma estruturanúcleo de oito ossos, mais de 20 articulações radiocarpicas, intercarpicas e carpometacarpicas, 26 ligamentos intercarpais e seis ou mais partes do complexo do triângulo fibrocartilagíneo. Ao mesmo tempo em que essas estruturas podem ser anatomicamente diferenciadas, são funcionalmente interrelacionadas com o movimento em determinada articulação, tendo um efeito sobre o movimento das articulações adjacentes estendendo-se até o cotovelo. FUNCIONALIDADE A mão é responsável por cerca de 90% da função do membro superior. O polegar, envolvido em 40 a 50% da função da mão, é o dedo funcionalmente mais importante. O indicador, envolvido em cerca de 20%, é o segundo dedo mais importante, e o anular é o menos importante. O dedo médio, responsável por cerca de 20% de toda a função da mão, é o mais forte, sendo importante para as funções de precisão e força. NO ESPORTE... No esporte a mão e o punho são acometidos frequentemente por traumatismo em diversas modalidades esportivas, e com frequência afastando o atleta de treinamento e de competições, causando um desconforto em toda a comissão técnica e principalmente no atleta, Durante um tratamento de um trauma que acometa o punho e a mão, mesmo utilizando algum tipo de imobilização e mesmo que o atleta esteja em tratamento fisioterapêutico, o atleta deverá manter seu trabalho cardiovascular e ainda treinar todas as outras áreas não acometidas. FISIOTERAPIA ESPORTIVA Página | 33 Por que desse procedimento? Quanto maior o tempo de afastamento das atividades esportivas pior o estado psicológico, esse procedimento de manter o atleta treinando as áreas não-acometidas trás benefícios psicológicos importantes para o atleta, evitando o afastamento total de suas atividades e que fique longe do convívio dos colegas de equipe, quando este é atleta de esportes coletivos. Os fatores que contribuem para as lesões do punho e mão no esporte podem ser de origem gerada por um trauma agudo isolado, ocasionando uma fratura ou torção. Podem, ainda, ser consequência de ações repetidas, resultando em lesões por sobrecarga, como as tendinopatias. LESÕES DO COMPLEXO DA FIBROCARTILAGEM TRIANGULAR A função do complexo da fibrocartilagem triangular (CFCT) é dar suporte ao lado ulnar do punho e estabilizar a articulação radioulnar distal. No exame físico a dor está localizada
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