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• Hodiernamente vivemos uma crise de fundamentação e de legitimação dos Direitos Humanos, onde em nome 
da segurança jurídica e em nome da mundialização do capital e das esferas produtivas, direitos são desrespeita-
dos e não cumpridos. 
 
O que são Direitos Humanos? – conjunto de regras/direitos que materializam a DIGNIDADE HUMANA 
• Discute-se na doutrina a respeito da terminologia correta para designar os direitos essenciais a pessoa huma-
na: 
• Diferença entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais 
 
Direitos Fundamentais – Direitos Humanos – “Dignidade Humana” 
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, 
assinala o princípio da humanidade e da dignidade já no seu preâmbulo: 
Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-rente a todos os membros da família humana e de 
seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo (…). 
Conside-rando que as Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do homem, 
na dignidade e valor da pessoa humana (…). 
 
“Dignidade Humana” 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969, estabelece, em seu art. 11, § 1º, que “Toda pessoa 
humana tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade”. 
 
Constante do art. 1º, inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil, declara a dignidade da pessoa 
humana, o princípio da humanidade é descrito no art. 5º, incisos III e XLIX. A filosofia kantiana mostra que o ho-
mem, como ser racional, existe como fim em si, não simplesmente como meio; enquanto os seres desprovidos de 
razão têm um valor relativo e condicionado (ao de meios), eis porque são chamados de “coisas”; ao contrário, os 
seres racionais são chamados de pessoas, porque sua natureza já os designa como fim em si, ou seja, como algo 
que não pode ser empregado simplesmente como meio e consequentemente limita na mesma proporção o nosso 
arbítrio, por ser um objeto de respeito. E assim se revela como um valor absoluto, porque a natureza racional exis-
te como fim em si mesmo. 
• Conceitualmente, os direitos humanos são os direitos protegidos pela ordem internacional contra as violações 
e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. Por sua vez, os direitos fun-
damentais são afetos à proteção interna dos direitos dos cidadãos, os quais encontram-se positivados nos textos 
constitucionais contemporâneos. 
 
• LEGITIMAÇÃO 
O problema da legitimação dos Direitos Humanos encontra-se sustentada através da teoria política, que deu a 
questão da legitimidade uma dupla resposta, através da soberania popular e dos direitos humanos: 
a) O principio da soberania popular: 
b) os direitos humanos clássicos: 
Nesse tema (LEGITIMAÇÃO), questiona HABERMAS: Quais são os direitos fundamentais que cidadãos livres e 
iguais devem outorgar-se reciprocamente se querem regular legitimamente sua vida em comum através do direito 
positivo? 
 
FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
• A Fundamentação Jusnaturalista 
• A Fundamentação Histórica 
• A Fundamentação Ética 
• Tipos gerais de Direitos Humanos 
 
Antes de mais nada, é importante destacar que os direitos humanos não podem ser divididos, mesmo escritos em 
separado. Eles dependem uns dos outros. Valem para todas as pessoas do mundo. 
• Direitos civis – 
• Direitos políticos – 
• Direitos sociais - 
• Direitos culturais – 
• Direitos econômicos – 
• Direitos ambientais - 
 
Qual a diferença entre direitos e garantias? 
 
 
 
 
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade, nos termos seguintes . (Grifamos) 
 
ATENÇÃO 
Ressalte-se que garantias não podem ser confundidas com remédio constitucional!!! 
 
As principais características doutrinárias atribuídas aos Direitos Humanos fundamentais são: 
I) Historicidade - 
II) Universalidade – 
III) Inexauribilidade – 
IV) Imprescritibilidade – 
V) Inalienabilidade – 
VI) Irrenunciabilidade – 
XI) Complementaridade – 
 
(MP/Acre) São características dos direitos humanos a universalidade, a historicidade e a indivisibilidade 
 
(Defensoria Piauí) Os direitos fundamentais surgem todos de uma vez, não se originam de processo histó-
rico paulatino 
 
Direitos Humanos: Relativos ou Universais? 
 
Com o processo de internacionalização dos direitos humanos, compreendido como um fenômeno do pós-guerra - 
de 1945 em diante - houve a necessidade premente de se formalizar, em diversas cartas, declarações e pactos 
internacionais, um rol mínimo de direitos, individuais e coletivos, que os Estados e as Organizações Internacionais 
se comprometem a respeitar, manter e promover. 
Pela adoção do novo paradigma, o qual situa a tutela dos direitos humanos como tema de legítimo interesse inter-
nacional, foi necessário restringir o conceito de soberania estatal, a qual se caracterizava, até então, por sua natu-
reza ilimitada. SOBERANIA 
Para os adeptos do relativismo cultural é impossível afirmar que os assim denominados “direitos humanos” te-
nham uma conotação unívoca e universal para todos os povos e em todas as localidades do planeta. 
 
Este argumento é Filosófico: 
A concepção universalista, notadamente demarcada a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 
1948, oferece como contra-argumentos à crítica relativista, os seguintes: 
a) 
b) 
c) 
 
UM NOVO PARADIGMA: MULTICULTURALISMO 
Boaventura de Sousa Santos entende que ao se conceber os direitos humanos como universais, os mesmos ten-
derão a proceder como localismo globalizado, isto é, um tipo de globalização top-down. Esta operação pode acar-
retar um choque cultural sem precedentes, o qual, inclusive, já fora alvo de críticas pelos relativistas ao assevera-
rem que o ocidente busca impor seus valores aos demais povos. 
 
ATENÇÃO! 
 
O sociólogo da Universidade de Coimbra afirma que a noção de direitos humanos deve ser revista para uma 
perspectiva multicultural de modo a abarcar uma operação de baixo pra cima ou contra-hegemônica. 
“O multiculturalismo, tal como eu entendo, é pré-condição de uma relação equilibrada e mutuamente potenciadora 
entre a competência global e a legitimidade local, que constituem os dois atributos de uma política contra-
hegemônica de direitos humanos no nosso tempo. (..) Nesse domínio, a tarefa central da política emancipatória do 
nosso tempo consiste em transformar a conceptualização e prática dos direitos humanos de um localismo globali-
zado num projecto cosmopolita.” 
 
(Defensoria Pública União) Os documentos das Nações Unidas que tratam dos direitos políticos das mulheres 
determinam que elas devem ter, em condições de igualdade, o mesmo direito que os homens de ocupar e exercer 
todos os postos e todas as funções públicas, admitidas as restrições que a cultura e a legislação nacionais impo-
nham. 
 
 
 
 
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ATENÇÃO! 
 
Agora vamos adentrar na Evolução Histórica dos Direitos Humanos 
 
A evolução histórica dos direitos inerentes à pessoa humana também é lenta e gradual. Não são reconhecidos ou 
construídos todos de uma vez, mas sim conforme a própria experiência da vida humana em sociedade, por isto é 
de extrema importância, para entender seu significado atual compreender como eles foram observados em eras 
passadas 
 
Norberto Bobbio afirma que: 
“Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas 
circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos
de mo-
do gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.” 
 
A Grécia Antiga também lançou bases para o reconhecimento dos direitos humanos, sendo que sua primeira co-
laboração foi no sentido de colocar a pessoa humana como centro da questão filosófica, ou seja, passou-se de 
uma explicação mitológica da realidade para uma explicação antropocentrista possibilitando então refletir sobre a 
vida humana. 
 
Direitos Humanos na Antiguidade Clássica. 
 
OS SOFISTAS: 
Sócrates, Platão e Aristóteles nutrem ódio pelos sofistas, dentre outros, pelos seguintes motivos: 
a) 
b) 
c) 
 
• Na Grécia começa-se a surgir a idéia de um direitos natural superior ao direito positivo, pela distinção entre lei 
particular sendo aquela que cada povo da a si mesmo e lei comum que consiste na possibilidade de distinguir 
entre o que é justo e o que é injusto pela própria natureza humana 
• O próprio Aristóteles afirma ser o homem um animal político, ou seja: que se relaciona com os demais, que 
está integrado a uma comunidade, podendo alguns inclusive participar do governo da cidade. 
• Os estóicos colaboraram com o reconhecimento de direitos inerentes a própria condição humana ao defende-
rem uma liberdade interior inalienável a do pensamento que se encontra em todas as pessoas 
• Em Roma clássica também existiu o ius gentium que atribuía alguns direitos aos estrangeiros embora em 
quantidade inferior aos dos romanos e a própria possibilidade de participação do povo nos assuntos da cidade 
serviram de limitação para o exercício do poder político. 
 
CRISTIANISMO 
O surgimento do cristianismo também lançou bases para os reconhecimentos dos direitos humanos ao limitar o 
poder político, através da distinção entre o que é de “César” e o que é de “Deus” 
 
Direitos Humanos na Idade Medieval. 
A sociedade medieval foi caracterizada pela descentralização política, ou seja, a existência de vários centros de 
poder, pela influência do cristianismo e pelo feudalismo 
A partir da segunda metade da Idade Média começa-se a difundir documentos escritos reconhecendo direitos a 
determinados estamentos, a determinadas comunidades, nunca a todas as pessoas, principalmente através de 
forais ou cartas de franquia. 
 
A Magna Carta (expressão em latim que significa “Grande Carta”) foi o primeiro documento a colocar por escrito 
alguns direitos do povo inglês. Seu nome completo é “Grande carta das liberdades ou concórdia entre o rei João e 
os barões para a outorga das liberdades da Igreja e do reino inglês”. O rei João sem Terra, da Inglaterra, a ass i-
nou em 15 de junho de 1215. 
 
Atenção! 
A Magna Carta tratou essencialmente dos direitos dos barões e da Igreja Católica, livrando-os da ingerência do 
monarca. Contudo, também garantiu o direito das mulheres e das crianças herdarem propriedades. Estabeleceu 
que ninguém podia ser punido por um crime antes de ser legalmente condenado como culpado. 
 
 
 
 
 
 
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O professor Dalmo de Abreu Dallari destaca que: 
“No final da Idade Média, no século XIII, aparece a grande figura de Santo Tomás de Aquino, que, tomando a 
vontade de Deus como fundamento dos direitos humanos, condenou as violências e discriminações, dizendo que 
o ser humano tem direitos naturais que devem ser sempre respeitados, chegando a afirmar o direito de rebelião 
dos que forem submetidos a condições indignas.” 
Na Idade Média São Tomás de Aquino ressaltou a dignidade e igualdade do ser humano por ter sido criado a 
imagem e semelhança de Deus e distinguindo quatro classes de lei: 
 
Direitos Humanos na Idade Moderna. 
A descentralização política, o predomínio do magistério da Igreja Católica, o estilo de vida feudal, que caracteriza-
ram a idade média, deixam progressivamente de existir, dando azo para a criação de uma nova sociedade: 
 
Embora tenha ocorrido certo avanço, neste período, não se pode falar ainda em direitos considerados universais 
 
As Revoluções Inglesa, Americana e Francesa. 
É fundamental reconhecer a importância das Revoluções inglesa, americana e francesa para o reconhecimento de 
direitos inerentes a pessoa humana 
 
INGLATERRA 
1679 – Habeas Corpus Act 
 
Inglaterra 
Também conhecida como Segunda Revolução Inglesa, a “Revolução Gloriosa” foi um movimento revolucionário 
de caráter pacífico, ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1688 e 1689. 
 
A Revolução Gloriosa, esta vinculada a própria evolução histórica de reconhecimento de direitos aos ingleses e de 
limitação do poder real que ocorria, desde a Carta Magna sendo, portanto, uma evolução pragmática, uma conti-
nuação de conquistas anteriores 
 
O Bill of Rights de 1689, reconheceu alguns direitos ao indivíduo o direito de liberdade, o direito a segurança e o 
direito a propriedade privada, direitos estes que já haviam sido consagrados em outros documentos, entretanto 
como eram constantemente violados pelo poder real foram recordados na esperança de que desta fez fossem 
respeitados. 
 
O Professor Fabio Konder Comparato afirma que: 
• “A Revolução Inglesa apresenta, assim, um caráter contraditório no tocante as liberdades públicas. Se, de um 
lado, foi estabelecida pela primeira vez no Estado moderno a separação de poderes como garantia das liberdades 
civis, por outro lado essa fórmula de organização estatal, no Bill of Rights, constituiu o instrumento político de im-
posição, a todos os súditos do rei da Inglaterra, de uma religião oficial.” 
 
Declarações americanas 
Em 1765 os colonos americanos, devido a várias imposições fiscais impostas pela metrópole, reuniram-se tentan-
do impugna-las, com nítida influência da no taxation without representation, reivindicando o mesmo direito que os 
súditos da matriz possuíam, procurando criar uma confederação, encabeçada pelo Monarca e com uma assem-
bléia representativa para cada unidade federada, portanto inicialmente os colonos queriam continuar sob a prote-
ção inglesa, entretanto esta solução não foi possível dificultando cada vez mais a relação entre a Inglaterra e a 
América 
 
Em 1773, na cidade de Boston, um grupo de 300 pessoas lançou ao mar caixas contendo chá devido em protesto 
pelos impostos instituídos pela Coroa britânica sobre produtos nativos. Em 1774 criou-se um exército comum en-
tre as colônias demonstrando que o respeito a Metrópole estava cada vez mais frágil abrindo caminho para a In-
dependência. 
 
Em 1776 é elaborada a Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia afirmando que todos os seres humanos 
são livres e independentes, possuindo direitos inatos, tais como a vida, a liberdade, a propriedade, a felicidade e a 
segurança, registrando o início do nascimento dos direitos humanos na história 
 
Em quatro de julho de 1776 é elaborada a Declaração de Independência dos Estados Unidos ressaltando que 
todos os homens são iguais perante Deus e que este lhes deu direitos inalienáveis acima de qualquer poder políti-
 
 
 
 
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co, citando a vida, a liberdade, a busca pela felicidade e relacionando uma série de abusos cometidos pelo Rei da 
Inglaterra, explicando os motivos da separação política. 
 
Em 26 de agosto de 1789, que surge a mais importante e famosa declaração de direitos fundamentais, 
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a qual foi marcada pela universalidade dos direitos consagra-
dos, e que “[...] afirma solenemente que qualquer sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos 
fundamentais nem estabelecida a separação dos poderes não tem constituição” 
Os direitos humanos ganharam nas últimas décadas especial atenção da sociedade e dos meios interna-
cionais e já se encontram incorporados ao pensamento jurídico do século XXI. Estudiosos da matéria sus-
tentam que o seu fundamento filosófico e a justificativa estão ligados a movimentos históricos, políticos e 
jurídico-sociais que marcaram a história
da humanidade. Nessa perspectiva, as primeiras declarações de 
direitos humanos incluem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, na França, com a Queda da 
Bastilha no século XIX. 
 
Embora existam diferenças, tanto a Declaração Francesa quanto as americanas contribuiram com o surgimento 
do Estado de Direito e com a constitucionalização dos direitos inerentes à pessoa humana. 
Por fim destaca-se a importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem, datada de 10 de dezembro de 
1948, quando aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas 
 
(DEFENSOR PÚBLICO – FCC / DPE-SP) 
“Se há um direito humano à vida e à integridade física, como se pode aceitar então, com anuência, que as 
intervenções militares ocidentais matem mais pessoas inocentes que as atrocidades dos ditadores e dos 
terroristas? Os EUA, é o que se diz, utilizam os direitos humanos apenas como pretexto para os interesses 
totalmente profanos do poder e da economia; não lhes interessa a situação jurídica da população, mas 
apenas o petróleo. 
(...)E por isso, assim prossegue o argumento, há dois pesos e duas medidas: em toda parte onde os deten-
tores do poder se destacam pelo bom comportamento, deixando por exemplo que os bombardeiros norte-
americanos estacionem em seus territórios (como na Turquia, provavelmente, ou na Arábia Saudita), a 
autonomeada polícia mundial ocidental não há de objetar nada contra a pilhagem, a perseguição e a cha-
cina de grupos inteiros da população ou contra as condições ditatoriais." 
 
(KURZ, Robert. Paradoxos dos direitos humanos. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 mar. 2003. Caderno 
Mais!, p. 9-11) 
O excerto acima é relacionado ao: 
 
A) Multiculturalismo dos direitos humanos. 
B) Universalismo de confluência dos direitos humanos. 
C) Imperialismo dos direitos humanos. 
D) Relativismo dos direitos humanos. 
E) Universalismo dos direitos humanos. 
 
Gerações de Direitos Humanos 
Alguns doutrinadores têm dissentido a respeito da terminologia mais correta para se denominar o evento de evo-
lução histórica dos direitos fundamentais, e isto acontece principalmente entre as expressões gerações e dimen-
sões. 
 
Direitos humanos de primeira geração: 
Os direitos humanos de primeira geração são resultantes, principalmente, da Declaração Francesa dos direitos do 
Homem e do Cidadão e da Constituição dos Estados Unidos da América de 1787, que surgiram após o confronto 
entre governados e governantes: é dizer, da insatisfação daqueles com a realidade política, econômica e social de 
sua época, e que resultou nessas afirmações dos direitos de indivíduos em face do poder soberano do Estado 
absolutista 
 
 Direitos humanos de segunda geração: 
Os direitos políticos e sociais, que exigiam uma intervenção direta do Estado, para ver-se concretizados, com a 
passagem da consideração do indivíduo singular, primeiro sujeito a quem se atribuiu direitos naturais, para grupos 
de sujeitos, sejam famílias, minorias étnicas ou até mesmo religiosas. Os direitos sociais ou prestacionais, como o 
direito à saúde, configuram, assim, um dos elementos que marcaram a transição do constitucionalismo liberal para 
o constitucionalismo social, direitos que impõem, determinam ou exigem do Estado enquanto ente propiciador da 
 
 
 
 
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liberdade humana, não mais aquela atividade negativa, de restrição de sua atuação, mas uma ação positiva, atra-
vés de uma efetiva garantia e eficácia do direito fundamental prestacional 
 
Os direitos de segunda geração ou dimensão relacionam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas, 
assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano. A Revolução Industrial foi o grande marco dos 
direitos de segunda geração, a partir do século XIX, implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos 
sociais (essenciais básicos: alimentação, saúde, educação etc.). 
 
De segunda geração: 
 
Direitos humanos de terceira geração: 
À par das dificuldades e das conquistas decorrentes da diuturna luta social pelo reconhecimento e pela eficácia 
dos direitos civis e políticos, de primeira geração, e dos direitos econômicos, sociais e culturais, direitos de segun-
da geração, outros valores, até então não tratados como prioridade na sociedade ocidental, foram colocados na 
pauta de discussão em período posterior ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Referidos valores, para 
serem efetivados, exigiam soluções inovadoras que só o reconhecimento de direitos de estirpe diversa dos já po-
sitivados poderia satisfazer. Estes novos direitos passaram, assim, a serem alcunhados de direitos de terceira 
geração. 
 
Direitos de terceira geração: 
 
A TEORIA GERACIONAL DE KAREL VASAK 
A teoria das gerações foi desenvolvida por Karel VASAK, em 1979 
 
 
 
Direitos humanos de quarta geração: 
Há doutrinadores, ainda, que reconhecem a existência de uma quarta geração ou dimensão de direitos humanos, 
que se identificariam com o direito contra a manipulação genética, direito de morrer com dignidade e direito à mu-
dança de sexo, todos pensados para o solucionamento de conflitos jurídicos inéditos, novos, frutos da sociedade 
contemporânea. 
 
Direitos humanos de quinta geração: 
Os direitos humanos da quinta geração 
No entanto, os direitos que por essa geração são reconhecidos, quais sejam, a honra, a imagem, enfim, os “direi-
tos virtuais” que ressaltam o princípio da dignidade da pessoa humana, decorrem de uma era nova e contemporâ-
nea, advinda com o exacerbado desenvolvimento da Internet nos anos 90. 
 
ATENÇÃO! 
 
(PROCURADOR DO TRABALHO – MPT) Assinale a alternativa INCORRETA: 
 
 
 
 
 
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A) A Declaração do Milênio das Nações Unidas reforça o dever dos Estados de administrar os desafios globais de 
forma solidária, em um modo que distribua custos e responsabilidades, de acordo com os princípios básicos da 
igualdade e justiça social. Aqueles que sofrem, ou menos beneficiados, merecem ajuda daqueles que mais se 
beneficiam. 
B) Direitos de primeira geração são direitos que resultaram da influência do socialismo, voltados ao bem-estar 
social, como o direito ao trabalho, à saúde e à educação. 
C) Os direitos sociais destinam-se a propiciar aos indivíduos a participação no bem-estar social, apresentando 
uma dimensão positiva, que enseja o dever do Estado de propiciar estes direitos, não apenas de abster-se de 
intervir. 
D) Consoante a Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Povos Indígenas, os indivíduos e povos indíge-
nas têm o direito de desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no direito trabalhista internacional e 
nacional aplicável. 
 
B) Direitos de primeira geração são direitos que resultaram da influência do socialismo, voltados ao bem-
estar social, como o direito ao trabalho, à saúde e à educação. 
 
A Carta das Nações Unidas 
A Organização das Nações Unidas nasceu de uma evidente necessidade como um meio de melhor arbitrar os 
conflitos internacionais e mediar as negociações de paz do que aquela propiciada pela antiga Liga das Nações. A 
Segunda Guerra Mundial, então no auge, tornou-se o motivo fundamental para que Estados Unidos, Grã Bretanha 
e União Soviética começassem a formular as bases do viria a ser a ONU. Naquele momento, a Declaração das 
Nações Unidas, assinada em janeiro de 1942 por 26 países, expressava um ato formal de oposição às potências 
do Eixo: Alemanha, Itália e Japão. 
 
Os princípios da Carta das Nações Unidas foram primeiramente formulados na Conferência de São Francisco que 
se reuniu em 25 de abril de 1945. Encabeçada pelo presidente norte-americano Franklin Roosevelt, que viria a 
falecer poucos dias antes da abertura, pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill e pelo chefe de governo 
soviético Joseph Stalin, e assistida por representantes de 50 nações, inclusive 9 Estados europeus continentais,
21 repúblicas norte, centro e sul americanas, 7 Estados do Oriente Médio 5 nações da Comunidade Britânica e 2 
repúblicas soviéticas – além da própria União Soviética - , 2 nações do Oriente asiático e 3 Estados africanos a 
conferência estabeleceu uma estrutura para a nova organização internacional para: "salvar as gerações futuras do 
flagelo da guerra; reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais; criar as condições sob as quais a justiça e o 
respeito às obrigações emanadas de tratados e outras fontes do direito internacional possam ser mantidos; pro-
mover o progresso social e melhores padrões de vida num cenário de maior liberdade.” 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) 
Em 1948, a nova Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas tinha captado a atenção mundial. Sob a 
presidência dinâmica de Eleanor Roosevelt, a viúva do presidente Franklin Roosevelt, uma defensora dos direitos 
humanos por direito próprio e delegada dos Estados Unidos nas Nações Unidas, a Comissão elaborou o rascunho 
do documento que viria a converter–se na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Roosevelt, creditada com 
a sua inspiração, referiu–se à Declaração como a Carta Magna internacional para toda a Humanidade. Foi adota-
da pelas Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948. 
 
Tecnicamente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem é uma recomendação, que a Assembléia 
Geral das Nações Unidas faz aos seus membros. 
 
A Declaração abre-se com a proclamação dos três princípios axiológicos fundamentais em matéria de 
direitos humanos: 
 
Traço marcante da Declaração Universal de 1948 é a afirmação da democracia como único regime político 
compatível com o pleno respeito aos direitos humanos 
 
É de se assinalar, finalmente, o reconhecimento, no artigo XXVIII, do primeiro e mais fundamental dos 
chamados direitos da humanidade: 
 
O princípio da solidariedade está na base dos direitos econômicos e sociais, que a Declaração afirma nos 
artigos XXII a XXVI. Trata-se de exigências elementares de proteção às classes ou grupos sociais mais 
fracos ou necessitados: 
 
a) 
 
 
 
 
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9 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
A Organização Internacional do Trabalho, em particular, tem desenvolvido por meio de convenções os 
vários direitos do trabalhador declarados no artigo XXIII. 
 
Eficácia vertical e horizontal dos Direitos Humanos 
O tema da eficácia das normas constitucionais é algo que se discute há muito na doutrina brasileira. Alguns dos 
mais renomados juristas do século passado, como Ruy Barbosa, Pontes de Miranda e José Afonso da Silva, den-
tre outros, dedicaram-se ao estudo do tema, sobre o qual elaboraram suas teorias 
 
Eficácia vertical dos direitos humanos: 
 
Eficácia horizontal dos direitos humanos (ou Drittwirkung): 
EFICÁCIA HORIZONTAL - Leading Case – “Caso Lüth” julgado pelo Tribunal Constitucional alemão (1958) 
 
O alemão Veit Harlan era um produtor de cinema. Ganhava a vida fazendo filmes. E dirigiu, nos anos 50, um ro-
mântico filme chamado “Amada Imortal”. O problema todo era o histórico do cineasta. No auge do nazismo, Veit 
Harlan havia sido nada menos do que o principal responsável pelos filmes de divulgação das idéias nazistas, es-
pecialmente por força do filme Jud Süß (1941), considerado como uma das mais odiosas e negativas representa-
ções dos judeus no cinema. 
Antes do lançamento do filme “Amada Imortal”, vários judeus de prestígio e de influência na mídia alemã resolve-
ram boicotá-lo, ainda que o filme não tivesse nada que lembrasse o nazismo ou o anti-semitismo. 
À frente do boicote, estava Eric Lüth, um judeu que presidia o Clube de Imprensa. Ele escreveu um pesado mani-
festo contra o cineasta, conclamando os “alemães decentes” a não assistirem ao filme. Diante disso o filme foi um 
fracasso de bilheteria.Veit Harlan, juntamente com os empresários que estavam investindo no filme, ingressaram 
com ação judicial alegando que a atividade de Eric Lüth violava o Código Civil alemão. Sustentaram que todo 
aquele que causa prejuízo deve cessar o ato danoso e reparar os danos causados. A tese prevaleceu em todas 
as instâncias ordinárias. 
Eric Lüth não se conformou recorrendo para a Corte Constitucional alemã. A Corte Constitucional alemã percebeu 
e, a partir deste caso, desenvolveu alguns conceitos que atualmente são pilares da teoria dos direitos fundamen-
tais, como por exemplo: 
 (a) 
 (b) 
 (c) 
 
Robert Alexy destaca três ideias que moldaram o Direito Constitucional com essa decisão: 
“A primeira idéia foi a de que a garantia constitucional de direitos individuais não é simplesmente uma garantia dos 
clássicos direitos defensivos do cidadão contra o Estado. Os direitos constitucionais incorporam, para citar a Corte 
Constitucional Federal, ‘ao mesmo tempo uma ordem objetiva de valores’. Mais tarde a Corte fala simplesmente 
de ‘princípios que são expressos pelos direitos constitucionais’. Assumindo essa linha de raciocínio, pode-se de 
dizer que a primeira idéia básica da decisão do caso Lüth era a afirmação de que os valores ou princípios
 
dos 
direitos constitucionais aplicam-se não somente à relação entre o cidadão e o Estado, muito além disso, à ‘todas 
as áreas do Direito’. 
(...) É precisamente graças a essa aplicabilidade ampla que os direitos constitucionais exercem um “efeito irradian-
te”
 
sobre todo o sistema jurídico. Os direitos constitucionais tornam-se onipresentes (unbiquitous). A terceira 
idéia encontra-se implícita na estrutura mesma dos valores e princípios. Valores e princípios tendem a colidir. Uma 
colisão de princípios só pode ser resolvida pelo balanceamento. A grande lição da decisão do caso Lüth, talvez a 
mais importante para o trabalho jurídico cotidiano, afirma, portanto, que: “Um ‘balanceamento de interesses’ torna-
se necessário” 
 
No Brasil temos o Recurso Extraordinário 201.819 
Uma associação de músicos deliberou pela exclusão de um associado. Este ingressou em juízo argumen-
tando que sua exclusão havia sido sumária 
STF destacou que: As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o 
cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. 
Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes 
públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. 
 
 
 
 
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Eficácia diagonal: 
 
TRT - 21ª Região (RN) 
As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o 
Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado (fenô-
meno conhecido como eficácia horizontal dos direitos fundamentais); 
 
Teoria dos Limites (limitação) 
 
Os direitos fundamentais não são direitos ilimitados ou ilimitáveis. 
A primeira questão a considerar, neste âmbito, será a da restrição aos direitos fundamentais. 
Por vários fatores, a normalidade de um Estado pode ser posta em causa - nestas situações extremas, a 
questão que se coloca é: Em que medida o Direito pode intervir para garantir a gestão adequada dessas 
circunstâncias excepcionais e o retorno à normalidade? Pode o Direito aceitar que o exercício dos direitos 
fundamentais seja afetado, permitindo a sua suspensão? 
 
A limitação dos direitos fundamentais é realizada essencialmente pelos poderes públicos. 
Os parâmetros de limitação de um direito podem estar expressos no texto constitucional ou serem extraí-
dos do sistema constitucional 
 
Limites Imanentes 
Os limites imanentes, também denominados de intrínsecos, podem ser compreendidos como fronteiras fincadas 
voltadas para a proteção dos direitos fundamentais definidas pela própria norma constitucional 
 
Limites dos Limites 
A teoria dos limites
dos limites surge da ideia segundo a qual os direitos fundamentais nasceram como forma de 
limitar o poder Estatal. Contudo, o Estado, através do Poder legislativo, pode restringir as referidas prerrogativas, 
porém de forma limitada. 
 
Colisão entre Direitos 
É comum situações nas quais se vislumbra a colisão concreta entre direitos fundamentais igualmente reconheci-
dos no plano abstrato. 
 
Globalização e Direitos Humanos 
O mundo globalizado torna a defesa dos direitos humanos uma atividade complexa, multidisciplinar, multisetorial e 
principalmente de interesse nacional e internacional. Os direitos humanos, a partir da década de noventa, indiscu-
tivelmente, foram alçados a posição de importante tema no debate acadêmico e político nacional e internacional. 
O final da Guerra Fria – e o fim do condicionamento ideológico do tema – e o processo de globalização abriram 
espaço, ainda que relativo, para a dimensão da efetividade. Foi justamente este o objetivo inicial da Conferência 
de Viena, organizada pelas Nações Unidas (ONU) em 1993 
 
Entretanto, após o clima de otimismo do imediato pós-Viena, percebeu-se que os direitos humanos ainda 
permaneciam ameaçados por muitos fatores. Tanto fatores antigos, tais como políticas de poder, arbítrio 
autoritário, preconceitos e exploração econômica, quanto por “novos”, como os “efeitos colaterais” da 
globalização econômica. 
O processo de globalização gerou inegavelmente um aumento dos marginalizados, tornou o trabalho não-
especializado descartável, gerou o desemprego estrutural, barateou desumanamente a mãode-obra (recru-
tada fora do espaço nacional ou na absorção problemática de imigrantes), desmontou a seguridade social 
nos países ricos, criou uma dependência sufocante do capital volátil nos países pobres, além de ter ope-
rado uma transferência das competências estatais para o âmbito privado. 
A globalização expôs um paradoxo entre soberania e direitos humanos. Isso porque ao mesmo tempo em 
que a soberania dificulta o avanço dos direitos humanos, ela, no estágio atual, muito em decorrência da 
globalização, se faz necessária para a defesa dos ataques promovidos pela globalização contra a cidada-
nia e os direitos humanos. 
 
Outra Crítica: 
O entusiasmo inicial após a Conferência de Viena foi logo reprimido pelo contexto internacional, o qual 
demonstrou o insucesso do evento para aquilo que ele mais se propôs: efetivar os direitos humanos sob o 
princípio da indivisibilidade. 
 
 
 
 
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Princípios que regem as relações internacionais do Brasil. Artigo 4° da República Federativa do Brasil comen-
tado. 
Art. 4°- A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I- independência nacional; 
II- prevalência dos direitos humanos; 
III- autodeterminação dos povos; 
IV- não-intervenção; 
V- igualdade entre os Estados; 
VI- defesa da paz; 
VII- solução pacífica dos conflitos; 
 
(...) VIII- repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X- concessão de asilo político. 
Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos 
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
• Independência nacional: 
• Prevalência dos direitos humanos: 
• Autodeterminação dos povos: 
• Não-intervenção: 
• Igualdade entre os Estado: 
• Defesa da paz: 
• Solução pacífica dos conflitos: 
• Repúdio ao terrorismo e ao racismo: 
• Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: 
• Concessão de asilo político:

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