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Nacionalidade: Conceito, Espécies e Aquisição

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RESUMOS
Nacionalidade
Conceito, espécies de nacionalidades, distinções entre brasileiro
nato e naturalizado, hipóteses de perda de nacionalidade,
reaquisição da nacionalidade brasileira.
Revisão geral. Este material não sofreu novas alterações até esta data. (23/set/2013)
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Conceito
Nacionalidade é o vínculo jurídico político que estabelece uma ligação entre um
determinado indivíduo e um determinado Estado. Tal situação faz com que este
indivíduo passe a fazer parte do povo daquele país e, como consequência, usufrua
dos direitos e sujeite-se aos deveres provenientes dele.
Segundo Pontes de Miranda: “a nacionalidade faz da pessoa um dos elementos
componentes da dimensão do Estado”.
Espécies 
A nacionalidade é dividida em duas espécies: a nacionalidade primária ou originária
e a nacionalidade secundária ou adquirida.
A nacionalidade primária é involuntária, sendo imposta de maneira unilateral pelo
Estado ou pelo nascimento, sendo assim independe de sua vontade. A
involuntariedade está ligada ao fato de cada Estado estabelecer normas diferentes
para conceder a nacionalidade àqueles que nascem sob seu governo. Nesse sentido,
existem dois critérios adotados para a de�nição da nacionalidade: o ius sanguinis e o
ius solis. No primeiro, a nacionalidade é determinada pelo laço de consanguinidade,
ou seja, pela ascendência, não considerando para a aquisição o local do nascimento.
Tal critério é muito utilizado em países de emigração, para que não se perca o
vínculo com os descendentes. 

DIREITO CONSTITUCIONAL | 16/MAI/2008
  
 
No segundo caso, critério da territorialidade, é o local do nascimento do indivíduo
que determina a sua nacionalidade sem levar em consideração sua descendência. Tal
critério é muito utilizado em países de imigração (países novos), pois, assim, os
descendentes dos imigrantes passam a constituir o povo deste Estado recém
formado.
A nacionalidade secundária, ao contrário da primária, é voluntária, posto que é
adquirida pela naturalização (ato de vontade da pessoa), que pode ser requerida em
razão do casamento, por exemplo. Os requisitos para aquisição da nacionalidade
varia de acordo com as regras de cada Estado e, por isso, é possível a existência de
polipátridas (pessoas com mais de uma nacionalidade) e apátridas (pessoas sem
nacionalidade). Assim, o �lho de um italiano com uma japonesa, nascido no Brasil
terá três nacionalidades, posto que a Itália e Japão adotam o "jus sanguinis", ao
passo que o Brasil adota o "jus soli".
Brasileiro nato - Aquisição da nacionalidade originária brasileira
Levando-se em consideração o fato do Brasil ser um país de grande imigração,
adotou-se o critério de territorialidade, ou seja, o ius solis para a aquisição da
nacionalidade brasileira. Sendo assim, quem nasce em território brasileiro é assim
considerado, mesmo que aqui esteja de maneira transitória e ilegal. A Constituição
Federal prevê, em seu artigo 12, determinadas ocasiões especiais em que as pessoas
também são consideradas brasileiros natos. Vejamos:
"a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país" - neste caso um dos pais deve
estar a serviço de seu país de origem, ou seja, se o estrangeiro tiver um �lho em
território brasileiro e estiver a serviço de outro país (americano a serviço da Itália,
por exemplo) a criança ainda assim será considerada brasileira nata. Cabe ressaltar
também que, se um dos pais for brasileiro, mesmo que o outro esteja a serviço do
país de origem, a criança também será brasileira, já que a exceção exige que os dois
tenham nacionalidade de outro país.
"b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil" - assim, a criança
será considerada brasileira nata independente de qualquer providência.
"c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira" - neste caso, o critério adotado para aquisição da
nacionalidade é o "jus sanguinis". Em muitos casos não há possibilidade da pessoa
permanecer com mais de uma nacionalidade, então deverá declarar a vontade de
optar pela brasileira, sendo que tal opção pode ser feita a qualquer tempo e somente
poderá ser manifestada pelo interessado (caráter personalíssimo). Nesta situação, a
nacionalidade é gerada no momento em que a pessoa passa a residir no Brasil e,
atingida a maioridade, a opção torna-se condição suspensiva da nacionalidade e
ocorre em processo de jurisdição voluntária, com sentença com efeito "ex tunc".
Brasileiro naturalizado - aquisição secundária da nacionalidade brasileira
Como já mencionado anteriormente, a forma para aquisição da nacionalidade
secundária é a naturalização, dependendo tanto da manifestação de vontade do
interessado, quanto do consentimento estatal, que poderá ou não atender à
solicitação do estrangeiro ou apátrida. Portanto, não poderá existir naturalização
tácita, existindo apenas a naturalização expressa, estabelecida na Constituição
Federal (CF) e dividida em ordinária e extraordinária.
A naturalização ordinária se subdivide em duas espécies:
a) de estrangeiros não originários de países de língua portuguesa e apátridas, que
poderão pleitear a nacionalidade brasileira após 01 ano ininterrupto de residência no
Brasil e idoneidade moral, segundo o artigo 12, II, “a”, da CF, desde que estejam
preenchidas as regras contidas no artigo 112 do Estatuto dos Estrangeiros (Lei nº
6.815 de 19 de agosto de 1980);
b) dos portugueses que, por serem de país de língua portuguesa, já se encaixam na
regra acima, porém quando houver reciprocidade em favor dos brasileiros, os
portugueses, com residência permanente no Brasil, terão os mesmos direitos dos
brasileiros, desde que não sejam vedados, observando que os portugueses não
perderão sua cidadania portuguesa. Tal situação está assegurada através da
Convenção Sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses,
assinada em 07-09-1971.
Além da naturalização ordinária supramencionada existirá também a naturalização
extraordinária, que poderá ser chamada de quinzenária. Essa naturalização está
prevista no artigo 12, II, “b”, que prevê que qualquer estrangeiro que residir por
mais de 15 anos ininterruptos no Brasil e não sofreu nenhuma condenação penal
poderá solicitar a nacionalidade brasileira. A naturalização quinzenária é
intransferível, e só é adquirida por aquele que preencher seus requisitos. Nesse
sentido, José Afonso Silva: “a naturalização não importa a aquisição da
nacionalidade brasileira pelo cônjuge e �lhos do naturalizado, nem autoriza estes a
entrar ou radicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais”. 
Distinções entre brasileiros natos e naturalizados
De forma geral, e de acordo com o princípio da igualdade, estabelece a Constituição
que não deverá ser feita qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
Entretanto, a própria Carta Magna comporta algumas exceções presentes nos artigos
5º, LI; 12, §§ 3º e 4º; 89, VII; e 222.
São hipóteses de exceção à regra geral:
a) Extradição - artigo 5º, LI, da CF : o brasileiro nato nunca poderá sofrer extradição,
ao contrário do brasileiro naturalizado, que pode ser extraditado em duas  hipóteses:
quando cometer crime comum antes da sua naturalização ou quando se envolver em
trá�co de entorpecentes e drogas a�ns, independentemente do momento da prática
do fato típico (antes ou depois da naturalização);
b) Há  certos cargos que somente poderão ser exercidos por brasileiros natos (artigo
12, § 3º, da CF), quesão: Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da
Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo
Tribunal Federal, Ministro de Estado de Defesa, carreira diplomática e o�cial das
Forças Armadas;
c) Em caso de atividade nociva ao interesse nacional, somente os brasileiros
naturalizados poderão perder sua nacionalidade. Tal situação está disposta no
parágrafo 4º, I, do artigo 12, da CF;
d) Somente os brasileiros natos poderão fazer parte do Conselho da República,
segundo o artigo 89, VII, da CF;
e) “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos” , tal
situação está disposta no artigo 222 da CF, mostrando mais uma diferença entre
brasileiros natos e brasileiros naturalizados.
Hipóteses de perda da nacionalidade
Todas as hipóteses de perda da nacionalidade estão previstas na CF, artigo 12, § 4º, I
e II. Os requisitos para que seja declarada a perda da nacionalidade são:
cancelamento da naturalização por sentença judicial e a aquisição de outra
nacionalidade.
O cancelamento da naturalização será decretado em caso de atividade nociva ao
interesse nacional após decisão transitada em julgado. Tal processo só atingirá o
brasileiro naturalizado e deverá ser proposto pelo Ministério Público Federal (perda
necessária da nacionalidade). Exemplo: brasileiro naturalizado possui vínculos mais
fortes com o país de origem, caracterizando a traição à pátria.
Quando ocorre a aquisição voluntária de outra nacionalidade, o brasileiro, nato ou
naturalizado, perderá sua nacionalidade por procedimento administrativo,
assegurada a ampla defesa, através de decreto do Presidente da República - perda
voluntária da nacionalidade.
Porém, existem formas de se adquirir uma outra nacionalidade, sem a perda da
brasileira, que são:
a) o reconhecimento da nacionalidade originária por lei estrangeira, que ocorrerá
quando houver o reconhecimento da nacionalidade adquirida com o nascimento. 
Exemplo: �lho de italianos que nasceu quando os seus pais passeavam pelo Brasil.
Assim, a criança será brasileira nata (ius solis) e poderá requerer ainda a
nacionalidade italiana (método ius sanguinis), possuindo, portanto, dupla
nacionalidade.
b) a imposição de naturalização pela norma estrangeira, a qual ocorrerá quando o
brasileiro tiver que adquirir a nacionalidade de outro país para sua permanência ou
para o exercício de seus direitos civis.
Reaquisição da nacionalidade brasileira 
Existem duas possibilidades de se readquirir a nacionalidade perdida pelas formas
admitidas e mencionadas acima. Tais possibilidades são:
a) No caso de cancelamento da naturalização: a nacionalidade só será readquirida
através de ação rescisória que desconstituirá os efeitos da decisão judicial anterior, 
sendo impossível reavê-la através de um novo processo de naturalização. Caso a
pessoa tente um novo processo sofrerá pena de contrariedade ao texto processual;
b) Em caso de aquisição de outra nacionalidade: a nacionalidade poderá ser
readquirida através de decreto presidencial caso o ex-brasileiro esteja domiciliado
no Brasil, segundo a Lei nº 818/49. Entretanto, tal situação só poderá ocorrer se a
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reaquisição não contrariar os dispositivos constitucionais e se existir todos os
elementos que concedam a nacionalidade ao interessado.
Bibliogra�a 
PINHO, Rodrigo César Rebello. Teoria Geral da Constituição e Direitos
Fundamentais. Editora Saraiva. 6º Edição - 2006.
 
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