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RESUMÃO TÉCNICAS SILVICULTURAIS (SILVICULTURA)

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SILVICULTURA 
 TÉCNICAS DE PLANTIO DE 
FLORESTAS 
 
Para a obtenção de uma boa produtividade florestal 
devem ser considerados vários fatores, entre os quais 
práticas corretas de preparo do solo e de fertilização. 
1. Capina 
A capina é necessária para reduzir a competição das 
ervas daninhas, sendo separada em 2 etapas: pré e 
pós-plantio. 
Pré-plantio: deve ser realizada na área total, algumas 
semanas antes do preparo do solo. O resíduo vegetal 
não deve ser removido da área e apenas retirado o que 
está sobre cova ou na linha de plantio para não 
atrapalhar o preparo do solo. Esses resíduos têm 
grande importância para manter a produtividade da 
floresta, pois constituem fonte de matéria orgânica na 
qual estão contidos nutrientes que serão lentamente 
disponibilizados para as plantas. 
Pós-plantio: a capina pode ser realizada ao longo da 
linha de plantio, com 1 m de largura. Para a execução 
dessa etapa recomenda-se a utilização de equipamento 
costal e podendo, também, ser realizada de maneira 
manual. Deve-se realizar a capina a cada 3 ou 4 meses, 
dependendo do crescimento das plantas invasoras 
durante o desenvolvimento inicial da floresta. 
2. Preparo do solo 
No preparo do solo recomenda-se apenas a realização 
da subsolagem com profundidade variando de 30 a 60 
cm, dependendo do tipo de solo (solos argilosos, maior 
profundidade). Nessa etapa pode–se realizar 
simultaneamente a adubação de base, sendo 
aconselhável a realização do preparo do solo no 
máximo 10 dias antes do plantio. 
Para subsolagem utiliza-se o espaçamento de 3 m entre 
as linhas de plantio e essa distância é recomendada 
para possibilitar o trânsito de tratores na floresta 
plantada. Na linha de plantio o espaçamento entre as 
plantas pode variar de 1 a 3 m, dependendo da 
finalidade e da qualidade genética da floresta. Na 
maioria dos plantios é adotado o espaçamento de 3 x 2 
m, totalizando 1.666 plantas por hectare. 
 
Equipamento para preparo de solo 
3. Fertilização 
Nessa etapa é recomendável realizar a análise do solo 
para aplicação da quantidade adequada de fertilizantes, 
pois a aplicação de quantidades inferiores às 
recomendadas acarretará perda na produtividade e a 
aplicação de quantidades maiores que as 
recomendadas irá causar a perda do fertilizante o que 
implica em maiores custos e possíveis contaminações 
do ecossistema. 
3.1. Calagem: deve ser realizada a lanço, na área total, 
não sendo necessária a incorporação. Essa operação 
deve ser realizada aproximadamente 45 dias antes do 
plantio. 
3.2. Adubação: importante p/ o fornecimento dos 
nutrientes e leva ao melhor desenvolvimento das 
árvores, sendo separada em: 
Adubação de base ou de plantio - A adubação pode ser 
realizada junto com a subsolagem sendo o adubo 
aplicado em filete contínuo ou pode ser aplicado em 
covetas laterais logo após o plantio. Tais covetas devem 
ficar de 5 a 10 cm de distância da muda e todo o adubo 
colocado em 1 ou 2 covetas por planta. 
Adubação de cobertura - A adubação deve ser 
parcelada entre 2 a 4 aplicações e podem ser realizadas 
de maneira manual com aplicação do adubo na projeção 
da copa, no período de 1 a 18 meses após o plantio. 
 
 
TÉCNICAS DE PLANTIO DE 
FLORESTAS 
 
4. Combate à formiga 
Para o combate das formigas cortadeiras, saúva e 
quenquém, que podem causar grandes danos ao 
plantio, deve-se realizar o combate de maneira 
sistemática utilizando iscas no período pré-plantio e a 
aplicação deve ser realizada em épocas secas. Após 
essa primeira etapa, deve-se manter o monitoramento 
da área para evitar maiores problemas. 
5. Plantio 
Em áreas que foram subsoladas e com mudas 
produzidas em tubetes, pode-se realizar o plantio com o 
auxilio de plantadeiras e em outras condições é 
necessária a abertura de covas que devem ser grandes, 
no mínimo 30 x 30 cm, evitando que as raízes 
encontrem impedimento para seu desenvolvimento. A 
muda deve ser colocada com o coleto ao nível do solo e 
logo após o plantio pressiona-se o solo em volta da 
muda para não deixar bolsões de ar. Todas as 
embalagens, tubete ou saco plástico, devem ser 
recolhidas e depositadas em locais apropriados. 
 
Utilização da plantadeira manual e Adubação em 
covetas laterais. 
6. Irrigação 
Para plantio realizado em período seco, recomenda-se a 
irrigação logo após o mesmo e também durante a fase 
inicial de desenvolvimento, quando houver um período 
de seca maior que 7 dias para mudas de saco plástico e 
4 dias para mudas provenientes de tubetes. Na irrigação 
é recomendável usar aproximadamente 2 litros de água 
por planta. 
 
Irrigação pós-plantio. 
7. Replantio 
O replantio deve ser realizado quando o índice de 
mortalidade das mudas ultrapassar 10 %, sendo 
aconselhável realizar essa operação no período de 15 a 
45 dias após o plantio. 
 
SISTEMAS DE PROPAGAÇÃO DE 
MUDAS DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS 
 
Atualmente, o Brasil atingiu grande desenvolvimento do 
setor florestal obtendo alta produtividade em suas 
florestas plantadas, sendo alcançado pelas condições 
climáticas favoráveis, qualidade genética das florestas e 
pelo manejo adequado. A obtenção de floresta deve ser 
iniciada com a aquisição de material adequado às 
condições locais e finalidade. Esse material deve ser 
oriundo de um processo de melhoramento que consiste 
na seleção e propagação de plantas com as 
características desejadas, também chamadas de 
plantas superiores. 
 
A propagação das mudas pode ser realizada de duas 
maneiras via semente ou via clonagem (propagação 
vegetativa). 
 
SISTEMAS DE PROPAGAÇÃO DE 
MUDAS DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS 
 
1- Propagação via semente 
Este tipo de propagação gera maior variabilidade entre 
os indivíduos o que possibilita maior distribuição e 
adaptação do material em condições de solo e clima 
diferentes. 
Área coleta de sementes (ACS) 
A área de coleta de sementes consiste na escolha de 
algumas árvores com características desejáveis. Cada 
árvore selecionada é chamada de planta-mãe, ou seja, 
cada semente terá 50 % do material genético de origem 
conhecida. A principal vantagem desse sistema é a 
grande disponibilidade de pólen que resulta em maior 
troca genética e maior nível de polinização, 
conseqüentemente grande quantidade de sementes 
viáveis e maior variabilidade genética. Os ganhos 
obtidos nessa área são relativamente baixos e é 
recomendada para o início do melhoramento do material 
introduzido. 
Área produção de sementes (APS) 
Na área de produção de sementes ocorre a retirada das 
árvores sem as características desejáveis através do 
desbaste seletivo. Assim cada semente terá 100 % do 
material genético proveniente de árvores com as 
características desejáveis. As principais vantagens 
desse sistema são: produção de sementes com material 
genético superior; baixo custo e em curto período. Essa 
área deve ficar isolada de outras onde existam florestas 
que possam estar polinizando os indivíduos 
selecionados. 
Pomar de semente por mudas (PSM) 
O pomar de sementes por mudas é implantado a partir 
da seleção de plantas de um teste de progênie (estudo 
feito sobre o comportamento das diferentes plantas 
selecionadas de diferentes populações). A área deve 
ficar devidamente isolada e corretamente manejada 
para produção de sementes. Esse sistema tem maiores 
ganhos genéticos, mas não pode ser obtido na 
introdução de material genético. 
Pomar de semente clonal (PSC) 
O pomar de semente clonal consiste na pré-seleção de 
diferentes materiais com as características desejáveis 
que devem ser clonados e implantados, com o devido 
isolamento, de modo a direcionar o cruzamento entre 
diferentes clones superiores. Nesse sistema ocorrem 
grandes ganhos genéticos e também pode ocorrer a 
precocidade na produção de sementes, quando a 
propagação é realizada via enxertia. 
2. Propagação via clonagemou propagação 
vegetativa 
A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos 
genéticos de maneira mais rápida, pois essa técnica 
conserva características da planta mãe. Mas deve-se 
ressaltar que mesmo em floresta de origem de 
propagação vegetativa podem ocorrer diferenças entre 
um mesmo clone devido às diferenciações ocorridas 
durante a fase de propagação do material. 
Existem diversos métodos para a propagação vegetativa 
de plantas jovens ou adultas e para todos os métodos 
deve-se trabalhar com condições de umidade e 
temperatura controlada e meios propícios para cada 
sistema. 
Micro-propagação 
Esse método de propagação vegetativa é baseado nas 
técnicas de cultura de tecidos e é realizado a partir de 
calos, órgãos, células e protoplastos. A cultura de 
tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em 
tubos de ensaio que contenham soluções nutritivas e 
hormônios na dosagem adequada para o 
desenvolvimento. Após o termino da fase de 
desenvolvimento em tubos de ensaio, as plantas 
passarão por aclimatização e posteriormente serão 
levadas ao campo. Nesse sistema é possível obter com 
rapidez a produção de um grande número de mudas 
idênticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 SISTEMAS DE PROPAGAÇÃO DE 
MUDAS DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS 
 
Macro-propagação 
O método de macro-propagação é baseado nos 
métodos convencionais de estaquia e enxertia. 
Estaquia – É o processo de enraizamento de estacas 
obtidas de material selecionado. Essa é a metodologia 
mais utilizada nas grandes empresas florestais que 
obtêm as estacas nos mini-jardins clonais. Podem existir 
nesse processo, além da metodologia, algumas 
características inadequadas para o enraizamento das 
estacas, como o material genético e a idade (o material 
adulto apresenta maior dificuldade de enraizamento). 
Enxertia – É o processo de inserção da parte superior 
de uma planta em outra, através da implantação do 
ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada 
(cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo). Nesse 
procedimento pode ocorrer a rejeição do material, sendo 
que a melhor maneira de evitá-lo é utilizar plantas 
jovens. 
A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas 
adultas é o enraizamento, sendo necessário trabalhar 
com material fisiologicamente juvenil ou rejuvenescido. 
As técnicas de rejuvenescimento podem ser realizadas 
através da poda drástica, aplicações de citocininas, 
propagação seriada via enxertia, propagação seriada via 
estaquia e micropropagação. Outros fatores também 
são importantes para o enraizamento entre eles a 
nebulização (prevenindo o estresse hídrico), o estado 
nutricional, a utilização de hormônios (para eucaliptos 
são utilizados o AIB e o ANA) e condições adequadas 
de desenvolvimento. Para a propagação vegetativa de 
eucalipto adulto é recomendada, para facilitar o 
processo, a utilização dos brotos epicórmicos originários 
da base das árvores. 
 
RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
A necessidade de adubação decorre do fato de que nem 
sempre o solo é capaz de fornecer todos os nutrientes 
que as plantas precisam para um adequado 
crescimento. Isso se deve aos solos muito 
intemperizados e lixiviados usados para os plantios 
florestais e pelo continuo processo de exportação de 
nutrientes devido às diversas rotações de exploração de 
culturas agrícolas ou florestais. As características e 
quantidade de adubos a aplicar dependem das 
necessidades nutricionais da espécie, da fertilidade do 
solo, da reação dos adubos com o solo, da eficiência 
dos adubos e de fatores de ordem econômica. 
1. Avaliação das Necessidades de Adubação para 
Eucalyptus e Pinus 
Diversos são os métodos que podem ser utilizados para 
se avaliar o nível de fertilidade do solo e a partir daí 
fazer as recomendações de adubação. 
1.1. Análise Química de Solo 
O método de mais fácil execução, de baixo custo, e que 
pode ser efetuado antes do plantio ou ainda durante 
qualquer estágio nutricional das árvores, é a análise de 
solo. Esse método constituí a forma mais prática e 
viável de avaliar a fertilidade do solo, possibilitando a 
recomendação de adubação adequada ao plantio. 
Método de Amostragem do Solo 
Para realizar a amostragem de solo seguem-se os 
mesmos princípios básicos definidos para as culturas 
agrícolas. A camada de solo que deve ser amostrada é 
a superficial (0-20 cm) onde ocorrem, mais 
intensivamente, os processos de absorção de nutrientes 
pelas raízes. Porém para se ter uma idéia das possíveis 
restrições químicas à atividade radicular, recomenda-se 
também analisar camadas de solo de maior 
profundidade. 
 
RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
1.2. Análise Química de Tecidos Vegetais 
Os conteúdos dos nutrientes na planta refletem o estado 
nutricional da mesma e também a fertilidade do solo. 
Dificilmente as deficiências nutricionais, identificadas 
pela análise de tecido, podem ser corrigidas a tempo 
sem que o crescimento das árvores seja prejudicado. 
Método de Amostragem: melhor tecido a ser utilizado 
nesse método é o foliar. A época de amostragem deve 
ser aquela em que haja maior estabilidade dos teores 
dos nutrientes no interior das árvores. As folhas a serem 
amostradas devem ser recém maduras, normalmente o 
penúltimo ou antepenúltilno lançamento de folhas dos 
últimos 12 meses. Recomenda-se a amostragem de 
uma folha em quatro diferentes direções do terço 
superior da copa. A amostragem deverá ser feita no fim 
do inverno e contemplar pelo menos 20 árvores. Para a 
coleta de amostras composta, de folha ou de solo, as 
glebas devem ser as mais homogêneas possíveis 
quanto ao tipo de solo, topografia e condições 
climáticas. Além disso, devem possuir históricos 
similares e possuírem tamanho inferior a 50 ha. 
Valores adequados de concentração foliar 
A tabela 1 apresenta as faixas de concentração de 
nutrientes em folhas de espécies de Eucalyptus e Pinus 
consideradas adequadas, ou seja, para árvores que 
apresentam boas taxas de crescimento, não mostrando 
sintomas de deficiência nutricional. Quanto mais 
distante dessas faixas forem os teores dos nutrientes, 
maior o grau de deficiência ou consumo de luxo/toxidez, 
respectivamente, para valores inferiores ou superiores 
aos das faixas. 
Elemento Gênero 
Faixa de Teores adequados 
Macronutrientes (g/Kg) 
N 
Eucalyptus 13,5 - 18,0 
Pinus 11,0 - 16,0 
P 
Eucalyptus 0,9 - 1,3 
Pinus 0,8 - 1,4 
K 
Eucalyptus 9,0 - 13,0 
Pinus 6,0 - 10,0 
Ca 
Eucalyptus 6,0 - 10,0 
Pinus 3,0 - 5,0 
Mg 
Eucalyptus 3,5 - 5,0 
Pinus 1,3 - 2,0 
S 
Eucalyptus 1,5 - 2,0 
Pinus 1,3 - 1,6 
 Micronutrientes (mg/Kg) 
B 
Eucalyptus 30,0 - 50,0 
Pinus 12,0 - 25,0 
Zn 
Eucalyptus 35,0 - 50,0 
Pinus 30,0 - 45,0 
Fe 
Eucalyptus 150,0 - 200,0 
Pinus 100,0 - 200,0 
Mn 
Eucalyptus 400,0 - 600,0 
Pinus 250,0 - 600,0 
Cu 
Eucalyptus 7,0 - 10,0 
Pinus 4,0 - 7,0 
Mo 
Eucalyptus 0,5 - 1,0 
Pinus - 
1% = 10 g/kg; 1 ppm = 1mg/kg. 
 
1.3. Diagnóstico de Sintomas Visuais de Deficiência 
Nutricional: o princípio deste método é que cada 
nutriente executa funções ou funções específicas na 
planta e sua deficiência provoca sintomas 
característicos. Os principais sintomas se manifestam 
pela redução do crescimento, perda ou mudança de cor 
e deformações na parte aérea. 
 
 
RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
Sintomas nos tecidos mais velhos (parte inferior das copas e 
base dos galhos) 
Eucalyptus: Clorose uniforme nas folhas, as quais 
tomam tons mais avermelhados ou amarelos 
dependendo da espécie. Senescência precoce das 
folhas, com subseqüente queda das mesmas. 
Reduçãode crescimento e produção de sementes. N 
Pinus: Clorose uniforme das acículas, com tons 
amarelados. Senescência precoce das acículas, com 
subseqüente queda das mesmas. Acículas menores. 
Redução de crescimento e produção de sementes. 
Eucalyptus - Pontos ou manchas roxas sobre o limbo 
foliar verde-escuro, os quais podem evoluir para 
necroses. As folhas apresentam crescimento 
reduzido. Normalmente, há atraso do florescimento, 
com grande quebra na produção de sementes. 
Redução de crescimento. P 
Pinus - Acículas de coloração verde-escuro, com 
crescimento bastante reduzido tanto no comprimento 
quanto na espessura. Atraso do florescimento com 
quebra na produção de sementes. Redução de 
crescimento. 
Eucalyptus - Clorose nas pontas e margens das 
folhas. Subsequentemente secam e se tornam 
necróticas. Senescência precoce das folhas. Árvores 
ficam mais sensíveis à deficiência hídrica do solo. K 
Pinus - Acículas cloróticas, com graus mais 
acentuados nas pontas. Com o passar do tempo 
evolui para necrose da ponta para base das acículas. 
Eucalyptus - Clorose interneval das folhas, com 
reticulado verde e grosso sobre o fundo amarelo, 
dependendo do grau da deficiência, geralmente 
seguida de necrose. Mg 
Pinus - Clorose na metade superior das acículas que 
ficam com coloração amarelo-ouro. 
Sintomas nos tecidos mais jovens (terço superior das copas e 
pontas dos galhos) 
Eucalyptus - Clorose uniforme das folhas que 
adquirem tons verde-limão. 
S 
Pinus - Clorose uniforme das acículas que adquirem 
tons verde-limão 
Eucalyptus - Clorose evoluindo para necrose nas 
margens e pontas das folhas. Encarquilhamento das 
margens do limbo que ficam voltadas para o lado 
superior da folha. Morte dos brotos terminais. Cessa 
o crescimento apical. 
Ca 
Pinus - Morte dos brotos terminais. Acículas 
retorcidas e com clorose na base. 
Eucalyptus - Folhas menores, mais grossas do que o 
normal, enquilhadas e quebradiças. Morte dos brotos 
terminais, em casos extremos, com exudução de 
gomas. Superbrotamento de ramos. Internódios mais 
curtos. Algumas especies expõem fissuras na casca 
de onde podem emergir gomas escuras. Má 
polinização Atraso no florescimento. B 
Pinus - Acículas pequenas, com clorose irregular ou 
sem clorose. Acículas mais grossas e quebradiças às 
vezes ocorre fusão de acículas. Morte dos brotos 
terminais com superbrotamento de ramos, que 
tomam forma de leque. Internódios mais curtos. Má 
polinização. Atraso no florescimento. 
Eucalyptus - A lâmina foliar fica estreita e alongada. 
Há redução do tamanho dos intermédios com 
formação de tufos terminais de folhas, tipo roseta. 
Clorose intervenal. Redução da produção de 
sementes. Zn 
Pinus - Acículas pequena, com clorose irregular e 
não muito intensa. Internódios mais curtos. Drástica 
redução da produção de sementes. Frutos com 
pequeno desenvolvimento. 
Eucalyptus - Nervuras com reticulado verde e fino 
contra fundo amarelo. Em casos extremos pode 
ocorrer branqueamento das folhas. 
Fe 
Pinus - Acículas com menor crescimento e cloróticas, 
geralmente seguido de branqueamento. Redução da 
frutificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
O método tem como grande desvantagem o fato de que 
quando os sintomas visuais aparecem o crescimento 
das árvores já foi comprometido, além de não fornecer 
indicações da magnitude da deficiência. Por outro lado, 
o método pode ser útil em áreas de povoamentos jovens 
auxiliando na correção da fertilidade do solo e na 
aferição das adubações recomendadas. 
 
1.4. Ensaios de Campo 
Os ensaios de campo constituem o método ideal de 
avaliação da fertilidade do solo, pois obtém se a 
resposta à adubação, pela espécie de interesse, com a 
avaliação dos resultados obtidos no campo sob 
condições semelhantes às condições das áreas de 
extensivo plantio. 
Esse método é eficaz e é empregado por instituições de 
pesquisa e grandes reflorestadores, pois é um método 
mais caro e demorado que os demais, além de 
necessitar de pessoal especificamente treinado para 
planejar, executar e interpretar os resultados dos 
ensaios. 
 
2. Recomendações de Adubação 
 
2.1. Recomendação de Calagem 
As espécies de Eucalyptus e Pinus plantados no Brasil 
são adaptadas a baixos níveis de fertilidade do solo. 
Essas espécies são pouco sensíveis a acidez do solo e 
toleram altos níveis de Al e Mn. De modo que utiliza-se 
o calcário dolomítico, preferencialmente, p/ suplementar 
o solo com quantidades adicionais de Ca e Mg. Pode-se 
tomar como base de cálculo das doses a serem 
aplicadas a exportação de 300 a 500 kg de Ca por 
hectare para solos de baixa a média fertilidade, 
respectivamente. Essas quantidades de Ca 
correspondem a doses de calcário dolomítico 
equivalentes a 1.500 e 2.500 kg por hectare. O calcário 
poderá ser distribuído a lanço em área total ou aplicado 
em faixas de 1,0 a 1,5 m de largura sobre as linhas de 
plantio. Não é necessária sua incorporação, tão pouco a 
utilização de calcário com alto PRNT. Aconselha-se 
realizar a aplicação do calcário, aproximadamente, 45 
dias antes do plantio. 
Em áreas de implantação de Pinus, que retiram 
quantidades bem menores de Ca do solo, uma 
alternativa para repor as quantidades de Ca e Mg 
exportadas é o uso de fertilizantes que contenham 
esses nutrientes em sua composição. 
Os cálculos para a dosagem de calcário são: 
Eucalyptus: Dosagem = 10 {[20 - (Ca + Mg) ]/PRNT} • 
Dosagem em t/ha 
Pinus: Dosagem = 5 {[20 - (Ca + Mg) ]/PRNT} • Teores 
de Ca e Mg em mmolc.dm-3 
 
2.2. Recomendação de Macro e Micronutrientes 
As tabelas 3, 4 e 5 apresentam as quantidades totais de 
N, P2O5 e K2O recomendadas para o estabelecimento 
de florestamentos com Eucalyptus e Pinus. 
 
Tabela 3. Recomendações de adubação nitrogenada 
para florestamentos com espécies de Eucalyptus e 
Pinus. 
Gênero 
Matéria orgânica (g/dm³)* 
0 - 15 16 - 40 > 40 
N (kg/ha) 
Eucalyptus 60 40 20 
Pinus 30 20 0 
* 10 g/dm³ = 1% 
 
 
 
RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
Tabela 4. Recomendações de adubação fosfatada para 
florestamentos com espécies de Eucalyptus e Pinus. 
Teor de Argila (%) Gênero 
Nível de P resina (mg/dm³)* 
0 - 2 3 - 5 6 - 8 > 8 
P2O5 (kg/ha) 
< 15 Eucalyptus 60 40 20 0 
 Pinus 30 20 0 0 
15 – 35 Eucalyptus 90 70 50 20 
 Pinus 45 35 0 0 
> 35 Eucalyptus 120 100 60 30 
 Pinus 60 50 0 0 
* 1 mg/dm³ = 1 mg/cm³ = 1 ppm 
 
Tabela 5. Recomendações de adubação potássica para 
florestamentos com espécies de Eucalyptus e Pinus. 
Teor de Argila (%) Gênero 
Nível de K (mq/100cm³)* 
0 - 0,7 0,8 - 1,5 >1,5 
< 15 Eucalyptus 50 30 0 
 Pinus 30 20 0 
15 – 35 Eucalyptus 60 40 0 
 Pinus 40 30 0 
> 35 Eucalyptus 80 50 0 
 Pinus 50 40 0 
* 1 meq/100 cm³ = 10 mmol/dm³ 
 
Recomenda-se para as espécies de Pinus, bem menos 
exigentes nutricionalmente que as espécies de 
Eucalyptus, doses de N, P2O5 e K2O correspondentes 
a 30 a 50% daquelas recomendadas para os eucaliptos. 
Para evitar a perda de nutrientes por volatilização, 
lixiviação, imobilização e erosão recomenda-se que a 
adubação seja feita de forma parcelada, parte por 
ocasião do plantio e o restante em cobertura. 
 
2.2.1. Adubação de plantio ou de base. 
Para a adubação de plantio é recomendado utilizar 20 a 
40% das doses de N e K2O e 100% da dose de P2O5. 
Os micronutrientes também podem ser aplicados nessa 
adubação, principalmente B e Zn. Esses nutrientes 
podem ser aplicados conjuntamente com o N, P e K 
através de formulações de fertilizantesque os 
contenham 0,3% de B e 0,5% de Zn ou então aplicar 10 
g de FTE ("Fritas") por planta.Com essas dosagens se 
aplicam cerca de 0,75 a 1 kg/ha de B e 1,25 a 1,5 kg/ha 
de Zn. A aplicação de B é particularmente importante, 
principalmente, nas regiões onde as deficiências 
hídricas são elevadas e ocorrem as secas de ponteiro. 
A adubação de plantio terá como finalidade principal 
promover o arranque inicial de crescimento das mudas, 
basicamente nos primeiros 6 meses pós-plantio, 
suplementando o solo com montantes adicionais de 
nutrientes que irão atender a demanda nutricional das 
mudas. 
O método mais indicado é a aplicação localizada das 
fontes de P em filetes contínuos no interior dos sulcos 
de plantio ou em covetas laterais. Essas 
recomendações são válidas para adubos simples ou 
mistos que têm, como fontes de P, fertilizantes com alta 
solubilidade em água, como por exemplo: superfosfato 
simples, superfosfato triplo, fosfato monoamônio e 
fosfato diamônio, dentre outros. Os termofosfatos e os 
fosfatos naturais parcialmente acidulados devem ser 
aplicados em faixas de 1,00 a 1,50 m de largura, de 
preferência sob a linha de plantio. As fontes de N e K2O 
podem ser aplicadas juntamente com o P2O5 ou 
incorporadas à terra que irá preencher as covas de 
plantio. 
 
RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO 
 
Nesse último caso, principalmente nas regiões com 
maiores deficiências hídricas, a aplicação do adubo 
deverá ser mais criteriosa para evitar a perda de mudas 
por seca fisiológica causada pelo efeito salino das 
fontes de N e K2O. 
A escolha dos adubos tem grande repercussão para o 
equilíbrio nutricional das árvores e conseqüentemente 
para o seu crescimento a utilização de fertilizantes que 
contenham elementos secundários, tais como Ca, Mg, S 
e micronutrientes. Dependendo das circunstâncias, a 
aplicação de calcário (como fonte de Ca) poderá ser 
dispensada, por ex., quando se utilizam superfosfato 
simples e/ou termofosfatos como fontes de P. 
 
2.2.2. Adubação de cobertura 
Nessa adubação, cerca de 60 a 80% das doses de N e 
K2O têm sido recomendadas. Essas doses têm sido 
parceladas, geralmente entre 2 a 4 aplicações, 
dependendo da disponibilidade de recursos e das 
concepções e diretrizes técnicas adotadas para a 
realização das fertilizações. 
Para definir as épocas de aplicação dos fertilizantes é 
fundamental considerar as fases de crescimento da 
floresta. O ideal seria parcelar, eqüitativamente, as 
adubações de cobertura, parte sendo aplicada entre 3 a 
6 meses pós-plantio, parte entre 6 a 12 meses pós-
plantio e o restante entre 12 a 24 meses pós-plantio. A 
melhor forma de definir as épocas das adubações é 
através do acompanhamento visual ou por medições 
dendrométricas do crescimento da floresta que permite 
caracterizar o estágio de desenvolvimento. 
As aplicações dos adubos podem ser feitas em meia-lua 
ou em filetes contínuos na projeção das copas e após o 
fechamento das copas, em faixas de 30 cm ou mais, 
entre as linhas de plantio. Essas aplicações não devem 
coincidir com os períodos de intensas chuvas e 
tampouco quando os níveis de umidade do solo 
estiverem muito baixos. 
 
DORMÊNCIA EM SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
A germinação, que ocorre quando as sementes estão 
maduras e se as condições ambientais forem 
adequadas, é o processo de reativação do crescimento 
do embrião, culminando com o rompimento do 
tegumento da semente e o aparecimento de uma nova 
planta. As condições básicas requeridas para a 
germinação das sementes são a água, o oxigênio, a 
temperatura (20°C a 30ºC) e, para algumas espécies, a 
luz. O impedimento estabelecido pela dormência se 
constitui numa estratégia benéfica, pela distribuição da 
germinação ao longo do tempo, aumentando a 
probabilidade de sobrevivência da espécie. 
Dormência tegumentar ou exógena 
Os tecidos q envolvem a semente exercem impedimento 
que não pode ser superado. Esta é a mais comum das 
categorias de dormência, e está relacionada com a 
impermeabilidade do tegumento ou do pericarpo à água 
e ao oxigênio, com a presença de inibidores químicos 
no tegumento ou no pericarpo, ou com a resistência 
mecânica do tegumento ou do pericarpo ao crescimento 
do embrião. Os fungos e as bactérias presentes no solo, 
nas condições da floresta, podem minimizar este tipo de 
dormência ao degradarem o tegumento das sementes. 
Dormência embrionária ou endógena 
Quando a remoção do tegumento de uma semente 
viável não permite que esta germine. Ocorrência de 
embrião imaturo, ou presença de mecanismo de inibição 
fisiológica que o impedem de desenvolver-se. 
As duas categorias de dormência podem ocorrer 
simultaneamente ou sucessivamente nas sementes de 
uma mesma espécie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 DORMÊNCIA EM SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
As sementes são ditas com dormência quando são 
dispersas da planta matriz em estado dormente, ou seja, 
a dormência é iniciada durante o desenvolvimento da 
semente. Contudo, a dormência pode ser induzida 
quando as sementes já se encontram maduras, e isto 
ocorre quando são colocadas para germinar sob 
condições desfavoráveis de aeração, temperatura ou 
luminosidade. 
CAUSAS DA DORMÊNCIA 
1) Dormência tegumentar ou exógena 
a) Interferência na absorção de água: as sementes das 
famílias Leguminosae, Cannaceae, Convolvulaceae, 
Malvaceae e Chenopodiaceae apresentam na testa 
camadas de um tecido chamado de osteosclereides, 
que impede a entrada de água e atrasa a germinação 
por vários anos; 
b) Impedimento mecânico: vários tecidos ao redor do 
embrião são extremamente resistentes, e se o embrião 
não consegue penetrá-los não germinará. Entretanto, 
em alguns casos, o embrião produz a enzima mananase 
que enfraquece o tecido resistente, superando a 
dormência; 
c) Interferência nas trocas gasosas: os tecidos 
impermeáveis que circundam o embrião limitam sua 
capacidade de trocas gasosas, impedindo a entrada do 
oxigênio, limitante à germinação, mantendo-a dormente; 
d) Presença de inibidores: alguns casos, o tegumento 
parece ter efeito inibidor químico mais intenso do que 
mecânico, necessitando-se da lavagem das sementes 
para sua remoção e superação da dormência. 
2) Dormência secundária ou embrionária 
Existem 2 fatores envolvidos na dormência secundária: 
cotilédones e as substâncias inibidoras da germinação. 
MÉTODOS PARA A SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA 
1) Dormência tegumentar ou exógena 
a) Escarificação ácida: as sementes são imersas em 
ácido sulfúrico, por um determinado tempo, que varia 
em função da espécie, à temperatura entre 19ºC e 25ºC, 
sendo então lavadas em água corrente e colocadas 
para germinar. 
b) Imersão em Água 
Imersão em água quente: a imersão em água quente 
constitui-se num eficiente meio para superação da 
dormência tegumentar das sementes de algumas 
espécies florestais. A água é aquecida até uma 
temperatura inicial, variável entre espécies, onde as 
sementes são imersas e permanecem por um período 
de tempo também variável, de acordo com cada 
espécie; 
Imersão em água fria: sementes de algumas espécies 
apresentam dificuldades para germinar, sem, contudo 
estarem dormentes. A simples imersão das sementes 
em água, à temperatura ambiente (25ºC) por 24 horas, 
elimina o problema, que normalmente é decorrente de 
longos períodos de armazenamento, e que causa a 
secagem excessiva das sementes, impedindo-as de 
absorver água e iniciar o processo germinativo. 
c) Escarificação mecânica: consiste em submeter as 
sementes a abrasão, através de cilindros rotativos, 
forrados internamente com lixa o que irá desgastar seu 
tegumento, proporcionando condições para que absorvaágua e inicie o processo germinativo; Para que se 
obtenham resultados positivos na utilização do 
processo, são necessárias algumas precauções, como 
o tempo de exposição das sementes à escarificação e a 
pureza do lote, pois sementes com impurezas 
comprometem a eficiência do tratamento. 
2) Dormência embrionária ou endógena 
a) Estratificação a frio: meio em que as sementes serão 
colocadas deve apresentar boa retenção de umidade e 
ser isento de fungos. Normalmente utiliza-se areia bem 
lavada que apresente grãos em torno de 2,0 mm de 
diâmetro (média) para facilitar a posterior separação das 
sementes por peneiragem. 
 
DORMÊNCIA EM SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
O recipiente em que será colocado o meio deve permitir 
boa drenagem evitando-se a acumulação de água no 
fundo o que causa o apodrecimento das sementes. A 
temperatura requerida para a estratificação a frio está 
entre 2oC e 4oC, que pode ser obtida em uma geladeira 
ou câmara fria. As sementes são colocadas entre duas 
camadas de areia com 5 cm de espessura. O período 
de estratificação varia de 15 dias para algumas 
espécies, até 6 meses para outras. Uma vez encerrado 
o período de estratificação, as sementes devem ser 
semeadas imediatamente, pois se forem secas poderão 
ser induzidas à dormência secundária. 
b) Estratificação quente e fria: a maturação dos frutos 
de algumas espécies ocorre no final do verão e início do 
outono, com temperaturas ambientais mais baixas. A 
estratificação quente e fria visa reproduzir as condições 
ambientais ocorridas por ocasião da maturação dos 
frutos. O procedimento é exatamente o mesmo descrito 
para a estratificação a frio, alterando-se temperaturas 
altas (25ºC por 16 horas e 15ºC por 8 horas) por um 
período, e temperaturas baixas (2ºC a 4ºC) por outro 
período. 
3) Dormência combinada 
Algumas espécies apresentam sementes c/ dormência 
tegumentar e embrionária. Nestes casos, submete-se a 
semente inicialmente ao tratamento de superação da 
dormência tegumentar, e a seguir, para superar a 
dormência embrionária. Em alguns casos, apenas a 
estratificação a frio é suficiente para superação de 
ambas. 
 
GERMINAÇÃO DE SEMENTES 
 
O processo que inicia com a retomada do crescimento 
pelo embrião das sementes, desenvolvendo-se até o 
ponto em que forma uma nova planta com plenas 
condições de nutrir-se por si só, tornando-se 
independente, é chamado de germinação. A germinação 
ocorre numa seqüência de eventos fisiológicos 
influenciada por fatores externos (ambientais: luz, 
temperatura, disponibilidade de água e de oxigênio) e 
internos (inibidores e promotores da germinação) às 
sementes, que podem atuar por si ou em interação com 
os demais. 
▪ Absorção de água; 
▪ Início da mitose; 
▪ Acréscimo no teor de enzimas e aumento da sua 
atividade e da digestão das substâncias de reserva; 
▪ Transporte do alimento p/ as regiões de crescimento; 
▪ Aumento da respiração e da assimilação; 
▪ Aceleração da mitose; 
▪ Diferenciação celular. 
As sementes de cerca de 1/3 das espécies germinam 
imediatamente em condições favoráveis, mas as demais 
apresentam algum grau de dormência. 
GERMINAÇÃO 
Na germinação, após a embebição da semente, esta 
absorve a água e incha, o tegumento hidratado amolece 
e se rompe, os tecidos de crescimento se desenvolvem 
com o fornecimento de alimento pelos cotilédones, a 
radícula emerge e se fixa, as folhas começam a se 
formar aumentando o potencial fotossintético da 
plântula, inicia-se a absorção de nutrientes do ambiente, 
os cotilédones sofrem abscisão e a planta passa a se 
alimentar sozinha. Na germinação epígea, o hipocótilo 
alonga-se e curva-se para cima, levando os cotilédones 
para fora do solo, que se expandem em órgãos 
fotossintéticos, o tegumento se desprende e a plântula 
forma o caule com as primeiras folhas; na hipógea, não 
há alongamento do hipocótilo e os cotilédones se 
mantêm no interior do tegumento, sob a terra, a raiz 
primária penetra o solo para o fundo e o epicótilo cresce 
para fora do solo emitindo as primeiras folhas 
fotossintéticas. 
 
 
GERMINAÇÃO DE SEMENTES 
 
 
Os principais fatores que influem na germinação são: 
Luz: existe grande variação na resposta das sementes à 
luminosidade. 
Temperatura: pode afetar as reações bioquímicas que 
determinam todo o processo germinativo; a temperatura 
ótima de germinação de espécies tropicais encontra-se 
entre 15º C e 30ºC, a máxima entre 35º C e 40º C e a 
mínima pode chegar 0º C. 
Água: Com a absorção de água, por embebição, ocorre 
a reidratação dos tecidos e, consequentemente, a 
intensificação da respiração e de todas as outras 
atividades metabólicas, q resultam com o fornecimento 
de energia e nutrientes necessários para a retomada de 
crescimento por parte do eixo embrionário. Por outro 
lado, o excesso de umidade pode provocar decréscimo 
na germinação, pois impede a penetração do oxigênio e 
reduz todo o processo metabólico resultante. O 
movimento da água para o interior da semente é devido 
tanto ao processo de capilaridade quanto de difusão e 
ocorre do sentido do maior para o menor potencial 
hídrico. A embebição é essencialmente um processo 
físico relacionado às características de permeabilidade 
do tegumento e das propriedades dos colóides que 
constituem as sementes, cuja hidratação é uma de suas 
primeiras conseqüências. 
Gases: O2 e o CO2. A necessidade de oxigênio para a 
germinação varia de espécie para espécie, mas as 
plantas lenhosas que crescem em terra firme 
necessitam de solo bem aerado com boa disponibilidade 
de oxigênio e muitas plantas que suportam períodos de 
submersão só germinam durante períodos mais secos. 
Meio de crescimento (substrato): têm influência sobre a 
disponibilidade de água, de gases e de nutrientes e age 
sobre a temperatura. 
Recipiente: age principalmente sobre a temperatura, 
aeração das raízes, umidade, luz e têm influência sobre 
a conformação do sistema radicular. 
Nutrientes: diretamente o desenvolvimento da plântula. 
Inibidores bioquímicos: substâncias alelopáticas, entre 
outras, podem estar presentes no substrato e impedir a 
germinação. 
Fauna: formigas, pássaros, roedores, lagartas, 
herbívoros, etc. podem danificar as sementes impedindo 
a germinação ou dificultando-a, ou podem romper o 
tegumento impermeável e facilitar a germinação. 
Microrganismos: fungos e bactérias presentes no solo 
tanto podem impedir a conclusão da germinação, 
retardar o crescimento, ou deformar a plântula, ou 
mesmo levá-la à morte após a germinação, como 
podem minimizar a dormência tegumentar, degradando 
o tegumento das sementes. 
 
PRODUÇÃO DE SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
Seleção de matrizes: deve ser feita em povoamentos 
naturais, de modo a permitir uma adequada avaliação 
das características a serem analisadas, de acordo com 
a finalidade a que se destina. No caso de colheita para 
conservação genética não é necessário estabelecer 
critérios. Na seleção de árvores matrizes para a colheita 
de sementes p/ fins comercias, devem ser observados: 
Forma do tronco: selecionar árvores que apresentam o 
tronco reto e cilíndrico, evitando aqueles tortuosos e/ou 
bifurcados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 PRODUÇÃO DE SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
Vigor: refere-se a características como tamanho da copa 
e da árvore, área foliar, resistência a pragas e moléstias, 
bem como a outros agentes, como vento, temperatura e 
umidade. A árvore selecionada deve ser resistente aos 
fatores externos acima mencionados. 
Ramificação: selecionar árvores que apresentam copa 
frondosa e bem ramificada; 
Porte: esta característica refere-se à altura e aodiâmetro da árvore. A matriz deve ter grande porte e 
fazer parte da classe de árvores dominantes da floresta. 
Floração e frutificação: algumas árvores produzem mais 
flores, frutos e sementes que outras, quer seja pelas 
características genéticas e fisiológicas ou pelas 
condições ambientais favoráveis. A árvore selecionada 
deve apresentar abundante floração e frutificação. 
Número mínimo de matrizes: para evitar a colheita de 
frutos de poucas árvores, cujas sementes vão 
apresentar baixa variabilidade genética, deve-se ter no 
mínimo 20 matrizes frutificando na mesma época, 
evitando a colheita de matriz isolada. A semente colhida 
de cada matriz deve ser misturada em quantidade igual 
para a constituição do lote de semente. 
Manejo de matriz: após a escolha das matrizes é feita 
uma limpeza sob a projeção da copa no solo, para 
liberar a incidência de luz e diminuir a competição por 
água e nutriente e facilitar a colheita dos frutos ou dos 
ramos com frutos pequenos e leves, que devem ser 
cortados após escalar a matriz. 
Colheita 
A época de colheita é aquela em que as sementes 
atingem o ponto de maturidade fisiológica no qual 
possuem o máximo poder germinativo e vigor, ficando 
praticamente desligadas da planta mãe. Por ocasião da 
colheita as matrizes devem estar sadias, vigorosas e em 
plena maturidade. O sucesso da colheita depende não 
apenas da técnica a ser adotada, mas também de uma 
série de fatores imprescindíveis ao bom desempenho, 
como conhecimento de época de maturação, das 
características de dispersão, das condições climáticas 
durante o processo de colheita, característica da árvore, 
topografia do terreno e materiais e equipamentos 
utilizados, pois a permanência da semente na árvore 
após a maturidade, corresponde a um armazenamento 
no campo, submetendo-a às variações climáticas, 
afetando sua qualidade. Quando a colheita envolve 
espécie com semente de curta longevidade natural, a 
definição da época da colheita deve ser a mais precisa 
possível para permitir a obtenção de sementes viáveis. 
A colheita pode ser realizada: 
Direta da árvore: quando os frutos são muito pequenos 
ou muito leves; frutos deiscentes de sementes 
pequenas e, ou leves que se abrem quando ainda na 
árvore, pois as mesmas se perderiam no chão ou 
seriam levadas pelo vento. 
Colheita do chão: no caso de frutos grandes e pesados, 
que caem sem se abrir, ou no caso de sementes 
grandes que são facilmente catadas e que não 
apresentam riscos de serem disseminadas pelo vento, 
entretanto, expõe a semente à predação, reduzindo a 
disponibilidade de sementes e afetando a sua 
qualidade. 
Secagem: é empregada para a extração da semente do 
interior do fruto e posteriormente para a redução do 
conteúdo de umidade das sementes a um teor 
adequado ao acondicionamento. Deve-se ter o cuidado 
quando estiver trabalhando c/ sementes recalcitrantes. 
O período de secagem depende da espécie, da 
umidade inicial da semente, da velocidade da secagem, 
do aumento da corrente de ar, da temperatura do ar e 
do conteúdo final de umidade desejada. 
 
PRODUÇÃO DE SEMENTES 
FLORESTAIS 
 
Armazenamento 
Depois de colhidas as sementes devem ser 
armazenadas adequadamente, a fim de reduzir ao 
mínimo o processo de deterioração. Este não pode ser 
evitado, mas o grau de prejuízo pode ser controlado. 
Assim o principal motivo de armazenamento é o de 
controlar a velocidade de deterioração. A qualidade da 
semente não é melhorada pelo armazenamento, mas 
pode ser mantida com o mínimo de deterioração 
possível, através de armazenamento adequado. As 
condições fundamentais para o armazenamento de 
sementes são a umidade relativa do ar e a temperatura 
do ambiente de armazenamento. 
Ortodoxas: são sementes que podem ser armazenadas 
com um baixo teor de umidade e temperatura, 
mantendo sua viabilidade por um maior período de 
tempo. 
Recalcitrantes: são as sementes de grupo de espécies 
para as quais não se aplica a regra geral de redução da 
temperatura e umidade no armazenamento das 
sementes e cujo período de viabilidade é bem mais 
curto. Estas sementes não sofrem secagem natural na 
planta mãe e são liberadas com elevado teor de 
umidade. Se esta umidade for reduzida abaixo de um 
nível crítico (geralmente alto) durante o armazenamento, 
sua longevidade é relativamente curta e varia de acordo 
com a espécie, podendo permanecer viável por apenas 
algumas semanas ou até por alguns meses. Estas 
sementes apresentam maiores dificuldades no 
armazenamento quando comparadas com as ortodoxas. 
Isto deve-se a sua alta suscetibilidade a perda de água, 
que faz com que seja necessário o armazenamento 
com alto grau de umidade. Esta umidade interna 
favorece o ataque de microorganismos e a germinação 
durante o armazenamento. O uso de baixas 
temperaturas que poderiam inibir estes dois últimos 
problemas fica também limitado, pois as sementes 
recalcitrantes sofrem danos por temperaturas próximas 
ou abaixo de zero. Em algumas espécies, as sementes 
são danificadas com temperatura pouco abaixo da 
temperatura ambiente. Portanto, os fatores que podem 
contribuir para a curta longevidade das sementes 
recalcitrantes são as injúrias por dessecação, 
resfriamento, contaminação biológica e germinação 
durante o armazenamento. 
Diferentes métodos de armazenamento de sementes 
recalcitrantes têm sido estudados. Em geral os que têm 
apresentado os melhores resultados são os que levam 
em consideração os fatores limitantes, ou sejam, os que 
evitam a perda de água, realizam tratamento preventivo 
contra microorganismos e inibem a germinação durante 
o armazenamento. As espécies recalcitrantes que 
possuem os menores períodos de viabilidade são 
originárias de regiões tropicais úmidas onde o ambiente 
adequado à germinação é mais ou menos constante ao 
longo do ano. 
Uma das alternativas de propagação das espécies com 
sementes recalcitrantes é logo após a colheita das 
sementes, produzir as mudas em condições de controle 
de crescimento e seleção até a época de plantio 
definitivo no campo. De uma maneira geral, os locais 
ideais de armazenamento das sementes são a câmara 
fria e a câmara seca, onde se obtêm as condições de 
baixa temperatura e umidade, respectivamente. 
 
AGROSSILVICULTURA 
 
A agrossilvicultura é um sistema racional e eficiente de 
uso da terra. Nesse sistema, árvores são cultivadas em 
consórcio com culturas agrícolas e/ou criação animal 
que propicia, entre outras vantagens, a recuperação da 
fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e 
o controle de ervas daninhas. 
 
AGROSSILVICULTURA 
 
Consiste numa prática de manejo na qual as culturas 
são cultivadas nas ruas entre as fileiras ou renques 
plantados com espécies arbustivas ou arbóreas, 
geralmente leguminosas, e na qual as espécies 
lenhosas são podadas periodicamente durante a época 
de cultivo. Sistemas agroflorestais ou agrossilviculturais 
são sistemas de produção consorciada envolvendo um 
componente arbóreo e um outro, que pode ser animal 
ou cultivo agrícola, de forma a maximizar a ação 
compensatória e minimizar a competição entre as 
espécies, com o objetivo de conciliar o aumento de 
produtividade e rentabilidade econômica com a proteção 
ambiental e a melhoria da qualidade de vida das 
populações rurais, promovendo o desenvolvimento 
sustentado. 
O uso das árvores no sistema agrícola possibilita 
aumentar a diversidade dos sistemas monoculturais, 
controlar as condições microclimáticas para os outros 
componentes e melhorar ou conservar as propriedades 
físicas, químicas e biológicas do solo. A classificação 
dos SAF's é feita seguindo os seguintes critérios: 
Estrutural: refere-se à composição, arranjo espacial do 
componente arbóreo, estratificação vertical e ao arranjo 
temporal dos componentes. Nos SAF's existem três 
grupos de componentes a serem manejados: o florestal,que pode ser representado pelas árvores, palmeiras ou 
outras plantas lenhosas perenes com origem florestal; o 
agrícola, com plantas herbáceas ou arbustivas, incluindo 
plantas forrageiras; e o animal, tanto de pequeno porte 
quanto de grande porte. O arranjo espacial contempla a 
densidade de plantio e a distribuição das plantas na 
área. 
Funcional: refere-se à principal função ou papel do 
componente arbóreo no sistema, que poderá ser de 
produção de bens (madeira, fruto, semente, forragem, 
lenha, etc.) ou de serviços (quebra-ventos, cercas-vivas, 
conservação do solo) a outras espécies ou ao sistema 
como um todo. 
Sócio-econômico: refere-se ao nível de utilização de 
insumos no manejo e intensidade ou escala do manejo 
e aos objetivos comerciais. Os SAF´s podem atender a 
diferentes escalas de produção, atingindo os níveis 
comerciais, intermediários e de subsistência, e podem 
utilizar diferentes níveis tecnológicos e de manejo, como 
alto, médio e baixo. 
Ecológico: refere-se às condições ambientais e de 
sustentabilidade ecológica dos sistemas, ao assumir q 
certos tipos de sistemas podem ser mais apropriados a 
determinadas condições ecológicas. 
 
CARACTERÍSTICAS REQUERIDAS P/ 
OS DIFERENTES USOS DA MADEIRA 
 
Madeira para construção 
As características de qualidade requeridas para madeira 
de construção civil são: resistência, rigidez, retidão, 
estabilidade dimensional, isenção de empenamentos e 
defeitos, longos comprimentos, durabilidade. 
Produtos re-manufaturados 
Esta terminologia refere-se a portas, estantes, reformas 
e pisos laminados, bem como decks, estrutura de 
móveis, etc. Nesta linha, a qualidade requerida da 
madeira é superior a da madeira para construção. 
Existem grandes restrições a imperfeições, menor 
tolerância a distorções e padrões exigentes de 
qualidade. Dureza e usinabilidade são muito importantes 
p/ a qualidade do produto final. Os longos comprimentos 
são menos importantes. A classe de qualidade inferior 
pode ser direcionada p/ embalagens, decking ou pallets, 
onde a resistência é muito importante. Algumas 
propriedades de adesão tornam-se importantes quando 
as utilizações finais são vigas laminadas, painéis, ou 
mesmo quando na composição de compensados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 CARACTERÍSTICAS REQUERIDAS P/ 
OS DIFERENTES USOS DA MADEIRA 
 
Madeira de uso aparente 
São aquelas de qualidade superior utilizadas para 
móveis, painéis decorativos, pisos, lâminas de alta 
qualidade, torneados, etc. Cor, trabalhabilidade, 
características de grã e, particularmente, estabilidade, 
tornam-se muito importantes. Poucas imperfeições na 
superfície são admitidas. Fissuras ou outros problemas 
oriundos da secagem são inadmissíveis, principalmente 
se a superfície venha a sofrer tingimentos ou cobertura. 
As manchas causadas por ataques de fungo são 
totalmente inaceitáveis. 
Madeira para produtos reconstituídos 
Resíduos da produção dos materiais citados 
anteriormente podem ser utilizados, inclusive com altos 
níveis de aproveitamento. 
Madeira para produção de papel e celulose 
A madeira utilizada como matéria-prima para produção 
de pasta celulósica no Brasil provém de várias espécies 
de Eucalyptus e Pinus. A escolha destas espécies para 
reflorestamento foi baseada principalmente em seu 
rápido crescimento. As propriedades físicas e químicas 
também definem a qualidade da madeira para este fim. 
As espécies cultivadas no Brasil apresentam madeira 
cuja massa específica, a 15% de umidade, varia de 600 
a 1.600 kg/m3, para o eucalipto, e de 400 a 520 kg/m3 
para o pinus. A composição química da madeira é de 
aproximadamente 50% de celulose, 20% de 
hemicelulose, de 15% a 35% de lignina e de até 10% de 
constituintes menores. Quanto maior o teor de lignina e 
de extrativos na madeira, menor será o rendimento em 
celulose e a qualidade do papel produzido. 
 Madeira para produção de carvão 
A qualidade da madeira para a produção de carvão 
depende da densidade e do teor de resina. Quanto 
maior a densidade e o teor de resina na madeira, maior 
é o seu poder calorífico. Isso faz com que o pinus 
apresente maior poder calorífico que o eucalipto. A 
análise cautelosa de cada um desses fatores 
mencionados fará com que se minimize os riscos de 
perdas de rendimento e qualidade além da maximização 
do aproveitamento dos ativos florestais, gerando com 
isso mais recursos p/ investimentos no processamento. 
A qualidade da madeira irá sempre influenciar a 
industrialização dos produtos madeireiros, de forma que 
o manejo da floresta, o melhoramento genético e as 
pesquisas em tecnologia da madeira devem caminhar 
juntos para a obtenção de um produto final de 
qualidade, agregando valor e incrementando as taxas 
de retorno do empreendimento. 
 
ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO 
 
Preparo da Área: início das operações de implantação 
de um projeto florestal apresenta inúmeras variáveis, 
dependendo da espécie a ser cultivada e principalmente 
das condições do relevo, solo e clima. A abertura de 
carreadores e estradas normalmente é o início do 
processo, vindo em seguida o desmatamento (ou 
limpeza da vegetação), o qual pode ser representado 
pela vegetação nativa ou restos da cultura vegetal da 
própria espécie em cultivo. A execução desta atividade 
requer máquinas pesadas, roçadas mecânicas, manuais 
ou químicas, dependendo do grau de infestação da 
vegetação ou do grau de mecanização que se pretende 
adotar. 
Controle de Formigas: são as principais pragas no 
estabelecimento de um povoamento florestal, com 
potencialidade de danos significativos inclusive durante 
os anos de crescimento da floresta. Após a limpeza de 
vegetação, enleiramento, roçadas ou trituração de 
resíduos florestais, recomenda-se a espera de 
aproximadamente 30 dias p/ que o combate às formigas 
seja iniciado, tempo suficiente para que os formigueiros 
se restabeleçam e retornem às suas atividades normais. 
 
ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO 
 
Normalmente nas áreas propensas às infestações de 
formigas, ocorrem diversas espécies e até gêneros 
diferentes, o que exige diferentes métodos, processos e 
produtos para seu eficiente controle. As formigas 
consideradas potencialmente mais críticas em termos 
de danos à silvicultura brasileira, e que ocorrem em 
quase todos os estados, são as do gênero Atta, 
comumente conhecidas como saúvas, e as 
Acromyrmex. Vários métodos e produtos para o controle 
são normalmente utilizados, muito embora os controles 
manuais com inseticidas granulados, atualmente à base 
de sulfluramidas, são os mais empregados e 
recomendados, devido ao < dano ao meio ambiente e 
pela maior disponibilidade no mercado, o que os tornam 
mais competitivos em termos de custos e porque sua 
distribuição no campo torna-se bastante prática e com 
alto rendimento operacional, fazendo com que seu custo 
seja viabilizado. Produtos como os termonebulizáveis, 
são também empregados em larga escala e com 
bastante sucesso em algumas regiões, principalmente 
onde a infestação c/ espécies de saúva é muito elevada. 
Os custos, rendimento e eficiência do controle, são 
largamente variáveis em função do grau de infestação, 
sistema operacional e produto utilizado; por isso é 
fundamental um bom planejamento técnico florestal. 
Preparo do Solo: preparo do solo propriamente dito e 
as operações de sua conservação. O preparo tem por 
objetivo potencializar as condições ambientais para o 
máximo aproveitamento de todos os recursos 
disponíveis ao crescimento das mudas. O preparo do 
solo com ênfase à conservação é feito com intuito da 
preservação contra erosões, perda de nutrientes e 
retençãoda água e matéria orgânica, fundamentais e 
indispensáveis para a perpetuação da produtividade 
florestal. Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio 
deverão ser efetuados preferencialmente em curvas de 
nível. Uma ampla variedade de máquinas e 
equipamentos é utilizada na efetivação desta operação, 
normalmente máquinas mais pesadas são as preferidas 
em solos mais argilosos e agregados, e máquinas mais 
leves ou de menor potência para solos arenosos e com 
baixa estruturação. Os custos desta operação são 
dependentes diretos do tipo de máquina a ser usada e 
do grau de preparo necessário. Preparos manuais 
também podem ser executados em situações nas quais 
a viabilização de máquinas fica comprometida. 
Adubação: a primeira adubação, também chamada de 
adubação de plantio, normalmente é realizada 
concomitantemente ao preparo do solo ou sulcamento. 
Tratos Culturais: são todas as operações florestais 
com ação de eliminação da concorrência da cultura em 
questão com outras plantas, classificadas como ervas 
daninhas. O período de maior atenção com tratos 
culturais é aquele que corresponde à fase de 
estabelecimento e adaptação das mudas às novas 
condições do campo. Tipos de Tratos Culturais: 
• Coroamento: deve-se fazer logo após o plantio: ao 
redor da muda, faz-se a limpeza. 
• Capina: raspa-se a parte superficial do solo (plantas 
rasteiras são eliminadas). 
• Roçadas: corta-se a vegetação mais alta. 
• Gradeação: faz-se entre as linhas de plantio; é uma 
limpeza superficial. 
•Herbicidas: o controle das ervas daninhas é 
normalmente executado com utilização de herbicidas, 
podendo ser de pré ou pós-emergência. Os de pós-
emergência mais usados são à base de gliphosate e os 
de pré são os conhecidos como oxifluorfen. Também 
outros meios são amplamente adotados nesta 
operação, como as roçadas, gradagens e limpezas 
manuais. 
Tratos Silvicuturais: visam uma melhoria das 
condições de crescimento de indivíduos isolados ou 
alterações das condições ambientais em povoamentos 
para melhorar a estabilidade biológica. 
 
ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO 
 
São funções dos Tratos Silviculturais: 
•Proteção: evitar o ataque de insetos e danos físicos e 
proteção a temperaturas extremas (incêndios). 
•Seleção: eliminar fenótipos desfavoráveis; seleciona-se 
as melhores árvores em cresc. e desenvolvimento. 
•Educação: controla o ambiente com intervenções 
rigorosas e criteriosas: retirada de galhos, controle de 
densidade. 
•Acessórias: melhoria visual do povoamento, melhoria 
do sítio. 
Tipos de Tratos Silviculturais: 
•Poda (desrama): é a retirada de galhos de uma árvore 
item por objetivo a produção da madeira de melhor 
qualidade, a melhoria no acesso à floresta e a redução 
de risco de incêndios. 
• Desbaste: são cortes parciais feitos em povoamentos 
imaturos, com objetivo de estimular o crescimento das 
árvores remanescentes e aumentar a produção de 
madeira utilizável. 
 
AGROSSILVICULTURA 
 
Suas bases fundamentam-se na silvicultura (estudo e 
exploração de florestas), agricultura, zootecnia, no 
manejo do solo e em outras disciplinas ligadas ao uso 
da terra. Seus objetivos são: produção de alimento, de 
produtos florestais madeireiros e não madeireiros, 
produção de matéria orgânica, melhoria da paisagem, 
incremento da diversidade genética, conservação 
ambiental, formação de cercas-vivas, quebra-ventos e 
sombra para criação animal. O sistema agroflorestal ou 
agrossilvicultural apresenta grandes vantagens em 
relação aos sistemas convencionais de uso da terra, 
pois permite maior diversidade e sustentabilidade. Do 
ponto de vista ecológico, a coexistência de mais de uma 
espécie numa mesma área permite uma melhor 
utilização da água e dos nutrientes. A ciclagem dos 
nutrientes tende a ser mais rápida e os nutrientes são 
melhor aproveitados pelas culturas intercalares. Do 
ponto de vista agronômico, deve-se levar em conta as 
demandas que as árvores e as culturas agrícolas detêm 
em termos de espaço, nutrientes e água e é necessário 
que se façam os cálculos de como as árvores poderiam 
interferir na produção agrícola. A partir dos resultados 
desses cálculos pode-se avaliar se o consórcio das 
duas espécies produz mais do que seria obtido se as 
duas espécies fossem cultivadas separadamente. 
Nesses sistemas normalmente são usadas menores 
densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais 
das espécies florestais em campo. Práticas de manejo 
em eucalipto, caracterizadas por espaçamentos iniciais 
largos, desbastes precoces e pesados e podas altas, 
revelam-se superiores aos tradicionais, com a produção 
de madeira de boa qualidade, com bons resultados 
econômicos. Além disso, permitem a penetração de 
altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua 
vez, favorece o desenvolvimento satisfatório de outras 
espécies, também com valor econômico, associadas. 
Um exemplo de consórcio agroflorestal é o plantio de 
arroz, utilizando-se a prática do cultivo mínimo e o 
plantio de soja, no segundo ano, com as correções de 
solo e adubações necessárias, mantendo-se os 
cuidados mínimos com a cultura de eucalipto. Colhida a 
soja, planta-se o capim-braquiária, principalmente 
Brachiaria brizantha, como componente forrageiro para 
o gado. Quando o capim já está estabelecido, solta-se o 
gado em regime de recria e/ou engorda. O sistema de 
consórcio silvo-pastoril vai até o décimo ano, quando se 
procede ao corte da madeira. Após o ciclo completo de 
colheita, inicia-se novo ciclo, repetindo-se as culturas e 
os procedimentos, com o aproveitamento da brotação 
do eucalipto. Para tanto, retira-se o gado da área, 
colhe-se a madeira e aplica-se herbicida nas entrelinhas 
p/ o cultivo do arroz, soja ou outra cultura agronômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 SILVICULTURA DO EUCALIPTO 
 
Produção de Mudas 
A produção de mudas pode ser de duas maneiras: 
sexuada (com o uso de sementes) ou assexuada (por 
propagação vegetativa). Quando sexuada, deve-se 
considerar a disponibilidade de semente e de recipiente. 
A semente pode ser obtida de árvores existentes na 
região ou compradas em locais especializados e os 
recipientes devem ser sacos plásticos, apropriados ou 
comuns, previamente furados. Para a implantação de 
reflorestamento de eucalipto, é muito importante a 
escolha da espécie que se adapte ao local e aos 
objetivos pretendidos, como por exemplo: 
Para lenha e carvão: espécies que dêem grande 
quantidade de lenha em prazo curto (E. grandis, E. 
urophylla, E. torilliana). 
Para papel e celulose: espécies que apresentem cerne 
branco e macio (E grandis, E saligna, E urophylla). 
Para postes, moirões, dormentes e estacas: espécies 
com cerne duro (para resistir ao tempo), (E citriodora, E 
robusta, E globulus). 
Para serrarias: espécies de madeira firme, em que não 
ocorram rachaduras (E dunnii, E viminalis, E grandis). 
Plantio 
É necessária a adoção de um conjunto de medidas 
silviculturais, como, por exemplo, a época do plantio 
(primavera ou início do verão, conforme a espécie), 
preparo do solo, adubação (fertilização mineral em 
doses apropriadas) e tratos culturais destinados a 
favorecer o crescimento inicial das plantas em campo. 
Tomando-se como exemplo o preparo para fins de 
cultivo de eucalipto, este tem apresentado uma ampla 
evolução nos últimos anos, passando desde o preparo 
mais esmerado até o cultivo mínimo, muito difundido e 
utilizado atualmente no setor florestal. Logicamente que, 
quando se generaliza o uso do equipamento ou o grau 
de mecanização sem se levar em conta todas as 
variáveis e peculiaridades de cada solo, clima e 
topografia,a probabilidade de dispêndio de dinheiro sem 
necessidade e a degradação do solo são praticamente 
inevitáveis. As espécies de Eucalyptus são altamente 
sensíveis à competição de ervas daninhas (até 
aproximadamente de 1 a 1 ano e meio) e também ao 
ataques de formigas (normalmente não suportam 3 
ataques consecutivos). 
Preparo do terreno: relacionado com as características 
da área onde será realizado o plantio. O preparo do solo 
para o plantio deve ser feito de maneira a propiciar 
maior disponibilidade de água para a cultura, visto que o 
regime hídrico do solo é um fator essencial para o 
crescimento da maioria das espécies de eucalipto. 
Geralmente as operações são realizadas na seguinte 
ordem: 
- construção de estradas e aceiros 
- desmatamento e aproveitamento da madeira 
- enleiramento ou encoivaramento 
- queima das leiras 
- desenleiramento 
- combate à formiga 
- revolvimento do solo 
- sulcamento e/ou coveamento 
Espaçamento 
Visando a produção de madeira p/ laminação, serraria e 
fina para papel e celulose, geralmente são utilizados os 
espaçamentos de 3,0 x 2,5 (1.333 árvores/ha) ou 3,0 x 
2,0 (1.666 árvores/ha). Com o advento dos plantios 
clonais, as empresas de celulose passaram a adotar 
espaçamentos mais largos (como o de 3 m x 3 m), que 
suprem o maior espaço aos genótipos idênticos. Na 
mecanização e nas atividades de colheita, o aumento do 
espaçamento torna-se uma necessidade visando 
condições mais adequadas à produção de indivíduos 
com maiores dimensões, que levam a uma maior 
produtividade dos equipamentos. 
 
SILVICULTURA DO EUCALIPTO 
 
Métodos de Plantio 
O plantio pode ser realizado através de dois métodos: 
- Plantio manual: consiste inicialmente de balizamento e 
alinhamento, abertura de covas, distribuição de mudas e 
plantio propriamente dito. 
- Plantio mecanizado: consiste de um trator que 
transporta as mudas e abre a cova com um disco 
sulcador enquanto um operário distribui as mudas. Ao 
mesmo tempo, duas rodas convergentes fecham o 
sulco. As mudas mal plantadas são arrumadas por um 
operário que segue a máquina, sendo este processo 
utilizado para mudas de raiz nua. 
Tratos Culturais 
Limpeza: realizada até que as plantas atinjam um porte 
suficiente para dominar a vegetação invasora e 
geralmente são feitas através de três métodos 
principais: 
- Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas 
ou de coroamento e por roçadas na entrelinha. 
- Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas 
rotativas e roçadeiras. 
- Limpeza química: utilização de herbicidas. 
Combate às formigas: a prevenção ao ataque das 
formigas cortadeiras deve ser realizada constantemente, 
através da vigilância e do combate na fase de preparo 
do solo, na qual a localização e o próprio combate são 
facilitados. 
Replantio: deverá ser realizado num período de 30 dias 
após o plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a 
90%. 
Tratos Silviculturais 
Poda ou Desrama: visa melhorar a qualidade da 
madeira pela obtenção de toras desprovidas de nós. O 
controle do crescimento dos galhos, bem como sua 
eliminação, é uma prática aplicada às principais 
espécies de madeira. Os nós de galhos vivos causam 
menores prejuízos que os deixados por galhos mortos. 
Estes constituem sérios defeitos na madeira serrada. 
Ocasionalmente, as árvores também são podadas para 
prevenir a ocorrência de incêndios florestais e para 
favorecer acesso aos povoamentos, durante as 
operações de desbastes, inventário e combate à 
formiga. 
São dois os tipos de desrama: 
- Desrama natural: é bastante eficiente em floresta de 
eucalipto, sendo que nenhuma medida especial deve 
ser tomada a fim de promovê-la. O processo mais 
simples consiste em desenvolver e manter um estoque 
inicial denso, o que, além de manter os galhos inferiores 
pequenos, causa-lhes também a morte. 
- Desrama artificial: o objetivo mais tradicional desta 
prática é a produção de madeira limpa ou isenta de nós 
em rotação mais curta que a exigida com desrama 
natural. A desrama artificial pode ser feita também para 
prevenir os nós soltos, produzindo desta forma madeira 
com nós firmes. Este esforço pode não oferecer 
recompensas muito valiosas, porém envolve um período 
de espera menor. 
Desbaste: cortes parciais realizados em povoamentos 
imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das 
árvores remanescentes e aumentar a produção da 
madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as 
árvores excedentes, para que se possa concentrar o 
potencial produtivo do povoamento num número limitado 
de árvores selecionadas. Para determinar a intervenção, 
é preciso conhecer-se o incremento médio anual e 
corrente da floresta. Quando o incremento do ano 
passar a ser < que o médio até a idade correspondente 
a ultima medição, tendendo, portanto a baixar a média 
geral da produção da floresta, este seria o ano para a 
sua intervenção. Esta análise é possível mediante a 
realização de inventários contínuos. Nos desbastes, as 
vantagens em conseqüência da competição devem ser, 
pelo menos em parte, preservadas. 
 
SILVICULTURA DO EUCALIPTO 
 
Assim, num programa de desbaste, para rotações 
relativamente longas, o número de árvores deve ser 
reduzido gradativamente, porém a uma taxa 
substancialmente mais rápida do que seria em 
condições naturais. A seleção das árvores a serem 
desbastadas é caracterizada da seguinte forma: 
- Posição relativa e condições de copa (dominantes) 
- Estado de sanidade e vigor das árvores 
- Características de forma e qualidade do tronco 
O principal efeito favorável do desbaste é estimular o 
crescimento em diâmetro das árvores remanescentes. A 
variação no diâmetro das árvores induzidas pelos 
desbastes é muito ampla. Desbastes leves podem não 
causar efeito algum sobre o crescimento, embora seja 
possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir 
uma produção constituída de árvores com o dobro do 
diâmetro que, durante o mesmo tempo, elas teriam sem 
desbastes. Os desbastes também tendem a desacelerar 
a desrama natural e a estimular o crescimento dos 
galhos. A única vantagem disso é que os galhos 
permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, 
reduz-se o número de nós soltos na madeira. 
Métodos de desbaste 
- Desbaste sistemático: aplicados em povoamentos 
altamente uniformes, onde as árvores ainda não se 
diferenciaram em classes de copas. Aplicam-se em 
povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É 
mais simples e mais barato. Permite mecanizar a 
retirada das árvores. 
- Desbaste seletivo: implica na escolha de indivíduos 
segundo algumas características, previamente 
estabelecidas, variadas de acordo com o propósito a 
que se destina a produção. As árvores removidas são 
sempre as inferiores, dominadas ou defeituosas. Este 
método é mais complicado, porém permite melhor 
resultado na produção e na qualidade da madeira 
grossa. 
Exploração 
Idade de corte: a condução dos talhões de eucalipto 
geralmente é realizada para corte aos 7, 14, e 21 anos. 
São 3 ciclos de corte para uma mesma muda original. 
De acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte 
poderá ser menor (a cada 5 ou 6 anos). Tudo está 
ligado ao objetivo da plantação de eucalipto (lenha, 
carvão, celulose, mourões, poste, madeira de 
construção ou serraria). 
Limpeza da área para corte: quando o povoamento de 
eucalipto de um talhão atinge a idade para o primeiro 
corte, deve-se efetuar a limpeza do local. A eliminação 
do mato ralo e da capoeira existentes na área do 
eucalipto facilita os trabalhos de corte e retirada de 
madeira. Depois da limpeza da área, mas antes de se 
efetuar o corte das árvores, deve-se proceder a uma 
vistoria para controle das formigas, pois estas são muito 
danosas e impedem a rebrota das cepas de eucalipto. 
Capacidade de rebrota das cepas de eucalipto: a 
rebrota do eucaliptoé variável conforme a espécie. 
Época de corte: a capacidade de rebrota das cepas de 
eucalipto varia conforme a época. Geralmente a 
sobrevivência dos brotos é maior quando se cortam as 
árvores na época chuvosa (primavera). 
Altura de Corte: em relação ao terreno define a 
percentagem de sobrevivência das brotações. Deve-se 
cortar bem próximo do solo, deixando-se o mínimo de 
madeira na cepa da árvore. As espécies com boa 
brotação devem ser cortadas a uma altura média de 5 
cm acima do solo. As espécies com baixa capacidade 
de rebrota deverão ser cortadas a uma altura de 10 a 15 
cm da superfície do solo. 
Diâmetro das cepas: o vigor das brotações do eucalipto 
está ligado com o diâmetro das cepas. O número de 
brotos aumenta à medida que o diâmetro das cepas 
aumenta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 SILVICULTURA DO EUCALIPTO 
 
Manejo da Brotação 
Limpeza das Cepas: consiste em limpar-se ao redor das 
cepas de eucalipto, retirando-se a galhada, folhas, 
cascas, evitando o abafamento da brotação. Deve-se 
evitar que a madeira cortada seja empilhada sobre as 
cepas. A entrada de caminhão para retirada da madeira 
pode prejudicar as brotações. Não deve ser utilizado o 
fogo para limpeza da área, pois este é inimigo das 
brotações do eucalipto. 
Gradagens: o eucalipto é exigente em solo bem 
preparado. Por isso, nas áreas de eucalipto em brotação 
devem ser realizadas gradagens entre as ruas de 
cepas. O uso da grade de discos elimina as ervas 
daninhas e poda as raízes das cepas, aumentando-lhes 
o vigor. 
Desbrota das cepas: quando os brotos apresentarem de 
2,5 a 3 m de altura, ou seja, após 10 a 12 meses do 
corte das árvores, efetua-se a desbrota. Isso deve ser 
feito no período quente e chuvoso, para garantir o 
crescimento da brotação. Conforme o tamanho da cepa 
deixa-se a seguinte quantidade de brotos: 
Cepas menores que 8 cm: apenas um broto. 
Cepas maiores que 8 cm: de 2 a 3 brotos. 
 Adubação para brotação: na véspera do corte das 
árvores, aplica-se fertilizantes na cepa. A aplicação é 
feita nas entrelinhas do eucalipto, em sulco ou a lanço. 
 Interplantio: consiste no plantio de mudas ao lado do 
tronco de eucalipto que não tenha brotação. Por isso, de 
2 a 3 meses após o corte das árvores, efetua-se um 
levantamento das cepas não brotadas. Identifica-se os 
locais para o plantio. Plantam-se mudas bem 
desenvolvidas c/ 6 a 8 meses de idade, especialmente 
produzidas no viveiro. Deve-se abrir covas bem 
grandes, durante a estação chuvosa, ao lado das cepas 
mortas. O ideal é efetuar adubação de cova. 
 
PRODUÇÃO DE MUDAS E ADUBAÇÃO 
NO VIVEIRO 
 
1. Sistemas de produção de mudas de eucalipto e pinus 
Atualmente, os recipientes mais utilizados para a 
produção de mudas de eucalipto e pinus são os sacos 
plásticos e os tubetes. Para a escolha do recipiente 
deve-se levar em conta a quantidade de mudas 
produzidas e a duração do viveiro, porque em pequena 
escala e em viveiros temporários é aconselhável a 
utilização de sacos plásticos devido ao menor custo 
inicial. 
1.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos 
As dimensões para os recipientes de saco plástico 
podem variar de 5,0 a 8,0 cm de diâmetro e de 12,0 a 
15,0 cm de altura. Os sacos devem ter no mínimo 4 
furos na parte de baixo. Como substrato para o 
preenchimento recomenda-se terra de subsolo isenta de 
sementes de plantas indesejáveis e de microorganismos 
que prejudicam o desenvolvimento das mudas. Deve-se 
dar preferência para solos areno-argilosos, pois 
apresentam boa agregação, permitem drenagem e 
também capacidade de reter água. A montagem do 
canteiro deve ser realizada com o auxilio de duas ripas 
de madeira em toda a lateral e o canteiro teve ter 
largura máxima de 0,80 m. Os sacos plásticos, já cheios 
com terra, devem ser organizados em uma superfície 
plana sendo colocados encostados uns aos outros para 
que não ocorra o tombamento das mudas. A semeadura 
deve ser feita de maneira direta, distribuindo de 2 a 4 
sementes por saco plástico. As sementes devem ser 
colocadas em uma profundidade correspondente a um 
pouco mais que o seu diâmetro. Logo após a 
semeadura, cobrir com uma leve camada de terra fina 
ou de material orgânico (casca de arroz ou serragem). 
As sementes devem ser adquiridas em estabelecimento 
credenciado, pois desse modo é possível adquirir 
material de qualidade. 
 
PRODUÇÃO DE MUDAS E ADUBAÇÃO 
NO VIVEIRO 
 
O canteiro deve ser coberto com sombrite até o final da 
fase de germinação. Outro fator importante para o bom 
desenvolvimento das mudas é a realização de 2 ou 3 
irrigações por dia. O desbaste deve ser realizado, com 
as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a 
mais vigorosa no recipiente. Nessa fase pode ser 
realizada uma repicagem aproveitando as mudas, que 
podem ser transplantadas para outros sacos plásticos 
nos quais não ocorreu a germinação das sementes. As 
mudas podem apresentar grande ≠ no desenvolvimento, 
sendo importante a movimentação separando-as por 
tamanho de modo a efetuar novas adubações nas 
mudas menores para que alcancem o tamanho das 
outras. 
Adubação das mudas 
Os métodos, as doses e as épocas de incorporação de 
adubos nos substratos de cultivo devem ser bastante 
criteriosas, pois além de garantir o bom crescimento e 
qualidade das mudas, a adubação é o principal meio 
que o viveirista tem para "segurar" ou "adiantar" o 
crescimento das mesmas no viveiro. Os adubos mais 
recomendados, devido as suas características físicas e 
químicas são: o sulfato de amônio, superfosfato simples 
e cloreto de potássio usados preferencialmente na 
forma de pós, para facilitar a homogeneização das 
doses de adubos no substrato de cultivo das mudas. 
A melhor forma de fazer a aplicação de adubos nesse 
sistema consiste no parcelamento das doses de adubos 
recomendadas, ou seja, cerca de 50% das doses de N e 
de K2O e 100% das doses de P2O5 e micronutrientes 
são misturadas à terra de subsolo, antes do enchimento 
dos sacos plásticos, o que é denominado adubação de 
base. O restante das doses é aplicado em cobertura, 
parceladamente, na forma de soluções ou suspensões 
aquosas. Recomenda-se as seguintes dosagens de 
adubos: 
a) Adubação de Base: 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 
g de K2O e 200g de "fritas" (coquetel de micronutrientes 
na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico 
de terra de subsolo. Normalmente, os níveis de Ca e Mg 
nas terras de subsolo são muito baixos e por esta razão 
recomenda-se, também, a incorporação de 500 g de 
calcário dolomítico por metro cúbico de terra. 
b) Adubação de Cobertura: 100 g de N mais 100 g de 
K2O, parceladas em 3 ou 4 aplicações. Para a aplicação 
desses nutrientes, recomenda-se dissolver 1 kg de 
sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 
100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 
mudas. Recomenda-se intercalar as adubações, ou 
seja, numa aplicação utilizar N e K2O, na seguinte, 
apenas N e assim por diante. As aplicações deverão ser 
feitas no final da tarde ou ao amanhecer, seguidas de 
leves irrigações apenas para diluir ou remover os 
resíduos de adubo que ficam depositados sobre as 
folhas. 
As adubações de cobertura devem ser feitas em 
intervalos de 7 a 10 dias. A primeira deve ser realizada 
de 15 a 30 dias pós-emergência. A época de aplicação 
das demais poderá ser melhor determinada pelo 
viveirista ao observar as taxas de crescimento e as 
mudanças de coloração das mudas. Quando as mudas 
já estiverem formadas, portanto, prontas para serem 
plantadas no campo, recomenda-se, antes da expedição 
das mesmas, fazer a "rustificação" para amenizar seus 
estresses no campo. Na fase de "rustificação", que

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