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ECONOMIA FLORESTAL CONCEITOS BÁSICOS É o estudo do método de alocação de meios físicos e humanos escassos (recursos) entre fins alternativos, para o bem-estar do homem. Estuda o modo como os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da melhor forma para satisfazer as necessidades individuais e coletivas. Diz respeito apenas às necessidades que são satisfeitas com bens econômicos, ou seja, por elementos naturais escassos ou produtos elaborados pelo homem. Preocupa-se com a explicação e previsão de fenômenos observados que baseiam-se em teorias. Com aplicações de técnicas estatísticas e econométricas, as teorias podem ser utilizadas para construir modelos, a partir dos quais as previsões possam ser feitas. Elementos-chave da atividade econômica a) Necessidades humanas: sensações de carência de algo, unidas ao desejo de satisfazê-las. Segundo o requerente: necessidades do individuo (natural: comer ou social: festa) ou da sociedade (coletivas: transporte ou públicas: segurança). Segundo a natureza: vitais/ primárias (alimentos) ou civilizadas/ secundárias. Constituem a força motriz da economia. Possuem duas características: diversificação (≠ entre indivíduos) e insaciabilidade. A satisfação de necessidades materiais e não-materiais de uma sociedade obrigam seus membros a se ocuparem de determinadas atividades produtivas. b) Recursos: fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços, denominados fatores de produção. Terra: terra agricultável, urbana e recursos naturais. Capital: edificações, fábricas, máquinas, equipamentos e demais meios utilizados nos processos produtivos. Não se deve confundir capital com dinheiro. O dinheiro por si não produz nada; é padrão para medir o valor dos itens de capital, do trabalho e dos bens de consumo. Trabalho: faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos empregados na produção de bens. Características dos recursos: ▪ São limitados em quantidade, sendo chamados de recursos econômicos. Alguns recursos, como o ar utilizado em motores de combustão interna, são tão abundantes que podem ser obtidos por apropriação, chamados de recursos livres, pois não exigem preço. A escassez de recursos torna necessária a escolha cuidadosa de quais necessidades devem ser satisfeitas e em que grau, sendo este o problema econômico. ▪ São versáteis, c/ a capacidade de aproveitamento em diversos usos. Quanto mais aperfeiçoado ou especializado torna-se o curso, mais limitados serão os seus usos. ▪ Podem ser combinados em diversas %. c) Técnicas de produção: consistem no know-how e dos meios físicos para transformar os recursos de modo que satisfaça as necessidades. Ramos da economia a) Microeconomia: ou teoria do preço, ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas individuais, como as famílias ou consumidores, e as empresas, ou produtores. Preocupa-se com o fluxo de bens e serviços das empresas para os consumidores e também, como o fluxo dos recursos produtivos (ou seus serviços) dos seus proprietários para as empresas. Pressupõe pleno emprego dos recursos e uma economia estável (sem grandes flutuações). b) Macroeconomia: ou teoria da renda nacional, ocupa- se do comportamento global do sistema econômico refletido em um número reduzido de variáveis, como o produto total de uma economia, o emprego, o consumo, o investimento, o nível geral de preço, etc. CONCEITOS BÁSICOS Agentes econômicos Na economia, os diversos papéis que desempenham os agentes econômicos podem ser agrupados em três grandes setores: Primário: agricultura, pesca, mineração. Secundário: indústria e construção. Terciário ou de serviços: comércio, transporte, bancos. Os agentes econômicos são compostos por: a) Famílias: consomem bens e serviços e oferecem seus recursos (trabalho e capital) às empresas. Comportamento similar ao das famílias é o de indivíduos, grupos esportivos e culturais, associações beneficentes e religiosas, etc. b) Empresas: contrata trabalho e compra fatores com o fim de fazer e vender bens e serviços. c) Setor público: atua como empresário e oferece bens públicos que são bens proporcionados a todas as pessoas a um custo que não é maior que o necessário para o fornecimento a uma só pessoa. Exemplo: defesa nacional. Coordena e regula o mercado e, às vezes, estabelece a política econômica, tentando alcançar objetivos gerais como: crescimento estável do produto nacional; pleno aproveitamento dos recursos e eficiente alocação destes; estabilidade de preços; e distribuição de renda justa. Organização de um sistema econômico Funções do sistema econômico 1) Determinação do que se deve produzir Depende da verificação de quais necessidades dos consumidores são mais importantes e em que grau devem ser satisfeitas. O valor monetário que o consumi- dor emprega em cada produto depende da urgência da necessidade do bem, do gosto e da renda do consumi- dor e da oferta do produto. 2) Organização da produção Envolve a canalização contínua dos recursos das empresas que produzem bens e serviços menos desejáveis para as que produzem bens e serviços mais desejáveis; e uso eficiente dos recursos pela empresa (relação produto/ fator). 3) Distribuição dos produtos Depende da renda pessoal, q depende das quantidades dos diferentes recursos que um indivíduo pode empregar no processo produtivo e dos preços que recebe pelos recursos empregados. 4) Racionamento dos bens em períodos de oferta fixa (curto prazo): distribuição entre os consumidores – se a oferta fixa for baixa, o preço subirá e o consumo diminuirá. Se, ao contrário, a oferta for alta, o preço descerá e o consumo aumentará. Racionamento ao longo do tempo – se toda a colheita for colocada em mãos de consumidores logo após ter sido colhida, maior parte estará disponível no início da safra; com isso o preço cairá e haverá maior consumo inicial. Em conseqüência, haverá menor quantidade disponível no final da safra, o que faz o preço subir e o consumo diminuir. 5) Manutenção e ampliação da capacidade produtiva A força de trabalho pode ser incrementada com o aumento da população e com o desenvolvimento e melhoramento das habilidades. A acumulação de capital acontece quando algum dos recursos é desviado da produção de bens de consumo p/ a produção de bens de capital, de modo que ultrapasse a quantidade requerida para depreciação. CONCEITOS BÁSICOS Os melhoramentos das técnicas produtivas aumentam a capacidade produtiva, por meio da maior produção por unidade de recurso utilizado. Concorrência perfeita Um mercado de concorrência perfeita é aquele em que existem muitos compradores e muitos vencedores, de forma que nenhum comprador ou vendedor individual exerce influencia sobre o preço. Condições: elevado no de ofertantes e demandantes; homogeneidade do produto; transparência do mercado; perfeita mobilidade dos recursos e liberdade de entrada e saída de empresas; inexistência de conluio ou restrições artificiais a procura, oferta e preços. A concorrência perfeita não existe, pois não há um mercado que atenda a todas essas exigências; pode-se afirmar q este tipo de mercado frequentemente funciona como um modelo teórico p/ compreensão dos processos econômicos. O que ocorre na prática chama-se concorrência pura, pois atende a quase todas as condições citadas; como exemplo tem-se o mercado de bolsa de valores e as feiras livres. DEMANDA A demanda, ou procura, é definida como as várias quantidades de um bem que os consumidores retirarão do mercado a todos os possíveis preços alternativos, enquanto tudo o mais permanece constante. As quantidades retiradas serão afetadaspor diversas circunstâncias, entre as quais são mais importantes: o preço do bem, os gostos e as preferências dos consumi- dores, o no de consumidores considerados, a renda dos consumidores, a variedade de bens disponíveis e o preço dos bens relacionados àquele bem considerado. Estes bens relacionados podem ser complementares ou substitutos. Os bens substitutos ou competitivos são aqueles que poderão ser adquiridos pelo consumidor em substituição a outro bem e satisfazer suas necessidades. Os bens complementares são aqueles que são consumidos em conjunto. Curva de demanda de um determinado bem Quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade procurada. Mudança na curva em função de mudanças no preço Aumentando-se o gosto ou a preferência, a população, a renda, o preço do bem substituto, ou diminuindo o preço do bem complementar, mantendo o preço constante, haverá aumento na demanda deslocando a curva para a direita. Diminuindo-se o gosto ou a preferência, a população, a renda, o preço do bem substituto, ou aumentando o preço do bem complementar, mantendo o preço constante, haverá redução da demanda deslocando a curva para a esquerda. ECONOMIA FLORESTAL OFERTA A oferta é definida como as várias quantidades de um bem que os vendedores colocam no mercado a todos os preços alternativos, por unidade de tempo, enquanto tudo o mais permanece constante. Denomina-se lei da oferta a ∆ diretamente proporcional da quantidade ofertada em razão da variação nos preços dos produtos. Chama-se lei da procura a ∆ da quantidade demandada em função da ∆ nos preços dos produtos. Depende de um conjunto de fatores: Preço do produto (*) Tecnologia (*) Impostos (**) Disponibilidade de recursos (*) Preço dos fatores produtivos (**) Expectativa do produtor (*) Período de tempo (**) (*) aumento do fator aumenta a quantidade ofertada (relação direta) (**) aumento do fator diminui a quantidade ofertada (relação indireta) A quantidade oferecida aumenta junto com preço, refletindo o comportamento dos produtores. Deslocamento da Curva de oferta Aumentando-se os fatores que apresentam relação direta ou diminuindo os de relação indireta haverá aumento na oferta deslocando a curva para a direita. Diminuindo-se os fatores que apresentam relação direta ou aumentando os de relação indireta haverá diminuição na oferta deslocando a curva para a esquerda. PREÇO DE EQUILÍBRIO É o preço obtido quando se confronta as curvas de demanda e oferta. Mudança de procura com oferta fixa O aumento de demanda gera um déficit do produto. PREÇO DE EQUILÍBRIO Mudança de oferta com procura fixa O aumento de oferta gera um excesso do produto. ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA A elasticidade é uma medida de sensibilidade de uma variável em relação à outra. Permite saber como as mudanças de preços ou quantidades irão afetar a receita total das empresas ou o dispêndio total das famílias. A elasticidade preço da procura ou demanda (Ed) mede a sensibilidade da quantidade demandada em relação a modificações no preço do próprio bem. Pode ser medida pela inclinação da curva, pela elasticidade- arco e pela elasticidade preço no ponto. Procura Elástica: uma pequena alteração no preço causa uma alteração grande da quantidade procurada. Procura Inelástica: uma grande alteração no preço causa uma alteração pequena da quantidade procurada. Oferta Elástica: uma pequena alteração no preço causa uma alteração grande da quantidade ofertada. Oferta Inelástica: uma grande alteração no preço causa uma alteração pequena da quantidade ofertada. Magnitude da elasticidade-preço da procura: Unitária: diminuição no preço afeta a demanda na mesma proporção. Elástica: diminuição no preço provoca grande aumento na demanda. Inelástica: aumento do preço leva a uma pequena diminuição na demanda. FUNÇÃO DE PRODUÇÃO A função de produção representa a quantidade máxima de produto que se pode obter por meio de uma combinação de fatores. No modelo mais simples, o modelo fator-produto, tem-se a quantidade de produto (Y), em função da quantidade de apenas um fator empregado (X1), sendo os outros fatores mantidos constantes. Assim, Y = f(X1/X2.... Xn). Em que: Y = quantidade de produto; X1 = quantidade de fator variável; e X2... Xn = quantidade de fatores fixos. Os fatores produtivos são: terra, trabalho, capital, administração, etc. Algumas pressuposições devem ser observadas para se trabalhar com uma função de produção: i) O mercado de insumo e produto é competitivo, o que significa dizer que os preços são dados pelo mercado. ii) Existe conhecimento perfeito do mercado, ou seja, há ausência de risco e os preços são dados com certeza absoluta. iii) O objetivo do investidor é maximizar o lucro. iv) A produção é instantânea, pois, tão logo o insumo seja utilizado, o nível de produto se altera. Não há relação entre um período e outro, já que a análise é feita em determinado ponto no tempo. Lei dos rendimentos decrescentes A função de produção clássica é a representação da lei dos rendimentos decrescentes. Segundo essa lei, adicionando-se quantidades iguais do fator variável, o retorno da produção será crescente, constante, decrescente e até negativo. Função clássica de produção (PFT = produto físico total). Produto Físico Total, Médio e Marginal. Produto físico total (PFT ou Y): produção total medida em termos físicos. Produto físico médio (PFMe) ou produtividade média (PMe): produção total dividida pela quantidade de fator variável utilizada. PFMe = PFT/ X. O PFMe mede a eficiência do fator variável; portanto, quando PFMe for máximo ter-se-á o máximo em termos técnicos. Pode ser dado pela tangente do ângulo α, formado entre o eixo das abscissas e a reta, que parte da origem e toca a curva do PFT. Produto físico marginal (PFMa): representa a mudança na produção (∆Y) associada à mudança incremental no uso do fator (∆X). Como o incremento no uso do fator costuma ser uma unidade, diz-se que o PFMa é a mudança na produção associada ao incremento de uma unidade no fator. PFMa = ∆Y/ ∆X. ECONOMIA FLORESTAL FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Estágios de Produção A função de produção clássica pode ser dividida em três estágios ou regiões de produção. O estágio I inclui níveis de fatores de zero unidades até o nível de uso em que o PFMe é máximo ou onde este se iguala ao PFMa. O estágio II inclui a região do ponto em que o PFMe é máximo até o ponto onde o PFT atinge o máximo ou o PFMa é igual a zero. O estágio III inclui a região onde a função de produção é decrescente e o PFMa é negativo. Estágios irracionais: tradicionalmente, I e III são descritos como estágios irracionais de produção. A terminologia sugere que o economista florestal nunca utilize níveis de fatores dentro dessas regiões, a menos q o comportamento seja irracional. Os comportamentos irracionais descrevem escolhas inconsistentes com a maximização de retornos líquidos ou lucros. É fácil entender por que o empresário interessado em maximizar lucro nunca opera no estágio III. Não faria sentido ele aplicar insumo se ao fazer isso o nível de produção diminuísse. Do mesmo modo, nãofaria sentido ele operar no estágio I, pois, como se trata de uma região onde o produto médio aumenta, deixar de adicionar fator representa perder oportunidade de ganhar mais dinheiro. Estágio racional: O estágio II é chamado de racional ou região de produção econômica. Nesse sentido, esta terminologia sugere que o economista florestal racional que tem como objetivo a maximização do lucro opere dentro desta região. Todavia, em certos casos, principalmente quando a disponibilidade de capital para a compra de fatores é limitada, o economista racional pode ficar impossibilitado de operar tanto no estágio II quanto no I. CUSTOS DE PRODUÇÃO Custos: dispêndios efetuados por uma firma, nos recur- sos empregados para produzir o seu produto. Podem ser explícitos ou implícitos. Custos explícitos: dispêndios feitos pela firma, os quais são entendidos como despesas, ou seja, pagamentos por fatores de produção utilizados. Custos implícitos: dispêndios provenientes do uso de recursos próprios, não envolvendo um desembolso monetário. Despesas: são o valor de todo o pagamento que sai da empresa com ou sem compensação produtiva. Ex: pagamento de salário x doação à entidade. Gastos: são todos os desgastes de valores ou materiais e energia expressos em valores dentro da empresa. Ex: depreciação anual de uma máquina. Custos a curto prazo: período de tempo em q a firma não pode variar alguns recursos, como equipamentos, construções, terra, etc. Estes recursos são fixos. Custos a longo prazo: período de tempo em que todos os fatores são variáveis, inclusive a planta ou tamanho da empresa. Curvas de Custo Os custos se dividem em fixos e variáveis. Os custos fixos totais (CFT) são aqueles que não variam quando se varia a produção, enquanto os custos variáveis totais (CVT) variam com a produção. CUSTOS DE PRODUÇÃO A soma dos custos fixos e variáveis representam os custos totais (CT). CT = CFT + CVT Custo fixo médio: CFMe= CFT/Y Custo variável médio: CVMe= CVT/Y Custo total médio: CTMe= CT/Y Custo marginal (CMa) representa o aumento no custo total provocado pelo aumento de uma unidade na quantidade produzida e é representado pela inclina- ção da curva de Custo total (CT). CMA = dCT/ dY = ∆CT/ ∆Y Custos fixos, variáveis e totais de uma empresa. Custos médios (fixos, variáveis e totais) e marginal de uma empresa. O Ponto de mínimo das curvas de custo Quando em mesma escala, os pontos de mínimo das curvas de custo facilitam a análise dos resultados obtidos. Os mínimos das curvas CVMe e do CTMe se dão no ponto de tangência da curva do CV e do CT. (a) Curvas do Custo Variável (CV) e Custo Variável Médio (CVMe); (b) Curvas do Custo Total e Curvas do Custo Total Médio (CTMe). O mínimo do CMa se dá no ponto de inflexão (PI) da curva do CT. O ponto de mínimo do custo total médio (CTMe) coincide com o custo marginal (CMa) e ocorre na direção do ponto de tangência (PT). CUSTOS DE PRODUÇÃO Equilíbrio da firma e maximização do lucro O ponto de equilíbrio da firma e a maximização do lucro ocorre quando o CMa se iguala ao preço do produto (ou RMa): CMa=RMa. Curvas de custos e pontos importantes Pt. 1 - Mínimo do CTMe: O CTMe decresce, devido à diminuição dos custos fixos médios, até um mínimo. Depois disso o CTMe aumenta porque há um cresci- mento dos Custos Variáveis. Pt. 2 e 3 - Limiar e limite de Utilidade: onde a curva do CTMe cruza a linha reta do preço. Pt. 4 e 5 - Máx. e Mín. de produção: onde o CVMe é coberto pelo preço. Pt. 6 - Melhor nível de produção: Onde ocorre Cma = Rma = Preço, é o lucro máximo a um dado nível de produção. Maximização do lucro (pelo lado do produto) L=RT-CT L = Py.Y -Px1.X1-C Onde C=Custo fixo Para obter o ponto de máximo lucro são necessárias duas condições: a)que a 1ª derivada seja igual a zero; b)que a 2ª derivada seja menor que zero. Assumindo que a 2ª condição esteja satisfeita, tem-se: Py= Px1/PFMa=RMa=Cma. Cada unidade adicionada às vendas da firma aumentará sua receita por uma quantia constante - o preço por unidade do produto - daí a curva de receita total ser retilínea e inclinada de baixo para cima. Os lucros da firma serão máximos ao nível de produção Y*, onde a distância entre receita total e custo total é máxima. Analisando de outra forma, pode-se afirmar que os lucros da firma são máximos no nível de produção em que o Cma=RMa , isto é no ponto Y*. Lucro e prejuízo Uma firma pode operar em várias situações, obtendo lucro ou prejuízos, ilustraremos algumas dessas situações: Situação 1 - Lucro puro: P>CTMe. ECONOMIA FLORESTAL CUSTOS DE PRODUÇÃO Quando o preço do produto estiver acima do CTMe, tem-se lucro positivo. Isto é representado pela área do retângulo PABD. Situação 2 - Lucro zero: P=CTMe. Neste caso, se o preço cai e iguala ao CTMe, não há lucro nem prejuízo. Situação 3 - Prejuízo: CVMe<P<CTMe Se o retângulo DCBE>DCAP, o prejuízo total parando é maior que o prejuízo da firma produzindo, logo ela continua em atividade. Situação 4 - Ponto de fechamento da firma: P<CVMe Neste caso o preço cai abaixo do CVMe, e o prejuízo total da firma produzindo (retângulo DCAP) é maior do que a firma parando (CFMe total=Retângulo DCBE). ▪ Qualquer empreendimento, por menor que seja, merece atenção quanto aos custos de produção, mesmo porque há uma tendência a não se dar grande importância a pequenos investimentos, mas a atividade pode estar acumulando prejuízos com o tempo. ▪ O mercado sempre influenciará o comportamento da função de custos, principalmente pela condição de oferta e procura, que alterará o preço dos insumos, dos fatores de produção e consequentemente do produto. ▪ Uma boa análise de custos será feita em função do conhecimento da atividade a ser desenvolvida. ECOMOMIA FLORESTAL Economia florestal é o ramo da ciência que trata da utilização racional de recursos com vistas à produção, à distribuição e ao consumo de bens e serviços florestais. As atividades florestais apresentam algumas caracterís- ticas especiais: Longo tempo de produção: alto investimento inicial e retorno a longo prazo. Produto final e fator de produção: quando se corta a floresta, está se cortando o próprio fator de produção. Surge uma importante decisão a ser tomada: melhor idade par o corte. Além disso, tem que se repor ou plantar novos povoamentos p/ garantir futuras colheitas. Produção nem sempre convertida em $: proteção contra erosão, produção de água, regulação da vazão dos rios, abrigo de fauna, beleza cênica, recreação, captura de CO2, etc. ECOMOMIA FLORESTAL Relação entre os 3 fatores de produção: terra, capital e trabalho. Dependência das condições naturais: como solo, clima, pragas e doenças, requerendo um planejamento minu- cioso para tomada de decisões. Matemática financeira Capital: real ou imobilizado são as máquinas e equipa- mentos, imóveis, estradas, pontes, terras, árvores em crescimento, etc.; o capital em dinheiro (capital de giro) são os pagamentos de salários, de serviços, dos juros, etc. Juros: são a remuneração pelo uso do capital. Como o capital pode ser próprio ou de terceiro, a taxa de juros a ser paga pode variar. A taxa de juros de mercado também sofre variações devido à conjuntura econômica do País. Justificativas da existência da taxa de juros: - Produtividade do capital: o capital é produtivo, ou seja, com o capital pode-se gerar mais capital. - Preferênciatemporal: receber uma quantia no presente é melhor que receber esta mesma no futuro. Os juros fazem a equivalem de valores em tempos diferentes. A taxa mínima de atratividade (TMA), ou taxa de juros alternativa, ou custo de oportunidade de capital é o retorno da melhor opção de investimento alternativo. É o que se deixa de ganhar pelo não investimento naquela opção. Regime de Juros Simples: incidem apenas sobre o capital inicial. Não é considerado que os juros possam ser incluídos no capital e a partir daí render juros. niCJ = 0 Em que: J = juros; C0 = capital inicial; i = taxa de juros e n = número de anos. O montante ou capital final (Cf) poderá ser obtido por: )1(0000 niCniCCJCC f +=+=+= Regime de juros compostos: são os juros pagos sobre o capital inicial e sobre os juros dos períodos anteriores, ou seja, calculam-se juros sobre juros. n f iVV )1(0 += n n i V V )1( 0 + = Séries de pagamento São o conjunto de parcelas de pagamentos ou recebi- mentos destinadas à constituição de capital ou amorti- zação de uma dívida. Podem ser classificadas quanto aos seguintes fatores: a) Periodicidade: periódicas (intervalos constantes) ou não-periódicas (intervalos variáveis). b) Duração: temporárias (horizonte finito) ou perpétuas (horizonte infinito). c) Valor das parcelas: constantes ou variáveis. d) Vencimento: imediatas (parcelas a partir do primeiro período) ou diferidas (há um prazo de carência). e) Períodos: unitárias (um período de capitalização dentro do período de ocorrência da parcela) ou múltiplas (o período de ocorrência da parcela é múltiplo do período de capitalização). Variáveis para o cálculo das séries de pagamento: R = valor das parcelas; i = taxa d juros; t = número de períodos dentro do período de ocorrência da parcela; V0 = valor inicial; Vn = valor final; nt = no total de períodos de capitalização; n = número de parcelas. Série periódica imediata constante temporária A) Períodos múltiplos A1) antecipada 1)1( )1]()1(1[ 0 −+ ++− = − t tnt i iiR V 1)1( )1](1)1[( −+ +−+ = t tnt n i iiR V A2) Postecipada 1)1( ])1(1[ 0 −+ +− = − t nt i iR V 1)1( ]1)1[( −+ −+ = t nt n i iR V ECOMOMIA FLORESTAL B) Períodos unitários B1) Antecipada i iiR V n )1]()1(1[ 0 ++− = − i iiR V n n )1](1)1[( +−+ = B2) Postecipada i iR V n ])1(1[ 0 −+− = i iR V n n ]1)1[( −+ = Série periódica imediata constante perpétua A) Períodos múltiplos A1) Antecipada 1)1( )1( 0 −+ + = t t i iR V →nV A2) Postecipada 1)1( 0 −+ = ti R V →nV B) Períodos unitários B1) Antecipada i iR V t)1( 0 + = →nV B2) Postecipada 10 RV = →nV CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL Custos de Salários São aqueles provenientes do pagamento de mão-de- obra, nos diversos setores da empresa. As formas mais comuns de pagamentos de salários são: a) Mensal: salário fixo e pago periodicamente (todos os meses). O salário mensal (ou por dia/hora) é mais indicado para aqueles trabalhos que devem ser feitos com precisão e cuidado, pois requerem qualidade. Neste caso, deve-se controlar a quantidade de trabalho executado. Exemplo: alguns trabalhos de viveiro e plantio. b) Por tarefa: pago por serviço acabado. O salário por tarefa ou empreitada é mais indicado para aqueles trabalhos que não exigem muito cuidado ou precisão. Neste caso, a produção é elevada, mas deve-se controlar a qualidade do serviço. Exemplo: roçadas e algumas operações de colheita. Encargos Sociais e Benefícios Estão diretamente ligados aos custos de salários e se destinam a promover segurança e bem-estar estar social. Podem representar entre 50 e 100% do valor do salário, sendo esta variação devida ao tipo de atividade da empresa e aos benefícios oferecidos aos funcioná- rios. Os encargos dividem-se em: a) Obrigatórios (encargos sociais): INSS; Férias; 13º Salário; FGTS, entre outros. b) Voluntários (benefícios): moradia; alimentação; água; luz; transporte; plano de saúde; seguros, entre outros. Custos de Depreciação Correspondem aos custos provenientes do uso de bens que não são consumidos em um ano: bens de capital (custo fixo). As causas para que existam os custos de depreciação são: uso (reposição de peça); tempo (ferrugem e desgaste); desatualização ou absoles- cência (aparecimento de máquinas mais modernas). Há três tipos de depreciação: 1. Com taxa constante (linear); 2. Com taxa decrescente; 3. Com taxa crescente. ECONOMIA FLORESTAL CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL A forma mais comum de depreciação é a linear, na qual o valor do bem diminui em taxas constantes ao longo de sua vida útil. n RV D − = D = depreciação, V = valor de aquisição; R = valor do resto (sucata); e n = vida útil (anos). Custos de Juros Correspondem ao pagamento pelo uso do capital, próprio ou de terceiros. Estes juros dividem-se em: Juros reais: capital emprestado (empréstimo); Juros calculados: capital próprio da empresa. O capital divide-se em: a) Bens de duração limitada: Exemplo: máquinas, instalações e equipamentos que têm uma vida útil limitada. J = (V/2) * i b) Bens de duração ilimitada Exemplo: terra. A terra é o capital básico de qualquer produtor florestal, sendo muito importante considerar seu custo na análise econômica. Há várias possibilida- des teóricas de se tratar o custo da terra na atividade florestal, porém a mais comum é considerar os juros sobre o capital investido, ou seja, refere-se a um custo anual como se fosse um aluguel da terra. O custo anual da terra (R) é calculado: R = VT * i Em que: VT = valor da terra (US$/ha); e i = taxa de juros (% a.a.). Custos de Material Surgem do consumo de bens no período de um ano de trabalho da empresa. Exemplo: óleo, livros, machados, mudas e material de construção. Custos de Terceiros Representam o pagamento às firmas que prestam serviço à empresa florestal. Os trabalhos mais comuns realizados por terceiros: corte; transporte; construção de cercas; vigilância; alimentação; combate a formigas; entre outros. Os serviços terceirizados requerem um controle rigoroso da qualidade e da quantidade. Custos de Risco Os custos de risco são alguns danos que podem ocorrer dentro de uma empresa florestal, ou seja, são influên- cias externas q interrompem os processos planejados, cujas freqüências, datas e tamanhos são desconhecidos antecipadamente, exigindo, portanto, um planejamento flexível para a empresa. Exemplo: ataque de pragas e doenças, incêndios florestais, seca, desabamento de estradas e acidentes. Pode-se compensar ou diminuir estes custos por meio de seguros. Neste caso, deixa-se de ter custos de riscos e passa-se a ter custos de seguros. Custos de Impostos Os principais impostos cobrados das empresas são: IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano; IPVA: Imposto sobre Propriedade de Veículos Automo- tores; IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados ICMS: Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços Custos envolvidos na atividade florestal Custo de implantação: São os custos relacionados com todas as operações até o primeiro ano do projeto. Ocorrem no ano zero. As operações são: Elaboração do projeto: Elaborado por um técnico especializado; Implementadocom recursos próprios da empresa ou por financiamento; Envolve custos de viagens, estadias, trabalho de escri- tório e despesas administrativas. Desmatamento: Mecanizado (trator de esteira com correntão); Semi-mecanizado (motosserra); Depende da vegetação e topografia. CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL Destoca: Retirada e deposição em local apropriado, dos tocos e vegetação recém desmatada; Feita com tratores de esteira. Encoivara e queima: Enleiramento de galhos finos, sem aproveitamento econômico e posterior queima, se permitido. Locação de talhões, estradas e aceiros São atividades de demarcação dos seguintes locais: de plantio; estradas e aceiros; ARL e APP. Construção de pontes, bueiros, represas, etc. Preparo do solo: Envolve operações de: Aração ou subsolagem; Gradagem leve ou pesada; Correção e adubação do solo; Cultivo mínimo. Alinhamento, marcação e coveamento: Demarcação da orientação de plantio; Definição do espaçamento; Fazer as covas para o plantio das mudas. Combate às formigas e cupins Termonebulizador costal; Formicida em pó; Iscas granuladas; Iscas granuladas; Cupinicida. Produção de mudas; plantio; replantio; irrigação das mudas. Fatores que devem ser considerados ao decidir pela produção ou aquisição de mudas a) Viveiro próprio: depende da área a ser plantada; espaçamento; localização do viveiro; disponibilidade de água; pessoal treinado; temporário ou permanente; custo de produção da muda. b) Mudas de terceiros: idoneidade das mudas (há certeza quanto à procedência ou qualidade das mudas?); preço da muda; contrato; disponibilidade de mudas na época certa. Fatores que influenciam o custo de implantação: Fatores locais: qualidade dos solos; topografia; pragas e doenças. Outros fatores: área a ser plantada; espécies florestais; método de plantio (espaçamento, equipamen- tos, replantio); organização do trabalho. Custo da terra: Importante na análise econômica, pois a terra é capital básico da empresa florestal; Forma mais comum de cálculo: considerar o custo anual como aluguel da terra. Custo de manutenção São os custos que ocorrem a partir do primeiro ano até o ano de corte da floresta. São eles: Conservação de estradas e aceiros: tratores de pneus com grade, motoniveladoras, herbicidas ou capina manual. Capinas ou roçadas: diminuição da mato-competição. Combate a formigas e outras pragas: controle anual Desbastes e desramas desbastes e desramas Principalmente para florestas de múltiplos usos. Desbrotas: quando não há a condução da brotação, faz faz-se o controle químico ou mecânico das cepas. Custo de exploração ou colheita Relacionados c/ operações de: abate, desgalhamento, traçamento, extração, empilhamento, carga, transporte, descarga da madeira no pátio da empresa ou no centro de consumo. Fatores que influenciam o custo de colheita: Condições locais (clima, topografia); Tipo de floresta (natural, plan- tada). Espécies florestais; diâmetro ou volume das árvores; nº. de trabalhadores por turma; treinamento do trabalhador; salário; equipamentos utilizados; organiza- ção do trabalho. Custo de reforma Acontece após o último ciclo de corte; Muitos dos custos que ocorreram na implantação reincidem: preparo do solo, plantio, etc. Custo de administração: referem-se às atividades gerenciais, administrativas, contábeis, etc.; Variam em função da dimensão da empresa (15 a 20% do total); a colheita é a mais dispendiosa. CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL Custo de estradas São indispensáveis no planejamento florestal, pois pos- sibilitam vantagens: Facilidade de transporte dos trabalhadores; Divisão das áreas, facilitando o planejamento e o ma- nejo florestal; Redução das distâncias de baldeio. Componentes do custo de estradas Custo de construção (depreciação); Duração da estrada (anos); Manutenção; Preço do terreno; Renúncia do uso do terreno (ha); Taxa de juros. Custos de proteção Divididos em três subgrupos: Profilaxia: diz respeito aos cuidados para se evitar o risco de: fogo, insetos, etc. Exemplo: uso de EPI, manter aceiros limpos, treinamento de pessoal, monitoramento, etc. Advertência: atividades para se detectar o risco e impedir que ele ocorra. Ex.: torres de vigilância; Combate contra perigos: atividade de ataque propria- mente dita. Custo de máquinas Custos fixos: depreciação; consertos; juros; garagem; seguros e impostos. Custos variáveis: manutenção; salário do operador; combustível. AVALIAÇÃO DE PROJETOS FLORESTAIS A avaliação econômica de um projeto baseia-se em seu fluxo de caixa, que consiste nos custos e nas receitas distribuídos ao longo da vida útil do projeto. Classificação de projetos Projeto convencional: quando ocorre apenas uma mudança de sinal em seu fluxo de caixa. Ex.: implanta- ção de um reflorestamento e corte final aos sete anos. Projeto não-convencional: quando ocorre mais de uma mudança de sinal em seu fluxo de caixa. Ex.: projeto de reflorestamento com eucalipto. Relação entre projetos A relação entre projetos pode-se dar tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista econômico. Do ponto de vista técnico dois ou mais projeto podem ser: Compatíveis: quando a implementação de um não impede a implementação dos demais. Ex.: apicultura e eucaliptocultura. Incompatíveis: quando a execução de um deles implica a impossibilidade de implementação dos demais. Ex.: escolher entre a localização de uma indústria ou de duas ou mais espécies florestais. Do ponto de vista econômico dois ou mais projetos podem ser: Dependentes: quando a execução de um deles afetar a rentabilidade dos demais. Ex.: eucalipto e uma cultura agrícola numa mesma área. Independentes: quando a rentabilidade de um deles não depender da implementação dos outros projetos. Ex.: eucalipto e uma cultura agrícola em áreas diferentes. ECONOMIA FLORESTAL AVALIAÇÃO DE PROJETOS FLORESTAIS Relação entre os projetos Horizonte de planejamento Conceito: período de tempo durante o qual o empreendimento irá operar. HP pode ser: • Finito • Infinito Métodos de avaliação de projetos Pode-se dividir os métodos em dois grupos: 1º Grupo: não considera a variação do capital no tempo. São indicados para horizonte de planejamento muito curto, em que não há inflação. Ex.:Tempo de retorno do capital, razão receita/custo e razão receita média/ custo. 2º Grupo: considera a variação do capital no tempo. Ex.: Valor presente líquido, taxa interna de retorno, razão benefício/custo, custo médio de produção. Tempo de Retorno do Capital (TRC): o projeto que retornar mais rapidamente o capital investido será o mais viável economicamente. Vantagens do TRC: • Simplicidade e facilidade de aplicação • Utilização em áreas de rápido avanço tecnológico, em que os equipamentos ficam obsoletos muito depressa. • Utilização em projetos que envolvem alto risco. • Utilização em áreas em que o capital investido tem de dar retorno muito rápido. Desvantagens do TRC: • É indiferente na escolha do projeto A e B, não considera as receitas obtidas, após o retorno do capital. • Ignora a ordem de ocorrência das receitas, como é o caso da comparação entre D e C, ou seja, D é preferível ao C. • Não considera a variação do valor do capital no tempo. Razão receita/custo - R/C É a relação entre o somatório das receitas e o dos custos. ii CRCR = // O Projeto que apresentar R/C < 1 não é viável. Quanto maior R/C + interessanteserá a opção de Investimento. Vantagens R/C: Considera as receitas que ocorrem após a recuperação do capital investido. Desvantagem R/C: Não considera a variação do valor do capital ao longo do tempo e a ordem de ocorrência das receitas. Razão receita média/custo - RM/C j i C nR CRM = / / n=horizonte do projeto, ou seja, o número de anos. Quanto maior RM/C, + viável a opção de investimento. Vantagem: leva em conta o tempo de ocorrência das receitas. Desvantagem: não considera a variação do valor do capital ao longo do tempo e a ordem de ocorrência das receitas. AVALIAÇÃO DE PROJETOS FLORESTAIS Observações com relação aos métodos deste 1º grupo: São indicados para situações em que a taxa de desconto é muito baixa ou para situações de curto prazo. Em projetos florestais no Brasil, não são indicados, pois a taxa de juros é elevada e os projetos são de longo prazo. Às vezes podem ser usados como informação complementar ou em caso desempate. Valor Presente Líquido (VPL) Rj = Valor atual das receitas; Cj= Valor atual dos custos; j = Período em que as receitas e os custos ocorrem; i= taxa de Juros; n = número máximo de períodos. Se o VPL > 0 → projeto é viável. Vantagem do VPL: Considera o tamanho do investimen- to. Desvantagem: Não considera o horizonte de planeja- mento ou duração do projeto. Taxa de Interna de Retorno (TIR) É a taxa de iguala o VPL a zero, isto é, igual o valor presente das receitas ao valor presente dos custos. Um projeto será considerado economicamente viável se sua TIR for > que uma taxa de desconto correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital. Vantagens da TIR: • não é preciso estimar a taxa de desconto; • Bom para comparar alternativas de investimento. Desvantagem: • Dificuldade de análise em projetos mutuamente exclu- sivos, projetos de duração diferente e projetos de tama- nho diferentes. Ex.: carrinho de pipoca x fábrica de celulose. • Cálculo requer computadores • Não considera o tamanho do projeto • Em projetos não convencionais é possível a existência de mais de uma TIR. Razão Benefício/Custo (B/C) O projeto é economicamente viável se apresentar R/C >1. O projeto é tanto mais indicado economicamente, quanto maior a razão B/C. R/C >1→ VPL > 0 →TIR > TMA. APLICAÇOES PRÁTICAS Rotação técnica x rotação econômica O termo rotação refere-se à idade na qual se planeja cortar os povoamentos equiâneos. A rotação técnica (rotação silvicultural) corresponde à idade em que o incremento médio anual (IMA) é máximo e igual ao incremento corrente anual (ICA). Esta rotação resulta na produção de máximo volume médio por ano. A rotação econômica maximiza os retornos dos investimentos nas atividades florestais, ou seja, propor- ciona lucro máximo ao investidor. Valor esperado da terra (VET) O VET é um termo florestal usado para representar o valor presente líquido de uma área de terra nua, a ser utilizada para a produção de madeira, calculado com base numa série infinita de rotações. Este critério é mundialmente conhecido e utilizado para determinar rotação econômica e preço máximo de compra de terra nua, considerando série infinita, bem como selecionar projetos alternativos. O cálculo baseia-se na receita líquida perpétua (RT-CT), excluindo o custo da terra, a ser obtida de certa cultura (reflorestamento). CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL Valor produtivo de um povoamento (Vp) Os terrenos e os povoamentos florestais constituem o capital básico de qualquer empresa florestal e uma tarefa importante do manejador é estabelecer um valor para o povoamento para a terra ou para ambos. Uma das tarefas freqüentes do manejador é ter que avaliar um povoamento florestal, que ainda não atingiu o estágio de maturação ou idade de corte. Neste caso, há vários custos e receitas que ocorrerão no futuro, que devem ser considerados na análise. A finalidade é fazer a avaliação de florestas para fins de: Compra e venda; Indenização (incêndios); Desapropriação (linhas de transmissão, estradas, barragens); Loteamento. O cálculo se baseia nas receitas líquidas futuras e custos futuros descontados para a idade de avaliação (m). Valor de exploração O valor da exploração é o valor comercial do estoque de madeira. Também, é denominado valor de liquidação e da finalização. O valor de exploração é calculado por os volumes dos diferentes sortimentos multiplicados com os preços respectivos livres de custos de exploração. Valor do custo do povoamento A averiguação do valor dos custos do povoamento parte da consideração, que o valor para um bem é pelo menos tão alto como os custos que foram realizados para sua aquisição ou fabricação. Por isso, o valor do custo do povoamento abrange todos os custos para a cultura, os tratamentos silviculturais e a proteção contra pragas e doenças até o momento da avaliação do povoamento. Uma vez que os custos realizaram-se em diferentes períodos, eles têm que ser referidos a um momento uniforme. Tanto o valor de exploração como o valor da expectativa de produção não servem, porque por um lado, os custos são mais elevados do que a renda e por outro, existe incerteza sobre o desenvolvi- mento do povoamento. Valor da expectativa de produção O valor da expectativa da produção é composto por todas as receitas menos as despesas, que se pode esperar desde o momento de avaliação (m) até o final da rotação, capitalizado até o final da rotação e depois descapitalizado p/ momento da avaliação (primeiro prolongado e depois descontado). O valor da expecta- tiva de produção é proporcional às rendas de corte final e de desbastes e inversamente proporcional ao valor do capital do solo e da administração e à taxa de juros (normalmente taxa interna de juros). O valor da expectativa de produção na idade da rotação é igual ao valor de exploração do povoamento na mesma idade.
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