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DIREITO CÍVIL IV (PROF. BRUNO DUARTE) DIREITO DAS COISAS Introdução A preocupação do Direito das coisas é a análise do homem para com a coisa de forma harmoniosa. Sendo o objeto de estudo os poderes, deveres e direitos do homem e esta coisa. Os direitos reais estão previstos TAXATIVAMENTE. O direito de sequela consiste que o proprietário possa reaver o bem independente do LOCAL ou CONDIÇÃO em que ele se encontra. Se houver pluralidade de proprietários deve se respeitar o direito de PREFERÊNCIA. O direito das coisas é oponível a todos, ou seja, ele é ERGA OMNES. Os poderes estão aderidos na coisa e não ao homem. POSSE Não é sinônimo de propriedade, mas está ligada a ela. Posse: permite o sujeito chamado possuidor o exercício de ALGUNS PODERES do proprietário. Até que se prove contrario, o sujeito que se encontre na posse será seu possuidor, existe uma presunção. Para a maioria dos doutrinadores: quem está na propriedade de forma direta será o possuidor, e de forma indireta, o proprietário. Existe a figura do detentor, lembrar que ele se subordina ao proprietário em uma relação de dependência econômica. O detentor não pode requerer a usucapião, pois não tem a posse, apenas "cuida" para o proprietário. Ele pode se tornar possuidor? Sim, ele pode alugar, comprar a propriedade, etc. A posse pode ser transmitida aos sucessores? Sim! Desde que não haja IMPOSIÇÃO LEGAL, e em certas situações pode acontecer de somar o tempo na posse para efetivar a usucapião. Quando a posse é feita por uma pluralidade de possuidores e o bem é indivisível temos a composse, todos respondem solidariamente para com terceiros. Classificação da posse: A) direta ou indireta: se caracteriza pela presença ou não do possuidor sobre a coisa. B) justa: não tem ato violento, clandestino. Injusta: tem. C) posse de boa fé: ato de probidade. Má fé: intenção ruim, fraude. D) posse nova: até 1 ano e 01 dia (cabe liminar) posse velha: superior q isso, nao cabe liminar. Efeitos: O possuidor que tem boa fé: recebe frutos colhidos (percebidos), é ressarcido das despesas que realizou aos frutos pendentes, se não der causa à deterioração não responderá, recebe pelo valor gasto nas benfeitorias e se nao receber, possui direito de retenção até o pagamento das referidas indenizações. O possuidor que tem má fé: não faz jus ao recebimento dos frutos, mas deve ser ressarcido das despesas, se a coisa se perder ou deteriorar responderá independente de culpa, salvo se comprovar que o fato aconteceria de qualquer jeito e que nada impediria, faz jus às benfeitorias necessárias, mas não tem direito de retenção. Defesa da posse: pode acontecer pela via fisica ou judicial. O possuidor pode defender contra o próprio proprietário ou terceiro. Física: desforço tem que ser proporcional, imediato e indispensável à defesa da posse. A lei não conceitua, são preceitos muito abertos, cabe ao juiz. Judicial: quando a física não deu jeito e o terceiro já está prejudicando ou ameaçando o bem >>> ações possessórias (só vai caber a liminar que é algo q vai fazer com q o juiz decida com urgência e rapidez se a posse for nova). Perda total se chama esbulho e a ação é de reintegração. Perda parcial se chama turbação (lembrar de tubarão) e a ação é de manutenção de posse. Ameaça ou moléstia, ação é de interdito proibitório. Importante: o juiz pode converter uma ação em outra por motivo de celeridade. (Por exemplo: se foi ajuizada ação de interdito proibitório, mas na verdade era de reintegração de posse, o juiz vendo o erro pode mudar sem que ocorra prejuízo nenhum, o importante é a celeridade). PROPRIEDADE É um direito fundamental assegurado pela CF: “todos tem direito a propriedade”. Deve ter função social, pois a propriedade deve ser uma utilização para a sociedade. Propriedade de bens imóveis deve atender as finalidades econômicas e sociais, não pode prejudicar terceiros sob pena da perda da propriedade. Os poderes do proprietário podem alcançar: solo, subsolo e espaço aéreo de maneira proporcional. JAZIDAS, MINÉRIOS, RECURSOS NATURAIS E SITIOS ARQUEOLÓGICOS NÃO PERTENCEM AO PROPRIETÁRIO. (Bens dominicais) Se fato anterior, por exemplo, uma obra que inviabilize a utilização da propriedade de maneira eficaz, o proprietário pode pedir indenização depois. Formas de adquirir a propriedade: REGISTRAR NO CARTORIO. Lembrar que recibo, contrato de compra e venda NÃO faz com que se tenha a aquisição da propriedade. USUCAPIÃO: Não há consentimento entre as partes. Tem 3 requisitos: Inércia do proprietário, posse e tempo. ORDINÁRIA (Requisitos): Posse, inércia do proprietário. Tempo: 10 anos Requisição do registro para autoridade judicial. Tem que ter boa fé e justo titulo. Se houver função social: diminui para 5 anos. EXTRAORDINÁRIA: (mesmos requisitos da usucapião em geral, mas dispensa boa fé e justo titulo). Tempo: 15 anos Se houver função social: diminui para 10 anos. Na ordinária pode somar as posses para adquirir o tempo necessário, já na extraordinária, não pode. ESPECIAIS RURAL: 5 ANOS; MESMOS REQUISITOS; NÃO PODE TER OUTRO IMÓVEL; DEVE TER ATÉ 50 HECTARES. URBANA: 5 ANOS; ESPAÇO: 250M2; NÃO PODE SER PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL FAMILIAR: TEMPO: 2 ANOS; COMPANHEIRO(A) ABANDONOU O LAR; NÃO PODE TER OUTRO IMÓVEL; ESPAÇO: 250M2; MORADIA EM TEMPO INTEGRAL. Outras formas de adquirir a propriedade: ACESSÃO: via da natureza. ALUVIÃO: acréscimo de propriedade de maneira lenta. Se o acréscimo alcançar mais de uma propriedade = divide entre eles. Não cabe indenização. AVULSÃO: acréscimo perceptível. É possível encontrar o legítimo proprietário. Situações: poderá ser requisitada a devolução no prazo de 1 ano, se não for requisitada, temos um novo proprietário. O proprietário que sofreu acréscimo pode ficar se: pagar indenização, se não pagar deve permitir a remoção do bem, às custas correm por conta do antigo proprietário. Se o proprietário que conversou a coisa deve ser indenizado pelas despesas. ABANDONO DE ALVÉO: É o recuo do rio na margem. Marcado pela temporariedade. Não tem indenização. Alguns defendem que é inalienável. FORMAÇÃO DE ILHAS: se for no meio: proporcional; se nascer na testada do rio: será do ribeirinho mais próximo
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