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Contratos - SLIDE 03

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Contratos 3
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/03/01/universitario-morto-em-bauru-sp-bebeu-pelo-menos-25-copos-de-vodca.htm
Universitário morto em Bauru (SP) bebeu pelo menos 25 copos de vodca
Vodca em excesso foi acausa da morte do universitário Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, do 4.º ano de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita (Unesp). A mesma competição de bebida que o matou ainda deixou outros três universitários em estado de coma e motivou duas prisões em Bauru, no interior de São Paulo.
Estipulação em Favor de Terceiro
Numa ação judicial, o que é legitimidade de partes?
Pode uma parte não contratante ajuizar ação contra outra, participante do contrato, para que o contrato seja cumprido?
Estipulação em favor de terceiro
Ver Ap. Cível nº 1041509-94.2014.8.26.0100 TJSP
ILEGITIMIDADE ATIVA - Não configuração Autora que, na qualidade de destinatária final dos serviços prestados pela ré, possui direto a discutir cláusulas e exigir seu cumprimento - Preliminar afastada. 
PLANO DE SAÚDE - Negativa de cobertura para internação e procedimento obstétrico - Período de carência não cumprido - Abusividade - Obrigatório o custeio do parto prematuro, que não se confunde com o parto a termo - Inaplicabilidade do prazo de carência no qual se fundou a ré - Situação de emergência declarada por profissional habilitado - Dever da ré de fornecer cobertura integral ao atendimento - Inexigibilidade dos valores cobrados dos autores - Danos morais configurados pela injusta privação de assistência médica - Não verificada, por outro lado, qualquer hipótese de descumprimento da tutela antecipada - Multa indevida - DOS RECURSOS, NÃO PROVIDO O DA RÉ E PARCIALMENTE PROVIDO O DOS AUTORES.
Em primeiro, cumpre afastar a preliminar de ilegitimidade ativa. Apesar de a autora ser usuária do plano de saúde coletivo estipulado por uma pessoa jurídica, ela efetua pagamentos dos prêmios em benefício da ré, sendo evidente a existência de vínculo direto entre as partes e, consequentemente, a legitimidade da autora para discutir cláusulas contratuais e exigir o cumprimento do contrato. É o entendimento do STJ:
“Na estipulação em favor de terceiro, tanto o estipulante quanto o beneficiário podem exigir do devedor o cumprimento da obrigação (art. 436, par. único, do CC/02 ou art. 1.098, par. único, do CC/1916). Com isso, o terceiro, até então estranho à relação obrigacional originária, com ela consente e passa efetivamente a ter direito material à prestação que lhe foi prometida. Nessas situações nem mesmo o estipulante pode lhe retirar o direito de pleitear a execução do contrato (art. 437 do CC/02). O terceiro tem, portanto, legitimidade para exigir em juízo a prestação que lhe foi prometida” (REsp 976679/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 02/10/2009) 
Estipulação em Favor de Terceiro
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Sobre o que seja, juridicamente, a estipulação em favor de terceiro, há algumas teorias: a) é uma oferta; b) é uma gestão de negócios e c) é uma declaração unilateral de vontade e d) contrato sui generis (aceita pelo CC brasileiro).
Característica: a) consensual; b) forma livre; c) terceiro determinável; 
Exemplos: seguros (em que a indenização fica para um terceiro não contratante); acordos patrimoniais em divórcios, pelos quais os divorciandos doam bens para os filhos; nas doações com encargo em que o donatário se obriga a praticar ato em favor de terceiro.
Estipulação em favor de terceiro
Empresa (Fatex) vende bens a outra (Decorações); contrata uma transportadora para a entrega das mercadorias (Transportes Montone Ltda.). Segundo a Fatex, o frete da Montone seria pago pela destinatária (Decorações), que com a Montone nada contratatou. Ao fazer a entrega das mercadorias, a transportadora não encontrou ninguém no endereço fornecido. Descobriu-se que Decorações saiu do comércio, fechou seu negócio. O frete é devido por Fatex?
Promessa de fato de terceiro
A estipulação de que o pagamento do frete seria realizado pelas empresas destinatárias das mercadorias constitui promessa de fato de terceiro, negócio por meio do qual o promitente se compromete a obter ato ou fato de outrem.
Assim, cabe ao promissário exigir o cumprimento da prestação, primeiramente, perante o terceiro em questão. A responsabilidade do promitente emerge apenas caso o terceiro se recuse a executar o fato prometido, conforme dispõe o artigo 439 do Código Civil: “aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar”.
No caso em comento, a autora apelante prometeu à transportadora que o pagamento seria realizado pelas destinatárias das mercadorias.
O serviço de transporte foi efetuado e, ainda que os produtos não tenham sido entregues, não tendo chegado ao destino final, a autora, como bem decidido na sentença, deve arcar com o pagamento do frete. (Apelação nº 0123188-12.2009.8.26.0003)
Promessa de fato de terceiro
Também chamada de “contrato por outrem”, vincula juridicamente aquele que faz a promessa.
Da Promessa de Fato de Terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Promessa de fato de terceiro
A restrição à responsabilidade visa proteger o cônjuge que tem o poder jurídico de negar anuência a certos atos praticados pelo consorte.
Garantias implícitas: vício redibitórios e evicção
Alguns contratos trazem implícitas (independentemente de cláusula afirmando isto) garantias contra defeitos jurídicos ou de fato que possam comprometer o objeto do contrato.
Vícios redibitórios são os defeitos ocultos que tornam a coisa recebida pelo contrato imprópria ao uso ou que lhe diminuam o valor.
Por que não há garantia contra o vício aparente?
Evicção é a perda da coisa recebida por conta do contrato, em virtude de decisão judicial (ou administrativa, pela jurisprudência) fundada em causa pré-existente à aquisição.
Vícios redibitórios
Ap. com revisão n. 0001255-28.2011.8.26.0577 TJSP, Des. Charaf Bdine.
Responsabilidade civil. Compra e venda. Veículo com 30.000
km de uso. Problemas mecânicos no motor. Preliminar.
Citação. Carta com AR. Omissão da informação no sistema de
informatização do Tribunal. Nulidade afastada. Danos
materiais demonstrados. Veículo adquirido com baixa
quilometragem e apenas 2 meses de uso. Danos morais não
configurados. Mero inadimplemento contratual. Sentença
mantida. Recursos improvidos. 
Vícios redibitórios
Ademais, o fato de o veículo ter rodado 800 km em um único dia não justifica a quantidade de reparos que foram necessários no seu conserto.
Há fortes indícios, portanto, de que os defeitos apresentados pelo veículo não decorreram do mero desgaste natural do uso do bem.
Vícios redibitórios
Não se pode olvidar da responsabilidade da ré, pois é da natureza do contrato
de compra e venda não só a obrigação de entrega da coisa alienada, como também a garantia de seu uso normal e fruição pela compradora:
“A segunda obrigação do vendedor é assegurar a efetiva garantia do comprador sobre a coisa. Consiste, expõe Orlando Gomes, 'no dever de assegurar ao comprador a propriedade da coisa com as qualidades prometidas. É a obrigação, por outras palavras, a prestar a evicção. Responde também pelos vícios redibitórios da coisa'. Para Gasca, incumbe ao vendedor 'garantire che la cosaabbia l'attitudine a servire all1uso per il quale à destinata, o per il quale fu acquistata' (Contratos, 3ª ed., Forense, 2004, p. 314).
Vícios Redibitórios
Como se vê, a garantia da vendedora, em última análise, é a de que a compradora exerça, pacífica e satisfatoriamente, o exercício da propriedade sobre a coisa adquirida.
Na hipótese, a vendedora, não procurou consertar o veículo para que a compradora pudesse usufruir satisfatoriamente do bem.
Vícios redibitórios
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Vícios redibitórios
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Vícios redibitórios
Conceito de “oculto”: o vício que não poderia ser descoberto por pessoa agindo com cautela ordinária ao examiná-lo.
Atenção: regime do Código do Consumidor em relação ao tema é diferente. No CDC a mera inadequação da coisa (frustração à legítima expectativa do consumidor, cf. Nelson Rosenvald) é considerada vício; idem quanto à disparidade entre informações recebidas (publicidade, p. ex.) e a real performance do produto; vícios de quantidade item. Mesmo os vícios de fácil constatação são reclamáveis segundo o CDC.
Vícios redibitórios
Ação para reclamar dos vícios: Ações edilícias: a)ação redibitória e b) ação estimatória ou quanti minoris. O nome “edilícias”decorre do fato histórico de serem ações que,no Direito Romano, eram julgadas pelos “edis”.
Direitos da vítima: desfazer o contrato ou pedir abatimento do preço (pelo Código Civil).
Direitos da vítima pelo CDC: substituição do produto por outro, desfazimento do negócio ou abatimento do preço, sempre que não sanada a falha no prazo legal.
Vícios redibitórios
Diferença de consequência jurídica se o alienante estava de boa ou má fé (subjetiva, ciência do defeito): a) de boa fé, restitui o valor da coisa mais as despesas do contrato; se de má-fé, restitui o valor da coisa e todas as perdas e danos.
Vício redibitório
O que é res perit dominus?
Se o vício existia ao tempo da tradição e causou o perecimento da coisa com o novo dono, a responsabilidade é do alienante, ainda.
Vício redibitório – Prazos para ingressar com a ação
30 dias, coisas móveis; um ano, imóveis. Em ambos os casos, contados da entrega efetiva.
Se o adquirente já estava na posse (por exemplo, inquilino que compra o imóvel que alugava), o prazo conta-se pela metade e a partir da alienação.
Vícios não perceptíveis por ocasião da entrega: prazo conta do momento em que se tiver ciência do vício. Ou do decurso de prazo de 180 dias – móveis – ou um ano, imóveis, o que ocorrer primeiro.
Vícios redibitórios
Havendo garantia contratual complementar à legal, conta-se primeiro o prazo contratual e depois o legal. Na vigência do prazo contratual, se surgido o defeito, deve-se agir em trinta dias, como manda o art. 446 do Ccivil.
No CDC os prazos são outros!!
Descabem as ações edilícias: nas coisas vendidas conjuntamente (numa compra de lote de 10 aparelhos, o defeito de um não autoriza a rejeição de todos – art. 503 do CC); inadimplemento contratual.
Não confundir com erro, que permite a anulação do negócio.
Há entendimento de doutrina de que cabem as edilícias em aquisições em hasta pública

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