Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vacinação Imunização Profa Andressa Rodrigues de Souza 2018 Imunidade e Imunização Imunidade: É a capacidade de resposta a estímulos nocivos presentes no ambiente, mediada pelo sistema de defesa do organismo. Imunização: Processo pelo qual a imunidade se desenvolve. • Imunização é o processo que confere proteção (imunidade) ao organismo através de anticorpos de ação especifica contra os agentes infecciosos causadores de doenças. • Imunidade passiva naturalmente adquirida: é de curta duração e pode ser obtida por transferência da mãe para o filho (placenta, amamentação). • Imunidade passiva artificialmente adquirida: também de curta duração, é obtida pela administração de soros e imunoglobulina humana. Anticorpos: Proteínas especiais do organismo que protegem contra vírus e bactéria. Antígeno: porção ou produto de um agente biológico capaz de estimular a formação de anticorpos. Tipos de imunidade • Imunidade ativa naturalmente adquirida: é duradoura, obtida através de infecção ou doença. • Imunidade ativa artificialmente adquirida: duradoura, obtida pela inoculação de vacinas. A vacina é o recurso pelo qual pode se desenvolver artificialmente a imunidade ativa. Tipos de imunidade • Edward Jenner, médico inglês, observou que ordenhadoras de vacas que haviam se contaminado com a varíola bovina ficavam resistentes à varíola humana. • Em 14 de maio de 1796, Jenner inoculou o vírus da varíola bovina em um menino de 8 anos – após alguns meses, inoculou a varíola humana e o menino não adoeceu – estava inventada a vacina, do latim “vaccinus = vaca”. E. Jenner é considerado, por muitos, o “pai da Imunologia” 1980 a ONU declarou a erradicação da varíola Descoberta da vacina No Brasil Nos últimos 10 anos, a cobertura de vacinação do calendário básico, tem sido elevada, alcançando, e até superando, as metas mínimas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Exemplos : coberturas alcançadas, sendo de cerca de 90% para a hepatite B, 100% para a BCG, que protege contra formas graves de tuberculose, e de 98% para a poliomielite. Breve histórico da vacinação • Erradicação mundial da varíola em 1977 (último caso notificado na Somália). • No Brasil – varíola erradicada em 1971 (último caso notificado). • Iniciativa para erradicação mundial da poliomielite – desde 1988: diminuindo em 99% no mundo, protegendo cerca de cinco milhões de pessoas. Benefícios da imunização PNI – Programa Nacional de Imunização O Programa Nacional de Imunização é um programa instituído pelo Ministério da Saúde desde 1973, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura, assim como para controle ou erradicação das doenças transmissíveis. O que é PNI? • O programa de imunização visa, em primeira instância, a ampla extensão da cobertura vacinal, para alcançar adequado grau de proteção imunitária da população contra as doenças transmissíveis. • Entretanto, observa-se, com frequência, a ocorrência de contraindicações desnecessárias, baseadas em conjecturas teóricas ou em conceitos desatualizados, com perda da oportunidade do encontro do indivíduo com o serviço de saúde e consequente comprometimento da cobertura vacinal. PNI Programa Nacional de Imunizações (PNI) -Norteado pelas ações de vigilância epidemiológica. -Disponibiliza um conjunto ampliado de produtos imunizantes sob a forma de vacinas e soros. -Suas ações são coordenadas em nível nacional pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). -As vacinas são encontradas nas unidades básicas de saúde. -Os imunobiológicos especiais são encontrados nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs). O que é Vacina? A vacina é produto farmacêutico que contém um ou mais agentes imunizantes (vacina monovalente ou combinada) em diversas formas biológicas, quais sejam: bactérias ou vírus vivos atenuados; vírus inativados e bactérias mortas; componentes purificados e/ou modificados dos agentes causadores das doenças contra as quais a vacina é dirigida. Considerações gerais das vacinas Agentes imunizantes Natureza: Agentes imunizantes: bactérias ou vírus vivos atenuados, vírus inativados, bactérias mortas e componentes purificados e/ou modificados Líquido de suspensão: água destilada ou solução salina fisiológica Conservantes, estabilizadores e antibióticos: fenol, formaldeído e antibióticos Origem dos produtos: labs. nacionais e internacionais (cepas padronizadas - OMS) Controle de qualidade: lab. produtor, critérios padronizados: OMS Segurança e conservação: Medida eficaz para a prevenção de doenças Indicações da imunização Ampla extensão da cobertura vacinal adequado grau de proteção imunitária da população contra as doenças transmissíveis imunopreveníveis Indicações da imunização Ampla extensão da cobertura vacinal adequado grau de proteção imunitária da população contra as doenças transmissíveis imunopreveníveis Cuidados essenciais na imunização 1. Atenção tanto na conservação do imunobiológico como durante o seu preparo para a administração (*seguir orientações técnicas). -Evitar oscilações de temperatura na conservação -Evitar ações da luz solar sob o produto Rede de Frio Fluxo de transporte 2.Uso de técnica asséptica na manipulação de materiais estéreis e imunobiológicos. 3. Na aplicação das vacinas: realizar a lavagem das mãos, limpeza e desinfecção de materiais, antissepsia da pele do paciente e descarte de materiais perfurocortantes. Cuidados essenciais na imunização 4. Tratar o paciente e seu acompanhante com o devido respeito, cuidando para que todas as orientações lhes sejam dadas e suas dúvidas elucidadas. 5. É fundamental que se registre, no cartão do paciente, as vacinas aplicadas e o aprazamento (data de retorno para receber a nova dose). 6. Organizar corretamente os registros na unidade de saúde, possibilitando: -busca de faltosos -emissão de boletim mensal de doses aplicadas -cálculo da utilização e perda de imunobiológicos -avaliação das coberturas vacinais da área de abrangência Resposta imune do organismo às vacinas relacionada ao próprio organismo inerente às vacinas Fatores inerentes ao organismo: • Idade; • Doença de base ou intercorrente; • Tratamento imunodepressor. Fatores próprios das vacinas - componentes antigênicos: • Suspensão de bactérias vivas atenuadas – BCG. • Suspensão de bactérias mortas ou não virulentas – vacina contra a coqueluche e a febre tifóide. • Componentes das bactérias – polissacarídeos da cápsula dos meningococos dos grupos A e C. • Toxinas - toxoíde diftérico e tetânico. Fatores próprios das vacinas - componentes antigênicos: • Vírus vivos atenuados – VOP, VORH e vacinas contra o sarampo, caxumba e rubéola e a febre amarela. • Vírus inativo – vacina contra raiva. • Frações de vírus – vacina contra a hepatite B (constituída pelo antígeno de superfície do vírus). • Atenuada: Uma versão enfraquecidado vírus se reproduz no corpo, e o sistema imunológico o combate como se fosse o original. • Conjugada: A vacina é turbinada com uma proteína, e a resposta do corpo fica mais potente, eficaz e duradoura. • Combinada: Uma única aplicação reúne diferentes vírus e bactérias - o que imuniza a pessoas contra varias doenças de uma só vez. Tipos de vacina • Inativada: É usado o agente infeccioso morto - ou só um pedacinho dele. Com isso, elimina-se o ínfimo risco de a vacina desenvolver a doença. • Recombinante: Usa vírus geneticamente modificados, semelhantes aos que nos atacam, mas que jamais provocam a doença. Exemplos: vacina contra hepatite B e HPV. Tipos de vacina Associação de vacinas Conduta indicada e econômica facilita a operacionalização do esquema permite reduzido número de contatos da pessoa com o serviço de saúde: imuniza contra um maior número de doenças Associações não aumentam a ocorrência de eventos adversos não comprometem o poder imunogênico Vacinação Combinada e Simultânea Vacinação combinada: quando dois ou mais agentes são administrados em uma mesma preparação Exemplos de vacinação combinada Vacina DPT (contra difteria, coqueluche e tétano) Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) Polio (trivalente com cepas de polio vírus 1, 2 e 3) DPT (DPaT) + Hib (tetravalente) Hep B + DPT acelular + Hib (pentavelente) Hepatite A + B Vacinação simultânea: quando várias vacinas (combinadas ou não) são administradas em diferentes locais ou por diferentes vias. Todas as vacinas de uso rotineiro podem ser administradas simultaneamente Exemplos de vacinação simultânea DPT (IM), pólio (oral), BCG (ID), hepatite B (IM), tríplice viral (subcutânea) Situações especiais 1- Surtos ou epidemias Vacinação em massa da população alvo (ex.: Estado, município, creches), fora do esquema habitual normal de vacinação 2- Campanha e/ou intensificação da vacinação Controle de doenças de uma maneira intensiva ou extensão da cobertura vacinal, fora do esquema habitual normal de vacinação 3- Vacinação do escolar/estudante Admissão à escola: momento estratégico para a atualização do esquema vacinal 4- Infecção pelo HIV e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) • Crianças infectadas (sorologia positiva) - todas as vacinas do calendário vacinal • Crianças sintomáticas - única contra-indicação absoluta BCG • Evento adverso pós-vacinação (EAPV): qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico. Um evento que está temporalmente associado ao uso de uma vacina nem sempre tem relação causal com a vacina administrada. Esses eventos podem ser relacionados à composição da vacina, aos indivíduos vacinados, à técnica usada em sua administração ou a coincidências com outros agravos. Podem ser locais ou sistêmicos; Podem ser leves, moderados ou severos (graves). EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO De acordo com o Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, é considerado evento adverso grave aquele que: • Necessite de hospitalização por pelo menos 24 horas; • Gere incapacidade significativa ou persistente (sequela); • Resulte em anomalias congênitas; • Cause ameaça à vida (necessidade de intervenção imediata para evitar o óbito), ou leve ao óbito. EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO Contra indicações gerais: As vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados não devem ser administradas, em: • Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida; • Acometidos por neoplasia maligna; • Em tratamento com corticosteróide em esquemas imunodepressores ou submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras. • Doenças benignas comuns – IVAS, diarréia aguda, doenças de pele • Desnutrição • Vacinação contra raiva • Doença neurológica estável ou pregressa, com sequela presente (EX: Convulsão controlada). • Antecedente familiar de convulsão Falsas contraindicações : • Tratamento sistêmico com corticóides durante período curto (inferior a duas semanas). • Alergias (exceto às relacionadas componentes de vacinas). • Prematuridade e baixo peso ao nascer (exceto BCG ). • Internação hospitalar • História e/ou diagnóstico clínico pregresso de Tb, coqueluche, tétano, difteria, poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, rotavírus. Falsas contraindicações: Adiamento de vacinação: • De qualquer tipo de vacina – pessoas com doenças agudas febris graves; • Em pessoas submetidas a tratamento com medicamentos em doses imunodepressoras; • Por um mês após o término de corticoterapia em dose imunodepressora; Adiamento de vacinação: • Por três meses após a suspensão de medicamentos ou tipos de tratamento que provoquem imunodepressão; • Após transplante de medula óssea – 1 ano (vacinas não-vivas) ou 2 anos (vacinas vivas); • Imunoglobulina, sangue e derivados (Deve-se aguardar de 6 a 8 semanas para reiniciar o esquema de vacinação). • É o esquema de vacinação de rotina recomendado em cada país ou região. O que é Calendário Vacinal? Calendário vacinal Elaboração do calendário vacinal 1- Importância epidemiológica da doença a ser prevenida 2- Disponibilidade de uma vacina segura e eficaz 3- Ocorrência dos eventos adversos 4- Melhor esquema para se obter uma resposta imune adequada 5- Recursos disponíveis: relação custo/benefício 6- Viabilidade do esquema e número de aplicações (aderência) Calendário vacinal ideal eficaz sensível amplamente aceito adaptado atualizado permanentemente Brasil: Programa Nacional de Imunização/ Centro Nacional de Epidemiologia/ Fundação Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde Vias de Administração: • Recomendações do fabricante e órgão competente (MS): • Segurança; • Eficácia do imunobiológico. • Oral • Intradérmica • Subcutânea • Intramuscular • ENDOVENOSA: TRATAMENTO DE DIFTERIA. Oral: • VOP (Vacina Oral contra Poliomielite): duas gotas. • Rotavírus: 1ml Intradérmica • BCG: deltóide direito (padronização: OMS) Subcutânea • Minimiza os riscos de lesão local neurovascular; • Recomendada para vacinas como as de vírus vivos: • Pouco reatrogênicas; • Altamente imunogênicas. • SRC (Tríplice viral) • Febre Amarela Intramuscular • Hepatite b (vasto lateral da coxa ou deltóide) • DPT (tríplice bacteriana - vasto lateral da coxa ou deltóide) • Hib • Influenza (gripe) Atualizações do calendário vacinal 2017/2018 R$ 66,5 milhões de eficiência Ministério da Saúde amplia vacinação em todas as faixas etárias Seis vacinas terão seu público-alvo ampliado em 2017/2018 Hepatite A: crianças Tetra Viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela): crianças Varicela: 2 doses (crianças) Meningocócica C: crianças e adolescentes dTpa (difteria, coqueluche e tétano): gestantes Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba): adultos HPV: meninos, pessoas vivendo com HIV/aids e imunussuprimidos (pessoas transplantadas) VACINAÇÃO INFANTIL Novo calendário amplia a idade máxima para vacinação de Hepatite A Uma dose aos 15 meses ou até 4 anos, 11meses e 29 dias Idade máxima a até 2 anos Mudou ANTES Crianças com até 5 anos passam a tomar a vacina contra varicela em 2 doses Idade máxima a até 2 anos Esquema vacinal: 1ª dose de tríplice viral; 2ª dose tetra viral ou tríplice viral + varicela. 1 dose aos 15 meses e 1 dose até 4 anos, 11 meses e 29 dias Mudou ANTES 2018 Hepatite A e Varicela: Objetivo da vacinação: Aumentar a proteção das crianças, garantindo elevadas coberturas vacinais. VACINAÇÃO INFANTIL E DE ADOLESCENTES A vacina HPV também se estenderá às pessoas com baixa imunidade Esquema vacinal: 3 doses com intervalo de 0, 2 e 6 meses Transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos Homens e mulheres de 9 a 26 anos Homens vivendo com HIV/Aids passam a receber a vacina contra o HPV Esquema vacinal: 3 doses com intervalo de 0, 2 e 6 meses Mudou Mulheres de 9 a 26, vivendo com HIV/Aids Homens e mulheres de 9 a 26, vivendo com HIV/Aids ANTES HPV em pessoas imunocomprometidas Homens vivendo com HIV/Aids Transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos Objetivo da vacinação: Pessoas com o sistema imune comprometido são mais suscetíveis a problemas graves de saúde. Inclusão de mais de 3,6 milhões de meninos na vacinação contra o HPV em 2017 Esquema vacinal: 2 doses com intervalo de 0 e 6 meses Mudou Meninos de 12 a 13 anos e Meninas até 14 anos Meninas de 9 a 13 anos Mudou ANTES HPV meninos: Objetivo: Redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, já que os homens são responsáveis pela transmissão do vírus para suas parceiras Ampliação da vacina Meningite C reforça proteção das crianças e adolescentes Criança Idade máxima do reforço até 2 anos Adolescente Esquema vacinal: 2 doses aos 3 e 5 meses; reforço aos 12 meses Reforço até 4 anos Reforço de 11 a 14 anos ANTES Mudou 2018 VACINAÇÃO DO ADULTO Vacinação da tríplice viral em adultos vai diminuir a incidência da caxumba Mudou Adultos recebiam a 2ª dose até 19 anos ou 1 dose de 20 a 49 anos 2ª dose até 29 anos ou 1 dose até de 30 a 49 anos Esquema vacinal na infância: 1ª dose de tríplice viral aos 12 meses; 2ª dose tetra viral ou tríplice viral + varicela aos 15 meses ANTES Vacinação da dTpa para gestantes a partir da 20ª semana 1 dose a cada gestação, a partir da vigésima semana (20ª) de gestação ou Vacinação no puerpério (até 45 dias após o parto) Vacina protege contra difteria, tétano e coqueluche ANTES 1 dose a cada gestação entre a 27ª e a 36ª semana Obrigada!
Compartilhar