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BIODIREITO - FADI - REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA

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BIODIREITO 
ROTEIRO - RHA/2014
Ana Laura Vallarelli Gutierres Araujo
	
	
Primeiro bebê de proveta 
Louise Joy Brown (n. 25 de Julho de 1978,, em Oldham, Inglaterra)
Terminologia:
A diferença entre infertilidade e esterilidade nem sempre é feita com precisão e nem sempre se baseia em critérios idênticos. Daquilo que se depreende do conceito acima, podemos dizer que um casal é infértil se tem apenas uma diminuição das chances da gravidez, que podem ser contornadas por medidas médicas, e que é estéril quando a capacidade de gerar filhos é nula. (http://www.abc.med.br/p/309845/qual+a+diferenca+entre+infertilidade+e+esterilidade+quais+sao+as+causas.htm)
Criopreservação – Técnica de congelamento e armazenamento em nitrogênio líquido, a ultra-baixa temperatura (igual ou inferior a 135°C negativos), cujo processo é lento e delicado, pois deve evitar a formação de cristais de gelo no interior das células, que poderiam destruí-las. (http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Sangue+Tecidos+e+Orgaos/Assunto+de+Interesse/Conceitos,+glossarios,+siglas/Criopreservacao) No Brasil há pelo menos 21.254 embriões congelados, conforme dados da ANVISA.
Declaração de Nascido Vivo - é um documento de identidade proviório dos recéns nascidos, aceito em todo o território nacional. Desde junho de 2012, a Lei nº 12.662 instituiu valor oficial ao documento, reforçando o direito de acesso aos serviços públicos que cada brasileiro tem ao nascer, até que a certidão de nascimento seja registrada em cartório. Com a lei, é obrigatório que o número de identificação da DN conste na certidão de nascimento. O documento deve ser emitido pelo profissional de saúde responsável por acompanhar a gestação, do parto ou do recém-nascido, inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) ou no respectivo conselho profissional. A DN não substitui o registro civil de nascimento, que permanece obrigatório e gratuito, mas fortalece a coleta de informações dos recém-nascidos. (www.ibdfam.org.br) [1]
Diagnóstico Pré-Implantacional (DPI) ou Pré-Implantation Genetic Diagnosis (PGD) - é um exame que pode ser utilizado no processo de FIV – Fertilização “In Vitro”, com o objetivo de diagnosticar nos embriões a existência de alguma doença genética ou cromossômica antes da implantação no útero da mãe. Assim, casais com chances de gerar filhos com problemas como Síndrome de Down, Distrofia Muscular, Hemofilia, entre outras anomalias genéticas, podem descobrir se o embrião possui tais doenças por meio deste exame. Essa técnica utilizada em tratamentos de fertilidade, consiste na retirada de uma ou mais células do embrião (biópsia embrionária), em laboratório e encaminhada para análise, antes mesmo de ele ser colocado no útero. Este procedimento não afeta o futuro bebê e o resultado pode ser obtido em poucas horas.( Arnaldo Schizzi Cambiaghi, http://www.ipgo.com.br/diagnostico-pre-implantacional-pgd-dpi/)
Embriões excedentes ou excedentários ou supranumerários – são aqueles produzidos in vitro e não implantados no mesmo momento no útero materno. São congelados para futura implantação. 
Esterilidade: Incapacidade para conceber (ficar grávida) por meios naturais. Suas causas podem ser masculinas, femininas ou do casal. (http://www.abc.med.br/p/309845/ qual+a+diferenca+entre+infertilidade+e+esterilidade+ quais+sao+as+causas.htm)
Eugenia – ciência que investiga os métodos pelos quais a composição genética dos seres humanos pode ser aperfeiçoada. (Andrew C. Varga)
FIVETE – Fertilização in vitro - transferência do embrião ao útero.
GIFT – Gamete Intrafallopian Transfer - a fecundação ocorre nas trompas.
ICSI – Intracytoplasmic Sperm Injection – injeção intracitoplasmática de Espermatozoide.
Infertilidade - refere-se principalmente à incapacidade biológica de uma pessoa para contribuir para a concepção. A infertilidade também pode se referir ao estado de uma mulher que é incapaz de levar uma gravidez a termo. (http://www.news-medical.net/health/Infertility-What-is-Infertility-(Portuguese).aspx) Infertilidade é, portanto, frequentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção. (http://www.abc.med.br/p/309845/qual+a+diferenca+entre+infertilidade+e+esterilidade+quais+sao+as+causas.htm)
Oócitos ou Ovócito - são células germinativas femininas resultantes do processo determinado Oogênese (processo de maturação). Gameta feminino que ainda não atingiu a maturidade.
Prole eventual – todo ente humano que pode vir a ser concebido. É o ente humano futuro. 
Reprodução humana assistida – conjunto de operações para unir, artificialmente, os gametas feminino e masculino, dando origem a um ser humano (Maria Helena Diniz). “Conjunto de técnicas que têm como fim provocar a gestação mediante substituição ou a facilitação de alguma etapa que se mostre deficiente no processo reprodutivo” (Mônica Sartori Scarparo)
Tecidos gonádicos - fragmentos de ovários e testículos. 
ZIFT – Zygote Intrafallopian Transfer - fecundação fora do corpo da mulher.
Interesses em jogo
Autonomia privada; direitos reprodutivos; 
Auto-instrumentalização do homem (Habermas); dignidade da pessoa e respeito em relação às gerações futuras (Roberto Andorno); Convenção sobre os Direitos da Criança, art. 7 (1. A criança será registrada imediatamente após seu nascimento e terá direito, desde o momento em que nasce, a um nome, a uma nacionalidade e, na medida do possível, a conhecer seus pais e a ser cuidada por eles.)
“Os sujeitos envolvidos nessas mudanças estão muito mais predispostos a angústias, que surgirão a partir do momento em que eles começarem a questionar-se de onde vieram. Essa seria a pergunta-chave do ser humano. A reprodução humana estaria mexendo na questão da origem do homem.”
 (Sócrates Nolasco, professor de Psicologia da UFRJ)
Saúde reprodutiva
Saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico-mental e social em todas as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções, processos, e não a simples ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quanto e quantas vezes deve fazê-lo. Está implícito nesta última condição o direito de homens e mulheres de serem informados e de terem acesso aos métodos eficientes, seguros, aceitáveis e financeiramente compatíveis de planejamento familiar, assim como a outros métodos de regulação de fecundidade a sua escolha e que não contrariem a Lei, bem como o direito de acesso a serviços apropriados de saúde que propiciem às mulheres as condições de passar em segurança pela gestação e parto, proporcionando aos casais uma chance melhor de ter um filho sadio." (Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento – Programa de Ação - § 7.2)
Direito reprodutivo: Compreende o “acesso a um serviço de saúde que assegure informação, educação e meios, tanto para o controle da natalidade, quanto para a procriação sem riscos para a saúde” (PIMENTEL; DI GIORGI e PIOVESAN, 1993:168)
Direitos Sexuais e Reprodutivos
1. Direito à vida: implica que nenhuma mulher deve ser colocada sob risco ou perigo em razão de gravidez.
2. Direito à liberdade e segurança: reconhece que as pessoas têm o direito a poder desfrutar e a controlar sua vida sexual e reprodutiva e que nenhuma mulher deverá estar sujeita a gravidez, esterilização ou abortos forçados.
3. Direito à igualdade: de estar livre de todas as formas de discriminação, incluindo sua vida sexual e reprodutiva.
4. Direito à privacidade: significa que todos os serviços de atenção à saúde da mulher deverão ser confidenciais e que todas as mulheres tenham o direito a fazer escolhas autônomas com respeito à procriação.
5. Direito à liberdade de pensamento: significa que todas as pessoas têm o direito de estar livre da interpretação restritiva de textos religiosos, crenças, filosofiase costumes como instrumentos para limitar sua liberdade, em matéria de atenção à saúde sexual e reprodutiva.
6. Direito à informação e educação: no que concerne à saúde sexual e reprodutiva, para assegurar a saúde e o seu bem-estar.
7. Direito a contrair ou não o matrimônio e a planejar e formar uma família.
8. Direito a decidir a ter ou não filhos e quando tê-los.
9. Direito à atenção e proteção da saúde: inclui os direitos dos usuários de saúde à informação, acesso, opção e escolha, segurança, privacidade, confidencialidade, trato digno, conforto e opinião.
10. Direito aos benefícios do progresso científico: inclui reconhecimento que todas as pessoas têm o direito de acesso a todas as tecnologias reprodutivas que sejam seguras e aceitáveis.
11. Direito à liberdade de reunião e participação política: entende que toda pessoa tem o direito a influenciar os governos para outorgar prioridade à saúde e aos direitos, em matéria de sexualidade e reprodução.
12. Direito a não ser submetido a tortura e maltrato: inclui os direitos das crianças e adolescentes à proteção contra a exploração e o abuso sexual e o direito de todas as pessoas à proteção contra a violência sexual, o abuso e o assédio sexual.
(https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Publicacoes&acao=detalhes_capitulos&cod_capitulo=58)
Princípios 
Indicação terapêutica
Consentimento livre e esclarecido
Sigilo sobre a identidade do doador
Gratuidade das doações
Interesse superior da criança
Seleção e intervenção para evitar transmissão de doenças hereditárias
Reprodução Humana Assistida
	
	
FIV (Fertilização in vitro) – fases:
Estimulação da ovulação;
Aspiração folicular;
Fecundação;
Transferência de embriões e
Congelamento de embriões supranumerários.
Classificação:
Homóloga
Heteróloga
Vedação – terceiro doador não pode ser o médico responsável pela clínica ou pelo serviço, nem qualquer integrante da equipe multidisciplinar que atua no programa de reprodução assistida.
Dilemas éticos em reprodução humana
Doação de gametas
Doação de embriões
Anonimato dos doadores
Sexagem
Diagnóstico pré-implantacional
Seleção de embriões
Criopreservação de embriões
Maternidade substitutiva
Inseminação artificial post mortem
Inseminação em mulheres solteiras, casais homoafetivos, casais soropositivos
Comércio de gametas e embriões
Redução embrionária
Destino dos embriões excedentes (congelamento, destruição, doação, adoção, pesquisa etc.)
Uso dos embriões para fins não médicos
Pesquisa em embriões
Clonagem
	
	
Responsabilidade civil 
Código de Defesa do Consumidor:
Subjetiva – profissional liberal
Objetiva 
 RHA no Brasil:
Relativização da verdade biológica
Código Civil, art. 1597 – presunção de paternidade
En. 104 do CJF/STJ: no âmbito das técnicas de reprodução assistida envolvendo o emprego de material fecundante de terceiros, o pressuposto fático da relação sexual é substituído pela vontade juridicamente qualificada, gerando presunção absoluta ou relativa da paternidade no que tange ao marido da mãe da criança concebida, dependendo da manifestação expressa (ou implícita) da vontade no curso do casamento.
En. 258 do CJF/STJ: Não cabe a ação prevista no art. 1601 do Código Civil se a filiação tiver origem em procriação assistida heteróloga, autorizada pelo marido nos termos do inc. V do art. 1597, cuja paternidade configura presunção absoluta.
Obs.:
veda o comportamento contraditório (venire contra factum proprium non potest);
 sem consentimento do marido – “adultério casto”.
Inseminação de material genético de terceiro: autorização do outro cônjuge senão:
 há quebra da boa fé objetiva e 
não há presunção da paternidade.
Código Civil, art. 1798 – legitimação para suceder.
Constituição Federal, art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. [...]§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Lei de Transplantes, Lei n. 9.434/97: Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.
Portanto, procedimento está regulado na Resolução n. 2013/2013 do CFM.
CFM, Resolução 2013/2013
I - PRINCÍPIOS GERAIS 
1 - As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar a resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação. 
2 - As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente, e a idade máxima das candidatas à gestação de RA é de 50 anos. 
3 - O consentimento informado será obrigatório para todos os pacientes submetidos às técnicas de reprodução assistida. Os aspectos médicos envolvendo a totalidade das circunstâncias da aplicação de uma técnica de RA serão detalhadamente expostos, bem como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta. As informações devem também atingir dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico. O documento de consentimento informado será elaborado em formulário especial e estará completo com a concordância, por escrito, das pessoas a serem submetidas às técnicas de reprodução assistida. 
4 - As técnicas de RA não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer. 
5 - É proibida a fecundação de oócitos humanos, com qualquer outra finalidade que não a procriação humana. 
6 - O número máximo de oócitos e embriões a serem transferidos para a receptora não pode ser superior a quatro. Quanto ao número de embriões a serem transferidos faz-se as seguintes recomendações: a) mulheres com até 35 anos: até 2 embriões; b) mulheres entre 36 e 39 anos: até 3 embriões; c) mulheres entre 40 e 50 anos: até 4 embriões; d) nas situações de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora no momento da coleta dos óvulos. 
7 - Em caso de gravidez múltipla, decorrente do uso de técnicas de RA, é proibida a utilização de procedimentos que visem a redução embrionária. 
II - PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA 
1 - Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se afaste dos limites desta resolução, podem ser receptoras das técnicas de RA desde que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre a mesma, de acordo com a legislação vigente. 
2 - É permitido o uso das técnicas de RA para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito da objeção de consciência do médico. 
III - REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM TÉCNICAS DE RA 
As clínicas, centros ou serviços que aplicam técnicas de RA são responsáveis pelo controle de doenças infectocontagiosas, coleta, manuseio, conservação, distribuição, transferência e descarte de material biológico humano para a paciente de técnicas de RA, devendo apresentar como requisitos mínimos: 
1 - um diretor técnico responsável por todos os procedimentos médicos e laboratoriais executados, que será, obrigatoriamente, um médico registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição; 
2 - um registro permanente (obtido por meio de informações observadas ou relatadas por fonte competente) das gestações, nascimentos e malformações de fetos ou recém-nascidos, provenientes das diferentes técnicas de RA aplicadas na unidade em apreço,bem como dos procedimentos laboratoriais na manipulação de gametas e embriões; 
3 - um registro permanente das provas diagnósticas a que é submetido o material biológico humano que será transferido aos pacientes das técnicas de RA, com a finalidade precípua de evitar a transmissão de doenças; 
4 - Os registros deverão estar disponíveis para fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina. 
IV - DOAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES 
1 - A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial. 
2 - Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. 
3 - A idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem. 
4 - Obrigatoriamente será mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos receptores. Em situações especiais, as informações sobre doadores, por motivação médica, podem ser fornecidas exclusivamente para médicos, resguardando-se a identidade civil do doador. 
5 - As clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter, de forma permanente, um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma amostra de material celular dos doadores, de acordo com a legislação vigente. 
6 - Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a) doador(a) tenha produzido mais que duas gestações de crianças de sexos diferentes, numa área de um milhão de habitantes. 
7 - A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade. Dentro do possível, deverá garantir que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora. 
8 - Não será permitido ao médico responsável pelas clínicas, unidades ou serviços, nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas prestam serviços, participarem como doadores nos programas de RA. 9 - É permitida a doação voluntária de gametas, bem como a situação identificada como doação compartilhada de oócitos em RA, onde doadora e receptora, participando como portadoras de problemas de reprodução, compartilham tanto do material biológico quanto dos custos financeiros que envolvem o procedimento de RA. A doadora tem preferência sobre o material biológico que será produzido. 
V - CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES 
1 - As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozoides, óvulos e embriões e tecidos gonádicos. 
2 - O número total de embriões produzidos em laboratório será comunicado aos pacientes, para que decidam quantos embriões serão transferidos a fresco, devendo os excedentes, viáveis, serem criopreservados. 
3 - No momento da criopreservação os pacientes devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino que será dado aos embriões criopreservados, quer em caso de divórcio, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los. 
4 - Os embriões criopreservados com mais de 5 (cinco) anos poderão ser descartados se esta for a vontade dos pacientes, e não apenas para pesquisas de células-tronco, conforme previsto na Lei de Biossegurança. 
VI - DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTAÇÃO DE EMBRIÕES 
1 - As técnicas de RA podem ser utilizadas acopladas à seleção de embriões submetidos a diagnóstico de alterações genéticas causadoras de doenças. 
2 - As técnicas de RA também podem ser utilizadas para tipagem do sistema HLA do embrião, com o intuito de seleção de embriões HLA-compatíveis com algum filho(a) do casal já afetado por doença, doença esta que tenha como modalidade de tratamento efetivo o transplante de células-tronco ou de órgãos. 
3 - O tempo máximo de desenvolvimento de embriões "in vitro" será de 14 dias. 
VII - SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO) 
As clínicas, centros ou serviços de reprodução humana podem usar técnicas de RA para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética ou em caso de união homoafetiva. 
1 - As doadoras temporárias do útero devem pertencer à família de um dos parceiros num parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau – mãe; segundo grau – irmã/avó; terceiro grau – tia; quarto grau – prima), em todos os casos respeitada a idade limite de até 50 anos. 
2 - A doação temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial. 
3 - Nas clínicas de reprodução os seguintes documentos e observações deverão constar no prontuário do paciente: 
- Termo de Consentimento Informado assinado pelos pacientes (pais genéticos) e pela doadora temporária do útero, consignado. Obs.: gestação compartilhada entre homoafetivos onde não existe infertilidade; 
- relatório médico com o perfil psicológico, atestando adequação clínica e emocional da doadora temporária do útero; 
- descrição pelo médico assistente, pormenorizada e por escrito, dos aspectos médicos envolvendo todas as circunstâncias da aplicação de uma técnica de RA, com dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico, bem como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta; 
- contrato entre os pacientes (pais genéticos) e a doadora temporária do útero (que recebeu o embrião em seu útero e deu à luz), estabelecendo claramente a questão da filiação da criança; 
- os aspectos biopsicossociais envolvidos no ciclo gravídico-puerperal; 
- os riscos inerentes à maternidade; 
- a impossibilidade de interrupção da gravidez após iniciado o processo gestacional, salvo em casos previstos em lei ou autorizados judicialmente; 
- a garantia de tratamento e acompanhamento médico, inclusive por equipes multidisciplinares, se necessário, à mãe que doará temporariamente o útero, até o puerpério; 
- a garantia do registro civil da criança pelos pacientes (pais genéticos), devendo esta documentação ser providenciada durante a gravidez; 
- se a doadora temporária do útero for casada ou viver em união estável, deverá apresentar, por escrito, a aprovação do cônjuge ou companheiro. 
VIII - REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST-MORTEM 
É possível desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente. 
IX - DISPOSIÇÃO FINAL 
Casos de exceção, não previstos nesta resolução, dependerão da autorização do Conselho Regional de Medicina.
Jurisprudência
Fecundação post mortem – TJPR, caso Luiza Roberta Niels (não havia autorização do marido, mas obteve o direito de fazer a fertilização com o material genético congelado em uma clínica de RHA).
Maternidade por substituição – TJRS, para obtenção de Declaração de Nascido Vivo (DNV), necessária para que uma mulher pudesse registrar o como filho a criança gerada no útero de sua irmã. Neste caso, o embrião foi formado a partir de doação anônima de óvulos e espermatozoides do marido da mãe “registral”.
Registro em nome de dois homens e duas mulheres – 
 País tem primeira declaração de nascido vivo em nome de duas mães (dez/2013) - 1ª Vara de Família da comarca do Rio de Janeiro, concedeu que a Declaração de Nascido Vivo (DNV) fosse emitida em nome das duas mães da criança, antes mesmo do registro civil. Juntas há sete anos em união estável, A.B e J.S. recorreram à fertilização in vitro e à doação anônima de esperma. O óvulo foi fecundado no útero de J.S. e a criança nasceu neste mês de dezembro. 
Justiça concede direito a casal homoafetivo de registrar a filha - Recife — Os empresários pernambucanos Maílton Albuquerque, 35 anos, e Wilson Albuquerque, 40, conseguiram na Justiça uma sentença favorável ao registro de um filho, concebido a partir de inseminação artificial, com dupla paternidade. De acordo com o juiz da 1ª Vara da Família do Recife, Clicério Bezerra e Silva, esse é o primeiro caso no Brasil. Planejar ter um filho foi um pouco diferente para Maílton e Wilson quando comparado à maioria dos casais. Eles têm uma relação homoafetiva há 15 anos, convertida emcasamento civil no ano passado, e, assim que souberam da notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia autorizado a união civil de casais homossexuais, começaram a busca pelo direito de registrar uma criança. “Depois de todo esse tempo juntos, o relacionamento já não tinha mais sentido se não fosse para construir uma família, gerar nossos filhos. Fizemos muitas viagens, festas e farras. Agora, queremos viver em função dos filhos”, explicou Maílton. Eles chegaram a pensar em adoção, mas a burocracia e a dificuldade os desanimaram. (Joana Perrusi - Diarios Associados, Publicação: 02/03/2012 08:30, http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2012/03/02/interna_brasil,291650/justica-concede-direito-a-casal-homoafetivo-de-registrar-a-filha.shtml).
Pais de trigêmeas rejeitam uma das crianças no PR - Um casal que se submeteu a tratamento para engravidar e teve trigêmeas corre o risco de perder a guarda das meninas após tentar abandonar uma delas na maternidade, em Curitiba (PR). Segundo a rádio Band News Curitiba, o pai queria, no máximo, dois bebês e tentou deixar no hospital uma das crianças, que tinha insuficiência pulmonar. Funcionários da maternidade, então, acionaram o Conselho Tutelar. As trigêmeas nasceram em 24 de janeiro, prematuras, e passaram um mês na UTI, afirma a advogada do casal, Margareth Zanardini. Ela diz que os pais tentam na Justiça reaver as três crianças. "É inédito um casal recusar filhos após tratamento", afirmou à Folha o ginecologista Karam Abou Saab, que implantou os embriões na mãe. (01/04/2011 - 21h03, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/897303-pais-de-trigemeas-rejeitam-uma-das-criancas-no-pr.shtml).
Criança nascida de barriga de aluguel fica com o pai registral, decide STJ
Nesta segunda-feira (13), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que uma criança nascida de barriga de aluguel fica com a família em que convive desde os sete meses de vida. A criança havia sido registrada como filha do “pai de aluguel” e da mãe biológica. Ela convive com o pai registral e sua esposa, que não tinha condições de engravidar. 
O Ministério Público paranaense (MPPR) apontou ter havido negociação da gravidez aos sete meses de gestação e moveu ação para decretar a perda do poder familiar da mãe biológica e anular o registro de paternidade. A justiça do Paraná deu provimento à ação e determinou a busca e apreensão da criança menor de cinco anos, que deveria ser levada a abrigo e submetida à adoção regular. 
O ministro Luis Felipe Salomão entendeu que a criança não pode ser penalizada pelas condutas, mesmo que irregulares, dos pais e determinou a adoção da criança registrada como filha pelo pai que teria “alugado a barriga” da mãe biológica. 
Para o ministro Salomão, a determinação da Justiça paranaense passa longe da principal questão em debate: o melhor interesse da criança. “De fato, se a criança vem sendo criada com amor e se cabe ao Estado, ao mesmo tempo, assegurar seus direitos, o deferimento da adoção é medida que se impõe”, afirmou. (13/01/2014, Assessoria de Comunicação do IBDFAM, com informações do STJ)
Roger Abdelmassih, o foragido - Apontado durante anos como um dos grandes nomes da reprodução assistida no Brasil, Roger Abdelmassih tem no currículo mais de 7.000 bebês trazidos ao mundo. Infelizmente, para quem frequentava seu consultório, não é só isso. Também constam em sua ficha (a policial) acusações de 56 estupros e tentativas de abusar sexualmente de 39 pacientes, pelas quais foi condenado a 278 anos de detenção. O médico é considerado foragido pela Justiça desde janeiro, quando foi ordenada sua prisão — o alerta vermelho soou quando ele deu entrada com a documentação para renovar seu passaporte. Não adiantou nada: Abdelmassih sumiu e suspeita-se que esteja morando no Líbano ao lado da mulher, a advogada Larissa Maria Sacco, com quem teria concebido filhos gêmeos durante o período no exterior. (http://vejasp.abril.com.br/materia/roger-abdelmassih-paulistanos-de-2011).
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Notícias�
Os filhos do silêncio
Casal de lésbicas recorre à fertilização in vitro para ter bebês surdos como elas 
O desejo número 1 de toda mãe é ter um bebê saudável. Essa é, pode-se dizer, a ordem natural da vida. É isso que torna tão difícil entender que uma mãe recorra à fertilização artificial com o objetivo premeditado de produzir um bebê com uma deficiência congênita. Talvez se deva dizer "duas mães", pois se trata de um casal de lésbicas americanas, Sharon Duchesneau e Candace McCullough, ambas surdas. Em lugar de um neném de olhos claros ou superinteligente, elas procuraram gerar um filho surdo. Na verdade, o segundo, pois já criam uma menina de 5 anos, Jehanne, surda de nascença. Como os bancos de sêmen se recusaram a colaborar com tal projeto, elas recorreram a um doador surdo. Aliás, o mesmo que ajudou a gerar Jehanne. Há quatro meses, Sharon deu à luz um menino, Gauvin. Só no mês passado o bebê atingiu o desenvolvimento necessário para ser submetido a um sofisticado teste de audiologia: ele tem uma leve capacidade auditiva no ouvido direito, que, segundo os médicos, deverá perder em poucos anos. As mamães ficaram encantadas. "Queremos que nossos filhos sejam como nós somos. Queremos que gostem das mesmas coisas que nós", diz Sharon.
Normalmente uma em cada 2.000 crianças nasce com problemas de audição. Em casos como o de Sharon, que é filha de um casal surdo, a possibilidade sobe para uma em duas. Como o pai também tem a deficiência, as probabilidades se elevam para três em quatro. "O que fizemos foi aumentar nossas chances de ter um bebê que fosse surdo", define Candace, que adotou a criança. "É uma eugenia ao contrário", espanta-se Volnei Garrafa, professor de bioética da Universidade de Brasília. "Em vez de darem vantagens competitivas a seus filhos, elas escolheram que a criança tivesse uma doença. É um egoísmo absurdo." A decisão de ter um filho deficiente auditivo foi tomada por razões surpreendentes. Desde os anos 80, muitos surdos americanos desenvolveram o conceito de que a surdez não é uma deficiência médica, mas uma identidade cultural. Eles se vêem como uma tribo à parte, com linguagem própria (a de sinais), e manifestam abertamente sua preferência por filhos surdos, com os quais possam comunicar-se livremente.
Essa curiosa interpretação da surdez surgiu na única universidade para deficientes auditivos, a Gallaudet, localizada em Washington. Como não vêem a surdez como uma deficiência, não acham que trouxeram uma criança doente ao mundo. Sharon e Candace consideram-se na mesma condição de pais que recorrem à seleção de embriões para ter uma menina. Ou um casal de negros que deseja um filho também negro. "Como um surdo, uma menina e um negro podem sofrer discriminação", diz Sharon. "Por causa disso os negros não deveriam ter filhos negros?" O argumento é, evidentemente, capcioso. O problema ético decorre do uso de técnicas de fertilização para assegurar o nascimento de uma criança deficiente. Um surdo pode ter uma vida quase normal. Sharon e Candace, ambas na faixa dos 30 anos e há dez vivendo juntas, cursaram universidade e têm um padrão de vida de classe média alta – mas a deficiência sempre significa desvantagens e limitações. Mesmo que a criança tenha uma excelente comunicação com os pais em casa, com o uso da linguagem de sinais, estará isolada quando sair à rua, onde a maioria escuta perfeitamente. Esse é um caso em que a mamãe desejou para seu filho justamente o indesejado. (http://veja.abril.com.br/170402/p_072.html)
Gestação de gêmeos diferentes – negligência na esterilização do material, permitindo que o sêmen do marido se misturasse ao de outro paciente. A mulher, nesse caso, disse que se sentia como se tivesse sido estuprada.
Implantação de óvulo de mulher branca em uma negra.
Uso de ratos para perpetuar a produção de espermatozoides humanos – cultivo de tecidos produtores de espermatozoides humanos em ratos.
Reino Unido
Menina de 14 anos forçada a engravidar com esperma do doador - nãoquerendo gerar mais filhos em razão de diabetes e tendo sido negada a adoção de um quarto filho, mãe realizou inseminação artificial em sua filha adotiva.
Inglaterra:
duas mães e um pai (Revista Veja, 10 de abr 2013, p. 98);
implantação de embriões trocados;
Filhos de mulheres que não chegaram a nascer – uso de óvulos de fetos abortados na fertilização in vitro – “surgimento de uma fazenda de fetos, onde mulheres iriam engravidar, abortar e vender os fetos” (jornalista) - proibição;
Uso de óvulos retirados dos ovários de doadoras mortas – houve também restrição;
Cerca de 50 gestações resultantes de RHA são interrompidas a pedido da mãe – aborto: separação do casal, medo da maternidade e malformações fetais.
Itália
troca de sêmen do homem pelo de doador, sem que o primeiro tivesse conhecimento
Israel
Óvulos em pó – mulher abre o sache e acrescenta água e esperma e implanta o embrião viável. (BioEdge, Michael Cook, 06 abr 2013)
Índia
CBS News relata que centenas de mulheres pobres estão sendo exploradas como mães de aluguel para atender clientes desesperados por um filho.Mulher negra casada com um branco usa óvulo de doadora branca a fim de evitar que o filho sofresse racismo.
Direito comparado
Europa: Recomendação n.º 1046/ 1986 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aconselha os Estados-Membros a regularem a matéria atinente à PMA (sobre a utilização de embriões e fetos humanos para fins de diagnóstico, terapêuticos, científicos, industriais e comerciais), tendo em conta que estão aqui em causa valores humanos que necessitam de proteção jurídica.
Alemanha
França
Caso Perruche (arrêt Perruche) – a Corte de Cassação francesa concedeu indenização a Nicolas Perruche por ter sofrido prejuízos com seu nascimento, em decorrência de uma rubéola contraída pela mãe durante a gravidez, e não diagnosticada pelos médicos (direito de não ter nascido). Crítica: indenização sem dano.
“Caso Parpalaix”: Em 1984, na França, Alain Parpalaix descobriu estar com câncer nos testículos e, após o tratamento quimioterápico poderia ficar estéril. Em 1981, recorreu a uma clínica para depositar seu material genético. Parpalaix falece dois anos depois. A viúva resolveu se submeter à inseminação artificial, que foi negada pelo banco de sêmen, iniciando uma batalha judicial versando sobre a existência de um contrato de depósito que obrigava o banco de sêmen a restituir o esperma. “O banco de sêmen alegava que não havia um pacto de entrega do material a outra pessoa que não fosse o doador do esperma, uma vez que o material genético de pessoa morta não era comerciável e que na França não havia legislação que autorizasse a inseminação artificial post mortem. Com o fim da batalha judicial, o tribunal francês de Créteil condenou o banco de sêmen, determinado que o material genético fosse enviado ao médico designado pela viúva. Infelizmente, devido à demora na solução do litígio, a inseminação não foi realizada, pois os espermatozoides não estavam mais próprios à fecundação.
Após este caso, diversos países começaram a discutir acerca do destino do material genético congelado, visto que foi o marco inicial das discussões acerca da inseminação artificial, em especial após a morte do doador”. (COCO, Bruna Amarijo. Reprodução assistida post mortem e seus aspectos sucessórios. http://www.egov.ufsc.br/portal/print/conteudo/reprodu%C3%A7%C3%A3o-assistida-post-mortem-e-seus-aspectos-sucess%C3%B3rios)
Lei de 29 de julho de 1994 – RHA: proposta do casal e atende o projeto paternal (dos pais) somente para remediar a infertilidade do casal ou para evitar grave doença à criança ao nascer.
Itália
Lei n.40 de 19 de fevereiro de 2004:
proíbe a procriação medicalmente assistida do tipo heteróloga (art. 4.3);
proíbe a experimentação em embriões humanos sendo admitida para fins terapêuticos e diagnóstico para a proteção da saúde e desenvolvimento do próprio embrião se não existirem métodos alternativos (art. 13.1 e 2);
vedação: produção de embriões humanos para pesquisa ou experimentação; seleção de embriões, clonagem; criação de híbridos e quimeras; criopreservação de embriões (regra); embriões supranumerários (até três); redução embrionária (regra) (arts. 13 a 15); 
Portugal
Constituição da República - Artigo 67.º (Família) 1. A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do Estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus membros. 2. Incumbe, designadamente, ao Estado para protecção da família: [...] d) Garantir, no respeito da liberdade individual, o direito ao planeamento familiar, promovendo a informação e o acesso aos métodos e aos meios que o assegurem, e organizar as estruturas jurídicas e técnicas que permitam o exercício de uma maternidade e paternidade conscientes; e) Regulamentar a procriação assistida, em termos que salvaguardem a dignidade da pessoa humana; [...]
Lei n.º 32/2006 disciplina:
inseminação artificial;
fertilização in vitro;
injeção intracitoplasmática de espermatozoides;
transferências de embriões, gametas ou zigotos;
diagnóstico genético pré-implantação.
Reino Unido
Registrar-se novamente como um doador identificável
Aquele que doou esperma, óvulos ou embriões depois de 01 de abril de 2005 é, por lei, identificável. Qualquer pessoa nascida como resultado de doação após este tempo tem o direito de solicitar e receber o nome de seu doador e último endereço conhecido, uma vez que atingem a idade de 18 anos. 
Os doadores que doaram até 1 de Abril 2005, são automaticamente anônimos. Isso significa que a pessoa concebida por doadores só pode acessar não-identificando informações fornecidas pelo doador no momento da doação.
Como um doador, você não tem os direitos legais para contatar seu filho concebido por doadores; a decisão de iniciar o contato é unicamente da criança concebida por doadores.
A remoção do anonimato
É um direito de quem doou antes de 1 de abril de 2005 optar por remover o seu anonimato - e potencialmente se tornar identificável ​​para todas as crianças nascidas a partir de sua doação. 
Como consequência da remoção de seu anonimato, sua descendência concebida pela doação pode optar por fazer contato com você, uma vez que atinge a idade de 18 anos. A HFEA tentará contactá-lo primeiro usando as informações mantidas em arquivo para que você saiba que um pedido de seus dados de contato foi feito. Antes de tomar essa decisão, você pode querer considerar como isso poderia ter impacto sobre você e sua família. Se desejar, você pode pedir para falar com um conselheiro na clínica onde você doou para falar sobre as implicações de recadastramento como um doador identificável.[...]
Se você doar através de uma clínica licenciada-HFEA, você não será legalmente responsável por qualquer criança que nasça como resultado de sua doação. Para mais informações consulte:
Candidate-se a remoção de anonimato
Se você doou antes de 1 de Abril de 2005, você pode remover o seu anonimato.
Se você deseja se tornar um doador de identificação, por favor preencha o formulário de candidatura e voltar para o endereço abaixo:
Identificação e comprovante de endereço
Como parte do processo de candidatura, você será solicitado para a prova de identificação e endereço.
A HFEA aceita:
Identificação
Passaporte válido
Certidão de nascimento (se o seu nome foi alterado uma vez que este foi emitido, também é preciso apresentar documentação votação de ação ou uma certidão de casamento)
Integral ou licença provisória de condução Reino Unido 
Papel Reino Unido carta de condução estilo antigo
Endereço (datado nos últimos três meses)
Conta de luz
Fatura fiscal Conselho
Extrato de conta
Fatura de cartão de crédito
Recibo de Pagamento
Cartão NHS
Só podemos aceitar documentos de identidade originais ou cópias que foram certificadas por um advogado.
Doar através de uma clínica de fertilidade Unido licenciado
Se vocêdoar através de uma clínica de HFEA-licenciado, que deve estar de acordo com os rigorosos padrões médicos, legais e éticos:
você não vai ser o pai legal de qualquer criança nascida como resultado de sua doação 
você não terá nenhuma obrigação legal de qualquer criança nascida de sua doação 
você não vai ter o nome na certidão de nascimento 
você não terá quaisquer direitos sobre a forma como a criança vai ser criada 
você não será solicitado a apoiar a criança financeiramente.
Paternidade Legal após a doação de embriões
Se a mulher ou o casal decidir não usar um embrião no seu próprio tratamento, eles podem decidir doar seus embriões para uso no tratamento de outros. Nestas circunstâncias, a Lei 1.990 sobre Fertilização Humana e Embriologia estabelece que serão considerados os pais legais de qualquer criança nascida como resultado da doação.
A mãe da criança
A mulher que dá à luz é sempre considerada a mãe legal da criança. Este é o caso, mesmo se o tratamento envolveu a utilização de ovos ou embriões doados. A lei só reconhece uma pessoa como a mãe legal de uma criança.
O pai da criança / segundo pai
Quando a mulher que dá à luz é casada, seu marido será presumido pai legal da criança, a menos que possa ser demonstrado que ele não concorda com o embrião ser colocado em sua esposa. 
Quando o tratamento de doadores ocorreu antes de abril de 2009, e a mulher, sendo tratada não é casada, mas estava sendo "tratada em conjunto" com um homem, este será o pai legal da criança.
A partir de abril de 2009, a lei mudou em relação às mulheres que não são casadas e casais do mesmo sexo.
Quando a mulher que der à luz não for casada, o pai legal ou segundo pai da criança será a pessoa que tem o nome no "consentimento para a paternidade". Tanto a pessoa nomeada e a mulher que dará à luz, deve consentir que o homem que está sendo reconhecido como o pai legal, ou a mulher sendo o segundo pai da criança.
Quando a mulher que dará à luz tem uma parceria civil com outra mulher, o segundo pai legal será sua parceira civil, a menos que possa ser demonstrado que a parceira não concorde com o embrião ser colocado na mulher que dará à luz.
Um segundo parente fêmea não é a mãe legal da criança; a lei não permite que uma criança ter duas mães legais.
O tratamento de uma única mulher
Quando um embrião doado é usado no tratamento de uma única mulher, a mulher que dá à luz será a mãe legal de qualquer criança resultante. No entanto, a lei não é tão explícita, nesses casos, a respeito de quem pode ser considerado o pai legal e há um risco legal claro que o homem cujo esperma foi usado na criação do embrião possa ser considerado o pai.
Por isso, o HFEA aconselha qualquer homem com a intenção de doar um embrião que foi criado originalmente para o seu parceiro e seu próprio tratamento a procurar aconselhamento legal antes de fazer isso. Em particular, ele deve certificar-se sobre qualquer potencial para ser reconhecido na lei como o pai de qualquer criança nascida se o embrião é doado a uma única mulher que não tem um marido ou parceiro civil ou não entrou em um acordo de paternidade com outro pessoa.
Uma forma de evitar esta incerteza potencial, é um par de doar um embrião (ou um homem doar um embrião criado durante o tratamento com o seu parceiro) de considerar a colocação de uma condição na utilização do embrião doado. A mulher pode, por exemplo, afirmam que o embrião só deve ir para uma mulher que está em um relacionamento legalmente reconhecido que dá a paternidade legal para o marido ou parceiro civil ou que tenha consentido a outra pessoa ser o segundo pai para seus filhos.
Doar através de métodos não-licenciados
Se você pretende doar fora de uma clínica licenciada, por exemplo, se você está pensando em doar esperma fresco, através de uma empresa de internet, ou para alguém para uso em casa, por exemplo, recomenda-se consultar um advogado em primeiro lugar.
Onde esperma doado fresco é usado fora de uma clínica de HFEA licenciado, o doador é considerado por lei para ser o pai legal da criança, com todas as responsabilidades e direitos que envolve.
Doadores pode ser processado por qualquer motivo?
Uma pessoa concebida pelo doador nascido com uma anormalidade poderia processar seu doador por danos, se for provado que o doador não tinha contado os fatos clínicos relevantes sobre a sua ou suas famílias história médica quando doado.
É por isso que é importante dizer a clínica onde você doa de quaisquer deficiências hereditárias ou doenças físicas ou mentais que afetam você ou alguém de sua família.
Por que doar através de uma clínica licenciada?
Todas as clínicas licenciado HFEA deve estar em conformidade com os rigorosos padrões médicos, legais e éticos. Isso garante que todos os envolvidos na doação é claro sobre a sua situação jurídica e é protegida por lei.
Esperma, óvulos e embriões doados através de uma clínica deve ser testado para certas condições médicas e colocado em quarentena por seis meses. Isso ajuda a garantir os bebês nascidos a partir de esperma doado, ovos ou embriões são saudáveis ​​e que não há riscos para a mulher que os recebe.
Sugerimos que você discutir esses testes com a equipe na clínica.
(http://www.hfea.gov.uk/egg-and-sperm-donors.html, tradução google tradutor)
Estados Unidos
Caso Davis vs. Davis, 1992 – após o divórcio discute-se sobre a “posse” dos embriões congelados. A ex-mulher considera-os “filhos em potencial” enquanto o ex-marido negava-se a assumir a paternidade, não admitindo a maternidade da ex-esposa, sob alegação de que não se tratava de seres vivos, mas meros tecidos. A Suprema Corte do Tennessee decidiu a disputa em favor do Junior Lewis Davis. Davis v Davis fez Tennessee um dos primeiros estados a resolver uma disputa sobre pré-embriões criopreservados, apesar de existir, pelo menos, 20.000 pré-embriões criopreservados à época. Afirmação do acórdão do Tribunal de Apelações da Suprema Corte permitiu a Knoxville Fertility Clinic seguir sua prática habitual para a eliminação de pré-embriões não utilizados. A Suprema Corte dos Estados Unidos negou o pedido de Mary Sue para revisão em Fevereiro de 1993. (http://embryo.asu.edu/pages/davis-v-davis-1992)
Dinamarca
Mudança das regras de doação de esperma em razão da transmissão de doença genética rara, por doador que fornecia esperma a mulheres em vários países dentro e fora da Europa. A neurofibromatose tipo 1 (NF1) produz tumores que afetam o sistema nervoso, e os espermatozoides afetados podem ter sido utilizados em 10 países.
O banco de esperma Copenhagen Nordisk Cryobank disse que estava ciente de cinco bebês que haviam nascido com NF1. NF1 é causada por uma mutação genética. Em metade dos casos ele é passado de um pai para seu filho. Em outros casos, a mutação desenvolve por si própria. (http://www.bbc.com/news/world-europe-19711565)
[1] Modelo de Declaração de Nascido Vivo (DNV)
� Boa parte das notícias foram retiradas do artigo “Pessoa e parentesco nas novas tecnologias reprodutivas”, Naara Luna, Estudos Feministas, 2/2001. 
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