Buscar

A SEXUALIDADE DOS JOVENS COM DEFICIENCIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�
ISBN 978-85-7846-455-4
A SEXUALIDADE DOS JOVENS COM DEFICIÊNCIA
Emily Francisco Leandro
Universidade Estadual de Londrina
 emilyfrancisco@hotmail.com
Eixo 2: Educação, diversidade e direitos humanos
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar um recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito para a conclusão da graduação em Pedagogia, na UEL, apresentado em julho de 2017. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar produções acadêmicas sobre a sexualidade dos jovens com deficiência. A pesquisa iniciou-se com buscas na Scientific Electronic Library Online (Scielo) e na Associação Nacional de pós-graduação e Pesquisa em Educação (Anped). Posteriormente, os trabalhos encontrados foram organizados em um quadro para serem analisados. Os resultados evidenciam que o tema envolvendo a sexualidade das pessoas com deficiência está permeado de preconceitos e discriminações impostas pela sociedade. Os pais também sentem dificuldade de aceitação e falta de informação sobre o tema. Porém, os estudos apontaram que muitos jovens com deficiência vêem sua sexualidade de maneira positiva. Mas ainda assim, é necessário que haja a educação e a orientação sexual com os mesmos por parte dos pais e também da escola, promovendo espaços de conversas e compartilhamentos sobre tal assunto.
Palavras-chave: Educação Especial, Deficiência, Sexualidade.
Introdução
Esta pesquisa tem por objetivo analisar as produções acadêmicas acerca do tema sexualidade das pessoas com deficiência. A escolha do tema deu-se por ter trabalhado como auxiliar em uma Instituição de Educação Especial durante dois anos - 2014 e 2015, e isso despertou o interesse ao refletir como era vista a sexualidade das pessoas com deficiência na escola. Os alunos apresentavam interesse pelo assunto, porém essa instituição em específico, não abordava o mesmo como deveria. Além disso, o interesse pelo tema deu-se também a partir da disciplina de Educação e Diversidade cursada no 1° ano do curso de Graduação de Pedagogia. 
A pesquisa bibliográfica foi a metodologia de pesquisa escolhida para a realização deste trabalho. O problema de pesquisa consiste em o que as produções acadêmicas expressam sobre a sexualidade dos jovens com deficiência? 
Como este trabalho trata-se apenas de um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso, é fundamental destacar que num primeiro momento para conhecer melhor o tema, foi realizado uma pesquisa de campo em uma escola de Educação Especial. Posteriormente, iniciou-se a pesquisa bibliográfica e as buscas de artigos sobre a sexualidade das pessoas com deficiência na Revista da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) na Scientific Eletronic Library Onlline (Scielo).
Durante a busca, foram utilizados os seguintes descritores: sexualidade, deficiência, Educação Especial, educação sexual. Os trabalhos selecionados foram publicados entre os anos de 2003 a 2015. 
Essa pesquisa trouxe inúmeras contribuições e a principal dela foi fazer um levantamento dos trabalhos publicados na área da educação sexual, envolvendo as deficiências, a fim de promover um debate entre o tema com embasamentos teóricos.
Sexualidade e Deficiência
Este é um tema permeado de tabus, pois são pouco debatidos atualmente. A sexualidade das pessoas com deficiência passou a ficar mais evidente pela família, escola e sociedade nos dias atuais. Antes, tema como esse era desconhecido, como se essas pessoas não tivessem suas necessidades sexuais e reprodutivas. Portanto, é importante conhecer os mitos existentes, para compreender os preconceitos encontrados em nossa sociedade.
A deficiência pode afetar as diferentes áreas do desenvolvimento humano, sendo esta de maior ou menor grau de comprometimento. Oliveira et al. (2009, p. 2) enfatiza que:
A sexualidade é uma característica essencial do ser humano, presente em todas as etapas da vida, sendo manifestada de diversas formas. Envolve um conjunto de valores pessoais e sociais, além de práticas corporais, sendo uma forma de expressão que reflete o contexto sociocultural no qual o sujeito está inserido e se desenvolve, além de estar associada à atividade sexual, à dimensão biológica, íntima, relacional e subjetiva de cada indivíduo. Uma das dimensões que conformam o ser humano é, pois, a sexualidade, envolvendo o gênero, a orientação sexual, o erotismo, o envolvimento emocional, o amor e a reprodução.
A sexualidade é uma característica própria do ser humano e geralmente, inicia-se com a adolescência. Há uma grande dificuldade de aceitação da sociedade e da família que alguém com alguma deficiência possa se relacionar sexualmente. Ainda há muitos estereótipos existentes, muitos dizem que as pessoas com deficiências são eternas crianças ou pessoas assexuadas, reprimindo-os de desfrutar do mundo adulto.
As pessoas com deficiência enfrentam muitas dificuldades, onde na maioria das vezes são impostas pela sociedade, pois os problemas como discriminação, preconceito, desinformação e falta de educação sexual adequada são comumente visto no dia a dia. 
Conforme Maia (2006, p. 39):
[...] parece claro, então, que toda pessoa é inerentemente sexuada, expressa sua sexualidade de forma difusa e ampla, em geral anseia pelo estabelecimento de uma relação amorosa. A maioria das pessoas, deficientes ou não, em especial na adolescência irá desenvolver um interesse por relacionamentos sexuais afetivos.
Glat e Freitas (1996) mencionam que indivíduos considerados "excepcionais", não são necessariamente excepcionais em seus impulsos sexuais. Eles também sentem desejo e prazer como qualquer outra pessoa e, se ensinadas, podem aprender a controlar e exprimir esse desejo de forma socialmente apropriada. Além disso, como qualquer outra pessoa, eles têm o direito de exercer, de algum modo, a sua sexualidade e de desfrutar normalmente da convivência social e afetiva com membros do outro sexo.
Contudo, o tema sexualidade e deficiência trata de uma questão polêmica e emergente da Educação Especial, permeada de estereótipos, tabus e preconceitos que influenciam a vida dessas pessoas.
É dever da família, juntamente com a escola, prestar informações e oportunizar encontros de compartilhamentos sobre a sexualidade para esses jovens. Os professores devem estar preparados para lidar com essas situações, pois a educação sexual do jovem com deficiência deve acontecer em todos os momentos e não só na escola, por meio contato com uma aula ou palestra.
Em relação à sexualidade das pessoas com deficiência intelectual Teixeira e Braga (2009, p.2-3) afirmam:
A fim de realizar uma aprendizagem adequada às especificidades do aluno da deficiência intelectual, é importante que a proposta curricular da Educação Especial seja apropriada à realidade dos educandos e que atenda às suas necessidades educacionais especiais, contemplando no projeto político pedagógica da escola um currículo flexível, com adaptações curriculares que correspondam ao ensino fundamental, incluindo assuntos sobre a sexualidade. Dessa forma as adaptações curriculares devem ainda conter modificações metodológicas que proporcionem ao aluno com deficiência intelectual a aquisição dos conhecimentos da aprendizagem escolar, sendo para isto necessário que o professor faça interferências adequadas que possibilitem o desenvolvimento cognitivo dos alunos e assim possibilitar a sua participação nas atividades e proporcionar a sua inclusão nos diversos grupos da escola.
Sendo assim, é necessário que os professores e a escola esteja aptas para trabalhar com esses assuntos, pois é necessário também que o currículo escolar esteja adequado, permitindo que o professor possa trabalhar o assunto em sala de aula.
	
Os Mitos e as suas consequências
Há alguns mitos impostos pela sociedade e pela família em relação as pessoas com deficiência. Sendo assim, não é fácil abordar este tema, pois a sociedade encara isso como um problema e não como um atributo humano.Todos esses preconceitos, segundo alguns autores, no qual será destacado no decorrer do texto, denominam-se de mitos.
Maia e Ribeiro (2010) apresentam alguns mitos e preconceitos às pessoas com deficiências, citando cinco estereótipos: (1) pessoas com deficiência são assexuadas: não têm sentimentos, pensamentos e necessidades sexuais; (2) pessoas com deficiência são hiperssexuadas: seus desejos são incontroláveis e exacerbados, a expressão sexual explícita para quem tem deficiência é uma perversão; (3) pessoas com deficiência são pouco atraentes, indesejáveis e incapazes para manter um relacionamento amoroso e sexual; (4) pessoas com deficiência não conseguem usufruir o sexo normal e têm disfunções sexuais relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo; (5) a reprodução para pessoas com deficiência é sempre problemática porque são pessoas estéreis, geram filhos com deficiência ou não têm condições de cuidar deles.
As autoras esclarecem que tais mitos não são apenas estereótipos que a sociedade impõe às pessoas com deficiência, mas conceitos que prejudicam e penalizam as pessoas com deficiência. 
O primeiro mito traz o parecer de que as pessoas com deficiência são assexuadas, ou seja, não sentem desejos sexuais, sendo incapazes de desfrutar da vida sexual adulta.
Conforme destaca Maia e Ribeiro (2010, p. 7),
Não se estimulam os programas de orientação/educação sexual porque se entende que nem seria preciso falar sobre sexo aqueles que são assexuados. Por outro lado, há também uma crença de que se falar sobre sexo pode estimular a prática sexual e aumentariam as chances de ocorrer relações sexuais e ou gravidezes e isso seria temeroso.
O segundo mito traz a ideia de que as pessoas com deficiência são hiperssexuadas, como se seus desejos fossem incontroláveis. Neste mito, a sexualidade é tratada de um modo grosseiro, que não corresponde as regras sociais da sociedade, os que insistem em expressar sua sexualidade sã tomados como pervertidos (MAIA, RIBEIRO, 2010).
O terceiro mito está atrelado com os padrões definidores da normalidade sexual, como o corpo perfeito e a pessoa normal. Maia e Ribeiro (2010) relatam que, para muitas pessoas, a deficiência se sobrepõe à questão sexual, como se o corpo considerado deficiente aparecesse antes do corpo sexual e inviabilizasse a satisfação da sexualidade própria.
O quarto mito citado pelas autoras está relacionado com o comprometimento da sexualidade das pessoas com deficiência, como as disfunções. Já o quinto e ultimo mito esclarece que a deficiência pode prejudicar a vida reprodutiva das pessoas, exaltando que a deficiência pode ser hereditária, transmito-a para seus filhos (MAIA, RIBEIRO, 2010)..
Há muito preconceito embutido nesses mitos. Porém, os mitos descritos pelos autores não são os únicos existentes, mas são os mais encontrados atualmente, quando nos referimos à sexualidade e deficiência.
Amor Pan (2003) destaca também quatro mitos relacionados especificamente as pessoas com deficiência intelectual. O primeiro mito citado pelo autor está relacionado com o ideal de que as pessoas com deficiências são todas iguais. O segundo mito descrito pelo mesmo refere-se à hereditariedade da deficiência, enfatizando que a deficiência intelectual é sempre hereditária.
O terceiro mito imposto pelo autor está relacionada com a sexualidade exacerbada, destacando que a mesma é descontrolada e as vezes agressiva, por isso deve ser objeto de restrições. O quarto mito destacado pelo autor consiste em considerar que as pessoas com deficiência são pessoas puras, inocentes, sem desejos sexuais, eternas crianças e sem malícias (AMOR PAN, 2003).
Sendo assim, os mitos destacados por Maia e Ribeiro (2010) e Amor Pan (2003), enfatizam o quanto o preconceito ainda recai sobre as pessoas com deficiências, inibido-os de ter uma vida sexualmente ativa. 
É comum nos depararmos com esses mitos no dia a dia, por isso o entendimento dos mesmos é de extrema importância, para que compreendam a dificuldade de aceitação das pessoas com deficiências. Muito desses mitos são impostos pela família e também pela escola. Em muitos casos os pais, os familiares e a escola não estão preparados para lidar com tal situação. Há uma postura de medo por parte dos pais, em informar seus filhos, para que seus desejos não desabrochem.
Moura e Cavalcanti (2007, p. 10) relatam que:	
	
Os pais precisam saber que seus filhos com deficiência provavelmente manifestarão sua sexualidade, seja através da masturbação ou do namoro. Acreditamos que isso contribuirá para que os adolescentes com deficiência não sejam tão reprimidos na expressão de sua sexualidade, podendo vivenciá-la de modo mais satisfatório.
Entretanto, os estudos até aqui realizados, enfatizam uma postura de medo e preconceitos por parte da família e da sociedade em relação a esse assunto. As atitudes dos pais e educadores deveriam ser voltadas à promoção da educação sexual das pessoas com deficiência, pois um dos objetivos da educação sexual é transmitir aos cidadãos informações e prepará-los para a vida sexual, com responsabilidades, para poderem viver no mundo em que os cercam.
Resultados e discussões
Como este trabalho trata-se de um recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso, irei destacar brevemente os resultados e discussões obtidos através da análise dos artigos.
Num primeiro momento, para facilitar a análise, foi elaborado um quadro dos artigos científicos analisados, dividido em objetivos, problema de pesquisa, a metodologia, os principais resultados, o nome da revista e a área da revista de cada artigo para posterior análise de cada artigo. Foram analisados treze artigos acadêmicos.
Os quadros abaixo auxiliam a compreensão dos autores analisados, a revista de publicação de cada artigo, a área de área de cada revista e os procedimentos metodológicos utilizados.
 
Quadro 1 - Tipos de Deficiências
	Deficiência Intelectual
	Deficiência Física
	Diferentes Deficiências
	Deficiência Visual
	Maia e Camossa (2003); 
	Soares, Moreira e Monteiro (2008).
	Campos (2005); 
	França (2013).
	Bastos e Deslandes (2005);
	
	Macedo e Terrassi (2009);
	
	 Morales e Batista (2010); 
	
	Campos (2012).
	
	Maia e Ribeiro (2010); 
	
	
	
	Bastos e Deslandes (2011);
	
	
	
	 Littig, Cádia, Reis e Ferrão (2012);
	
	
	
	 Dantas, Silva e Carvalho (2014);
	
	
	
	 Maia, Reis-Yamauti, Schiavo, Capellinie Valle (2015).
	
	
	
Fonte: A autora.
Assim como mostra os quadro acima, oito dos artigos referem-se à deficiência intelectual. Apena um dos artigos refere-se à deficiência física. Três artigos referem-se às diferentes deficiências (intelectual, física, auditiva e visual). E um sobre a deficiência visual, totalizando em treze artigos.
Quadro 2 - Revistas e Áreas das revistas
	REVISTAS
	ÁREA DAS REVISTAS
	Revista Brasileira de Educação Especial
	Educação
	Revista ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
	Saúde Pública
	Revista PTP - Psicologia, teoria e pesquisa.
	Psicologia e Educação
	Revista Paidéia Ribeirão Preto
	Educação e Psicologia
	Revista PHYSIS - Revista Brasileira de Saúde Coletiva
	Saúde coletiva, com ênfase em ciências humanas e sociais e política de saúde, planejamento e gestão. 
	Revista de Estudo de Psicologia
	Educação e Psicologia
	Revista EDUFBA -Universidade Federal da Bahia
	Educação
	GT - 23 Anped - Gênero, Sexualidade e educação
	Gênero, Sexualidade e educação
Fonte: A autora.
O quadro 2 também mostra as revistas de publicação dos artigos e a área de pesquisa de cada revista.
Sobre os procedimentos metodológicos dos artigos analisados, cinco resultam de pesquisas bibliográficas e oito de pesquisa bibliográfica e análise de campo.
Em relação aos trabalhos relacionados à deficiência intelectual, Maia e Camossa (2003) traz relatos de cinco jovens com deficiência, tendo como problema de pesquisa: como os jovens com deficiência intelectual veem a sexualidade? O trabalhose consistiu em pesquisa bibliográfica e de campo. Os resultados expressos pelas autoras foram que, esses jovens analisados têm acesso a assuntos sobre a sexualidade, mesmo que de forma limitada e deturpada, reforçando a ideia da necessidade de orientação sexual para tais pessoas. 
No que se refere a esse assunto Maia e Camossa (2003, p.3) enfatizam que,
Acredita-se que as pessoas com deficiência mental, em geral, passam a vida recebendo uma educação sexual familiar permeada de mitos e preconceitos, sem disporem de uma orientação formalizada, pertinente, que permitiria extrapolar a repressão e a negação de sua sexualidade.
Sendo assim, as autoras enfatizam sobre a falta de informação que as pessoas com deficiência recebem em relação à sexualidade e, destacam que é de grande importância que essas pessoas recebam informações e orientação sexual.
Bastos e Deslandes (2005) ressaltaram sobre a deficiência intelectual e a repercussão da sexualidade nos pais e nos familiares. Este trabalho originou-se de uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto desde 1990 a 2003, concluindo que há a escassez de trabalhos sobre esse tema, trazendo também a importância e a necessidade de novas pesquisas para subsidiar uma discussão mais ampla, com pais e adolescentes com deficiência para que eles tenham uma vivência da sexualidade mais satisfatória e com menos estigmas.
Morales e Batista (2010) enfatizam a sua pesquisa sobre a deficiência intelectual. O trabalho se deu por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, o qual por meio de videogravações sobre o corpo humano, o beijo, o namoro e o uso de camisinha, permitiu que os alunos se apropriassem dos conceitos, das dificuldades parciais de compreensão e inibição.
Essa pesquisa mostrou que todos os alunos estiveram atentos e executaram todas as tarefas propostas. Em relação às duvidas, contatou-se que eram iguais aos dos jovens do ensino regular. Essa pesquisa identificou também que há a necessidade de novos estudos voltados para a análise das competências de jovens com deficiência intelectual em relação à sexualidade e suas contribuições para a transformação dessas pessoas em sujeitos de direitos. 
Maia e Ribeiro (2010) relatam sobre os mitos e seu problema de pesquisa aborda o que os mitos e os padrões de normalidade dizem a respeito da sexualidade das pessoas com deficiência intelectual. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. As autoras citaram cinco mitos existentes na sociedade em relação à sexualidade das pessoas com deficiência e os principais resultados demonstram que ainda há muitos julgamentos preconceituosos embutidos nos mitos destacados pelas autoras. Ainda há grandes preconceitos existentes pela sociedade, em relação à sexualidade das pessoas com deficiência. No geral, pode-se perceber que ainda há padrões definidores de normalidade imposta pela sociedade.
Bastos e Deslandes (2011) trouxeram relatos de pais de pessoas com deficiência sobre as manifestações sexuais de seus filhos. A pesquisa baseou-se nas narrativas dos pais dos adolescentes do sexo masculino sobre a masturbação, a relação sexual e o medo do abuso sexual. Já os pais das adolescentes relataram o medo quanto às mudanças corporais e também ao receio de serem abusadas sexualmente. Este trabalho apontou a necessidade da ampliação de debates com os adolescentes, com os pais e com os diversos setores da sociedade a fim de minimizar os preconceitos existentes em relação à sexualidade das pessoas com deficiência intelectual. Ou seja, foi constatado que os pais recebem pouca ou nenhuma orientação sobre a sexualidade de seus filhos.
Littig et al. (2012) trazem o relato de mães sobre a sexualidade de seus filhos. A pesquisa utilizada para a realização deste trabalho foi a bibliográfica e a de campo. No geral, a partir das respostas dos pais, percebeu-se que ainda há muitos preconceitos e discriminações até mesmo da família e muita falta de informações. Concluindo, constatou-se que a maioria das mães tem grande dificuldade de aceitar e compreender a construção sexual de seus filhos. Essa pesquisa trouxe a possibilidade de perceber que as mães não reconhecem uma identidade sexual em seus filhos, não fornecendo nenhuma educação sexual.
O trabalho de Dantas, Silva e Carvalho (2014) está atrelado aos padrões definidores da normalidade imposta pela sociedade. A pesquisa resultou de uma análise feita na vida de uma jovem de 32 anos com deficiência intelectual. Em suma, os pais de Caroline sempre estimularam-na a criar autonomia e não permitiram que o rótulo negativo de deficiência abalasse a vida da jovem. Hoje, Caroline trabalha em uma loja, sempre estudou em escola de educação especial e já teve um namorado. Portanto, as autoras trazem como foco do seu trabalho a importância da família na Educação dos seus filhos, mostrando o exemplo de Caroline.
Esse é um grande exemplo da importância que a família desenha na vida das pessoas com deficiência. Neste caso, a jovem recebeu as devidas informações de sua família, e isso fez com que Caroline conseguisse ter uma vida livre das limitações impostas pela sociedade, superando todos os obstáculos.
Maia et al. (2015), destaca a opinião dos professores em relação à sexualidade de alunos com deficiência intelectual. A pesquisa resultou de uma análise com 451 professores em processo de formação continuada. Os dados reforçam a importância e a necessidade da formação continuada para os professores que atuam com alunos com deficiências, devendo incluir o tema sexualidade, para assim, trabalhar e orientar seus alunos.
As autoras, em suma, por meio de uma pesquisa de campo, ressaltam a importância da formação continuada com os professores, para que os mesmos saibam lidar com este assunto permeado de tabus e preconceitos: a sexualidade e as deficiências. 
Os resultados salientam que os professores percebem seus alunos como pessoas sexuadas, que expressam curiosidades e comportamentos sexuais no contexto escolar. Eles também reconhecem a necessidade de fornecer a educação sexual para seus alunos, embora muitos não se sintam preparados, pois faltam-lhes informações adequadas.
Em relação à deficiência física, o trabalho de Soares, Moreira e Monteiro (2008) resultou de pesquisas bibliográficas e de campo. Foi realizada uma análise com jovens com deficiência física e pôde-se perceber que existe uma carência referente às discussões sobre a sexualidade e a deficiência física. Portanto, percebe-se uma escassez de informações de toda a sociedade, vinculadas à sexualidade e, por esse motivo, há tantos preconceitos existentes.
As autoras ressaltam ainda que o exercício da sexualidade é um direito de todos e a carência de informações com relação a diversas questões que envolvem a sexualidade do portador de deficiência é um impedimento para o mesmo. Tornam-se necessárias medidas educativas que abordem a saúde do adolescente portador de deficiência de maneira abrangente, garantindo a discussão de temáticas essenciais para o alcance de seus direitos humanos, inclusive seus direitos sexuais. Ao ignorar esta lacuna, contribui-se para a desinformação e insegurança do portador de deficiência, além de alimentar as percepções estigmatizantes em torno das suas possibilidades de vida (SOARES; MOREIRA; MONTEIRO, 2008, p.193).
No que se refere às diferentes deficiências, Macedo e Terassi (2009) publicaram sua pesquisa em relação às diferentes deficiências. A pesquisa foi somente bibliográfica, abordando a importância de a família na compreensão da sexualidade dos filhos. Os principais resultados mostraram a necessidade dos pais e da escola serem orientados em como lidar com esse assunto com as pessoas com deficiência, independentemente do tipo de deficiência apresentada: físicas, intelectuais, visuais, auditiva. Portanto, é importante que os pais orientem seus filhos para que vivam e convivam nessa sociedade repleta de preconceitos. 
A sexualidade das pessoas com deficiências precisa ser mais debatida, para que os pais e a comunidaderecebam maiores informações a respeito desse tema, esclarecendo e orientando as pessoas com deficiência de maneira saudável.
Campos (2012) também volta seu trabalho para as diferentes deficiências. A autora traz em sua a identidade das pessoas com deficiência, relacionadas com o corpo perfeito, saudável e bonito exigido pela sociedade. 
A autora enfatiza que a sociedade apresenta uma posição negativa em relação às pessoas com deficiência, pois traz a ideia do corpo bonito e atraente, cujo ideal de beleza é exigido pela sociedade. Nesse sentido, as mesmas são despossuídas de beleza física e incapazes de exercer uma sexualidade. 
Campos (2005) publicou outro artigo, o qual aborda diferentes deficiências, envolvendo a deficiência visual, auditiva, física e intelectual. A pesquisa trata-se de buscas e estudos em sites que as pessoas com deficiências falavam sobre suas vidas, e diante disso, constatou-se que há ainda o sentimento de diferença e inferioridade existente por essas pessoas. Os corpos e até mesmo as pessoas com deficiências, são constituídas e construídas pela mídia e pela sociedade, idealizando-os como pessoas diferentes.
Em relação à deficiência visual, França (2013) volta seu trabalho para a deficiência visual. Para que o trabalho se efetivasse foi realizada uma pesquisa com 11 pessoas, algumas casadas e outras solteiras. Os resultados mostraram que, as mesmas expressam sua sexualidade de maneira positiva, através da voz, do toque. Porém, mesmo diante disso, foi destacado que a sociedade apresenta grandes preconceitos em relação a esse assunto e as questões sociais, ainda são os principais obstáculos para essas pessoas.
Mesmo diante dos estereótipos impostos pela sociedade às pessoas com deficiências, estas em alguns momentos continuam vendo sua sexualidade de maneira positiva, sem deixar que os preconceitos interfiram em suas vidas. 
Ao analisar os artigos, é possível perceber que muitos autores trazem relatos de jovens com deficiência a respeito do assunto. Maia e Camossa (2003) afirmam que ainda há grande falta de informação e necessidade de orientação sexual.
Além disso, os estudos até aqui realizados, apontam que também existem inúmeros preconceitos por parte dos pais, por isso a importância e a necessidade de a ampliação de debates com os pais e adolescentes. Alguns dos trabalhos analisados e citados à cima, trouxeram tais afirmações.
Outro tema de grande importância destacado durante a análise dos artigos, é em relação aos padrões normalizadores da sociedade, como o corpo perfeito e bonito. 
Deste modo, ao analisar os artigos selecionados, é possível constatar que a sexualidade e a educação sexual das pessoas com deficiências, é um tema permeado de tabus, preconceitos e discriminações, por parte da sociedade, no qual ainda permeia a necessidade do corpo perfeito, saudável e bonito para poder se relacionar e até ter um (a) parceiro (a).
Ainda há muita dificuldade dos pais aceitarem o desenvolvimento da sexualidade de seus filhos, em muitos momentos, querendo que os mesmo sejam poupados sobre tais informações a fim de evitar a vivência da sexualidade como se fossem assexuados e seres sem necessidades sexuais.
Apenas um dos trabalhos, a pesquisa de Dantas, Silva e Carvalho (2014), trouxe outros resultados. Os mesmo destacam em seu trabalho uma pesquisa de campo com uma jovem com deficiência, onde os pais sempre incentivaram e estimularam sua filha a criar autonomia, não deixando que os padrões impostos pela sociedade os abalassem. A jovem trabalha em uma loja, já namorou e sempre estudou em escola de educação especial. Contudo, esse trabalho se diferencia dos outros em seu resultado final, pois a jovem obteve informações e estímulo dos pais e da família, podendo viver sua vida de maneira satisfatória, assim como todos, diferentemente das outras pesquisas, as quais trazem em si, as dificuldades que a família tem de aceitar seus filhos e a sua sexualidade e, ao tentarem preservar de tais informações, podam o desenvolvimento de seus filhos, prejudicando-os posteriormente.
Os autores, no geral, abordam aspectos semelhantes em seus trabalhos. É necessário então novos estudos em relação à sexualidade e deficiência, é necessários que os pais não deixem que o preconceito e o medo os influenciem. , afetando na formação e na orientação sexual do seu (a) filho (a). 
Contudo, a educação sexual dos jovens com deficiência, ainda está longe de acontecer efetivamente, pois diante dos estudos que respaldou essa pesquisa, é possível concluir que há grandes dificuldades de aceitação, provocando severos danos à vida desses jovens.
Considerações Finais
A sexualidade das pessoas com deficiência é um tema amplo, no qual envolve diversos setores da sociedade, como a escola, a família e a população em geral. 
Diante das pesquisas que respaldaram este trabalho, é possível afirmar que há uma grande dificuldade de aceitação da sociedade com a família de que alguém com deficiência possa se relacionar afetivamente e sexualmente. 
Os maiores problemas que as pessoas com deficiência enfrentam são a falta análise de orientação sexual, de informação e os rótulos de serem pessoas incapacitadas e eternas crianças, assim como descrevem os mitos.
Sendo assim, é de extrema importância destacar que todas as pessoas tem o direito de expressar sua sexualidade, podendo ou não manifestar seus desejos, independente da deficiência. As pessoas com deficiência também têm necessidades sexuais e afetivas e, por isso dá-se a importância de informá-los sobre o assunto.
Em relação à dos artigos, é importante destacar que em todos os artigos estudados, há um posicionamento dos pais de quererem poupar seus filhos de receber informações relacionadas à sexualidade. A sexualidade das pessoas com deficiência está permeada de preconceitos e falta de informações.
É possível evidenciar também que ainda há uma postura de insegurança por parte dos professores, pois os mesmos ainda não estão preparados para lidar com esses assuntos e, por isso ressalta-se a importância e a necessidade da formação continuada para os professores que atuam na educação especial, para que saibam lidar com essas especificidades.
Entretanto, os resultados desta pesquisa apontaram também para a possibilidade de estudos envolvendo outras deficiências, pois durante a busca, prevaleceu as pesquisas relacionadas a deficiência intelectual.
Referências
AMOR PAN, J. R. Afetividade e sexualidade na pessoa portadora de deficiência mental. São Paulo: Loyola, 2003. 
BASTOS, O. M.; D.ESLANDES, S. F. Sexualidade e deficiência intelectual: narrativas de pais de adolescentes. Physis, Rio de Janeiro, v. 22, n. 3, p. 1031-1046, 2012.
BASTOS, O. M.; D.ESLANDES, Sexualidade e o adolescente com deficiência mental: uma revisão bibliográfica. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 389-397, 2005.     
CAMPOS, M. P. Alguns tensionamentos acerca dos corpos e sexualidades das pessoas deficientes. Ulbra: Sociedade Luterana no Brasil, 2005. Disponível em:<http://www.sentidos.com.br/canais/materia.asp?codpag=1057&codtipo=2&subcat= 54 &canal=talento>: Acesso em: 18 de set. 2017.
_______. Identidades "anormais": a (des)construção dos corpos "deficientes": Identidades deficientes ou diferentes? Ulbra: Sociedade Luterana do Brasil: GT - Gênero, sexualidade e Educação, n. 23, 2012.
DANTAS, T. C.; SILVA, J. S. S.; CARVALHO, M. E. P. Entrelace entre gênero, sexualidade e deficiência: uma história feminina de rupturas e empoderamento. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 20, n. 4, p. 555-568, out./dez., 2014.
LITTIG, P. M. C. B et al. Sexualidade na Deficiência Intelectual: uma análise das percepções de mães de adolescentes especiais. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.18, n.3, 2012. 
MACEDO, F. N.; TERRASSI, E. P. Abordagem multidimensional: sexualidade de adolescente portadores de diferentes deficiências. In: DÍAZ, F., et al., (Orgs). Educação inclusiva, deficiência e contextosocial: questões contemporâneas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 203-209. ISBN: 978-85-232-0928-5.
MACEDO, F. N.; TERRASSI, E. P. Abordagem multidimensional: sexualidade de adolescente portadores de diferentes deficiências. In: DÍAZ, F., et al., (Orgs). Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 203-209. ISBN: 978-85-232-0928-5.
MAIA, A. C. B. et al. A opinião de professores sobre a sexualidade e a educação sexual de alunos com deficiência intelectual. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 32, n. 3, p. 427-435, set., 2015.
MAIA, A. C. B. Sexualidade e deficiência. São Paulo: Editora UNESP, 2006.Glat, R.; Freitas, R.C. Sexualidade e Deficiência Mental: pesquisando, refletindo e debatendo sobre o tema: questões atuais em Educação Especial. vol. 2. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1996.
MAIA, A. C. B.; CAMOSSA, D. A. Relato de jovens deficientes mentais sobre a sexualidade através de diferentes estratégias. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 12, n. 24, p. 205-214, 2002.
MAIA, A. C.; RIBEIRO, P. Desfazendo mitos para minimizar o preconceito sobre a sexualidade de pessoas com deficiências. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.16, n.2, p.159-176, ago. 2010.
MORALES, A. S.; BATISTA, C. G. Compreensão da Sexualidade por Jovens com Diagnóstico de Deficiência Intelectual. Psicologia Teoria e Pesquisa, Brasília, v.26, n.2, p.235-244, jun. 2010.
MOURA, E.; CAVALCANTI, T. Educação inclusiva: sexualidade e deficiência intelectual. Editora Universitária, Pernambuco, 2007. Disponível em: <http://www.ufpe.br/ce/images/Graduacao_pedagogia/pdf/2010.1/educao%20inclusiva%20sexualidade%20e%20deficincia%20intelectual.pdf>. Acesso em: 26 de ago. 2017.
OLIVEIRA, D. C. et al. Atitudes, sentimentos e imagens na representação social da sexualidade entre adolescentes. Escola de Enfermagem Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, p. 817-823, dez. 2009.
SOARES, H. R. S.; MOREIRA, M. C.; MONTEIRO, L. M. C. Jovens portadores de deficiência: sexualidade e estigma. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 185-194, fev. 2008.
TEIXEIRA, L. do R.; BRAGA, E. R. A questão da orientação sexual escolar dos alunos da educação especial (dm) – conhecendo-se para compreender suas emoções e interagir com o outro. In: Corpos: Identidade de Gênero e Heteronormatividade no Espaço Escolar, 2007, Maringá, Simpósio Internacional de Educação Sexual da UEM, Maringá, 2007. p. 1-25.
�PAGE \* MERGEFORMAT�1022�

Continue navegando