Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 551 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica INTRODUÇÃO Desde que Gerald Reaven introduziu, em 1988(1), o conceito de síndrome metabólica, também conhecida como síndrome de resistência à insulina, quarteto le- tal, síndrome plurimetabólica ou síndrome X, este tor- nou-se um tópico de intensa discussão médica. Paci- entes portadores de síndrome metabólica freqüente- mente exibem anormalidades que incluem obesidade central, resistência à insulina, dislipidemia, hiperten- são, inflamação, e defeitos da coagulação e da fibrinó- lise. A dislipidemia associada com a síndrome metabó- lica e com a resistência à insulina caracteriza o fenóti- po lipoprotéico aterogênico e aumenta o risco de do- ença aterosclerótica coronariana prematura. Este artigo revisa as características da dislipidemia ALTERAÇÕES DO METABOLISMO LIPÍDICO NO PACIENTE COM SÍNDROME METABÓLICA MARCELO CHIARA BERTOLAMI Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Endereço para correspondência: Av. Sabiá, 667 — ap. 141 — Moema — CEP 04515-000 — São Paulo — SP A síndrome metabólica caracteriza-se pela presença, no mesmo indivíduo, de uma constelação de desordens metabólicas, todas reconhecidas como fatores de risco para o desenvolvimento da doença aterosclerótica. Os portadores da síndro- me metabólica apresentam o chamado fenótipo lipídico aterogênico, composto por hipertrigliceridemia, aumento dos níveis séricos da apolipoproteína B, redução do HDL-colesterol, particularmente às custas do HDL2-colesterol, nível de LDL-coles- terol em geral aceitável, entretanto com aumento da população de LDLs pequenas e densas, mais aterogênicas. Esse perfil é compartilhado por outras doenças, como diabetes do tipo 2 e hiperlipidemia combinada familial, todas tendo como provável substrato comum a resistência à insulina. Acredita-se que as alterações lipídicas comuns a essas doenças contribuam sobremaneira para o aumento do risco de doença aterosclerótica precoce encontrado nessas situações. Sabe-se que o de- senvolvimento da síndrome metabólica com seus componentes depende de fatores genéticos e ambientais, o que tem sido objeto de intensa pesquisa. Palavras-chave: dislipidemia, síndrome metabólica, resistência à insulina, lipase hepática, tamanho da LDL. (Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2004;4:551-6) RSCESP (72594)-1444 que acompanha a síndrome metabólica e quais os me- canismos que a produzem. RESISTÊNCIA À INSULINA A resistência à insulina é um achado característico em indivíduos com tolerância anormal à glicose, em- bora indivíduos que se apresentem com tolerância nor- mal à glicose também possam ser insulino-resistentes(1). Resistência à insulina significa que a insulina circulan- te não tem sua função normal nos tecidos sensíveis a sua ação, como, por exemplo, músculos esqueléticos, tecido adiposo, fígado e endotélio(2). A resistência à in- sulina é usualmente acompanhada por aumento com- pensatório da secreção de insulina pelo pâncreas para suplantar a dificuldade de ação da insulina nos tecidos 552 Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica periféricos, a fim de man- ter os níveis glicêmicos dentro da faixa normal. A resistência à insulina con- centra-se em certas famí- lias, sendo determinada por fatores genéticos e ambientais(3). OBESIDADE CENTRAL COMO FATOR PREDISPONENTE PARA A RESISTÊNCIA À INSULINA E PARA A DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CORONARIANA Em contraste com o excesso de gordura subcutâ- nea, o aumento da gordura intra-abdominal que ocorre em homens com obesidade central e em mulheres pós- menopausa predispõe esses indivíduos às complica- ções da resistência à insulina e à obesidade(4). O ex- cesso de gordura intra-abdominal é um fator de risco maior para a doença cardiovascular, como evidencia- do pela presença de distribuição anormal de lipoprote- ínas (aumento de triglicérides e diminuição do HDL- colesterol), aumento dos níveis plasmáticos de glicose e insulina em jejum e diabetes do tipo 2(5, 6). Além disso, as anormalidades metabólicas pioram à medida que aumenta a relação entre a gordura visceral e a gordura subcutânea(5). Foram demonstradas melhoras da sen- sibilidade à insulina e dos níveis de ácidos graxos li- vres conseqüentes a reduções da obesidade visceral após restrição calórica e perda de peso, indicando que a resistência à insulina pode estar relacionada com o conteúdo de gordura visceral(7). SÍNDROME METABÓLICA A síndrome metabólica e seu fenótipo lipoprotéico aterogênico são definidos como a combinação de re- sistência à insulina, hiperinsulinemia, aumento dos ní- veis plasmáticos de triglicérides e diminuição dos ní- veis plasmáticos de HDL-colesterol(1, 8). A resistência à insulina na síndrome metabólica ocorre no metabolis- mo da glicose e dos ácidos graxos livres e as anorma- lidades lipoprotéicas consistem de aumentos dos ní- veis plasmáticos de triglicérides, apoliproteína B (apo B) e partículas de LDL pequenas e densas, com acen- tuada redução dos níveis plasmáticos de HDL-coleste- rol (incluindo HDL2) e apo A-I(9). A prevalência do au- mento das LDLs pequenas e densas é estimada entre 20% e 30% no sexo masculino e em mulheres pós- menopausa(10, 11). Aqueles indivíduos que se apresen- tam com aumento plasmático das LDLs pequenas e densas também têm aumento da trigliceridemia e da apo B, esta por aumento de sua produção(12). A pre- sença dessas características em indivíduos saudáveis tem sido associada a insulino-resistência(13) e a diabe- tes(14). Da mesma forma, demonstrou-se que pessoas saudáveis com aumento da adiposidade visceral e re- sistência à insulina apresentam elevação dos níveis plasmáticos de triglicérides, LDL pequenas e densas e apo B(15). Muitos indivíduos com diabetes do tipo 2 apre- sentam as mesmas anormalidades lipídicas encontra- das na síndrome metabólica, embora os diabéticos costumem apresentar um fenótipo lipídico e lipoprotéi- co mais grave(16). Em adição, esses traços também são comuns em portadores de hiperlipidemia combinada familial(4). Múltiplos genes têm sido incriminados como responsáveis pelo aparecimento da resistência à insu- lina e da dislipidemia(17). ANORMALIDADES LIPÍDICAS DA SÍNDROME METABÓLICA, DO DIABETES DO TIPO 2 E DA HIPERLIPIDEMIA COMBINADA FAMILIAL As anormalidades lipídicas e lipoprotéicas associa- das com a síndrome metabólica e suas doenças asso- ciadas, como o diabetes do tipo 2 e a hiperlipidemia combinada familial, podem ser sumarizadas como: 1) aumento dos níveis séricos de triglicérides; 2) aumen- to dos níveis séricos das LDL pequenas e densas; 3) aumento dos níveis séricos de apolipoproteína B; e 4) dimininuição dos níveis séricos de HDL-colesterol, es- pecificamente por redução dos níveis da HDL2 (Tab. 1). Essas anormalidades podem ocorrer apesar dos níveis normais de LDL-colesterol desses indivíduos. Embora as referências citem que os níveis de LDL- colesterol dos portadores da síndrome metabólica se situam dentro dos limites aceitáveis, fazemos a ressal- va de que em muitos desses pacientes que se apre- sentam na faixa de alto risco para desenvolvimento de eventos coronarianos, ou por já serem portadores de doença aterosclerótica ou pela associação com outros fatores de risco ou por já apresentarem diabetes defi- nido, os níveis de LDL-colesterol ultrapassam a meta recomendada pelas diversas diretrizes para a situação de alto risco, ou seja, seu LDL-colesterol está acima de 100 mg/dl. Isso exigirá medidas para sua correção, que deverão envolver desde mudanças do estilo de vida até o emprego de medicamentos capazes de modificar o perfil lipídico. Uma cascata de eventos foi proposta para a expli- cação do fenótipo lipídico observado, que liga todas as anormalidades presentes nessas desordens (Fig. 1). A obesidade visceral e o aumento da gordura intra-abdo- minal foram demonstrados como precedendoo desen- volvimento da resistência à insulina. Por sua vez, a re- sistência aumentada à insulina é precursora de dois eventos distintos (Fig. 2): 1) Aumento da atividade da lipase hepática, responsá- Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 553 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica vel pela hidrólise de triglicérides e fosfolípides nas par- tículas de LDL e de HDL. Esse aumento da degrada- ção do material do core e a remodelação das superfí- cies dessas duas classes de lipoproteínas levariam a partículas de LDL menores e mais densas e a signifi- cante redução da HDL2, uma subclasse de partículas de HDL grandes e flutuantes. O risco de doença ate- rosclerótica coronariana é aumentado quando há in- cremento da atividade da lipase hepática, o que resul- ta na maior conversão de partículas grandes da HDL2 para partículas menores de HDL3, associada à con- versão das LDLs maiores e mais leves para LDLs me- nores e mais densas. Notavelmente, a diminuição das HDL2 cardioprotetoras em associação com o aumento das partículas de LDL mais aterogênicas produz risco aumentado de doença aterosclerótica coronariana. O motivo que faz com que as LDL pequenas e densas sejam mais aterogênicas depende de várias modifica- ções estruturais e das propriedades dessas partícu- las, envolvendo a menor afinidade pelos receptores B/ E, com conseqüente maior tempo de permanência na circulação, maior facilidade de penetração na íntima arterial, perda da capacidade antioxidante, tudo cami- nhando no sentido de propiciar maior oxidação dessas partículas e maior facilidade de reconhecimento pelos receptores “scavenger” dos macrófagos. 2) Aumento da produção de apo B, que leva ao au- mento da síntese e da secreção de triglicérides e das VLDL pelo fígado. Os triglicérides das partículas ricas em triglicérides são trocados por ésteres de colesterol das partículas de HDL e de LDL pela ação da CETP(18) (proteína de transferência de ésteres de colesterol). As partículas de HDL e LDL enriquecidas em triglicérides são o substrato preferido pela lipase hepática, a qual hidrolisa os triglicérides do core dessas partículas, le- vando à presença de HDLs e LDLs menores e mais densas. A obesidade visceral pode contribuir para esse fenótipo de lipoproteínas por acelerar essa via meta- bólica. Foi sugerido, também, que o aumento da gor- dura intra-abdominal que leva à resistência à insulina induz à síntese e à secreção de partículas ricas em Tabela 1. Dislipidemia da síndrome metabólica, do diabetes do tipo 2 e da hiperlipi- demia combinada familial. Hiperlipidemia Síndrome combinada Diabetes Lípides metabólica familial do tipo 2 Triglicérides ↑ ↑↑ ↑↑ HDL-colesterol ↓ ↓↓ ↓↓ LDL-colesterol ↔ ↔ ou ↑ ↔ LDLs pequenas e densas ↑ ↑↑↑ ↑↑ Apolipoproteína B ↑ ↑↑↑ ↑↑ triglicérides(19). O aumento de lipoproteínas ricas em triglicérides, como partículas doadoras, pode facilitar o enriquecimento das LDLs e HDLs em triglicérides. Pro- vavelmente, o conteúdo aumentado de gordura intra- abdominal leva ao aumento da atividade da lipase he- pática, resultando em extensiva hidrólise do core de triglicérides das partículas de HDL e LDL como a prin- cipal anormalidade da síndrome metabólica. O aumento da atividade da lipase hepática tem sido intimamente associado com aumento das LDLs pequenas e densas e diminuição das HDLs2. Esta parece ser a maior con- tribuição para a geração das partículas de LDLs pe- quenas e densas e redução das HDLs2 na síndrome metabólica. Os aumentos das LDLs pequenas e den- sas e dos triglicérides e a diminuição do HDL-coleste- rol são altamente inter-relacionados e ocorrem em con- junto. Na realidade, quando o risco de doença ateros- clerótica coronariana é ajustado para os triglicérides e para o HDL-colesterol, o valor preditivo das LDLs pe- quenas e densas é eliminado(20). Os fenótipos lipídicos e lipoprotéicos do diabetes do tipo 2 são similares aos observados na resistência à insulina, mas são mais exagerados(16). No diabetes do tipo 2, a resistência à insulina leva ao estímulo da lipase tecidual, o que acar- reta fluxo aumentado de ácidos graxos livres para o fígado, resultando no aumento da síntese e da secre- ção de triglicérides por esse órgão(21). O aumento das partículas ricas em triglicérides pode agravar a gera- ção de partículas pequenas e densas de LDL e a redu- ção dos níveis de HDL2-colesterol causados pela obe- sidade central(22). A hipertrigliceridemia da hiperlipidemia combinada familial pode ser atribuída a múltiplos fatores. Demons- trou-se que muitos pacientes portadores desse proble- ma apresentam reduções significantes da atividade da lipoproteína lipase, que também é responsável pela hidrólise de triglicérides, especialmente das VLDL e dos quilomícrons do plasma(24). O aumento significativo dos níveis séricos da apolipoproteína B não podem ser to- talmente explicados pelo fenótipo da síndrome meta- bólica. Entretanto, estudos recentes sugerem a presen- 554 Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica Figura 1. Patogênese da dislipidemia na síndrome metabólica. GIA = gordura intra-abdominal; RI = resistência à insulina; LH = lipase hepática; LDLs pd = partículas de LDL pequenas e densas; TG = triglicérides. Figura 2. Vias esquemáticas que determinam a heterogeneidade do tamanho das lipoproteínas na síndrome metabólica (modificado de Brunzell e Hokanson(23)). TG = triglicérides; CETP = proteína de transferência de ésteres de colesterol; CE = ésteres de colesterol. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 555 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica ça de gene ou genes es- pecíficos responsáveis pelo aumento dos níveis de apo B(25). CONCLUSÃO A dislipidemia é acha- do freqüente nos portado- res de síndrome metabó- lica, fazendo parte com dois dos cinco critérios di- agnósticos dessa síndrome: triglicérides aumentados e HDL-colesterol diminuído. Em geral, na síndrome me- tabólica observa-se aumento dos triglicérides, redução do HDL-colesterol e presença de LDL-colesterol den- tro das faixas consideradas desejáveis para a popula- ção, entretanto com perfil diferente do encontrado em pessoas normais, ocorrendo acúmulo das partículas menores e mais densas de LDL, sabidamente mais aterogênicas. Desse modo, o perfil lipídico do portador da síndrome metabólica é semelhante ao que se cos- tuma observar em diabéticos do tipo 2, em obesos e em portadores de hiperlipidemia combinada familial, situações em que a resistência à insulina parece ser denominador comum. LIPID METABOLISM ALTERATIONS IN THE PATIENT WITH METABOLIC SYNDROME MARCELO CHIARA BERTOLAMI Metabolic syndrome is characterized by the presence, in the same individual, of a constellation of metabolic disorders, each one recognized as a risk factor for the development of atherosclerotic disease. Persons with metabolic syndrome present the atherogenic lipoprotein phenotype, composed by hypertriglyceridemia, increa- sed levels of apolipoprotein B, reduction of HDL-cholesterol, particularly of HDL2- cholesterol, in general an acceptable LDL-cholesterol level, however with an increa- se of the small and dense LDL particles, which are more atherogenic. Other disea- ses as type 2 diabetes and familial combined hyperlipidemia share this profile, each one having insulin resistance as a probable common substrate. It is believed that lipid alterations common to all these diseases importantly contribute for the increa- sed precocious atherosclerotic risk found in these situations. It is known that the development of the metabolic syndrome with its components depends on genetic and environmental factors, what has been object for intensive research. Key words: dyslipidemia, metabolic syndrome, insulin-resistance, hepatic lipase, LDL size. (Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2004;4:551-6)RSCESP (72594)-1444 556 Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 14 — No 4 — Julho/Agosto de 2004 BERTOLAMI MC Alterações do metabolismo lipídico no paciente com síndrome metabólica REFERÊNCIAS 1. Reaven GM. Banting lecture 1988. Role of insu- lin resistance in human di- sease. Diabetes. 1988;37: 1595-607. 2. Rhodes CJ, White MF. Molecular insights into in- sulin action and secretion. Eur J Clin Invest. 2002;32 Suppl 3:3-13. 3. Bergman RN, Zaccaro DJ, Watanabe RM, et al. Mini- mal model-based insulin sensitivity has greater he- ritability and a different genetic basis than homeos- tasis model assessment or fasting insulin. Diabetes. 2003;52:2168-74. 4. Brunzell JD, Ayyobi AF. Dyslipidemia in the metabo- lic syndrome and type 2 diabetes mellitus. Am J Med. 2003;115 Suppl 8A:S24-8. 5. Fujioka S, Matsuzawa Y, Tokunaga K, et al. Contribu- tion of intra-abdominal fat accumulation to the im- pairment of glucose and lipid metabolism in human obesity. Metabolism. 1987;36:54-9. 6. Shuman WP, Morris LL, Leonetti DL, et al. Abnormal body fat distribution detected by computed tomogra- phy in diabetic men. Invest Radiol. 1986;21:483-7. 7. Purnell JQ, Kahn SE, Albers JJ, et al. Effect of wei- ght loss with reduction of intra-abdominal fat on lipid metabolism in older men. J Clin Endocrinol Metab. 2000;85:977-82. 8. Austin MA, King MC, Vranizan KM, et al. Atherogenic lipoprotein phenotype. A proposed genetic marker for coronary heart disease risk. Circulation. 1990;82:495-506. 9. Brunzell JD. Dyslipidemia of the metabolic syndro- me. In: Eckel R, editor. Obesity: Mechanisms and Clinical Management. New York: Lippincott Williams & Wilkins; 2002. p. 378-98. 10. Austin MA, King MC, Vranizan KM, et al. Inheritan- ce of low-density lipoprotein subclass patterns: re- sults of complex segregation analysis. Am J Hum Genet. 1988;43:838-46. 11. Campos H, Blijlevens E, McNamara JR, et al. LDL particle size distribution. Results from the Framin- gham Offspring Study. Arterioscler Thromb. 1992;12:1410-9. 12. Packard CJ, Demant T, Stewart JP, et al. Apolipo- protein B metabolism and the distribution of VLDL and LDL subfractions. J Lipid Res. 2000;41:305-18. 13. Tchernof A, Lamarche B, Prud’Homme D, et al. The dense LDL phenotype. Association with plasma li- poprotein levels, visceral obesity, and hyperinsuli- nemia in men. Diabetes Care. 1996;19:629-37. 14. Ginsberg HN, Huang LS. The insulin resistance syn- drome: impact on lipoprotein metabolism and athe- rothrombosis. J Cardiovasc Risk. 2000;7:325-31. 15. Nieves DJ, Cnop M, Retzlaff B, et al. The atheroge- nic lipoprotein profile associated with obesity and insulin resistance is largely attributable to intra-ab- dominal fat. Diabetes. 2003;52:172-9. 16. Taskinen MR. Quantitative and qualitative lipopro- tein abnormalities in diabetes mellitus. Diabetes. 1992;41 Suppl 2:12-7. 17. Laakso M. Gene variants, insulin resistance, and dyslipidaemia. Curr Opin Lipidol. 2004;15:115-20. 18. Morton RE, Zilversmit DB. Purification and charac- terization of lipid transfer protein(s) from human li- poprotein-deficient plasma. J Lipid Res. 1982;23: 1058-67. 19. Ginsberg HN, Stalenhoef AF. The metabolic syn- drome: targeting dyslipidaemia to reduce coronary risk. J Cardiovasc Risk. 2003;10:121-8. 20. Campos H, Moye LA, Glasser SP, et al. Low-densi- ty lipoprotein size, pravastatin treatment, and coro- nary events. JAMA. 2001;286:1468-74. 21. Sniderman AD, Cianflone K. Substrate delivery as a determinant of hepatic apoB secretion. Arterios- cler Thromb. 1993;13:629-36. 22. Lahdenpera S, Syvanne M, Kahri J, et al. Regulati- on of low-density lipoprotein particle size distributi- on in NIDDM and coronary disease: importance of serum triglycerides. Diabetologia. 1996;39:453-61. 23. Brunzell JD, Hokanson JE. Dyslipidemia of central obesity and insulin resistance. Diabetes Care. 1999;22 Suppl 3:C10-3. 24. Babirak SP, Brown BG, Brunzell JD. Familial combi- ned hyperlipidemia and abnormal lipoprotein lipase. Arterioscler Thromb. 1992;12:1176-83. 25. Jarvik GP, Brunzell JD, Austin MA, et al. Genetic predictors of FCHL in four large pedigrees. Influen- ce of ApoB level major locus predicted genotype and LDL subclass phenotype. Arterioscler Thromb. 1994;14:1687-94.
Compartilhar