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Gabriela Reis Viol síndrome metabólica síndrome metabólica síndrome metabólica • A síndrome metabólica reúne em uma única entidade uma série de alterações metabólicas relacionadas ao ↠ depósito ectópico de lipídeos, resistência insulínica e inflamação sistêmica crônica leve. • Geralmente se inicia com obesidade/depósito ectópico de lipídeos ↠ gordura visceral. Em associação, tem-se a HAS, hiperglicemia e dislipidemia. • Ligada a vida moderna ↠ ganho de peso, sedentarismo, ingestão de alimentos processados, etc. • Esse grupo de fatores de risco modificáveis estão associados ao desenvolvimento de DM2, aterosclerose (DCV ↠ principal causa de óbito) e alterações cognitivas. • Faz-se o TTO intensivo de cada uma das alterações apresentadas pelo paciente. • Geralmente, a síndrome metabólica começa com o quadro de obesidade ↠ a gordura visceral leva a defeitos sistêmicos a ação da insulina (resistência insulínica), elevando o paciente ao risco de desenvolver DM2, DVC e alteração cognitiva. • Presença de resposta biológica diminuída a insulina exógena ou endógena no metabolismo da glicose nos tecidos alvo. • O início da resistência à insulina é anunciado por hiperinsulinemia pós-prandial, seguida da hiperinsulinemia de jejum e, finalmente, hiperglicemia. • Essa resposta diminuída, inicialmente leva a hiperinsulinemia: maior responsável pelo desenvolvimento da SM. • Além da hiperglicemia e risco de desenvolvimento de DM2, há outras patologias envolvidas: obesidade, dislipidemia, HAS, SOP, esteatose hepática nao alcoolica, hiperuricemia. • Promovendo um estado inflamatório crônico e pró-aterosclerótico. Gabriela Reis Viol Resistência à insulina • Quando pensa em insulina ↠ pensar em todas as vias metabólicas. • Via metabólica normal ↠ a insulina se liga ao receptor, que sofre uma fosforilação ↠ ativa diferentes cadeias. • A insulina é o mais potente hormônio anabolizante. • Atua no metabolismo dos lipídeos e proteínas. • Atua no transporte de aminoácidos e íons. • Proliferação, diferenciação e ciclo celular. • Aumenta IGF-1 e outros fatores de crescimento, angiotensina II. • Síntese de óxido nítrico. • A resistência à insulina nem sempre é permanente, podendo ser transitória. • P I (3) K = principal via de metabolismo da glicose. Quando há um alteração ↠ há diminuição da produção de GLUT 4 e menor quantidade destes para captação da glicose ↠ aumento da glicemia, diminuição da produção de óxido nítrico, aumento dos fatores de crescimento vascular (aumento da expressão do endotélio dos vasos, o começo do processo aterosclerótico). • Por uma diferenciação celular alterada, a musculatura dos vasos também estará alterado (perda de elasticidade). • As células captando menos glicose, haverá aumento da glicose circulante. Ela é a principal liberadora de insulina no pâncreas ↠ estimulando a produção. • A via MAPK estará hiperestimulada ↠ aumento da síntese do colesterol, da angiotensina II (vasoconstrição) ↠ levando a dislipidemia e agravamento da HAS. • Haverá super utilização do SOS dentro das células, e este estará em falta pra suprimir as citocinas inflamatórias ↠ estado inflamatório crônico. Gabriela Reis Viol • Em condições normais a insulina é anti-aterogênica ↠ pois regula o metabolismo da glicose, o bom funcionando dos vasos (estimulando a produção de óxido nítrico), regulador dos efeitos do VEGF e PDGF (supressão dos fatores de crescimento), diferenciação das VSMCs. • Em condições de resistência à insulina = pro-aterogênica. • Causada por um excesso de lipídeos, devido ao acúmulo de 1 ou mais classes de lipoproteínas, em razão de menor remoção do plasma ou maior produção OU associação de ambas. • Os distúrbios do metabolismo lipídico, particularmente, a hipercolesterolemia, têm uma forte relação com a doença vascular aterosclerótica – em especial a doença arterial coronariana (DAC) – e, no caso da hipertrigliceridemia grave, há um aumento substancial no risco de pancreatite aguda. Gabriela Reis Viol Diagnóstico da sm CARACTERÍSTICAS OMS, 1998 NCEP - ATP III (2001 - 2004/2007) IDF, 2009 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS RI + 2 FATORES 3 FATORES DOS 5 OBESIDADE (CINTURA) + 2 FATORES GLICEMIA ALTERADA E/OU RESISTÊNCIA À INSULINA DM2 ou RI GJ ≥ 100 mg/dL ou DM2 GJ ≥ 100 mg/dL ou DM2 DLP TG ≥ 150 mg/dL HDL < 35/39 mg/dL TG ≥ 150 mg/dL HDL < 40/50 mg/dL TG ≥ 150 mg/dL HDL < 40/50 mg/dL ou tratamento COMPOSIÇÃO CORPORAL IMC > 30kg/m2 ou C/Q > 0,9/0,85 Cintura > 102/88 cm Cintura > 90/80 cm HAS Anti-hipertensivo ou PA ≥ 140x90 mmHg Anti-hipertensivo ou PA ≥ 130x85 mmHg Tratamento ou PA ≥ 130x85 mmHg OUTRAS Microalbuminúria - - Dislipidemia LIPÍDIOS E LIPOPROTEÍNAS • O colesterol e os triglicerídeos (TG) são os principais lipídios plasmáticos. • Os TG têm a função fisiológica de transportar a energia dos alimentos e das reservas do organismo para as células corporais. • O colesterol é um componente das membranas celulares e participa da síntese dos ácidos biliares e hormônios esteroides. • Como os lipídios são relativamente insolúveis em água, necessitam ser transportados, no plasma, em associação a proteínas específicas, formando complexos solúveis denominados lipoproteínas. As lipoproteínas têm uma forma esférica com um núc leo con tendo l i p íd ios h id ro fób icos , pr inc ipalmente ésteres de colestero l e triglicerídeos, e uma camada externa, composta de fosfolipídios e colesterol livre. Na superfície dessa camada, há uma ou mais proteínas, chamadas apoproteínas, que podem se ligar a receptores específicos das membranas das células responsáveis pelo metabolismo das lipoproteínas. • As lipoproteínas são classificadas de acordo com sua densidade, que depende da quantidade de apoproteínas (quanto mais, maior a densidade) e de triglicerídeos (menor densidade). Podem, também, ser classificadas de acordo com a mobilidade eletroforética. • NO CICLO EXÓGENO: os enterócitos absorvem os lipídios da dieta na forma de colesterol livre, ácidos graxos e monoacilglicerol. Após serem reesterificados, os ésteres de colesterol e os TG são incorporados ao centro da partícula de quilomícrons (QM), que contém 80 a 90% de TG ↠ os QM passam pelos vasos linfáticos intestinais e têm acesso ao sistema vascular pelo ducto torácico. • Posteriormente à secreção, acontecem diversas modificações nos QM, que, ao interagir com a lipoproteína de alta densidade (high density lipoprotein – HDL) ↠ captam apoproteínas (apo-CII, CIII e E) e colesterol. Quando adquirem apo-CII, os QM sofrem a ação da lipase lipoproteica ou lipoproteína lipase (LPL), presente no endotélio capilar dos tecidos periféricos, principalmente os tecidos adiposo e muscular. • Os remanescentes desse processo, ricos em colesterol e pobres em TG ↠ são removidos pelo fígado. • Os QM são completamente metabolizados e, em condições normais, só devem ser encontrados no plasma no período pós-prandial. • O CICLO ENDÓGENO: envolve o transporte dos lipídios para a periferia ↠ e de volta para o fígado. • O tecido hepático sintetiza e secreta a lipoproteína de muito baixa densidade (very low density lipoprotein – VLDL) ↠ que transporta TG para os tecidos periféricos. • Sob a ação da LPL endotelial, os TG do núcleo das VLDL são hidrolisados e liberados para as células. Gabriela Reis Viol • Ocorre, também, a transferência de apoproteínas da superfície para a HDL ↠ e juntamente com a depleção de TG, torna essas partículas menos densas, formando os remanescentes da VLDL ou lipoproteína de densidade intermediária (intermediate density lipoprotein – IDL). • As IDL, por sua vez, seguem dois caminhos ↠ são removidas pelo fígado (via receptor específico que interage com a apo-E) ou originam a lipoproteína de baixa densidade (low density lipoprotein – LDL). • A LDL é o principal carreador do colesterol plasmático, em jejum ↠ entrega o colesterol no fígado e nas células periféricas. • Esse mecanismo éfacilitado por receptores celulares de alta afinidade que reconhecem tanto a apo-B100 como a apo-E ↠ presentes no fígado e nos tecidos periféricos. DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA • São relacionadas a modificações genéticas ↠ um erro do metabolismo. • Uma das mais frequentes é a FAMILIAR ↠ o paciente tem uma deficiência de receptores de LDL no fígado ↠ ele retira pouco LDL da circulação. Esse LDL quando metabolizado ↠ sai pela bile ↠ que excretada no intestino ↠ uma parte é eliminada nas fezes e outra parte reabsorvido. • Nessas dislipidemias ligadas ao metabolismo das lipoproteínas ↠ MEDICAR. Independente do estilo de vida do paciente, o colesterol estará alterado. • Essas alterações podem ser monogênicas ou poligênicas. • HIPERCOLESTEROLEMIA FAMIL IAR : doença monogênica, resultante da deficiência de receptores de LDL. Clinicamente apresentam: xantomas tedinosos (quase patognomônico) que surgem na adolescência, e são massas observadas em qualquer tendão do corpo. Episódios recorrentes de tendinite pode ocorrer. Além disso, xantelasma e arco corneano. Gabriela Reis Viol DISLIPIDEMIA SECUNDÁRIA • Determinadas patologias ↠ DM, obesidade, hipotireoidismo e alcoolismo e medicamentos podem predispor à dislipidemia. Pois interferem com o metabolismo de uma ou mais lipoproteínas ↠ levando ao aumento do colesterol e/ou TG plasmático. • Podem também exacerbar significativamente as alterações lipídicas da hiperlipoproteinemias primárias. • Os pacientes estão sujeitos a aterosclerose prematura, pancreatite e outros aspectos da síndrome de quilomicronemia, e xantomatose. • HIPOTIREOIDISMO: elevação do LDL-c que pode ocorrer isolada ou associada a hipertrigliceridemia ↠ resultante da diminuição de sua depuração. • DM: hipertrigliceridemia, redução do HDL-c e aumento do número de partículas de LDL. • MEDICAMENTOS: diversos fármacos interferem no perfil lipídico, elevando o LDL-c (diuréticos, progestógenos), TG (tamoxifeno, betabloqueadores) ou ambos (inibidores de proteases, ciclosporina, glicocorticoides). DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIA • Se o exame não foi feito em jejum e apontar hipertrigliceridemia severa ↠ > 400 ↠ indica-se a coleta do sangue em jejum. Gabriela Reis Viol LÍPIDES JEJUM (mg/dL) SEM JEJUM (mg/dL) CATEGORIA COLESTEROL TOTAL < 190 < 190 DESEJÁVEL HDL-c > 40 > 40 DESEJÁVEL TRIGLICÉRIDES < 150 < 175 DESEJÁVEL CATEGORIA DE RISCO LDL-c < 130 <100 < 70 < 50 < 130 <100 < 70 < 50 BAIXO INTERMEDIÁRIO ALTO MUITO ALTO Não-HDL-c < 160 < 130 <100 < 80 < 160 < 130 <100 < 80 BAIXO INTERMEDIÁRIO ALTO MUITO ALTO • A dislipidemia será baseada no LDL e a meta varia de acordo com o risco de desenvolvimento de DCV. • Se o paciente é baixo risco, deve-se manter LDL-c <130, por exemplo. • Uma vez que não é possível avaliar o LDL, baseia-se no colesterol Não-HDL (colesterol total - HDL) e a meta varia de acordo com o risco de desenvolvimento de DCV. Observação: a SBC e a SBD criou-se a calculadora para estratificar o risco cardiovascular ↠ app no celular. TRATAMENTO • Diante dessas metas ↠ indica-se o tratamento. • Paciente de baixo risco: uso da estatina opcional ↠ desde que a meta de LDL-c < 100mg/dL. • Paciente de risco intermediário: recomenda-se o uso das estatinas. • Paciente de alto risco: altamente recomendado o uso das estatinas. • Paciente muito alto risco: mandatório o uso de estatinas. Observação: LDL-c >160 mg/dL ↠ estatinas são aconselhadas em qualquer categoria de risco. • Hipertrigliceridemia leves ↠ Ômega 3, • Hipertrigliceridemia severas ↠ fibratos (reduzem triglicérides mas não reduzem o risco de DCV. • Importante tratar pelo risco de pancreatite. METAS TERAPÊUTICAS Gabriela Reis Viol CATEGORIA DE RISCO REDUÇÃO % SEM ESTATINA META LDL-c COM ESTATINA META Não-HDL-c COM ESTATINA MUITO ALTO > 50% < 50 mg/dL < 80 mg/dL ALTO > 50% < 70 mg/dL < 100 mg/dL INTERMEDIÁRIO 30 - 50% < 100 mg/dL < 130 mg/dL BAIXO 30% < 130 mg/dL < 160 mg/dL INTENSIDADE DE TRATAMENTO Gabriela Reis Viol BAIXA MODERADA ALTA REDUÇÃO ESPERADA LDL-c < 30% 30 - 50% > 50% MEDICAÇÃO SUGERIDA (mg/dia) LOVASTATINA 20 SINVASTATINA 10 PRAVASTATINA 10-20 PITAVASTATINA 1 FLUVASTATINA 20-40 LOVASTATINA 40 FLUVASTATINA 80 SINVASTATINA 20-40 PRAVASTATINA 40-80 PITAVASTATINA 2-4 ATORVASTATINA 10-20 ROSUVASTATINA 5-10 ATORVASTATINA 40-80 ROSUVASTATINA 20-40 SINVASTATINA 40 + EZETIMIBA 10 • É definida como um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30kg/m2. • A circunferência da cintura tem maior relação com DCV. Mulheres entre 80 e 88 cm e homens entre 90 e 102 cm. observação: o IMC pode subestimar os idosos. • Doença metabólica crônica, de difícil tratamento, cuja prevalência vem aumentando em proporções epidêmicas e possui alta taxa de morbimortalidade. • Caracterizada por excesso de tecido adiposo decorrente do descontrole entre ingesta alimentar e gasto energético. • A obesidade é um relevante problema de saúde, agravado, pelo aumento do risco de DM2, doenças cardiovasculares e várias formas de neoplasias. COMORBIDADES ASSOCIADAS • METABÓLICAS: DM2, diabetes gestacional, dislipidemia, hiperuricemia, gota, deficiência de vitamina D. • CARDIOVASCULARES: HAS, doença coronariana, AVC. • GONADAIS: infertilidade, hipogonadismo secundário. • DIGESTIVAS: refluxo gastroesofágico, esofagite, esôfago de Barrett, doença gordurosa do fígado não alcoólica, cirrose, pólipos colorretais. • NEOPLÁSICAS: câncer de mama, endométrio, vesícula, fígado, cólon, próstata. • PSIQUIÁTRICAS: depressão, demência. • OUTRAS: apneia do sono, osteoastrose, asma, hipertrofia benigna da próstata. observação: a grande maioria dos obesos morrem de DCV. Por isso, ao investigar pacientes obesos, deve-se chegar: glicemia, lipídios, transaminases, ferritina, PA e outros achados clínicos de acordo com as possíveis comorbidades ou quadros primários gerando obesidade secundária (EXEMPLO: Cushing). Gabriela Reis Viol OBESIDADE TRATAMENTO da obesidade • É sempre multidisciplinar e muito complexo. • Envolve ↠ dieta, exercícios, terapia cognitivo comportamental, tratamento medicamentoso, tratamento cirúrgico. • SIBUTRAMINA: inibidor de recaptação (SNC) e trata-se de um agente mais relacionado a saciedade. • ORLISTASTE: potente inibidor de lipases do TGI. Cerca de 30% dos TGs provenientes da dieta permanece não digeridos e não absorvidos pelo ID, sendo eliminado nas fezes. • O tratamento cirúrgico é indicado quando: 1. IMC > 40 kg/m2 ou IMC entre 35 e 40 kg/m2 associado a comodidades. 2. Resposta inadequada ao tratamento clínico por no mínimo 2 anos. 3. Obesidade estável por 5 anos. 4. Ausência de alcoolismo e doenças psiquiátricas moderadas a graves. • Os métodos utilizados são: Gabriela Reis Viol Análogo de glp-1 Anorexígenos Afetam Absorção Liraglutida Noradrenérgico Serotoninérgico Orlistate Sibutramina I. RESTRITIVOS: cerclagem dentária, balão intragástrico, gastroplastia restritiva, gastrectomia vertical, marca-passo gástrico, banda gástrica ajustável II. DISABSORTIVOS. III. MISTOS: derivações gastrojejunal de Y-de-Roux, derivações biliopancreáticas. • A mudança no estilo de vida é essencial. • Compreende 2 principais fatores: dieta e atividade física. DIETA • Balanceada: 20 a 30% de gorduras, 45 a 55% de carboidratos e 15 a 20% de proteínas. • Excesso de peso ↠ déficit calórico de 500 a 1000 kcal por dia. • Individualizada. • Rica em fibras. • Preferência por gorduras monossaturadas. • Preferência por carboidratos complexos (integrais). • Evitar alimentos ultraprocessados. • “Coma o desjejum como rei, almoce como príncipe e jante como pobre.” ATIVIDADE FÍSICA • Resistida e aeróbia. • De 150 a 300 min por semana. Gabriela Reis Viol Tratamento da sm
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