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Patologia Geral Profº: MSc. Francisco Araujo Etiopatogênese Geral das Doenças • As causas das doenças, que se denominam agressões ou agentes lesivos, são inúmeras, pois qualquer estímulo da natureza, dependendo da sua intensidade, tempo de ação e da constituição do organismo (capacidade de reagir), pode produzir lesão Etiopatogênese Geral das Doenças • Em geral consideram as causas da doenças em dois grandes grupos: • Causas Exógenas ( do meio ambiente e Físico) • Causas Endógenas ( do Próprio organismo) Etiopatogênese Geral das Doenças • Nem toda as doenças ou lesões têm causas conhecidas • Lesão criptogênica ( cripto= escondido) • Lesão idiopática (idios= próprio) ou essencial Causas exógenas Agentes físicos, químicos, e biológicos e os desviso da nutrição Causas Endógenas patrimônio genético, à resposta imunitária e aos fatores emocionais Mecanismos Básicos de Aparecimento de Lesões • Agentes lesivos podem produzir lesões por ação: Direta: o agente lesivo age sobre a moléculas, iniciando a lesão: inibe enzimas, quebra de macromoléculas, altera-lhes a conformação espacial, exerce ação detergente sobre membranas etc Indireta: perturbam o fornecimento de oxigênio aos tecidos ou interferem com os mecanismos de produção e inativação de radicais livres, sejam porque evocam respostas locais ou sistêmicas que resultam na saída de células da circulação (reação inflamatória) Hipóxia e Anóxia • Hipóxia : Uma causa extremamente importante e comum de lesão celular e de morte celular, perturba a respiração oxidativa, aeróbica A perda do suprimento de sangue (isquemia) que ocorre quando a corrente arterial é impedida por arteriosclerose ou por trombos, é causa mais comum de hipóxia A perda na capacidade transportar oxigênio, como na anemia ou no envenenamento por monóxido de carbono Agentes Físicos Traumatismo mecânico, extremos de temperatura ( queimadura e frio intenso), alterações repentinas da pressão atmosférica, irradiação e choque elétrico Agentes Químicos e Drogas Agentes simples como glicose ou sal em concentração hipertônicas podem determinar lesão celular ao perturbar a homeostasia líquidas da células Até mesmo o Oxigênio em altas concentrações e gravemente tóxico (radicais livres) Poluentes ambientais, inseticidas, herbicidas, álcool, drogas narcóticas e drogas terapêuticas http:// www.plenarinho.gov.br Agentes Infecciosos Esses agentes variam desde vírus submicroscópicos até grandes vermes. Vírus, fungos, bactérias etc Reações Imunológicas Elas podem salvar vidas podem ser letais. Reação anafilática a uma proteína estranha ou a uma droga etc ( doenças auto-imunes) www.luisrepresas.forum vila.com Distúrbios Genéticos A lesão genética pode resultar num defeito tão grosseiro como malformações congênitas associadas com a síndrome de Down ou em alterações sutis na codificação da hemoglobolina S na anemia Falciforme Desequilíbrios Nutricionais A deficiência calórico-protéicas causam um número formidável de mortes, principalmente nas populações menos privilegiadas Ironicamente, os excesssos alimentares se tornaram importantes causas de lesão celular entre os privilégiados. • Desequilíbrios Nutricionais Os execessos lipídicos predispóem à aterosclerose e a obsedidade é uma manifestação extraordinária da sobrecarga de algumas células Lesão Isquêmica E Hipóxica Lesão Celular Reversivel O primeiro ponto de ataque da hipóxia é na respiração aeróbica da célula, isto é, na fosforilação oxidativa pelas mitocôndrias. À medida que a tensão de oxigênio dentro da célula diminui, perda da fosforilação oxidativa e diminui ou pára a geração de adenosina trisofostato (ATP) Efeito: Ex: o músculo cardíaco pára de se contrair dentro de 60 segundos após oclusão cornária Lesão Isquêmica E Hipóxica Lesão Celular Reversível Uma das manifestações mais precoces e mais comuns da lesão isquêmica ( e, no que a isso se refere, outros tipos de lesão) e a tumefação celular aguada (edema celular) determinado por um distúrbio na regulação do volume celular pela membrana plasmática Lembrando!!!! Para equilibrar, o sódio é mantido em menor concentração intracelular do que extracelular através da bomba de sódio dependente de energia (Na+, K+ ATPase), que também mantém a concentração de potássio significativamente mais alta intracelularmente do que extracelularmente Lesão Isquêmica E Hipóxica Lesão Celular Reversível Lembrando!!!! A falha desse transporte ativo, devido à diminuição da ATP e da ATPase, faz com que o sódio se acumule dentro da célula com difusão de potássio para fora da célula Até certo momento, todos esses distúrbios são reversíveis se for restaurada a oxigenação Lesão Irreversível Se a isquemia persistir, a lesão torna-se irreversível Características Grave vacualização das mitocôndrias Lesão extensa da membrana plasmática Edema dos lisossomas Baixa do pH Alterações da composição iônica lesão da parede lisossômicas Tempo necessário para que a hipóxia induza uma lesão celular irreversível? Varia de acordo com o tipo celular e condições nutricionais e hormonais Fígado ( 1 a 2 horas de isquemia) Cérebro ( 3 a 5 minutos) Quais são os eventos críticos da lesão hipóxica letal? Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial (Ñ ATP) Distúrbios profundos na função da membrana O Cálcio é avidamente absorvido pelas mitocôndrias após a reoxigenação e as envenena permanentemente, inibe as enzimas celulares, desnatura as proteínas e causa alterações citológicas características de necrose de coagulação Sintese A hipóxia afeta a fosforilação oxidativa e, assim, a síntese do vital ATP; que a lesão da membrana é crítica para o desenvolvimento da lesão celular irreversivel; e que o cálcio é importante mediador das alterações bioquímicas que levam à morte celular Radicais Livres e Lesão Celular • Os radicais livres são espécies químicas que possuem um elétron não- pareado na órbita mais externa. Em tal estado, o radical é extremamente reativo e instável e entra em reações com substâncias químicas inorgânicas e orgânicas- proteínas, lipídios, carboidratos • Mais ainda, os radicais livres encetam reações autocatalíticas pelas quais as moléculas com que eles interagem são elas mesmas convertidas em radicais livres, assim propagando a cadeia de agressão Radicais Livres e Lesão Celular • Os radicais livres podem ser iniciados dentro das células 1) Pela absorção de energia radiante (p. Ex., luz ultravioleta, raio x) 2) Por reações endógenas, geralmente oxidativas, que ocorrem durante os processos metabólicos normais 3) Pelo metabolismo enzimático de substâncias químicas ou drogas exógenas Radicais derivados do Oxigênio A presença de oxigênio intracelular permite a inadvertida produção de oxigênio intermediário tóxico parcialmente reduzido Dentre tais espécies, as três mais importantes são o superóxido (02-), peróxido de hidrogênio (H2O2) e íons hidroxila (OH) Estes podem ser produzidos pela atividade de uma variedade de enzimas oxidativas, em diferentes locais das células – citosol, mitocôndrias, lisossomas, peroxissomas, e membrana plasmática 1) Antioxidantes endógenos ou exógenos (p. Exemplo., vitamina E; compostos contendo sulfidril como a cisteína, glutadiona e D- penicilamina; proteínas séricas como ceruloplasmina e trasferrina) Bloqueiam o início da formação de radicais livres ou inativam (p.ex., seqüestram) os radicais livres Exemplos de lesão por radicais livres Exemplos de lesão por radicais livres Lesão Química A toxidade de muitas substâncias químicas e drogas pode ser atribuída seja à conversão dessas substâncias em radicais livres Exemplos de lesão por radicais livres Inflamação Os metabólitos tóxicos do oxigênio produzidos pelos leucócitos e por outras células no curso de uma lesão têm um papel importante na indução de lesão Morte Microbiana As bactérias ingeridas pelos leucócitos são mortas dentro dos fagolissomas. A agressão letal às bactérias depende em grande parte da explosão oxidativa que ocorre nos leucócitos durante a fagocitose, resultando em liberação de radicais livres Lesão por Irradiação Sabe-se que o OH e o H. Produzidos pela radiólise se somam às bases dos ácidos nucléicos e abstraem hidrogênio da pentose liberando radicais livres orgânicos Envelhecimento Teoria do envelhecimento pelos radicais livres Que teoria é essa? É uma teoria que supõe que a formação de radicais livres é mais freqüente em organismos velhos, resultando em peroxidação lipídica e lesão da membrana. O que é peroxidação lipídica? Ela é iniciada pelos radicais hidroxilas, os quais reagem como ácidos graxos insaturados dos fosfolipídios da membrana gerando radicais livres de ácido orgânico, que, por sua vez, reagem rapidamente com o oxigênio formando perôxidos Envelhecimento 1) Contínua e crescente formação de radicais livres causada por agentes ambientais 2) Menor disponibilidade de antioxidantes por razões desconhecidas 3) Uma perda ou diminuição da atividade de alguns compostos ou enzimas que catalisam a inativação de radicais livres tóxicos. Ex superóxido desmutase http://www.seaacsjc.org.br/Trabalho/idoso1.jpg0 Lesão celular Induzida por Vírus 1) Vírus citolíticos/citopáticos que causam vários graus de lesão e morte celulares 2) Vírus oncogênicos, que estimulam a reprodução celular do hospedeiro e podem produzir tumores http://pwp.netcabo.pt/sistema.imune/ virus_big.jpg Lesão celular Induzida por Vírus O primeiro é o efeito citopático direto em que partículas virais de rápida replicação interferem de algum modo com o metabolismo celular, causando lesão celular Vírus oncogênicos envolve a indução de uma resposta imunológica contra antígenos virais ou antígenos de células alterados pelos vírus e a destruição da célula, seja pelo anticorpo seja pelas reações medidas por ela Lesão celular Induzida por Vírus Curiosidade A lesão dos hepatócitos determinada pelo vírus da hepatite B, por exemplo, é mediada pela citólise induzida pelos linfócitos T Vírus citópatico possui Tropismo viral ( auto grau de especificidade para um determinado tipo de célula) Morte celular - necrose A necrose pode ser definida como o conjunto de alterações morfológicas que se seguem à morte celular, num tecido ou órgão vivo, resultante de ação degenerativa progressiva por parte de enzimas sobre uma célula letalmente agredida • Dois processos essencialmente simultâneos propiciam as alterações da necrose • Digestão enzimática da célula • Desnaturação das proteínas Tipos de Necrose Necrose de Coagulação É o padrão mais comum de necrose e se caracteriza pela conversão da célula num “arcabouço” acidofílico e opaco Isso geralmente ocorre com perda núcleo, mas com preservação da formas básica, permitindo o reconhecimento dos contornos celulares Ex: isquemia de órgãos como rim, coração e glândulas supra- renais Tipos de Necrose Necrose de Liquefação Resulta da ação de enzimas hidrolíticas poderosas e ocorre quando a autólise e a heterólise prevalecem sobre as situações que favorecem a desnaturação das proteínas Ex: destruição isquêmica do tecido cerebral Necrose Gordurosa O padrão específico morfológico de morte celular encontrado no tecido adiposo devido à ação das lípases Ex: necrose pacreática aguda Tipos de Necrose Necrose Caseosa É outro tipo distinto de necrose que consiste numa combinação da necrose de coagulação com a necrose de liquefação, e é encontrada principalmente no cerne das infecções tuberculosas Aspecto característico desse tipo de necrose é o de um material mole, friável, e branco-acizentado, parecendo com queijo cremoso Tipos de Necrose Necrose Gangrenosa Geralmente aplica-se a um membro, como parte inferior da perna, que perdeu seu suprimento de sangue e em seguida foi atacado por agentes bacterianos Armazenamento intracelular Podem ter 3 categorias 1) Um constituinte celular normal acumulado em excesso, como lipídio, proteína e carboidratos 2) Uma substância anormal que pode ser produto do metabolismo anormal (falta de uma enzima que bloqueia uma via metabólica) 3) Um pigmento, isto é, uma substancia corada Pigmentos São substâncias coradas, algumas das quais são elementos constitutivos normais da células (p.ex melanina), ao passo que outras são anormais e se acumulam nas células Pigmento exógeno Mais comum é o carvão ou poeira de carvão, que está virtualmente por todo lado no ar poluído da vida urbana Antracose pulmonar. Este pulmão normal, fotografado na mesa de autópsia e a fresco (sem fixação) mostra várias pequenas manchas negras na superfície pleural e de corte, que correspondem à deposição de partículas de carbono da poluição atmosférica inaladas ao longo da vida. Estão localizadas no tecido intersticial entre os alvéolos, e tendem a concentrar-se em certas áreas. A antracose é encontrada nos habitantes de cidades e é inócua. O parênquima pulmonar é normal. Notar a cor rósea acinzentada na superfície pleural. A raspagem da superfície de corte daria escasso líquido vermelho espumoso. http://www.fcm.unicamp.br Antracose pulmonar. Pigmento de cor negra distribuído em pequenos focos pelo parênquima pulmonar. Em aumento forte, o pigmento é constituído por pequenos grãos negros, em parte livres e em parte no citoplasma de macrófagos. São partículas de carvão provenientes do ar e não causam lesão pulmonar. http://www.fcm.unicamp.br Pigmentos endógeno Incluem a lipofusina, a melanina e certos derivados da hemoglobina Lipofusina Trata-se de um pigmento insolúvel também conhecido como lipocromo, e pigmento do “uso e desgaste” ou envelhecimento. A sua importância está em ser o sinal de alarme da lesão por radical livre e peroxidação lipídica Melanina ( do grego melas, preto) É um pigmento endógeno, não derivado da hemoglobina, preto- acastanhado, formando quando a enzima tirosinase catalisa a oxidação da tirosina em diidroxifenilalanina nos melanócitos A melanina, um importante pigmento endógeno que funciona como filtro para a radiação ultravioleta do sol incidindo sobre a pele. É produzida por células presentes na camada basal da epiderme, chamadas melanócitos. Melanoma maligno da pele. Tumor retirado da região lombar de uma mulher com 36 anos de idade. A lesão era enegrecida, elevada e ulcerada, medindo cerca de 2 cm. de diâmetro, com contorno irregular. http:// www.fcm.unicamp.br Pigmentos endógeno Hemossiderina É um pigmento cristalino ou granular amarelo-ouro a marrom derivado da hemoglobina em cuja forma o ferro é armazenado nas células Bilirrubina É um importante pigmento normal encontrado na bile. Ele origina-se da hemoglobina, mas não contém ferro. Sua formação e excreção normais são vitais para a saúde A ictéricia é um distúrbio clínico comum devido ao excesso desse pigmento dentro das células e dos tecidos. Atrofia Atrofia é a diminuição do tamanho da célula mediante perda de substância celular. Ela representa uma forma de resposta adaptativa Causas da atrofia são as seguintes 1. Diminuição da carga de trabalho 2. Perda da inervação 3. Diminuição do suprimento de sangue 4. Nutrição inadequada 5. Perda da estimulação endócrina 6. envelhecimento Ao se adequar o volume celular com menores níveis de suprimento de sangue, nutrição ou estímulos tróficos, um novo equilíbrio é alcançado. Embora as células atróficas possam ter diminuido de função, elas não estão mortas A atrofia representa uma redução nos componentes estruturais da célula. As células passam a conter menos mitocôndria e miofilamentos e menor quantidade de retículo endoplasmático Atrofia Atrofia Obviamente, a atrofia pode progredir até o ponto em que as células são lesadas e morrem. Se o suprimento de sangue for inadequado mesmo para manter a vida das células retraídas, advém a morte celular. As células atróficas são então substituídas por tecido conjuntivo e adiposo Hepertrofia É um aumento do tamanho das células e, com tal alteração, um aumento do tamanho do órgão. Assim, o órgão hipertrofiado não possui novas celulas, mais apenas células maiores O maior tamanho das células se deve não a um maior acúmulo de líquido, chamada de tumefação ou edema celular, mas à síntese de mais componentes estruturais http://outsuka.files.wordpress.com Hipertrofia cardíaca Hiperplasia • Tal como o aumento das células, hipertrofia, representa resposta a um maior demanda metabólica, as células capazes de realizar divisão mitótica podem dividir–se quando agredidas ou estimuladas por maior atividade • Constitui portanto, aumento do número de células num órgão ou tecido, • Células nervosas, para todos os fins práticos, as células musculares cardíacas e esqueléticas não possuem capacidade para o crescimento hiperplástico Metaplasia • É um tipo de alteração reversível em que um tipo de célula adulto é substituído por outro tipo de célula adulta • No fumante habitual de cigarros, as células epiteliais colunares ciliadas normais da traquéia e dos brônquios muitas vezes são substituídas foca ou amplamente por células epiteliais escamosas estratificadas Displasia Significa desenvolvimento perturbado; todavia, em uso comum, o termo é aplicado para células epiteliais ou mesequimatosas, principalmente para as primeiras, que sofreram proliferação e alterações citológicas atípicas envolvendo tamanho,forma e organização http://www.sistemanervoso.com/images/pgc/cgn_04.jpg