Buscar

ESTRUTURADO ARTIGO HELORA2 para mesclagem

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

A utilização do Parque Hoteleiro de Caucaia pela demanda do Porto do Pecém: uma análise da taxa de ocupação da Pousada A do Cumbuco.
RESUMO
Nos últimos anos, o turismo de negócios vem crescendo significativamente, contribuindo, assim, para o desenvolvimento econômico e social. A procura por esse segmento turístico no Ceará tem sido estimulada pelo surgimento de várias indústrias nacionais e internacionais na região portuária do Pecém. A praia do Cumbuco é um dos pontos turísticos mais visitados por turistas estrangeiros e domésticos no Ceará, por possuir uma grande oferta de meios de hospedagem e por sua localização privilegiada. A praia do cumbuco fica ente o Pecém e a capital Fortaleza, sendo por esse motivo escolhida por boa parte dos visitantes que estão a trabalho no Pecém. 
Com isso, o presente estudo tem como objetivo avaliar o fluxo de visitantes que utilizam os meios de hospedagem do Cumbuco como dormitório, ou seja, um local apenas para descanso depois de um dia de trabalho no porto do Pecém. A metodologia utilizada foi exploratória, com a utilização de questionários e observação direta do local visitado.
Palavras - chave: pousada, turistas, Cumbuco.
ABSTRACT
The last years, the tourism of businesses comes growing significantly, contributing, like this, for the economic and social development. The demand for this tourism segment in Ceará has been stimulated by the emergence of several national and international industries in port region Pecém. The Cumbuco beach is one of the most visited tourist sites by foreign tourists and domestic in Ceará, by having a large supply of means of lodging and by its privileged location. The Cumbuco beach remains body the Pecém and the main Fortaleza, being by this reason chosen by good part of the visitors that are to work in the Pecém.
With this, the present study has like aim evaluate the flow of visitors that use the means of accommodation of the Cumbuco like bedroom, or was, a venue only for rest after a workday in the port of the Pecém. The methodology used was exploratory, with the use of questionnaires and direct observation of the place visited.
Keywords: roost, tourists, business, Cumbuco. 
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo geral analisar a contribuição da demanda do Porto do Pecém para a taxa de ocupação da pousada A no Cumbuco, em Caucaia – Ce.
O município de Caucaia destaca-se como pólo do turismo sol e praia e de esportes náuticos. No entanto suas potencialidades naturais, culturais e históricas, o habilitam a atender outros segmentos turísticos. 
Nas praias, e principalmente no Cumbuco já existe um número considerável de equipamentos turísticos. Também no interior existem atividades de lazer como parques de vaquejada e casas de forró. Assim, as âncoras turísticas para o município de Caucaia são: o Turismo de lazer, o Turismo Cultural, o Turismo Ecológico e o Turismo Esportivo. Porém, com a implantação do Complexo Industrial Portuário do Pecém outra potencialidade se constitui: o Turismo de Negócios.
A globalização, a aceleração da economia, a formação dos blocos econômicos e a proliferação das multinacionais são os fatores responsáveis pelas viagens de negócios. E o Brasil como um país em desenvolvimento vem se posicionando nos últimos anos como um destino de negócios em várias áreas como: moda, finanças, telecomunicações entre outras.
O turista de negócios nacional ou internacional apresenta algumas características específicas desse grupo que se hospeda tendo como prioridade os negócios, essas características são: poder aquisitivo elevado; possui nível superior; é mais exigente, pois prefere praticidade, equipamentos e atendimento de qualidade, comodidade; representa empresas; seus gastos são mais elevados em comparação aos outros tipos de turistas; e permanece menos tempo no hotel.
Esse tipo de segmentação turística proporciona um equilíbrio entre a oferta e a demanda nos períodos sazonais, pois esse tipo de turista não depende do clima, férias, ou promoções para se hospedar. Além disso, possui uma alta rentabilidade para o estabelecimento, já que esse turista possui um poder aquisitivo melhor que a do turista de lazer e normalmente retorna mais vezes durante o ano e com maior tempo de permanência.
De acordo com a pesquisa feita na pousada A localizada na praia do cumbuco podemos comprovar que os fatores mencionados acima são verdadeiros.
Na pousada existe um equilíbrio entre a oferta e a demanda, já que com o Complexo Industrial o estabelecimento fica ocupado durante os doze meses do ano, diminuindo a sazonalidade. Esse fluxo de hóspedes chega a ser 80% de acordo com os dados do administrador do local.
Segundo o administrador os hóspedes utilizam o serviço de hospedagem principalmente à noite, ou seja, a pousada serve de dormitório, pois eles passam o dia no Pecém e a noite voltam para a pousada localizada no Cumbuco devido a sua proximidade com o centro de Caucaia e de Fortaleza. 
Os objetivos específicos dessa pesquisa foram: levantar a demanda do porto do Pecém; verificar a contribuição da demanda do Porto do Pecém no incremento das taxas de ocupação da pousada A e identificar quais serviços gerais são consumidos pela demanda do Porto do Pecém na pousada.
2. A HOTELARIA NO MUNDO E NO BRASIL
Segundo relatos de autores deixados a respeito do surgimento e desenvolvimento da hotelaria, não tem como determinar onde e como começou exatamente, pois sua história é muito antiga.
Sabe – se que o homem teve sua fase nômade, não tinha rumo certo e não retornava ao local de origem. Quando passou a ser sedentário, começou a construir vilas, dominar a terra, a agricultura, a pecuária e passou a deslocar – se, voltando ao seu local de origem. Ao longo dos trajetos percorridos, encontrava algumas pessoas hospitaleiras que ofereciam pernoites ou descanso. (Silva e Araújo, 2007)
Os primeiros meios de hospedagem surgiram simultaneamente com as primeiras peregrinações do homem. Na antiguidade, as estalagens se estabeleceram em função da busca por abrigo para animais; depois vieram as mansiones, as caravanserais e as tavernas. 
Outro fato contribuidor para o surgimento dos meios de hospedagem foram os jogos olímpicos. Foi nesse período que se construiu um espaço destinado especificamente à hospedagem, o Lenidaion, como foi chamado. Sua área de abrangência era aproximadamente dez mil metros quadrados, divididos em grandes cômodos, não possuía camas ou paredes, apenas colunas, teto e palha no chão. Seu objetivo era abrigar os visitantes e competidores que se dirigiam a cidade de Olímpia para participar das competições. Dessa forma, Dias (2002) destaque essa hospedaria como sendo o primeiro hotel de que se tem notícia.[1: competições atléticas que homenageavam Zeus através de competições, sacrifícios e orações, atraindo multidões à Grécia antiga (PINTO,2007)]
Os hostellum, tavernas ou mansiones surgiram durante o alto império romano. Eram locais onde se ofereciam refeições e aposentos para pernoites. Era comuns imperadores romanos ou seus representantes utilizarem – se deles em suas viagens. Os donos desses estabelecimentos só podiam acolher outros viajantes com uma carta de referência das autoridades romanas. Esse quadro permaneceu inalterado até o final da idade antiga. (Silva e Araújo, 2007)
Durante o Império Romano além da construção de inúmeras estradas, os romanos passaram a desenvolver as viagens motivadas por atividades culturais, lúdicas, esportivas, ou seja, com o objetivo de lazer, entretenimento. Segundo Montejano (2001) durante o verão eram intensos os movimentos de pessoas que se dirigiam de Roma para o campo e para os lugares de veraneio situados à beira – mar, para usufruir das estâncias termais. 
Com a queda do império romano, por volta de 470 a.C as estradas passaram a ser menos usadas, em razão da falta de segurança. Esse fato diminuiu o número de hóspedes, prejudicando seriamente as pousadas. Desse modo, a hospedagem passou a ser oferecida pelos monastérios
e outras instituições religiosas, bem mais seguras e confiáveis. (WALKER, 2002).
De início um serviço informal, essa hospitalidade dispensada pelos religiosos tornou-se, mais tarde, uma atividade organizada, com a construção de quartos e refeitórios separados, e monges dedicados ao atendimento dos viajantes. Posteriormente, foram construídos prédios próximos aos monastérios, destinados exclusivamente aos hóspedes, dando origem às pousadas. (SENAC, 1998)
Voltando-se para a idade média, século VIII, Carlos Magno foi um dos responsáveis pelas construções de hospedagens que, em grande parte, eram de ordem religiosa, conhecidas como estalagens ou pousadas para receber peregrinos. Após esse intenso fluxo de viagens, as hospedarias passaram por um período de estagnação, devido o declínio do império romano. Nesse período por volta de 476 d.C a 1450 viajar passou a ser considerado inseguro, pois com as cruzadas, as estradas estavam perigosas, os viajantes corriam risco de ser saqueados ou assassinados pelos povos bárbaros. “O único fato a se destacar é que este foi o período de ascensão da igreja católica. Dessa forma, ocorriam basicamente as viagens religiosas dos cristãos.” (Pinto, 2007, p.18)
As viagens na Europa somente voltaram a se tornar mais seguras, por volta do século XVII. Nesse período houve um crescimento das hospedarias se estabeleceram rapidamente ao longo das estradas. Aos poucos, diversos países foram implantando leis e normas para regulamentar a atividade hoteleira, a França e a Inglaterra foram os principais. 
O século XVIII, que se caracterizou pelo requinte de maneiras e modo de vida de uma era tipicamente palaciana, marcou o progresso nos estabelecimentos de hospedagem. As hospedarias sofreram influências da construção dos palácios e castelos europeus, e com isso melhoraram seus serviços.
Com a revolução industrial no século XIX, o surgimento da máquina a vapor, e da energia elétrica trouxe grande influencia para o desenvolvimento da indústria hoteleira. A burguesia passou a comprar os castelos da nobreza falida, reformando – os e pondo o que tinha de mais moderno, estes estabelecimentos passaram a se chamar de Palaces. Esses eram alugados por temporadas às famílias de nobres ou de alta burguesia que normalmente ocupavam alas inteiras. Ainda não havia o serviço próprio de quarto e as famílias levavam seus próprios criados, comida, roupas de banho e de cama. (Silva e Araújo, 2007, p.19)
Foi a partir desta época, que alguns meio de hospedagem passaram a ser chamados de Hotéis, no entanto suas características físicas ainda eram semelhantes às estalagens, grandes quartos com camas enormes.
Outro marco desta evolução está atrelado a construção das ferrovias, por volta de 1840, quando a rede hoteleira enfrenta algumas implicações, em decorrência da rapidez deste meio de transporte, que resultava em viagens de menor duração, se comparado com as carruagens, que até então era o transporte típico das classes mais abastadas. Muitos hoteleiros não conseguiram se adaptar aos novos tempos, enquanto outros estabelecimentos conseguiram acompanhar as novas regras e se ambientar com um novo meio de transporte. (Malheiro, 2006)
No final do século XIX, devido às melhorias das condições de vida e as conquistas profissionais, os hospedes estavam mais exigentes. Tal realidade mostrou-se decisiva para o surgimento dos hotéis de luxo, como os famosos Hotel Savoy e Hotel Ritz de Paris, dentre outros, que acompanharam a tendência dos fabulosos trens e navios de passageiros da época. 
Ainda de acordo com o autor acima, o hotel Ritz construído por Cesár Ritz em Paris era o mais moderno daquela época, com serviço de quarto, pessoal uniformizado para trabalhar, serviço sanitário e restaurante, que ficou sob a responsabilidade do também famoso cozinheiro Auguste Scoffier. “Em 1889, Cesar Ritz transformou e reinaugurou em Londres o hotel Savoy, com energia elétrica e quartos com banheiros privativos. César Ritz iniciou uma nova era na hotelaria européia e logo outros hotéis surgiram aos moldes do Ritz e do Savoy”. (Silva e Araújo, 2007, p.21) 
O desenvolvimento da hotelaria nos Estados Unidos surgiu paralelo à evolução dos hotéis na Europa. Porém de maneira mais intensa, pois o povo norte americano já tinha a cultura de viajar bastante naquela época, além de praticarem a política de cobrar pela hospedagem desde o início das pequenas estalagens, ou “sallons” como eles nomeavam. Esses sallons eram uma espécie de bar como um grande salão onde os viajantes ou pessoas próximas se reuniam para jogar e beber. No andar de cima eram onde os hóspedes ficavam acomodados.
“O primeiro hotel no continente americano foi fundado em 1525, o hotel Itúrbide, na cidade do México, inicialmente era como as hospedarias européias que ofereciam alojamento, alimentação e vinho.” (Silva e Araújo, 2007, p.23). No ano de 1892, o empreendedor da hotelaria E.M Statler, construiu o Tremont House, considerado o primeiro hotel de 1ª classe. O hotel era equipado com instalações contemporâneas como chave na porta, água, jornal e rádio, considerado o maior e mais caro hotel da época, conforme Nascimento (2006). Todos os hotéis até então existentes passaram a ser considerados obsoletos e ineficientes.
O século XX consolidou o surgimento de importantes corporações hoteleiras que se destacaram em nível mundial, por apresentarem padrão superior de higiene, conforto e qualidade dos serviços, cujos nomes tornaram-se conhecidos em todo o mundo, como as redes Accor, Best Western, Canadian Pacific, Choice Hotels International, Hilton, Holiday Inn, Marriott, Meliá, Ramada, Ritz Carlton, Sheraton, dentre outras também existentes. (Nascimento, 2006)
Observando a trajetória da história da hotelaria internacional, especialmente a norte-americana, constata-se que ela passou por um vasto programa de modernização por volta dos anos 50, transformando seus meios de hospedagens de médio porte em hotéis modernos e sofisticados. De acordo com Malheiro (2006) o Lincoln Hotel, em Nova York, hoje chamado de Manhattan é um exemplo dessa modernização.
Voltando-se para o Brasil, o desenvolvimento da hotelaria não acompanhou os passos rápidos dos Estados Unidos, nem os da Europa. Na época do Brasil colônia, Nunes (2002) e Nascimento (2006) concordam que o fator desenvolvedor da hotelaria foi a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, pois neste período com a chegada da realeza portuguesa, vários visitantes de outros países passaram a frequentar a cidade do Rio de Janeiro, e com isso sentiu – se a necessidade de criar os meios de hospedagens adequados a demanda crescente que chegavam ao Rio de Janeiro.
Destaca-se ainda que somente, em 1816, o primeiro hotel de classe internacional, foi instalado no Rio de Janeiro, sendo de propriedade do francês Louis Pharoux, o Hotel Pharoux. Mas segundo IGNARRA (1999) é apenas em 1908, com a inauguração do Hotel Avenida no Rio de Janeiro, que se tem início a hotelaria moderna no país. Em São Paulo só se tem notícia de hotéis com algum padrão de qualidade em torno de 1870.
Por volta de 1888, São Paulo passa por algumas mudanças, seguindo o estilo do Rio de Janeiro e tornando – se uma cidade com estilo européia. Além das transformações físicas, também passou por mudanças políticas como a abolição dos escravos e a proclamação da República no ano seguinte (1889), e isso influenciou na sociedade e na economia de São Paulo.
A partir de então os imigrantes, especialmente os italianos, produziam a riqueza das elites paulistanas. Com a chegada da usina elétrica em 1899, que veio gerar e distribuir energia elétrica a cidade novamente passou por um processo de transformação. Chegaram os bondes elétricos e com eles a aceleração dos fluxos de deslocamento na cidade, que permitiam a possibilidade de deslocar - se rapidamente ao centro da cidade.
O centro da cidade passava por uma metamorfose, pois era lá que se concentravam as instituições públicas, as casas comerciais, as bancárias, os cineteatros, os teatros, os
restaurantes, os cafés e os hotéis. Tornando – se um elegante centro da cidade atraindo a atenção da sociedade.
Em meados do século XIX os hotéis em são Paulo ainda eram considerados pela sociedade paulistana como lugares não apropriados para “pessoas de família” ou para as “pessoas de bem”, sendo freqüentados quase que exclusivamente por visitantes ou forasteiros. De acordo com alguns autores não havia onde se hospedar em são Paulo até 1855, foi quando começaram a aparecer os primeiros meios de hospedagens, que em sua maioria eram administrados por estrangeiros, pois os paulistanos preferiam viver nas fazendas ou nos palacetes afastados da cidade, enquanto os estrangeiros ficavam na cidade.
Em 1901 foi inaugurada em são Paulo a estação da luz e os hotéis começaram a surgir nas proximidades das estações ferroviárias. Dentre os hotéis considerados pioneiros em são Paulo destaca – se o Grande Hotel como marco representativo do século XIX, por sua importância e principalmente por ser o primeiro a funcionar em edifício construído especialmente para esse fim. Segundo relatos históricos esse foi considerado um dos melhores hotéis da época pelos visitantes.
A partir de então, surgiram pequenos hotéis, que incorporavam características de hotéis europeus em seus serviços e instalações. Somente após a Segunda Guerra Mundial, com as grandes transformações tecnológicas e o desenvolvimento industrial crescente, a hotelaria brasileira passou a se aperfeiçoar e criar conceitos próprios, diferenciando as diversas categorias de estabelecimentos e criando regras e normas que direcionassem suas atividades. (Malheiro, 2006)
Os hotéis Amazonas, em Manaus; Grão Pará, em Belém; São Pedro, em Fortaleza; Boa Viagem, em Recife; Chile Hotel, em Salvador; Del Rey, em Belo Horizonte; Glória e Serrador, na cidade do Rio de Janeiro; e o hotel Quitandinha, em Petrópolis são alguns exemplos da expansão hoteleira no Brasil.
Para DUARTE (1996) o ícone da hotelaria nacional surgiu na década de 20 com a inauguração do Copacabana Palace em 1923, esse luxuoso e requintado hotel era frequentado por grandes celebridades, como: artistas, políticos, entre outros. O Hotel Glória, em 1922, foi outro marco importante no cenário da hotelaria nacional, ambos localizados no Estado do Rio de Janeiro reproduzem o padrão dos grandes hotéis da Europa.
Em 1996 com a criação da EMBRATUR - Empresa Brasileira de Turismo e da classificação hoteleira em estrelas, houve um crescimento no segmento de hotéis considerados cinco estrelas, ou seja, de luxo. Esse aumento ficou mais intensificado com a conquista de incentivos fiscais e alterações das leis de zoneamento nas grandes cidades.
A década de 70 ficou marcada com o surgimento dos primeiros grandes hotéis que existem até hoje no Brasil, principalmente nas cidades onde o turismo e o negócio era mais acentuado, como Salvador e Rio de Janeiro. Durante essa década os hotéis contavam com os incentivos fiscais e com os financiamentos. Como exemplo de expansão da hotelaria, tem-se a Rede de Hotéis Othon, e a Rede Luxor. A Horsa, Hotéis Reunidos S/A, construiu nesta época o Hotel Nacional, super luxo da Praia de São Conrado que então se equiparava ao majestoso Copacabana Palace. A Abril Cultural lançou resorts padrão luxo, sob a marca Quatro Rodas em Recife, São Luís e Salvador, enquanto o Banco Real iniciou a construção do luxuoso Transamérica, em São Paulo e, em seguida na região de Comandatuba, próximo a Ilhéus, o primeiro resort de luxo do Brasil. (Amazonas 2002)
Ainda na década de 70, mais precisamente no ano de 1972, São Paulo teve uma importante mudança no contexto hoteleiro. O grupo Hilton inaugurou o São Paulo Hilton. “Marcando a mudança no sentido de uma administração profissionalizada na hotelaria brasileira”. (Malheiro, 2006). Nessa mesma categoria de hotéis luxuosos, surgiram também os hotéis Sheraton e o Méridien no Rio de Janeiro.
No início da década de 80, com a crise econômica, as perspectivas de novos e lucrativos empreendimentos imobiliários para pequenos e médios investidores eram desanimadoras. Além disso, com o fim dos financiamentos de longo prazo e dos incentivos fiscais, a indústria hoteleira não podia manter o ritmo de crescimento da oferta de novos hotéis, como na década de 70. Com isso surgiram os apart-hotéis ou flat services, um produto desenvolvido para atender à nova realidade do mercado, oferecendo ao setor de construção a oportunidade de um negócio novo, seguro e viável. (Malheiro, 2006)
Nos anos noventa o Brasil passou por um processo de incentivo por parte do setor público, para que novos hotéis fossem construídos. O presidente Collor em parceria com o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social oferecia linha de crédito para que o setor hoteleiro se desenvolvesse. (Malheiro, 2006)
Com a implantação do plano real em 1994 a economia brasileira encontrou estabilidade. Isso foi um fator muito importante, pois um país com estabilidade econômica atrai um grande interesse de investidores, que visam à possibilidade de fazer bons negócios e principalmente de ter bons retornos desses investimentos. Durante esse período vários investidores aplicaram capital na construção de novos hotéis. A década de noventa representa um dos períodos de maior expansão da oferta do setor hoteleiro. De acordo com Malheiros (2006) foi nesse período que vários hotéis de luxo foram inaugurados em São Paulo (Meliá, Inter-Continental, Renaissance e Sofitel), em Belo Horizonte (Ouro Minas), em Porto Alegre (Sheraton), em Pernambuco (Blue Tree Cabo de Santo Agostinho e SummerVille) e na Costa do Sauípe, um novo destino surgido na Bahia, com cinco hotéis de luxo.
Hoje são centenas de hotéis internacionais em todas as regiões, de norte a sul do País, entretanto, vale ressaltar que nessa época, também, começaram a surgir no Brasil as escolas de turismo, e posteriormente, as escolas de hotelaria para suprir a carência de mão de obra qualificada e fornecer profissionais para os cargos em nível de gerência e supervisão. 
Pode-se observar no contexto histórico que, ao longo dos anos, a evolução da hotelaria tem como base as necessidades estabelecidas em função do crescimento e das exigências da demanda turístico-hoteleira, a exemplo disso, o atual sistema de classificação da hotelaria nacional, apresentado no tópico a seguir.
2.1 O sistema oficial de classificação dos meios de hospedagem no Brasil
A classificação hoteleira foi criada a partir da necessidade de se estabelecer um padrão para os meios de hospedagem existentes, assim como também estabelecer limites aos empreendedores com relação aos aspectos naturais da área em que os estabelecimentos se localizam e que deveriam ser respeitados.
A classificação dos meios de hospedagem permite aos clientes maior confiabilidade no produto e serviço adquirido, bem como oportuniza a escolha antecipada da sua hospedagem, pois poderá se basear em uma padronização para orientar sua decisão. 
Segundo as pesquisas realizadas pela autora, os meios de hospedagem podem ser classificados de acordo com as características das suas instalações, em função do nível de conforto que oferecem, bem como pela qualidade de serviços e pelos preços cobrados. Ou seja, a classificação dos meios de hospedagem serve como modelo para a padronização dos produtos e serviços hoteleiros, facilita a sua fiscalização e manutenção do padrão de qualidade. 
Segundo relatos encontrados, foi no século XVIII que Charles Burton fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas. Segundo DUARTE (1996), assim foi determinada Primeira categoria: Simples pouso de tropeiro; Segunda categoria: Telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens; Terceira categoria: Venda correspondente a "pulperia" dos hispano-americanos, mistura de venda e hospedaria; Quarta categoria: Estalagens ou hospedarias e; Quinta categoria: hotéis.
Já BENI (1997) entende que a classificação é dividida em três tipos, que são:
Auto-classificação, ou sem classificação: se encaixa para meios de hospedagem
que possuam uma administração familiar, onde as normas são criadas pelos próprios proprietários, sem seguir nenhuma normativa.
Classificação privada: são normas criadas por órgãos e empresas privadas.
Classificação formal: são as normativas implantadas por órgãos oficiais como a EMBRATUR.
Beni faz uma síntese rápida da classificação, como podemos observar a classificação está mais ligada à parte administrativa da organização. Ele não estabelece um padrão de serviço para cada tipo. Ele deixa as normas a critério do administrador ou dos órgãos oficiais.
Em se tratando da classificação oficial, a primeira foi criada em 1998 pela EMBRATUR, divididos quanto a tipologia em Hotel, Pousada, Hotel de Lazer e Hotel Histórico, e suas categorias obedeciam à seguinte sequencia, conforme tabela abaixo:
	Luxo superior ou cinco estrelas
	Instalações com muito luxo, que podem ser consideradas palacianas, serviço de comunicação com aparelhos de ultima geração, também disponibiliza de serviço de A & B de primeira categoria nas vinte e quatro horas do dia, além de amenidades e supérfluos.
	Luxo ou quatro estrelas
	Assim como a anterior também oferece instalações e serviços com muito luxo e elegância, porém não existe esbanjamento de áreas e nem desperdício.
	Standard superior ou três estrelas
	Apresenta o conforto e os serviços iguais aos anteriores, porém suas áreas não são tão amplas e os supérfluos não são tão fartos, oferece serviço de A & B completo durante dezesseis horas por dia.
	Standard ou duas estrelas
	As instalações são mais simples, mas com equipamentos de ótima qualidade, o serviço de A & B não precisa necessariamente ser oferecido, o hotel também é equipado para abrigar reuniões e eventos em geral, os supérfluos e amenidades são limitadas, mas são oferecidos.
	Simples ou uma estrela
	Seu padrão de serviço é moderado, existem limitações com relação a horários para atendimento a alguns serviços, não oferece necessariamente o serviço de A & B, e não possui as mesmas facilidades para reuniões e eventos como os anteriores.
Revista eletrônica de turismo (Barbosa, 2012, p.3) 
No entanto algumas modificações foram feitas na classificação antiga, e em 2002 a Instituto Brasileiro do Turismo - EMBRATUR em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira - ABIH elaboraram uma nova classificação com as seguintes categorias: Simples – uma estrela; Econômico – duas estrelas; Turístico – três estrelas; Superior – quatro estrelas; Luxo – cinco estrelas e; Superior – cinco estrelas / super luxo.
A nova matriz de classificação hoteleira, como veremos a seguir incorpora os conceitos e critérios de infraestrutura, de sustentabilidade e de serviços prestados aos hóspedes de acordo com o Ministério do turismo.
2.1.1 A nova matriz de classificação
Após uma revisão feita na estrutura do sistema de classificação hoteleira, para se adequar ao Plano Nacional de Turismo (PNT) de 2007/2010, foi constatado a necessidade de se criar de uma nova matriz de classificação mais abrangente e de menor custo. O Ministério do Turismo em parceria com o Inmetro, a Sociedade Brasileira de Metrologia – SBM e a sociedade civil, criou um novo sistema de classificação em meios de hospedagem o SBCLASS. Esse sistema está baseado em critérios que consideram a infraestrutura, os serviços prestados e a sustentabilidade do empreendimento de acordo com o estabelecido na lei do turismo. O art. 25 da lei n°. 11.771/2008, define que:
“O Poder Executivo estabelecerá em regulamento: I – as definições dos tipos e categorias de classificação e qualificação de empreendimentos e estabelecimentos de hospedagem, que poderão ser revistos a qualquer tempo; II – os padrões, critérios de qualidade, segurança, conforto e serviços previstos para cada tipo de categoria definido; e III – os requisitos mínimos relativos a serviços, aspectos construtivos, equipamentos e instalações indispensáveis ao deferimento do cadastro dos meios de hospedagem. Parágrafo único”. (Ministério do Turismo, 2010, p. 02).
Após os estudos feitos pela EMBRATUR onde foram comparados os sistemas utilizados em outros países, foram sugeridos que se elaborassem sete novas matrizes de classificação com diferentes tipologias, para atender a diversidade da oferta hoteleira nacional (Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama & Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart-Hotel) e utiliza a consagrada simbologia de estrelas para diferenciar as categorias.
Considerando que cada tipo de meio de hospedagem reflete diferentes práticas de mercado e expectativas distintas dos turistas (um Hotel cinco estrelas é diferente de uma Pousada 5 estrelas, por exemplo), o SBCLASS estabeleceu categorias sete específicas para cada tipo: Hotel – varia entre 1 e 5 estrelas; Hotel histórico – varia entre 3 e 5 estrelas; Pousada – varia entre 1 e 5 estrelas; Resort – varia entre 4 e 5 estrelas; Cama e café – varia entre 1 e 4 estrelas; Hotel fazenda – varia entre 1 e 5 estrelas; Apart. Hotel/Flat Varia entre 3 e 5 estrelas. 
O Sistema Brasileiro de Classificação é de adesão e adoção voluntárias pelos meios de hospedagem. O SBCLASS está fundamentado em uma série de requisitos a que os meios de hospedagem devem atender uma Infraestrutura vinculada às instalações e aos equipamentos; Serviços vinculados à oferta de serviços e uma Sustentabilidade vinculada ao” uso dos recursos, de maneira ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável, de forma que o atendimento das necessidades atuais não comprometa a possibilidade de uso pelas futuras gerações”. (Ministério do turismo 2010)
Os requisitos para classificação do hotel são divididos em dois tipos: mandatórios, que são de cumprimento obrigatório pelo hotel e os eletivos que são de livre escolha do hotel. Para que um meio de hospedagem seja classificado de acordo com a categoria pretendida pelo administrador, primeiro o estabelecimento passa por um processo de avaliação pelo Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Para conseguir a classificação o hotel deve comprovar o atendimento a 100% dos requisitos mandatórios e a no mínimo 30% dos requisitos eletivos. MINISTERIO DO TURISMO (2010)
Esta nova classificação tem o objetivo de aperfeiçoar a qualidade dos serviços oferecidos por meios de hospedagem, e incentivar a avaliação de equipamentos turísticos e profissionais qualificados. Porém, segundo o MINISTERIO DO TURISMO (2010) hoje em dia é pequeno o numero de meios de hospedagem que fazem parte desta nova classificação, com isso se percebe a importância de se criar métodos para incentivar os empreendedores a cumprir essas novas normas, pois estas se mostram de estrema importância para proporcionar ao turista o conhecimento sobre os serviços que este pretende adquirir.
Além da nova matriz de classificação o Ministério do Turismo em parceria com os Órgãos Oficiais de Turismo dos estados de todo o país criaram o CADASTUR - Sistema de Cadastro de pessoas físicas e jurídicas que trabalham no setor turístico. Esse sistema permite o acesso a diferentes dados sobre os prestadores de serviços turísticos cadastrados e foi criado com o objetivo de ordenar a formalização e a legalização dos prestadores de serviços turísticos no país, pelo cadastro de empresas e profissionais do setor turístico.
3. O CONTEXTO TURÍSTICO-HOTELEIRO DA PRAIA DO CUMBUCO
O Cumbuco era originalmente uma vila de pescadores, ao seu redor só mar, dunas impressionantes e lagoas. De acordo com informações dos nativos o nome da praia origina – se do tupi-guarani e significa “onda longa e baixa".
Descoberto pelos turistas franceses na década de 80, o lugarejo se localiza numa estreita faixa entre imensas dunas e a praia. Com apenas uma rua principal, que corta o local de ponta a ponta, Cumbuco oferece uma excelente infraestrutura hoteleira e lojas de artesanato.
É uma das praias do litoral oeste preferidas pelos turistas que visitam o Ceará. Possui uma representativa rede hoteleira, mansões de veraneio e se destaca
pela oferta de passeios de buggies na praia, nas dunas e de jangada no mar. Na vila, originalmente ocupada pelos pescadores, hoje, pode – se encontrar bons restaurantes principalmente de culinária internacional, devido à presença marcante de estrangeiros que estão investindo no turismo do município. 
Devido os bons ventos e as condições geográficas do local o Cumbuco também é conhecido por receber competições de esportes náuticos como o windsurf e kitsurf, além de outros esportes que necessitam do vento para aumentar a emoção. Esses eventos atraem muitos turistas e reúne atletas nacionais e internacionais durante os dias de competições. 
Segundo a Superintendência do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), no ano de 2007, para o município de Caucaia foram solicitadas 22 licenças para construção de empreendimentos, destes 18 estão localizados no litoral, ou seja, 82% do total, distribuídos pelas cinco localidades litorâneas. A praia do Cumbuco nesse mesmo ano foi responsável por concentrar 9 empreendimentos entre complexos hoteleiros e hotéis pousadas, abarcando assim, boa parte dos investimentos privados voltados ao setor turístico. Nos últimos anos, o Cumbuco vem passando por um processo de expansão no mercado de empreendimentos hoteleiros, sendo grande parte dos investidores estrangeiros. Atualmente conta com cerca de 30 meios de hospedagens e é um dos lugares turísticos privilegiados no Ceará, pois os investimentos estatais e privados estão concentrados nesta localidade.
A ocupação da praia do Cumbuco é bem diferenciada em relação às localidades litorâneas de Caucaia. A praia é considerada pólo de concentração de turismo nacional e internacional. É lá que se concentra o maior fluxo de turistas que visitam o município. A imagem que é vendida do Cumbuco é a de um lugar exótico, com ventos fortes e belas dunas. O turismo ali é, principalmente internacional. Para atingir esse reconhecimento fora do país, é fundamental o papel da propaganda excessiva, vinculada no Brasil e no exterior. Segundo Almeida (2001, p. 189), “o excesso de propaganda sobre a rara beleza cênica do local, aliada a uma distância de trinta e poucos quilômetros de Fortaleza, atraiu brasileiros e forasteiros de várias nacionalidades”.
Apesar de ser conhecido como um lugar de turismo de elite, realizado por pessoas de alto poder aquisitivo e estrangeiro, também ocorre o turismo de massa, através de excursões via terrestre, oriundos de Fortaleza e de outros estados com destaque para São Paulo por meio de contratação de pacotes turísticos com preços mais acessíveis exatamente pelo fato de não realizar-se por via aérea e sim terrestre, combinado com a utilização de equipamentos turísticos de categoria regular ou razoável, como pequenas pousadas. (Morais, 2008, p.67)
Por ser um local frequentado por um público mais “elitizado” é interessante ressaltar que mesmo no turismo de massa, representado pelos turistas nacionais, ocorre segregação espacial nos lugares turísticos do Cumbuco. O público local opta por lugares mais populares, eles buscam as barracas de praias, enquanto os turistas do sudeste e de outros países buscam os restaurantes mais sofisticados e com um pouco mais de conforto. 
O turismo individual é praticado pelo turista sozinho ou em pequenos grupos de amigos ou familiares, contudo, esse tipo de turismo não é frequente no Cumbuco. Já o turismo gerido por agências de viagem é muito evidente. O turismo itinerante está presente através dos indivíduos que viajam seguindo roteiro pela zona litorânea visitando outras praias pela costa do sol poente.
Os meios de transportes utilizados com maior frequência como forma de acesso são: os ônibus de linha regular, carros particulares ou alugados, táxis ou ônibus fretados pelas agências de turismo.
No Cumbuco as opções de hospedagem encontradas são pousadas, hotéis, chalés, apartamento em condomínio, residências para temporadas e resorts. Alguns apresentam edificações menos sofisticadas, outras dispõem de maior luxo. A grande maioria oferece quartos com ar condicionado, banheiro, televisão e frigobar.
Atualmente, de acordo com informações da administração da Pousada pesquisada nesse artigo a praia mudou um pouco cenário para ser receber os profissionais do Porto do Pecém, que escolhem se hospedar no Cumbuco devido sua proximidade com o centro de Caucaia e Fortaleza. Alguns desses trabalhadores do Porto são transferidos de onde moravam para cá e, por esse motivo se fixam no local e trazem suas famílias, passando a morar em condomínios ou em residências alugadas por temporadas. Outros como os executivos optam por se hospedar em hotéis ou pousadas, por um período menor de tempo, porém retornando com mais frequência do que um turista de lazer.
Observando os dados acima citados pode – se concluir que a maior concentração de meios de hospedagem nos municípios turísticos está localizada no litoral, evidenciando a importância da atividade turística para a economia do município de Caucaia. Pois com os turistas de negócios o setor hoteleiro consegue equilibrar a oferta e a demanda durante o período de baixa estação.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS: O CASO DA POUSADA A
A Pousada A foi fundada em 01 de dezembro de 2008 pelo proprietário e administrador Aprígio Mendes na praia do Cumbuco – Caucaia – Ce. 
A missão da pousada é "Um paraíso ao seu alcance". Essa frase foi escolhida para definir a cultura organizacional da empresa. Resume assim o principal objetivo que é proporcionar aos hóspedes dias de tranquilidade e de conforto, num ambiente charmoso e de requinte, tanto como rústico, aprimorado com um toque bastante acolhedor, ideal para tirar umas boas férias em família.
Os valores da empresa são definidos pelo administrador como: melhorar dia após dia, mostrando criatividade e gosto por aquilo que se faz; acolhimento e atendimento de excelência; rapidez e objetividade no serviço prestado, procurando ser sempre proativo; atenção constante a todos os parâmetros de qualidade; corretos, honestos e transparentes, é a ética da empresa; ultrapassar os objetivos propostos; jamais esquecer a lealdade para com o cliente; ambição de ser mais eficientes e eficazes na resposta às solicitações dos clientes.
A pousada, conta com instalações novas, possui um maravilhoso jardim com diversas áreas de descanso, um terraço com vista para a praia e dunas, uma piscina com churrasqueira, um jacuzzi ao ar livre, SPA, internet wi-fi, serviço de lavanderia, serviço de bar, estacionamento (limitado) e um total de 14 suites (entre standard e master), sendo uma delas é adaptável para cadeirante, perfazendo uma capacidade máxima para 45 hóspedes. 
Após o levantamento dos dados da pousada, foi aplicado um questionário com o gestor e um com o hóspede de negócios. Os resultados dessa pesquisa serão mostrados a seguir.
A Pousada A tem um porte de pequena empresa, pois só dispõe de 14 apartamentos e seu sistema organizacional é bem simples e objetivo. A quantidade total de funcionários é cinco, sendo 01 cozinheira; 02 camareiras, 01 recepcionista e 01 funcionário de serviços gerais. Todos os funcionários residem no município de Caucaia. Não há contratação temporária de funcionários em épocas de maior fluxo de turistas.
Figura 1
 
Proprietário: cabe a ele a função de organizar parcerias, de fazer as compras de suprimentos e equipamentos necessários para a Pousada, coordenar a quantidade de refeições a serem servidas no restaurante da pousada, organizar as reservas dos hóspedes e cuidar dos serviços burocráticos, como os impostos.
Recepcionista: tem como responsabilidade receber e registrar os hóspedes, distribuir quartos e chaves, fornecer informações a respeito dos serviços oferecidos pelo hotel, receber pagamentos, manter um registro dos quartos disponíveis para ocupação. 
Cozinheira: trabalha no preparo das refeições do restaurante da pousada.
Camareiras: cabe a elas manter os quartos em ordem e limpos para os hóspedes, elas são responsáveis por zelar pela aparência e deixar os quartos
bem apresentáveis.
Serviços gerais: auxilia em todas as áreas do hotel, quando necessário, também cuida da manutenção de equipamentos, da limpeza e de pequenos reparos.
Apesar de pequena a pousada recebe um bom fluxo de hóspedes, de acordo com o administrador nos anos de 2011 e 2012 a pousada hospedou 100% de turistas estrangeiros. 
O período do ano que mais se recebe hóspedes na pousada como destaco no gráfico abaixo são os meses de janeiro, julho, agosto e dezembro.
Gráfico 1.
Como podemos observar o fluxo de turistas aumenta na alta temporada. Pois janeiro, julho e dezembro é o período das férias de brasileiros e agosto é o período de férias dos europeus e alguns hóspedes são considerados fixos, pois são funcionários do Porto Pecém que estão hospedados na pousada a trabalho.
Apesar de oferecer serviço de SPA a maior parte dos visitantes vai para passar se hospedar. A média de permanência deles na pousada é de no mínimo duas diárias. A Pousada oferece para os hóspedes serviço de bar na piscina e hospedagem com café – da – manhã. O principal atrativo da Pousada A é a tranquilidade, pois a pousada possui um ambiente ideal para descanso.
Os serviços específicos oferecidos pela pousada são: reserva online, por telefone ou através  de e-mails. A arrumação dos quartos e troca de toalhas/lençóis é feita até 11 horas; os apartamentos possuem camas king size, banheiro com água quente (energia solar), TV a cabo, ar condicionado. Porém não há serviço de quartos fora do horário (de 08 às 11h). O café da manhã é servido no salão. Os tipos de alojamentos oferecidos são solteiros, duplos, triplos e quádruplos. 
A pousada ainda não é classificada pela a SBClass, pois ela ainda não é cadastrada no programa sugerido pelo Ministério do Turismo. Ela também não possui nenhuma outro tipo de classificação anterior a SBCLASS que a caracterize como pousada.
O administrador não aplica questionários de controle de qualidade com os hóspedes e também não existe nenhum órgão específico para fiscalizar esse controle. A pousada também não faz parte de nenhuma associação. Segundo o administrador o controle de qualidade é feito pelo o método antigo, o de indicação entre os amigos dos hóspedes que gostaram de se hospedar no local.
Como podemos observar no gráfico acima a pousada tem uma clientela fixa tanto na alta estação, quanto no período de baixa estação. Os turistas de negócios representam aproximadamente cerca de 10% dos hóspedes que procuram a Pousada A nesses períodos como meio de hospedagem. No ano de 2012 a pousada recebeu cerca de 80% dos hóspedes que trabalhavam no Porto do Pecém e utilizavam o serviço de hospedagem da pousada.
De acordo com o questionário aplicado com o hóspede podemos perceber quais os tipos de serviços que o turista de negócios utiliza no meio de hospedagem.
O hóspede entrevistado foi um engenheiro elétrico, com faixa etária entre 30 e 35 anos, possuía nível superior, casado e era de São Paulo. Ele está hospedado na pousada a trabalho desde janeiro de 2013 com intervalos de 01 semana a cada mês para voltar a São Paulo.
Ele utiliza a pousada somente como dormitório, pois no período da manhã e tarde ele fica no Complexo industrial do Pecém.
Entre serviços que ele mais consome na pousada estão: o de estacionamento, o wi-fi e a piscina. Segundo o hóspede os serviços de estacionamento ele utiliza muito por causa do trabalho. Como o porto fica distante da pousada ele precisa utilizar o carro da empresa para ir trabalhar. Já o segundo serviço mais usado por ele, como podemos ver no gráfico abaixo é o de internet. Ele utiliza para se comunicar com a família que mora em São Paulo e para trabalhar. O serviço de lavanderia também é bastante usado pelo hóspede. Quanto à piscina ele comenta que costuma utilizar no final de semana e às vezes à noite.
Gráfico 2
Quando perguntado que nota ele daria para esta pousada quanto o seu grau de satisfação ele respondeu que daria 8,5, pois apesar de ser um ambiente aconchegante e tranquilo, que é o que ele busca ao final de um dia de trabalho cansativo ele gostaria que a pousada oferecesse o serviço de restaurante, pois normalmente ele tem que sair a noite ou no fim de semana para fazer suas refeições. 
5. CONCLUSÃO
Considerando os dados expostos em nossa análise, observamos a importância da utilização do Parque Hoteleiro de Caucaia pela demanda do Porto do Pecém. Podemos perceber através da pesquisa feita na Pousada A, que com a implantação do complexo industrial no Pecém a praia do Cumbuco acrescenta mais uma segmentação turística entre as várias que já possui. O turismo de negócios.
 Esse tipo de turismo ainda é novo no cumbuco, mas está em processo de expansão. À medida que novas usinas e indústrias vão se instalando no Pecém mais turistas desse segmento vão surgindo no local onde era dominado pelo turismo de lazer e desporte.
O fato de o Cumbuco ser escolhido por esse ainda pequeno grupo de turistas é sua proximidade com o centro de Caucaia e de Fortaleza e também por concentrar boa parte dos meios de hospedagens próximo ao Pecém. Meios de hospedagens, bastante conhecidos nacionalmente e internacionalmente.
REFERÊNCIAS
"Introdução a Turismo e Hotelaria" SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Editora Senac Nacional – 1998. Disponível em: http://hu60.com/assuntos/origexphotel.php. Acesso 25/05/2013.
Acesso em: 22/05/2013
ALMEIDA, Maria Geralda de. Turismo e os novos territórios no litoral cearense.In: RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e Geografia: reflexões teóricas e enfoques regionais. 3 ed. São Paulo: Hucitec, 2001.
AMAZONAS, E. A hotelaria no mundo, 2002. 
Apostila Fundamentos da Hotelaria. Tecnologia em hospedagem. (Ifce – CE)
Atividades em Cumbuco. Disponível. http://www.portalcumbuco.com.br/cumbuco_atividades.htm . Acesso em 21/06/2013
BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. São Paulo: SENAC, 1997.
Cumbuco. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cumbuco/cumbuco.php . Acesso em 21/06/2013
DAVIES, Carlos Alberto. Manual de hospedagem: Simplificando ações na hotelaria, 2° Ed.Caxias do Sul: Educs, 2003.
DIAS, C.M.M. Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002.
DUARTE, V.V. Administração de sistemas hoteleiros. São Paulo, 1996.
DUARTE, Vladir Vieira. Administração de Sistemas Hoteleiros - Conceitos Básicos. São Paulo: SENAC, 1996.
IGNARRA, L.R. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira, 1999.
Marcos_Conceituais. Turismo de Negócios e Eventos, p. 45 Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Marcos_Conceituais.pdf Baixado em: 30/06/2013
MENESCAL, L.C.A.; GONÇALVES, M.H.B. Introdução a turismo e hotelaria. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1998.
MINISTERIO DO TURISMO. Novas matrizes para Classificação Hoteleira Selo de Qualidade em Turismo Estudo de Viabilidade para implantação de Hotel Conceito.Brasília, 2010.
MORAIS, Lúcia de Fátima Sabóia. Características do turismo e suas relações com o meio ambiente na praia do Cumbuco, Caucaia-CE. 2008. 78 f. Monografia (Especialização em Geografia do Turismo e Gestão Ambiental em Municípios) Universidade Federal do Ceará, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Fortaleza, 2008. 
NASCIMENTO, J.L.B. Reflexões sobre a Hospitalidade Paraense: a trajetória da acolhida no Estado do Pará, 2006 
NUNES, A.T. Emprego de um sistema de informação geográfica (sig) para suporte ao planejamento do produto hoteleiro, apresentando um caso para uma região da cidade de são paulo. 2004. 100f. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil, São Paulo, 2004.
O Cumbuco. Disponível em: http://www.visiteabahia.com.br/visite/destinos/br-ceara/detalhes.php?id=107 . Acesso em 21/06/2013
OMT – introdução ao turismo 2001
PIRES, M.J. Raízes do Turismo no Brasil. 2ª. ed. São Paulo: Manole, 2002.
Plano Estratégico do município.
PDDU/Caucaia. Disponível em: http://www.caucaia.ce.gov.br/sessoes/cidadao/pdf/outras/Plano_Estrategico.pdf. Baixado em: 17/06/2013
REIS, Juvenal. Apostila da História da Hotelaria. CEATEL (Senac – SP)
REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE TURISMO – ISSN: 1806-9169 Ano IX – Número 17 – Junho de 2012 – Periódicos Semestral. Disponível em: http://www.revista.inf.br/turismo17/artigos/TU917111.pdf. Baixado em 01/06/2013
RIBEIRO, Karla Cristina Campos Meios de hospedagem - http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_hosp_lazer/061112_meios_hosp.pdf. Baixado em 01/06/2013
SBCLASS - MTUR disponível em: http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Sobre.action
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Introdução a Turismo e Hotelaria. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1998
Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem WALKER, J.R. Introdução à hospitalidade. São Paulo: Manole, 2002.
Sistema de Classificação de meios de hospedagem disponível em http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Sobre.action Acesso em 31/05/2013
TERRA, A; MALHEIRO, H; CORRÊA, U.P. O Perfil do Empreendedor na Hotelaria Paraense. 2006. 46 p. TCC. Disponível em: http://alunoesperto.com/o-perfil-do-empreendedor-na-hotelaria-paraense. Acesso em 28/05/2013
TURISMO LITORÂNEO NA METRÓPOLE CEARENSE: O CASO DE CAUCAIA, CEARÁ, BRASIL Conex. Ci. e Tecnol. Fortaleza/CE, v. 4, n. 1, p. 72 72-81, nov. 2010. Disponível em: http://revistaconexoes.ifce.edu.br/index.php/conexoes/article/download/365/275. Baixado em 22/06/2013

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando