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Obtenção e Processamento de Metais Obtenção do aço - siderurgia - PRINCIPAIS ETAPAS DO PROCESSO SIDERÚRGICO 1) PREPARAÇÃO DA CARGA: Minério, carvão vegetal ou mineral (88% C) e CaCO3 (fundente) 2) REDUÇÃO: Fabricação do Ferro Gusa ou Ferro Esponja 3) REFINO : Fabricação do Aço 4) CONFORMAÇÃO MECÂNICA: Laminação, Trefilação e Forjamento Fluxograma produção 1) ALTO FORNO 2) ACIARIA 3) LAMINAÇÃO 4) TREFILA ALTO FORNO - produz o ferro gusa, ele trabalha em regime de contracorrente - a carga é carregada em camadas pelo topo e desce por gravidade, reagindo com o ar quente. FEA - aciaria elétrica - o aço líquido é obtido a partir da carga sólida - sucata de aço. No FEA, o calor para a fusão da carga é gerado por arcos elétricos que se formam entre os 3 eletrodos de grafite e a carga metálica. Produtos siderúrgicos comuns Ferro gusa e ferro esponja - matéria-prima para a fabricação do aço e do ferro fundido. Aço comum - liga de ferro e carbono variando entre 0,008 e 2,11 %C contendo Mn mais impurezas como S e P e, eventualmente, Si e Al Aço liga - liga de ferro e carbono variando entre 0,008 e 2,11%C contendo Mn mais impurezas como S e P mais elementos de liga como Al, Si, Ni, Cu, Cr, Nb, Sc, Mo, W, V, Ti e outros. Ferro fundido comum - liga de ferro e carbono variando de 2,11 e 6,67%C contendo mais impurezas como S e P. Produtos siderúrgicos comuns Ferro fundido liga - liga de ferro e carbono variando de 2,11 e 6,67%C contendo mais impurezas como S e P com um ou mais elementos de liga que foram intencionalmente adicionados visando conferir alguma propriedade. Ferro-Liga: produto de adição nas cargas e dos produtos siderúrgicos. São ligas de ferro com metais ou não-metais em que o C não é o principal elemento de liga. Ex. Fe-Si, Fe-Mn, Fe-W. Ferro Eletrolítico: Fe com maior grau de pureza obtido por processo eletrolítico ou deposição catódica a partir do Fe Fundido. Contém 99,96% de Fe e 0,04% de C ou outras impurezas. Produção do Al Pode ser primária - obtido através da redução do minério ao estado metálico, processo realizado em altas temperaturas, com elevado consumo de energia. 1. Bauxita 2. Al2O3 (alumina) é separado dos demais utilizando soda cáustica a quente. 3. O Al2O3 dissolve-se sendo separado por decantação; 4. Redução do Al2O3 com CO 5. Redução do Al2O3 através de Eletrólise e Fusão em Sais: formação de gases do efeito estufa Produção do Al Ou pode ser secundária - Reciclagem - através da sucata. Evita extração da bauxita e tem menor custo pq gasta menos energia. DUREZA Medida da resistência de um material à deformação plástica. O ensaio de dureza pode utilizar diferentes métodos de medições: 1. Dureza de penetração - escala Rockwell, Brinell, Vickers e Knoop 2. Dureza de risco - escala Mohs 3. Dureza de impacto - escala Shore Curva tensão deformação (a) é uma curva típica para aços de alta resistência, (b) para aços de baixo / médio carbono (c) para ferro fundido cinzento, (d) para materiais bastante maleáveis como cobre. Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young Está relacionado com a rigidez do material ou a resistência à deformação elástica. E está relacionado diretamente com as forças das ligações interatômicas. Ductilidade Deformação plástica total até a ruptura. Resiliência Capacidade do material de absorver energia quando este é deformado elasticamente e no descarregamento, ter recuperada esta energia. Materiais resilientes são aqueles que têm alto limite de escoamento e baixo módulo de elasticidade (metais utilizados em molas) Tenacidade Capacidade do material de absorver energia até sua ruptura. Tenacidade por impacto é determinada no ensaio Charpy. A tenacidade à fratura e crescimento de trinca por fadiga é determinada por K1C (trincas em materiais frágeis e duros), Integral J ou CTOD (trincas em materiais dúcteis). A geometria do corpo de prova, a forma como a carga é aplicada e a presença ou não do entalhe são importantes na determinação da tenacidade à fratura. Tratamentos Térmicos O desenvolvimento de características mecânicas desejáveis para um material resulta, muitas vezes, de uma transformação de fase (alteração no número e/ou na natureza das fases que constituem a microestrutura de uma liga). Fatores que influenciam nos TT: 1. Composição química - % de elementos de liga, 2. Temperatura final de aquecimento – função da composição química. 3. Tempo de manutenção (encharcamento da peça) 4. Meio de resfriamento da peça 5. Forma e tamanho das peças – influi nos itens 3 e 4. Recozimento Pleno e Têmpera – ao longo de A3 e A1 Normalização – ao longo de A3 e Acm Austenita - Fase sólida não magnética constituída de ferro CFC Ferrita - Fase sólida magnética de ferro puro CCC - é macia e se corrói mais facilmente que a cementita (fe3c) Perlita - lamelas de cementita em uma matriz de ferrita Ledeburita - estrutura eutética de austenita e cementita em equilíbrio metaestável. Um resfriamento continuado provoca a decomposição da austenita (abaixo de 723°C) em ferrita e cementita (perlita) sobre um fundo de cementita, como resultado da reação eutetóide. Apresenta-se na forma de bastonetes de perlita em uma matriz de cementita. Cementita (fe3c) - Duro e quebradiço, não magnético, ortorrômbico, composto intermediário metaestável (perde estab. fácil), a adição de Si acelera a decomposição da cementita para formar a grafita Esferoidização ou Coalescimento Para aços com teor acima de 0,6%C. Globulizar a cementita de contorno de grão e das lamelas de perlita para melhorar a usinabilidade dos aços. O tempo de aquecimento ocorre em tempos relativamente longos para permitir que a desagregação da cementita ocorra. Após este período o resfriamento poderá ser ao ar. 1. Glóbulos de cementita sobre uma matriz perlítica – ocorre uma melhoria da usinabilidade; 2. Glóbulos de Fe3C embutidos numa matriz contínua de fase (ferrita) – facilita operações como de conformação e corte a frio. cementita esferoidizada na matriz de ferrita. Recozimento Pleno 1) Os aços hipoeutetóides (teor de C< 0,8%) são aquecidos numa faixa de temperatura cerca de 30 a 50 °C acima da linha A3 e os aços eutetóides e hipereutetóides serão aquecidos numa faixa de temperatura cerca de 30 a 50 °C acima da linha A1; 2) Manutenção ou "encharcamento" à temperatura, 3) Resfriamento lento até à temperatura ambiente (usualmente no forno desligado 1. Remover tensões de trabalho a frio ou a quente; 2. Produz uma microestrutura normalmente de perlita grosseira – microestrutura ideal para melhorar a usinabilidade de aços de baixo e médio C. 3. Diminuir a dureza; 4. Modificar propriedades como resistência à tração e ductilidade; 5. Ajustar o tamanho de grão; 6. Alterar propriedades elétricas e magnéticas; 7. Homogeneizar a estrutura bruta de fusão; 8. Eliminar ou apagar tratamentos térmicos anteriores ou mal executados. Normalização 1) Aquecimento até aproximadamente 30 a 50°C acima da temperatura de austenitização (transformação total para austenita ), que é dependente da composição (entre A3 e Acm). 2) Tempo de manutenção suficiente na temperatura escolhida para homogeneizar a peça em toda seção. 3) Resfriamento ao ar. É indicada para homogeneização da estrutura após forjamento e antes da têmpera e do revenimento. Tem os mesmos objetivos do recozimento pleno com o plus de: 1. Alívio de tensões de peças fundidas ou laminadas e forjadas. 2. Refino das lamelas de perlita - aços perlíticos finamente granulados têm melhores propriedades mecânicas do que aqueles de granulação grosseira. 3. Refino de grãos e homogeneização da estrutura - diminuição do tamanho de grão médio. 4. Refino de estruturas brutas de fusão. 5. Melhoria da usinabilidade para aços de baixo carbono. Emrelação ao Recozimento Pleno o aço Normalizado apresenta: - Maior resistência à tração; - Maior dureza; - Menor ductilidade; - Menor alongamento Têmpera 1) Aquecimento: Aços hipoeutetóides: 30 a 50°C acima de A3; Aços eutetóides e hipereutetóides: 30 a 50°C acima de A1; 2) Manutenção na temperatura; 3) Resfriamento rápido. Dependendo da velocidade de resfriamento e da espessura da peça obtém-se a estrutura martensítica (TCC) até uma determinada profundidade. O resfriamento das partes internas é mais lento que o da superfície. O resfriamento desigual provoca tensões internas pois a região superficial se contrai mais rapidamente que o interior. Formação da martensita a) Células unitárias de Fe CFC e CCC. b) Duas células CFC adjacentes formam uma célula TCC. Se for sujeita a uma certa deformação ela se torna uma célula CCC. Martensíta: TCC formada por Fe supersaturado de C intersticial. Devido a distorção para TCC, todo C permanece “aprisionado” em solução sólida dificultando o escorregamento dos planos com orientação cúbica Têmpera e Revenido A martensita resultante desse TT, apresenta: • Alta dureza; • Alta resistência à tração e ao desgaste; • Boas características de resistência à corrosão; • Baixa ductilidade e tenacidade; • Elevada fragilidade. Desta forma, a peça torna-se muito quebradiça não se adequando à aplicações mecânicas e estruturais. Para torná-la adequada às aplicações que se propõe, deve-se eliminar ou minimizar a fragilidade de têmpera e melhorar a tenacidade e a ductilidade do componente. Isto se consegue submetendo a peça, após têmpera, a um recozimento subcrítico específico denominado de REVENIDO. SEMPRE após a Têmpera deve-se executar um TT de Revenimento Revenimento O Revenido é realizado nos aços abaixo de 723°C imediatamente após a têmpera. Usado para atenuar tensões residuais inerentes do processo de fabricação do material. Ocorre assim, um alívio das tensões internas e mudanças na estrutura da martensita (de TCC para CCC) Reduz a dureza excessiva após a têmpera e a fragilidade do aço. Ajusta da resistência mecânica, a resistência ao impacto (tenacidade) e o alongamento. Martensita revenida – é uma estrutura composta de partículas de cementita muito pequenas e uniformemente dispersas en uma matriz contínua de ferrita. As propriedades mecânicas dependem do tamanho das partículas de Fe3C. Martensita não revenida tem aparência de agulha (estrutura acicular) ou ripa (< 0,6 %C) ou, ainda, forma de placa ou chapa (>0,6 %C). Pode haver austenita retida que não tenha se transformado no resfriamento. Endurecimento Superficial Gera superfície endurecida com alta dureza, grande resistência ao desgaste e à abrasão. Ex. Engrenagens - apenas a superfície deve ser dura o bastante para ser resistente ao desgaste Além do encruamento alguns dos métodos são: Têmpera superficial, Tratamentos Termoquímicos: Cementação, Nitretação, Deposição de Filmes Finos e Tratamentos químicos como a cromagem dura e a niquelação química Têmpera Superficial O endurecimento, dá-se pela formação da martensita. O arranjo físico do processo depende da forma geométrica da peça a tratar. Normalmente há necessidade de revenido que, em geral, é feito sob temperaturas mais baixas que as da têmpera convencional. Este tratamento não é indicado para aços com teores de C abaixo de0,4% devido a eventual falta de C para formar a estrutura martensítica. A superfície da peça é aquecida por chama ou por indução e, logo em seguida, exposta ao meio de resfriamento que pode ser água, óleo, jatos de ar e outros. Objetivos: 1. Superfícies de alta dureza e resistentes ao desgaste; 2. Resistência à fadiga por dobramento; 3. Capacidade de resistir a cargas de contato; 4. Resistência ao empenamento satisfatória. 5. Aços utilizados na têmpera superficial A dureza da martensita depende de sua tetragonalidade. Para que se obtenha uma superfície endurecida de modo satisfatório, os aços a serem tratados devem possuir teor de Carbono no mínimo de: 0,4%C para aços ligados e 0,5%C para aços carbono. Cementação É o endurecimento superficial que se dá pela difusão de C na peça imersa no meio de cementação aquecido sob temperatura, em geral, entre 900 e 950°C Os meios de cementação devem ter C na composição e podem ser sólidos (carvão vegetal, por exemplo), líquidos (mistura de sais fundidos como cianetos, carbonatos e outros) ou gasosos- cementação via gasosa (hidrocarbonetos como propano e outros). Nitretação O N é difundido superficialmente, formando nitretos, que são substâncias duras. A peça é imersa no meio de nitretação, em temperaturas baixas, menor temperatura, menor tendência de deformação. Os meios podem ser líquidos (mistura de sais fundidos como cianetos), gasosos (amônia, por exemplo) ou plasma. A dureza superficial é próxima ao valor obtido na cementação Nitretação Plasma ou Iônica Trata-se de um gás de baixa densidade em que os átomos individuais estão carregados eletricamente, mantendo uma carga elétrica global neutra. A técnica se baseia na interação do plasma com a superfície da peça que se deseja nitretar. Um reator hermeticamente fechado, possuindo em seu interior dois eletrodos, é interligado a uma fonte de tensão a um sistema de vácuo. Entre dois eletrodos é aplicada uma diferença de potencial necessária para gerar plasma. Devido a esta diferença de potencial, as moléculas neutras do gás nitretante ionizam-se, formando o plasma. O bombardeamento de íons provoca o aquecimento da peça, limpando a superfície além de fornecer N ativo para ser absorvido pelo aço. Desta forma, as peças a serem nitretadas (cátodo), são revestidas pelo plasma. Filmes Finos A deposição física a vapor (PVD) e a deposição química a vapor (CVD) são dois processos utilizados para aplicar recobrimentos duros para melhorar o desgaste. PVD: neste processo as espécies do filme são arrancadas fisicamente de uma fonte, por temperatura (evaporação) ou por impacto de íons (Sputtering), e como vapor se deslocam até o substrato através de uma região de baixa pressão condensando na forma de um filme fino. Aplicam-se revestimentos de TiCN, TiN, TiAlN... Espessura de camada entre 1 e 8 um. CVD: a deposição ocorre por meio de uma reação química entre gases. Ex: hidrogênio, cloreto de titânio e metano, em atmosfera de N, para criar um recobrimento de TiCN, ou TiN. A espessura de camada pode atingir 180 um. Cromagem Dura O Cromo Duro Industrial é uma camada obtida por eletrodeposição ou imersão de Cr hexavalente (poluente e cancerígeno). Pode haver a deposição de uma camada intermediária de Ni ou Cu ou mesmo ambas para melhorar a aderência. Na superfície cromada, forma-se uma película de óxido de cromo, bastante estável e de alta dureza resistente ao desgaste, resistente à corrosão, com baixo coeficiente de atrito, permitindo a redução de lubrificantes. Numa superfície cromada, devido a baixa rugosidade, praticamente não há adesão de partículas, eliminando-se assim o perigo de incrustações e engripamentos durante o trabalho. Usado em ferramentas e partes de automóveis, atuadores pneumáticos e equipamentos em geral. AÇO É uma liga de Fe e C A 727ºC o valor de 0,02%C corresponde ao limite máximo de solubilidade do C no Fe α (ferrita). E a 1147ºC o valor de 2,14%C corresponde ao limite máximo de solubilidade do C no Fe γ (austenita). ❖ Essa quantidade de C depende da presença ou não de elementos de liga nos aços. Caso o aço apresente elementos de liga na sua composição o % de C tende a diminuir, então classifica-se os aços de acordo com a composição - AÇO CARBONO e AÇO LIGA AÇOS CARBONO Os Aços-carbono possuem na sua composição apenas quantidades limitadas dos elementos C, Mn, S e P. Outros elementos existem apenas em quantidades residuais. Baixo carbono possuem nomáximo 0,3% C; Médio carbono possuem de 0,3 a 0,60% C; Alto carbono possuem de 0,60 a 1,40% C. Aços utilizados na têmpera devem possuir teor de Carbono no mínimo de 0,3% C para aços carbono para que se obtenha uma superfície endurecida. Aço Baixo Carbono ↓resistência mecânica e dureza e ↑ tenacidade e ductilidade. São usináveis e soldáveis. São vendidos na condição de normalizados. • Aplicações: chapas para automóveis, perfis estruturais e placas utilizadas na fabricação de tubos, construção civil, pontes e outros. • Processos: estampagem, dobramento, corte, usinagem, soldas, rebitagem. Processos de acabamento: jateamento, pintura, polimento. Aço Médio Carbono Possuem C suficiente para tratamentos térmicos de têmpera e revenimento além de serem normalizados. Possuem ↑ resistência e dureza e ↓ tenacidade e ductilidade do que os aços baixo carbono. • Aplicações: chapas, tubos, tarugos, produtos para construção civil. • Processos: estampagem, dobramento, corte, usinagem, soldas, rebitagem. Processos de acabamento: jateamento, pintura, polimento. Aço Alto Carbono Ótimo comportamento em altas temperaturas e resistência ao desgaste. Ótimos para temperar e revenir. Aplicações: talhadeiras, folhas de serrote, martelos, facas, etc. Processos: estampagem, dobramento, corte. Usinagem difícil. Soldagem difícil. Aços Liga Contêm quantidades específicas de elementos diferentes daqueles normalmente utilizados nos aços comuns. Estas quantidades são determinadas com o objetivo de promover mudanças nas propriedades físicas e mecânicas do produto. São considerados aços-liga todo o aço que possua quantidades mínimas de elementos de liga adicionado com o intuito de melhorar as propriedades mecânicas e a tenacidade, com ou sem tratamentos térmicos. A designação SAE-AISI considera como aço-liga aqueles que ultrapassam os limites de 1,65% Mn, 0,60% Si ou 0,60% de Cu. Os aços-liga costumam ser designados de acordo com o(s) seu(s) elemento(s) predominante(s), como aço-níquel, aço cromo e aço-cromo-vanádio. Os aços-liga seguem as mesmas classificações do aço-carbono. Aço baixa liga: Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga não ultrapassa 5%. Aço média liga: Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga está entre 5% e 12%. Aço alta liga: Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga é no mínimo 12%. Os aços liga podem ser encontrados em praticamente todos os segmentos industriais, devido ao grande número de elem. de liga Ferros Fundidos São ligas do sistema Fe-C nas quais o conteúdo de C excede o limite de solubilidade da austenita na temperatura do eutético (2,11%C) de modo a resultar C parcialmente livre, na forma de veios, lamelas ou nódulos de grafita. São produzidos a partir do ferro-gusa refundido e sucatas, mediante procedimentos para reduzir teores de elementos indesejáveis como P e S. Teores crescentes de C baixam a temperatura de fusão (eutético). Isto facilita o processo de fundição e moldagem. Quanto maior o teor de C mais dura é a liga e mais difícil de ser trabalhada tanto a frio ou a quente, difícil de usinar. Propriedades Fofos mudam em função da concentração de C e elementos de liga como Si, Mg, Ce... e do tratamento térmico Vantagens do emprego dos Ferros Fundidos: 1. Temperatura de fusão mais baixa; 2. Menor consumo de combustível; 3. Menor consumo de refratários; 4. Boa resistência à compressão; 5. Fabricação de peças inteiras e de formato complicado. Desvantagens do emprego dos Ferros Fundidos: 1. São frágeis e quebradiços; 2. Baixa resistência à tração e à flexão; 3. Baixa resistência ao impacto (fofo branco e cinzento O sistema de classificação dos aços varia de acordo com o tipo de ferro fundido em função da morfologia da grafita e da composição química. Ferro Fundido Cinzento C entre 2,5 e 4%, Si entre 1 e 3%. Grafite em forma de veios cercados por ferrita/perlita. O nome vem da cor típica de uma superfície de fratura. Os veios funcionam como pontos de concentração de tensão e iniciam fratura sob tração. 1. Mais resistente sob compressão do que tração. 2. Ótimo amortecedor de vibrações. 3. Resistente ao desgaste, baixa viscosidade quando fundidos, permitindo moldar peças complexas. 4. Mais barato de todos os materiais metálicos. 5. Utilizado na fabricação de panelas, pistões, cilindros, adornos, móveis... 6. Ótimo amortecedor de vibrações. Geralmente materiais mais moles absorvem mais facilmente as vibrações. 7. A grafita é responsável pelo amortecimento, pois atua como falha na microestrutura 8. As normas técnicas classificam os FoFos Cinzentos com base nos limites de resistência à tração. FERRO DÚCTIL OU NODULAR A adição de Mg ou Ce ao FoFo Cinzento faz com que o grafita se forme em nódulos esféricos e não em veios. 1. Tem muito mais ductilidade, resistência e tenacidade, se comparado aos aços. 2. Tem boa fluidez. 3. Microestrutura: 1. estado bruto de fusão: perlita, ferrita e grafita; 2. estado recozido: ferrita e grafita; 3. normalizado: ferrita-perlita; 4. estado temperado e revenido: martensita revenida e grafita. 4. Usado em válvulas, corpos de bombas, engrenagens, rolamentos, virabrequins e tubos alimentadores Ferro Grafítico Compacto Intermediário entre o ferro fundido cinzento e o ferro fundido nodular. 1. A grafita apresenta-se na forma de plaquetas ou estrias – “vermicular”. A grafita se apresenta mais arredondada do que o FoFo cinzento e mais grosseira do que o ferro fundido nodular. 2. A microesturura da matriz pode ser inteiramente ferrítica, perlítica, matensítica ou uma combinação destes→ depende do tratamento térmico. 3. Melhor resistência mecânica, tenacidade, ductilidade do que o FoFo Cinzento. 4. Boa condutividade térmica e capacidade de amortecimento de vibrações. 5. Melhor usinabilidade e melhor fundibilidade que o FoFo Nodular . 6. Constituintes: C (3 a 4%), Si (1 a 3,5%) + Mg (constituinte mais comum) 7. Aplicações: base para grandes motores a diesel, alojamentos de caixas de 8. engrenagens, suportes de rolamentos, rodas dentadas para correntes articuladas, engrenagens excêntricas. Ferro Fundido Branco ou Coquilhado Para ferros fundidos com concentrações de Si abaixo de 1% a elevada taxa de resfriamento impede a formação de grafita e quase todo o C fica na forma de cementita, resultando no ferro fundido branco. Pode receber outros elementos de liga como Cu, V, Ni, Cr, Mo. 1. A superfície de fratura tem aparência esbranquiçada. 2. Muito duro e muito frágil, sendo praticamente impossível de usinar. 3. Muito resistente a abrasão. Empregado como cilindro de laminação, bolas de moagem, cabeças de britadores e placas sujeitas a desgaste Ferro Maleável É obtido a partir do FoFo Branco (baixo Si). Se recozido por, pelo menos, 20 horas (em atmosfera neutra para evitar oxidação) a cementita se decompõe formando grafita rendilhada circundada por uma matriz de ferrita ou de perlita, dependendo da taxa de resfriamento. ▪ Apresenta grafita similar a um ferro fundido nodular – o que explica várias de suas propriedades mecânicas. ▪ Limitações: demorado e de alto custo final - geralmente a temperatura de vazamento é mais alta devido a baixa fluidez do FoFo Maleável. ▪ Aplicações: hastes de conexão, engrenagens de transmissão, partes de válvulas para linha férrea, implementos agrícolas, tratores. Ferro Fundido Mesclado Obtido mediante ajuste da velocidade de resfriamento de forma que a camada superficial é tipo branco e a interior, cinzento. Isso proporciona elevada dureza superficial e menor fragilidade da peça. Ex. aplicação: sapatas de freio de locomotivas ou vagões de trem, cilindro (rolo) de laminador. RESISTENCIA A TRAÇÃO maior: ferro nodular, depois ferro grafítico compactado e por último ferro fundido cinzentoTratamento Superficial dos FF Anodização - formação de uma camada de óxido na superfície do metal que melhorar a resistência a corrosão. Usa o Al, emprega-se para revestir vários metais ferrosos, não ferrosos e outros. Chapas galvanizadas – zincagem - recobertas por Zn. Imersão da peça em uma cuba com zinco fundido onde o ferro vai reagir como zinco formando um revestimento protetivo. Usado em ferros fundidos e aços. Folha de flandres – recobertas com Sn Pintura protetiva - a base de polímeros como tintas epóxis e acrílicos. As tintas primer incluem zinco (cromato de zinco) ou tetróxido de chumbo (zarcão). Aços ferramentas e matrizes São aços ligados que se caracterizam pelas suas elevadas dureza e resistência ao desgaste, associadas à boa tenacidade e manutenção das propriedades de resistência mecânica em elevadas temperaturas. Boa parte dos aços-ferramenta são forjados, mas alguns também são fabricados por fundição de precisão ou por metalurgia do pó (sinterização). 1. Tolerâncias de composição química 2. Homogeneidade do produto final 3. Rígido controle de qualidade - cuidado com a seleção de mat-prima 4. Custo mais elevado do que os aços comuns Aplicações de acordo com nº AISI dos grupos de aços ferramentas M1 - Brocas, serras, ferramentas de torno e plaina A2 - Punções, matrizes p/ gravação relevo D2 - Cutelaria, matrizes de estiramento O1- Folhas de tesoura, ferramentas corte S1 - Corta-tubos, brocas p/ concreto W1 - Ferramentas de ferreiro e madeira Aços ferramenta - aços rápidos São desenvolvidos para aplicações de usinagem, corte em elevadas velocidades. Chegam a trabalhar em temperaturas entre 550 e 600°C. 1. Ainda nestas temperaturas eles retém uma dureza que permite o prosseguimento da usinagem. Os demais aços ferramenta perdem o fio nessas T. 2. A dureza a quente ou o endurecimento secundário, dá-se pela formação de precipitados de carbonetos. 3. O custo dos aços rápidos é muito mais elevado e o TT bastante complexo 4. Classificação: a) Aços rápidos ao tungstênio - W e W-Co (grupo T) b) Aços rápidos ao molibdênio – Mo e Mo-Co (grupo M). 5. Aplicações: ferramentas, brocas, perfuratrizes, alargadores de furos Aços Temperáveis em água O carbono é o principal elemento de liga. São adicionadas pequenas quantidades de Cr para aumentar a temperabilidade e a resistência à abrasão, e de V, para manter uma granulação fina, e consequentemente uma maior tenacidade. Ambos os elementos de liga melhoram a dureza a quente. Pertencem ao grupo W, tem 4 subgrupos: 1) C 3) C – V 2) C – C 4) C – Cr - V Vantagens: facilidade de tratamento térmico, melhor usinabilidade e custo mais baixo Desvantagens: podem trincar na têmpera, perdem dureza com o aquecimento e são pouco usados em peças de formas complicadas Aplicações aços temp em água de acordo c/ % de C Até 0,75% C: martelos, ferramentas de ferreiro, punções para trabalho em madeira – boa tenacidade e dureza conveniente. De 0,75%C a 0,9% C: formões, punções, estampagem como cunhagem de moedas, gravação em relevo – boa tenacidade e alta dureza. De 0,9% C a 1% C: fresas, matrizes para corte, embutimento e estiramento, limas – devem ter gume cortante e boa resistência ao desgaste. De 1% C a 1,4% C: ferramentas de torno, plainas, brocas, machos e alargadores, navalhas: gume cortante, máxima dureza e resistência ao desgaste. Aços para moldagem Aço de baixo C (~ 0,3%) com a presença em % elementos de liga ( Cr, Ni, Mn, Si, W, Mo e V) . São grupo P. Possuem baixa resistência ao amolecimento em altas temperaturas pq tem pouco C, então são maleáveis. Tem boa soldabilidade, boa uniformidade de dureza e resistência ao desgaste razoável. Aplicações: moldes e matrizes de polímero termoplástico não clorado e moldes de ligas metálicas de baixo ponto de fusão. Características - depende da porcentagem de elem. de liga: AISI P1 - 0,1% C, 0,2% Mn, 0,1% Si e 0,1% V →Dureza: como recozido: 80 HRB - 50 a 60 HRc após cementação com TT final de têmpera e revenido AISI P4 – 0,07% C, 0,25 a 0,3% Mn, 0,2% Si, 4,5 a 5% Cr, 0,25% V e 0,5% W → Dureza: como recozido: ~ 90 HRB - 50 a 61 HRc após cementação com TT final de têmpera e revenido. AISI P20 - 0,35 a 0,47% C, 0,5 a 0,9% Mn, 0,3 a 0,45% Si, 1,15 a 1,7% Cr, 0,4% W → Dureza: 25 a 52 HRc (dependendo do TT). Aços para trabalho a frio Indeformáveis, porque são os menos sujeitos a alterações dimensionais durante o tratamento térmico. São temperáveis em água e óleo (meios mais brandos de têmpera) e pouco susceptíveis a empenamentos – devem ter boa resistência à flexão. Os elementos de liga mais utilizados são: Mn, Cr, W, Mo e V – são os grupos A, D e O. Aplicações: matrizes de corte, conformação, estampagem profunda, cunhagem, estiramento e trefilação. Aços para trabalho a quente Desenvolvidos para utilização em operações de cisalhamento e forjamento de metais em temperaturas acima de 200°C. São aços do grupo H. 1. Dureza 2. Resistência mecânica a quente; 3. Tenacidade elevada; 4. Grande resistência ao desgaste 5. Temperabilidade (para matrizes grandes) 6. Resistência a mudança de temperatura sem trincar. Aplicações: ferramentas e matrizes para forjamento e prensagem a quente, tesouras para corte a quente, moldes para fundição sob pressão de ligas de baixo ponto de fusão como Al, Mg, Zn, Pb e Sn Aços Inoxidáveis Devem ter pelo menos 11% Cr, adições de Ni e Mo melhoram a resistência à corrosão; ▪ Passividade em meios oxidantes - o Cr ajuda a formar um filme fino, que protege o material de ataques corrosivos. Isso porque o Cr presente na liga oxida-se em contato com o O do ar, formando uma fina película passivante, aderente de óxido de cromo que se forma na superfície exposta ao meio. Funções dos elem. de liga nos aços inoxidáveis Cromo - tende a estabilizar a ferrita e confere resistência à corrosão Níquel - tende a estabilizar a austenita e melhora a resistência à corrosão a alta temperaturas Aço Inox Martensítico (11,5-18%Cr, C<1,2%) ▪ Temperáveis, atingem ótima resistência mecânica e alta dureza. ▪ Estrutura final de martensita revenida ▪ Trabalháveis a quente e a frio Resistência moderada à corrosão (a medida que o %C aumenta deve-se aumentar o %Cr para manter a resistência à corrosão). Têmpera melhora a resistência à corrosão, pois evita a precipitação de carbonetos de cromo. Mo pode ser adicionado para melhorar as propriedades mecânicas e a resistência à corrosão ▪ Ferromagnéticos ▪ Tratamento térmico: Recozimento: para alívio de tensões. Têmpera: (resfriamento ao ar, óleo ou água) e Revenido: para alívio de tensões. ▪ Aplicações: - AISI416 (410 + S, para usinagem), - AISI420 modificado – médio C para cutelaria e instrumentos cirúrgicos, - AISI431 – resistente a corrosão – juntamente com o tipo 414 é empregado em parafusos, molas e porcas. Inox Ferrítico Tratamento térmico: → Recozimento para alívio de tensões (mais comum) após a laminação. O endurecimento dá-se por encruamento. Seguido de resfriamento rápido (ar) para evitar a formação de fases indesejáveis. ▪ Principais tipos: AISI 430 (fácil usinagem), 405, 442, 446 e outros. Aplicações: usado em talheres, fogões, pias, recipientes de alimentos. Qto maior a quantidade de Cr, maior a R à corrosão e então podem ser usados em radiadores de carros. Inox Austenítico - (16-26%Cr, 8-22%Ni, C<0,25%) Maior família dos aços inoxidáveis. ▪ Aplicado para uso geral, em baixa e alta temperatura. São dúcteis e tenazes. ▪ Não temperáveis, dessa forma o aumento da resistência mecânica é por encruamento e/ou solução sólida. 1. São paramagnéticos (se magnetiza fracamente). 2. Soldáveis (C < 0,03para melhor soldabilidade). 3. Resistência à corrosão é boa contudo, apresentam corrosão em atmosfera que contém cloretos. 4. Normalmente possuem ótimas propriedades criogênicas (abaixo de -150° C) e excelente resistência mecânica. 5. Tratamento térmico: Austenitização entre ~1000 e 1200°C, resfriamento rápido em água até a temperatura ambiente para garantir a presença de austenita e, como resultado, uma estrutura dúctil e tenaz. Alívio de tensões: T ≤ 425°C. Aplicações: AISI 304 (0,08%C) - 304L - PANELAS BOAS, utensílios domésticos, implantes cirúrgicos, jóias AISI 316-316L - equipamentos para a indústria química, petroquímica e alimentícia. → Uso geral: AISI 202, 302, 303 (usinagem), 304, 316. → Alto encruamento: AISI 301 e 201 ( → Alta temperatura e corrosão: AISI 316, 317, 314, 321, 347, 348 e 310 – equipamentos para a indústria química e petroquímica. Aços para fins especiais 1. Aço CORTEN, Patinado ou Aclimável (Weathering Steel). É pouco mais caro que o aço comum. É um aço de baixo C e baixa liga que recebe em sua composição química pequenas quantidades de Cu, Cr, V e Ni. Se formam óxidos complexos de Fe, Cu e Cr. Além disso, formam-se partículas de segunda fase resistentes à corrosão em geral. É um aço estrutural com melhor resistência a corrosão atmosférica do que o aço comum. A camada protetora se forma bem em condições de umedecimento (chuva e umidade) e secagem (sol e vento). Quando a camada de óxido é mais espessa, a resistência à corrosão é menor, pois sua estrutura não é uniforme nem compacta. ▪ O tempo de sua formação varia em função da atmosfera local, levando em média de 2 a 3 anos. Após esse período ela adquire uma coloração marrom escura. ▪ Não é indicado para praias porque não há secagem o suficiente e o mar corroi material. Usado como material estrutural e inusitado como para esculturas expostas as intempéries, fachadas de residências, elementos decorativos e afins. 2. Aço Damasco É a união de dois ou mais aços de características diferentes (aços carbono e aços ligados), unidos e misturados por forjamento. O teor médio de C fica entre 1 e 1,5% C em peso. Procedimento: inicialmente as chapas de aço alto, médio, baixo carbono ou mesmo e aço ligado são soldadas juntas. Após são aquecidas e forjadas. Durante este processo as chapas se misturam; as partículas de segunda fase são quebradas e distribuídas na matriz formando “bandas” de agrupamento de Fe3C e outros carbetos paralelas à direção de conformação. Assim, durante o forjamento, o aço é dobrado e conformado, recebendo o acabamento mecânico. Após o forjamento deve ser realizado TT de alívio de tensões. Após o aço é temperado e revenido. A macroestrutura única é revelada com ataque químico seletivo (ex. cloreto de ferro). 1. Extremamente tenaz e flexível; 2. Mantém um fio duradouro (alta dureza e resistente ao desgaste). 3. Ótimo aspecto estético da lâmina. 4. Aplicações: joias, facas, espadas, canivetes, martelos, machados, arcos e afins. 5. Microestrutura martensítica de compostos intermediários - pontos brancos Ligas não ferrosas Do ponto de vista estrutural e econômico (versatilidade, processabilidade e custo), nenhum metal se compara aos metais ferrosos, contudo eles ainda apresentam limitações como alta densidade, baixa condutividade elétrica, susceptibilidade a corrosão. Alumínio e suas ligas Vantagens: material versátil, flexível, ótima processabilidade. ¤ Desvantagens: complexidade do processo e alto consumo de energia para obtenção. 1. Alumínio (CFC) tem baixa densidade 2. Ótimo condutor de calor e eletricidade, não é ferromagnético. 3. Resistente à corrosão. 4. Alta ductilidade. 5. A resistência mecânica pode ser aumentada através de ligas com Mg, Cu, Si, Mn e Zn e outros. 6. Alto índice de reciclagem. 7. Custo competitivo. 8. Excelente aspecto estético. ¤ Ex. Al AA5052 F - alumínio naval -também usado para carrocerias de ônibus e caminhões. Ligas de Al são usadas em carros para torná-los mais leves. Existem 3 tipos de ligas de Al 1. Ligas tratáveis termicamente 2. Ligas não tratáveis termicamente 3. Ligas de fundição Cobre e suas ligas Cobre puro (CFC), é extremamente macio, dúctil e altamente deformável a frio. 1. Coloração vermelho claro quando puro 2. Resistente à corrosão atmosférica, a água do mar e produtos químicos. Contudo, para fins de proteção, forma filmes finos de sulfatos e carbonatos de cobre na atmosfera e óxido cuproso e carbonato de cobre na água. 3. Ligas endurecidas por solução sólida, envelhecimento ou encruamento. 4. As propriedades mecânicas podem ser melhoradas através da adição de elementos de liga. 5. Aplicações nos mais diversos setores: construção civil, elétrica, automobilística, arquitetura, eletroeletrônica, mecânica. As ligas de Cu mais comuns são os Latões, com Zn, com propriedades que dependem da concentração de Zn, mudando de acordo com as fases formadas e suas estruturas cristalinas. Contudo, tem boa resistência à corrosão, boa trabalhabilidade a frio e cores atraentes. Os Bronzes incluem Sn, Al, Si e Ni. Mais resistentes mecanicamente do que os latões, mais duros porém menos dúcteis. São usadas quando é necessário aliar resistência a corrosão e boas propriedades em tração. ¤ Cuproníquel - ligas Cu-Ni com até 30% Ni. ¤ Novas ligas com Be possuem combinação de propriedades de resistências à tração, excelentes propriedades elétricas e de resistência à corrosão. Aplicações: elementos de aterrissagem de aviões, molas, instrumentos cirúrgicos e dentários. Principais tipos de latão - liga de Cu » Latão Amarelo (66% Cu – 34% Zn): mais usado » Latão Vermelho – Tomback (90% Cu -10% Zn ou 85% Cu -15% Zn): boa ductilidade, elevada resistência à corrosão. Usado em canalização de óleo, vapor, etc. » “Bronze comercial” (95 % Cu – 5% Zn): não é suscetível à dezincificação, tipo de corrosão mais frequente nos latões com maiores teores de zinco. Usado para fabricar moedas, medalhas, emblemas, placas e outros. » Alpaca (60-65% Cu, 10-20% Ni e 15-25% Zn): proporções de Cu-Ni-Zn podendo receber adições de Sn. Ótima resistência à corrosão, aspecto semelhante ao da prata podendo ter coloração vermelho-amarelada se a proporção de Ni for menor. Uso em bijuterias, jóias, talhares, baixelas, componentes de instrumentos musicais. » Latão de Alumínio (76% Cu, 22% Zn e 2% Al): formação de uma película de proteção superficial. Usado para tubulações de fluidos em geral Tipos de bronze 1. Bronze de estanho (Cu + 5 a 10% Sn): mais comum para processos de 2. laminação, extrusão e trefilação. Usado principalmente na condição encruada na fabricação de molas, buchas, pinos de segurança... 3. Bronze para cunhagem (3,5% Sn, 1,5% Zn + Cubal.): O Zn barateia o custo e serve como desoxidante. Ex. cunhagem de moedas, medalhas e objetos estampados. 4. Bronze para fundição: muito utilizado o bronze para canhão. Composição utilizada quando há necessidade de resistência mecânica e resistência à corrosão. E Bronze para sinos caracteristicamente duros e quebradiços. Outras ligas de Cobre como Cu-Be apresentam resistência mecânica elevada por serem obtidas por tratamentos térmicos de endurecimento por precipitação. Essas ligas são caras devido às adições de berílio. Ex.: mancais e as buchas dos trens de pouso de aeronaves a jato,instrumentos cirúrgicos e dentários. Titânio e suas ligas ¤ Alto ponto de fusão (1668°C). ¤ Ligas de titânio são muito resistentes ¤ O método de obtenção mais comum do Ti é pelo processo Kroll – o TiO2 é convertido em TiCl4 purificado e em seguida reduzido a Ti metálico pela adição de Na ou Mg. O Ti produzido tem aparência porosa. Depois o Ti ligado ou não ligado é fundido por fusão a arco sob vácuo. ¤ A resistência àcorrosão a temp. ambiente é alta pela formação de um filme homogêneo e aderente de TiO2. Acima de 535°C o filme de óxido fratura e átomos como C, H, O e N se difundem fragilizando o Ti. ¤ O Ti e suas ligas são praticamente imunes aos ambientes atmosférico, marinho e uma variedade de ambientes industriais. Biocompatível, utilizado na medicina e na odontologia. Utilizadas em tecnologias de ponta como em estruturas de aeronaves, equipamentos esportivos, veículos espaciais, ¤ A classificação das ligas de Ti é feita de acordo com a sua estrutura cristalina e com as fases presentes. A designação também leva em consideração a quantidade de elementos de liga. Classificações mais comuns do Ti e suas ligas no sistema ASTM: - Ligas comercialmente puras - Ligas α - estabilizadores: Al, N e O - Ligas 𝞫 - estabilizadores: V, Mo, Cu, Mn, Fe, Ni, Cr, Nb, W e Ta - Ligas α - 𝞫 - através da adição de elementos estabilizadores de e . Anodização do Titânio A resistência à corrosão das ligas de Ti ocorre através da formação de camada controlada e resistente, de alguns nanômetros de espessura, de óxido de titânio. Desenvolve uma cartela de cores obtidas para cada potencial aplicado – relacionado ao fenômeno de Interferência Óptica (IO) e com a espessura de camada obtida. Ligas de Ti e Ni - NITINOL Tem memória de forma térmica e memória de forma elástica. ▪ No mercado são encontradas 3 tipos de liga: Superelastica, Termoativada ou Ativada por Temperatura Corporal A fase austenita (CCC) dura e de alta temperatura, por tratamento térmico ou deformação, transforma-se em martensita (monoclínico) fase flexível e deformável de baixa temperatura. Por aquecimento, o material recupera a forma original devido a transformação reversível da martensita em austenita. ▪ Muito utilizado na forma de arames, fios, chapas finas e tubos de paredes finas. Fase austenita (CCC) dura e de alta temperatura, por tratamento térmico ou deformação, transforma-se em martensita (monoclínico) fase flexível e deformável de baixa temperatura. Por aquecimento, o material recupera a forma original devido a transformação reversível da martensita em austenita. ▪ Muito utilizado na forma de arames, fios, chapas finas e tubos de paredes finas. As forças por trás da memória de forma e da superelasticidade são a possibilidade de uma transformação de fase reversível, no estado sólido, de austenita para martensita no resfriamento ou por deformação; e a transformação reversa de martensita para autenita no aquecimento ou por aliviar a deformação antes imposta. São usadas placas de Ni-Ti para substituir ossos fraturados Zn e suas ligas ¤ Placas de Zn servem como ânodos de sacrifício (devido a seu baixo potencial eletroquímico) para proteger outros materiais metálicos como em tubulações, cascos de navios e outros. ¤ Bastante dúctil e maleável, podendo ser laminado em chapas e estirado em fios. ¤ Apresenta pouca resistência ao ataque de ácidos usuais e de soda cáustica. ¤ Como ZnS é utilizado como material fosforescente (brinquedos baratos). ¤ As ligas de zinco podem ser divididas em dois grupos: 1. Ligas em que a porcentagem dos elementos de liga é inferior a 1% (mais de 99% de Zn). São ligas usadas em pilhas e coberturas (tinta a base de zinco); 2. Ligas nas quais a porcentagem dos elementos é superior a 1% - ligas ZAMAK - muito utilizadas em processos de injeção. Aplicações: fivelas, chaveiros, puxadores, maçanetas, fechaduras, troféus, botões, medalhas ÂNODOS DE SACRIFÍCIO mais comuns para ferro e aço: Mg ou Zn. Série galvânica Mg e suas ligas Mg (HC) é o menos denso de todos os metais estruturais ¤ Baixo ponto de fusão (651°C). ¤ Elementos de liga: Al, Zr, Th, Ag, Ce, Li e outros. ¤ Geralmente extraído eletroliticamente do cloreto de magnésio concentrado presente na água do mar. ¤ Difícil soldagem e usinagem devido a sua reatividade - se combina facilmente com o oxigênio e queima. ¤ Quimicamente, a temperatura ambiente, o Mg e suas ligas são relativamente estáveis aproximando-se da resistência de algumas ligas de Al. ¤ Baixa resistência à fadiga, à fluência e baixa ductilidade a temperatura ambiente. ¤ Boa condutibilidade elétrica e térmica. Encontra aplicação também em dispositivos portáteis como motosserras, ferramentas elétricas e tesouras de aparar, em volantes de automóveis Estanho e suas ligas ¤ Resultante do processo de fundição e refino da Cassiterita que é o minério de Estanho (SnO2). ¤ Considerado atóxico é utilizado na indústria alimentícia e conservas como revestimento de latas de aço - folha de flandres (Sn comercialmente puro). ¤ Em combinação com outros metais forma ligas: • Soldas Brandas, ligas de Sn-Pb, aplicadas na indústria eletro-eletrônica e automobilística devido a grande afinidade do estanho com outros metais principalmente o cobre e pelo seu baixo ponto de fusão. Babbit ou white metal, principalmente para mancais e peças ornamentais; • Ligas fusíveis e Ligas Peltre (Pewter) para peças decorativas e bijuterias Metais Nobres Caros, moles, dúcteis e resistentes ao calor. Ag, Au e Pt são largamente usados na indústria joalheira, implantes, restauração dentária, instrumentos cirúrgicos. 1. Ouro e suas ligas - É o mais maleável e o mais dúctil de todos os metais e tem altíssima densidade - Pode ter sua resistência aumentada pela adição de Cu e Ag (ouro tons vermelho e amarelo), Zn e Ag (rosa), Ni e Pd (ouro branco) e Fe (ouro azul - Elevada condutibilidade elétrica e resistência a agentes corrosivos, permite o uso no revestimento de circuitos impressos, contatos, terminais e sistemas semicondutores Prata e suas ligas É macia quando pura, reflectora, elevada ductilidade e maleabilidade. ¤ Cu, Zn, Pt e Pd podem ser adicionados a ligas de Ag. ¤ Resistência a corrosão é boa. ¤ Estável no ar e água puros, muda de cor sob ação de O3 (oxidação), H2S (gás corrosivo e venenoso e ) ou atmosferas com S – forma sulfeto de prata (Ag2 forma sulfeto de prata na superfície devido a reação com o S proveniente de gases, Os sais presentes no suor escurecem a prata.
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