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85 Língua Portuguesa ptProf. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ CESPE/UnB: Prova Comentada Olá, estimados alunos! Chegamos à aula nQ 11 de nosso preparatório. Hoje, comentaremos a prova aplicada no certame para a Polícia Rodoviária Federal. Mãos à obra! Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 12 0000 85 Língua Portuguesa p<Prof. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 1 Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade de que dispomos. 6 Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso é desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que lançou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que é, sem dúvida, uma sujeira. 13 Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não? Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109. No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 1 A forma verbal “podem” (linha 6) está empregada no sentido de têm autorização. 2 A oração introduzida por “porque” (linha 8) expressa a razão de as bombas serem sujas. 3 Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por deficiência da ciência” (linha 2), poderia ser substituída por mas. 4 O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor a respeito do surgimento da “bomba limpa” (linha 7). 5 Tendo a oração “que se supera a si mesma a cada dia” (linha 3) caráter explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou porque, sem prejuízo do sentido original do período. 6 A visão do autor do texto a respeito das “bombas n” (linha 14) é positiva, o que é confirmado pelo uso da palavra “lisura” (linha 14) para se referir a esse tipo de bomba, em oposição ao emprego de palavras como “indisciplinadas” (linha 13) e “mal-educadas” (linha 13) em referência às bombas que liberam “estrôncio 90” (linha 9), estas sim consideradas desastrosas por atingirem indistintamente países considerados amigos e inimigos. 7 O emprego do acento nas palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 12 0000 85 Língua Portuguesa p<Prof. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ I Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre. 6 Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia. Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de espancamento de mulheres e crianças, de trabalho escravo, esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo. 13 Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e grandes, que certo e errado se enfrentam. 17 E a ética é o domínio desse enfrentamento. Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.â ed. São Paulo: Ática, 2008 (com adaptações). A partir das idéias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem. 8 No texto, a expressão “pequenos e grandes” (linhas 15-16) não se refere a tamanho, podendo ser interpretada como equivalente à expressão “adultos e jovens” (linha 1), ou seja, em referência a faixas etárias. 9 O trecho “Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos” (linhas 9-10) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Há tempos, considerava-se legítimo que se espancassem mulheres e crianças, que se escravizassem povos. 10 Infere-se do texto que algumas práticas sociais são absolutamente erradas, ainda que o conceito de certo e errado seja variável do ponto de vista social e histórico. I I Dado o fato de que nem equivale a e não, a supressão da conjunção “e” empregada logo após “inviolável”, na linha 8, manteria a correção gramatical do texto. 12 Devido à presença do advérbio “apenas” (linha 13), o pronome “se” (linha 13) poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “coloca” (linha 13), da seguinte forma: coloca-se. 13 Sem prejuízo para o sentido original do texto, o trecho “esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo” (linhas 11-12) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: publicamente, esses comportamentos consideram-se condenados em quase todo o mundo. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 12 0000 85 Língua Portuguesa p<Prof. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ 14 No trecho “o que consideramos bem” (linha 3), o vocábulo “que” classifica-se como pronome e exerce a função de complemento da forma verbal “consideramos”. 15 Infere-se do período “Mas a opção (...) da mídia” (linhas 13-14) que nem todos “os temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 12 0000 85 Língua Portuguesa p<Prof. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ COMENTÁRIOS À PROVA 1 Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade de que dispomos. 6 Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso é desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que lançou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que é, sem dúvida, uma sujeira. 13 Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não? Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109. No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 1 A forma verbal “podem” (linha 6) está empregada no sentido de têm autorização. Comentário: Questão sobre significação contextualde palavras. Inicialmente, vamos transcrever o trecho a que a banca fez menção: “Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. ” De acordo com o trecho transcrito, a forma verbal “podem”, derivada do verbo “poder”, não foi empregada com o matiz semântico de “dever/obrigatoriedade”, mas sim com o sentido de “ter a faculdade/possibilidade de” ou, ainda, com a acepção de “ter potencial para” construir a bomba limpa: “Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem (= têm a faculdade/possibilidade de) realmente construir agora a bomba limpa. ” “Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem (= têm potencial para) real mente construir agora a bomba limpa. ” Vale destacar que, em outros contextos, é possível o emprego do verbo “poder” na acepção de “ter autorização”, tal como ocorre no exemplo “Os menores de dezoito anos não podem (=têm autorização para) retirar a carteira de motorista”. Logo, o item está incorreto. Gabarito: Errado. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 2 A oração introduzida por “porque” (linha 8) expressa a razão de as bombas serem sujas. Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho em que se encontra a conjunção “porque”: “Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (...) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrondo 90. ” Por meio do contexto, identificamos que a conjunção “porque” introduz uma oração subordinada adverbial causai, configurando, portanto, o motivo, a razão para a idéia contida na oração principal “Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas Logo, a afirmação do examinador está correta. Gabarito: Certo. 3 Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por deficiência da ciência” (linha 2), poderia ser substituída por mas. Comentário: O item está corretíssimo! Conforme menciono habitualmente, decorar a lista de conectivos não é suficiente. Em textos, é necessário analisar a relação sintático-semântica estabelecida entre as orações. No fragmento “É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera (...)”, a conjunção “e” não expressa ideia de adição, mas sim de adversidade, oposição. Por esse motivo, pode ser substituída pela conjunção “mas”, conforme ilustra a transcrição abaixo: É claro que o definitivo da ciência é transitório, mas não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera (...) Apenas para complementar os estudos, vale ressaltar que, no contexto em análise, também seria possível fazer a substituição da conjunção “e” por outros nexos textuais que exprimem noção de adversidade, tais como os conectores porém, contudo, todavia etc. Gabarito: Certo. 4 O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor a respeito do surgimento da “bomba limpa” (linha 7). Comentário: Em provas do CESPE, é necessário analisar o item cuidadosamente e por partes. Primeiramente, é possível identificar que o texto tem caráter predominantemente dissertativo. Na superfície textual, Ferreira Gullar apresenta a tese acerca da possibilidade de construção da “bomba limpa”, conforme ilustra o segmento “Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa”. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 No decorrer do texto, entretanto, o autor não apenas informa, mas também tece uma crítica à possível construção dessa modalidade de “bomba”. De acordo com o “corpus” textual, as bombas limpas, à feição dos efeitos provocados pelas bombas atômicas denominadas “sujas”, também ocasionam a morte de pessoas. Essa afirmação é corroborada por meio da pergunta irônica “Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não?”. Portanto, o item está errado. Gabarito: Errado. 5 Tendo a oração “que se supera a si mesma a cada dia” (linha 3) caráter explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou porque, sem prejuízo do sentido original do período. Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho que contém o vocábulo “que”: “É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (...), que se supera a si mesma a cada dia Por meio do contexto, identificamos que o vocábulo “que” é um pronome relativo, introduzindo a oração subordinada adjetiva explicativa “que se supera a si mesma a cada dia (...)”. Nesse período, a forma pronominal “que” retoma a palavra “ciência”, substituindo-a e evitando sua repetição, exercendo a função de sujeito da estrutura “se supera”. Para ilustrar, vejam como ficaria o trecho a seguir: “É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (...), que (=a ciência) se supera a si mesma a cada dia Desse modo, considerando o contexto, seria possível substituir o pronome relativo “que” somente pela expressão “a qual”, concordando em gênero (feminino) e número (plural) com “ciência”, o nome ao qual se refere: “É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), a qual se supera a si mesma a cada dia Portanto, o item está incorreto. Gabarito: Errado. 6 A visão do autor do texto a respeito das “bombas n” (linha 14) é positiva, o que é confirmado pelo uso da palavra “lisura” (linha 14) para se referir a esse tipo de bomba, em oposição ao emprego de palavras como “indisciplinadas” (linha 13) e “mal-educadas” (linha 13) em referência às bombas que liberam “estrôncio 90” (linha 9), estas sim consideradas desastrosas por atingirem indistintamente países considerados amigos e inimigos. Comentário: O item está errado. Conforme afirmamos na questão 4, o autor critica a possibilidade de construção das “bombas limpas”, ou seja, das “bombas n”. Percebam que, no último parágrafo do texto, Gullar menciona o vocábulo “lisura”, Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 porém em um tom irônico, apresentando uma crítica por meio da pergunta retórica a seguir: “(...) as bombas n ... cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não?”. Gabarito: Errado. 7 O emprego do acento nas palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. Comentário: Nas palavras “ciência” e “transitório”, o acento tônico recai na penúltima sílaba, o que as caracteriza como paroxítonas. No caso em tela, ambos os vocábulos são finalizados em ditongo crescente oral ( /ci-ên-cia/ e ltran-si-tó-riol), sendo acentuados em razão da mesma regra de acentuação. Logo, o item está correto. Gabarito: Certo. 1 Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre. 6 Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia. Tempos atrás era tido comolegítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de espancamento de mulheres e crianças, de trabalho escravo, esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo. 13 Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e grandes, que certo e errado se enfrentam. 17 E a ética é o domínio desse enfrentamento. Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.â ed. São Paulo: Ática, 2008 (com adaptações). A partir das idéias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem. 8 No texto, a expressão “pequenos e grandes” (linhas 15-16) não se refere a tamanho, podendo ser interpretada como equivalente à expressão “adultos e jovens” (linha 1), ou seja, em referência a faixas etárias. Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho a que o examinador fez alusão: Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 “Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e grandes, que certo e errado se enfrentam. ” Considerando o fragmento acima, percebemos que a expressão “pequenos e grandes” não se refere a tamanho, estatura dos indivíduos. Houve, sim, referência a faixas etárias, ou seja, a jovens e adultos. Logo, o item está correto. Gabarito: Certo. 9 O trecho “Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos” (linhas 9-10) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Há tempos, considerava-se legítimo que se espancassem mulheres e crianças, que se escravizassem povos. Comentário: Vamos analisar a reescritura por partes. Primeiramente, há uma equivalência entre as expressões “Tempos atrás” e “Há tempos”, pois ambas transmitem ideia de tempo passado, decorrido. Vale destacar que, caso a reescritura apresentasse a expressão “Há tempos atrás”, haveria redundância, uma vez que o verbo “haver” já indica tempo pretérito. Por sua vez, a mesma significação contextual é expressa pelos segmentos “era tido como legítimo” e “considerava-se legítimo”, sendo equivalentes as estruturas “era tido como” e “considerava-se”. Por fim, no trecho “espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem- se povos”, há duas orações subordinadas substantivas subjetivas coordenadas entre si. Essas duas orações são reduzidas de infinitivo, que, uma vez desenvolvidas, podem ser reescritas conforme citou o examinador: “(...) que se espancassem mulheres e crianças, que se escravizassem povos”. Vale destacar que, em ambas as orações desenvolvidas, o termo “que” é conjunção integrante. Logo, o item está correto. Gabarito: Certo. 10 Infere-se do texto que algumas práticas sociais são absolutamente erradas, ainda que o conceito de certo e errado seja variável do ponto de vista social e histórico. Comentário: De acordo com as idéias do texto, a noção de certo ou errado é relativizada, considerando-se o decurso da história. Essa afirmação é ratificada por meio do excerto “Apesar da longa permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre”. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 Ademais, o conceito de certo e errado também varia de acordo com a sociedade em que se insere. Em conformidade com a superfície textual, por exemplo, a “pena de morte” é autorizada em algumas sociedades, mas não em outras: “(...) em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia”. Ainda que o conceito de certo e errado varie social e historicamente, a afirmação da banca, por outro lado, encontra justificativa no segmento “esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo”, sendo um exemplo de prática social “absolutamente errada”. Logo, o item está correto. Gabarito: Certo. 11 Dado o fato de que nem equivale a e não, a supressão da conjunção “e” empregada logo após “inviolável”, na linha 8, manteria a correção gramatical do texto. Comentário: Primeiramente, vamos transcrever o trecho a seguir: “Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia." No contexto, o nexo textual “nem” está correlacionado na expressão “nem...nem”, e não à conjunção “e”: “(...) nem o Estado nem ninguém Por sua vez, o elemento coesivo “e” é indispensável ao período, estabelecendo uma relação de adição entre a oração coordenada aditiva “e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia” e a oração principal “Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável”. Portanto, a omissão da conjunção “e” prejudicaria a correção gramatical do texto. Gabarito: Errado. 12 Devido à presença do advérbio “apenas” (linha 13), o pronome “se” (linha 13) poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “coloca” (linha 13), da seguinte forma: coloca-se. Comentário: Questão sobre colocação pronominal. Analisando o trecho “Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia”, o termo destacado é um advérbio. Conforme nos ensinam as lições gramaticais, a presença de um vocábulo adverbial requer a colocação proclítica (antes do verbo), tal como ocorreu no trecho “(...) não se coloca (...)”. No trecho, a palavra denotativa “apenas” só teria influência na colocação do pronome átono “se” caso estivesse anteposta ao verbo “colocar”. Logo, o item está errado. Gabarito: Errado. Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 12 0000 Estratégia r n N r i i R « ; r > < ; * *C O N C U R S O S Língua Portuguesa p< Prof. Fabiano Sales -A u la 11 13 Sem prejuízo para o sentido original do texto, o trecho “esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo” (linhas 11-12) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: publicamente, esses comportamentos consideram-se condenados em quase todo o mundo. Comentário: O item está errado. Primeiramente, vale observar que o trecho “esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo” constitui uma estrutura de voz passiva analítica, em que: a) a expressão “esses comportamentos” é o sujeito paciente, aquele que sofre a ação verbal; b) “são (...) condenados” representa uma locução verbal de voz passiva analítica, sendo formada com a estrutura verbo “ser” + particípio; e c) o agente da passiva é externo, porém não foi mencionado. Por sua vez, a reescritura modificou o sentido inicial do texto, pois o trecho “esses comportamentos consideram-se condenados” traz a informação de que esses mesmos “comportamentos” julgam-se como condenados, diferentemente da ideia original, em que alguém (agente da passiva) considera os “comportamentos” como publicamente “condenados”. Gabarito: Errado. 14 No trecho “o que consideramos bem” (linha 3), o vocábulo “que” classifica- se como pronome e exerce a função de complemento da forma verbal “consideramos”. Comentário: No segmento “(...) entre o que consideramos bem e o que consideramos mal”, o sujeitoé oculto, sendo indicado por meio da desinência número-pessoal “-mos”, presente na forma verbal “consideramos”. Por sua vez, o pronome em destaque é relativo, sendo complemento direto do verbo “considerar” (consideramos algo). Portanto, o item está correto. Apenas para complementar os estudos, percebam que, no contexto, a forma pronominal “que” é antecedida do pronome demonstrativo “o”, equivalente a “aquilo”: aquilo que consideramos bem”. Gabarito: Certo. 15 Infere-se do período “Mas a opção (...) da mídia” (linhas 13-14) que nem todos “os temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação. Comentário: Questão acerca de orações subordinadas. No período “Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia”, o trecho “que atraem os holofotes da mídia” é uma oração subordinada adjetiva restritiva. Este segmento traz a informação de que nem Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 12 0000 85 Língua Portuguesa p<Prof. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^ todos os temas polêmicos conseguem atrair “os holofotes da mídia”. Em outras palavras, a oração restritiva exprime a ideia de que “atrair os holofotes” não é uma característica inerente a todos os temas polêmicos, mas somente a alguns. Portanto, nem todos os “temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação, estando o item correto. Gabarito: Certo. GABARITO 01. E 09. C 02. C 10. C 03. C 11. E 04. E 12. E 05. E 13. E 06. E 14. C 07. C 15. C 08. C Prof. Fabiano Sales www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 12 0000
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