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Aula 11 Português (1)

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85 Língua Portuguesa ptProf. Fabiano Sales -A u la 11EstratégiaC O N C U R S O S ^
CESPE/UnB: Prova 
Comentada
Olá, estimados alunos!
Chegamos à aula nQ 11 de nosso preparatório.
Hoje, comentaremos a prova aplicada no certame para a 
Polícia Rodoviária Federal.
Mãos à obra!
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POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL
1 Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o 
definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), 
que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria 
ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade de que 
dispomos.
6 Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem 
realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas 
fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas) porque, depois que explodem, deixam 
vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso é 
desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que lançou a bomba 
venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que é, 
sem dúvida, uma sujeira.
13 Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve 
substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o 
inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, 
não?
Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 
1989, p. 109.
No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os 
itens a seguir.
1 A forma verbal “podem” (linha 6) está empregada no sentido de têm autorização.
2 A oração introduzida por “porque” (linha 8) expressa a razão de as bombas serem 
sujas.
3 Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e 
não por deficiência da ciência” (linha 2), poderia ser substituída por mas.
4 O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor 
a respeito do surgimento da “bomba limpa” (linha 7).
5 Tendo a oração “que se supera a si mesma a cada dia” (linha 3) caráter 
explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou 
porque, sem prejuízo do sentido original do período.
6 A visão do autor do texto a respeito das “bombas n” (linha 14) é positiva, o que é 
confirmado pelo uso da palavra “lisura” (linha 14) para se referir a esse tipo de 
bomba, em oposição ao emprego de palavras como “indisciplinadas” (linha 13) e 
“mal-educadas” (linha 13) em referência às bombas que liberam “estrôncio 90” 
(linha 9), estas sim consideradas desastrosas por atingirem indistintamente países 
considerados amigos e inimigos.
7 O emprego do acento nas palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base 
na mesma regra de acentuação.
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I Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da 
vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade, 
entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa 
permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado 
muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre.
6 Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado 
a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e 
nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia. Tempos atrás era 
tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos. 
Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de espancamento de mulheres e 
crianças, de trabalho escravo, esses comportamentos são publicamente 
condenados na maior parte do mundo.
13 Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de 
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na 
solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e 
grandes, que certo e errado se enfrentam.
17 E a ética é o domínio desse enfrentamento.
Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.â ed. São Paulo: 
Ática, 2008 (com adaptações).
A partir das idéias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que 
se seguem.
8 No texto, a expressão “pequenos e grandes” (linhas 15-16) não se refere a 
tamanho, podendo ser interpretada como equivalente à expressão “adultos e 
jovens” (linha 1), ou seja, em referência a faixas etárias.
9 O trecho “Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e 
crianças, escravizarem-se povos” (linhas 9-10) poderia ser corretamente reescrito 
da seguinte forma: Há tempos, considerava-se legítimo que se espancassem 
mulheres e crianças, que se escravizassem povos.
10 Infere-se do texto que algumas práticas sociais são absolutamente erradas, 
ainda que o conceito de certo e errado seja variável do ponto de vista social e 
histórico.
I I Dado o fato de que nem equivale a e não, a supressão da conjunção “e” 
empregada logo após “inviolável”, na linha 8, manteria a correção gramatical do 
texto.
12 Devido à presença do advérbio “apenas” (linha 13), o pronome “se” (linha 13) 
poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “coloca” (linha 13), 
da seguinte forma: coloca-se.
13 Sem prejuízo para o sentido original do texto, o trecho “esses comportamentos 
são publicamente condenados na maior parte do mundo” (linhas 11-12) poderia ser 
corretamente reescrito da seguinte forma: publicamente, esses comportamentos 
consideram-se condenados em quase todo o mundo.
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14 No trecho “o que consideramos bem” (linha 3), o vocábulo “que” classifica-se 
como pronome e exerce a função de complemento da forma verbal “consideramos”.
15 Infere-se do período “Mas a opção (...) da mídia” (linhas 13-14) que nem todos 
“os temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação.
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COMENTÁRIOS À PROVA
1 Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o 
definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), 
que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria 
ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade de que 
dispomos.
6 Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem 
realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas 
fabricadas até hoje são sujas (aliás, imundas) porque, depois que explodem, deixam 
vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso é 
desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que lançou a bomba 
venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que é, 
sem dúvida, uma sujeira.
13 Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve 
substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o 
inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, 
não?
Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109.
No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os 
itens a seguir.
1 A forma verbal “podem” (linha 6) está empregada no sentido de têm autorização.
Comentário: Questão sobre significação contextualde palavras. Inicialmente, vamos 
transcrever o trecho a que a banca fez menção:
“Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente 
construir agora a bomba limpa. ”
De acordo com o trecho transcrito, a forma verbal “podem”, derivada do verbo 
“poder”, não foi empregada com o matiz semântico de “dever/obrigatoriedade”, mas 
sim com o sentido de “ter a faculdade/possibilidade de” ou, ainda, com a acepção de 
“ter potencial para” construir a bomba limpa:
“Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem (= têm a 
faculdade/possibilidade de) realmente construir agora a bomba limpa. ”
“Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem (= têm 
potencial para) real mente construir agora a bomba limpa. ”
Vale destacar que, em outros contextos, é possível o emprego do verbo 
“poder” na acepção de “ter autorização”, tal como ocorre no exemplo “Os menores 
de dezoito anos não podem (=têm autorização para) retirar a carteira de motorista”.
Logo, o item está incorreto.
Gabarito: Errado.
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2 A oração introduzida por “porque” (linha 8) expressa a razão de as bombas serem 
sujas.
Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho em que se encontra a 
conjunção “porque”:
“Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (...) porque, 
depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido 
estrondo 90. ”
Por meio do contexto, identificamos que a conjunção “porque” introduz uma 
oração subordinada adverbial causai, configurando, portanto, o motivo, a razão para 
a idéia contida na oração principal “Sabemos todos que as bombas atômicas 
fabricadas até hoje são sujas
Logo, a afirmação do examinador está correta.
Gabarito: Certo.
3 Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e 
não por deficiência da ciência” (linha 2), poderia ser substituída por mas.
Comentário: O item está corretíssimo! Conforme menciono habitualmente, decorar a 
lista de conectivos não é suficiente. Em textos, é necessário analisar a relação 
sintático-semântica estabelecida entre as orações.
No fragmento “É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por 
deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera (...)”, a conjunção “e” não 
expressa ideia de adição, mas sim de adversidade, oposição. Por esse motivo, pode 
ser substituída pela conjunção “mas”, conforme ilustra a transcrição abaixo:
É claro que o definitivo da ciência é transitório, mas não por deficiência da ciência (é 
ciência demais), que se supera (...)
Apenas para complementar os estudos, vale ressaltar que, no contexto em 
análise, também seria possível fazer a substituição da conjunção “e” por outros 
nexos textuais que exprimem noção de adversidade, tais como os conectores 
porém, contudo, todavia etc.
Gabarito: Certo.
4 O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor 
a respeito do surgimento da “bomba limpa” (linha 7).
Comentário: Em provas do CESPE, é necessário analisar o item cuidadosamente e 
por partes.
Primeiramente, é possível identificar que o texto tem caráter 
predominantemente dissertativo. Na superfície textual, Ferreira Gullar apresenta a 
tese acerca da possibilidade de construção da “bomba limpa”, conforme ilustra o 
segmento “Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba 
limpa”.
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No decorrer do texto, entretanto, o autor não apenas informa, mas também 
tece uma crítica à possível construção dessa modalidade de “bomba”. De acordo 
com o “corpus” textual, as bombas limpas, à feição dos efeitos provocados pelas 
bombas atômicas denominadas “sujas”, também ocasionam a morte de pessoas. 
Essa afirmação é corroborada por meio da pergunta irônica “Trata-se, portanto, de 
uma fabulosa conquista, não?”.
Portanto, o item está errado.
Gabarito: Errado.
5 Tendo a oração “que se supera a si mesma a cada dia” (linha 3) caráter 
explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou 
porque, sem prejuízo do sentido original do período.
Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho que contém o vocábulo “que”:
“É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (...), 
que se supera a si mesma a cada dia
Por meio do contexto, identificamos que o vocábulo “que” é um pronome 
relativo, introduzindo a oração subordinada adjetiva explicativa “que se supera a si 
mesma a cada dia (...)”.
Nesse período, a forma pronominal “que” retoma a palavra “ciência”, 
substituindo-a e evitando sua repetição, exercendo a função de sujeito da estrutura 
“se supera”. Para ilustrar, vejam como ficaria o trecho a seguir:
“É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (...), 
que (=a ciência) se supera a si mesma a cada dia
Desse modo, considerando o contexto, seria possível substituir o pronome 
relativo “que” somente pela expressão “a qual”, concordando em gênero (feminino) 
e número (plural) com “ciência”, o nome ao qual se refere: “É claro que o definitivo 
da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), a qual 
se supera a si mesma a cada dia
Portanto, o item está incorreto.
Gabarito: Errado.
6 A visão do autor do texto a respeito das “bombas n” (linha 14) é positiva, o que é 
confirmado pelo uso da palavra “lisura” (linha 14) para se referir a esse tipo de 
bomba, em oposição ao emprego de palavras como “indisciplinadas” (linha 13) e 
“mal-educadas” (linha 13) em referência às bombas que liberam “estrôncio 90” (linha 
9), estas sim consideradas desastrosas por atingirem indistintamente países 
considerados amigos e inimigos.
Comentário: O item está errado. Conforme afirmamos na questão 4, o autor critica a 
possibilidade de construção das “bombas limpas”, ou seja, das “bombas n”. 
Percebam que, no último parágrafo do texto, Gullar menciona o vocábulo “lisura”,
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porém em um tom irônico, apresentando uma crítica por meio da pergunta retórica a 
seguir: “(...) as bombas n ... cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, 
sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não?”.
Gabarito: Errado.
7 O emprego do acento nas palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base 
na mesma regra de acentuação.
Comentário: Nas palavras “ciência” e “transitório”, o acento tônico recai na penúltima 
sílaba, o que as caracteriza como paroxítonas. No caso em tela, ambos os 
vocábulos são finalizados em ditongo crescente oral ( /ci-ên-cia/ e ltran-si-tó-riol), 
sendo acentuados em razão da mesma regra de acentuação. Logo, o item está 
correto.
Gabarito: Certo.
1 Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da 
vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade, 
entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa 
permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado 
muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre.
6 Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado 
a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e 
nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia. Tempos atrás era 
tido comolegítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos. 
Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de espancamento de mulheres e 
crianças, de trabalho escravo, esses comportamentos são publicamente 
condenados na maior parte do mundo.
13 Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de 
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na 
solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e 
grandes, que certo e errado se enfrentam.
17 E a ética é o domínio desse enfrentamento.
Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.â ed. São Paulo: 
Ática, 2008 (com adaptações).
A partir das idéias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que 
se seguem.
8 No texto, a expressão “pequenos e grandes” (linhas 15-16) não se refere a 
tamanho, podendo ser interpretada como equivalente à expressão “adultos e 
jovens” (linha 1), ou seja, em referência a faixas etárias.
Comentário: Inicialmente, vamos transcrever o trecho a que o examinador fez 
alusão:
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“Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas 
polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na solidão da 
consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e grandes, que 
certo e errado se enfrentam. ”
Considerando o fragmento acima, percebemos que a expressão “pequenos e 
grandes” não se refere a tamanho, estatura dos indivíduos. Houve, sim, referência a 
faixas etárias, ou seja, a jovens e adultos.
Logo, o item está correto.
Gabarito: Certo.
9 O trecho “Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e 
crianças, escravizarem-se povos” (linhas 9-10) poderia ser corretamente reescrito 
da seguinte forma: Há tempos, considerava-se legítimo que se espancassem 
mulheres e crianças, que se escravizassem povos.
Comentário: Vamos analisar a reescritura por partes.
Primeiramente, há uma equivalência entre as expressões “Tempos atrás” e 
“Há tempos”, pois ambas transmitem ideia de tempo passado, decorrido. Vale 
destacar que, caso a reescritura apresentasse a expressão “Há tempos atrás”, 
haveria redundância, uma vez que o verbo “haver” já indica tempo pretérito.
Por sua vez, a mesma significação contextual é expressa pelos segmentos 
“era tido como legítimo” e “considerava-se legítimo”, sendo equivalentes as 
estruturas “era tido como” e “considerava-se”.
Por fim, no trecho “espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem- 
se povos”, há duas orações subordinadas substantivas subjetivas coordenadas 
entre si. Essas duas orações são reduzidas de infinitivo, que, uma vez 
desenvolvidas, podem ser reescritas conforme citou o examinador: “(...) que se 
espancassem mulheres e crianças, que se escravizassem povos”.
Vale destacar que, em ambas as orações desenvolvidas, o termo “que” é 
conjunção integrante.
Logo, o item está correto.
Gabarito: Certo.
10 Infere-se do texto que algumas práticas sociais são absolutamente erradas, 
ainda que o conceito de certo e errado seja variável do ponto de vista social e 
histórico.
Comentário: De acordo com as idéias do texto, a noção de certo ou errado é 
relativizada, considerando-se o decurso da história. Essa afirmação é ratificada por 
meio do excerto “Apesar da longa permanência da questão, o que se considera 
certo e o que se considera errado muda ao longo da história e ao redor do globo 
terrestre”.
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Ademais, o conceito de certo e errado também varia de acordo com a 
sociedade em que se insere. Em conformidade com a superfície textual, por 
exemplo, a “pena de morte” é autorizada em algumas sociedades, mas não em 
outras: “(...) em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o Estado a 
matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem 
o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia”.
Ainda que o conceito de certo e errado varie social e historicamente, a 
afirmação da banca, por outro lado, encontra justificativa no segmento “esses 
comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo”, sendo 
um exemplo de prática social “absolutamente errada”.
Logo, o item está correto.
Gabarito: Certo.
11 Dado o fato de que nem equivale a e não, a supressão da conjunção “e” 
empregada logo após “inviolável”, na linha 8, manteria a correção gramatical do 
texto.
Comentário: Primeiramente, vamos transcrever o trecho a seguir:
“Em outras sociedades, o direito à vida é inviolável e nem o Estado nem ninguém 
tem o direito de tirar a vida alheia."
No contexto, o nexo textual “nem” está correlacionado na expressão 
“nem...nem”, e não à conjunção “e”: “(...) nem o Estado nem ninguém
Por sua vez, o elemento coesivo “e” é indispensável ao período, 
estabelecendo uma relação de adição entre a oração coordenada aditiva “e nem o 
Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia” e a oração principal “Em 
outras sociedades, o direito à vida é inviolável”.
Portanto, a omissão da conjunção “e” prejudicaria a correção gramatical do
texto.
Gabarito: Errado.
12 Devido à presença do advérbio “apenas” (linha 13), o pronome “se” (linha 13) 
poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “coloca” (linha 13), 
da seguinte forma: coloca-se.
Comentário: Questão sobre colocação pronominal. Analisando o trecho “Mas a 
opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos 
que atraem os holofotes da mídia”, o termo destacado é um advérbio. Conforme nos 
ensinam as lições gramaticais, a presença de um vocábulo adverbial requer a 
colocação proclítica (antes do verbo), tal como ocorreu no trecho “(...) não se 
coloca (...)”. No trecho, a palavra denotativa “apenas” só teria influência na 
colocação do pronome átono “se” caso estivesse anteposta ao verbo “colocar”. 
Logo, o item está errado.
Gabarito: Errado.
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13 Sem prejuízo para o sentido original do texto, o trecho “esses comportamentos 
são publicamente condenados na maior parte do mundo” (linhas 11-12) poderia ser 
corretamente reescrito da seguinte forma: publicamente, esses comportamentos 
consideram-se condenados em quase todo o mundo.
Comentário: O item está errado. Primeiramente, vale observar que o trecho “esses 
comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo” constitui 
uma estrutura de voz passiva analítica, em que:
a) a expressão “esses comportamentos” é o sujeito paciente, aquele que sofre a 
ação verbal;
b) “são (...) condenados” representa uma locução verbal de voz passiva analítica, 
sendo formada com a estrutura verbo “ser” + particípio; e
c) o agente da passiva é externo, porém não foi mencionado.
Por sua vez, a reescritura modificou o sentido inicial do texto, pois o trecho 
“esses comportamentos consideram-se condenados” traz a informação de que 
esses mesmos “comportamentos” julgam-se como condenados, diferentemente da 
ideia original, em que alguém (agente da passiva) considera os “comportamentos” 
como publicamente “condenados”.
Gabarito: Errado.
14 No trecho “o que consideramos bem” (linha 3), o vocábulo “que” classifica- 
se como pronome e exerce a função de complemento da forma verbal 
“consideramos”.
Comentário: No segmento “(...) entre o que consideramos bem e o que 
consideramos mal”, o sujeitoé oculto, sendo indicado por meio da desinência 
número-pessoal “-mos”, presente na forma verbal “consideramos”.
Por sua vez, o pronome em destaque é relativo, sendo complemento direto 
do verbo “considerar” (consideramos algo). Portanto, o item está correto.
Apenas para complementar os estudos, percebam que, no contexto, a forma 
pronominal “que” é antecedida do pronome demonstrativo “o”, equivalente a 
“aquilo”: aquilo que consideramos bem”.
Gabarito: Certo.
15 Infere-se do período “Mas a opção (...) da mídia” (linhas 13-14) que nem todos 
“os temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação.
Comentário: Questão acerca de orações subordinadas. No período “Mas a opção 
entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que 
atraem os holofotes da mídia”, o trecho “que atraem os holofotes da mídia” é uma 
oração subordinada adjetiva restritiva. Este segmento traz a informação de que nem
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todos os temas polêmicos conseguem atrair “os holofotes da mídia”. Em outras 
palavras, a oração restritiva exprime a ideia de que “atrair os holofotes” não é uma 
característica inerente a todos os temas polêmicos, mas somente a alguns. 
Portanto, nem todos os “temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de 
comunicação, estando o item correto.
Gabarito: Certo.
GABARITO
01. E 09. C
02. C 10. C
03. C 11. E
04. E 12. E
05. E 13. E
06. E 14. C
07. C 15. C
08. C
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