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da escravidão ao trabalho livre

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DA ESCRAVIDÃO AO TRABALHO LIVRE 
__________________________________________________Emilia Viotti da Costa 
 
No capitulo 9 do livro Da monarquia a república de Emilia Viotti da 
Costa, aborda o assunto sobre a escravidão no Brasil e de contraponto nos 
Estados Unidos, Emilia mostra como a escravidão aconteceu no Brasil e de 
contrapartida ocorreu nos Estados Unidos. Será que a escravidão no Brasil foi 
mais maleável ou a do Estados Unidos fora pior? Ela aborda como a escravidão 
aconteceu nestes dois países e como o tráfico negreiro agiu de modo 
predominante para que isto acontecesse. No Brasil escravidão negreira teve 
inicio pelos português da coroa real, que ao fracassarem ao tentar catequizar os 
índios do Brasil optaram por escravos negros, pois eram de melhor valia e eram 
excelentes para o trabalho do campo. O capitulo aborda também a influencia 
historia e religiosa do Brasil e dos Estados Unidos para a preservação da 
escravidão. Podemos observar como a abolição aconteceu e como foi seu 
processo contra a escravidão no Brasil e como os fazendeiros reagiram como a 
abolição da escravatura. 
O capitulo 9 faz uma análise sobre as questões raciais do Brasil e dos 
Estados Unidos e quais foram suas influencias históricas, durante este capitulo 
é feito uma análise de como os dois países de ideologias religiosas diferentes, 
sendo o Brasil católica e os Estados Unidos Protestante influenciaram nas ações 
raciais, os aspectos sociais e econômicos. 
Podemos citar por exemplo as ações escravocatas que existiam no Brasil e 
nos Estados Unidos, nos Estados Unidos as relações afetivas entre senhoras e 
escravos era proibida, impossibilitando então a miscigenação do país que ao 
contrário do Brasil não existia nenhum lei ou regra sobre a relação de senhor e 
escravos, influenciando hoje a vasta miscigenação do Brasil. 
Após comparar a escravidão nos Estados Unidos e no Brasil, 
Degler(autor abordado por Emilia) concluiu que dever-se-ia olhar além 
das práticas da escravidão para uma explicação dos padrões raciais 
contemporâneos. Para Degler, que não parece ciente da tautologia, as diferenças 
nas relações raciais são realmente manifestações da “singular diferença 
subjacente à definição social do mulato” sendo que o fato histórico em ambos 
países influenciaram e influenciam as questões raciais até os dias atuais. 
Devido o Brasil ser um país de influencia católica e não ser proibido as 
relações entre escravos e senhores isto contribui para o fim da escravidão sendo 
a que já havia grupos abolicionistas que não era a favor da exploração. 
É preciso lembrar que as diferenças e preconceitos raciais foram muito 
maiores nos Estados Unidos do que no Brasil, sendo que até os dias atuais 
ainda sim existem bairros nos Estados Unidos que são de moradores negros ou 
somente de moradores brancos, ajudando a preservar uma pobre cultura de 
valores sociais e ideológicos. 
A escravidão foi de extrema importância para a economia de ambos os 
países pois o que fazia economia crescer era a mão de obra escrava, devido ao 
fato de que era um trabalho sem remuneração e obrigatório, que rendia lucros 
apenas para os grandes senhores proprietários de terras. 
Um ponto importante para se destacar foi que a coroa portuguesa 
apenas raramente interferiu em favor dos escravos. Na verdade, a maior parte 
dos regulamentos reais criou formas de controle social que beneficiavam os 
senhores,não os escravos. No Brasil como nos Estados Unidos, os escravos 
estavam à mercê dos senhores, talvez ainda mais no Brasil, pois a ineficiente 
burocracia portuguesa concentrava suas atividades nas cidades portuárias e 
deixava o controle do interior ao proprietário de escravos.A Igreja bem cedo 
estabeleceu um compromisso entre escravidão e cristianismo, encontrando na 
tradição ocidental os argumentos para justificar a escravidão de negros. 
Durante operíodo colonial, a teoria da “guerra justa” forneceu a base 
lógica para a escravidão: aqueles que se opunham ao cristianismo mereciam ser 
escravizados. Num mundo governado pela Providência Divina, a escravidão 
era uma punição para o pecado: os negros que iam contra a ideologia religiosa 
deviam pagar por transgressões presentes ou passadas. A Igreja limitava-se a 
recomendar benevolência ao senhor e resignação ao escravo; o pecado do 
senhor era a crueldade, o pecado do escravo era a revolta. 
Por conta da revolução industrial no Brasil e o sistema capitalista dos 
Estados Unidos o trafego de escravo foi afetado, sendo necessário uma 
diminuição do contrabando de negros, prejudicando assim os senhores donos 
de terras e a economia de ambos os países. 
Nesta época escravos que eram filhos de brancos ou que completavam 65 
anos tinham garantia de liberdade destruindo mais ainda o sistema 
escravocrata pois diminuíam ainda mais a mão de obra, contrapondo a 
ideologia Norte America que abolia esta idéia de relações escravos e senhores 
por medo que afetassem o sistema escravocrata do pais. 
Pensando nestes aspectos a escravidão ainda um empreendimento 
lucrativo? Era um bom investimento? O trabalho escravo era mais produtivo 
do que o trabalho livre? O trafico negreiro prejudicado o preço de 
escravo a grandes alturas, os abolicionistas ganhando cada vez mais força, isto 
prejudicou os grandes senhores que gastavam quase o mesmo tanto que 
gastariam em pagar por a mão de obra escrava, sendo mais fácil pagar o 
trabalho do que usar da força bruta para que o mesmo acontecesse. 
 “Os fazendeiros reagiram diferentemente nas distintas áreas, 
 mas, por volta de 1880, a maioria deles estava convencida de 
 que a escravidão era uma causa perdida. Além disso, outros tipos 
 de investimento tinham se aberto a eles: estradas de ferro, ban- 
 cos e indústrias. Diante dessas novas possibilidades, a imobiliza- 
 ção do capital, característica do sistema escravagista, não era 
 mais racional. Parecia haver maior oportunidade para diversifi- 
 car o investimento de capital. O sistema de crédito havia se ex- 
 pandido, criando novas possibilidades de financiamento de 
 trabalhador livre; a revolução tecnológica nos transportes e as 
 crescentes demandas do mercado internacional haviam criadonovas 
 possibilidades para a expansão da produção e para a espe- 
 cialização. Os métodos de processamento do café e do açúcar 
 também tinham melhorado, permitindo uma melhor divisão do 
 trabalho. Após a interrupção do tráfico, o preço dos escravos 
 aumentou vertiginosamente. O custo de manutenção dos escra- 
 vos parecia, em algumas áreas, igualizar-se ou mesmo exceder o 
 nível salarial local.”(páginas,363 e 364) 
 
O tráfico interno ofereceu uma solução temporária,mas a auto-
reprodução dos escravos não podia satisfazer a demanda imediata. 
Os fazendeiros das áreas em expansão haviam encontrado suas salvações 
na imigração. É provável que os fazendeiros não teriam procurado alternativas 
para o trabalho escravo se não estives sem totalmente pressionados por todo 
acontecido. Além disso, se tivessem mais confiança nas possibilidades de 
sobrevivência da escravidão ou não tivessem encontrado alternativas, teriam 
lutado para manter a instituição. Teriam tentado usar os mecanismos de 
repressão disponíveis para interromper os abolicionistas e as fugas de 
escravos.Como eles não se organizaram para defender a instituição, a 
escravidão foi abolida por um ato do Parlamento sob os aplausos das galerias. 
Promovida principalmente por brancos, ou por negros cooptados pela elite 
branca, a abolição libertou os brancos do fardo da escravidão e abandonou os 
negros à sua própria sorte.Referência: 
COSTA,Emilia Viotti. Da Monarquia à República: capitulo 8 (p. 342 – 
363). 5ª edição,São Paulo, 1987

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