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Relação Família e Escola na Educação

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FACE – FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS
CURSO EXTENSÃO NA ÁREA DE PEDAGOGIA
ANDREA SANTANA DE JESUS SOUZA
A RELAÇÃO DA FAMÍLIA E ESCOLA E OS SEUS
 IMPACTOS PARA A EDUCAÇÃO
GANDU
2013
ANDREA SANTANA DE JESUS SOUZA
A RELAÇÃO DA FAMÍLIA E ESCOLA E OS SEUS
 IMPACTOS PARA A EDUCAÇÃO
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da FACE – Faculdade de Ciências Educacionais – Gandu – Bahia, como parte dos requisitos para obtenção do título de graduação em Pedagogia sob a orientação da Profª Especialista Cláudia Inez Januário.
GANDU 
2013
ANDREA SANTANA DE JESUS SOUZA
A RELAÇÃO DA FAMÍLIA E ESCOLA E OS SEUS
 IMPACTOS PARA A EDUCAÇÃO
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia, na Faculdade de Ciências Educacionais – FACE, como requisito final para obtenção do titulo de Graduação em Pedagogia, sob a orientação da Profª Especialista Cláudia Inez Januário.
Conceito ______________ Aprovado em _____/____2013
BANCA EXAMINADORA
_______________________________ 
CLÁUDIA INEZ JANUÁRIO
Professora Orientadora
_______________________________
Professor (a)
________________________________
Professor (a)
Dedico este trabalho à minha família, por sempre estarem me dando forças para alcançar meus objetivos. Por estarem do meu lado vibrando com minhas conquistas; pela compreensão e paciência no decorrer de todo curso, percorrido com muito amor e luta. Amo muito vocês!!
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, autor da minha vida, aquele que continua fazendo milagres. Sem Ele não teria chegado até aqui. A Ele toda honra e minha gratidão. Obrigada Jesus!
Agradeço aos meus pais por acreditarem e torcerem por mim, mesmo diante de todas as dificuldades enfrentadas.
Agradeço ao meu esposo e ao meu filho, pela compreensão nos momentos de ausência e por me cobrirem com tanto amor. Se não fosse esse amor não teria prosseguido. 
Agradeço as minhas irmãs, peças fundamentais na minha vida e elaboração deste trabalho.
Agradeço as minhas amigas da faculdade, Marienes (Maricota) e Eunice (Nicinha). Não tenho palavras para agradecer TUDO o que fizeram por mim.
Agradeço ao Cetep do Baixo Sul, na pessoa de Jusseandre Santana. Serei eternamente grata a Deus por ter colocado vocês no meu caminho. Obrigada pela oportunidade e confiança que me foi dada. 
À professora e orientadora desta monografia, Cláudia Inez Januário pela disposição, preocupação e comprometimento com a tarefa educativa. Obrigada pela serenidade e gentileza, elas são ensinantes.
Enfim, expresso o meu reconhecimento a todos aqueles (e foram muitos), que direta ou indiretamente, contribuíram para a minha formação.
“Educar é semear com alegria e colher com paciência”.
Augusto Cury
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a importante relação entre família e escola, destacando as contribuições dessa parceria na vida escolar dos alunos. Abordando os aspectos referentes ao desenvolvimento e a aprendizagem da criança, o papel da escola em oportunizar a presença das famílias nas atividades referentes ao contexto escolar, sendo que em virtude das atribuições diárias, muitos pais deixam de ser participantes da vida escolar dos seus filhos. Sendo que a falta desse entrosamento pode causar entraves no desenvolvimento e aprendizagem desta criança. Gerando muitas vezes o motivo de tanta indisciplina nas escolas. Por fim o trabalho se desenvolve buscando entender e levanta reflexões acerca da necessária integração escola e família, diante de uma sociedade em mudança permanente. Abordando também como se dá a relação da família com a escola e da escola com a família, levando em consideração o planejamento das reuniões escolares para que não sejam somente “informativas”, mas interativas e dinâmicas. 
Palavras- chave: Família. Escola. Parceria. Relação Família e Escola.
ABSTRACT
This paper aims to analyze the important relationship between family and school, highlighting the contributions of this partnership in the school life of students. Addressing aspects related to the development and learning of children, the role of the school in oportunizar the presence of families in activities related to the school context, and in view of the daily assignments, many parents are no longer participating in the school life of their children. Since the lack of this interplay can cause barriers to learning and development of this child. Generating often the reason for such indiscipline in schools. Finally the work is developed in order to understand and raises reflections on the necessary integration school and family from a society in constant change. Also addressing how is the family's relationship with the school and the school with the family, taking into consideration the planning of school meetings so they are not only "informative" but interactive and dynamic.
Keywords: Family. School. Partnership. Family and School Relations.
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO..............................................................................
	9
	
	
	
	2
	A IMPORTÂNCIA DA AFEITIVIDADE E OS LIMITES NA ESCOLA........................................................................................
	
12
	
	
	
	3
	COMPREENDER A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA – VERIFICAR AS PRINCIPAIS CAUSAS QUE DIFICULTAM ESTA RELAÇÃO...........................................................................
	
23
	
3.1
	
Reflexões acerca da Relação Família e Escola...........................
	
30
	
	
	
	4
	AÇÕES QUE MELHORAM A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA........................................................................................
	
34
	
	
	
	5
	CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................
	42
	
	
REFERÊNCIAS.............................................................................
	
44
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a importância da família na escola para o processo educativo da criança.
A instituição familiar está em constante transformação, influenciada por diversos fatores que fazem com que suas funções e papéis se modifiquem dentro da sociedade.
Mas não podemos esquecer, que a família foi e continua a ser a instituição-chave onde se estreia para a socialização. Depois, surge a escola onde o indivíduo se insere no processo de socialização.
Com o passar dos anos foi sendo percebida a necessidade de união desses dois âmbitos, tendo em vista a eficaz formação ética, moral e intelectual de crianças em situação escolar.
Diante das mudanças que as famílias vem sofrendo, surgiu a necessidade de estudar a importância que a família tem na vida escolar do aluno, pois esta vem depositando na escola a responsabilidade plena de educar seus filhos, alegando que precisam trabalhar para garantir a sobrevivência do filho.
Diante deste contexto, o ato de educar tem sido árduo, pois a família e a sociedade esperam que a escola dê conta sozinha na formação destes alunos. 
Em virtude disso, é importante a participação ativa do corpo familiar em meio ao docente/escolar, de modo que assim o ambiente de contato cotidiano da criança seja saudável e preparado para a sua formação como indivíduo social.
Se a família não colabora de forma eficiente, a escola não poderá desenvolver de modo satisfatório a aprendizagem dos educandos. Para que haja o resgate dos valores morais necessários na construção de uma sociedade mais justa, é fundamental uma parceriamais eficaz entre estas instituições.
Os pais precisam estar informados da vida escolar dos filhos, colaborando no crescimento e desenvolvimento dos mesmos. A escola tem o papel de atrair os pais para o ambiente escolar, tornando sempre os encontros inovadores e criativos, garantindo assim o sucesso na aprendizagem dos filhos.
A partir do momento em que a Escola e a Família firmarem essa parceria, os conflitos poderão diminuir no âmbito escolar.
Na prática pedagógica, observamos que a família que não participa da vida escolar do filho, as dificuldades apresentadas pelos alunos ficam claras, diferente daqueles que contam com a colaboração dos pais na escola.
O ideal é que essas instituições tracem as mesmas metas, propiciando ao aluno segurança na aprendizagem, de modo que ele seja capaz de enfrentar as situações complexas que surgem na sociedade.
Na busca dessa parceria, é necessário que os pais não responsabilizem somente a escola pela educação dos seus filhos, mas sim, que se promova uma união de ambas as partes. Não excluindo a escola da sua responsabilidade como agente formador, e sim atribuindo a ela a função que realmente lhe cabe.
Sendo assim, fica claro que a Escola não vive sem a Família, e muito menos a Família vive sem a Escola. 
Quando a família e a escola mantêm boas relações, as condições para um melhor aprendizado e desenvolvimento da criança podem ser maximizadas. 
Assim, pais e professores devem ser estimulados a discutirem e buscarem estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que resultem em novas opções e condições de ajuda mútua.
O trabalho harmônico entre eles resulta em ações positivas que deverão otimizar a relação e provocar o melhor desempenho do aluno.
Assim sendo, buscou-se neste trabalho organizar informações que subsidiassem uma reflexão acerca do tema.
Os dados foram coletados através de um estudo teórico e as informações foram organizadas e distribuídos em três capítulos.
No primeiro capítulo buscou-se descrever a importância da afetividade e os limites na escola para o desenvolvimento do educando.
No segundo capítulo buscou-se compreender a relação família e escola verificando as principais causas que dificultam esta relação. Trazendo também reflexões acerca relação família e escola baseada no pensamento de vários autores.
No terceiro e último capítulo buscou-se elencar ações que pudessem melhorar a relação família e escola. 
2 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E OS LIMITES NA ESCOLA
A afetividade é um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado a partir das situações. Segundo Piaget, tal estado psicológico é de grande influência no comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Faz-se presente em sentimentos, desejos, interesses, tendências, valores e emoções, ou seja, em todos os campos da vida (CABRAL, 2009). 
De acordo com a autora a afetividade é diretamente ligada à emoção, ela consegue determinar o modo com que as pessoas visualizam o mundo e também a forma com que se manifesta dentro dele.
Para ela, todos os fatos e acontecimentos que houve na vida de uma pessoa traz recordações e experiências por toda a sua história. Dessa forma, a presença ou ausência do afeto determina a forma com que um indivíduo se desenvolverá. 
Também determina a auto-estima das pessoas a partir da infância, pois quando uma criança recebe afeto dos outros consegue crescer e desenvolver com segurança e determinação (CABRAL, 2009). 
Dessa forma verifica-se como a afetividade pode influenciar de maneira decisiva a vida de uma pessoa.
A afetividade tem um papel crucial no processo de aprendizagem do ser humano, porque está presente em todas as áreas da vida, influenciando profundamente o crescimento cognitivo.
Segundo Wallon (apud AFETIVIDADE, 2010), a inteligência não é o elemento mais importante do desenvolvimento humano, mas esse desenvolvimento dependia de três vertentes: a motora, a afetiva e a cognitiva. Assim, a dimensão biológica e social eram indissociáveis, porque se complementam mutuamente. 
Para ele, a evolução de um indivíduo não depende somente da capacidade intelectual garantida pelo caráter biológico, mas também do meio ambiente que também vai condicionar a evolução, permitindo ou impedindo que determinadas potencialidades sejam desenvolvidas. A afetividade surge nesse meio e tem uma grande importância na educação. 
A afetividade determinará, por exemplo, o tipo de relacionamento entre o professor e aluno, o que terá um grande impacto na forma como o aluno adquire novos conhecimentos.
Assim verifica-se que a afetividade começa na relação que a criança tem com sua família mesmo no período de gestação e vai evoluindo em cada fase de seu desenvolvimento. Nota-se que fora da família a escola é o primeiro contato dessa criança com a sociedade, assim se verifica a importância que a relação da família com a escola terá para o completo desenvolvimento da criança.
Nota-se também que essa relação deve ser cultivada de ambos os lados para que se possam buscar os resultados que tanto uma como outra almejam.
Fiale (2012) corrobora esse pensamento, para ela a família é onde a criança têm as suas primeiras referências, o centro onde ela vai ter o seu aprendizado, e a escola é quem vai ensinar e intermediar a criança com a sociedade. (FIALE, 2012)
A partir do momento que a criança passa a ter o convívio na escola ela vai aprendendo outros modelos de comportamentos que podem não ser o mesmo do seu ambiente familiar, porque o papel da escola é educar para a sociedade, para a vida coletiva, e essa vida requer habilidades e técnicas que serão necessárias em todas as fases da vida. Essas habilidades e técnicas não são possíveis de se aprender só no âmbito familiar. A criança precisa aprender a ler, escrever, fazer cálculos e precisa adquirir habilidades como comportamento, cidadania, valores para conviver em sociedade. (FIALE, 2012)
A família e a escola juntas formam duas instituições que ajudam as crianças no aprendizado, crescimento físico e social. A escola é o local onde as crianças desenvolvem atividades que são preparadas detalhadamente e de forma pedagógica visando atender as necessidades delas, o aprendizado aplicado na escola não é o mesmo aprendizado aplicado em casa um complementa o outro, ficando evidente assim a que a família não é o único ambiente de aprendizado para a criança. (FERREIRA et al, 2004)
A família impulsiona a criança para o aprendizado escolar (POLÔNIA e DESSEN, 2005). Mas ao mesmo tempo também pode ser a responsável pelo desempenho ruim do aluno (CARVALHO, 2000). 
Vários são os fatores que podem atrapalhar o desenvolvimento da criança na escola. Uma boa relação entre família e escola é essencial. Deve-se estimular em casa o que foi aprendido na escola, e nem sempre os recursos econômicos e culturais dos pais influenciam o desempenho da criança (CHRISTENSON & ANDERSON 2002; MARQUES 2002). 
No entanto é muito importante que os pais valorizem a escola e incentivem seus filhos, para que eles possam mostrar respeito aos professores e a toda comunidade escolar.
A família é o primeiro grupo social que possibilita o desenvolvimento de uma criança, é nela que se encontra carinho, respeito, afeto e aprende sobre princípios e valores.
A escola é a segunda instituição que as crianças aprendem a conviver, a se relacionar com o outro, a respeitar e a trocar experiências.
Como professores, pais e educadores, percebemos a importância da afetividade no processo de educação.
Segundo Alves (1994 p. 12) “o nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho.”
Sendo a família o primeiro grupo social em que a criança encontra o afeto e adquire valores, é importante ressaltar que nem toda criança recebe esse sentimento tão valioso, que faz uma grande diferença na sua formação.
Com a buscaincessante de grande parte das famílias, em ter e proporcionar o melhor para os seus filhos, muitos valores estão sendo deixados de lado. O contato, o diálogo, estão sendo cada vez mais raro no seio familiar.
Muitas crianças estão crescendo de forma desordenada, sem a presença dos pais, entregues a terceiros e em alguns casos, aos avós.
Em entrevista a Revista Mundo Jovem, a escritora e psicopedagoga Isabel Parolin, relata que: “o IBGE mostrou que muitos avôs, hoje, ficam com a responsabilidade de encaminhar o dia a dia dos netos.” (PAROLIN, 2013)
É necessário que haja na família um ambiente amoroso, onde a criança possa se sentir acolhida. Infelizmente, nem todas possuem ou mantêm essa harmonia. Levando as crianças a encontrarem esse ambiente familiar diferente nas escolas. Esta por sua vez, vem assumindo funções reservadas à família, não suportando tantas atribuições. Por conta disso, é necessário que haja a parceria da família com a escola.
O contexto infantil em geral divide-se em dois ambientes: escolar e o familiar. Ambos vistos por muito tempo como contextos distintos. Entretanto, com o passar dos anos, foi sendo percebida a necessidade de união desses dois âmbitos, tendo em vista a eficaz formação ética, moral e intelectual de crianças em situação escolar (PAROLIN, 2013).
Para autora, a junção dessas instituições irão contribuir para o crescimento pessoal e intelectual das crianças, direcionando-as para o mundo das suas escolhas profissionais, e a falta desse entrosamento vem causando o fracasso do sistema educacional.
Sabe-se que é dever da família o acompanhamento no processo de escolaridade e sua importância no contexto escolar, de modo que assim, o ambiente de contato da criança, seja saudável e preparado para sua formação como indivíduo social.
Segundo Tiba (1996 p. 178) “é dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo ter saúde social [...]
Com emancipação da mulher, e o seu crescimento cada vez mais cedo no mercado de trabalho, tem trazido sérias consequências ao desenvolvimento e aprendizagem dos filhos, pois a necessidade de passar a maior parte do seu tempo fora, está deixando lacunas na formação moral e intelectual da criança, levando-as a aprenderem valores que antes era tarefa dos pais. Estes por sua vez, aproveitam a oportunidade, e acabam transferindo a responsabilidade para a escola.
Vale ressaltar, que é responsabilidade da escola ensinar a escrever, resolver situações problemas, ler, etc. A família é parceira que estará sempre dando o suporte necessário (PAROLIN, 2013).
A autora afirma ainda que os professores, com grande frequência, tem assumido um novo papel dentro das escolas: o de abordar e resolver questões que deveriam ser resolvidas no âmbito familiar.
Dessa forma, a questão do limite que a criança deve ter em casa para que ela afirme esse limite na escola, se torna crucial.
A formação educacional dos filhos, principalmente no que se refere à questão de seguir regras e limites impostos pelos pais, têm sido alvo de preocupação por grande parte desses, em virtude das crianças de hoje se apresentarem cada vez mais indisciplinadas e difíceis de lidar. 
De acordo com Caiado (2012) é fundamental que os pais ou os responsáveis pela formação educacional de um indivíduo, em especial a criança, comece a discipliná-la em casa, sendo a escola responsável por acrescentar valores. 
Essa é uma questão importante a ser refletida, em função de muitos pais estarem confundindo o papel da escola quanto à educação do filho, muitas vezes invertendo os papéis, até mesmo devido a correria do dia-a-dia em busca de oferecer melhores condições para a família e automaticamente tornando-se ausente no ambiente familiar.
Considerando que nenhuma pessoa é educada de uma hora para outra, sendo a formação educacional um processo contínuo, alguns requisitos são fundamentais, sendo esses colocados com cautela de acordo com a necessidade de cada um (CAIADO, 2012):
• OBJETIVOS: ter consciência que as atitudes que serão tomadas serão com a intenção de educar a criança e, consequentemente, propiciar uma relação harmoniosa no ambiente familiar. 
• CONHECIMENTO: os pais que possuem crianças acima de 2 anos de idade poderão passar por situações nas quais seu filho irá testá-lo e contestá-lo (birra, choro, esperneio, etc.) constantemente, com a intenção de não cumprir o que foi colocado. 
• PACIÊNCIA: ponto de partida inicial para ter bons resultados.
• SACRIFÍCIO: ter em mente que educar exige sacrifício por parte de todos que estão envolvidos, mas principalmente de quem assume o papel de educador.
• ACORDO: é obrigatório que os pais estejam de acordo com as decisões e opiniões colocadas, de forma que jamais um retire a autonomia do outro, tirando a autonomia e mudando as regras. Tal conduta evita que a criança venha a confundir qual a melhor forma de agir, bem como perceber diante da incoerência do que é colocado pelos pais (proibições, explicações, regras, permissões...). 
• FIRMEZA: a partir do momento que impor algo, deve sustentá-lo, criando o hábito de firmeza, construindo a segurança da criança.
• PERSEVERANÇA: adquirida na relação cotidiana é fundamental para que alcancem bons resultados. 
Assim, percebe-se que é da família que inicialmente deve partir a imposição do limite, a escola deve em concordância com a família, continuar disciplinando o indivíduo, para torná-lo cidadão consciente de suas obrigações e direitos.
Porém, muitas vezes estamos lidando com crianças revoltadas, frustradas e até mesmo sem nenhuma perspectiva de vida, devido a ausência que tem vivido por parte dos pais.
Em alguns casos, há pais que não estão preocupados com o rendimento escolar do filho, apenas querem que estes sejam aprovados no fim do ano. A escola deve ensinar, mas é preciso que haja o apoio familiar, independente da família que pertença esta criança.
A criança precisa do apoio familiar, para que o que, ela aprendeu na escola seja colocado em prática, pois se a criança fica sem o acompanhamento em casa, ela fica por conta própria, não conseguindo assim assimilar o que aprendeu, o que pode ocorrer por falta de ajuda, incentivo, depende muito de como é o nível intelectual dessa criança. Se ela possui um nível intelectual baixo, com certeza ela terá que ser mais dedicada, tanto na escola quanto em casa, pois a falta de dedicação e sem o apoio devido pode ocasionar a reprovação. Onde têm-se observado a cada ano que esses números têm aumentado.
Muitas vezes o nível intelectual baixo da criança pode estar associado a várias situações como a desnutrição, distúrbios físicos e mentais, crianças com esses tipos de distúrbios precisam de uma atenção maior, um simples problema na visão, uma pequena dificuldade na audição vai interferir de uma forma absurda no seu aprendizado. (PATTO, 1992)
Diante de situações como essas citadas acima a mãe e a educadora tornam-se peças fundamentais na estrutura de aprendizado porque tanto a mãe quanto a educadora precisam estar dispostas, ter paciência, carinho para lidar com tais crianças, elas precisam estar atentas a todo tempo no desenvolvimento do aprendizado da criança, porque qualquer coisa que passe despercebida pode ser fundamental para sanar as dificuldades que essa criança possui. (PATTO, 1992)
O contato da escola com a família é essencial, pois esse contato pode ajudar na educação da criança, mais esse contato precisa ser usado de uma forma positiva que sirva para ajudar no desenvolvimento da criança e não para apontar a família como a principal culpada pelo fracasso escolar. (PATTO, 1992)
Em uma reportagem da Revista Mundo Jovem, os professores do Bacharelado em Direito do Centro de Estudos Superiores Aprendiz (CESA), na cidade de Barbacena em Minas Gerais, Pedro Arruda Júnior e Sirlene Cristina Aliane, relatam que: “as crises familiares são o pano de fundo das questões de aprendizagem dos educandos. Dependendo do ambiente familiar em que vive, a maioria das crianças mostra suarevolta, indignação e até mesmo rancor com seus familiares e a própria sociedade. As crianças e os jovens mostram, na escola, problemas concernentes à organização familiar como um todo: organização, disciplina, aceitação de limites, consideração, respeito mútuo etc.”
É muito forte a interferência desses comportamentos dentro de casa na formação do indivíduo. Existem crianças com um bom nível intelectual, mas o ambiente em que se convive não é propício para o aprendizado. Algumas destas crianças chegam a presenciar as agressões entre os pais, que acabam não percebendo, que os seus atos interferem na vida dos outros membros da família e da sociedade. (ARRUDA JÚNIOR E ALIANE, 2013)
Outro grave problema que tem sido abordado acerca do aprendizado das crianças, é a questão dos pais separados. “O rompimento dos laços familiares pode acarretar problemas futuros para a criança. É fundamental que, mesmo constituindo outras famílias, os pais e os filhos tenham o diálogo e a compreensão como cerne de sua relação familiar.” (ARRUDA JÚNIOR E ALIANE, 2013)
Observa-se que quando isso acontece, a criança fica refém dos seus sentimentos em relação ao que ela está vivendo, em relação ao que aprendeu sobre os valores na família, dificultando a absorção dos ensinamentos que lhe são dados na escola. 
Com isso, o profissional da educação assume a responsabilidade de investigar e tentar amenizar o problema, para que este não venha sofrer as consequências do acontecido nos seus estudos, o que, em alguns casos, sabemos que é impossível que isso não aconteça.
Em entrevista a Revista Nova Escola, Maria Suzana Menin, Coordenadora da Iniciativa e Professora de Psicologia da educação da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Presidente Prudente, afirma que:
Muitas vezes, a equipe docente acha que não deve trabalhar com Educação Moral por que isso é uma tarefa que cabe à família. Mas hoje estudiosos afirmam que vivemos uma situação em que a força da competição, da imagem e do poder duela com o respeito e a cooperação. Assim, eles e a família devem atuar. No entanto de formas diferentes. Os primeiros lidam com o coletivo e trabalham com a questão da igualdade. Já os familiares trabalham com valores individuais, como a cooperação, a solidariedade, a generosidade e a bondade, e protegem os seus. Na família, como na escola, moral vivida é moral ensinada. De nada adianta fazer discursos se as práticas os contradizem. (MENIN, 2012)
O que presenciamos muitas vezes é o contrário. Lidamos com vários tipos de crianças na escola, e avaliar o seu contexto de vida, tem sido tarefa diária dos professores para que eles possam entender o seu comportamento e até mesmo o seu desinteresse em sala de aula.
Outra realidade que tem se agravado na relação família e escola, são as relações da família pobre, que não é uma das melhores.
Nota-se uma grande evasão das crianças de famílias pobres com a escola, aonde muitas saem da escola para trabalhar, essa é a realidade de muitas cidades brasileiras.
Nessas famílias onde a prioridade é o trabalho e não a escola, não existe o comprometimento dos pais, o que acaba dificultando todo o processo da criança na escola.
A questão da família priorizar o trabalho pode estar ligado a carência cultural dos pais que não se preocupam com o futuro dos filhos na escola, dando a opção a essa criança de acreditar que a escola não leva a lugar algum, pois eles os pais, alcançaram determinado patamar na vida sem a escola, obrigando essas crianças a não acreditarem no seu potencial e fazendo com que elas tragam para si figuras de heróis que não são tão heróis assim, uma outra realidade que temos visto nas favelas das grandes cidades. (PATTO, 2012)
Almeida (1999) afirma que a evasão escolar também pode estar relacionada com a forma pela qual a criança é tratada na escola. Preferência dos professores por alunos com desempenho melhor, e até a falta de preparo de muitos professores para lidar com as crianças.
Algumas crianças adquirem traumas em sala de aula, até por desprezo de determinado professor. Quando o professor tem a certeza de que determinados alunos fazem parte de uma família de classe baixa, ele prefere manter distância e acaba creditando algumas deficiências do aluno ao fracasso da situação econômica e cultural da família, deixando esse aluno de lado.
Essas crianças para não serem reprovadas, vão para o conselho de classe de onde são encaminhadas para a série seguinte sem ter nenhuma condição, e assim vai sendo jogada de uma série para outra sem ter adquirido o devido conhecimento. (ALMEIDA, 1999)
Mas o fracasso escolar da criança não pode ser atribuído apenas a criança ou a família da mesma, a escola também têm a sua parcela de culpa, pois depende do sistema pedagógico utilizado pela escola.
Esse sistema muitas vezes faz diferença entre alunos de famílias pobres, e eles acabam sendo inseridos em classes chamadas de especiais onde o ensino é diferenciado para que esse aluno possa alcançar a aprovação.
Porém, isso pode prejudicar o aluno quando o mesmo vai tentar ingressar na faculdade, seja ela particular ou pública. Passando a enfrentar grandes problemas para ser aprovado no vestibular de uma faculdade pública, e quando tem acesso a faculdade particular nota-se uma grande dificuldade em determinadas matérias, que são dificuldades que depende da base de ensino, se foi boa ou não.
Essas dificuldades não foram sanadas desde o começo da vida escolar, elas podem ser provenientes do ensino de baixa qualidade, levando em conta as precárias condições de diversas escolas, professores mal formados, etc.
Essa é a educação que está sendo disponibilizada para a nossa sociedade, o grande descaso das autoridades com a educação, inclusive educadores mal remunerados o que reflete basicamente na condução das aulas, e do ano letivo por conta das greves. (FIALE, 2012)
Para Piaget, 
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se a uma divisão de responsabilidades [...] (PIAGET, 2007)
Sendo assim conclui-se que, a família e a escola são parceiras fundamentais no desenvolvimento de ações que favorecem o sucesso escolar, dependendo uma da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo e o melhor futuro para a criança. 
Daí a necessidade da família estar em perfeita sintonia com a escola, pois juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de todos.
3 COMPREENDER A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA VERIFICANDO AS PRINCIPAIS CAUSAS QUE DIFICULTAM ESTA RELAÇÃO
A convivência em grupo é um fator essencial na vida de qualquer ser humano. Diante deste raciocínio são necessárias adaptações para a condição no meio familiar e principalmente escolar.
A família será sempre responsável pela formação do caráter e pela inserção do individuo na sociedade. É também dever desta acompanhar o desenvolvimento da criança no âmbito escolar, participar de projetos, incentivar as crianças e outras famílias, seja em relação ao aprendizado ou as amizades. 
Para Tiba, “a escola percebe na criança facilidades, dificuldades e outras facetas que em casa não costumam ser observadas, muito menos avaliadas.”
Parte daí a importância dos pais estarem bem informados acerca do comportamento dos filhos na escola. Sabemos que não compete a escola, mas muitas vezes ela ajuda aos pais a superarem dificuldades com o filho, sem que haja uma interferência médica. (TIBA, 2012)
A família deve oferecer apoio e disponibilidade para acompanhar as tarefas desenvolvidas pelos filhos. Enquanto a escola tem a função de instruir e ajudar na sua formação perante a sociedade.“Se todos os pais soubessem dessa possibilidade de ajuda e tivessem a sabedoria de procurar a escola, muitos conflitos, desajustes relacionais, problemas de juventude, migrações e dificuldades escolares, seriam, sem dúvida resolvidos a tempo”. (TIBA, 2012)
Quando a parceria família e escola são formadas desde cedo, há um lucro muito grande no desenvolvimento da criança. Recebendo incentivo dos pais, ela passa a melhorar ainda mais nas atividades e principalmente no relacionamento com outros indivíduos. (TIBA, 2012)
Com a inversão dos papéis, a escola tem assumido a posição que antes era da família. Observando a mudança de comportamento do aluno, ela tem investigado acerca da sua vida fora do contexto escolar, passando a descobrir usos e costumes que certamente não foram aprendidos em casa. 
Por isso Tiba afirma que: “quanto menos os pais souberem sobre seus filhos, maiores serão as chances de serem surpreendidos por queixas das transgressões que estes cometem. Não há outra saída senão os pais acompanharem de perto o que os seus filhos andam fazendo pelas baladas afora”. (TIBA, 2012)
Para superar as descontinuidades entre os ambientes familiar e escolar, é necessário conhecer os tipos de envolvimento entre pais e escola, e estabelecer estratégias que permitam a concretização de objetivos comuns.
A escola por sua vez, deve reconhecer a importância dos pais no projeto escolar do aluno e auxiliar as famílias a exercerem o seu papel na educação. Essa parceria só será possível, se houver interesse de ambas as partes. 
Para que isso aconteça, a escola precisa abrir as portas e garantir sua permanência, intensificando as reuniões baseados em temas teóricos, reuniões que atraiam a presença dos pais tornando-as interessantes e motivadoras. (PAROLIN, 2013)
É preciso dar também aos pais, nesses momentos a oportunidade de se expressarem, fazendo assim, eles irão perceber a importância e passarão a ser multiplicadores. (PAROLIN, 2013)
Agindo assim, novas oportunidades irão surgir, desenvolvendo uma educação de melhor qualidade, proporcionada por esta relação: FAMÍLIA E ESCOLA. 
Paro destaca que a participação dos pais na escola deve sempre estar “[...] ligada à tomada de decisões e não como mera forma de prestação de serviços ou de contribuição financeira [...]”. (PARO, 2007 p. 10)
É importante que os pais avaliem a escola em que o seu filho passará parte do seu tempo. Eles precisam confiar na escola que escolheu para os seus filhos, e mostrar essa relação de confiança através de atitudes concretas. 
Uma escola afinada com os valores familiares desde o princípio, prestando atenção às instalações físicas, os recursos que são disponibilizados e as regras que são impostas por ela. 
Tendo mais de um filho, é muito melhor para os pais que eles estudem na mesma escola. Porém, é preciso que eles saibam diferenciar o comportamento de cada um. Por terem personalidades diferentes, a escola pode ser boa para um, e ruim para o outro. Estar atento ao momento da saída da escola dos filhos, é um papel que deveria ser feito pelos pais, pois serão com essas pessoas que eles irão se relacionar. (TIBA, 2012) 
É dever da família acompanhar assiduamente o indivíduo em suas tarefas escolares, demonstrando interesse nas diversas atividades executadas. Porém é importante ressaltar que é necessário permitir que os filhos assumam suas próprias responsabilidades, não ocupando a função que deveria ser deles. “O saber é essencial, portanto estudo não se negocia. Não cabe ao filho decidir se estuda ou não. Ele tem que estudar e pronto. Como vai estudar? Aí cabe a possibilidade de conversar e negociar horários etc.” (TIBA, 2012)
Sabe-se que cada uma das instituições deve fazer a sua parte, para que o caminho do sucesso possa ser atingido, mesmo tendo objetivos comuns. Havendo o acompanhamento dos pais no rendimento escolar dos filhos desde o início, dificuldades enfrentadas por eles poderão ser sanadas com o apoio do professor. (TIBA, 2012)
Atualmente a maior dificuldade para o estabelecimento consolidado da relação família e escola, está na falta de tempo durante o dia a dia no envolvimento com as questões do filho, e em alguns casos na carência de uma boa estrutura familiar. 
Com a união e o empenho, a criança mostrará resultados positivos no histórico escolar, onde há o auxílio dos pais e a preocupação da escola em desenvolver diferentes métodos de ensino para contribuir com a aprendizagem do aluno. (TIBA, 2012)
Muitas são as causas que dificultam a relação família e escola. Uma delas que tem afetado e muito o rendimento escolar das crianças, é a separação dos pais. “É fundamental que mesmo constituindo outras famílias, os pais e os filhos tenham o diálogo e a compreensão como cerne de sua relação familiar. Os pais precisam ter um tempo para que as crianças se adaptem à nova vida, preservando a união afetiva entre eles. Por que esse elo não muda, sendo que os pais continuam possuindo o mesmo papel ao longo de toda a vida.” (ARRUDA JÚNIOR E ALIANE, 2013). 
Cabem aos pais em uma situação como esta, não esconderem dos filhos os acontecimentos, pois eles estão a todo tempo percebendo os fatos e isso pode lhe causar distúrbios emocionais, prejudicando assim sua aprendizagem escolar.
 Os reflexos passam então a serem percebidos pelos professores na sala de aula. Um certo desequilíbrio com os colegas, o desinteresse na aprendizagem e até mesmo a agressividade com os professores e colegas. (TIBA, 2012)
Neste caso o professor estará auxiliando a criança a enfrentar os problemas, sem que interfira totalmente na sua aprendizagem buscando formas diferenciadas de trabalhar com o aluno.
Outro fator importante é a questão da indisciplina no contexto escolar, que tem mobilizado professores, pais e alunos nas escolas brasileiras.
Segundo o dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986), os termos indisciplina podem ser definidos como “procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência; desordem; rebelião”. Assim, indisciplinado é aquele que “se insurge contra a disciplina”. Disciplinado é aquele que obedece, sem questionar às regras em determinado contexto.
Para o norteamento das relações, a sociedade precisa cumprir as regras impostas por determinadas instituições. A escola por sua vez, também dita as regras do seu funcionamento entre todos que nela atuam, sendo necessária para o convívio social.
La Taille (1996) analisa que [...] crianças precisam sim aderir a regras e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os ‘limites’ implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não poderia ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social – a família, a escola, e a sociedade como um todo.
Nos últimos anos, o que tem causado as manifestações de indisciplina escolar é a perda de autoridade do professor. A desqualificação e desatualização dos mesmos têm gerado aulas pouco atrativas, levando os alunos a não participarem do assunto. (REGO, 1996)
Os pais quando convidados para analisar tais comportamentos, atribuem a culpa ao professor, isentando muitas vezes o filho de responder por seus atos. Pois para eles é difícil entender que seu filho, possa desrespeitar o professor. 
Tal comportamento muitas vezes é gerado devido a algum problema vivenciado pela criança em casa. As birras, a agressividade são fatores que intensificam o aparecimento da indisciplina na escola. (PERIN e CORDEIRO, 2002)
“A sociedade do séc. XXI vive um período de crise ética, que no Brasil está constantemente retratada principalmente no campo da política quando vêm à tona casos de corrupção, desvios de dinheiro público, má distribuição de renda e indiferença dos governantes á classe trabalhista, acentuando o desemprego e o subdesemprego. A crise econômica, o consumismo, a competição exacerbada no mercado de trabalho e os valores invertidos são os principais fatores de desagregação familiar.”(PERIN e CORDEIRO, 2002)
Sabemos que o aluno de hoje não é mais como os de antigamente. A família está mudada. A sociedade também. Assim conclui-se que, algo na escola e na sala de aula, não está atendendo às expectativas traçadas pelo aluno. 
As críticas ao sistema escolar são lançadas com frequência passando a reclamar da qualidade das aulas, quantidade de matérias, de que ele nunca tem os seus direitos atendidos, etc. Reivindicando mudanças que realize o objetivo da escola, despertando o seu interesse pelo aprendizado e ambiente escolar. (REGO, 1996)
Os problemas enfrentados pelas crianças em casa, tem sido um outro fator que tem dificultado a relação das entidades a qual ele faz parte.
Em entrevista a jornalista Cinthia Rodrigues da Revista Nova Escola, a psicanalista Belinda Mandelbaum, orienta que: “o caminho é investigar o que está faltando de verdade à criança e estabelecer um diálogo honesto e livre de preconceitos com quem cuida dela.” (MANDELBAUM, 2010)
Muitas vezes ele enfrenta uma situação em casa, e pede socorro na escola. Para isso é preciso que o educador esteja sensível a isso, pois muitas vezes ele não deixa explícito. Tentar a aproximação vai fazê-lo se sentir melhor ao perceber que tem alguém com quem possa contar. “Em muitos casos, a simples atenção do professor que está todo dia ao lado dele pode ser mais efetiva.” (MANDELBAUM, 2010)
A falta de limites na criança em casa é uma queixa comum entre os educadores, que tem sido obrigado a ditar as regras na vida desta criança. “Situações de falta de limite são comuns hoje em dia. Os pais ficaram fragilizados não por culpa deles, mas em virtude de um processo histórico que tem a ver com a diminuição do poder econômico e da autoridade.” (MANDELBAUM, 2010)
De fato as regras é uma ação que tem sido transferida a outras instituições, mas precisamente para a escola. Por mais que os professores não possam nem devam substituir os pais, eles precisam estar preparados para fazer da escola um espaço de escuta das famílias.
Com a influência que a criança tem recebido da escola, dos amigos e televisão, percebe-se que a educação tem escapado do controle da família. O que está dificultando e muito o sistema educacional. (TIBA, 2006)
O tempo de convivência familiar diminuiu bastante. A sociedade hoje, pouco conversa e pouco se lê. Com o avanço tecnológico está diminuindo o espaço familiar, o que resulta na diminuição da convivência.
Sendo um dos motivos pelo qual os alunos não articulam mais entre si. Para que a criança tenha êxito no âmbito escolar, ela precisa de uma escola que ensine e de uma família que eduque. (PAROLIN, 2013)
É importante para os filhos que os pais tenham mais contato com eles, dialogando e acompanhando de perto as atividades e as dificuldades enfrentadas por eles no contexto escolar e pessoal. (TIBA, 2007)
Muitos pais apenas se preocupam em acompanhar a criança na semana de provas ou à medida que vai se aproximando os exames finais, sendo que a produção deve ser feita diariamente estimulada.
O ambiente familiar tem que ser propício para que a criança realize as atividades escolares, dessa forma ela se sentirá motivada a exercer logo a sua função digerindo tudo o que aprendeu em sala de aula. (TIBA, 2006)
Se não há o acompanhamento dos pais na escola, também não haverá na vida pessoal da criança, o que a obrigará a aprender algumas lições da vida com terceiros. 
Chegando à fase da adolescência os conflitos irão surgir, por isso, os pais precisam estar atentos à questão da convivência, prevenindo assim situações desagradáveis ou até mesmo mais graves. (TIBA, 2007)
Nesta fase eles amadurecem no psicológico, e lutam em busca da sua independência querendo livrar-se por fim da proteção familiar. Esta por sua vez, nem sempre consegue dar conta dos conflitos que surgem, gerando uma desestabilidade familiar.
Tanto na família quanto na escola, os adolescentes expressam seus conflitos, daí a importância da comunicação entre esses sistemas, assim a probabilidade de resolver os conflitos é maior. (ANDRADA, 2005)
Dentre os possíveis motivos que venham impossibilitar a interação entre familiares e corpo docente, pode-se observar que a falta de políticas pedagógicas voltadas a esse sentido é o principal delas. (CARNEIRO, 2003)
Dentro desta perspectiva tem-se como justificativa para tal falha, o dia corrido que alguns pais levam, e por parte da escola os diversos encargos que a mesma possui. No entanto, é preciso que tais dificuldades sejam superadas, sempre visando o avanço e a qualidade do aprendizado.
Para que se estabeleçam relações mais próximas, a escola deveria propiciar a articulação da família com a comunidade, investindo no fortalecimento das associações de pais e mestres. (KELLER-LAINE 1998 apud DESSEN e POLONIA, 2013)
As duas instituições serão beneficiadas no momento em que forem adotadas estratégias que permitam aos pais acompanharem as atividades escolares. Não acontecendo isso, surgirá o que temos visto muito hoje em dia, que é o problema da evasão escolar.
Em uma reportagem no site da Revista Gestão Escolar, Noêmia Lopes relata que: “a necessidade de entrar no mercado de trabalho, tem sido um dos muitos motivos que tem levado as crianças e os adolescentes a abandonarem a sala de aula”. (LOPES, 2010)
Diante de tal situação, são forçados a estudarem a noite deixando os estudos em segundo plano, ficando assim mais vulneráveis socialmente.
O autor Calazans et al (2006) define que: “a vulnerabilidade social vem sendo avaliada pelo acesso a informação, recursos destinados a saúde, qualidade de serviços, nível geral de população com base em comportamento de indicadores de saúde como, por exemplo, o coeficiente de mortalidade infantil, aspectos sócio políticos, grau de liberdade de pensamento e expressão, grau de prioridade política dada a saúde, condições de bem estar social, moradia, escola, acesso a bens de consumo entre outros.”
Para que isso não aconteça é preciso que a escola adote procedimentos com a colaboração dos professores realizando as chamadas todos os dias, fazendo assim o controle da frequência destas crianças. (LOPES, 2010) 
A falta sendo constatada por um período extenso, a escola juntamente com o professor responsável, fará uma mobilização lançando cartazes, entrando em contato com as famílias e meios de comunicação, para que assim o problema seja sanado. (LOPES, 2010)
Em virtude disso, é necessário que haja uma maior movimentação das instituições governamentais em promover a participação da família na escola, e vice-versa, de modo que seja incentivado um maior comprometimento de ambas as partes, criando assim um ambiente capaz de transmitir princípios e valores necessários para a formação do indivíduo.
3.1 REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Venosa destaca a transformação da mulher no século XXI, e afirma que os filhos passaram a viver mais tempo na escola distanciando-se da vida familiar. 
[...] atualmente, a escola e outras instituições de educação, esportes e recreação preenchem atividades dos filhos que originalmente eram responsabilidade dos pais. Os ofícios não mais são transmitidos de pai para filho dentro dos lares e das corporações de ofício. A educação cabe ao Estado ou a instituições privadas por ele supervisionadas. (VENOSA, 2005)
Paro destaca que, se os pais participarem das tomadas de decisões, eles também poderão: [...] além de terem melhores condições de influir nas tomadas de decisão a respeito das ações e objetivos da escola, eles estarão investindo na melhoria da qualidade de vida, na medida em que esses adultos estarão mais capazes, intelectualmente, de usufruir melhor de bens culturais a que tem direito e que antes não estavam a seu alcance. (PARO, 2001)
Kaloustian também aponta que: [...] a família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como se vem estruturando. É a família que propicia os aportes afetivose, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos o valor ético e humanitário, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. (KALOUSTIAN, 1998)
A questão da afetividade vivenciada na família possibilita ao indivíduo seu ajustamento aos diferentes ambientes de que participa. “Os laços afetivos, estruturados e consolidados tanto na escola como na família permitem que os indivíduos lidem com conflitos, aproximações e situações oriundas destes vínculos, aprendendo a resolver os problemas de maneira conjunta ou separada.” (DESSEN e POLONIA, 2013)
Outra realidade pontuada por José e Coelho, no que dificulta o rendimento escolar da criança, e muitas vezes a indisciplina, é a separação dos pais. “A separação dos pais pode trazer um desajustamento social muito grande para a criança, levando-a à agressividade, angústia, sentimento de abandono nos casos em que ela se sente perdida, dividida e sem saber se continua ou não sendo amada.” (JOSÉ e COELHO, 1997)
A interação entre a escola e a família pode ajudar as crianças a superarem as dificuldades e também contribuir na melhoria dos hábitos de estudos ao longo de toda escolaridade. “Finalmente, sabemos que o trabalho conjunto escola-família é um dos maiores desafios de uma proposta pedagógica, na medida em que reflete uma problemática social mais ampla” (KRAMER, 2002). 
De um lado, a população não sente como seu, um espaço público, mas muito ao contrário, considera que a rua, a praça, a praia, o telefone ou a escola pública não são de ninguém. De outro lado, as pessoas não se sentem responsáveis pelas instituições particulares como uma escola, que assim, “deve ser cuidada pelo seu dono específico”. 
Kramer (2002) afirma “nesse sentido, é preciso compreender os fatores sociais e políticos que estão em jogo na relação escola-família, não acusando ou culpando os pais quando não participarem da vida escolar e simultaneamente, buscando as formas de aproximá-los da nossa proposta e de aproximarmo-nos de sues interesses”. 
Uma relação harmônica entre família e escola é de ganho para ambas as partes, para isso é preciso que os pais e os responsáveis se conscientizem da importância de sua participação no processo educativo, e participem ativamente na educação dos seus filhos.
Perez (2007) afirma:
Poderíamos pensar em melhorias na relação família escola, refletindo sobre a necessidade de a escola conhecer mais a realidade de seus alunos e o que as famílias desejam para seus filhos. Mais do que isso, seja importante a escola adquirir meios de estabelecer uma comunicação mais eficiente e equilibrada com as famílias, no sentido de discutirem dificuldades presentes na educação das crianças, buscando de forma coletiva encontrar estratégias adequadas para o enfretamento e incentivo à escolarização, pautadas por uma relação família-escola que considere diversidade de características inerentes a cada instituição. 
Pode-se perceber isso, nas escolas onde o projeto pedagógico da escola abre espaço para participação familiar e reconhece os papeis diferenciados de ambas no processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno.
 É o projeto pedagógico que permite uma flexibilização das ações conjuntas e complementares de acordo com a realidade vivenciada por cada escola.
Por isso, a importância da participação de toda comunidade escolar e as famílias, buscando acima de tudo desenvolver o potencial de seus alunos/filhos, com o objetivo de formar uma sociedade mais igualitária e justa, onde o ser humano seja verdadeiramente valorizado.
4 AÇÕES QUE MELHORAM A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): as escolas tem a obrigação de se articular com as famílias e os pais tem direito a ter ciência do processo, bem como de participar da definição das propostas educacionais.
Mas nem sempre é isso o que acontece. Alguns pais no momento da reunião escolar não tem o direito de expressar as suas opiniões acerca do ensino. Com esta atitude, muitos diretores se mostram desconfortáveis, entendendo como uma tentativa de comprometer o seu trabalho. (HEIDRICH, 2009)
Com isso, muitos não se sentem estimulados a estarem participando desses momentos, pois devido às experiências em que não tiveram o seu espaço respeitado, acabam se retraindo.
É obrigação da escola prestar contas a comunidade acerca do trabalho que ela vem desenvolvendo, e criar estratégias para que a família possa acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos.
Como diz Paro (1997): “a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano”.
Quando a criança percebe que os seus pais estão em uma aliança com a escola, ela se sente muito mais protegida. Daí a importância dessas duas instituições traçarem as mesmas metas, que propiciem ao aluno uma segurança na aprendizagem.
A relação família e escola hoje é como se houvesse uma barreira, mesmo a escola querendo a participação dos pais, e às vezes não sabendo como fazer acaba não conseguindo essa aproximação.
Esse movimento da aproximação com as famílias deve ser da escola. E as famílias precisam ter o interesse nesta aproximação. As reuniões escolares, é um dos motivos para que aconteça essa aproximação. 
Muitos pais tem interesse em participar mais da vida escolar do filho e da escola se colocando a disposição quando for convocado para as reuniões. 
Embora alguns tenham dificuldade em entender o processo, a escola pode ajudá-los, mostrando a necessidade de acompanhar de perto o desenvolvimento da criança.
Baltazar (2004) afirma que “é necessário a insistência e paciência por parte dos educadores para inserir os pais na escola, pois alguns pais sentem dificuldade em entender o funcionamento e a organização escolar, por elas terem regras e estruturas complexas, que, no entanto aos poucos podem ser assimiladas e os pais poderão, gradativamente participar de acordo com sua disponibilidade de tempo e condições pessoais, evitando assim o isolamento da família da escola.”
Mas existem outras formas da família participar sem ser frequentar apenas as reuniões de pais, por exemplo, jogos esportivos, ginástica em família, festas escolares entre outras atividades. Acontecendo esse entrosamento, ficará mais fácil conhecer a realidade de muitas famílias e alunos. (GARCIA, 1995)
De acordo com Paro (1992): “Se estivermos interessados na participação da comunidade na escola, é preciso levar em conta a dimensão em que o modo de pensar e agir das pessoas que aí atuam facilita/incentiva ou dificulta/impede a participação dos usuários. Para isso, é importante que se considere tanto a visão da escola a respeito da comunidade quanto sua postura diante da própria participação popular.”
É importante que a escola auxilie os pais a exercerem o seu papel na educação do filho, reconhecendo a sua colaboração no projeto escolar do aluno. Para que haja a participação das famílias é preciso que as diferenças destas sejam respeitadas. (PARO, 1992)
A escola abrindo espaço para que aconteçam os diálogos de forma democrática, explorando assim, o potencial de cada um, enfatizando a sua importância nesses momentos, que de alguma forma todos podem participar seja nas decisões ou outras tarefas. (PARO, 1992)
Quando os valores destas instituições coincidem, toda e qualquer dificuldade que surgirem, serão solucionadas com mais eficiência e rapidez, estando assim os dois em comum acordo.
Vale também ressaltar a importância que tem o sucesso ou o fracasso na vida escolar de cada aluno envolvendo vários fatores, mas apenas um deles será sempre válido, que é o envolvimento dafamília com a escola.
Outro fator que pode cooperar ou não para que a criança se sinta motivada a ter um bom desempenho escolar, são as expectativas de pais e mães em relação ao seu futuro. Investigar o histórico escolar dos pais destes alunos, poderá investigar alguns fatores da relação que esta família desenvolve com a escola e as origens das expectativas.
Para Paro (2000) a escola não “assimilou quase nada de todo o progresso da psicologia da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares”. 
Esta colocação nos faz entender que há uma certa dificuldade por parte dos pais em compreender aquilo que é transmitido na escola, por outro lado, os professores não tem a habilidade em promover a comunicação. (PARO, 2000)
Em uma reportagem intitulada Todos Juntos, feita por Fernanda Salla da Revista Nova Escola, aponta que um fator decisivo, para que haja a interação dessas instituições, é a má comunicação. Para isso é importante que ela seja combinada entre os responsáveis e a escola.
É preciso incluir os pais no planejamento pedagógico, para que eles entendam as estratégias das escolas e também ouvir suas expectativas. Sabemos que é um grande desafio, mas esse é o caminho. (SALLA, 2013)
Aproveitar o momento em que os pais vão levar às crianças a escola, é importante para o professor. Esse contato, mesmo que rápido, permite conhecer melhor a família ampliando assim alguns dados que se encontram na ficha do aluno. (SALLA, 2013)
Nas cidades grandes, um dos fatores que afastam as famílias das escolas é a falta de tempo. Na zona rural, é a distância. Contudo, essa realidade não pode ser usada como desculpa para que esse contato aconteça.
Para isso, seria necessário que cada escola adotasse algumas ações que venham suprir essa carência. (GENTILE, 2006)
Outro grave problema que acontece na maioria das escolas é quando a partir do 6º ano os pais deixam de acompanhar seus filhos à escola, e por conta disso o contato que antes existia, passa a não existir mais. Para isso é preciso que a escola mantenha a rotina da recepção, mostrando assim que ela continua aberta ao diálogo.
Muitos pais não sabem o que os seus filhos estão aprendendo na escola, e muitas vezes acabam não valorizando o conhecimento aplicado a ele. Essa colocação é atribuída àqueles alunos que tem seus pais como trabalhadoras domésticas ou como faxineira.
Para isso, é preciso que a escola explique seus objetivos de trabalho e a importância de como ele é desenvolvido durante as aulas. Valorizando assim, os avanços da criança e não apenas suas dificuldades. (SALLA, 2013)
Mais um fator importante que diz respeito as ações que possam melhorar esta relação, são os bilhetes que podem ser enviados por e-mail permitindo assim o contato direto do professor com a família, evitando constrangimentos para a criança.
Podem ser também escritos em papel ou na agenda, sendo uma forma prática entre o professor e a família. 
Eles podem conter informações relacionadas às crianças, seus avanços escolares, um convite para um evento e como está sendo o seu dia a dia na escola, e não só as reclamações, o que na prática, é algo usado como reclamação formalizada. (SALLA, 2013)
A escola também precisa ter noção do que é de sua responsabilidade. Qualquer situação desagradável que o aluno vier a desenvolver na escola precisa ser chamado para uma conversa antes do envio do bilhete. (SANTOMAURO, 2012)
Se após a conversa, o aluno continuar com o mesmo comportamento, é momento de os adultos intervirem. Juntos, pensarão que atitude será tomada para ajudá-lo.
Vale ressaltar que essa forma de comunicação não deve ser utilizada como ameaça, pois na maioria das vezes os pais acabam punindo os filhos por conta do conteúdo do bilhete. (SANTOMAURO, 2012)
Essa ação deve ter como finalidade, levar o aluno a entender a sua importância de mudar o seu comportamento.
Como a escola e a família precisam uma da outra, seria necessário um estudo mais aprofundado para entender a falta de comunicação que existe entre elas. Pois, “além de contribuir para o processo de aprendizagem do conteúdo formal da escola, a comunicação permite a divulgação de informações sobre os direitos infanto-juvenis no ambiente escolar e estimula a participação de crianças e adolescentes”. (RAVIOLO e FIGUEIREDO, 2010)
A transição dos cadernos diariamente entre a escola e casa, é outra ação importante, por que irá auxiliar os pais a entenderem melhor a lição de casa compartilhando assim, as estratégias que estão por trás das atividades. 
Segundo Suzana Mesquita Moreira, coordenadora pedagógica da escola Projeto Vida “A família e a escola devem estar na mesma sintonia em relação à educação da criança. Quando a escola compartilha suas estratégias, seus valores e mecanismos de intervenção e reparação torna-se um exemplo para a família de como agir.” (SALLA, 2013)
Quando a família é orientada, percebendo a importância do seu papel no desenvolvimento da criança, fica mais fácil de se visualizar as práticas concretas de uma participação efetiva.
Bencini (2003) sugere algumas ideias de como melhorar a relação família e escola: 
Perceba a construção da família atual e não mistifique o modelo do passado como ideal.
Tenha claro que é direito dos responsáveis pelos estudantes opinar, fazer sugestões e participar de decisões sobre questões administrativas e pedagógicas da escola. “A educação é um serviço público, e o pai, um cidadão que deve acompanhar e trabalhar pela melhoria da qualidade do ensino”, afirma a consultora pedagógica Raquel Volpato, (BENCINI, 2003).
Apóie a Associação de Pais e Mestres, para que ela não se restrinja a apenas arrecadar dinheiro. Não dá para contar com os pais apenas na organização de festas.
Para que as reuniões tenham quórum, é preciso ter objetivos bem definidos e conhecer as famílias e a comunidade em que a escola está inserida. Planejamento é essencial. “A reunião não poder vista como uma prestação de contas, diz a pedagoga Márcia Argenti Perez (BENCINI, 2003)
Reflita sobre os preconceitos e as discriminações existentes na escola. Não é necessariamente o grau de instrução do pai e da mãe que motiva uma criança ou um adolescente a estudar, mas o interesse em participar de suas lições de casa e da vida escolar. “Como muitos pais tem um histórico de exclusão e fracasso escolar, existe medo e vergonha de trocar ideias e conversar com os educadores”, diz Márcia (BENCINI, 2003)
Não parta do princípio de que a família precisa ser ajudada pela escola e sim de que a escola precisa dela.
Todo diretor tem que dar conta da participação familiar e para isso a gestão não pode ser autoritária.
Sabe-se que a reunião de pais é uma grande arma de aproximação entre as duas instituições, mas também não é a única. Talvez seja o que traga mais entrosamento na busca de um objetivo em comum.
Também sabemos que não é uma das tarefas mais fáceis, atrair os pais para a escola diante de uma vida conturbada que vivem. Mas quando eles perceberem que nesses momentos eles tem voz ativa, se sentirão atraídos pela escola e verão que suas queixas e dicas tem retorno.
Em uma pesquisa feita pelo Instituto La Fabbrica do Brasil, parceira do Ministério da Educação, mais de 100 pais e educadores da rede pública e privada de todo país foram ouvidos e constatou que 13% das escolas públicas mantem um relacionamento próximo com a família. 
Por outro lado, 43,7% dos pais de alunos da rede pública acreditam que, se fossem promovidos mais encontros e palestras interessantes, haveria maior integração com a escola. (BENCINI, 2003)
Em uma pesquisa feita pelo mesmo instituto, 77,2% dos pais acham que um bom relacionamento entre as duas partes é raro, mas 43,7% gostariam que a escola promovesse mais reuniões e encontros para eles. (GENTILE, 2006)
Daí a importância de avançar em busca de promover um encontro sempre positivo entre professores e pais. Marcar esses encontros para falar apenas dos problemas, tornaráimpossível essa aproximação. 
Por fim, uma das ações que pode melhorar essa relação, e que alguns talvez achem impossível de se aplicar devido a correria diária, é a de visitar as casas dos alunos.
Mesmo que seja uma visita rápida, servirá para que haja uma troca de informação entre o professor e os pais. Pois são pequenas ações que suprem as carências. (GENTILI, 2006)
Fazendo assim, as dificuldades que possam existir em sala de aula e problemas de comportamentos, tem mais chances de serem resolvidos. 
Para a gestão é importante trabalhar a relação família e escola, pois é nessa fase que a criança desenvolve o emocional, social e motor. Para o próprio Piaget: Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. 
Para ele ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, a ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesma a uma divisão de responsabilidade [...]
Isso fará com que tanto a família, como a escola possam ver seus objetivos, que são comuns, sendo satisfeitos e resultando de um desenvolvimento eficaz e eficiente de seus filhos/alunos. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação da família com a escola é o foco principal deste trabalho, pois seu papel educativo não pode ser ignorado ou, tão pouco, assumido por outra instituição. 
A criança precisa da família para a aquisição do conhecimento e sua inserção social. Percebendo-se como ela vem caminhando de forma desorganizada, despertou o interesse em entender e afirmar que a instituição, família e escola precisam caminhar juntas para que as dificuldades existentes nessa relação sejam superadas.
Este trabalho de conclusão de curso buscou contribuir para uma reflexão que pudesse demonstrar caminhos que possibilitem uma relação harmônica entre essas instituições tão importantes na vida de uma criança.
Ainda existem muitas dificuldades na relação família e escola. Muitos pais ainda não tem uma compreensão do que seja a atividade da escola. 
Em contrapartida, a escola não conseguiu atrair os pais para o ambiente escolar, apenas nos momentos de reuniões durante o ano letivo ou festas comemorativas. 
É preciso que ambas caminhem juntas para que possa existir a educação, ou seja, cada uma fazendo a sua parte para que a educação possa acontecer. Pois, é correto afirmar que essas instituições não podem trabalhar em desacordo e de forma solitária. 
Não é só vistoriando os cadernos e perguntando como os filhos estão, é necessário uma participação mais efetiva neste acompanhamento. Através dessas ações se consolida a parceria que a escola precisa para ensinar com qualidade.
A valorização da escola e, por conseguinte, do professor, deve ser levada a serio pela sociedade, políticos e principalmente pela família. A forma como a família se relaciona com a escola e a escola se relaciona com a família é de suma importância para o desenvolvimento do educando.
Quanto melhor for essa relação, os resultados serão mais positivos e significativos na formação do sujeito. Pois o meio que o cerca em muito influenciará o seu futuro e sucesso escolar.
REFERÊNCIAS
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