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INTRODUÇÃO Uma boa relação entre família e escola é o que se espera. E está seja a melhor possível para que o desenvolvimento das crianças por meio da integração entre a educação escolar e a educação realizada no meio familiar possa ser realizada. As literaturas mostram que a família sempre foi apontada como parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar. Entende-se com isso que buscar harmonizar família e escola deve ser prioridade de qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. Essa harmonia entre escola e família deve acontecer a fim de a divisão do trabalho de educação de crianças, jovens e adultos, possam envolver expectativas recíprocas. Dessa forma, a parceria entre família e escola é essencial, é um dos mais importantes recursos para a melhoria na aprendizagem e deve ser sempre baseada na participação da família na vida escolar do aluno visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem. Neste sentido, a escola possui um papel importante na construção da parceria com os pais, conscientizando-os da necessidade que a família tem em vivenciar reflexões que lhe proporcione a auto-estima, afim de que se sintam compreendidos e não acusados pela instituição escolar. Segundo Tiba (2002, p. 123), “Felicidade não é fazer tudo que se tem vontade, mas ficar feliz com o que se está fazendo”. Diante disto, acreditamos que cada instituição deve conhecer o seu papel e juntos em uma parceria Família e Escola compreenderem que juntos é essencial para a construção de verdadeiros cidadãos críticos, capazes de irem em busca de um mundo melhor, com ideais de paz, liberdade e justiça social. No entanto, esse ideal somente será concretizado se houver uma interação entre a convivência familiar, social e escolar. O presente trabalho não tem a intenção em chegar a uma conclusão de forma a esgotar o assunto, mas sim em apontar a importância da construção dessa parceria Família e Escola e os possíveis aspectos que podem ser relevantes às dificuldades no processo de relacionamento entre essas duas instituições. É por esta razão, este estudo tem como principal finalidade buscar compreender os fatores que levam a ausência da família e com isso, tecer reflexões acerca da necessidade que a escola tem de buscar a relação família e escola. Afinal todo pessoa tem direito à educação. PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA PROBLEMA Não é difícil de observar que a família tem se afastado cada vez mais da escola. E a partir de nossas observações e experiências no cotidiano de sala de aula, vimos que os pais não têm vindo buscar os trabalhos de seus filhos na escola, tão pouco participam de reuniões pedagógicas, projetos escolares, atividades prática apresentadas pelos alunos e nos eventos da escola como: festas juninas, datas comemorativas, além de muitas dessas famílias não conhecem o professor de seus filhos. Percebendo a necessidade de se estudar a relação família e escola, optamos por investigar esta problemática que tanto vem se discutindo no âmbito escolar,ou seja, levantar um estudo acerca dos aspectos teóricos da parceria entre família e escola, a diferenciação da função dessas duas instituições, as conseqüências dessa relação no processo ensino-aprendizagem e as possibilidades de praticar estratégias que possibilitem à família participar efetivamente da escola. Para o aprofundamento do estudo buscamos eleger as seguintes questões que nortearão nossa pesquisa. Como se dá a relação família e escola no contexto do século XXI 10 Quais os fatores que levam a ausência dos pais ou responsável na escola? Qual a diferenciação da função entre família e escola? Quais as consequências da relação Família e Escola no processo ensino-aprendizagem? Como tem sido as atitudes do professor diante da família? Como a escola recepciona a família? De que forma a escola pode melhorar a relação família e escola visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem? Que metodologias possibilitam a escola em um processo de reconstrução da autoestima da família, afim de que se sinta primeiramente compreendidos e não acusados, recepcionados e não rejeitados, pela instituição escola? JUSTIFICATIVA Há muitos anos, se questiona sobre o descaso com relação ao envolvimento da família no processo educativo. Sem dúvida, a iniciativa de tal envolvimento torna- se uma tarefa árdua, devido às inseguranças e incertezas, além da ausência de esclarecimentos sobre o processo educacional. Segundo Tiba (2002) a parceria entre a família e a escola é de grande valia para um excelente resultado no desenvolvimento moral, intelectual e na formação do indivíduo. Ele continua dizendo que estas instituições, assim como toda instituição, tem passado por profundas transformações ao longo da história. Mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas ocorridas em função da globalização acabam por interferir na estrutura e na dinâmica escolar, de forma que a família, em vista das circunstâncias vem transferindo para a escola a tarefa de educar que deveria ser sua. 11 Sendo assim, Tiba (2002, p. 183) destaca “que se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar”. Compreendemos que não são poucas as dúvidas que permeiam essa relação, Família e Escola, porque as famílias, a comunidade de um modo geral, imaginam que só se aprende na escola, pensamento este, bastante errôneo, pois tanto a escola quanto a família são ambientes de aprendizagem e lugares de constituição do sujeito, à forma de entender e ler o mundo. Zagury (2008, p.213) afirma ainda que é a escola e a família os responsáveis por transformar nossos filhos em homens de bem, em cidadãos, pessoas maravilhosas, honestas, íntegras, saudáveis física, intelectual e psiquicamente, de quem todos nos orgulharemos no futuro” Torna evidente que a instituição escolar não pode viver sem a familiar e vice- versa, porque uma depende da outra para atingir seu maior objetivo. Tal objetivo compreende em tornar o educando/filho em um aprendiz reflexivo para ter um futuro mais digno e assim formar uma sociedade mais justa para se viver. Por isso, a escola precisa compreender que é uma instituição que complementa a família, e que essas duas instituições necessitam ser um lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Tal parceria requer que a família e a escola coloquem-se uma no lugar da outra, e não troquem apenas favores. Pensando nessa união da família com a escola é buscamos em nossa pesquisa levantar um estudo acerca com base em vários teóricos tais como :Zagury (2008),Tiba (2002) e outros, que tratam da parceria entre família e escola, esclarecendo a diferença de papeis dessas duas instituições, as consequências dessa relação no processo ensino-aprendizagem. OBJETIVOS Objetivo Geral: Compreender os fatores que levam a ausência da família e com isso, tecer reflexões acerca da necessidade que a escola tem de buscar a relação família e escola 12 Objetivos específicos Levantar quais os fatores que levam a ausência dos pais ou responsável na escola; Investigar as consequências da ausência da família no processo de ensino e aprendizagem; Entender o papel da escola frente às questões da família RELEVÂNCIA A relevância dessa pesquisa é poder contribuir para que a escola possa auxiliar as famílias para uma melhor parceira entre escola e família para que o ensino aprendizagem de nossos educando tenham bons resultados. É sempre muito importante para uma criança ou adolescente, que os pais mostrem seus interesses por algo que eles façam, é expressiva na criança essa alegria, de ver que alguém admira e vibra pelo seu sucesso. Com isso seu interesse aumenta ao ver queé valorizado. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho está constituído de uma introdução e quatro capítulos organizado da seguinte maneira: Na introdução descrevemos a justificativa e a importância deste trabalho, as questões que nortearam esta pesquisa, o objetivo geral e os específicos, a motivação para esse estudo, e a estrutura do trabalho. No primeiro capítulo fazemos um apanhado do referencial teórico da relação família e escola no contexto do século XXI e os fatores que causam a ausência da família na escola. No segundo capítulo traçamos os procedimentos metodológicos, tipo de pesquisa realizada, sujeitos envolvidos, instrumento para coleta de dados, local da pesquisa, análise e apresentação dos dados. No terceiro capítulo é apresentado a pesquisa de campo que foi realizada, a partir de aplicação de questionários, para melhor entender a relação professor, 13 família e escola: quais as atitudes do professor diante da família- como a escola recepciona a família. Tal investigação foi feita no sentido de levantar os fatores que levam a ausência dos pais ou responsável na escola. A análise dos dados foi fundamentada com alguns referencias estudados. No quarto capítulo tem a finalidade de propor metodologias, sugeridas por pesquisadores, para aproximar a família da escola, visando um melhor desenvolvimento nos educando. O quinto capítulo é feito a reflexão final acerca do trabalho retomando as questões de pesquisa e em seguida as considerações finais, referencias e anexos; 14 CAPITULO 1 – REFERENCIAL TEORICO 1.1 FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA VOCACIONADA A relação Família e Escola é um tema que vem sendo abordado mundialmente por vários pesquisadores e estudos revelam que esta relação é elemento primordial para a formação do cidadão. Em um passado não muito recente, antes de a mulher conquistar seu espaço no mercado de trabalho, sua dedicação era voltada especificamente à educação de seus filhos. Desta forma a escola não tinha tanta responsabilidade em educar seus discentes e sim em ensinar de acordo com seus currículos. Mas a partir dessa inserção houve a necessidade da família dividir essa tarefa com a escola. Essa mudança de concepção nos é apresentada por Souza e Filho (2008, p.04) em seu artigo: “A importância da parceria entre família e escola no desenvolvimento educacional”1, no qual este afirma que no século XX, o acesso à escola tomou proporções nunca antes imaginadas; a dedicação cada vez maior de homens e mulheres ao trabalho fez com que as funções da família começassem a ser divididas com a escola, esta, progressivamente, passou a ter um papel maior na formação dos indivíduos e a se tornar de grande importância educacional. No artigo “Família e Escola Na contemporaneidade: Os meandros de uma relação”, de Maria Alice Nogueira (2006, p.156), relata que nos últimos anos os países ocidentais vêm desenvolvendo políticas públicas visando a ampliação e o desenvolvimento da participação e cooperação entre essas duas instituições. Neste sentido, o governo brasileiro vem se preocupando com esta realidade e em virtude dessas preocupações vem promovendo políticas públicas 1 Artigo publicado na revista Iberoamericana de Educação ISSN: 1681-5653. Nº 44/7 – 10 de Janeiro de 2088. Edita: Organización de Estado Iberoamericanos. Para La Educación, La Ciencia y La Cultura (OEI). 15 para atender esta questão como, por exemplo: a ação realizada no dia 24 de 2001, onde o Ministério da Educação – MEC pela primeira vez através da televisão e com o auxílio de artistas famosos promoveu o “Dia Nacional da Família na Escola”. Este dia tinha como objetivo estabelecer um trabalho em parceria com os pais. Outra ação foi realizada entre Dezembro de 2004 e Janeiro-Fevereiro de 2005, onde o Ministério da Educação veiculou uma campanha publicitária conclamando as famílias brasileiras, usuárias da escola pública, a receber em seus domicílios os pesquisadores do Instituto Nacional dos Estudos Pedagógicos – INEP dentre outras. Neste sentido é interessante enfatizar que os pais têm o direto de cobrar dos governos políticas públicas para melhorar a educação de seus filhos, mas estes precisam também cumprir o seu papel enquanto família, para que esta parceria tão almejada seja fortalecida. Sendo assim, os pais saberão de fato como exigir mais qualidade da escola e esta por sua vez buscará se qualificar cada vez mais, e quem ganha com isso são os alunos e a sociedade. Diante do exposto, temos observado que as escolas, além de sua responsabilidade de ensinar, vêm assumindo o papel da família que é o de educar. Em relação a esta discussão Coronha (2006, p.187) enfatiza que a educação escolar é diferente da familiar. Contudo, não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois esta é única e exclusiva voltada à formação do caráter e aos padrões de comportamentos familiares. A escola nunca deve absorver à educação familiar, pois seu objetivo é preparar profissionalmente seus alunos, cuidando, portanto, da convivência grupal e social. É importante pontuar que cada instituição tem seu papel na formação do indivíduo, mais o que temos observado é que em pleno século XXI, ambas não estão assumindo e reconhecendo as funções e deveres que lhe são delegadas. Entretanto, percebemos que a família é considerada a primeira e a mais importante das instituições socializadora, onde a criança tem o primeiro contato ao nascer e aprendem os primeiros valores estabelecidos, como cultura, afetividade, valores religiosos e educação vem se distanciando cada vez mais da vida escolar de 16 seus filhos, os mesmos não auxiliam os filhos com os seus deveres de casa e tão poucos participam das reuniões pedagógicas nas escolas. Desta forma, podemos considerar que a parceria Escola e Família é na verdade uma parceria vocacionada em decorrência do contexto sócio histórico da realidade atual. 1.2 AUSÊNCIA DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS NA ESCOLA São vários os fatores que concorrem para ausência da família na escola como: pais que trabalham fora falta de conhecimento da família, família com um número grande de filhos, desinteresse por parte da família também é um dos fatores, família desestruturada e outros. As inúmeras configurações que atualmente plasmam a formação do núcleo familiar moderno, direta ou indiretamente interferem para a ausência dos pais e ou responsáveis na escola Neste sentido Ackerman (1986) afirma que nos dias atuais o grande avanço da tecnologia: Tem alterado a configuração da vida familiar e tem abalados os padrões estabelecidos de indivíduo, família e sociedade. [...] Seres humanos e relações humanas foram lançadas em um estado de turbulência, enquanto a máquina cresce muito, à frente da sabedoria do homem sobre si mesmo. A redução do espaço e a intimidade forçada entre as pessoas vivendo em culturas em conflitos exigem um novo entendimento, uma nova visão das relações do homem com o homem e do homem com a sociedade. (1986, p. 17) Com a saída da mãe para o mercado de trabalho, que é a figura central na educação de seus filhos, tem sido uns dos fatores que também vem abalando a relação entre família e escola, pois tem afetado as relações de amor, confiança, segurança, relacionamento social e escolar, essas relações são construída no decorrer do cotidiano, em um determinado temo historio e um delimitado espaço físico. A nova mãe da sociedade, que trabalha e possui grandes responsabilidades, muitas vezes não dispõe de tempo necessário para estabelecer uma relação com seu filho e educá-lo e muito menos participar da sua vida escola. 17 1.3 FUNÇÕES DA ESCOLA E DA FAMÍLIA Atualmente a família e a escola se apresentam na sociedade trazendo emseu dia a dia as inúmeras modificações que foram ocorrendo a estas instituições ao longo da história. Para entendermos melhor o termo escola e família é necessário conceituarmos cada uma. A escola é um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima, familiar. Escola não se trata só de prédio, é o lugar onde também fazemos amigos. Segundo Aulete (2004, p.327) a escola “é um estabelecimento de ensino coletivo, conjunto dos alunos, professores e pessoal, seguidores de uma doutrina, teoria. ”Prédio onde funciona a escola.“Ou seja, escola é uma instituição criada para o ensino de aluno sob a direção de professores. Já a família, quando pensada, ainda é concebida com a representação ou configuração tradicional constituída de um pai, mãe e filhos. No entanto, há novos tipos de famílias que fazem parte de nossa realidade. Para Coronha (2006) discorre sobre alguns tipos de organização familiar, trazendo a família nuclear, aquela composta por pai, mãe e filhos; a família expandida, as que entram em sua composição outros parentes (avós, tios, primos, etc.); e a família monoparental, formada por um dos pais e os filhos, isto é, a família chefiada apenas pelo pai ou pela mãe. Portanto, não podemos afirmar que existe um padrão para instituição Família. É por isso que ao pensarmos em educação, não podemos esquecer-nos dessas duas instituições: família e escola e cada uma com sua especificidade De acordo com Nogueira (2006) a definição desses papeis era bastante claro. No passado as fronteiras entre as famílias e a escola eram fixadas pela instituição escolar e pelos mestres. Os profissionais da educação consideravam que os pais não tinham nenhuma autoridade em matéria de ensino e nenhum lugar na escola. Esperava-se que os pais apoiassem os docentes ou trouxessem contribuições pontuais, mas eles não deveriam colocar questões em matérias de pedagogia e, menos ainda, fazer críticas). (2006. p. 164) Em relação a estes papeis a Lei de Diretrizes e Bases – LDB, Lei n.º 9.394/96, em seu artigo 2º afirma que a educação: 18 é dever da Família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL: LDB, 1996) Desta forma, tanto a escola quanto a família têm o mesmo objetivo de educar as crianças e os jovens, cabendo a família por sua vez, o papel de cuidar transmitir valores e está alerta, pois o contrato com a escola pode ser rescindido, mas o contrato de pai, mãe e filho é para toda a vida. Já a escola se incumbiria em formar cidadãos conscientes para o mercado de trabalho através da formação pedagógica. Portanto a diferença entre essas duas instituições é quase imperceptível, sendo que ambas são indissociáveis. Pois uma complementa a outra. Infelizmente é relativamente baixa a participação dos pais nas reuniões escolares, mas é importante ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei n.º 8.069/1980, determina que compete aos alunos estudarem e a família incentivá-los para que os mesmos freqüentem as aulas, pois se os alunos não participarem com frequência das aulas os mesmos serão penalizados colocando em risco a perda de seus benefícios oferecidos pelo governo. O Ministério da Educação – MEC no ano de 2008 lançou um manual para incentivar a participação familiar. Recentemente pais que recebem Bolsa Família passaram a ter presença obrigatória em reuniões escolares. Com essas estratégias do governo espera-se que a família sinta-se mais motivada a participar não só das reuniões, mas da vida escolar de seus filhos, para que assim, se tenha uma educação de qualidade visando o desenvolvimento dos alunos por meio da integração escolar e a educação realizada no meio familiar. Assim sendo, a escola não pode viver sem a família e nem a família sem a escola, pois uma depende da outra para alcançar seu objetivo que é fazer com que o educando aprenda para ter um futuro melhor e assim construir uma sociedade mais justa e digna para se viver. 1.4 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM O vertiginoso crescimento tecnológico dos últimos tempos, faz-nos perceber que não se pode definir ou concluir que a criança adquire valores e se 19 educa unicamente no seio familiar ou da escola. Vivemos em uma época em que a velocidade das informações interfere diretamente nas relações do cotidiano das instituições escolares e familiares. Com isso vê-se que a educação da criança não se restringe unicamente na escola ou na família. Faz-se necessário e indispensável potencializar o acompanhamento familiar e dinamizar a relação entre a família e a escola. Em relação aos espaços de aprendizagem Libânio (2007) ressalta que: Na atualidade, as pessoas aprendem na fábrica, na televisão, na rua, nos centros de informação, nos vídeos e no computador, e, cada vez mais, ampliam-se os espaços de aprendizagem. A instituição escolar, portanto, já não é considerado o único meio mais eficiente e ágil de socialização dos conhecimentos técnico-científicos e de desenvolvimento de habilidades cognitivas e de competências sociais requeridas para a vida prática. (2007, p. 152) Neste sentido, quando a escola e a família têm uma boa relação o aluno tem bom desempenho em seus estudos. A evasão escolar diminui, os filhos tem um bom relacionamento com os que os cercam. Apesar disso ainda existem barreiras que geram conflitos e ações que não contribuem para o desenvolvimento do aluno. Acredita-se que quanto mais a família participa, mais eficaz é o trabalho da escola, pois, dessa forma, cada um se dedicará às suas atribuições. De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP/MEC, com base nos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação, foi evidenciado que a participação da família na escola é de fundamental importância no processo ensino-aprendizagem. Sobre este contexto, o estudos realizados pelo INEP revelam: (...) a criança cuja família participa de forma mais direta no cotidiano escolar, apresenta um desempenho superior em relação àquela onde os pais estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com o filho sobre o que acontece na escola, falarem para não faltar a escola, tirar boas notas e ter hábitos de leitura, os pais estarão contribuindo para obtenção de notas mais altas.( BRASIL, 2004) . Mas mesmo assim, essa atuação dos pais é bem rara, o que temos observado é uma confusão de papeis, cobranças para as duas instituições e novas atribuições para o professor. Por um lado, parece que os pais tem dificuldades de compreender o que a escola esta transmitindo para seus filhos. Por outro lado, há uma falta de habilidade da escola em promover essa comunicação com a família. 20 A família tem também, um papel essencial para com a criança que e o da afetividade, Deste modo, a família constitui o primeiro, e o mais importante grupo social de toda a pessoa. Sobre este aspecto, Bassedes, Huguet e Sole (1999), enfatizam a família como a principal referência de desenvolvimento da criança. Segundo os autores: Quando se faz referencias a necessidade de que exista uma relação construtiva e estável entre a escola e a família, relevamos a convivência, primeiro, do conhecimento mutuo e, segundo, das possibilidades de compartilhar critérios educativos capazes de eliminar essas discrepâncias que podem ser prejudiciais a criança. Precisa ficar claro que a escola e família são contextos diferentes e que, nesses contextos, as cri aças encontrarão coisas, pessoas e relações diversas, nisso consiste em parte a sua riqueza e potencialidade”. (Et Al: 1999, p.283. A família vem-se transformandoatravés dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas. Esta é um espaço sócio-cultural que deve ser continuamente renovado e reconstruído; o conceito de próximo encontra-se realizado mais que em outro espaço social qualquer, e deve ser visto como um espaço político. A família e um sistema de membros interdependentes que possuem dois atributos: comunidade dentro da família e interação com outros membros. Assim, a família deverá ser encarada como um todo que integra contextos mais vastos como a comunidade em que se insere. Conforme o Art. 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n.º 8.069/1990, toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substancias entorpecentes. Ainda segundo Paro (2000): Entretanto não se trata, nem de os pais prestarem uma ajuda unilateral a escola, nem de a escola repassar parte de seu trabalho para os pais. O se pretende e uma extensão da função educativa (mais não doutrinaria) da escola para os pais e adultos responsáveis pelos estudantes. (2000, p.109) Para Gokhale (1980), a família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem- sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. 21 Assim, pode-se dizer que as crianças precisam sentir que fazem parte de uma família. Partindo da idéia que a família é a base para qualquer ser humano, não fazendo referência aqui somente à família com laços de sangue, mas também as famílias construídas através de laços afetivos. Defini-se família como um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. E é através dessas relações que os seres humanos tendem a tornarem-se mais afetivos e receptivos, eles aprendem a viver o jogo da afetividade de maneira adequada. Mas para que essa adequação ocorra é preciso que haja referências positivas, responsáveis encarregados de mostrar os limites necessários ao desenvolvimento de uma personalidade com equilíbrio emocional e afetivo. Para as crianças e adolescentes, as referências são pessoas, palavras, gestos que irão proporcionar a formação da identidade. Por isso, crianças e jovens que estabeleçam vínculos de harmonia nos seus momentos de decepções, e que possam receber carinho, atenção e compreensão irão desenvolver uma identidade sadia, conseguindo suportar frustrações até o momento adequado para realizar seus desejos. 1.5 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E A RELAÇÃO ESCOLA E FAMILIA. Pensar o currículo de forma contextualizada, ampliada e dinâmica acarreta, em primeiro lugar, uma abertura dos canais possíveis de diálogo entre o mundo da escola e o mundo da família, permitindo não apenas o estreitamento desta parceria, mas igualmente, e principalmente, a possibilidade de repensá-la a partir de outras bases. Na medida em que os conteúdos escolares deixam de ser percebidos como verdadeiros "pacotes de conhecimento universais a serem digeridos" e passam a ser considerados como práticas culturais que se manifestam no domínio da representação e leitura do mundo dos atores envolvidos, eles permitem um novo olhar sobre as concepções de mundo do aluno e do seu meio familiar, refletindo diretamente na forma de pensar esta parceria. 22 Segundo Coll (2004), não se podem separar o que cabe ao professor, as aulas do que é responsabilidade dos alunos, o conhecimento prévio e a atividade. A família e outras instituições que fazem parte desse universo também precisam se fizer presentes. Enfatiza a importância de contextualizar esse novo currículo. "Se o conteúdo trabalhado tiver relação com a vida do aluno, o êxito será maior", Não se trata mais de pensa; esta parceria apenas em termos de gestão administrativa ou emergencial, mas sim de concebê-la e construí-la também no momento da concepção de escola, da produção e/ou reelaborarão do projeto político-pedagógico, onde a questão do currículo desempenha um papel central. Os conhecimentos, valores, desejos e expectativas vindos dos diversos horizontes familiares passam a integrar o campo dos saberes de referência a serem considerados no momento da escolha dos conteúdos escolares. Ao invés de serem desvalorizados culturalmente, ou percebidos como obstáculos para a aprendizagem como ocorre com freqüência, em especial quando são produzidos nos meios socioculturais mais desfavorecidos esse cabedal cultural formado pelos conhecimentos cotidianos, populares e/ou do senso-comum, podem ser confrontados com os demais saberes - acadêmicos, científicos, disciplinares - de forma a fazer do saber escolar produzido nas salas de aula algo mais significativo, mais prazeroso e mais libertador para todos os atores envolvidos na prática educativa. O laço entre família e escola, assim consideradas, vai além do controle meramente burocrático ou da aquisição, pelos alunos, dos conteúdos escolares. Ao invés da família ser chamada ou convocada na escola apenas quando as coisas não andam bem, ou quando se precisa de uma ajuda pontual, ela passa a ser encarada como co-autora do projeto de escola e conseqüentemente se envolvendo mais diretamente na concretização do mesmo. Neste contexto, Szymanzsk (2001), enfatiza: “Quando a ausência dos pais na educação do aluno prejudica o processo de ensino – aprendizagem porque os pais e as escolas são responsáveis diretos na formação social da criança”. (2001 p.83-84) Para além desta mudança na perspectiva do planejamento mais geral da própria instituição escolar, a concepção de currículo aqui privilegiada permite ao 23 professor organizar a sua prática pedagógica cotidiana de sala de aula de forma mais dialógica e interativa com a realidade dos seus alunos. As opções didáticas do professor partem de critérios que "trazem a família" para dentro da sala de aula de forma positiva e afirmativa, por aquilo que elas têm e que pode contribuir na construção do conhecimento escolar. Não pelas ausências e carências que fazem desta inclusão pretexto para mais uma forma de exclusão. Ao quebrar as concepções hierárquicas de saber, este novo olhar sobre o currículo abre a possibilidade de valorizar outras formas de conhecimento sem confundi-las, no entanto, entre si. A valorização dos saberes sociais oriundos dos meios familiares não deve ser confundida com homogeneização dos papéis sociais atribuídos à família e à escola. Esta última, como já foi sublinhada, é um espaço específico de produção e transmissão de conhecimento. Um espaço que estabelece relações privilegiadas com o saber. Um espaço, onde é possível para o aluno estruturar e sistematizar os saberes plurais criados em outros lugares. Esta concepção de escola e da "cultura escolar" defende que na escola os saberes sociais dos alunos devem ser vistos muito mais como ponto de partida do que como ponto de chegada. À escola e ao professor competem organizar, sistematizar, complexificar esses conhecimentos, isto é compete ensinar. Complexificar não no sentido de complicar, mas de facilitar aos alunos a construção de novas grades de leitura do mundo, no sentido de permitir a esses alunos se situarem em um mundo por definição extremamente complexo. Nesta perspectiva, o currículo é, sem dúvida, um elo importante e indispensável na parceria escola e família. Uma parceria que, por ser selada muito mais no domíniodas representações e do simbólico, não é facilmente perceptível e nem fácil de ser construída. No entanto, sem ela qualquer outra modalidade de parceria pode ficar seriamente comprometida. Neste sentido, destaca Coronha (2006): Faz parte do instinto de perpetuação os pais cuidarem dos filhos, mas é a educação que os qualifica como seres civilizados. Atualmente nas escolas e em casa, os pais/educadores não sabem mais como fazer para que as crianças sejam disciplinadas. (2006, p. 67) 1.6 UM NOVO OLHAR SOBRE A PARCERIA ESCOLA E FAMILIA 24 Sabemos que muito tem sido transferido da família para a escola, funções que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, caratê, dança, entre outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco, e a família perdem a função. Além disso, a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva. A escola que funciona como quintal da casa poderá desempenhar o papel de parceira na formação de um indivíduo inteiro e sadio. É na escola que deve se conscientizar a respeito dos problemas do planeta: destruição do meio ambiente, desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente, etc. Deve-se falar sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões afetivas. Devido varias reflexões está surgindo uma nova visão de escola, muito diferente do que tínhamos como entendimento durante anos, que o fazer da escola é disciplinar, é ensinar a obedecer sem saber exatamente o porquê e engavetar os sonhos e os projetos de crianças e adolescentes cheios de alegria e capazes de produzir conhecimento. Atualmente, as escolas estão buscando desenvolver uma prática de qualidade, mais atentas à formação global e holística, que proporciona às crianças a vivência da criatividade, da ludicidade, da relação escola e família, da cooperação, da participação e do exercício da cidadania. A família inserindo-se na escola, indo mais além através de contatos informais, as conversas breves, onde cada escola e cada educador desenham em conjunto com a família, caminhos e alternativas de partilha mento. O propósito é que essa parceria se construa através de uma intervenção planejada e consciente, para que a escola possa criar espaços de reflexão e experiências de vida numa comunidade educativa, estabelecendo acima de tudo a aproximação entre as duas instituições (família-escola). A necessidade de se estudar a relação escola e família se sustenta e é reafirmada quando o educador se esmera por considerar o educando, sem perder de vista a globalidade da pessoa, ou seja, compreendendo que quando se ingressa no sistema escolar, não se deixa de ser filho, irmão, amigo etc. Os pais precisam ter consciência de que servem como exemplo para seus filhos, portanto sua responsabilidade é redobrada. Segundo Coronha (2006), Os filhos usam tudo aquilo que aprendem a seu favor. Se o filho percebe o quanto seus pais discordam e criticam a escola de seu 25 filho, este fará o mesmo e desrespeitará os professores. Isso, por sua vez, irá distanciar ainda mais a família da escola. Os pais devem tentar entender o motivo de a escola fazer de determinada maneira, através de diálogos sempre que for necessário. Ainda não inventaram melhor forma de trocar idéias do que o próprio diálogo, pois o olho-no-olho aproxima as pessoas e é mais provável que se chegue num denominador comum. São uma relação permeada pelos mais diversos fatores: o sofrimento dos pais por afastarem seus filhos de si mesmos; os desejos de que a escola lhes ofereça o melhor, em todos os aspectos; a necessidade da garantia dos melhores cuidados para com as crianças; os ciúmes que sentem os pais ao dividirem os filhos com os professores; o medo do fracasso escolar; as projeções dos próprios fracassos compensados através dos filhos; o pouco interesse pela vida escolar dos filhos; as super exigências dos pais; as atitudes de aceitação ou não dos filhos; as questões de rejeição ou negligência; as dificuldades pessoais dos pais; o contexto sócio-econômico-histórico em que se fundamenta a família; a permissividade ou o autoritarismo; as relações de amor e hostilidade; a violência contra os filhos, ou entre familiares; as atitudes, padrões e valores morais da família; o relacionamento entre casal e filhos; doenças, separação, desemprego; os diferentes modelos de organização familiar, ou seja, está implícito tudo o que determinada família tem em seu histórico. É uma relação que deve ter acima de tudo vínculo, A escola, portanto também necessita dessa relação de cooperação com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sócio-cultural vivenciados pelos seus alunos, para que possam respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem no providenciar de um desenvolvimento nas expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado. Precisam ainda, dessa relação de parceria, para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras. Ae respeito enfatiza Grossi e Bordin (1993): O conhecimento só é conhecimento porque é socializável..., ou seja, só podemos partir de um ponto se o conhecemos. Tanto a família quanto a escola só pode ter um objetivo em comum com determinismo e persistência se souber como o educando / filho está no outro ambiente (familiar/escolar). Caso contrário ambos caminha de forma transversal ou cada um para um lado; paralelo, mas na contramão. (1993,p.205) 26 Como temos no Parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais, ou seja, trazer estas famílias no convívio escolar já está prescrito no Estatuto da Criança e do Adolescente e o que falta é concretizá-lo. Devemos pensar no que se espera fazer, pois Pensar é ponderar o que se quer e o que é viável, é avaliar o que se deseja e o realizável, conforme afirma Ramos (2001). A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planejar, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola. Construindo uma parceria dando sustentação no papel da família no desempenho escolar dos filhos e o papel da escola na construção de personalidades autônoma. A relação escola-família se resume no respeito mútuo, o que significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de ser avaliado, criticado, trocarem pontos de vista. O objetivo é conscientizar a escola do papel que possui na construção dessa parceria. 27 CAPITULO 2 – PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 2.1 TIPO DE PESQUISA Este trabalho foi baseado numa pesquisa Bibliográfica e de Campo. De acordo com Gil (2002, p.59) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Enquanto que para Prestes (2007) “É aquela que se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações provenientes de material gráfico, sonoro ou informatizado.” (2007, p. 26) A pesquisa de campo, para Prestes (2007, p.32) seria aquela em que o pesquisador, por meio de entrevistas, questionários, protocolos verbais, observações coleta seus dados. Já para Furasté (2008, p.35), trata-se da pesquisa que busca conhecer aspectos importantes e peculiares do comportamentohumano em sociedade. Envolve estudos de satisfação, de interesses, de opinião de pessoas ou grupos de pessoas sobre aspectos de sua realidade. Esse tipo de pesquisa visa analisar, classificar, catalogar e interpretar dados levantados sem sofrer interferência do pesquisador. 2.2 SUJEITOS Os sujeitos da pesquisa foram os pais e responsáveis dos alunos matriculados e professores da escola na qual a pesquisa foi realizada. 2.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANALISE DOS DADOS 28 A análise dos dados foi feita por meio da observação no cotidiano da escola, através de aplicação de questionários tanto para as famílias quanto para a escola, onde foi realizado a pesquisa. 2.3.1 Coleta de Dados Para que fosse coletados os dados necessários desta pesquisa, foi utilizada a pesquisa bibliográfica e de campo. De acordo com Gil (2002, p.59) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Enquanto que para Prestes (2007, p.26) “É aquela que se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações provenientes de material gráfico, sonoro ou informatizado.” Além da revisão bibliografia, para que seja realizada uma pesquisa mais concreta, será também necessário a visita ao campo onde serão permeadas pelas observações e conseqüentemente, pelo seu registro como também a aplicação de questionário junto as famílias. Com o intuito de delimitar os dados obtidos, o questionário será composto por 09 perguntas fechadas para as famílias e 05 para a escola, visando coletar das famílias dos alunos, e direção da escola informações e opiniões sobre os mais diversos fatores relacionados a ausência da família na escola. 2.3.2 analise de dados A análise de dados estará presente em vários estágios da investigação por meio da observação na escola e questionários aplicados as famílias e professores da escola, onde a pesquisa foi realizada. Tornando-se mais sistemática e mais formal após o encerramento da coleta de dados. Segundo Ludke e André (1986) “O primeiro passo nessa análise é a construção de um conjunto de categoria descritiva. O referencial teórico do estudo fornece geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a primeira classificação dos dados. (1986, p.48). 29 O autor enfatiza que o questionário é extremamente útil quando um investigador pretende recolher informações sobre um determinado tema. Ele também afirma que o primeiro passo para se iniciar uma pesquisa com a utilização de questionário é baseado no referencial teórico. No capítulo seguinte mostraremos como será feito a pesquisa de campo. CAPITULO 3 – A PESQUISA DE CAMPO 3.1 PROFESSOR, FAMÍLIA E ESCOLA: QUAIS AS ATITUDES DO PROFESSOR DIANTE DA FAMÍLIA – COMO A ESCOLA RECEPCIONA A FAMÍLIA. Para melhor entender a relação professor, família e escola: quais as atitudes do professor diante da família- como a escola recepciona a família, foi realizada uma pesquisa com aplicação de questionários à escola, pais e responsáveis com a finalidade de levantar os fatores que levam a ausência dos pais ou responsável na escola. A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental: Raimundo Ribeiro Dias, localizada na Travessa Dulcicléia Torres, nº. 756. Perímetro compreendido entre a Rua Mariocay e a Rua Tiradentes, setor Santa Maria, Município de Gurupá, Estado do Pará. Recebeu essa denominação em homenagem ao Enfermeiro e Homem Público que muito contribuiu com a Educação e a Saúde do nosso Município. Em Gurupá, no ano de 1994, havia apenas uma escola Estadual de Ensino Fundamental denominada “Marcílio Dias”. Com o crescimento da população e a vinda de pessoas da zona rural do Município, aumentou a demanda e chegou o momento que foi necessário criar salas de aula em anexo nos centros comunitários e nos salões disponíveis no Município. 30 Por esse motivo, o Prefeito na época, Sr. Manoel Moacir Gonçalves Alho, procurou resolver o problema junto ao governo do estado, o Sr. Jader Fontileni Barbalho, que tomando conhecimento do problema autorizou um convênio com o Município no valor de R$ 52.000,00 (cinquenta e dois mil reais), onde a verba não contemplou a realização da obra e a prefeitura ainda investiu algum dinheiro, porém não havia recursos suficientes para concluir a obra. Novamente o gestor municipal procurou o Governo do Estado já na pessoa do Sr. Almir Gabriel, que autorizou o repasse de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), assim, concluindo a construção e o início de funcionamento da Unidade de Ensino em 1998. Sua primeira diretora foi a professora Graciana da Silva Coelho, em 1998, dispensada pela SEDUC a partir de 1999, sendo a diretora substituta a professora Ana Sônia Gonçalves da Silva no período de Julho a Dezembro de 1999, reassumindo o cargo a professora Graciana da Silva Coelho em 23 de Dezembro do ano acima citado, até 21 de Fevereiro de 2006. Em 22 desta mesma data, a professora Selma Pantoja Jorge assume a direção da escola como diretora, através da autorização nº. 19/2006 – 0427 – CODOE/SEDUC. A construção da referida escola se deu a partir do ano de 1994, sendo concluída em 1996 e funcionou a partir de 26 de Fevereiro de 1998. Instalada em um pequeno prédio de alvenaria com dois pavilhões, distribuídos em seis salas de aula, diretoria com banheiro, sala dos professores com banheiro, copa-cozinha, depósito de merenda e materiais diversos, banheiro dos alunos e pátio coberto. Na área externa existe um campinho onde são praticadas as atividades de educação físicas e esportivas da escola. O prédio está funcionando há 10 anos, e neste curto espaço de tempo já passaram por uma ampliação e no momento está passando por uma reforma geral. Com a ação do Conselho Escolar, através do recurso repassado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), por meio do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação) e do Fundo Rotativo (recursos repassados pela SEDUC – Secretaria Estadual de Educação) foram realizadas algumas melhorias, como: manutenção no piso, telhado, quadro de giz, banheiro dos alunos, sala de professores, diretoria. 31 Também foram comprados materiais didáticos, de higiene, limpeza e administrativos, assim como armários, computadores, ar condicionado, balcão em madeira de lei para secretaria, material de cantina, mesa com cadeiras para biblioteca, racks par computador. Atualmente a escola funciona em três turnos, sendo 11 turmas de 2º ao 4º ano pela manhã e dez turmas de 5º ao 9º ano à tarde, ambos do ensino fundamental. A escola é constituída por um total de 40 funcionários, sendo destes 40 professores e 1051 alunos, 10 salas de aula, 01 Sala para Direção, 01 Sala para Professores, Secretaria, 01 sala de Vídeo, Refeitório, horta comunitária, dois banheiros sendo um feminino e um masculino, possui um Laboratório de Informática e uma Biblioteca. A escola recebe recursos do Governo Federal sendo ele, PDD (Programa Dinheiro Direto na Escola). A referida instituição atende as crianças com a Educação Integral com 05 oficinas lúdicas tais como: leitura, artesanato, pintura, dança e capoeira e 01 oficina pedagógica matemática. Vale ressaltar que todas as oficinas são oriundas do Programa Mais Educação do Governo Federal. A escola está sobre a administração da Diretora Maria do Socorro Souza e Souza e das Vice-diretoras Edna Mª. Pantoja Serra e Gelma do Socorro Gama Nunes que vêm desempenhado suas funções satisfatoriamente, principalmente quando se trata da melhoria pela educação. Portanto, a pesquisa delimitou-se ao estudo com pais e responsáveisdos alunos e mais seis professores que atuam em turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, na referida escola. Após a realização dessa pesquisa com aplicação de questionários, os quais foram divididos em duas categorias (família/escola), sendo que um contem seis e o outro seis perguntas fechadas. Desta forma, os dados obtidos na pesquisa foram tabulados e analisados evidenciando a validade e a confiabilidade do estudo, para uma melhor compreensão dos fatos e possíveis soluções. 32 Gráfico 1: Participação da família na vida escolar das crianças Como se dá aparticipação da família na vida escolarda (s)criança (s)? 32% 28% 22% 18% pa rti ci pa m es pora di ca mente cons ta ntemente no fi na l de ca da s emes tre nã o pa rti ci pa Fonte: Dados da pesquisa (2015) Está pesquisa foi realizada a 50 famílias de alunos do 1º ao 5º do Ensino Fundamental, onde observamos a real participação dos pais ou responsáveis dos alunos, onde identificou-se 32% dos entrevistados participam esporadicamente, 28% participam constantemente, 22% somente no final do período de cada semestre e 18% responderam que não participam. 33 Gráfico 2: Relação da participação da Família com a escola das crianças Como a família participa da vida escolar das crianças? 34% 30% 20% 16% em ca s a a junda ndo na s ta re fa s es col a res comi ni ca m-s e com a es col a e prfes s ores compa recendo em toda s a s reuni ões nã o pa rti ci pa Fonte: Dados da pesquisa (2015) Em relação à participação dos pais ou responsáveis das crianças, 34 % dos entrevistados afirmaram que participam em casa, acompanhando e ajudando nas tarefas escolares, 30 % se comunicam com a escola e professores semanalmente, 20 % comparecendo em todas as reuniões e apenas 16 % não participam. 34 Gráfico 3: Com que frequência a família ajuda nas tarefas escolares das crianças? Fonte: Dados da pesquisa (2015) A pesquisa mostra que as famílias respondentes estão preocupadas em acompanhar os filhos, olham os cadernos das crianças. Pois 40% dos pais se preocupam em ajudar as crianças nas tarefas escolares todos os dias, 34% responderam que só ajudam às vezes, 14% disseram que pedem ajuda a outras pessoas e 12% não ajudam. 35 Gráfico 4:Com que frequência a família mantem contato com a escola? Fonte: Dados da pesquisa (2015) Quanto o contato ou a participação da família com a escola, 40% dos pais responderam que todos os dias se comunicam com a escola, 26% semanalmente, 20% disseram que somente três vezes por semana e 14% só quando solicitado. 36 Gráfico 5: Em relação a participação da família nas reuniões escolares: Fonte: Dados da pesquisa (2015) Identificou-se entre os entrevistados que 44% dos pais ou responsáveis participam das reuniões escolares, 32% às vezes, 14% disseram que pedem para alguém ir as reuniões e, 10%% responderam que não participam. 37 Gráfico 6: Marque os motivos/ razões que levam a família a não participar com mais frequência: Fonte: Dados da pesquisa (2015) A participação na vida escolar é essencial para o processo de aprendizado da criança, mas como mostra o gráfico 6, 32% dos pais entrevistados não participam com mais frequência da escola de seus filhos por falta de tempo, 28% não sentem necessidade em participar, 22% não participa porque confia na escola e apenas 18%responderam que não são acolhido satisfatoriamente pela escola. 38 Gráfico 7:Formação, escolaridade, sexo, tempo de serviço e idade dos entrevistados: Fonte: Dados da pesquisa(2015) Para obtenção das seguintes informações, foi aplicado um questionário à 06 (seis) professores da instituição pesquisada, sendo 05 (cinco) do sexo feminino e 01 (um) do sexo masculino. Com a faixa etária de entre 35 (trinta e cinco) e 50 (cinquenta) anos, com o tempo de serviço de 03 (três) à 20 (vinte) anos. 39 Gráfico 8: Como se dá a participação da família de um modo geral na vida escolar de seus alunos? Fonte: Dados da pesquisa (2015) De acordo com as respostas obtidas pelos professores entrevistado, nota- se que 66,60% dos pais às vezes participam da vida escola dos alunos, e 33,30% participam. 40 Gráfico 9: Você acredita que a participação dos pais na escola ajuda no desempenho escolar de seus filhos? Fonte: Dados da pesquisa (2015) Com base nesta pergunta, 100% dos professores afirmam que a participação dos pais na escola é de fundamental importância para o desempenho escolar dos alunos. 41 Gráfico 10: Qual a participação que a escola espera da família? Fonte: Dados da pesquisa (2015) Pelo que pode se observar no gráfico acima, 50% dos professores esperam que os pais participem mais das ações planejadas e executadas pela escola, 33,30% nas reuniões de pais e mestres, e 16,60% esperam que os pais acompanhem em casa com as atividades escolares. 42 Gráfico 11: De que forma a escola incentiva a participação dos pais na escola? Fonte: Dados da pesquisa (2015) Ao serem perguntados sobre o que a escola faz para incentivar a participação dos pais, 50% responderam que a escola incentiva por meio de projetos e 50% por meio de reuniões de pais e mestres. 43 Gráfico 12: Em sua opinião, quais os fatores que dificultam a relação família e escola Fonte: Dados da pesquisa (2015) Quanto aos fatores que dificultam a relação da família com a escola, 66,6% do professores responderam que é falta de compromisso por parte das famílias com a educação de seus filhos, 16, 60% é por falta de tempo em ir à escola por motivo de trabalho, e mais 16,60% acreditam que os pais não tem conhecimento sobre o processo educacional. 44 16,60% 66,60% 16,60% Em sua opinião, quais os fatores que dificultam a relação família eescola? Falta de tempo Falta de compromisso das família Falta de conhec imento sobre o processo educacional 3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos a partir da pesquisa realizada com a direção da escola, lócus da pesquisa e mais 50 familiares, identificamos que entre as falas dos entrevistados comparados com de alguns autores, com o trabalho, são confirmada ou refutada. Neste sentido foram construídas algumas reflexões a título de discussão sobre os resultados obtidos: Os pais que contribuem freqüentemente com a escola permanecem mais motivados, na conquista de bons resultados na formação dos educando, e o aluno se sente mais motivado e seguro em dedicar-se às tarefas escolares. A relação família e escola no contexto do século XXI, vem sendo discutida sobre as dificuldades que estas duas instituições encontram para se relacionarem e proporcionarem uma educação de qualidade. São vários os fatores que causam a ausência da família na escola, porém os mais comuns que ouvimos dos entrevistados foram: pais que trabalham fora falta de conhecimento da família, família com um número grande de filhos, desinteresse por parte da família também é um dos fatores, família desestruturada e outros. A obrigação e o dever da família é conceder à criança a formação do caráter e da ética para que o indivíduo saiba conviver em sociedade. Enquanto que a escola por sua vez vem complementar essa educação preparando-os para o mercado de trabalho. Quando a escola e a família têm uma boa relação o aluno tem bom desempenho em seus estudos, a evasão escolar diminui os filhos tem um bom relacionamento com os que os cercam.Do contrário, quando a família 45 não participa o aluno sente-se desmotivado e o seu desenvolvimento no ensino-aprendizagem é prejudicado. Escola e família são pontos de sustentação para o desenvolvimento do ser humano, sendo necessária a harmonia, o envolvimento e o diálogo para fortalecer essa parceria significativa em busca de uma educação de qualidade. A aproximação da família e escola tem uma importância relevante na identificaçãode deficiência que possa existir no aluno, essa sintonia é fundamental para que haja diálogo entre pessoas que almejam sempre o melhor para seus filhos e alunos A comunicação é uma ferramenta relevante para uma convivência saudável e prazerosa mantendo aproximação e promove sentimentos de igualdade e influencia na maneira de viver de cada pessoa. 46 CAPITULO 4 – METODOLOGIAS PARA APROXIMAR A FAMÍLIA DA ESCOLA A escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar contas do seu trabalho, explicar o que faz como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos. Em relação a esta parceria Heloisa Szymanski, do Departamento de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ressalta que "Os educadores precisam deixar de lado o medo de perder a autoridade e aprender a trabalhar de forma colaborativa". Os pais, por sua vez, devem manter-se em comunicação constante com a escola, para conhecer os trabalhos e objetivos desenvolvidos pelos docentes. Pois sabemos que a tarefa de educar é exigente e desafiadora, mais também gratificante que envolve as organizações sociais em que as crianças estão inseridas. Portanto a escola precisa está em perfeita sintonia com a família criando mecanismos que aproxime a família da vida escolar de seus filhos. Mas para isso, é preciso que a escola abra as portas para as famílias para que as mesmas participem do seu dia-a- dia ouvindo estes pais sobre o que eles esperam da escola, e que esta participação não se resuma somente em reuniões esporádicas, buscando junto com as famílias a melhor forma para superar as dificuldades. É importante ressaltar que não existe uma fórmula mágica para aproximar a família da escola, pois cada família e cada escola vivem uma realidade diferente segundo TIBA (1998) “Quando a escola abre suas portas para usufrutos dos pais de 47 seus alunos, está favorecendo a formação do espírito comunitário, precursor da cidadania”. (1998, p. 168) É importante que a escola mantenha esse contato de comunicação com a família conforme destaca Vélez: Para garantir a informação e facilitar a participação deve-se articular mecanismos que combinam diversas variáveis com canais formais ( reuniões de grupo, assembléia da escola etc.) e informações (entradas e saídas, oficinas de pequenos grupos e, etc.). É imprescindíveis pensar em diferentes linguagens e níveis de compromisso (texto, palestra, festa e, etc.). A colaboração das famílias em todos os âmbitos e na vida da escola, ao conjugar canais de caráter informal efetivos com canais de forma mais estruturados, supõe avançar na tomada de decisões sobre a escola que contribua para aprofundamento democrático da vida na instituição (2008, p. 17). Analisando a complexidade desta relação, pode-se observar que a escola precisa ser mais dinâmica para atrair as famílias, suas ações devem ser repensadas quando for necessária, e a escola deve incluir em seu Projeto Político Pedagógico, ações que envolva os pais, construindo com eles ações de envolvimento familiar e trabalhar a autoconfiança deles em relação a suas habilidades para que eles, conseqüentemente, possam ajudar seus filhos, envolver todas as famílias para entender o que elas têm a oferecer para a escola. Uma comunidade bem informada sempre apoiará sua escola. Desta forma a família pode auxiliar, sugerir e fazer cobranças na ação pedagógica da escola quando for necessário, mas a família também precisa está comprometida com a educação de seus filhos, não basta colocarem o filho na escola, é preciso acompanhá-los freqüentemente e ajudá-los verificando se o filho fez o dever de casa, se estudou para rever os conteúdos para fazer as avaliações. Mas é importante que não confunda supervisionar com fazer os deveres para os filhos. Todavia, se a família coloca-a na escola, mas não a acompanha pode gerar na criança um sentimento de negligência e abandono em relação ao seu desenvolvimento. Conforme enfatiza (MALDONADO,2002 Apud JARDIM, 2006,p.20), “Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas 48 caóticas e desordenadas, que se refletem em casa e quase sempre, também na escola em termo de indisciplina e de baixo rendimento escolar” CAPITULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que as mudanças ocorridas no cenário educativo precisa se fortalecer mais em relação a relação família escola, para atender as exigências da sociedade, para que assim, promova um aprendizado de qualidade para o educando. Percebe-se que a ausência dos pais na escola se dá principalmente por falta de tempo, em função dos compromissos de trabalho, nota-se que a maioria está interessada na educação dos filhos. Participar da vida escolar dos filhos implica não só em ouvir o que a escola tem a dizer, mas expor sua opinião própria, compartilhar ideias novas, com um só objetivo de fortalecer a união em favor do ensino e aprendizagem do educando. A escola deve chamar a família não só quando da problemas, mas sim para mostrar o que seu filho realmente estar aprendendo, e família precisa se interessar em saber o que acontece com seu filho, se envolver, esse acompanhamento transmite segurança, os alunos sentem-se duplamente amparados tanto pela professora quanto pelos pais, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem. De acordo com Cristina Coronha, construir a moral na criança requer o amparo de conceitos verdadeiros e permanentes de vida, uma atitude de exemplo e atuação da repetição. 49 A criança só constrói valores saudáveis à medida que, esses são vivenciados dia a dia, onde a família tem uma grande responsabilidade na construção desses valores, estabelecidos por meio de conhecimentos e virtudes e pela boa conduta familiar. A educação familiar deve ser pautada no exemplo de vida, de convivência e partilha, para que seja espelho para os filhos, onde sintam vontade de ser igual Muitas vezes as palavras não expressam suficientemente, o que deve ser ensinado, mas o exemplo diário de esforço, de luta favorece essa educação de vida que a família é capaz de ensinar . Os pais que são atentos e interessados no aprendizado do filho, provocam nos professores a estimulação e interesse de inovação na melhoria do aprendizado da criança. Essa ponte é extremamente eficaz na vida de todos, onde por meio da escola a família encontre soluções para alguns problemas existentes e por meio da família, a escola encontre estratégias de melhorias nas suas práticas de ensino, almejando sempre o compromisso, a sensibilidade, a honestidade e o amor ao próximo. Afinal a sociedade precisa disso. Para Cristina Coronha, o homem mais do que nunca precisa agregar valor ao seu meio para ser importante e útil; precisa confiar em si mesmo, ter iniciativa, ser valente, saber exatamente de seus direitos e deveres para colocar-se corretamente. O papel de pai mãe professor é sem dúvida uma tarefa árdua o qual requer muita responsabilidade, será que os filhos, os alunos estão sendo bem preparados para serem inseridos nesse mundo? Cada um deve fazer a sua parte, onde todos caminhem para um só objetivo, somando valores ao meio. Não se pode esperar que uma criança tenha verdadeiros hábitos do bem, se convive com desordens, com pessoas desumanas, impacientes sem controle emocional. O adulto precisa ser paciente, ser tolerante, ter conceitos verdadeiros. Para Cristina Coronha, a educação é o meio onde docentes e discentes devem formar em todo, único, fruto de colaboração e da irmandade de objetivos como no universo, construindo uma família. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACKERMAN, N. W. Diagnóstico e tratamento das relações familiares. PortoAlegre: Artes Médicas, 1986. AULETE, C. Mini dicionário contemporâneo da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2004. BASSEDAS, Eulália, HUGUET, Teresa, SOLÉ, Isabel. Aprender e ensinar na educação infantil. Trad. Cristina Maria de Oliveira. Porto Alegre: Artemed. 1999. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n.º 8.069/90. Congresso Nacional. Brasília/DF. 1990. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB n.º 9.394/96. 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O principal objetivo é identificar os motivos que levam a (não) participação dos pais ou responsável na escola e, analisarmos sua influência no desempenho dos filhos, para com isso buscar estratégias que contribuam com possíveis mudanças. As informações serão utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que responderem a este questionário. Assim, gostaríamos de ser autorizadas a aplicar o instrumento de pesquisa que segue em anexo. Desde já queremos agradecer a sua participação, que de grande importância para que possamos obter êxito em nossa pesquisa. Atenciosamente 54 Helena Gonçalves de Lima Luciléa Farias Serrão Apêndice 2- Modelo de questionário da pesquisa SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA TEMA: Família e Escola: uma parceria possível para o desenvolvimento da aprendizagem das crianças AUTORAS: Helena Gonçalves de Lima Luciléa Farias Serrão Questionário de Pesquisa Pai ou responsável: __________________________________ Escola: Raimundo Ribeiro Dias Cidade: Gurupá-Pa 1 – Como se dá a participação da família na vida escolar da(s) criança(s)? ( ) Participa constantemente ( ) Participa esporadicamente 55 ( ) Somente no final do período letivo de cada semestre ( ) Não participa 2 – Como a família participa da vida escolar das crianças? ( ) Em casa, acompanhando/ajudando nas tarefas escolares ( ) Comunicando-se com a escola e professores semanalmente ( ) Comparecendo em todas as reuniões escolares ( ) Não participa 6 – Com que frequência a família acompanha/ajuda nas tarefas escolares das crianças? ( ) Todos os dias ( ) Às vezes ( ) Não ajuda ( ) Outros. Especifique: ____________________. 7 – Com que frequência a família mantém contato com a escola? ( ) Todos os dias ( ) Três vezes por semana ( ) Semanalmente ( ) Somente quando solicitado 8 – Em relação à participação da família nas reuniões escolares: ( ) Participa ( ) Às vezes ( ) Não participa ( ) Outros. Especifique: ____________________. 9 – Marque os motivos/razões que levam a família a não participar com mais frequência? ( ) Falta de tempo ( ) Não sente necessidade em participar ( ) Confia na escola e o que for decidido está bom ( ) Não é acolhido satisfatoriamente na escola 56 Apêndice 3 - Modelo de questionário da pesquisa SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA TEMA: Família e Escola: uma parceria possível para o desenvolvimento da aprendizagem das crianças AUTORAS: Helena Gonçalves de Lima Luciléa Farias Serrão Questionário de Pesquisa Prof. (a): __________________________________ Formação: _____________________________ Tempo de serviço: _________ Turma que atua: ________________________ Escola: Raimundo Ribeiro Dias Cidade: Gurupá-Pa 07 – Como se dá a participação da família de um modo geral na vida escolar de seus alunos? ( ) Participa ( ) Às vezes participa 57 ( ) Somente no final de cada período letivo ( ) Outros. Especifique: ___________________. 08 – Você acredita que a participação dos pais na escola ajuda no desempenho escolar de seus filhos? ( ) Sim ( ) Não 09 – Qual a participação que a escola espera das famílias? ( ) Nas reuniões de pais e mestres ( ) Nas ações planejadas e executadas pela escola ( ) Participação efetiva como membro do Conselho Escolar ( ) Acompanhamento em casa das atividades escolares realizadas pelas crianças 10 – De que forma a escola incentiva a participação dos pais na escola? ( ) Por meio de projetos ( ) Por meio de reuniões quinzenais ( ) Por meio de oficinas/palestras e cursos ( ) Não incentiva 11 – Em sua opinião qual(is) o(s) fator(es) que dificultam a relação da família com a escola? ( ) Falta de tempo em ir à escola por conta do trabalho e/ou afazeres do lar ( ) Falta de compromisso das famílias com a educação de seus filhos ( ) Falta de conhecimento sobre o processo educacional 58 59
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