Buscar

VISÃO ÉTICA DE PLATÃO, ARISTÓTELES, KANT E MARX

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A ÉTICA NA CONCEPÇÃO PLATÔNICA 
 
A resposta de Platão à necessidade de se resgatar o velho sentido da Ética, 
da Justiça e da Moral, perdidos durante o período de crescimento e enriquecimento 
de Atenas, contaminados pela hipocrisia, é a "volta a uma sociedade mais simples". 
Mas não uma volta ao passado real, antes a um passado imaginário situado em 
algum lugar no futuro no qual os velhos valores – renovados a partir das indagações 
e críticas de Sócrates – possam orientar uma sociedade estável que tende à 
perfeição. 
Assim à dissociação entre o mundo real e os valores éticos Platão contrapõe 
a necessidade de uma reconstrução da sociedade segundo estes valores, por mais 
radical que ela possa parecer. O eixo da ampla reforma sugerida por Platão para 
construir a sociedade perfeita é a substituição da plutocracia que reinava na Atenas 
Imperial dos mercadores por uma "timocracia do espírito" na qual os governantes 
seriam os melhores dentre os homens de seu tempo em termos de conhecimento e 
sabedoria. 
Platão, como Sócrates combate o relativismo moral dos sofistas. Sócrates 
estava convencido que os conceitos morais se podiam estabelecer racionalmente 
mediante definições rigorosas. Estas definições seriam depois assumidas como 
valores morais de validade universal. Platão atribui a estes conceitos ético-políticos 
o estatuto de Ideias (Justiça, Bondade, Bem, Beleza, etc), pressupondo destes logo 
que os mesmos são eternos e estão inscritos na alma de todos os homens. A sua 
validade é independente das opiniões que cada um tenha dos mesmos. Para Platão 
a Justiça consiste no perfeito ordenamento das 3 almas e das respectivas virtudes 
que lhe são próprias, guiadas sempre pela razão. A felicidade consiste neste 
equilíbrio. 
 
 
 
 
A ÉTICA NA CONCEPÇÃO ARISTÓTELICA 
 
Aristóteles é o criador da disciplina filosófica da Ética. Em sua Ética, 
Aristóteles preocupa-se, acima de tudo, com o bem humano. Esse bem, segundo 
ele, é determinado por dois fatores: 1) Um fator bastante constante, a natureza 
humana, que se constitui de uma série de elementos corporais ligados a uma forma 
dinâmica por ele chamada de alma (psyché, donde se origina o adjetivo psíquico). 2) 
Um segundo fator variável, o conjunto de circunstâncias concretas, chamadas pelos 
gregos de ocasião. Para Aristóteles, enquanto a política tem como finalidade o bem 
coletivo a ética tem por finalidade o bem pessoal. 
A Ética é uma ciência muito pouco exata, uma vez que se ocupa de assuntos 
passíveis de modificação. A ética se dá na relação com o outro. Para determinar o 
bem que caracteriza a atividade própria dos humanos Aristóteles analisa as distintas 
funções do composto humano. A primeira delas é a vida. Mas a vida é comum aos 
homens, aos animais e as plantas. A segunda função é sentir. Mas sentir é comum 
aos humanos e aos animais. A terceira função é a razão. E esta é que distingue os 
seres humanos de todos os viventes inferiores. 
Portanto, a razão é a principal característica do ser humano. E sua principal 
atividade deve consistir em viver conforme a razão. A razão deve dirigir e regular 
todos os atos humanos. E nisso consiste essencialmente a vida virtuosa. E, para o 
filósofo, o fim último de uma vida virtuosa é ser feliz. Portanto, a felicidade tem que 
ser o correto desempenho do que lhes é próprio: o uso correto da razão. 
 
 
 
 
 
 
A ÉTICA NA CONCEPÇÃO KANTIANA 
 
Para a sociedade moderna, a ética adquire novos significados. Com o 
desenvolvimento de novas tecnologias e o surgimento de novas teorias sobre o 
universo, a ciência passa a influenciar mais diretamente a vida das pessoas, 
possibilitando uma compreensão diferenciada das coisas. Mas é com Imanuel Kant 
que a ética dos tempos modernos adquire uma característica mais individualista, 
influenciada pela razão humana e pelo espírito capitalista. Desenvolve-se uma teoria 
ética inteiramente subordinada à razão, em que o homem é sujeito de seu processo 
cognitivo e de suas atitudes éticas. 
Contrariando a visão cristã sobre a questão ética, Kant diz que não existe 
bondade natural, mas somos por natureza egoístas, ambiciosos, cruéis, agressivos 
e que, devido a estas atitudes somos capazes de matar, roubar, mentir. É 
justamente por isso que precisamos do dever para nos tornarmos seres morais. 
A teoria do dever ético, defendida por Kant, propõe que o conceito ético seja 
extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princípios 
universais. Um exemplo seria o dever de cumprir com um compromisso assumido. 
Ao assumir um compromisso, devemos agir de acordo com os princípios universais 
pré-estabelecidos. O contrato é a lei entre as partes. Kant propôs que os conceitos 
éticos sejam alcançados através da aplicação de alguns princípios ou regras, a 
saber: qualquer conduta aceita como padrão ético deve valer para todos os que se 
encontrem na mesma situação, sem exceções; só se deve exigir dos outros o que 
exigimos de nós mesmos; devemos agir de alguma forma que a causa que nos 
levou a agir possa ser transformada em lei universal (CHAUI, 1997). 
Estes princípios ou regras não estabelece um conteúdo particular de uma 
ação, mas determinam uma forma geral de ações morais. Fica claro que o dever 
nasce da vontade de querer o bem e é sempre fundamentado em princípios ou leis 
que são universais. A crítica que se pode fazer a esta concepção fundamenta-se na 
dificuldade de alcançar um consenso entre os indivíduos sobre o que é certo e o que 
é errado. Que princípios universais podem ser válidos para todos? 
 
A ÉTICA NA CONCEPÇÃO MARXISTA 
 
Um dos maiores pensadores do mundo moderno, Karl Marx, autor do conceito 
de materialismo histórico, afirmou que as transformações sociais são produzidas 
pela luta de classes. Estudou profundamente economia e explicou o 
desenvolvimento da história da cultura através dos mecanismos materiais de 
produção e distribuição de mercadorias, tentando simultaneamente basear nesse 
conhecimento uma prática política que levasse à construção de uma sociedade sem 
classes. 
Segundo ele, numa sociedade onde vivem exploradores e explorados, é a 
moral da classe dominante que predomina. Os valores, como liberdade, 
racionalidade e felicidade, são hipócritas, porque são irrealizáveis numa sociedade 
fundada na divisão do trabalho. 
Desta forma, falar em moral universal, ou racionalismo humano, é 
completamente falso, é camuflar os interesses antagônicos das classes para manter 
a dominação de uma sobre a outra. Somente poderá existir uma moral verdadeira 
quando vivermos numa sociedade sem Estado e sem propriedade privada. 
A crítica a essa concepção está na dificuldade de compreender como seria 
esta sociedade sem Estado e sem propriedade privada. Como a individualidade 
seria respeitada? A sociedade se auto-regularia? Como as pessoas alcançariam a 
realização autêntica da ética? Se não existissem classes sociais, haveria uma ética 
ou uma moral verdadeira entre as pessoas? 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1997. 
http://afilosofia.no.sapo.pt/platao1.htm

Outros materiais