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Intertextualidade entre Músicas e Poemas

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INTERTEXTUALIDADE
Karoline Minardes
1
O QUE E INTERTEXTUALIDADE?
Segundo o dicionário...
1. Superposição de um texto literário a outro.
2. Influência de um texto sobre outro que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado.
 
Sendo assim...
Intertextualidade é a influência de um texto sobre o outro.
2
Pra Que Mentir?
Pra que mentir
Se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir
Pra quê? Pra que mentir,
Se não há necessidade
De me trair?
Pra que mentir
Se tu ainda não tens
A malícia de toda mulher?
Pra que mentir, se eu sei
Que gostas de outro
Que te diz que não te quer?
Pra que mentir tanto assim
Se tu sabes que eu sei
Que tu não gostas de mim?
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?
Vadico e Noel Rosa
3
“ Pra que mentir?” foi motiva por uma de suas relações amorosas, talvez a mais marcantes de todas. Ceci, que Noel conheceu no Cabaré Apollo, Rio de Janeiro, numa festa de São João, e de quem nunca mais se desligou.
Na ocasião em que Noel compôs a música, Ceci dividia seu coração com ele e Mário Lago, compositor de “Saudades Amélia”. Apesar de Ceci não confessar para Noel, seu novo romance, ele já sabia de tudo, pois a conhecia pelo olhar, pelo tom de voz e lhe dizia com frequência: “Você não aprendeu a mentir...”
CURIOSIDADE
4
Não me venha falar na malícia
de toda mulher,
Cada um sabe a dor e a delícia
de ser o que é.
Não me olhe como se a polícia 
andasse atrás de mim
Cale a boca e não cale na boca
notícia ruim
Você sabe explicar
Você sabe entender tudo bem
Você está, você é
Você faz, você quer, você tem
Você diz a verdade
A verdade é o seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher 
vá viver sem mentir
Dom de Iludir
Caetano Veloso
5
Vamos observar:
Quais elementos dialoga entre uma música e outra?
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Poema de sete faces
Carlos Drummond de Andrade
7
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
 dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Com licenca poetica
Adélia Prado
VAMOS OBSERVAR:
Quais elementos dialoga entre um poema e outro?

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