76 pág.

Pré-visualização | Página 10 de 14
o tempo para adaptação dos 42 usuários, seja relativamente extenso, os resultados após sua implantação serão rápidos e satisfatórios, garantindo a credibilidade do software no meio construtivo. Gráfico 8 – Efeito do uso dos softwares x esforço de uso (JUSTI, 2008). A plataforma se tornará uma tendência devido às inúmeras facilidades encontradas com sua utilização, tais como: - Menores prazos de entrega de projetos, ou seja, economia de tempo; - Coordenação mais alinhada evitando erros de graficação; - Redução de custos; - Maior produtividade devido ao uso de um único modelo digital; - Trabalho de maior qualidade devido a integração entre equipes; Assim, projetos que usam a plataforma Revit Building possuem uma maior vantagem competitiva, pois, fornecem melhor coordenação e qualidade e ainda contribuiem para uma maior interação entre engenheiros, arquitetos e os demais componentes da equipe (JUSTI, 2008). A figura 9 representa a ideia, sugerida por Melhado (2005), de como uma equipe multidisciplinar, formada por todos os agentes participantes do processo de desenvolvimento de uma edificação, deve se relacionar, a partir de uma visão sistêmica do projeto. 43 Figura 9 – Visão Sistêmica do Processo de Projeto (MELHADO et al., 2005). 44 4 ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi realizado por meio do acompanhamento da obra de construção de um prédio residencial com dezenove pavimentos, situado à Rua General Caldwell, número 966, na cidade de Porto Alegre no período compreendido entre março e julho do ano de 2015. O respectivo acompanhamento tinha como função precípua o relato das principais inconsistências do projeto, oriundas, principalmente, da ausência do emprego de compatibilização de projetos. Nesse sentido, tornam-se evidentes os custos gerados com o retrabalho e o consequente desperdício de tempo. A metodologia utilizada foi a sobreposição de desenhos em 2D, para justapor camadas a fim de se identificar visual e manualmente possíveis interferências. A partir disso, fez-se a comparação entre os projetos Hidráulico, Estrutural, Arquitetônico, Elétrico e de Furação. Ademais, foram realizadas reuniões semanais em conjunto com os engenheiros responsáveis, os quais viabilizavam uma análise mais próxima e competente da evolução do projeto. 4.1 Incompatibilidades que ocasionaram erros A maior parte dos erros, concentrados muitas vezes na parte estrutural, foram adequados diretamente na própria obra, uma vez que, anteriormente ao estudo de caso, não se fazia nenhum tipo de compatibilização prévia de projetos. Dessa forma, seguem listadas as incompatibilidades encontradas, com suas respectivas soluções: a) Falta de compatibilização do projeto estrutural com o projeto paisagístico e projeto da piscina. Nesse caso, o projeto arquitetônico e o paisagístico contemplavam o espelho d’água e a piscina no mesmo nível, porém no projeto estrutural constava uma viga invertida na borda do espelho d’água. A viga foi concretada, e quando pronta, impossibilitou que área da piscina ficasse conforme o projeto paisagístico que havia sido vendido para os clientes. O problema foi resolvido quebrando a viga e concretando tudo novamente no mesmo nível para ficar conforme o projeto paisagístico, figuras 10 e 11. Além do trabalho de quebrar a viga é importante salientar que a piscina já estava em processo de impermeabilização, ou seja, foi necessário remover a manta de impermeabilização e 45 recolocá-la posteriormente. O custo aproximado para este retrabalho foi de 15 mil reais e o tempo de atraso foi de aproximadamente 1 mês, retardando a realização de outros serviços e o trabalho da equipe de impermeabilização, que já havia finalizado os serviços na obra. Figura 10 – Reconstrução da viga da piscina (Arquivo pessoal). Figura 11 – Reconstrução da viga da piscina (Arquivo pessoal). 46 b) Falta de compatibilização entre projeto estrutural e projeto de furação. Como não foram previstos os furos da coifa da cozinha, fez-se necessário um reforço estrutural para possibilitar a execução dos mesmos, figura 12, 13 e 14. Esse problema gerou para a empresa um custo aproximado de 8 mil reais, entre projeto e reforço estrutural, um atraso de 3 semanas de obra com equipes adicionais trabalhando aos sábados. Então é possível concluir que o custo extra não se concentra apenas no valor do projeto e do reforço, conforme citado anteriormente, mas também, no tempo gasto com o retrabalho e o deslocamento de equipe para trabalhar aos sábados. Figura 12 – Reforço estrutural nos furos das coifas das cozinhas (Arquivo pessoal). Figura 13 – Tubo metálico para reforço (Carbonite Gpinheiro) 47 Figura 14- Reforço estrutural (Carbonite Gpinheiro) c) Falta de compatibilização entre projeto elétrico e projeto de gás. Nesse caso havia tubulações de gás passando nos painéis de medidores de energia elétrica, figura 15. As adequações foram apenas desvios na tubulação de gás, a qual passou pela lateral do painel de medidores. Não gerou custos adicionais significativos nem atraso na execução da obra, mesmo assim, gerou um retrabalho desnecessário. Figura 15 – Projeto Hidrossanitário contendo a tubulação de gás dentro do painel de medidores (Carbonite Gpinheiro). 48 d) Falta de compatibilização entre o projeto legal e o projeto executivo. O projeto executivo apresentava uma altura da caixa d’água superior à apresentada no projeto legal, o qual foi aprovado na prefeitura, figura 16 e 17. O erro foi constatado antes do mesmo ser executado e foi adequado em obra com revisão do projeto arquitetônico. Figura 16 – Projeto Legal Reservatório Superior (Carbonite Gpinheiro). Figura 17 – Projeto Executivo Reservatório Superior (Carbonite Gpinheiro). 49 e) Falta de compatibilização entre projeto estrutural e projeto de ventilação. Nesse caso não foi prevista uma abertura de 1mx1m para ventilação mecânica do estacionamento na cortina de contenção e agora terá que ser feito um reforço estrutural para possibilitar a quebra da estrutura para execução desta ventilação. O atraso previsto é de 1 semana e o custo estimado é de 4 mil reais. Figuras 18,19 e 20. Figura 18 – Detalhe da abertura na cortina (Carbonite GPinheiro) 50 Figura 19 – Detalhe da ventilação do estacionamento do subsolo no pavimento térreo (Carbonite GPinheiro) Figura 20 – Projeto de formas do pavimento térreo sem esperas para a ventilação (Carbonite GPinheiro). 51 f) Falta de compatibilização entre o projeto estrutural e o projeto dos elevadores. A laje da casa de máquinas não foi construída conforme a capacidade de carga prevista no projeto estrutural, logo, teve que ser refeita atrasando a montagem dos elevadores, figuras 21 e 22. A revisão do projeto levou 1 mês para ser elaborada, mais 3 semanas para reconstrução da laje. Os custos se limitam a R$ 6250,00. Figura 21 – Laje da casa de máquinas (Carbonite GPinheiro) Figura 22 – Casa de máquinas após reconstrução (arquivo pessoal) g) Falta de compatibilização do projeto estrutural com o projeto de instalações elétricas e hidrossanitárias. Não foi previsto no projeto estrutural os furos das esperas das tubulações hidráulicas e elétricas do subsolo, térreo e segundo pavimento. Os projetos foram atualizados, os reforços dos furos foram executados com um