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1 NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER – GRUPO TEMÁTICO 2 CICLOS DE REVISÃO MP/MG SUMÁRIO 1. Direito Penal – Parte Geral...........................................................................................02 2. Direito Penal – Parte Especial......................................................................................42 3. Direito Processual Penal...............................................................................................64 4. Legislação Penal Especial.............................................................................................98 5. Criminologia.................................................................................................................121 2 DIREITO PENAL – PARTE GERAL1 DOUTRINA E OUTROS ASSUNTOS “DECOREBAS” 1.1. Vias do Direito Penal (Claus Roxin): 1ª VIA 2ª VIA 3ª VIA PENAS MEDIDAS DE SEGURANÇA REPARAÇÃO DO DANO 1.2. Direito Penal Coletivo: Possui dois significados: o primeiro diz respeito aos crimes de autoria coletiva; o segundo, aos crimes que atingem interesses difusos e coletivos. #IMPORTANTE: O Direito Penal Coletivo possui relação com o Direito Penal na Sociedade de Risco, teorizado por Ulrich Beck. Este segundo pensamento possui os seguintes aspectos principais (#LINKSMENTAIS) → Transformações sociais, econômicas e tecnológicas. → Expansão do Direito Penal. → Bens jurídicos supraindividuais. → Crimes de perigo abstrato. → Direito penal preventivo. → Crimes econômicos-tributários, ambientais e os imputáveis a organizações criminosas. → Posicionamento crítico: bens são formulados de modo vago e impreciso. Desmaterialização, dinamização, espiritualização, liquefação do bem jurídico. → Delitos de acumulação. #APROFUNDAMENTO #PARACOMPREENDERMELHOR: A tipificação de crimes sempre esteve relacionada à proteção de bens jurídicos inerentes ao indivíduo, sejam estes bens lesionados (crimes de dano) ou expostos a efetivo perigo (crimes de perigo concreto). Havia, portanto, uma materialização dos bens jurídicos. Contudo, as transformações sociais, econômicas e tecnológicas vivenciadas pelo mundo nas últimas décadas acabaram por influenciar o sistema penal, especialmente nos tempos atuais de uma sociedade de risco. Com efeito, Ulrich Beck destaca que a sociedade atual se caracteriza pela existência marcante desses riscos. 1 Por Liana Schuler e Rochester Araújo 3 Tais perigos não são naturais, mas sim artificiais, no sentido de que são produzidos pela atividade do homem e vinculados a uma decisão dele. Com o passar dos tempos, percebeu-se que a proteção penal, que aguardava o dano para depois punir, era insuficiente. A concentração da programação punitiva em novas áreas proporcionou a chamada expansão do direito penal, caracterizada pela ampliação do âmbito de incidência de leis com conteúdo punitivo ou endurecimento das já existentes. Exemplos: criminalidade informática, criminalidade econômica/tributária, criminalidade ambiental e crime organizado. Dessa forma, a proteção penal passou a abranger bens jurídicos supraindividuais/coletivos. O problema é que essa expansão inadequada e ineficaz da tutela penal passa a abranger bens jurídicos de modo vago e impreciso, ensejando a denominada desmaterialização (espiritualização, dinamização ou liquefação) do bem jurídico, em virtude de estarem sendo criados sem qualquer substrato material, distanciados da lesão perceptível dos interesses dos indivíduos. #SELIGANOSINÔNIMO: desmaterialização = espiritualização, dinamização ou liquefação. Como consequências desse fenômeno, podemos citar os crimes de perigo abstrato e o direito penal preventivo. 1.3. Funções do Direito Penal: → Claus Roxin – Finalismo dualista: Proteção de bens jurídicos como única função do Direito Penal. O Direito Penal não serviria para trazer valores éticos ou morais: ● Controle social; ● Garantia. →Fran Von Liszt: “Direito Penal é a Magna Carta do delinquente”. ● Função ético-social: criadora ou configurador a de costumes. → Jellinek: Direito Penal como mínimo ético. ● Educativa (criticada); ● Simbólica. → Direito Penal do Terror: Hipertrofia do Direito Penal: ● Motivadora ● Redução da violência estatal ● Promocional 4 #IMPORTANTE: Vamos relembrar as teorias das Velocidades do Direito Penal (Jesus Maria Silva Sanchez fala das duas primeiras velocidades)? #VAICAIR 1ª velocidade 2ª velocidade 3ª velocidade 4ª velocidade Ampla garantia de direitos + possibilidade de aplicação de penas privativas de liberdade. Redução de garantias + penas restritivas de direitos Redução de garantias + penas privativas de liberdade. Ex.: Direito Penal do Inimigo. #ATENÇÃO: Misturam-se características da primeira e segunda velocidade. Neopunitivismo. Trata-se da atuação do Tribunal Penal Internacional (TPI), que tem competência para apurar crimes de lesa-humanidade (genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e de agressão). → Enciclopédias Penais: ● Política criminal; ● Criminologia; ● Césare Lombroso: homem delinquente e o Cretinismo na Lombardia; ● Vitimilogia. #SELIGANASDIFERENÇAS: Direito Penal Criminologia Política Criminal Analisando os fatos humanos indesejados, define quais devem ser rotulados como infrações penais, anunciando as respectivas sanções. Ciência empírica que estuda o crime, a pessoa do criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade. Trabalha com as estratégias e os meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto norma. Ocupa-se do crime enquanto fato. Ocupa-se do crime enquanto valor. → Divisão do Direito Penal: ● Fundamental (Código Penal) x Complementar (Legislação especial) ● Comum x especial (Ex: Código Penal Militar, crimes de responsabilidade, etc.) ● Geral x local ● Objetivo x subjetivo ● Material x formal #SELIGA #PEGADINHA: Norma penal interpretativa tem eficácia retroativa, ainda que prejudique. → Interpretação analógica ou intra legem: A lei contém uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. #NÃOCONFUNDIR: A interpretação analógica não é sinônimo de analogia (prática vedada no Direito Penal), quando aplicada em prejuízo do réu. 5 → É possível aplicar analogia in bonan partem, salvo leis especiais. 1.4. PRINCÍPIOS: 1) Reserva legal: Art. 1º, CP- Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Embora só se fale em crime, o princípio também é aplicado para as contravenções penais. Logo, aplica- se a todas as infrações penais (crime + contravenção). → Fundamentos: (i) Jurídico: a taxatividade (a lei prevê o conteúdo mínimo); (ii) Político: o direito de defesa; e (iii) Democrático. → #ATENÇÃO: STF admite medidas provisórias em matéria penal, se utilizadas para beneficiar o réu. → Mandados constitucionais de criminalização (podem ser expressos ou tácitos). Os mandados de criminalização indicam matérias sobre as quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados bens ou interesses de forma adequadae, dentro do possível, integral. Expressos: quando decorrem explicitamente do texto legal, como no caso da tipificação de condutas lesivas ao meio ambiente (art. 225, CF). Tácitos: quando decorrerem de maneira implícita do texto constitucional. 2) Anterioridade: A lei penal deve ser anterior ao fato cuja punição se pretende. A lei penal só é aplicável aos casos ocorridos após a sua entrada em vigor. OBS: Não há crime se ocorreu durante a vacatio legis. 3) Alteridade (Claus Roxin): Não se punem condutas que prejudicam apenas o próprio agente. Ex: autolesão. 4) Confiança. Quem respeita as regras da vida em sociedade, tem o direito de confiar que as demais pessoas também respeitarão tais regras. O princípio é considerado um limitador do dever de cuidado. #OLHAOGANCHO: Tal princípio está intimamente ligado à teoria da imputação objetiva. 5) Adequação social: Não poder ser considerado criminoso o comportamento que, embora tipificado em lei, não afronte o sentimento social de justiça. 6) Intervenção mínima: A lei só deve prever as condutas estritamente necessárias. Nos dias atuais, o Direito Penal só é legitimo quando utilizado em casos excepcionais, ou seja, quando outros ramos dos direitos não forem suficientes na tutela de determinados bens (Direito Penal deve ser a ultima ratio). #OLHAOGANCHO: É o Princípio da necessidade do Direito Penal, que é o fundamento do Direito Penal Mínimo. #ATENÇÃO: O que se entende por fragmentariedade? Manifesta-se no pleno abstrato, destinando-se ao legislador. 6 A palavra “fragmentariedade” emana de “fragmento”: no universo da ilicitude, somente alguns blocos, alguns poucos fragmentos constituem-se em ilícitos penais. Pensemos em uma visão noturna: o céu representaria a ilicitude em geral; as estrelas seriam os ilícitos penais. #SELIGA: FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: É o contrário da fragmentariedade, pois o crime deixa de existir, pois a incriminação se torna desnecessária. O que se entende por subsidiariedade? Refere-se ao plano concreto, sendo o destinatário o aplicador do direito. Fala-se que o direito penal é um executor de reserva. O DP só pode agir no caso concreto quando o problema não puder ser solucionado pelos demais ramos do Direito. 7) Proporcionalidade: → Garantismo negativo (proibição do excesso) e positivo (proibição da proteção insuficiente). Garantismo Positivo Garantismo Negativo Proteção deficiente de um direito fundamental Proteção contra os excessos do Estado 8) Ofensividade ou lesividade: Só há crime quando a conduta é capaz e lesionar, ou ao menos de colocar em perigo de lesão, o bem jurídico penalmente protegido. 9) Exclusiva proteção do bem jurídico: A única função legitima no DP nos dias atuais é a proteção do bem jurídico. Qualquer outra fundamentação (vingança, ética, moral, filosófica, religiosa) não pode servir de substrato para a utilização do DP. #ATENÇÃO: O que se entende por Teoria Constitucional do Direito Penal? O Direito Penal só é legítimo quando protege valores consagrados na CF. 10) Responsabilidade penal pelo fato: Adotados o Direito penal do fato, pois analisa-se o do fato praticado pelo agente, pouco importando suas condições sociais, o que interessa é o que ele fez ou deixou de fazer. #OLHAOGANCHO: Contrapõe-se ao Direito penal do autor, que é aquele que vai rotular e estereotipar determinados grupos de pessoas. #IMPORTANTE: Reincidência possui natureza jurídica de agravante genérica. Será que não é um resquício do DP do autor? RE 453.000/RS (informativo 700). O STF decidiu, por unanimidade, que é constitucional, pois 7 seria compatível com o DP do fato, pois praticou um fato e foi condenado e agora praticou outro fato, o que justifica uma punição mais severa. 11) Proibição do “bis in idem”: Veda a dupla punição pelo mesmo fato. Ninguém pode ser punido duas vezes pela mesma conduta. #SELIGANASÚMULA #NÃOSABOTESÚMULA #VAICAIR: Súmula 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada simultaneamente como agravante e circunstância judicial. 12) Responsabilidade penal subjetiva: Proíbe a responsabilidade penal objetiva, que é a atribuição de um crime a alguém independentemente de dolo ou culpa. Adota-se o Direito Penal da culpa. #OLHAOGANCHO: Resquícios da responsabilidade objetiva: rixa qualificada e teoria da “actio libera in causa”. 13) Insignificância: #VAICAIR → Origem: Direito Civil – Roma (“minimus non curat praetor”)/ Direito Penal: 1970 – Claus Roxin. → Natureza jurídica: Causa supralegal de exclusão da tipicidade. → Pode ser reconhecida mesmo após o trânsito em julgado. → Pode ser reconhecida de ofício. → Requisitos: ● OBJETIVOS: Mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade da ação, reduzido grau de reprovabilidade e inexpressividade da lesão. #MEMORIZAR ● SUBJETIVOS: Importância do bem para a vítima e condições do agente. OBS.: O STJ aceita a aplicação do princípio da insignificância ao reincidente, haja vista que a reincidência não atinge a tipicidade, pois só é aplicada na segunda fase de dosimetria da pena. O STF, em regra, não aceita a aplicação do princípio da insignificância ao reincidente. Contudo, no HC 114723/MG (2014), concluiu que poderia ser aplicada a insignificância, considerando a TEORIA DA REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE CONDUTAS DE GÊNERO DISTINTO. Assim, a análise dependerá do caso concreto! #MUITOIMPORTANTE OBS.2: Os tribunais superiores não têm aceitado a aplicação do princípio da insignificância ao criminoso habitual. Lembre-se, criminoso habitual é diferente de reincidente, pois o criminoso habitual pratica rotineiramente infrações penais, vivendo da criminalidade. OBS.3: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA IMPRÓPRIO ou BAGATELA IMPRÓPRIA: Decorre da desnecessidade de aplicação da pena. Não é aplicado no Brasil. Assemelha-se ao perdão judicial. 14) Humanidade: Proibição de criação de tipos penais ou penas que violem direitos humanos. 1.5. Estrutura da lei penal: → Sistema da proibição indireta (Binding). → Classificação das normas: 8 ● Incriminadoras; ● Não incriminadoras: permissivas (excluem a ilicitude); exculpantes (excluem culpabilidade ou estabelecem impunidade para certos delitos. Ex.: escusas absolutórias); interpretativas; de aplicação ou finais; diretivas (princípios); integrativas, de extensão ou complementares da tipicidade (adequação típica mediata). 1.6. Tempo do crime: Teoria da atividade, ainda que o resultado ocorra posteriormente. #MEMORIZAR: “luTA”: Tempo + Atividade. #SELIGANASÚMULA: Súmula 711 do STF: Nos casos de crime continuado, permanente ou habitual, aplica-se a lei mais grave, se vigente antes de cessada a continuidade, permanência ou habitualidade. #SELIGA: Para fins de cálculo da prescrição, aplica-se a teoria do resultado. 1.7. Lugar do crime: Aplica-se a teoria da ubiquidade/ mista. #MEMORIZAR: “LUta”: Lugar + Ubiquidade. Crimes à distância ou espaço máximo Crime de espaço mínimo Crime Plurilocal A ação ou omissão ocorre em um país e o resultado ocorre em outro, gerando um conflito de competência internacional. Tanto a conduta como o resultado ocorrem no mesmo local. A conduta e o resultado ocorrem em locais distintos, mas ambos dentro do território de um mesmo país. Lembre-se do macete: LUTA Lugar: Ubiquidade, Tempo: Atividade. → Extraterritorialidade: não se aplica em contravenções penais por expressa previsão legal.→ Para que a sentença caracteriza reincidência no Brasil, ela NÃO precisa ser homologada pelo STJ. 1.8. Solução de antinomias de normas penais: Especialidade Subsidiariedade Consunção/ absorção Atua no plano abstrato e independe da gravidade dos crimes. Atua no plano concreto. Lei consuntiva é aquela que define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a parte, o fato menos amplo. #ATENÇÃO: Segundo a jurisprudência, um crime não pode ser absorvido por uma contravenção penal. 9 #NÃOCONFUNDIR: #SELIGANADIFERENÇA: Crime progressivo (crime menos grave = de ação de passagem): Progressão criminosa A intenção do agente é, desde o início, cometer o crime mais grave. Ex.: objetiva cometer um homicídio. Contudo, para se chegar até o homicídio, ocorre primeiro a lesão corporal. Pela consunção, a lesão corporal é absorvida pelo homicídio. Há uma mudança no ânimo do agente. Ex.: ele deseja inicialmente causar lesão corporal. Contudo, durante a execução muda de intenção e acaba cometendo o homicídio. Pela consunção, a lesão corporal é absorvida pelo homicídio. #SELIGANASÚMULA: Súmula nº 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade de lesiva, é por este absorvido. Quais fatos são considerados impuníveis? Na conexão teleológica ou consequencial não são consideradas “anti” ou “post factum” impuníveis. E o critério da alternatividade? Há polêmica se esse critério seria conflito de crimes. Vejamos a seguinte diferença: Alternatividade própria Alternatividade imprópria Na alternatividade própria, não há conflito entre normas penais, o conflito ocorre na própria norma penal. Ex: tráfico de drogas. Não há uma pluralidade de normas aparentemente aplicáveis. Falta um dos requisitos, por isso há tanta divergência quanto a esse princípio. Não há conflito aparente de normas. Ocorre quando duas ou mais normas penais disciplinam exatamente o mesmo fato. É como se o furto, por exemplo, estivesse disciplinado no art. 155 do CP e também em uma lei extravagante. O mesmo tipo penal, o mesmo fato, o mesmo crime em duas ou mais normas penais. Esse princípio representa uma falta de técnica legislativa. Na alternatividade imprópria, não há conflito aparente de normas penais, o que ocorre é um conflito de leis no tempo. Se há duas leis tratando do mesmo fato, a posterior revogou a anterior, é uma revogação tácita. #IMPORTANTE: Qual o juízo competente para julgamento na sucessão de leis penais? Lei penal benigna Espécie Que representa mera aplicação matemática Que implica juízo de valor. Juízo Competente Juízo de execução Juízo da revisão criminal. Exemplo Lei A com pena de 2 a 4 anos. Lei Lei A, dispondo sobre a conduta de 10 posterior B cria diminuição de pena quando o agente é menor de 21 anos na data do fato. Nessa hipótese o juiz simplesmente irá pesquisar se o reeducando, por ocasião dos fatos, preenchia o pressuposto da Lei B. Em tal caso, não se exige juízo de valor. subtrair coisa alheia móvel, é alterada pela Lei B, que cria causa de diminuição aplicável se de pequeno valor a coisa subtraída. “Pequeno valor” exige mais do que uma simples operação matemática, demandando juízo de valor sob o caso concreto. EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DO DIREITO PENAL 1) Positivismo Jurídico: Surgiu na Alemanha (Binding). Prepondera a cientificidade. Afasta juízo de valor “ser”. Aplica, ao Direito, técnicas de ciências experimentais. Conceito clássico delito. Respeita excessivamente o princípio da legalidade e da segurança jurídica. Vejamos os links mentais que devem ser lembrados na prova: → Séc. XIX, Binding, Alemanha. → Não se confunde com a Escola Positiva. → Conceito Clássico de Crime: Binding e Von Liszt (depois veio o conceito finalista). ● Ação = movimento corporal. Conceito puramente descritivo, naturalista e causal. Valorativamente nulo. Não se preocupou com o conteúdo da vontade. ● Tipicidade: aspectos objetivos do fato descritos na lei. Deixa de fora todas as circunstâncias subjetivas. ● Antijuridicidade: valoração negativa da ação. ● Culpabilidade: Limitava-se a comprovar a existência de um vínculo subjetivo entre o autor e o fato. A diversidade de intensidade faz surgir as formas de culpabilidade dolosa e culposa. ● Formalismo Normativista: afastamento do social e valorativo. 2) Neokantismo Penal: Rudolf Stammler e Gustav Radbruch. “dever ser”. Considerações axiológicas e materiais. Graduar o injusto de acordo com a gravidade da lesão produzida. Conduta passa a ter um significado social. Elementos subjetivos do tipo, considerações materiais da ilicitude, etc. Vejamos os links mentais que devem ser lembrados na prova: → Final do século XIX, Rudolf Stammler e Gustav Radbruch. → Enquanto os positivistas atribuíam prioridade ao ser, os neokantistas propunham a valorização do dever ser. Introdução de considerações axiológicas e materiais. → Permitiu graduar o injusto de acordo com a gravidade da lesão produzida. A condita passou a ter significado social. → Introdução de elementos valorativos na causalidade (antes física), de elementos subjetivos no tipo (que antes era basicamente formal), de considerações materiais na ilicitude (que antes era basicamente formal) e 11 de considerações normativas na culpabilidade (que antes entendida como relação de causalidade psicológica). → Causas supralegais de justificação. → Inexigibilidade de conduta diversa no âmbito da culpabilidade. 3) Garantismo Penal/Sistema Cognitivo ou de Legalidade Estrita: Luigi Ferrajoli (Direito e razão). Sistema garantista ou cognitivo ou de legalidade estrita. Vejamos os links mentais que devem ser lembrados na prova: → Luigi Ferrajoli – Direito e Razão. → Modelo universal – meta a ser alcançada. 4) Funcionalismo Penal/Pós-Finalismo: É um movimento que discute qual é a verdadeira função do direito penal. Surgiu nos anos 70 na Alemanha. É conhecido também por pós-finalismo. Existem duas principais linhas do funcionalismo. O funcionalismo de Roxin: Estuda a viabilidade de um direito penal alternativo, que se afasta da lei (#DICA: não escrever isso em prova), pois há muita flexibilidade. Existem vários funcionalismos com variadas interpretações. Não existe um único funcionalismo. Vejamos os links mentais que devem ser lembrados na prova: → Alemanha – 1970 → Pretendia-se abandonar o tecnicismo jurídico no enfoque da adequação típica, possibilitando, ao tipo penal, desempenhar sua efetiva função de mantenedor da paz e social e aplicador da política criminal. → Questiona a validade do conceito de conduta proposta pelos sistemas clássico e finalista. → Possibilitar o adequado funcionamento da sociedade é mais importante do que seguir à risca a letra fria da lei. 4.1) Funcionalismo Moderado, Dualista ou de Política Criminal – Claus Roxin – Escola de Munique. Vejamos os links mentais que devem ser lembrados na prova: → Finalidades político-criminais, priorizando valores princípios garantistas. → Função do Direito Penal: proteção de bens jurídicos. → Monografia: Política Criminal e Sistema de Direito Penal. → Critério norteador: política criminal. → A consagração dogmática a serviço da resolução dos problemas. → Características: ● Tipicidade: teoria da imputação objetiva e teoria do domínio do fato. ● Ilicitude: espécie de elemento negativo do tipo. ● Culpabilidade:necessidade de pena com uma finalidade preventiva. → Crime = injusto penal + responsabilidade (nesta incluída a culpabilidade). 4.2) Funcionalismo Radical, Monista ou Sistêmico – Gunther Jakobs – Escola de Bohn: → O Direito Penal não encontra limites externos. Sua função é a reafirmação da autoridade do Direito (assegurar os valores éticos e sociais da ação). 12 → Influência da teoria dos sistemas de Luhmann: Direito Penal como sistema autônomo, autorreferente e autopoiético. → Teoria da imputação normativa: ● Função preventiva geral positiva da pena; ● Normas jurídico-penais como objeto de proteção → Direito Penal do Inimigo. #DEOLHONOEDITAL: Funcionalismo Moderado ou Dualista – Roxin Funcionalismo Sistêmico ou Radical - Jakobs O direito penal tem limites impostos pelo próprio direito penal e demais ramos do direito. O Direito Penal só reconhece os limites impróprios pelo próprio direito penal. A função do DP é proteger a sociedade. Tutelar os bens jurídicos. O DP se ajusta à sociedade. A função do DP é punir, aplicar a norma. A sociedade que deve ajustar-se ao Direito Penal. Tem como norte a política criminal Direito Penal do Inimigo NOVAS PROPOSTAS DOUTRINÁRIAS DE ENFRENTAMENTO DA CRIMINALIDADE MODERNA 1) Direito Intervencionista ou de Intervenção: → Alemão Winfried Hassemer. → Propõe a manutenção, no Direito Penal, apenas de condutas lesivas a bens jurídicos individuais e daquelas que causam perigo concreto. As demais (difusas e coletivas, de perigo abstrato), por serem apenadas de forma mais branda, seriam reguladas por um sistema jurídico diverso (Direito de Intervenção), com garantias mais flexíveis. 2) Velocidades do Direito Penal: (item já comentado anteriormente). 3) Direito Penal do Inimigo: → 1980 – 2000. → Gunter Jakobs. → Direito Penal do Cidadão x Direito Penal do Inimigo. → Inimigo: indivíduo que afronta a estrutura do Estado. A transição do cidadão para o inimigo se dá por reincidência, habitualidade, delinquência profissional, integração de organizações criminosas. O indivíduo considerado como “inimigo” é punido de maneira muito mais rigorosa. Vejamos as principais características dessa teoria: #SELIGANOSLINKSMENTAIS a) Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios. b) Criação de tipos de mera conduta (Ex: art. 135 – omissão de socorro; art. 150 – violação de domicílio). c) Criação de tipos de perigo abstrato. Aqui o perigo é absolutamente presumido por lei. d) Flexibilização do princípio da legalidade, com descrição vaga dos crimes e das penas. e) Inobservância do princípio da ofensividade e da exteriorização do fato. f) Preponderância do Direito Penal do autor. 13 g) Desproporcionalidade de penas. h) Restrição de garantias penais e processuais (DIREITO PENAL DE 3ª VELOCIDADE). i) Endurecimento da execução penal, por exemplo, prisão com regime disciplinar diferenciado – RDD. j) Procedimento de guerra, de intolerância, de repúdio ao inimigo. Quais são as consequências do Direito Penal do Inimigo Aumento das penas Eliminação de direitos e garantias A tortura como meio de prova, com fundamento no princípio da proporcionalidade. O que vale mais? A integridade física do inimigo ou a vida de milhares de pessoas? Antecipação da tutela penal. O DP do inimigo pune os atos preparatórios com a mesma pena do crime consumado. Ex.: no dia 10 de setembro tudo foi descoberto. Eles são punidos como se tudo tivesse ocorrido. #SELIGA: Dá para aplicar o DP do inimigo? Não, sendo o fundamento o art. 5º, caput – isonomia e todo o rol de direitos fundamentais. Independentemente de quem seja o infrator. 4) Direito Penal como proteção de contextos de vida em sociedade: → Gunter Stratenwert. → Deixa em segundo plano a proteção de interesses individuais, em prol dos difusos (visão que contrasta com a de Winfried Hassemer). → Antecipa-se a tutela penal, ainda que seja apenas para a proteção do ambiente desejado pelo legislador. #DEOLHONOEDITAL: → GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR? Em suma, o “garantismo” distorce a construção feita sobre os direitos fundamentais ao colocar uma espécie de preferência nos direitos de liberdade. A Constituição Federal é garantista, mas trata igualmente de garantir os direitos fundamentais de primeira dimensão e segunda dimensão. Assim, tanto a vida, a segurança pública e a ordem pública são direitos garantidos no mesmo patamar que as liberdades, não podendo distorcer o sistema para enxergar apenas uma forma de garantismo (por isso, hiperbólico e monocular). TEORIA DO CRIME SISTEMA CLÁSSICO FATO TÍPICO: - Conduta: movimento corporal voluntário; - Resultado naturalístico; - Relação de causalidade; - Tipicidade. ILICITUDE Relação de contrariedade entre o fato e o direito CULPABILIDADE - Imputabilidade - Dolo normativo ou culpa - inclui a consciência atual da ilicitude 14 #SELIGA: Quem é clássico obrigatoriamente é tripartido, já que o dolo e a culpa compõem a culpabilidade (evitar a responsabilidade penal objetiva). A culpabilidade segue a teoria psicológica, pois nada mais é do que o vínculo psicológico estabelecido pelo dolo ou pela culpa entre o agente imputável e o fato típico e ilícito por ele praticado. #SELIGA: No sistema Neokantista, adota-se uma visão psicológica-normativa da culpabilidade. Esta deixa de ser meramente psicológica e passa a ter um elemento normativo: a exigibilidade de conduta diversa. Para o finalismo, conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. Agora, o dolo compõe conduta, sendo este considerado natural. Na culpabilidade teremos a teoria normativa pura, sendo considerada “vazia”. #SELIGA: Quem adota a teoria finalista pode ser bipartido ou tripartido. 4.1 Teorias sobre a conduta: SISTEMA NEOCLÁSSICO/ NEOKANTISMO FATO TÍPICO: - Conduta (teoria causalista); - Resultado naturalístico; - Relação de causalidade; - Tipicidade. ILICITUDE Relação de contrariedade entre o fato e o direito CULPABILIDADE - Imputabilidade - Dolo normativo ou culpa - inclui a consciência atual da ilicitude - Exigibilidade de conduta diversa SISTEMA FINALISTA FATO TÍPICO: - Conduta - dolo e culpa (o dolo é natural, pois não contém a consciência da ilicitude); - Resultado naturalístico; - Relação de causalidade; - Tipicidade. ILICITUDE Relação de contrariedade entre o fato e o direito CULPABILIDADE - Imputabilidade - Potencial consciência da ilicitude - Exigibilidade de conduta diversa 15 → A responsabilidade do garante subsiste enquanto estiver no local, independentemente do fim da obrigação. → Teorias sobre a omissão: ● Naturalística: quem se omite efetivamente produz resultado no mundo dos fatos. ● Normativa: Trata-se da teoria adotada no Brasil. A omissão é não fazer aquilo que a lei impõe. Movimentos reflexos (que excluem a conduta) não se confundem com ações em curto-circuito, que são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra). #SELIGANADIFERENÇA Interessante notar que cada teoria possui um conceito diferente do que seria a conduta, vejamos resumo: #DEOLHONOEDITAL: Teoria Causalista Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma modificação no mundo exteriorperceptível pelos sentidos. Teoria Neokantista Conduta é um movimento corporal (ação ou omissão) voluntário que produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. Teoria Finalista Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe o elemento “conduta”. Teoria Social da Ação Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim socialmente reprovável. Funcionalismo Moderado (Roxin) Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Funcionalismo Radical (Jakobs) Conduta é comportamento humano voluntário causador de um resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas normativas. 4.2 Teorias sobre o nexo de causalidade: → Equivalência dos antecedentes ou “conditio sine qua non”: causa é todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido como e quando ocorreu. É a regra geral do art. 13, caput, CP. → Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir o resultado. Juízo estatístico. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no caso de concausa relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. Aplica-se o art. 13, §1º, do CP. → As concausas supervenientes relativamente independentes que, por si só, não produzem o resultado por si sós não rompem o nexo causal. O agente responde pelo crime consumado. Ex.: erro médico e infecção hospitalar. Aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes em relação ao nexo de causalidade. → As concausas supervenientes relativamente independentes que, por si só, produzem o resultado por si sós rompem o nexo causal. Agente responde por tentativa. Ex.: acidente na ambulância e incêndio em hospital. Aplica-se a teoria da causalidade adequada. 16 #RESUMO: Quadro para fixar as concausas relativamente independentes: Espécie Exemplo Responsabilização Preexistente Vítima portadora de hemofilia/diabetes. Não há rompimento do nexo de causalidade e o agente responde pelo resultado causado. Aplica-se o art. 13, caput, do CP. Concomitante Vítima, apesar de não ter sido atingida, fica assustada e tem um colapso cardíaco. Ou vítima se atira na rua e é atropelada. Não há rompimento do nexo de causalidade e o agente responde pelo resultado causado. Aplica-se o art. 13, caput, do CP. Superveniente na modalidade “não por si só produz o resultado” Morte por infecção hospitalar, erro médico ou omissão de socorro. Não há rompimento do nexo de causalidade e o agente responde pelo resultado causado. Aplica-se o art. 13, caput, do CP. Superveniente na modalidade “por si só produz o resultado” Morte por conta de um incêndio no hospital ou por acidente de ambulância no trajeto ao hospital. Há rompimento do nexo de causalidade e o agente responde pelo seu dolo (apenas os atos praticados) e não pelo resultado. Aplica-se o art. 13, §1º, do CP. #DEOLHONOEDITAL: Teoria da Imputação Objetiva (Claus Roxin) Adiciona ao nexo de causalidade a criação de um risco proibido ou o aumento de um já existente e a realização desse risco no resultado. Só se aplica aos crimes materiais, pois precisa haver resultado. 4.3. Requisitos da Teoria da Imputação Objetiva: 1) Existência do Risco: Hipóteses de exclusão: → Risco juridicamente irrelevante; → Diminuição do risco. 2) Risco Proibido: Hipóteses de exclusão: → Risco permitido (#OLHAOGANCHO: princípio da confiança); → Comportamento exclusivo da vítima; → Contribuições socialmente neutras; → Adequação social; → Proibição do regresso; 17 3) Risco realizado no resultado: Hipóteses de exclusão: →Lesão ou curso causal sem relação com o risco proibido. → Danos tardios; → Danos resultantes de choque; → Ações perigosas de salvamento; → Comportamento indevido posterior de um terceiro; 4.4. Considerações a respeito da tipicidade: A tipicidade é elemento do fato típico e continua presente em todo e qualquer crime. A tipicidade penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade formal é o juízo de subsunção/adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se encaixa no modelo de crime previsto pela norma penal. A tipicidade formal não basta, é preciso a tipicidade material, expressada na lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente protegido. O princípio da insignificância exclui a tipicidade material. Quais são as teorias que explicam a tipicidade? ● Tipo avalorado/tipo meramente descritivo: fato típico não constitui emissão de valor sobre ilicitude. ●Indiciária do tipo/ratio cognoscendi: Trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade como ratio cognoscendi, sendo vista, portanto, como indício da ilicitude. Todo fato típico, presumidamente, também é ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilicitude. Qual é o efeito prático da teoria indiciária? Acarreta a inversão do ônus da prova no tocante as excludentes da ilicitude. ● Ratio essendi: Fato típico e ilícito seria um elemento só. ● Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni) = tipicidade legal + antinormatividade. 4.5. Tipo penal: Núcleo do tipo + elementos = tipo fundamental ou básico. → Elementos objetivos: juízo de certeza. Ex.: “alguém”. → Elemento subjetivo: especial finalidade do agente → Elemento normativo: juízo de valor → Elemento modal: circunstância de tempo, lugar e modo de execução. ● Circunstâncias: dados que se agregam ao tipo fundamental para aumentar ou diminuir a pena. Formam o tipo derivado (autônomo). ● Tipo anormal: é o que contém elementos subjetivos e/ou normativos. ● Tipo congruente: perfeita congruência entre a vontade e o fato legalmente descrito. ● Crime obstáculo: legislador antecipa a tutela penal. ● Tipo misto alternativo: de ação múltipla ou conteúdo variado. Ex: tráfico de drogas. 4.6. Dolo e culpa: #OBS: No Brasil, adota-se tanto a teoria da vontade (dolo direto), como a do assentimento (dolo eventual). 18 ● No dolo alternativo, o agente responde pelo crime mais grave, consumado ou tentado. ● Dolo eventual – Reinard Frank – Teoria positiva do conhecimento, Segundo o STJ, não é extraído da mente do autor, e sim das circunstâncias. ● Culpa consciente > teoria da representação. ● Culpa imprópria: o agente, após prever o resultado e desejar a sua produção, realiza a conduta por erro inescusável (evitável) quanto à ilicitude. Supõe presente erroneamente uma causa de exclusão da ilicitude (descriminante putativa). Culpa imprópria é na verdade dolo, admitindo tentativa, mas, por questões de política criminal, é considerado culpa. ● Crime culposo admite coautoria, mas não participação. 4.7. Transição dos atos preparatórios para os executórios: → Teoria subjetiva: não diferencia, pois leva em consideração a intenção do agente. → Teoria objetiva: Leva em conta a hostilidade ao bem jurídico: ● Objetivo-formal ou lógico-formal (acolhida no Brasil): Ato executório é o que inicia a realização do núcleo do tipo (verbo). ● Objetivo-material: Realização do núcleo do tipo e também dos atos imediatamente anteriores. ● Objetivo-individual: Realização do núcleo do tipo e também dos atos imediatamente anteriores de acordo com oplano concreto do agente. #SELIGA: O exaurimento ocorre em crimes formais. Crime formal é sinônimo de crime de consumação antecipada. Qual o ponto em comum entre um crime formal e de mera conduta? Ambos se consumam com a prática da conduta, por essa razão o STF os chama de crimes sem resultado. Qual a diferença entre um crime formal e de mera conduta? Nos crimes formais, o resultado naturalístico, embora desnecessário para a consumação, pode ocorrer. Nos crimes de mera conduta o resultado naturalístico jamais ocorrerá, pois ele não existe; o tipo não o prevê. 4.8. Teorias sobre a tentativa: → Subjetiva, voluntarista ou monista: não diferencia o crime tentado do consumado, já que leva em conta a intenção do agente. Ex.: crimes de atentado ou de empreendimento. → Sintomática: tentativa revela a periculosidade. → Objetiva, realística ou dualista: diferencia a tentativa do crime consumado. Em regra, é a adotada no Brasil. Na Teoria objetiva, a tentativa possui pena reduzida! → Contravenções não admitem a modalidade tentada, por expressa disposição legal. → Se falta algum elemento objetivo do tipo, não se pode falar em tentativa. → O arrependimento eficaz e a desistência voluntária: ● Natureza: causas de exclusão da tipicidade; ● Não pode ser discutido em HC (STJ), já que demanda dilação probatória. 19 ● São chamados de tentativa qualificada ou abandonada, pois o agente decide livremente deixar de prosseguir com a execução do crime. #CUIDADO: Não se exige a espontaneidade, mas a mera voluntariedade. → Arrependimento posterior (art. 16, CP): Quanto mais rápida for a reparação do dano (sempre antes do recebimento da denúncia), maior será a redução da pena. O entendimento majoritário é o de que o arrependimento posterior é circunstância objetiva comunicável. 4.7. Teorias sobre o crime impossível: → Subjetiva → Sintomática (indicativa da periculosidade) → Objetiva ●Pura ● Temperada ou intermediária: a inidoneidade relativa configura a tentativa; já a absoluta configura o crime impossível. É a teoria adotada no Brasil. → HC não é meio adequado para reconhecer crime impossível, salvo situações teratológicas. → Flagrante provocado (e não esperado) é crime impossível. A mesma situação acontece com o crime putativo por obra do agente provocador. → O pagamento do cheque sem fundos antes do recebimento da denúncia faz desaparecer o crime e a punibilidade. #NÃOCONFUNDIR: → Causas justificantes/descriminantes: afastam a ilicitude. → Causas exculpantes/dirimentes/eximentes: afastam a culpabilidade. CULPABILIDADE →Não se fala em homem médio, pois a análise, neste momento, passa ser subjetiva. → Adota-se a teoria normativa pura da culpabilidade (finalismo), não contendo o elemento psicológico, que está na conduta. #LEMBRAR: Pode ser: extrema/ estrita ou limitada: o que muda é apenas o tratamento das descriminantes putativas (assunto já comentado anteriormente). → Teoria funcional da culpabilidade – Jakobs – saber se a pena é ou não necessária. → Coculpabilidade: Zaffaroni ● A depender do grau de exclusão social, é defensável a necessidade de se absolver o réu. ● Aplicação do art. 66 do CP: coculpabilidade como atenuante genérica inominada. 20 → Coculpabilidade às avessas: ● Seletividade e vulnerabilidade do Direito Penal ● Maior reprovação a pessoas dotadas de elevado poder econômico ● Circunstância judicial desfavorável → Menoridade: critério biológico → Brasil adota critério biopsicológico → Doente mental que pratica crime, em intervalo de lucidez, será considerado imputável. → Incapacidade do silvícola: laudo antropológico pode ser dispensável. → Incidente de insanidade mental: ● Instauração de ofício ou por provocação ● Juiz baixa portaria com quesitos ● Perícia médica ● Autos apartados ● Suspende o processo, mas não a prescrição → Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário. ● Vicariante = substitutivo: o semi-imputável cumpre a pena diminuída ou cumpre medida de segurança. Contrapõe-se ao sistema do duplo binário. → Embriaguez culposa não exclui a imputabilidade penal, diferentemente da embriaguez total fortuita ou acidental. #IMPORTANTE: TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Se o agente deliberadamente se coloca em um estado de inimputabilidade, com o objetivo de cometer uma ação ou omissão típica, não poderá alegar a inconsciência do ilícito, pois a sua consciência existia antes de se colocar no estado de embriaguez. Para a embriaguez preordenada a teoria é perfeita e “cai como uma luva”: isso porque o dolo do momento de lucidez é transferido para o momento do crime. Não há crítica nenhuma. Mas, e para a embriaguez voluntária e culposa? 1ª posição: A teoria da actio libera in causa na embriaguez voluntária e culposa é considerada responsabilidade objetiva, portanto, inaceitável. Afinal, antecipa-se a análise no momento em que não havia dolo. 2ª posição: Configura-se responsabilidade penal objetiva, mas necessária para a proteção do interesse público. Essa é uma visão de política criminal, trazendo uma resposta para a sociedade. Bastaria ele se embriagar para cometer crime. Essa é a posição do CP português. 3ª posição: A teoria é totalmente desnecessária, pois se o ébrio consegue praticar um crime, ele tem uma vontade residual, um resquício de consciência, o que legitima a responsabilidade penal. Vicenzo Mazini e Giuliu Battaglin. 21 #ATENÇÃO: Essa teoria não se aplica à embriaguez fortuita ou acidental, pois não há intenção em consumir o álcool. Essa teoria vem sendo ampliada modernamente para abarcar qualquer estado de inconsciência, diversos da embriaguez (ocorre a extensão da teoria da actio libera in causa). Ex. a mãe quer matar o filho de um ano de idade, mas não tem coragem. Ela sabe que rola muito na cama dormindo e coloca o filho na cama para ser esmagado enquanto ela dorme. Antes e rolar na cama ela já tinha o dolo. A imputabilidade dela não será analisada no momento do crime, enquanto ela dormia e sim no momento anterior, onde existia o dolo. → Potencial consciência da ilicitude: também denominada valoração paralela da esfera do profano (leigo). Sistema intermediário (Welzel): não é necessária uma consciência reflexiva em relação às circunstâncias, sendo suficiente uma coconsciência de pensamento material, e não de pensamento expresso. Em suma, basta que o agente, na sua condição “profana” (de leigo), possa saber que aquilo é ilícito. → Na coação moral irresistível, o coator responderá pelo crime praticado pelo coagido e pelo crime de tortura. → Prevalece que o aborto sentimental (estupro) é estado de necessidade, e não inexigibilidade de conduta diversa. → A exigibilidade de conduta diversa é o único elemento que apresenta excludentes supralegais. → Art. 45 da Lei de Drogas: causa especial de exclusão da culpabilidade – dependência química. Serve para qualquer crime. PRESCRIÇÃO 1. Prescrição da pretensão punitiva (PPP): → Propriamente dita: não há trânsito em julgado da condenação para ninguém. → Superveniente ou intercorrente: há trânsito para a acusação. → Retroativa: há trânsito para a acusação. 2. Prescrição da pretensão executória (PPE): Há trânsito para a acusação e para a defesa. Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita ou da ação. Ocorre antes de haver sentença condenatória transitada em julgado para a acusação e, por isso, usa como parâmetro para aaferição do lapso prescricional o máximo da pena privativa de liberdade abstratamente cominada ao crime, segundo a tabela do art. 109 do CP. Leva em consideração a pena em abstrato! Prescrição da pretensão punitiva retroativa. A prescrição da pretensão punitiva retroativa tem o mesmo fundamento, as mesmas características e idênticas consequências da prescrição superveniente, mas tem por termo inicial data anterior a sentença condenatória recorrível. 22 Assim, a prescrição retroativa, atualmente, nos obriga a percorrer novamente apenas o percurso entre a data do recebimento da denúncia ou queixa até a sentença penal condenatória recorrível. Leva em consideração a pena cominada em concreto! Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente Conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória, até a data do trânsito julgado final (para ambas as partes). Leva em consideração a pena cominada em concreto! OBS: Todas as espécies de prescrição da pretensão punitiva eliminam todos os efeitos penais do crime. #SELIGANASÚMULA: Súmula 338 – STJ: A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas. 1.1. PPP PROPRIAMENTE DITA: Pena máxima em abstrato Prescrição Inferior (E NÃO ATÉ) 01 ano 03 anos (Lei nº 12.234/2010) 01 até 02 anos 04 anos Mais de 02 anos até 04 anos 08 anos Mais de 04 anos até 08 anos 12 anos Mais de 08 anos até 12 anos 16 anos Mais de 12 anos 20 anos → Consideram-se as causas de aumento e as causas de diminuição. Leva-se em conta a teoria da pior das hipóteses: pena máxima cominada ao delito + causa que mais aumenta – causa que menos diminui. Contudo, não se considera o aumento oriundo do concurso de crimes, pois cada crime prescreve isoladamente (art. 119 CP). → Não são consideradas agravantes e atenuantes, pois elas não têm o quantum definido por lei. → Prescrevem em 2 anos: a pena de multa, quando é a única aplicada, e a pretensão punitiva do crime do art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (consumo próprio de drogas). → A pena de morte prescreve em 30 anos (art. 125, I, do CPM). #IMPORTANTE: Redução pela metade da PPP: ● Menos de 21 anos, ao tempo do crime. ● Maior de 70 anos, ao tempo da sentença. 1.1.1. Causas interruptivas da PPP: As causas interruptivas fazem com que a contagem do prazo prescricional volte ao zero. Ou seja, inicia-se tudo novamente! 23 a) Recebimento da denúncia ou queixa (quando o juiz entrega o processo ao escrivão judicial - independe da imprensa oficial). ● Se o recebimento for posteriormente anulado pelo juiz ou tribunal: não interrompe ● Juiz absolutamente incompetente: não interrompe ● Juiz relativamente incompetente: interrompe ● Recebimento do aditamento: interrompe a prescrição exclusivamente quanto ao novo crime ou quanto ao novo réu incluído com o aditamento. b) Publicação da sentença ou acórdão condenatório recorrível: ● Se absolutórios: não interrompem. ● Acórdão meramente confirmatório: não interrompe. ● Se o acórdão aumentar sensivelmente a pena: interrompe. ● Sentença posteriormente anulada: não interrompe. ● Considera-se publicado o acórdão condenatório recorrível na data da sessão pública de julgamento, e não na data de sua veiculação no Diário da Justiça. c) Pronúncia: #SELIGANASÚMULA: Súmula 191 do STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o tribunal do júri venha a desclassificar o crime. ● Se houver recurso da decisão de pronúncia e o tribunal se manifestar no sentido de desclassificação da infração penal para aquela que não se encontra entre as de competência do júri, a pronúncia não terá força interruptiva. d) Decisão confirmatória da pronúncia: → #MUITOIMPORTANTE! Causas interruptivas se comunicam no concurso de pessoas e nos crimes complexos, se objeto do mesmo processo. → A prescrição não corre (suspensão do prazo prescricional): ● Enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime. Trata-se das questões prejudiciais. ● Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. ● Enquanto não for cumprida a carta rogatória expedida para a citação do réu no estrangeiro (art. 368 do Código de Processo Penal). ● Enquanto operar o sursis processual do art. 89 da Lei 9.099/95. 24 ● Enquanto não comparecer ao processo ou não constituir advogado o acusado citado por edital (art. 366, CPP). #SELIGANASÚMULA: Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. 1.2. Prescrição Penal Retroativa: → Lei nº 12.234, de 05/05/2010: acabou com a prescrição retroativa que ocorria entre o fato e o recebimento da denúncia. A partir dessa inovação legislativa, o marco temporal é o recebimento da denúncia. #DICA: MUITO CUIDADO COM QUESTÕES QUE ENVOLVEM O DIREITO INTERTEMPORAL, PRINCIPALMENTE EM PEÇAS! → A prescrição retroativa é muito semelhante à prescrição superveniente ou intercorrente. O que muda é a direção. As duas pressupõem o trânsito em julgado para o MP, mas não contam desse trânsito, e sim da data da publicação da sentença condenatória. → Pode ser reconhecida de ofício, pois se trata de matéria de ordem pública. → É calculada com base na pena concreta. → É contada da decisão condenatória para trás (por isso se chama “retroativa”). → O juiz não pode reconhecer na sentença condenatória recorrível, pois ainda falta o trânsito para a acusação. 1.3. Prescrição Superveniente/Intercorrente: → Conta-se da publicação da sentença condenatória, até a data do trânsito em julgado final (para ambas as partes). 2. Prescrição da Pretensão Executória (PPE): → Só impede o cumprimento da pena. Mas, atenção: subsistem todos os efeitos secundários da condenação. → O prazo da prescrição executória inicia-se com o trânsito em julgado para a acusação (art.112, I, CP), mas a efetiva prescrição executória só irá ocorrer se houver ocorrido o trânsito em julgado para ambas as partes. → É interrompida pelo início ou continuação do cumprimento da pena e pela reincidência. → Há o aumento de 1/3 do prazo no caso de reincidência. OBS.: Esse aumento no caso de reincidência não se aplica à PPP, mas somente à PPE. → É regulada pelo tempo que resta da pena, no caso de evadir-se o condenado ou revogar-se o livramento condicional (afinal, pena cumprida é pena extinta!). #ATENÇÃO: Interpretação extensiva ao abandono do cumprimento de medidas restritivas de direitos. PRESCRIÇÃO. PRETENSÃO EXECUTÓRIA. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. ABANDONO NO CUMPRIMENTO. No caso de abandono pelo sentenciado do cumprimento da pena restritiva de direitos - prestação de serviços à comunidade –, a prescrição da pretensão executória será regulada pelo tempo restante do cumprimento 25 da medida substitutiva imposta. Com base nesse entendimento, a Turma concedeu a ordem para declarar extinta a punibilidade do paciente pela ocorrência da prescrição executória da pena. Ao conferir interpretação extensiva ao art. 113 do CP, decidiu-se que o abandono no cumprimento da pena restritiva de direitos pode se equiparado às hipóteses de “evasão” e da “revogação do livramento condicional” previstas no referido artigo, uma vez que as situações se assemelham na medida em que há, em todos os casos, sentença condenatória e o cumprimento de parte da pena pelo sentenciado. Precedentescitados: HC 101.255-SP, DJe 7/12/2009; HC 225.878-SP, DJe 25/4/2012. HC 232.764-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 25/6/2012. 3. Prescrição da Multa: Espécie de multa Prazo prescricional Multa cominada isoladamente Prescreve em 02 anos. Multa cominada cumulativamente Prescreve junto com a pena restritiva de liberdade. Multa cominada alternativamente Prescreve junto com a pena restritiva de liberdade. → As causas interruptivas e suspensivas são as da Lei de Execução Fiscal (LEF). CONCURSO DE PESSOAS Vejamos os requisitos: → Pluralidade de agentes culpáveis. #ALERTA: Se faltar esse requisito (pluralidade de agentes culpáveis), será caso de autoria imediata. #ATENÇÃO: Crimes acidentalmente coletivos: podem ser praticados por uma única pessoa, mas a pluralidade faz surgir uma modalidade mais grave do delito. No caso de crimes plurissubjetivos e acidentalmente coletivos, basta que um dos agentes seja culpável para que se configure a modalidade mais grave do delito. Ex.: roubo majorado pelo concurso de pessoas. → Relevância causal das condutas. → Vínculo subjetivo. Não há participação dolosa em crime culposo e nem participação culposa em crime doloso. Não se confunde com o mero prévio ajuste. Não se exige liame subjetivo bilateral para a caracterização do concurso de agentes. #ALERTA: Se faltar o vínculo subjetivo, não haverá concurso, e sim autoria colateral. → Unidade de crime para todos os agentes. Adota-se a teoria unitária ou monista. No ordenamento brasileiro, a teoria pluralista é exceção (ex: corrupção ativa e passiva). 26 → Existência de fato punível (princípio da exterioridade). → Teorias sobre coautoria: ● Restritiva objetivo-formal: autor é quem executa o núcleo do tipo. Não explica a autoria mediata. ● Extensiva/subjetiva/unitária: não diferencia autoria e participação. ● Domínio do fato: É autor quem executa o núcleo do tipo ou tem o controle final do fato. Só se aplica aos crimes dolosos e não elimina a figura do partícipe. OBS.: O STF adotou essa teoria no caso do Mensalão. → Hipóteses de autoria mediata: ● Erro determinado por terceiro (de tipo ou de proibição); ● Coação moral irresistível; ● Obediência hierárquica; e ● Instrumento impunível. → É possível autoria mediata em crime próprio, desde que o autor mediato preencha as qualidades reclamadas no tipo penal. → Não se admite autoria mediata em crime de mão-própria ou de conduta infungível. Exceção: Falso testemunho. Crime omissivo Crime culposo Crime de mão própria Admite participação, mas não coautoria. Cada omitente é autor de sua omissão. Admite coautoria, mas não participação. Admite participação, mas não coautoria. #ATENÇÃO: A participação material é o auxílio. #SELIGANOSINÔNIMO: Também é denominada cumplicidade. → Teorias do partícipe: Acessoriedade mínima Acessoriedade limitada Acessoriedade máxima ou extrema Hiper ou ultra acessoriedade: Basta que o autor pratique fato típico. Basta que o autor pratique fato típico + ilícito. É a adotada no Brasil Exige que o autor pratique fato típico + ilícito + culpável. É a que explica melhor a autoria mediata, não a enquadrando como concurso de agentes. Exige que o agente pratique fato típico + ilícito + culpável e, ainda, que seja efetivamente punido. → Imunidade parlamentar: exclui a tipicidade. → Quem está do lado de fora garantindo a fuga não pode, em regra, ser considerado partícipe de menor importância. 27 → Participação por omissão: dever jurídico de evitar o resultado + passa a aderir subjetivamente à conduta + relevância da omissão. Ex.: policial conivente com estupro ocorrendo na sua frente. → Cooperação dolosamente distinta/desvio subjetivo entre os agentes: se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Exemplo: Ciclano e Fulano decidem furtar uma casa supostamente vazia, pois os donos estariam viajando. Ciclano fica do lado de fora com o carro ligado esperado Fulano furtar as coisas. Ocorre que ao entrar na casa, Fulano se depara com a família toda na casa, e então, decide exterminá-los e subtrair os bens do local, praticando assim, latrocínio em vez de furto. Nesse caso, Ciclano responderá por furto. → Comunicabilidade: ● As elementares sempre se comunicam, desde que sejam de conhecimento de todos os agentes. ● Circunstâncias pessoais não se comunicam (lembrando que as circunstâncias compõem o tipo derivado; são as qualificadoras, causas de aumento...). ● Circunstâncias reais ou objetivas se comunicam, desde que sejam do conhecimento de todos os agentes. ● Condições pessoais não se comunicam. Ex.: reincidência. ● Condições reais ou objetivas se comunicam, desde que sejam de conhecimento de todos os agentes. Ex.: noite. #ATENÇÃO: O que se entende por autoria colateral e dupla causalidade? ● Autoria colateral: não se sabe ao certo qual conduta causou o resultado. Na dúvida, ambos respondem por tentativa. ● Dupla causalidade: qualquer uma das condutas, por si só, poderia causar o resultado. O ESTUDO DO ERRO 1. Erro de tipo: → Engloba tanto o erro quanto a ignorância. → Erro de tipo acidental apresenta as seguintes espécies: ● Erro sobre a pessoa; ● Erro sobre a coisa: agente responde pela coisa efetivamente atacada. Não há previsão legal; ● Erro sobre a qualificadora; ● Erro sobre o nexo causal ou “aberratio causae”: prevalece que se considera o nexo pretendido; ● Erro na execução ou “aberratio ictus”: o parâmetro é pessoa X pessoa ● Resultado diverso do pretendido/“aberratio delicti”/“aberratio criminis”: o parâmetro é crime X crime. Não se aplica se o resultado produzido é menos grave do que o pretendido, sob pena de prevalecer a impunidade. 28 → Damásio de Jesus, Julio Mirabete, Magalhães Noronha e Assis Toledo afirmam que se deve aplicar a regra do artigo 73 do Código Penal, considerando-se como atingida a pessoa visada, pelo que o defendente, em que pese o erro, estaria, relativamente ao terceiro neutro, em legítima defesa. Erro de tipo essencial a) Inevitável escusável ou desculpável. b) Evitável, inescusável ou indesculpável. Erro de tipo acidental a) Erro sobre o objeto b) Erro sobre a pessoa c) Erro na execução d) Resultado diverso do pretendido e) Erro sobre o nexo causal → O erro sobre a pessoa ou na execução NÃO tem relevância para efeito de determinação da competência. → Erro de proibição ou sobre a ilicitude do fato: o agente não sabe que a conduta praticada é ilícita. → Erro de proibição indireto = descriminantes putativas (causas de exclusão de ilicitude erroneamente imaginadas pelo agente). OBS.: No finalismo, o dolo é natural. Adota-se a teoria normativa pura da culpabilidade. Esta se subdivide em: 1) extrema, estrita ou extremada: discriminantes putativas sempre serão erro de proibição; 2) limitada: descriminantes putativas podem ser tanto erro de proibição como erro de tipo. Prevalece que essa é a teoria adotada no Brasil. Desse modo, se o erro do agente recair sobre uma situação fática que, se existisse, tornaria a ação legítima, será considerado erro de tipo. Contudo, se incidir sobre a existência ou os limites da causa de justificação, será erro de proibição.Vejamos de maneira resumida: ERRO INEVITÁVEL ERRO EVITÁVEL Exclui o dolo – o agente não tem consciência do que faz (um dos elementos do dolo). Exclui o dolo – o agente não tem consciência do que faz. Exclui a culpa – o resultado é imprevisível (a previsibilidade é elemento da culpa). Pune a culpa, se prevista em lei – o resultado era previsível. 2. Descriminantes Putativas: → Achar que está agindo resguardado por uma causa de exclusão da ilicitude → É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. → Não há isenção de pena quando o fato deriva de culpa e o crime é punido como culposo. 3. Erro sobre a ilicitude do fato: → Se escusável/inevitável: isenta de pena. 29 → Se inescusável/evitável: redução de 1/6 a 1/3. ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, mas pensa que sua conduta é lícita, quando, na verdade, é proibida. É o erro incidente sobre os elementos objetivos do tipo É o erro quanto à ilicitude da conduta Trata-se da má interpretação sobre os FATOS. Recai sobre os requisitos ou elementos fático- descritivos do tipo, como também sobre requisitos jurídico-normativos do tipo. Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, que é requisito da culpabilidade. Não há erro sobre a situação de fato, já que essa está incontestável, mas não há a exata compreensão sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da conduta. Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado, responde pela culpa, caso haja previsão da forma culposa do delito. Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou ESCUSÁVEL. Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL. Exclui CRIME Exclui PENA Não se confunde com a ideia de ERRO DE FATO Não se confunde com a ideia de ERRO DE DIREITO CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL afastam a CULPABILIDADE. Para os FINALISTAS, afasta a própria tipicidade. CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO DE PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL afastam a CULPABILIDADE. Para os finalistas, afasta a culpabilidade. EXEMPLO 01: mulher de Ribeirão Preto, embarcando para SP, encontra um conhecido que dá uma caixinha para levar para o primo doente, onde há entorpecentes, e não medicamentos, como erroneamente acreditava a mulher. EXEMPLO 01: holandês que acreditou que no Brasil poderia ser usada droga, sem ser crime, por isso trouxe a sua cota diária. EXEMPLO 02: mulher que levou o carro de outra pessoa achando que fosse o seu. EXEMPLO 02: “turista, oriundo de país em que se admite a poligamia, aqui se casa novamente, embora ainda sendo casado” (Füher) #DEOLHONOEDITAL: CRIMES ABERRANTES 30 - Aberratio ictus: erro na execução. Art. 73, CP. Exemplo: Concorrente do ciclano decide matar seu pai, para isso compra uma arma e espera este passar. Quando o vê, mira seu genitor, porém, por falta de habilidade no manuseio do referido instrumento acaba atirando em outra direção, atingindo pessoa que passava na rua. O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico pretendido. - Aberratio criminis: resultado diverso do pretendido. Art. 74, CP. Exemplo: Ciclano joga uma pedra na vidraça de seu rival, mas acaba atingindo pedestre que passava naquele momento. O agente, em razão do erro, acaba por atingir bem jurídico diverso. - Aberratio causae: erro sobre o nexo causal. a) Erro sobre nexo causal em sentido estrito: mediante um só ato o agente provoca o resultado pretendido, porém com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira Fulano de um penhasco, para que este morra afogado, porém, durante a queda Fulano tem a cabeça explodida por uma rocha e morre instantaneamente. b) Dolo geral, aberratio causae ou erro sucessivo: através da pluralidade de atos, o agente provoca o resultado pretendido, também com nexo diferente. Exemplo: Concorrente do ciclano atira em Fulano, e supondo que este já estava morto, resolve jogá-lo em um rio, causando a sua morte por afogamento. ARREPENDIMENTO POSTERIOR Arrependimento Posterior: Art. 16, CP. → Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa. → Reparar dano ou restituir a coisa → até o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa → redução de 1/3 a 2/3 SUSBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS E OUTRAS MODALIDADES DE PENA 1. Substituição da PPL por PRD: → Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos; → Sem violência ou grave ameaça à pessoa; → Qualquer que seja a pena, se o crime for culposo; → Réu não for reincidente em crime doloso; #OBS: Conversão socialmente recomendável + ausência de reincidência específica: possibilidade de o juiz afastar esse requisito. 31 → Circunstâncias judiciais favoráveis; → Condenação igual ou inferior a 01 ano: multa OU uma pena restritiva de direitos; → Condenação superior a 01 ano: aplica-se uma restritiva de direitos + multa ou 02 restritivas de direitos. → Conversão em privativa de liberdade: necessidade de respeito ao saldo mínimo de 30 dias de detenção ou reclusão. 2. Prestação Pecuniária: → 1 a 360 salários-mínimos → Tem como destinatários a vítima, dependentes da vítima ou entidade pública ou privada com destinação social. → Dedução do montante de eventual condenação civil, caso as vítimas sejam as mesmas. 3. Perdas de Bens e Valores: → Destinado ao Fundo Penitenciário 4. Prestação de serviços à comunidade: → Condenações superiores a 6 meses → 1h/dia → condenação superior a 1 ano: possibilidade de cumprimento em menos tempo, nunca inferior à metade. 5. Limitação de fim de semana: → 5h em casa de albergado no final de semana 6. Multa: → Destina-se ao Fundo Penitenciário → Dias-multa: 10 a 360 → Valor do dia multa: 1/30 a 5 vezes o salário mínimo → Possibilidade de triplicar (análise da situação financeira da pessoa) → Deve ser paga dentro do prazo de 10 dias do trânsito em julgado → Doença mental: execução da pena de multa é suspensa → Pena privativa de liberdade não superior a 6 meses pode ser substituída pela pena de multa. → Concurso formal: aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 a metade. → Crime continuado: aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 a 2/3. OBS.: nos crimes dolosos contra vítimas distintas, cometidos com grave ameaça ou violência à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o TRIPLO. 7. Suspensão Condicional da Pena (Sursis): 32 → Crime não superior a 02 anos ● Suspensão de 2 a 4 anos → Sursis etário e humanitário ● Doente ● Maior de 70 anos ● Pena não superior a 4 anos ● Suspensão da pena de 4 a 6 anos → Condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo se a condenação anterior for à multa → Circunstâncias judiciais favoráveis → Não caiba substituição por penas restritivas de direitos → Não importa se o crime foi cometido ou não mediante violência ou grave ameaça → No primeiro ano do prazo, será cumprida prestação de serviços à comunidade ou limitação de final de semana. Contudo, havendo reparação do dano e circunstâncias judiciais favoráveis, afastam-se essasmedidas. REGIMES PENITENCIÁRIOS #DEOLHONOEDITAL: a doutrina aponta a existência de 3 (três) sistemas penitenciários: o sistema Pensilvânico ou Celular; o sistema Auburniano e o sistema Progressivo. - Sistema Pensilvânico ou Filadélfico (regime celular, do confinamento ou aprisionamento solitário): era um regime muito rigoroso, caracterizado pelo isolamento celular durante o dia e a noite. O preso ficava em ociosidade, sem direito a visitas e à correspondência. Era proibida a comunicação entre os presos. - Sistema Auburniano ou misto: é originário da cidade de Auburn, no Estado de New York. Era caracterizado pelo isolamento noturno e pelo trabalho obrigatório coletivo durante o dia, período em que se deveria ficar em silêncio. Qualquer comunicação era punida com castigos físicos. Esse sistema atenuava os efeitos nocivos do isolamento, mas ainda era tido como contraproducente para os novos fins almejados para a execução da pena privativa de liberdade. Até hoje vigora no Japão o regime de silêncio. - Sistema Progressivo: caracterizado pela divisão do cumprimento da pena privativa de liberdade em fases de progressiva obtenção de liberdade, conforme a disciplina e o trabalho do preso. Possui o mérito de tornar mais humana e pragmática a execução penal. Tais sistemas são, hoje, acolhidos em quase todo o Mundo. No Brasil temos os seguintes regimes prisionais: fechado, semi-aberto e aberto. LIVRAMENTO CONDICIONAL → Pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos → Cumprido ● + de 1/3: não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes 33 ● + da metade: reincidente em crime doloso ● + de 2/3: crimes hediondos e equiparados (tráfico de drogas, terrorismo, tortura e *tráfico de pessoas), salvo se reincidente específico em crimes dessa natureza (nesse caso, não terá direito ao benefício). → Comportamento satisfatório → Bom desempenho do trabalho que lhe foi atribuído → Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto → Penas diversas devem ser somadas para efeito de livramento #NOVIDADELEGISLATIVA: Lei 13.344/2016: Em 06 de outubro de 2016, foi editada a Lei 13.344/2016, que dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas; altera o art. Art. 83, inciso V, dispondo que: “cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza”. EFEITOS DA CONDENAÇÃO #DEOLHONOEDITAL: → Perda de bens → Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo ● Pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde que o crime tenha sido cometido com abuso do poder ou violação de dever para com a Administração Pública ● Pena privativa de liberdade superior a 4 anos: demais casos → Incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela ● Crime doloso ● Punido com reclusão ● Praticado contra o filho, tutelado ou curatelado REABILITAÇÃO → Sigilo sobre processo e condenação → Atinge os efeitos da condenação, salvo: perda da função pública, cargo e mandato eletivo; do poder familiar, tutela ou curatela. → Requerida depois de 2 anos da data da extinção da pena, computado o período de prova da suspensão e do livramento condicional → Condições a serem cumpridas nos 02 anos: ● Domicílio no país; ● Bom comportamento; e ● Ressarcimento do dano. → Revogação: condenação definitiva, como reincidente, a pena que não seja de multa. 34 → Internação (medida de segurança): prazo mínimo de 1 a 3 anos. → Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. → No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. SÚMULAS DE DESTAQUE: Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015. Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015. Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 25/03/2015, DJe 6/4/2015. Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. #LEMBRAR: Código Penal adota a teoria temperada ou intermediária em que a inidoneidade meramente relativa configura a tentativa. Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015. #CONCEITOSIMPORTANTES: → Confissão parcial: ocorre quando o réu confessa apenas parcialmente os fatos narrados na denúncia. Se a confissão, ainda que parcial, serviu de suporte para a condenação, ela deverá ser utilizada como atenuante (art. 65, III, “d”, do CP) no momento de dosimetria da pena. → A confissão qualificada ocorre quando o réu admite a prática do fato, no entanto, alega em sua defesa um motivo que excluiria o crime ou o isentaria de pena. → A confissão qualificada (aquela na qual o agente agrega teses defensivas discriminantes ou exculpantes), quando efetivamente utilizada como elemento de convicção, enseja a aplicação da atenuante prevista na alínea “d” do inciso III do art. 65 do CP (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.198.354-ES, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 16/10/2014). 35 → O agente confessa na fase do inquérito policial e, em juízo, se retrata, negando a autoria. O juiz condena o réu fundamentando sua sentença, dentre outros argumentos e provas, na confissão extrajudicial. Deverá incidir a atenuante? SIM. Se a confissão do agente é utilizada pelo magistrado como fundamento para embasar a condenação, a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea “d”, do CP deve ser aplicada em favor do réu, não importando que, em juízo, este tenha se retratado (voltado atrás) e negado o crime (STJ. 5ª Turma. HC 176.405/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/04/2013). → A confissão é um fato processual que gera um ônus e um bônus para o réu. O ônus está no fato de que isso será utilizado contra ele como elemento de prova no momento da sentença. O bônus foi concedido pela lei e consiste na atenuação de sua pena. → CONFISSÃO PARCIAL (incide atenuante) ≠ CONFISSÃO DE CRIME DIVERSO (não incide atenuante): veja agora uma situação um pouco diferente. João, após ameaçar matar a vítima, tomou-lhe o celular que estava no bolso da calça. Foi denunciado pela prática de roubo (art. 157 do CP). Durante o interrogatório, o réu admitiu que subtraiu o celular, mas afirmou que fez isso sem violência ou grave ameaça, aproveitando-se apenas da distração da vítima. Neste caso, o juiz deverá aplicar a atenuante da confissão espontânea? NÃO. O fato de o denunciado por roubo ter confessado a subtração do bem, negando, porém, o emprego
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