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aula 07 Conhecimentos Específicos TJ SP (Assistente Social)

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Aula 07 
 
Conhecimentos Específicos p/ TJ-SP (Assistente Social) 
Professor: Ana Paula de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
Conhecimentos Específicos pƒ TJ-SP 
(Assistente Social) 
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 02 
2. Convivência Familiar e Comunitária 
2.1 Acolhimento Institucional 
2.2 Acolhimento Familiar 
04 
16 
18 
3. Adolescente em conflito com a lei 22 
4. Resumo d@ concurseir@ 45 
5. Questões comentadas 48 
6. Lista de questões 55 
7. Gabarito 60 
8. Referências bibliográficas 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 07: Itens 16, 17, 18 e 19 do Edital/ 16. Convivência 
Familiar e Comunitária; Acolhimento Institucional e 
Familiar / 17. Adolescente em conflito com a lei / 18. 
Medidas Socioeducativas 
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1. INTRODUÇÃO 
 
 
Olá alun@, espero que você esteja firme e empenhad@ nos 
estudos! Nesta aula daremos continuidade e traremos outras temáticas 
que envolvem o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
 
 
 
 
 
Assim, conforme consta no Sumário, estudaremos os itens 16, 17 e 
18 do edital, a saber: 
 
 16: Convivência Familiar e Comunitária – Acolhimento 
Institucional e Familiar; 
 17: Adolescente em conflito com a lei; 
 18: Medidas Socioeducativas. 
 
Além do ECA, utilizaremos as seguintes bibliografias: 
 
 13. FRANCO, Abigail A. P. O acolhimento familiar e as ações 
voltadas à proteção e promoção dos direitos de crianças e 
adolescentes. In FÁVERO, Eunice. T.; GOIS, Dalva A. (orgs.) 
Serviço Social e temas sociojurídicos: debates e experiências. 
Coletânea Nova de Serviço Social. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 
2014; 
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 24. RIZZINI, Irene (coord); Rizzini, Irma; Naiff Luciene; Baptista, 
Rachel. Acolhendo Crianças e Adolescentes: experiências de 
promoção do direito à convivência familiar e comunitária no Brasil. 
Cortez, 2007; 
 
 SILVA, Maria Liduína de Oliveira e. O Estatuto da Criança e do 
Adolescente e o Código de Menores: descontinuidades e 
continuidades. In: Serviço Social e Sociedade n. 83 (Criança e 
Adolescente). p. 30 – 48, 2005. 
 
 Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) – 
Lei 12.594/2012; 
 
 
 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito de 
crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária 
– 2006. 
 
 
 
Como disse na aula passada, a garantia e a proteção dos direitos 
das crianças e dos adolescentes é um tema central para os assistentes 
sociais que atuam no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo TJ-SP. 
Portanto, mais uma vez, 
 
 
 
 
 
 
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- Direitos Fundamentais: 
 
1. Direito à vida e à saúde; 
2. Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; 
3. Direito à convivência familiar e comunitária; 
4. Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; 
5. Direito à profissionalização e à proteção no trabalho 
Lembre-se sempre: 
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Além de estudar a aula, é 
extremamente importante que você 
faça uma leitura minuciosa do ECA, 
do Plano Nacional e demais 
bibliografias!!! 
2. CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA 
 
 
Você aprendeu na última aula que o direito à convivência familiar e 
comunitária é um dos cinco direitos fundamentais da criança e do 
adolescente, segundo expresso pelo ECA. 
Vamos recordar!!!! 
 
 
 
 
Pois bem, alun@, agora iremos aprofundar essa discussão por meio 
do estudo do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito 
de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária 
(PNCFC), publicado no ano de 2006. Cabe esclarecer que para 
complementar a discussão também utilizarei as outras referências 
indicadas no início desta aula. 
 
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O PNCFC, organizado pelo Conselho Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente (CONANDA) e pelo Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS), foi resultado de um processo participativo 
de diferentes segmentos da sociedade civil e do poder público, 
com o objetivo de dar prioridade à formulação e implementação 
de políticas públicas capazes de assegurar a convivência familiar e 
comunitária. Além do mais, constituiu-se em um importante marco, na 
medida em que rompe com a cultura de institucionalização e fortalece o 
paradigma da proteção integral e da preservação dos vínculos familiares e 
comunitários preconizados no ECA. 
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O direito à convivência familiar e comunitária é 
colocado no centro das discussões com a aprovação do 
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do 
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência 
Familiar e Comunitária (PNCFC, 2006). O PNCFC diz 
que as crianças e os adolescentes devem ser 
vistos de forma indissociável de seu contexto 
familiar e comunitário, e aponta a sistemática 
violação desse direito, consubstanciando 
denúncia e publicizando as reiteradas práticas a 
que são submetidas crianças, adolescentes e 
família empobrecidas – inclusive pela ação ou 
omissão do próprio Estado. (FRANCO, 2014, p. 110) 
 
 
 
Antes de prosseguirmos no estudo deste Plano, vale esclarecer o 
que significa “cultura de institucionalização”, mencionada no PNCFC. 
Para tanto, vamos nos recorrer ao livro de Rizzini et al. (2006). 
 
 
 
 
Segundo estas autoras, a cultura de institucionalização refere- 
se à assistência prestada às crianças e aos adolescentes no Brasil 
a partir do final do século XIX, sendo esta caracterizada pela 
prática de encaminhar crianças e adolescentes pobres para os 
chamados “internatos de menores”. Deste modo, “a fácil retirada da 
criança de sua família para essas instituições criou uma verdadeira cultura 
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Segundo o Plano Nacional, as 
instituições totais eram locais onde 
crianças e adolescentes viviam sob 
rígida disciplina e afastados da 
convivência familiar e comunitária, 
visto que todas as atividades eram 
realizadas dentro da instituição. 
de institucionalização. Isso porque, a despeito do discurso sobre a 
internação de crianças e adolescentes como um último recurso, a prática 
permaneceu recorrente até os finais do século XX” (RIZZINI et al., 2006, 
p. 31) 
Nesta direção, com base em um discurso ideológico de 
“incapacidade da família” em orientar os seus filhos, desenvolveram- 
se políticas paternalistas de controle e contenção social à 
população mais pobre sob a justificativa de “prender para 
proteger”, o que resultava no encaminhamento de crianças e 
adolescentes
para grandes instituições totais. 
 
 
 
 
 
 
Como vimos na aula passad05297033608 a, a proposta do ECA, juntamente 
com a Constituição Federal de 1988 e com a Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS), é romper com essas práticas, pois reconhece e 
preconiza a família como estrutura vital, lugar essencial à 
humanização e à socialização, espaço ideal e privilegiado para o 
desenvolvimento dos indivíduos. 
 
 
 
 
 
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[...] a família tem papel essencial junto ao 
desenvolvimento da socialização da criança 
pequena: é ela quem mediará sua relação com o 
mundo e poderá auxiliá-la a respeitar e introjetar 
regras, limites e proibições necessárias à vida em 
sociedade. O modo como os pais e/ou os 
cuidadores reagirão aos novos comportamentos 
apresentados pela criança nesse “treino 
socializador”, em direção à autonomia e à 
independência, influenciará o desenvolvimento 
de seu autoconceito, da sua autoconfiança, da 
sua auto-estima, e, de maneira global, a sua 
personalidade. (PNCFC, 2006, p. 26) 
 
 
 
Concomitantemente, alun@, é fundamental que você perceba que a 
capacidade da família em desempenhar estas suas habilidades 
está intrinsecamente relacionada ao acesso aos direitos sociais 
como saúde, educação, assistência social, entre outros. Portanto, 
não podemos olhar para essas famílias de forma isolada e 
descontextualizada, pois corremos o risco de responsabilizá-las 
unilateralmente. 
Rizzini et al. (2006, p. 18) nos alertam que historicamente as 
famílias pobres são aquelas que mais tem suas crianças retiradas de casa 
sob o mito “[...] de que estariam protegidas e em melhores condições 
longe de suas famílias, consideradas „desestruturadas‟”. As autoras ainda 
ressaltam a cobrança equivocada e unilateral para que os pais 
consigam cuidar de seus filhos, mesmo em condições em que não 
sejam assegurados o acesso a condições mínimas de vida. 
Neste sentido, o Plano Nacional em questão preconiza a prevenção 
ao rompimento dos vínculos familiares; a qualificação do atendimento nos 
serviços de acolhimento; o investimento para o retorno ao convívio com a 
família de origem. Assim como exposto no ECA, o PNCFC reforça que 
apenas após esgotadas todas essas possibilidades é que será viabilizado o 
encaminhamento da criança ou do adolescente para família substituta 
 
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ofa. Ana Paula de Oliveira 
mediante guarda, tutela ou adoção. 
O Plano ainda traz alguns marcos conceituais bastante interessantes 
para compreendermos o direito à convivência familiar e comunitária, 
dentre estes, destacamos o conceito de família, rede de apoio social, 
sujeito de direitos, condição peculiar da criança e do adolescente como 
pessoa em desenvolvimento e convivência familiar e comunitária. 
 
 
 
 
 
 
Família: segundo a definição legal constante na Constituição Federal de 
1988 e no ECA, família é uma comunidade formada por qualquer 
um dos pais e seus descendentes, seja por meio dos vínculos de 
origem natural ou adotiva, independente do arranjo familiar. 
Contudo, o Plano destaca que esta definição é muito limitada, pois, 
precisamos compreender as formações familiares no seu contexto 
sociocultural. Por conseguinte, a família é uma rede de vínculos que 
não se restringe ao domicilio, e “[...] pode ser pensada como um 
grupo de pessoas que são unidas por laços de consanguinidade, 
de aliança e de afinidade. Esses laços são constituídos por 
representações, práticas e relações que implicam obrigações 
mútuas. Por sua vez, estas obrigações são organizadas de acordo 
com a faixa etária, as relações de geração e de gênero, que 
definem o status da pessoa dentro do sistema de relações 
familiares” (2006, p. 24). 
Para complementar 
esta ideia, releia a 
aula sobre família! 
 
 
 
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Rede social de apoio: “vínculos vividos no cotidiano das famílias que 
pressupõem apoio mútuo, não de caráter legal, mas sim de caráter 
simbólico e afetivo. São relações de apadrinhamento, amizade e 
vizinhança e outras correlatas. Constam dentre elas, relações de 
cuidado estabelecidas por acordos espontâneos e que não 
raramente se revelam mais fortes e importantes para a 
sobrevivência cotidiana do que muitas relações de parentesco” 
(2006, p. 129). 
 
Sujeito de direitos: este é um termo bastante utilizado com a 
promulgação do ECA. O sujeito significa “[...] indivíduos autônomos e 
íntegros, dotados de personalidade e vontade próprias que, na sua 
relação com o adulto, não podem ser tratados como seres passivos, 
subalternos ou meros „objetos‟, devendo participar das decisões que 
lhes dizem respeito, sendo ouvidos e considerados em 
conformidade com suas capacidades e grau de desenvolvimento” 
(2006, p. 25). Já o termo direitos significa que são beneficiários de 
obrigações por parte da família, da sociedade e do Estado. 
 
 
 
 
 
 
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Condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em 
desenvolvimento: quer dizer que neste desenvolvimento estão 
envolvidos “[...] processos biológicos, psicoafetivos, cognitivos e sociais 
que exigem do ambiente que os cerca, do ponto de vista material e 
humano, uma série de condições, respostas e contrapartidas para 
realizar-se a contento” (2006, p. 25). 
 
 
 
 
 
Convivência familiar e comunitária: conforme já apontado ao longo 
desta aula, bem como da anterior, esta convivência é fundamental para 
o desenvolvimento da criança e do adolescente, os quais não 
podem ser concebidos de modo dissociado de sua família, do 
contexto sociocultural e de todo o seu contexto de vida. Alguns 
autores afirmam “[...] que a separação da criança e do adolescente do 
convívio com a família, seguida de institucionalização, pode repercutir 
negativamente sobre seu desenvolvimento, sobretudo quando não for 
acompanhada de cuidados adequados, administrados por um adulto com 
o qual possam estabelecer uma relação afetiva estável, até que a 
integração ao convívio familiar seja viabilizada novamente” (2006, p. 31). 
Já a convivência comunitária expande o núcleo de relacionamento da 
criança e do adolescente para além da dinâmica familiar, contribuindo 
para a construção de suas identidades individual e coletiva. “Além de 
muito importante para o desenvolvimento pessoal, a convivência 
comunitária favorável contribui para o fortalecimento dos vínculos 
familiares e a inserção social da família” (2006, p. 32). 
Situados estes conceitos mais gerais, traremos agora as diretrizes e 
os objetivos gerais do PNCFC!!! 
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Reordenamento, alun@, significa reorientar as redes 
pública e privada para se alinharem à mudança de 
paradigma proposto, no qual a família é 
compreendida como unidade básica da ação
social e 
não mais concebe a criança e o adolescente isolados 
de seu contexto familiar e comunitário. 
 
 
 
 
 
 
 
Diretrizes: 
 
 
- Centralidade da família nas políticas sociais; 
- Primazia da responsabilidade do Estado no fomento de políticas 
integradas de apoio à família, ou seja, articulação da rede de atendimento 
das diferentes políticas públicas (saúde, educação, geração de trabalho e 
renda, cultura, esporte, dentre outras); 
- Reconhecimento das competências da família na sua organização 
interna e na superação de suas dificuldades; 
- Respeito à diversidade étnico-cultural, à identidade e orientação 
sexuais, à equidade de gênero e às particularidades das condições físicas, 
sensoriais e mentais; 
- Fortalecimento da autonomia da criança, do adolescente e do jovem 
adulto na elaboração do seu projeto de vida; 
- Garantia dos princípios de excepcionalidade e provisoriedade dos 
programas de Famílias Acolhedoras e de Acolhimento Institucional de 
crianças e adolescentes; 
- Reordenamento dos programas de Acolhimento Institucional; 
- Adoção centrada no interesse da criança e do adolescente; 
- Controle social das políticas públicas. 
 
 
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No que se refere à adoção, o PNCFC 
destaca o combate a adoções 
irregulares, tais como a chamada 
“adoção à brasileira”, que se constitui 
no fato de registrar filho alheio como 
próprio - crime previsto no Art. 242 do 
Código Penal 
De acordo com o PNCFC (2006, p. 72), o reordenamento dos 
programas de Acolhimento Institucional requer ações como: 
 
1) mudança na sistemática de financiamento das entidades de 
abrigo, eliminando-se formas que incentivem a manutenção 
desnecessária das crianças e adolescentes nas instituições – como 
o financiamento por criança e adolescente atendido – e incluindo-se 
recursos para o trabalho com a reintegração à família de origem; 
2) qualificação dos profissionais que trabalham nos programas de 
Acolhimento Institucional; 
3) estabelecimento de indicadores qualitativos e quantitativos de 
avaliação dos programas; 
4) desenvolvimento ou incorporação de metodologias para o 
trabalho com famílias; 
5) ênfase na prevenção do abandono e na potencialização das 
competências da família, baseados no reconhecimento da autonomia e 
dos recursos da mesma para cuidar e educar seus filhos; 
6) adequação do espaço físico e do número de crianças e 
adolescentes atendidos em cada unidade, de forma a garantir o 
atendimento individualizado e em pequenos grupos; 
7) adequação do espaço físico às normas de acessibilidade; e 
8) articulação das entidades de programas de abrigo com a rede 
de serviços, considerando todo o Sistema de Garantia de Direitos. 
 
 
 
 
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1) Ampliar, articular e integrar as diversas políticas, programas, 
projetos, serviços e ações de apoio sócio-familiar para a promoção, 
proteção e defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência 
familiar e comunitária; 
2) Difundir uma cultura de promoção, proteção e defesa do direito 
à convivência familiar e comunitária, em suas mais variadas formas, 
extensiva a todas as crianças e adolescentes, com ênfase no 
fortalecimento ou resgate de vínculos com suas famílias de origem; 
3) Proporcionar, por meio de apoio psicossocial adequado, a manutenção 
da criança ou adolescente em seu ambiente familiar e comunitário, 
considerando os recursos e potencialidades da família natural, da família 
extensa e da rede social de apoio; 
4) Fomentar a implementação de Programas de Famílias 
Acolhedoras, como alternativa de acolhimento a crianças e adolescentes 
que necessitam ser temporariamente afastados da família de origem, 
atendendo aos princípios de excepcionalidade e de provisoriedade, 
estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como 
assegurando parâmetros técnicos de qualidade no atendimento e 
acompanhamento às famílias acolhedoras, às famílias de origem, às 
crianças e aos adolescentes; 
5) Assegurar que o Acolhimento Institucional seja efetivamente 
utilizado como medida de caráter excepcional e provisório, 
proporcionando atendimento individualizado, de qualidade e em pequenos 
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E quais são os 
objetivos gerais do 
PNCFC? 
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grupos, bem como proceder ao reordenamento institucional das entidades 
para que sejam adequadas aos princípios, diretrizes e procedimentos 
estabelecidos no ECA; 
6) Fomentar a implementação de programas para promoção da 
autonomia do adolescente e/ou jovem egressos de programas de 
acolhimento, desenvolvendo parâmetros para a sua organização, 
monitoramento e avaliação; 
7) Aprimorar os procedimentos de adoção nacional e 
internacional, visando: a) estimular, no País, as adoções de crianças e 
adolescentes que, por circunstâncias diversas, têm sido preteridos pelos 
adotantes – crianças maiores e adolescentes, com deficiência, com 
necessidades específicas de saúde, afrodescendentes ou pertencentes a 
minorias étnicas, dentre outros; b) investir para que todos os processos 
de adoção no País ocorram em consonância com os procedimentos legais 
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente; e c) garantir que a 
adoção internacional ocorra somente quando esgotadas todas as 
tentativas de adoção em território nacional, sendo, nestes casos, 
priorizados os países que ratificaram a Convenção de Haia; 
8) Assegurar estratégias e ações que favoreçam os mecanismos 
de controle social e a mobilização da opinião pública na 
perspectiva da implementação do Plano Nacional de Promoção, 
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à 
Convivência Familiar e Comunitária; 
9) Aprimorar e integrar mecanismos para o co-financiamento, pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, das ações previstas no Plano 
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e 
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, tendo como 
referência a absoluta prioridade definida no artigo 227 da Constituição 
Federal de 1988 e no artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
 
 
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O PNCFC traz como uma das 
modalidades do acolhimento 
institucional o “abrigo”. No entanto, 
com a Lei 12.010/2009 – “lei da 
adoção” – a nomenclatura passou a 
ser serviço de acolhimento 
institucional. Neste sentido, utilizarei 
a terminologia atual. 
2.1 Acolhimento Institucional 
 
 
Vimos ao longo desta aula, bem como da anterior, que o 
acolhimento institucional é uma medida de proteção constante no ECA, 
na qual os serviços devem prestar plena assistência de acolhida, 
cuidado e espaço para socialização e desenvolvimento da criança e 
do adolescente. Este acolhimento pode ser oferecido nas seguintes 
modalidades: serviço de acolhimento institucional, casa lar, casa de 
passagem e república de jovens. 
 
 
 
 
 
Assim, de acordo com o PNCFC: 
 
Serviço de acolhimento institucional: Atende a crianças e 
adolescentes
em grupo, em regime integral, por meio de normas e regras 
estipuladas por entidade ou órgão governamental ou não-governamental; 
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Casa lar: Modalidade de Acolhimento Institucional 
oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo 
menos uma pessoa ou casal trabalha como 
cuidador residente – em uma casa que não é a 
sua – prestando cuidados a um grupo de crianças 
e/ou adolescentes. As casas-lares têm a estrutura 
de residências privadas, podendo estar distribuídas tanto em um terreno 
comum, quanto inseridas, separadamente, em bairros residenciais. As 
casas-lares são definidas pela Lei nº 7.644, de 18 de dezembro de 1987, 
devendo estar submetidas a todas as determinações do ECA relativas às 
entidades que oferecem programas de abrigo; 
 
 
Casa de passagem: Acolhimento Institucional de curtíssima duração, 
onde se realiza diagnóstico eficiente, com vista à reintegração à família de 
origem ou encaminhamento para Acolhimento Institucional ou Familiar, 
que são medidas provisórias e excepcionais; 
 
República de jovens: modalidade de Acolhimento Institucional que visa 
à transição da vida institucional para a vida autônoma, quando atingida a 
maioridade, sem contar necessariamente com características de ambiente 
familiar. Moradia onde os jovens se organizam em grupo com vistas à 
autonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 Acolhimento Familiar 
 
 
 
De acordo com Franco (2014) e conforme o disposto no ECA, o 
acolhimento familiar, assim como o institucional, é uma medida de 
proteção, de competência exclusiva da autoridade judiciária, que 
se destina a crianças e adolescentes em situação de 
vulnerabilidade e risco, afastados provisoriamente de suas 
famílias. 
Franco (2014, p. 112) elucida que esta modalidade de acolhimento 
passou a ser utilizada no Brasil, de forma provisória e remunerada, com o 
intuito de substituir a “[...] crescente e habitual aplicação da medida de 
internação a crianças e adolescentes pobres e abandonados em grandes 
complexos asilares, em geral em condições precárias e desumanas”. 
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Embora não seja uma modalidade de acolhimento institucional, é 
importante que você saiba o que é o apadrinhamento afetivo. Conforme o 
PNCFC (2006), o apadrinhamento é um programa, por meio do qual, 
pessoas da comunidade contribuem para o desenvolvimento de 
crianças e adolescentes em Acolhimento Institucional, seja por meio 
do estabelecimento de vínculos afetivos significativos, seja por meio 
de contribuição financeira. Os programas de apadrinhamento afetivo têm 
como objetivo desenvolver estratégias e ações que possibilitem e 
estimulem a construção e manutenção de vínculos afetivos 
individualizados e duradouros entre crianças e/ou adolescentes 
acolhidos e padrinhos/madrinhas voluntários, previamente selecionados e 
preparados, ampliando, assim, a rede de apoio afetivo, social e comunitário 
para além do acolhimento. 
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A primeira consideração a fazer a respeito da 
conceituação de acolhimento familiar é que constitui 
uma prática bastante antiga e desenvolvida por 
diferentes sociedades com características peculiares. 
Acolher, informalmente, filhos de outras pessoas 
parece ter sido prática popular de cuidados em 
situações específicas. Aqui nos interessa definir e 
discutir o conceito revestido de um caráter de 
formalidade, ou seja, o acolhimento familiar como 
uma modalidade de atendimento destinado a 
crianças e adolescentes que, por algum motivo, 
precisam ser afastados de sua família, em caráter 
provisório e excepcional, e são inseridos no seio 
de outra família, que é preparada e acompanhada 
como parte de uma proposta de política pública. 
(RIZZINI et al., 2006, p. 59) 
 
 
Assim, o acolhimento familiar é organizado em residências de 
famílias acolhedoras previamente cadastradas. 
 
 
Família Acolhedora: nomenclatura dada à família que participa de 
programas de famílias Acolhedoras, recebendo crianças e adolescentes 
sob sua guarda, de forma temporária até a reintegração da criança com a 
sua própria família ou seu enca05297033608 minhamento para família 
substituta. Também é denominada “Família de apoio”, “Família 
cuidadora”, “Família solidária”, “Família Guardiã”, entre outras. (PNCFC, 
2006) 
 
É importante ressaltar que não se trata de adoção e 
tampouco se enquadra no conceito de acolhimento institucional. 
 
 
 
 
 
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Franco (2014) e Rizzini et al. (2006) destacam algumas 
experiências em acolhimento familiar e, em suma, apontam que os pré- 
requisitos para a família acolhedora são os seguintes: ser maior de 21 
anos, apresentar a documentação solicitada, participar de avaliação pelos 
profissionais e curso de capacitação, haver concordância de todos os 
membros da família a respeito do acolhimento, disponibilidade emocional 
para cuidar e tempo suficiente para atender às necessidades das crianças 
e adolescentes acolhidos. 
 
No processo avaliativo, os interessados indicam 
as preferências da criança e do adolescente a 
serem acolhidos e, finalizado o trabalho, elabora- 
se relatório, junta-se a documentação exigida e 
remete-se ao Juízo da Infância e Juventude para 
formalização da inscrição. Uma vez validada a 
inscrição pela autoridade judiciária, os interessados 
passam a compor o cadastro do serviço de acolhimento 
e ficam habilitados a receber crianças ou adolescentes, 
em conformidade com a preferência por eles indicada. 
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Desenvolve-se capacitação em caráter contínuo e 
permanente para que a medida protetiva de 
acolhimento de fato se concretize. (FRANCO, 2014, p. 
120) 
 
Abigail Franco (2014) ainda elucida que esta modalidade de 
acolhimento ainda é pouco difundida no Brasil, evidenciando-se a 
priorização dos acolhimentos institucionais. 
 
 
 
Como modalidade formal de defesa de direitos, o 
acolhimento familiar surgiu pela necessidade de 
evitar o encaminhamento de crianças e 
adolescentes a instituições. Nesse período, ele 
começa a funcionar em alguns estados brasileiros de 
forma incipiente. Pode-se dizer que se registraram 
avanços nos últimos anos, embora ainda sejam 
muitos os desafios para que a proposta seja 
articulada enquanto política pública em âmbito 
nacional. Um dos primeiros passos nesse sentido pode 
ser exemplificado pela criação do Programa de Atenção 
Integral à Família (PAIF), que, através do Sistema 
Único de Assistência Social (SUAS), prevê uma rede de 
proteção a qual situa o acolhimento familiar como uma 
modalidade de Proteção Social Especial de Alta 
Complexidade. (RIZZINI et al., 2006, p. 61) 
 
 
Franco (2014, p. 114) também contextualiza que o acolhimento 
familiar é preferencialmente
indicado “[...] pelo fato de oferecer 
atendimento individual e particularizado”, além do mais, “[...] há 
consenso, entre os estudos sobre o tema, de que a 
institucionalização produz danos irreparáveis para o 
desenvolvimento desses sujeitos”. 
 
 
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3. ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI 
 
 
 
Car@ alun@, agora vamos tratar dos adolescentes em conflito com 
a lei e para tal vamos abordar o artigo produzido pela Profa. Dra. Maria 
Liduína de Oliveira e Silva intitulado: “O Estatuto da Criança e do 
Adolescente e o Código de Menores: descontinuidades e 
continuidades” e também o SINASE – Sistema Nacional de Atendimento 
Socioeducativo. 
 
 
Silva (2005) em seu artigo nos traz a proposta de desmistificar o 
entendimento comum de que o ECA se constitui substancialmente 
em uma “ruptura” com o projeto de sociedade presente no Código 
de Menores. 
Para a autora, “o ECA promoveu uma reforma no Código de 
Menores de 1979, na medida em que não rompeu com a visão do 
projeto de sociedade presente no Código de Menores. É claro que 
incorporou elementos de „descontinuidades‟ e manteve os de 
„continuidades‟ num processo de reafirmação da sociedade de controle do 
capital”. (2005, p. 31) 
 
 
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Portanto, a autora entende que o ECA apresenta elementos de 
continuidades e elementos de descontinuidades em relação à 
legislação anterior (Código de Menores de 1979) direcionada às 
crianças e adolescentes no Brasil. Silva (2005) ressalta ainda dois 
movimentos, um exógeno e um endógeno, que permitiram as condições 
de viabilização do nascimento do ECA, porém nos marcos do 
neoliberalismo. 
 
No movimento endógeno e exógeno podemos perceber 
que os chamados países do Primeiro Mundo 
consideraram a década de 1980 como a “década 
perdida”, enquanto, no Brasil, contraditoriamente, 
podemos considerá-la como a “década ganha”, já que 
foi nessa época que as lutas sociais obtiveram grandes 
conquistas, da quais o ECA faz parte. (SILVA, 2005, p. 
31) 
 
A esse respeito, verificou-se nos anos 1980 uma ampla mobilização 
nacional na área da infância e juve05297033608 ntude, com repercussão 
internacional, de defesa dos direitos desses sujeitos, bem como do 
estabelecimento de estratégias para mudanças no Código de Menores, 
“na mentalidade social e nas práticas judiciárias e sociais dos 
órgãos do Estado que implementavam a política destinada a esse 
segmento”. (p. 32) 
O avanço do ECA se faz compreensível se entendermos que o 
Código de Menores de 1979 foi lançado naquele ano como contestação 
política ao cenário ditatorial e respaldado na Política Nacional do Bem 
Estar do Menor (PNBM). 
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Porém, por mais que fosse apresentado como contestação política, 
o Código de Menores ainda “representava os ideais dos militares que 
estavam em crise. Não correspondia aos interesses das forças políticas e 
da sociedade civil e nem representava os interesses das crianças e dos 
adolescentes, os quais permaneciam confinados nas instituições totais e 
submetidos ao poder discricionário do juiz de Menores”. (SILVA, 2005, p. 
32) 
Desse modo, nos anos 1980, em um cenário nacional de 
contestação à ordem política vigente, a forma como o Estado respondia as 
necessidades da população e também permeado pelo cenário 
internacional, identificava-se a necessidade de contestação à forma como 
eram tratados os direitos de crianças e adolescentes. 
Duas críticas duras foram feitas em relação ao Código de Menores 
de 1979: 
 
 
 
 
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Relembremos que em 1979 o 
Brasil vivia sob o jugo da 
Ditadura Civil Militar iniciada 
em 1964. 
1ª crítica: “crianças e adolescentes chamados, de forma 
preconceituosa, de “menores” eram punidos por estar em “situação 
irregular”, pela qual não tinham responsabilidade, pois era 
ocasionada pela pobreza de suas famílias e pela ausência de 
suportes e políticas públicas”. (SILVA, 2005, p. 33) 
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Portanto, para Silva (2005), o ECA nasce em resposta à falência 
do Código de Menores. Nesse sentido, a autora compreende que a 
base filosófica que sustentava o direito menorista, base de 
fundamentação dos Códigos de Menores de 1927 e 1979, se 
manteve quase inalterada pelo longo período de 63 anos (1927- 
1990), situação esta que é alterada com a promulgação do ECA. 
 
Para a autora, 
 
O “[...] “silêncio” estivesse vinculado aos 
interesses políticos-econômicos e às prioridades 
políticas das instituições sociais e das autoridades públicas que 
governavam este país naquelas épocas. Talvez pudéssemos dizer que o 
“silêncio” só foi quebrado em 1990, em razão de os objetivos e fins do 
Código de Menores de 1979 e de seu paradigma da “situação irregular” 
terem sido superados histórica, jurídica e socialmente, por estar em 
oposição aos valores democráticos, liberais e jurídicos em dissonância 
com os princípios da diferença individual, moral, social, religiosa, cultural 
e educacional da nova configuração da ordem mundial” (SILVA, 2005, p. 
35) 
 
 
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2ª crítica: “referente às crianças e adolescentes apreendidos por 
suspeita de ato infracional, os quais eram submetidos à privação de 
liberdade sem que a materialidade dessa prática fosse comprovada e 
eles tivessem direitos para sua devida defesa, isto é, inexistia o 
devido processo legal. Nesse sentido, era “regulamentada” a 
criminalização da pobreza.” (SILVA, 2005, p. 33) 
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Portanto, considera-se essencial que você, alun@ compreenda que 
o ECA nasceu em resposta ao esgotamento histórico-jurídico e 
social do Código de Menores de 1979. Ou seja, o Estatuto da Criança 
e do Adolescente – ECA “é processo e resultado porque é uma construção 
histórica de lutas sociais dos movimentos pela infância, dos setores 
progressistas da sociedade política e civil brasileira, “falência mundial” do 
direito e da justiça menorista, mas também é expressão das relações 
globais internacionais que se reconfiguravam frente ao novo padrão de 
gestão da acumulação flexível do capital. É nos marcos do neoliberalismo 
que o direito infanto-juvenil deixa de ser considerado um direito “menor”, 
“pequeno”, de criança para se tornar um direito “maior”, equiparado ao 
do adulto”. (SILVA, 2005, 36) 
 
 
 
 
 
 
Car@ alun@, além de ressaltar que a promulgação do ECA em 13 
de julho de 1990 pelo então Presidente Fernando Collor de Mello não foi 
uma dádiva estatal, mas fruto de muita luta dos movimentos sociais em 
prol dos direitos de crianças e adolescentes, cabe sinalizar que a 
construção do ECA não se deu em um movimento uniforme e 
homogêneo, mas este foi perpassado por diferentes interesses 
políticos, jurídicos e sociais. 
Quanto às críticas,
Silva (2005, p. 41) considera que o ECA “não 
contempla as diferenças regionais, representando-as de maneira 
 
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“O ECA não foi uma dádiva do Estado, mas uma vitória da 
sociedade civil, das lutas sociais e reflete ganhos fundamentais que 
os movimentos sociais têm sabido construir” (SILVA, 2005, P. 36) 
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uniforme, sem as particularidades, como é o caso de crianças indígenas 
da Amazônia”. 
A autora afirma ainda que segundo Costa (1991) e Farjado (2000), 
o ECA poderia ser qualificado a partir de três adjetivos: “inovador”, 
“garantista” e “participativo”. 
 
 
 
 
 
 
 
A autora ressalta ainda, que por mais inovador, garantista e 
participativo que o ECA se apresente, não devemos esquecer que suas 
bases foram construídas no processo de reprodução e dominação social, 
pertencente ao sistema capitalista, portanto, não visava a transformação 
da sociedade, e sim sua reforma. 
 
 
 
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INOVADOR: “Frente ao conservadorismo dos Códigos de Menores (1927 e 
1979), na medida em que regulamentou a “cidadania” infanto-juvenil. 
(SILVA, 2005, p. 41) 
 
GARANTISTA: “em razão de ter introduzido o sistema das garantias 
constitucionais, negado pelo Código”. (SILVA, 2005, p. 41) 
 
PARTICIPATIVO: “pela maciça, expressiva e legítima participação popular 
durante o processo de elaboração, que não se esgotou na participação 
ativa dos militantes, sendo instituída formalmente a participação da 
sociedade enquanto instrumento deliberativo, operativo, fiscalizador e 
controlador das ações.” (SILVA, 2005, p. 41) 
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No escopo das “continuidades” e “descontinuidades” que a autora 
traz em seu texto e que pode constar em alguma questão, considerando 
que a banca VUNESP tem o costume de trazer em enunciado a ideia de 
um determinado autor para que o candidato a interprete, penso que seja 
importante sinalizar quais os elementos que a autora considera como 
“continuidades” e aqueles que ela considera como “descontinuidades” na 
construção do ECA em relação aos Códigos de Menores (1927 e 1979). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTINUIDADES 
 
 “O ECA não superou a lógica de dominação e de controle social, mas 
constituiu-se em uma lei moderna, que é o prolongamento do Código 
de Menores, em termos do projeto societário, tendo em vista que não 
foi viabilizado para além do domínio de classe”; 
 
 “O conteúdo filosófico do ECA não contém a negação e a ruptura com o 
Código de Menores”; 
 
 “O Projeto de sociedade capitalista se manteve inalterado na 
estruturação do ECA, mostrando que seus alicerces são pautados na 
questão da prevenção geral, que remete à “periculosidade juvenil”, isto 
é, à perspectiva criminológica face aos adolescentes em conflito 
com a lei”. (SILVA, 2005, p. 45-46) 
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DESCONTINUIDADES 
 
 “O ECA foi a primeira lei brasileira e latino-americana que instituiu 
mudanças jurídicas descontínuas e significativas em relação ao Código 
de Menores, de modo a “eliminar” a perversidade do sistema garantista 
contido no paradigma da “situação irregular”, suprimindo as bases da 
Política Nacional do Bem-Estar do Menor, que estavam fundamentadas 
na ideologia da segurança nacional”; 
 
 “Introdução do paradigma da “proteção integral” em oposição ao da 
“situação irregular””; 
 
 Inovação “quanto à gestão, ao método e conteúdo do tratamento 
dispensado à infância e aos adolescentes brasileiros, de modo a 
promover a democratização da coisa pública, a parceira Estado e 
sociedade e a municipalização dos serviços públicos”; 
 
 “Participação popular nas questões referentes à Infância e Juventude. 
Essa participação foi institucionalizada por meio dos Conselhos de 
Direitos das Crianças e dos Adolescentes e dos Conselhos Tutelares, 
que, mais do que símbolos da democracia, foram criados para exercitar 
a ação popular no âmbito governamental público”; 
 
 “Papel do Ministério Público que ganhou impulso e autonomia. A partir 
da Constituição Federal de 1988, a principal atribuição desse órgão é a 
fiscalização da aplicação de leis democráticas. Portanto, no que se 
refere ao ECA, sua atuação deve estar presentificada na articulação, na 
promoção, na proteção dos direitos previstos também na Convenção 
Internacional dos Direitos da Criança”. (SILVA, 2005, p. 43-44) 
 
 
 
 
 
Cabe, por fim, ressaltar, de acordo com as análises feitas por Silva, 
(2005) o ECA não representa em sua totalidade a utopia revolucionária 
das lutas sociais, como afirmavam o mundo jurídico-acadêmico e os 
movimentos pela infância e juventude, na década de 1980. Porém, cabe 
destacar que o ECA se diferenciou da lei que o antecedeu, mas não 
rompeu visceralmente com os pressupostos do projeto de sociedade 
consolidado pelos Códigos de Menores brasileiros (1927-1979), que vêm 
desde o final do século XIX. (SILVA, 2005, p. 46) 
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Car@ Alun@, a explanação da Professora Liduína nos permite 
pensar que quanto ao adolescente em conflito com a lei há continuidades 
e descontinuidades, na medida que ainda está presente na sociedade a 
ideia da “periculosidade juvenil” – basta lembrarmos dos sucessivos 
debates sobre a redução da maioridade penal – assim como 
descontinuidades, visto a proposta das medidas socioeducativas, 
ordenadas em um Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(SINASE). 
Porém, antes de adentrarmos neste tema é importante que você 
entenda qual a definição de ato infracional pelo ECA: 
 
 
 
Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou 
contravenção penal. São penalmente inimputáveis os menores de 
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas no ECA. Para os efeitos 
nesta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. 
(Artigos 103 e 104) 
 
 
E QUAIS SÃO MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS APLICADAS A 
ADOLESCENTES QUE COMETEM ATOS INFRACIONAIS? 
 
 
I - advertência; 
 
II - obrigação de reparar o dano; 
 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
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V - inserção em regime de semi-liberdade; 
 
VI – internação em estabelecimento educacional. 
 
 
 
 
 
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será 
reduzida a termo e assinada. 
 
Admoestação quer dizer, literalmente, repreender! 
 
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a 
autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a 
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, 
compense o prejuízo da vítima. 
 
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização 
de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis 
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros 
estabelecimentos congêneres,
bem como em programas comunitários ou 
governamentais. 
 
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a 
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o 
adolescente. 
 
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o 
início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a 
 
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realização de atividades externas, independentemente de autorização 
judicial. 
 
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
 
Pois bem, situados estes aspectos gerais do ato infracional e das 
medidas socioeducativas, partiremos agora para o estudo do SINASE! 
 
 
 
 
 
SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO 
 
 
 
 
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O que é o SINASE? 
distrital e municipais, bem como todos os planos, políticas e 
programas específicos de atendimento a adolescente em 
conflito com a lei. (§1º do Art. 1º) 
estaduais, sistemas os adesão, por nele, 
execução de medidas socioeducativas, a envolvem 
incluindo-se 
 Conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que 
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O SINASE foi instituído pela Lei Federal nº 12.594 de 18 de janeiro 
de 2012, a qual ainda regulamenta a execucação das medidas 
socieducativas destinadas a adolescente autor de ato infracional. 
 
 
 
 
 
As medidas socioeducativas são aquelas que acabamos de 
elencar: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de 
serviços à comunidade; liberdade assistida; inserção em regime 
de semi-liberdade; internação em estabelecimento educacional. 
Além das medidas direcionadas ao adolescente, podem ser aplicados 
aos pais ou responsável: 
 
 
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou 
comunitários de proteção, apoio e promoção da família 
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
 
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V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua 
freqüência e aproveitamento escolar; 
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a 
tratamento especializado; 
VII - advertência; 
 
VIII - perda da guarda; 
IX - destituição da tutela; 
X - suspensão ou destituição do poder familiar. 
 
 
De acordo com o SINASE, as medidas socioeducativas tem os 
seguintes objetivos: 
 
 
 
 
 
O Artigo 2º da Lei dispõe um ponto importante - o SINASE é 
coordenado pela União e integrado pelos sistemas estaduais, distrital e 
municipais responsáveis pela implementação dos seus respectivos 
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I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências 
lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua 
reparação; 
 
II - a integração social do adolescente e a garantia de seus 
direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu 
plano individual de atendimento; e 
 
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as 
disposições da sentença como parâmetro máximo de privação de 
liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em 
lei. 
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programas de atendimento a adolescente ao qual seja aplicada medida 
socioeducativa, com liberdade de organização e funcionamento. 
No Capítulo II estão discriminadas as competências de cada órgão 
federativo 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO: 
 
I - formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento 
socioeducativo; 
II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em 
parceria com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus 
sistemas; 
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o 
Atendimento Socioeducativo, seu funcionamento, entidades, programas, 
incluindo dados relativos a financiamento e população atendida; 
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de 
Atendimento Socioeducativo; 
VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das 
unidades e programas de atendimento e as normas de referência 
destinadas ao cumprimento das medidas socioeducativas de internação 
e semiliberdade; 
VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de 
Atendimento Socioeducativo, seus planos, entidades e programas; 
VIII - financiar, com os dema
05297033608 
is entes federados, a execução de 
programas e serviços do Sinase; e 
IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos 
aos gestores estaduais, distrital e municipais, para financiamento de 
programas de atendimento socioeducativo. 
 
§1º São vedados à União o desenvolvimento e a oferta de 
programas próprios de atendimento. 
 
 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS: 
 
I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Estadual de 
Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela 
União; 
II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo em 
conformidade com o Plano Nacional; 
III - criar, desenvolver e manter programas para a execução das 
medidas socioeducativas de semiliberdade e internação; 
IV - editar normas complementares para a organização e funcionamento 
do seu sistema de atendimento e dos sistemas municipais; 
V - estabelecer com os Municípios formas de colaboração para o 
atendimento socioeducativo em meio aberto; 
VI - prestar assessoria técnica e suplementação financeira aos Municípios 
para a oferta regular de programas de meio aberto; 
VII - garantir o pleno funcionamento do plantão interinstitucional, nos 
termos previstos no inciso V do art. 88 da Lei no 8.069, de 13 de julho 
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); 
VIII - garantir defesa técnica do adolescente a quem se atribua prática 
de ato infracional; 
IX - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o 
Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados 
necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e 
X - cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de 
programas e ações destinados a05297033608 o atendimento inicial de 
adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem como 
aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida 
socioeducativa privativa de liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS: 
 
I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de 
Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela União 
e pelo respectivo Estado; 
 
II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em 
conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano Estadual; 
 
III - criar e manter programas de atendimento para a execução das 
medidas socioeducativas em meio aberto; 
 
IV - editar normas complementares para a organização e funcionamento 
dos programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo; 
 
V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o 
Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados 
necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e 
 
VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a 
execução de programas e ações destinados ao atendimento inicial de 
adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem como 
aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida 
socioeducativa em meio aberto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentre essas competências, preste atenção que aos Estados 
compete a execução das medidas socioeducativas de 
semiliberdade e internação; já os municípios são responsáveis 
pela execucão das medidas em meio aberto, que são: Liberdade 
Assistida, Prestação de Serviços à Comunidade e Obrigação de 
Reparar o Dano. 
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O Capítulo III aborda os Planos de Atendimento Socieducativo 
(Nacional, Estaduais e Municipais), os quais devem prever ações 
articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência social, 
cultura, capacitação para o trabalho e esporte. O Plano Nacional, 
de acordo com o Artigo 7º, deve apresentar um diagnóstico da 
situação do SINASE, as diretrizes, os objetivos, as metas, as 
prioridades e as formas de financiamento e gestão das ações de 
atendimento para um período de 10 anos. Os Planos Estaduais e 
Municipais possuem o mesmo período de vigência. 
 
 
 
 
 
 
Na sequência, especificamente do Artigo 9º ao 17, a Lei trata dos 
programas de atendimento de meio aberto e de privação da 
liberdade. Aqui, é importante apreender que tanto os Estados, quanto os 
municípios e entidades de atendimento executoras devem inscrever os 
seus programas, respectivamente, no Conselho Estadual dos Direitos da 
Criança e do Adolescente e no Conselho Municipal dos Direitos da Criança 
e do Adolescente. 
Outros dois pontos a serem destacados: a composição da equipe 
técnica do programa de atendimento deverá ser interdisciplinar, 
compreendendo, no mínimo, profissionais das áreas de saúde, 
educação e assistência social, de acordo com as normas de 
referência (Artigo 12). É vedada a edificação de unidades 
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer 
forma integrados a estabelecimentos penais (§ 1º do Artigo 16). 
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O Capítulo V dispõe sobre o processo de avaliação e 
acompanhamento da gestão do atendimento socieducativo, 
desenvolvido pela União, em articulação com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios. Estas avaliações devem ser periódicas, em 
intervalos não superiores a 03 (três) anos. 
Para tanto, institui-se o Sistema Nacional de Avaliação e 
Acompanhamento do Atendimento Socioeducativo, cujos objetivos 
são: 
 
I - contribuir para a organização da rede de 
atendimento socioeducativo; 
II - assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações do 
atendimento socioeducativo e seus resultados; 
III - promover a melhora da qualidade da gestão e do 
atendimento socioeducativo; e 
IV - disponibilizar informações sobre o atendimento 
socioeducativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O Poder Judiciário, o Ministério 
Público, a Defensoria Pública e 
os Conselhos Tutelares 
participam desse processo de 
avaliação. 
Os Capítulos VI e VII abordam, respectivamente, a 
responsabilização dos gestores, operadores e entidades de 
atendimento, assim como o financiamento e as prioridades. 
Não deixe de ler!!! 
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Agora vamos nos atentar à execução das medidas 
socioeducativas, que são regidas pelos seguintes princípios: 
 
I - legalidade, não podendo o adolescente receber 
tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto; 
II - excepcionalidade da intervenção judicial e da 
imposição de medidas, favorecendo-se meios de 
autocomposição de conflitos; 
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam 
restaurativas e, sempre que possível, atendam às 
necessidades das vítimas; 
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida; 
V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, 
em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei 
no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança 
e do Adolescente); 
VI - individualização, considerando-se a idade, 
capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente; 
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a 
realização dos objetivos da medida; 
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente 
em razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, 
orientação religiosa, política ou sexual, ou associação 
ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e 
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e 
comunitários no processo socioeducativo. (Art. 35) 
 
Dentre os diversos procedimentos que envolvem a execução dessas 
medidas, fique atento aos prazos de reavaliação, por exemplo: o Artigo 
42 dispõe que as medidas socioeducativas de liberdade assistida, 
de semiliberdade e de intern05297033608 ação deverão ser reavaliadas 
no máximo a cada 06 (seis) meses. 
 
 
§ 2o A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo 
de duração da medida não são fatores que, por si, justifiquem a 
não substituição da medida por outra menos grave. 
§ 3o Considera-se mais grave a internação, em relação a todas 
as demais medidas, e mais grave a semiliberdade, em relação 
às medidas de meio aberto. 
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Quais são os direitos dos adolescentes em cumprimento de 
medida socioeducativa? 
 
 
I - ser acompanhado por seus pais ou responsável 
e por seu defensor, em qualquer fase do 
procedimento administrativo ou judicial; 
II - ser incluído em programa de meio aberto 
quando inexistir vaga para o cumprimento de 
medida de privação da liberdade, exceto nos casos 
de ato infracional cometido mediante grave 
ameaça ou violência à pessoa, quando o 
adolescente deverá ser internado em Unidade 
mais próxima de seu local de residência; 
III - ser respeitado em sua personalidade, 
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A reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das 
medidas de meio aberto ou de privação da liberdade e do respectivo 
plano individual pode ser solicitada a qualquer tempo, a
pedido da 
direção do programa de atendimento, do defensor, do Ministério 
Público, do adolescente, de seus pais ou responsável. 
 
§ 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros motivos: 
 
I - o desempenho adequado do adolescente com base no seu plano de 
atendimento individual, antes do prazo da reavaliação obrigatória; 
 
II - a inadaptação do adolescente ao programa e o reiterado 
descumprimento das atividades do plano individual; e 
 
III - a necessidade de modificação das atividades do plano individual 
que importem em maior restrição da liberdade do adolescente. 
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intimidade, liberdade de pensamento e religião e 
em todos os direitos não expressamente limitados 
na sentença; 
IV - peticionar, por escrito ou verbalmente, 
diretamente a qualquer autoridade ou órgão 
público, devendo, obrigatoriamente, ser 
respondido em até 15 (quinze) dias; 
V - ser informado, inclusive por escrito, das 
normas de organização e funcionamento do 
programa de atendimento e também das previsões 
de natureza disciplinar; 
VI - receber, sempre que solicitar, informações 
sobre a evolução de seu plano individual, 
participando, obrigatoriamente, de sua elaboração 
e, se for o caso, reavaliação; 
VII - receber assistência integral à sua saúde, 
conforme o disposto no art. 60 desta Lei; e 
VIII - ter atendimento garantido em creche e pré- 
escola aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos. 
 
 
 
 
PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO – PIA 
 
 
 
 
 
 
O PIA é um instrumento primordial de previsão, registro e 
gestão das atividades desenvolvidas com o adolescente em 
cumprimento das medidas socioeducativas de prestação de serviços 
à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação. 
 
 
 
 
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O Capítulo V da Lei trata da atenção integral à saúde do adolescente 
em cumprimento de medida socioeducativa, salientando as 
especificidades daqueles com transtorno mental e com dependência de 
álcool e de substância psicoativa. Destas disposições, destacamos os 
seguintes: 
 
 
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 O PIA deve ser elaborado pela equipe técnica do programa de 
atendimento, com a participação efetiva do adolescente e de sua 
família, representada por ser pais ou responsáveis; 
 
 No PIA deverá constar: 
 
- os resultados da avaliação interdisciplinar; 
- os objetivos declarados pelo adolescente; 
- a previsão de suas atividades de integração social e/ou 
capacitação profissional; 
- atividades de integração e apoio à família; 
- formas de participação da família para efetivo cumprimento 
do plano individual; e 
- as medidas específicas de atenção à saúde. 
 
 O prazo para elaboração do PIA é de até 45 dias da data do 
ingresso do adolescente no programa de atendimento; 
 
 Nos casos das medidas de prestação de serviços à comunidade e 
de liberdade assistida, o PIA deve ser elaborado no prazo de até 
15 dias do ingresso do adolescente no programa de atendimento. 
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Serão asseguradas as condições necessárias para que 
a adolescente submetida à execução de medida 
socioeducativa de privação de liberdade permaneça 
com o seu filho durante o período de amamentação. 
(§2º do Art. 63) 
Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a 
execução da medida socioeducativa, ouvidos o 
defensor e o Ministério Público, com vistas a incluir o 
adolescente em programa de atenção integral à saúde 
mental que melhor atenda aos objetivos terapêuticos 
estabelecidos para o seu caso específico. (§4º do Art. 
64) 
 
 
 
Para finalizarmos o estudo do SINASE, é importante se atentar aos 
Artigos (67 ao 70) que dispõem sobre o direito à visita ao adolescente 
que está em cumprimento de medida de internação. 
 
 
 
 
 
 
Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou 
responsáveis, parentes e amigos a adolescente a quem 
foi aplicada medida socioeducativa de internação observará 
dias e horários próprios definidos pela direção do 
programa de atendimento. 
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que 
viva, comprovadamente, em união estável o direito à 
visita íntima. 
Parágrafo único. O visitante será identificado e registrado 
pela direção do programa de atendimento, que emitirá 
documento de identificação, pessoal e intransferível, 
específico para a realização da visita íntima. 
Art. 69. É garantido aos adolescentes em 
cumprimento de medida socioeducativa de internação 
o direito de receber visita dos filhos, 
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independentemente da idade desses. 
Art. 70. O regulamento interno estabelecerá as hipóteses 
de proibição da entrada de objetos na unidade de 
internação, vedando o acesso aos seus portadores. 
 
 
 
 
 
 
 
4. RESUMO D@ CONCURSEIR@ 
 
 
 
 
 
 
 
- Direito à Convivência Familiar e Comunitária 
 
 
 O direito à convivência familiar e comunitária é um dos cinco 
direitos fundamentais da criança e do adolescente, segundo 
expresso pelo ECA; 
 O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de 
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária 
(PNCFC) foi resultado de um processo participativo de diferentes 
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Alun@, estes eram os 
principais pontos do 
SINASE. Como sempre 
uma leitura analítica da 
Lei é sempre 
recomendável!!! 
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segmentos da sociedade civil e do poder público, com o objetivo de 
dar prioridade à formulação e implementação de políticas públicas 
capazes de assegurar a convivência familiar e comunitária. Além do 
mais, constituiu-se em um importante marco, na medida em que 
rompe com a cultura de institucionalização e fortalece o paradigma 
da proteção integral e da preservação dos vínculos familiares e 
comunitários preconizados no ECA; 
 O Plano Nacional em questão preconiza a prevenção ao rompimento 
dos vínculos familiares; a qualificação do atendimento nos serviços 
de acolhimento; o investimento para o retorno ao convívio com a 
família de origem. Assim como exposto no ECA, o Plano reforça que 
apenas após esgotadas todas essas possibilidades é que será 
viabilizado o encaminhamento da criança ou do adolescente para 
família substituta mediante guarda, tutela ou adoção; 
 Acolhimento institucional: os serviços devem prestar plena 
assistência de acolhida, cuidado e espaço para socialização e 
desenvolvimento da criança e do adolescente. Este acolhimento 
pode ser oferecido nas seguintes modalidades: serviço de 
acolhimento institucional, casa lar, casa de passagem e república de 
jovens; 
 O acolhimento familiar, assim como o institucional, é uma medida 
de proteção, de competência exclusiva da autoridade judiciária, que 
se destina a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade 
e risco, afastados provisoriamente de suas famílias. Esta 
modalidade de acolhimento é organizada
em residências de famílias 
acolhedoras previamente cadastradas; 
 
- Adolescente em conflito com a lei 
 
 
 “o ECA promoveu uma reforma no Código de Menores de 1979, na 
 
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medida em que não rompeu com a visão do projeto de sociedade 
presente no Código de Menores. É claro que incorporou elementos 
de „descontinuidades‟ e manteve os de „continuidades‟ num 
processo de reafirmação da sociedade de controle do capital”. 
(2005, p. 31); 
 Quanto ao adolescente em conflito com a lei há continuidades e 
descontinuidades, na medida que ainda está presente na sociedade 
a ideia da “periculosidade juvenil” – basta lembrarmos dos 
sucessivos debates sobre a redução da maioridade penal – assim 
como descontinuidades, visto a proposta das medidas 
socioeducativas, ordenadas em um Sistema Nacional de 
Atendimento Socioeducativo (SINASE); 
 Ato infracional - conduta descrita como crime ou contravenção 
penal. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, 
sujeitos às medidas previstas no ECA; 
 Medidas Socioeducativas - advertência; obrigação de reparar o 
dano; prestação de serviços à comunidade; liberdade assistida; 
inserção em regime de semi-liberdade; internação em 
estabelecimento educacional; 
 Medidas aplicadas aos pais ou responsável: encaminhamento a 
serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e 
promoção da família; inclusão em programa oficial ou comunitário 
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
encaminhamento a cursos ou programas de orientação; obrigação 
de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e 
aproveitamento escolar; obrigação de encaminhar a criança ou 
adolescente a tratamento especializado; advertência; perda da 
guarda; destituição da tutela; suspensão ou destituição do poder 
familiar; 
 O SINASE foi instituído pela Lei Federal nº 12.594 de 18 de janeiro 
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de 2012, a qual ainda regulamenta a execucação das medidas 
socieducativas destinadas a adolescente autor de ato infracional. 
 SINASE - Conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que 
envolvem a execução de medidas socioeducativas, incluindo-se 
nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem 
como todos os planos, políticas e programas específicos de 
atendimento a adolescente em conflito com a lei. (§1º do Art. 1º) 
 O SINASE é coordenado pela União e integrado pelos sistemas 
estaduais, distrital e municipais responsáveis pela implementação 
dos seus respectivos programas de atendimento a adolescente ao 
qual seja aplicada medida socieducativa, com liberdade de 
organização e funcionamento. 
 Aos Estados compete a execução das medidas socioeducativas de 
semiliberdade e internação; já os municípios são responsáveis pela 
execucão das medidas em meio aberto, que são: Liberdade 
Assistida, Prestação de Serviços à Comunidade e Obrigação de 
Reparar o Dano. 
 O PIA é um instrumento primordial de previsão, registro e gestão 
das atividades desenvolvidas com o adolescente em cumprimento 
das medidas socioeducativas de prestação de serviços à 
comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação. 
 
 
5. QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – TJ/SP – VUNESP – 2012 – Assistente Social - A apreensão do 
adolescente, importando privação de liberdade, somente poderá ser 
efetivada em razão de flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, cuidando-se de 
garantia individual assegurada pela Constituição Federal. Conforme prevê 
o artigo 177 do ECA, se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios 
de participação de adolescente na prática de ato infracional, 
 
a) a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério 
Público relatório das investigações e demais documentos. 
b) os pais ou responsável responderão processualmente, considerando a 
não evidência do ato infracional. 
c) poderá a autoridade policial proceder à internação provisória do 
adolescente até a emissão de ordem escrita da autoridade judiciária. 
d) o adolescente poderá ser apreendido mediante depoimento de 
testemunhas presentes no ato infracional praticado. 
e) a autoridade judiciária poderá conceder remissão, oferecida por 
petição, cientificados os pais ou responsável. 
 
Comentários: Car@ Alun@, como ressaltamos nesta aula e na anterior, 
o ECA (Lei n. 8.069/1990) tem o objetivo principal de preservar os 
direitos das crianças e dos adolescentes, e, para tanto, esta legislação 
prevê uma série de orientações nas situações envolvendo esses sujeitos 
de direitos, sob pena de responsabilidade para quem descumpri-las. No 
tocante à situação dos adolescentes em conflito com a lei, por 
cometimento de ato infracional, o ECA destaca algumas questões, dentre 
elas, ações que devem ser respeitadas com vistas a garantir a dignidade 
da pessoa humana (no caso dos adolescentes) e evitar consequências 
deletérias a este público devido a sua condição de sujeito em 
desenvolvimento. Em relação especificamente ao art. 177 do ECA do qual 
trata o enunciado, este indica que em casos de não flagrante, mas em 
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que haja indícios da participação do adolescente na prática de ato 
infracional, a autoridade policial deverá encaminhar para o Ministério 
Público relatório que contenha as investigações e documentos pertinentes 
ao caso. Portanto, a alternativa “a” apresenta-se correta, pois traz o 
enunciado como expresso na legislação. A alternativa “b” encontra-se 
incorreta, pois esta alternativa não consta do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, além disso, não faz sentido os pais ou responsáveis 
responderem processualmente se não houve ato infracional. A alternativa 
“c” também se apresenta incorreta, pois não é de responsabilidade da 
autoridade policial proceder à internação provisória, pois esta deve ser 
decidida pelo juiz responsável. A alternativa “d” está incorreta, pois o 
adolescente somente poderá ser apreendido por força de ordem judicial 
(art. 171) ou em flagrante (art. 172). Por fim, a alternativa “e” está 
incorreta, pois conforme está expresso no ECA a remissão é de 
responsabilidade do Ministério Público. 
 
Gabarito: Letra A 
 
2 – TJ/SP – VUNESP – 2012 – Assistente Social - O SINASE-Sistema 
Nacional de Atendimento Socioeducativo orienta-se pelas normativas 
nacionais e internacionais, das quais o Brasil é signatário. Os princípios do 
atendimento socioeducativo se somam àqueles integrantes e orientadores 
do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente. 
Respeito ao devido processo legal, para o adolescente acusado da prática 
de ato infracional, é um dos princípios do SINASE. O devido processo 
legal abarca, entre outros direitos e garantias, 
 
a) a excepcionalidade e brevidade. 
b) a prioridade absoluta para a criança. 
c) o direito ao contraditório.

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