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Trabalho de Ventilação Mecânica

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0 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Ventilação Mecânica 
 
 
 
 
 
 
 
Vicktor Henrique Ferreira Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RONDONÓPOLIS, MT 
09 de março de 2019 
1 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................2 
BREVE HISTÓRICO ...................................................................................................................................................2 
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA “NORMAL” ..................................................................................................................3 
“FISIOLOGIA DO VENTILADOR” ..............................................................................................................................5 
2. OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................................................................................7 
3. INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ..........................................................................................................7 
4. CICLO RESPIRATÓRIO ARTIFICIAL .......................................................................................................................8 
5. CURVAS DE FLUXO, PRESSÃO E VOLUME ...........................................................................................................9 
A Curva de Fluxo (figura ao lado) ...........................................................................................................................9 
A Curva de Pressão (FIGURA AO LADO) .............................................................................................................. 10 
6. MODALIDADES VENTILATÓRIAS ...................................................................................................................... 10 
VCV – Ventilação Controlada a Volume .............................................................................................................. 11 
PCV – Ventilação Controlada a Pressão .............................................................................................................. 12 
PSV – Ventilação com pressão de Suporte .......................................................................................................... 13 
7. PARÂMETROS INICIAIS DO VENTILADOR ......................................................................................................... 14 
8. VARIAÇÕES CLÍNICAS ....................................................................................................................................... 15 
NORMAIS: ............................................................................................................................................................ 15 
PÓS-OPERATÓRIO: ............................................................................................................................................... 16 
DPOC: ................................................................................................................................................................... 17 
ASMA: .................................................................................................................................................................. 17 
SDRA: ................................................................................................................................................................... 18 
RESUMO: ............................................................................................................................................................. 19 
OUTROS AJUSTES ESPECIAIS – CEC e Doença parenquimatosa .......................................................................... 19 
9. ALARMES DO VENTILADOR.............................................................................................................................. 20 
10. REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS DA VM ................................................................................................. 20 
11. MONTAGEM E AJUSTES INICIAIS ................................................................................................................. 21 
12. POTENCIAIS COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ......................................................................... 23 
13. CASOS CLÍNICOS .......................................................................................................................................... 24 
14. DESMAME VENTILATÓRIO ........................................................................................................................... 26 
15. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 26 
ANEXO 1: Procedimentos de nebulização e cuidados com o balonete .................................................................. 27 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
BREVE HISTÓRICO 
 
 Galeno, no século 2 d.C. apontou a importância da respiração para a manutenção da circulação, 
tendo havido pouco avanço até que Andreas Vesalius publicou a primeira referência à ventilação com 
pressão positiva (VPP). O mesmo também descreveu algo similar ao feito com traqueostomia+VPP, 
porém teve seus escritos renegados por séculos. 
 Robert Hook, experimentou, com sucesso, a hipótese de galeno, ao criar, com foles e tubos, um 
fluxo contínuo de ar pela parede torácica de um cachorro. 
 Em 1774 Priestly e Scheele, descobriram o oxigênio, e em seguida Lavoisier descobriu sua 
importância na respiração. Ironicamente, a descoberta do oxigênio impediu temporariamente a aplicação 
efetiva da ressuscitação. A respiração/ressuscitação boca-a-boca foi descrita muito antes por Tossach, 
e estava em uso, mas foi largamente descontinuada desde então, pois pensava-se que o ar exalado era 
desprovido de oxigênio. 
 No início do século XIX, os ventiladores foram desenvolvidos baseados em princípios fisiológicos 
aceitos. Essencialmente, ventilação era fornecida usando pressão negativa aplicada no corpo do 
paciente. Com contribuições de Woillez, Drinker e Shaw, James Wilson e Lord chegou-se a um modelo 
de ventilador de pressão negativa prático, usado para tratar os pacientes com pólio, baseados em 
grandes salas de pressão negativa, dentro da qual se prestava os cuidados com o doente, estando sua 
face em pressão atmosférica. 
 Revolução e restauração da ventilação com pressão positiva 
 A volta da pólio foi um marco na história da ventilação mecânica. A mielite aguda subtraia a 
capacidade da despolarização da musculatura respiratória, só precisava de suporte, maioria recuperava 
capacidade. Apresentou benefícios dramáticos, se espalhando pelo mundo. Antes disso, na década de 
1940 formavam-se verdadeiros salões com 30-40 pacientes em ventilação negativa, exigindo cuidados 
contínuos de enfermagem. Na década de 1950, em uma das várias epidemias, suspeitava-se que 
falência renal causada por viremia sistêmica era a causa das mortes. Entretanto, Bjorn Ibsen sugeriu 
que os sintomas terminais tinham causa na falência respiratória, sugerindo suporte ventilatório com 
traqueostomia+VPP pela primeira vez, o que provocou dramática queda da mortalidade. Diante da falta 
de ventiladores de pressão positiva a solução era ventilar manualmente, o que levou a solução logística 
de um único local, primórdio conceitual das UTIs atuais. 
 De fornecer suporte ventilatório para uma falência muscular anteriormente, o foco direcionou-se 
às falhas de oxigenação, quando surgiu a mensuração dos gases sanguíneos e identificou-se aSíndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Em seguida foi introduzida a PEEP, pressão 
positiva ao final da expiração, após constatarem que reduzia mortalidade em insuficiência cardíaca 
aguda. 
 Efeitos deletérios da Ventilação 
 Tossach e Fothergil sugeriram a possibilidade de lesão induzida pela ventilação e em 1829 
D´Etioles demonstrou que foles poderiam causar pneumotórax ao ventilar paciente sem pulso, mas 
suspeitavam que a ventilação boca a boca teria menor risco. Esse estudo foi mal interpretado, sugerindo 
que os pulmões do paciente sem pulso não tolerariam ventilação com pressão positiva. Isso causou 
grande retrocesso. De fato, em 1837, a Royal Humane Society removeu foles e a respiração bucal de 
sua lista de suas recomendações terapêuticas. 
 A VM era usada, primariamente, para substituir o drive neuromuscular em paciente hígido. Usava-
se baixa pressão, considerado seguro até então. Entretanto, em doenças pulmonares, com 
comprometimento da hematose, esses ventiladores de pressão negativa eram ineficazes em manter as 
trocas gasosas. Isso, combinado com os experimentos de Ibsen levaram ao uso da VPP. Esses novos 
3 
 
ventiladores poderiam aplicar maiores pressões, aumentando a eficácia da troca gasosa, porém, a 
desvantagem inicial era o risco de lesão pulmonar, como pneumotórax. Esse fenômeno foi inicialmente 
chamado de barotrauma. Antes o ar era puxado, agora é empurrado, o que é contra fisiológico e, apesar 
de funcionar, cobra seu preço, como será descrito nas repercussões hemodinâmicas da VM. 
 Nos anos 1940 Macklin e Macklin descobriram os mecanismos do barotrauma e do pneumotórax. 
Observaram que os alvéolos se encontram justapostos à bainha broncovesivular e a medida que a 
pressão através da membrana aumentada com o maior volume pulmonar, aquela poderia rasgar, 
espalhando o ar proximamente e provocando o barotrauma. 
 A partir de 1960 o foco foi para a toxicidade do oxigênio. Ensaios animais demonstravam aumento 
“paradoxal” da mortalidade com FiO2 = 100%, e sérias 
complicações em crianças ventiladas com altas taxas de 
FiO2. No fim da década, observou-se que baixo volume 
corrente (junto com baixos valores de PEEP) estava 
associado com atelectasia e hipoxemia. Dada a 
relutância em usar alta FiO2, se usou volumes correntes 
muito altos, o que também foi deletério. 
 Webb e Tierney demonstram que o uso de altas 
pressões de distensão causava edema pulmonar fatal 
em muitos ratos. Aceita-se atualmente que a pressão 
transalveolar deva ser menor que 30mmHg, o que se 
traduz em pressão de platô da via aérea entre 30-
35mmHg. Dreyfus et al, sugeriram o termo volutrauma 
para enfatizar que não era a pressão ventilatória absoluta 
por si o fator importante, mas a distensão alveolar. Em 
1997 descobriu-se os mecanismos do Biotrauma, as 
consequências biológicas da ventilação mecânica. Este 
mecanismo pode explicar porque a maioria dos 
pacientes com ARDS que morrem, não o fazem 
exclusivamente pela hipoxemia, mas também pela 
falência multiorgânica, ver VILI (ventilatory induced lung 
injury). 
 A descoberta dos efeitos deletérios da VM levou a 
mudanças na ventilação e manejo ventilatório, como uso 
da VNI, hipoventilação controlada na asma para reduzir 
autoPEEP, hipercapnia permissiva na SDRA, cuja 
estratégia de ventilação mudou com a publicação do 
SDRAnet, que demonstrou mortalidade decrescente 
com estratégias para minimizar a VILI incluindo PEEP 
alta, posição prona, BNM (bloqueio neuromuscular 
rápido). 
 BIRD MARK 7 
 Ainda sobre os ventiladores, em 1960 surgiu o BIRD MARK7, ventilador sem microchip, sem 
sensores eletrônicos, que funciona somente com fluxo dos gases e pressão, sem energia elétrica. Após 
1980 surgiram os ventiladores modernos, ciclados a volume, pois o BM7 era apenas à pressão; 
possuindo processadores eletrônicos e sensores capazes de operar em diferentes modos, com variação 
do mecanismo de disparo, inspiração e ciclagem. 
 
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA “NORMAL” 
 
A inspiração é processo ativo em que a musculatura gera pressão negativa intratorácica e a 
expiração é processo passivo, devido força elástica dos pulmões e tórax. A quantidade de ar que entra, 
Figura 4. Alterações por VILI.Biologic, physiologic and systemic effects caused by 
injurious ventilatory strategies. mediators can recruit neutrophils prom pulmonary 
fibrosis, can increase permeability = translocation of mediators, bacteria or 
lipopolysaccharides into the systemic. These lead to multi-organ dysfunction 
syndrome and death. VILI = Ventilated Induced Lung Injury 
Figura 3: Time line highlighting a number of basic science (top) and clinical 
(bottom) observations that have had an impact on our current understanding of 
ventilator induced lung injury and on ventilatory support of the critically ill over 
the past. 
4 
 
ou seja, a capacidade que o pulmão tem de se expandir, é determinada pela complacência(C) e 
resistência (R). Complacência também pode ser chamada capacidade elástica do tórax: C=∆V/∆P 
(variação do volume pulmonar gerada por uma variação de pressão). É determinada pela interação entre 
colágeno e elastina. Na fibrose predomina a produção de colágeno, diminuindo a complacência. Já no 
enfisematoso, reduz colágeno, é fácil de distender, porém reduz a retração elástica, reduzindo a 
capacidade de expulsar o ar. Logo, em situações de queda da complacência os pulmões são descritos 
como “duros”, como na SDRA, doença da membrana hialina e edema pulmonar, pneumotórax, edema 
pulmonar, derrame pleural volumoso, fibrose pulmonar. Em outras palavras, o pulmão será mais 
facilmente distendido, quanto mais complacente ele for. 
Na imagem abaixo, no primeiro terço da curva de pressão pulmão+tórax corresponde a mecânica 
da parede torácica com volume pulmonar baixo, há vias aéreas colabadas e é preciso mínima pressão 
para abri-las, entretanto, pequenos volumes geram grande variação de pressão. Na segunda parte há 
subida retilínea, é aqui que se avalia a complacência estática, a inclinação dessa curva é a 
complacência. A porção final da curva representa a hiperdistenção pulmonar, quando há grande 
variação de pressão para pequenas adições de volume. Nos extremos, volume pulmonar mínimo e 
hiperdistenção são necessárias grandes variações de pressão para pequenas mudanças do volume. 
 
 
 Lembrar da histerese pulmonar, como representado na imagem abaixo 
 
Cálculo da complacência estática: Ce = VCexp/(Pplatô-PEEP). A complacência dinâmica é mais 
simples de calcular, porém leva em consideração a pressão resistiva das vias aéreas e pode ser alterada 
por broncoespasmo, presença de secreção nas vias aéreas ou de variações do fluxo inspiratório, 
devendo ser interpretada de forma criteriosa. Cdin = VCexp/ (PIP – PEEP) 
Fatores que influenciam a complacência: 
Fisiológicos: 
• Condensações pulmonares 
• Água intersticial pulmonar 
• Hiperinsuflação (DPOC, enfisematoso, Broncoespasmo) 
• Alterações de parede torácica (fraturas/D. pleural) 
5 
 
• Instabilidade da membrana alveolar/surfactante 
• Fibrose intersticial 
• Atividade muscular 
 
 A resistência (R) é a dificuldade de o ar passar pelas vias aéreas, em que R=∆P/Q, variação de 
pressão necessária para produzir determinado fluxo Q. A variação de pressão é determinada por ∆P= 
Fluxo x Resistência da via aérea. Expressa em centímetro de água por litro por segundo (cmH2O/L/s). 
 Asma, bronquiolite, DPOC aumentam a resistência. Na VM, quanto maior a resistência à entrada 
ou saída do fluxo aéreo no sistema respiratório ⇒ maior o gasto energético muscular e o consumo de 
oxigênio, e quanto maior o gasto energético ⇒ maior o risco de fadiga muscular. R = (PIP – Pplatô) / Fluxo 
inspiratório. O aumento da resistência pode acarretar o surgimento de auto-PEEP. A avaliação da 
resistência permite avaliar a resposta à terapêutica dos broncodiladorese a evolução clínica do paciente. 
Aumento da resistência também está ligado com demora do processo de desmame. 
 Fatores que influenciam a resistência: 
 Fisiológicos: 
• Broncoespasmo 
• Enfisema 
• Corpo estranho/obstrução 
• Secreção 
• Traqueobronquiomalácia 
 Mecânicos: 
• Diâmetro do tubo 
• Fluxo de gás 
• Água no tubo 
 
 Constante de tempo (CT) é o tempo necessário para o equilíbrio de pressões entre a via aérea e 
os alvéolos. É produto da resistência pela complacência, tal que CT=RxC. Em adultos se aproxima de 
0,3 segundos. 1CT equilibra 63% alvéolos; 3CT ~ 95%; 5CT ~ 99%. Isso implica que o tempo 
inspiratório deve valer de 3 a 5 CT, o que equivale a aproximadamente 1 segundo em adultos. 
 Trabalho respiratório é o esforço feito para vencer complacência e resistência. Patologias que 
diminuem a complacência ou aumentam a resistência do aparelho respiratório provocam diretamente 
aumento do trabalho respiratório, levando ao aumento da frequência respiratória e uso da musculatura 
acessória. 
 O volume que entra e sai é o volume corrente (VC), varia de 6 a 8 ml/kg de peso ideal. CRF é a 
capacidade residual funcional, VFP é o volume de fechamento pulmonar, a partir do qual inicia o colapso 
alveolar. Logo aumento de VFP ou redução de CRF provoca colapso e atelectasia. Crianças tem maior 
risco, pois sua CRF é menor que sua VFP. A PEEP aumenta a CRF acima do VFP, prevenindo tal 
complicação. 
 
“FISIOLOGIA DO VENTILADOR” 
 
Quando o ventilador aumenta a pressão na via aérea (PVA), a diferença de pressão (∆P) gerará 
um fluxo proporcional à resistência e entregará um volume corrente proporcional à complacência. Logo, 
PVA = Q x R + (VC / C) + PEEP. 
 Na ventilação mecânica assistida, o ciclo respiratório será composto de quatro fases distintas: 
transição da expiração para a inspiração (disparo), inspiração, transição da inspiração para a expiração 
(ciclagem ou ciclo) e expiração. 
 Disparo refere-se ao modo como o ventilador inicia uma inspiração. O disparo pode ser feito por 
tempo (controlado) ou pressão/fluxo (requer esforço inspiratório, modo assistido). 
6 
 
 Uma vez disparada a inspiração, o ventilador deve fornecer um fluxo de ar para dentro dos 
pulmões até atingir um determinado limite já pré-estabelecido. Isto pode ser obtido gerando-se uma 
pressão positiva constante no circuito. Isso se chama ventilação limitada a pressão. Se o ventilador 
fornece um volume ou um fluxo pré-determinado, dizemos que a ventilação é limitada a volume ou 
limitada a fluxo. 
 Ciclagem refere-se ao modo como o ventilador encerra a inspiração e passa para a fase 
expiratória do ciclo. Se a inspiração é encerrada após um tempo pré-determinado, chamamos de 
ciclagem a tempo. Se a inspiração é encerrada ao atingir-se determinada pressão ou volume, dizemos 
que se trata de ciclagem a pressão ou ciclagem a volume, respectivamente. 
 Por fim, durante a expiração, uma válvula é aberta no circuito do ventilador, deixando o ar sair 
dos pulmões de maneira passiva, até que um novo disparo ocorra. 
 Dessa forma, os ventiladores podem ser classificados de acordo com a forma com que eles 
operam nas três primeiras fases do ciclo. 
Pressão de platô: é a pressão de equilíbrio alveolar, medida por meio de uma pausa inspiratória 
(inspiratory hold). 
 
Pressão inspiratória e Pressão média 
 No início do ciclo são necessárias maiores pressões para vencer a resistência da via aérea, pois 
está havendo fluxo de ar. Exige maior pressão para colocar o ar dentro dos pulmões, porque está sendo 
acelerado pela traqueia, brônquios, bronquíolos, exigindo grande diferença de pressão para acelerar o 
ar. Essa pressão adicional para vencer a resistência é chamada PIP, pressão inspiratória de pico. 
Quanto maior a complacência, maior a PIP. Quando fecha a válvula inspiratória, perde-se o componente 
de resistência, diminuindo a pressão. Quando se atinge o volume corrente, ao travar as válvulas ins. e 
exp. a pressão no sistema cai, pois, aquela pressão elevada era para vencer a resistência da via aérea. 
Surge então a pressão de platô, que é a pressão relacionada a distribuição e acomodamento do volume 
corrente dado ao pulmão. Se o pulmão é complacente haverá pressões de platô baixas, se é duro, há 
pressões de platô altas. A área da figura TEMPO x PRESSÃO é a pressão média de via aérea, se há 
necessidade de melhora da oxigenação, é só aumentar a pressão média, ou seja, a área da curva. 
 Quando se fornece PEEP, é uma das formas mais fáceis de se melhorar a hipoxemia, pois 
aumenta a área da pressão média inteira da curva. 
 Regulação I:E – todo ajuste no ventilador refere-se ao tempo inspiratório, o expiratório é totalmente 
passível. 
 
Como aumentar a Pmédia? 
1. Aumentando a PIP é uma péssima solução. Risco de barotrauma. 
2. Fornecer mais rapidamente o ar, acelerando a entrada, aumentando o FLUXO, porém aumenta 
a PIP também. 
3. A terceira é aumentar o tempo inspiratório, as custas de uma FR globalmente mais baixa, para 
ter tempo de expiração. A forma mais fácil é subir a pressão média da via aérea aumentando a 
pressão de base, com a PEEP. Ocorre aumento da linha de base 
Isso é importante porque são essas alterações o principal determinante de Po2 sanguíneo. Uma das 
formas de diminuir o tempo inspiratório é aumentando o fluxo, pois atinge o VC planejado mais 
rapidamente. A figura abaixo esquematiza um ventilador mecânico. 
 
 
7 
 
 
2. OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
Para ajustar o ventilador é preciso saber o que influencia a oxigenação e a ventilação. 
 
1 – Oxigenação 
 Determinada por Peep/FiO2/Paw ou Pva. O que pode ser comprovado pela fórmula de pressão 
arterial parcial de O2, que é o produto da fração inspirada pela pressão média das vias aéreas (Paw), 
algo como PaO2 ~ FiO2 x Pva. Hipoxemia é redução do conteúdo arterial de oxigênio e hipóxia do 
conteúdo tecidual. Hipoxemia é PaO2 <60mmHg (ou SaO2 < 90%). 
 
2- Ventilação: remover CO2 
 Volume minuto (VC x FR) determina o grau que lava o CO2. O volume minuto é o principal 
determinante para a eliminação de dióxido de carbono (CO2). Vm = VC x FR. Hipercapnia é o aumento 
de CO2 no sangue arterial, no caso, PaCO2 > 45mmHg. 
 Logo, para haver respiração, é necessária: (1) ventilação, devido movimento mecânico gerando 
diferença de pressão (substituído pela VPP) e (2) difusão, com movimento molecular e diferença de 
concentração e (3) perfusão. 
 
Introdução aos conceitos de insuficiência respiratória 
 
 Shunt e Espaço morto. Pneumonia e atelectasia são Shunt direita esquerda, áreas com V/Q 
reduzido, principal causa de hipoxemia. Espaço morto é área ventilada não perfundidas, como exemplo 
TEP e hipertensão pulmonar. No shunt tem hipoxemia mais intensa e no espaço morto o problema é só 
resolver a circulação que se resolve a ventilação. 
 Falência respiratória é a incapacidade de manter oxigenação e/ou ventilação adequadas, apesar 
da utilização de terapias conservadoras (p. ex., administração de oxigênio, broncodilatadores, etc.). 
Pode ocorrer na presença de hipoxemia grave (PaO2< 60mmHg com FiO2 > 60%), acidose respiratória 
grave (PaCO2 > 50mmHg e pH < 7,25) ou ambos. As principais causas de falência respiratória são: 
baixa complacência, alta resistência, desequilíbrio da relação ventilação/perfusão, hipoventilação 
(central ou periférica), alteração da membrana alvéolo-capilar, trauma cranioencefálico (TCE) ou torácico 
e redução da superfície de troca pulmonar. 
 
3. INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
8 
 
É importante compreender que a ventilação mecânica não é um tratamento, é um instrumento 
de suporte de vida, para compensar ou controlar uma insuficiência respiratória causada por uma 
doença de base. 
• Anormalidades da ventilação: 
o Disfunção da musculatura respiratória 
o Doenças neuromusculares 
o Alteração do nível de consciência 
o Driverespiratório diminuído 
o Resistência aumentada da VA ou obstrução 
• Anormalidades da oxigenação: 
o Hipoxemia 
o Necessidade de PEEP 
o Trabalho respiratório excessivo; 
• Outras: 
o Pós-RCP 
o Pós-op. De grandes cirúrgicas 
o Permitir sedações intensas; 
Ainda divididas em: 
Principais Indicações da Ventilação assistida 
Falência 
Respiratória 
Aumento do trabalho respiratório Doença do parênquima: SDRA, pneumonia, Doença da membrana hialina, 
atelectasia e fibrose pulmonar 
Doença das vias aéreas: Asma, bronquiolite, traqueomalácia grave 
Alterações da Complacência torácica: Queimaduras, ascite extensas, traumatismos 
Redução da capacidade de 
sustentar o trabalho respiratório 
Doenças neuromusculares 
Distúrbios eletrolíticos: hipocalemia, hipocalcemia 
Alterações do drive TCE, Anestesia ou sedação intensa, convulsões e estado pós-ictal, apneia da 
prematuridade, Doenças neurológicas graves 
Manejo 
de 
Doenças 
Extrapulmonares 
Necessidade de controle da 
ventilação 
Hipertensão intracraniana, Cardiopatias congênitas, hipertensão pulmonar do RN 
Estados pós-operatórios - 
Redução do trabalho respiratório Choque séptico ou cardiogênico, Insuficiência cardíaca grave 
 
4. CICLO RESPIRATÓRIO ARTIFICIAL 
 
São variáveis de controle: parâmetro que permanece constante durante a fase inspiratória a: 
• Pressão 
• Volume 
• Fluxo 
 
São variáveis de Fase: aquela que envolve a mudança do ciclo 
A. Gatilho: o que causa o início do ciclo? 
a. Pressão: detecta pressão negativa do esforço do paciente; → Ciclo assistido (doente 
dispara) 
b. Fluxo: da inspiração inicial do paciente; → Ciclo assistido (doente dispara) 
c. Tempo: quando o doente não dispara o aparelho; → Ciclo controlado (disparo pelo 
aparelho) 
B. O que isso implica? Que em situações como anestesia geral não se pode configurar ciclo 
assistido exclusivo, tem que ser controlado, ao contrário, quando está acordando, pode-se mudar 
para assistido-controlado, como pressão de suporte, pois já voltou a ter drive respiratório 
C. Limite/Controle: parâmetro fixo durante a inspiração 
D. Ciclagem: o que causa o fim do ciclo inspiratório (pode ser tempo, pressão ou o próprio volume 
corrente) 
9 
 
As 4 Variáveis da Mecânica Ventilatória Artificial 
 
No estudo dos modos ventilatórios é explicado como essas variáveis funcionam em cada modo. 
Fluxo: 
Relação com volume e tempo 
• Relação direta com volume 
• Relação inversamente proporcional com tempo da inspiração 
Pressão: 
Relação com impedância e fluxo 
• Relação direta com impedância e com fluxo 
• pressão alveolar deve ser < 35cmH2O 
Volume: 
Relação com fluxo e tempo 
• Relação direta com fluxo e tempo; 
• Volume corrente; 
• Volume minuto; 
• OBS: cálculo do volume leva em consideração o peso ideal do paciente e NÃO o peso real; 
Tempo: 
Tempo total da respiração = T insp + T exp. 
FR = 10 rpm = 60/10 = cada respiração dura 6 segundos 
I:E (1:2 ou 1:3 
 
5. CURVAS DE FLUXO, PRESSÃO E VOLUME 
 
A Curva de Fluxo (figura ao lado) 
 
Da fase inspiratória (1ª fase) 
• Disparo + Controle 
• O VM insufla os pulmões limitando (chamado 
controle) a pressão/volume/fluxo (depende do 
modo ventilatório) 
• Limite (Ex, 500ml de VC ou Pva de 30cmH2O) 
 
Sobre a ciclagem (2ª fase) 
VM muda da fase inspiratória para expiratório e 
pode ocorrer quando: 
• Atinge pressão prefixada; 
• Atinge volume corrente prefixado; 
• Fluxo inspiratório diminui 25% (quando diminui o VM entende que é hora de expirar) 
• Tempo; 
 
Sobre a fase expiratória (3ª fase) 
• VM abre a valva expiratória permitindo o esvaziamento dos pulmões e mantendo o PEEP 
 
Sobre o disparo (4ª fase) 
 Responde ao questionamento, porque inicia um novo ciclo? Marca a mudança da fase expiratória 
para inspiratória, podendo ser a tempo, pressão e fluxo 
• Tempo: determinado pela frequência respiratória; 
10 
 
• Pressão: esforço respiratório do paciente leva a pressão negativa definida pela sensibilidade 
(detecta a pressão negativa; det. pela sensibilidade) 
• Fluxo: determinado pela sensibilidade 
• Limite: 
 
A Curva de Pressão (FIGURA AO LADO) 
✓ 1 PEEP 
✓ 2 Pressão pico 
✓ 3 Pressão Platô 
Correlaciona-se com a pressão de retração elástica dos 
pulmões e da caixa torácica e pode ser usada como um 
marcador da distensão alveolar. A diferença entre a 
pressão de pico e a pressão de platô correlaciona-se 
com a resistência das vias aéreas. 
✓ 4 Início da fase expiratória; 
 
 
A monitorização gráfica permite detectar processos patológicos, condução e ajustes adequados 
da ventilação e mudança na estratégia ventilatória. 
• Curva de pressão: as fases inspiratórias e expiratória estão dispostas sempre acima da linha 
de base, e caso surja alguma negativação na fase do disparo, significa que o paciente realizou 
um esforço respiratório. 
• Curva de fluxo: apresenta na parte positiva do gráfico a fase inspiratória e a parte negativa a 
fase expiratória. Esse gráfico é muito utilizado para identificar autoPEEP. 
• Curva de volume: deve sempre iniciar e terminar na linha de base (zero). É bastante útil para 
identificar escape aéreo. Como pode ser demonstrado na figura abaixo: 
 
 
6. MODALIDADES VENTILATÓRIAS 
 
 Controlado: paciente não tem autonomia ventilatória nenhuma. A ventilação controlada é 
sempre disparada a tempo, não responde ao paciente. Reservado aos casos de apneia, geralmente 
inconscientes ou sob anestesia geral. Outras são TRM, depressão do SNC por drogas, bloqueio 
neuromuscular, anestesia intraoperatória, sedação profunda e uso de relaxante muscular. Vantagem é 
repouso muscular, desvantagem é que não permite interferência do paciente. 
 Assistido: paciente é capaz de deflagrar o ciclo respiratório. O disparo a fluxo/pressão, 
requer ajuste de sensibilidade. 
 Assistido-Controlado: combinação dos dois anteriores, disparo assistido, porém se apneia 
há disparo por tempo (ciclo controlado). Útil em pct com variação no nível de consciência ou força 
11 
 
muscular, ou recuperando-se de anestesia geral, pois garante um mínimo de ventilação, enquanto sua 
desvantagem é a hiperventilação e suas complicações em pacientes com fere, dor, agitação 
psicomotora, ansiedade e lesão cerebral grave e sepse, com risco de alcalose respiratória, pois o Vmin 
é consequência de VC x FR, se algum aumentar isso reduz o tempo expiratório, gerando auto-PEEP e 
aprisionamento de ar, reduzindo níveis de PaCO2. Possui algumas variáveis como janela de tempo, 
composta por espera, tempo em que o ventilador aguarda o esforço do paciente e respeito, no caso de 
o paciente apresentar esforço que dispare o ventilador este respeita uma janela de tempo para novo 
ciclo respiratório controlado. Indicada como modo inicial de VM de pacientes submetidos a IOT. 
 O aparelho interage com o doente, reconhece o disparo do doente, mas o condiciona à 
variável de controle. 
 Pode ser com volume controlado, garante: 
• Volume corrente constante 
• Fluxo controlado 
• Pausa inspiratória 
• FR A/C (Soma a frequência do ventilador + do paciente) 
• PIP variável 
Diferenças entre a modalidade A/C limitada a volume e a pressão 
 Volume Pressão 
Riscos ↑Pressão de pico ↓ Volume corrente e minuto 
Ajuste Fluxo inspiratório Tempo inspiratório 
 
 Espontâneo: paciente tem autonomia completa e recebe um suporte pressórico (PSV) 
 SIMV: Ventilação Mandatória intermitente sincronizada 
• Ciclos ventilatórios são liberados intermitentemente e permitem ao paciente ciclos 
espontâneos entre os mandatórios, ou seja, pode ter disparo a pressão ou fluxo (assistido) 
se o paciente entrar, porém se apneia há disparo a tempo (controlado). Ciclos 
espontâneos intercalados com ciclos A/C (GARANTE um volume minuto mínimo). 
• Interação maior entre o VM eo paciente 
• Antigamente considerado modo de desmame, mas estudos comprovam que NÃO é o 
melhor método de desmame. Desvantagens são acomodação, fadiga crônica pois um erro 
nos sensores de sensibilidade gera assincronia, podendo prolongar o desmame. 
• A não sincronizada permite respirações espontâneas entre os ciclos controlados e 
disparados por tempo. 
• É largamente usada, contempla fase de IOT, suporte ventilatório e desmame. Tem 
características da A/C e da PSV. Ciclagem espontânea é por fluxo, assistida por tempo, 
se modalidade volume controlado ciclagem é por volume corrente programado. 
• Indicada em poso p. com anestesia geral, neuropatias em fase inicial de desmame, a fim 
de garantir um volume-minuto mínimo. Assim que o drive estabilizar deve-se modificar 
para a modalidade PSV. 
 
 Podemos ventilar a pressão ou a volume. Modo ventilatório é como o ventilador dispensa o 
ciclo respiratório, como o gás é fornecido e como ocorre a ciclagem. 
1. Ventilação com Volume Controlado: VCV 
2. Ventilação com Pressão controlada: PCV 
3. Ventilação com Pressão de Suporte: PSV 
 
VCV – Ventilação Controlada a Volume 
 
 Assegura que o paciente receba VC pré-programado de acordo com fluxo e tempo 
inspiratório pré-programados 
12 
 
Disparo: 
• Tempo (Pela FR – controlada) 
• Fluxo ou pressão (Se ventilação assistida, pelo paciente) 
Limite: 
• Volume ou 
• Fluxo 
 
Ciclagem: 
• Volume ou 
• Tempo 
Variável dependente: 
• Pressão inspiratória 
 
Vantagens: 
 Em caso de necessidade de melhorar a hipóxia basta ajustar uma pausa inspiratória. É 
possível analisar a complacência, Pplatô – PEEP, resistência medida por PEP-Pplatô. 
• Controle do Volume corrente 
• Controle da PaCO2 (exemplo: hipertensão intracraniana) 
• Modelar o VC (exemplo: SDRA) – manter esse VC estritamente regulado. Tradicionalmente o 
modo limitado a volume é usado em anestesia para cirurgias e em pacientes com lesão 
neurológica grave, requer rigoroso controla da PaCO2. PARTICULARIDADES 
NEUROLÓGICAS: 
✓ Lesão neurológica grave rigoroso controle do volume corrente e minuto, que eliminam o CO2. 
✓ Hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg) promove vasodilatação, edema e elevação da PIC. Resulta 
em hipoperfusão cerebral 
✓ Hipocapnia (PaCO2 < 35mmHg) promove vasoconstrição cerebral. Pode reduzir 
transitoriamente edema e PIC. 
Limitações: 
• Ausência de controle sobre as pressões inspiratórias; não se controla a pressão inspiratória, tem 
que calcular ou pegar da máquina e lidar com outros parâmetros para adequá-la (pode ocorrer o 
fenômeno fome de fluxo, pois este é constante); k 
• Em pacientes com broncoespasmo a pressão será muito alta, risco de barotrauma e 
pneumotórax, porém em condições normais é baixa. 
 
PCV – Ventilação Controlada a Pressão 
 
 Assegura um nível de pressão inspiratória pré-programada constante durante um tempo 
inspiratório pré-programado (inicialmente 0,8 – 1,2 s). Em pulmão normal a pressão para gerar 
insuflação é baixa, porém pode ser insuficiente se pneumopata. Pode ser assistida ou controlada. 
Disparo: 
• Tempo (pela FR – ciclos controlados) 
• Fluxo ou pressão (se for assistido - disparado pelo paciente) 
Limite (ou controle do ciclo): 
• Pressão 
• PIP é influenciada pelas condições do paciente 
o Pacientes gerais até 40cmH2O 
o Pacientes asmáticos < 50cmH2O 
o Pacientes com DPOC até 45cmH2O 
o Pacientes com SDRA até 35cmH2O; 
Ciclagem: 
13 
 
• Tempo: sempre; 
Variável dependente: pois a pressão está fixada, tem que olhar esses dois a baixo 
• Volume: variável → volume corrente variável, se o doente puxa pouco ar rapidamente se atinge 
a pressão com volume menores, se puxa muito ar vai ser necessário dar muito fluxo e demorará 
mais para chegar na pressão objetivo. 
• Fluxo: livre 
Vantagens: 
• Limita a pressão aplicada aos alvéolos 
• Fluxo variável: melhor sincronismo (fluxo melhor se ajusta com as variáveis do paciente). Ao 
longo do tempo sob ventilação mecânica, o paciente vivencia situações de alta demanda 
respiratória (febre, dor, broncoespasmo, desmame, dentre outras) e também necessita inspirar 
com mais rapidez; 
• Padrão de fluxo decrescente: maior recrutamento alveolar 
Desvantagens: 
• Volume Corrente não é garantido: risco de hipoventilação 
• Tem que calcular qual o VC que está sendo proporcionado!!! 
• Pulmão pouco complacente rapidamente se atinge a pressão limite/controle, se for muito 
complacente entrará muito mais ar para atingir a pressão como variável de controle 
• Variações da complacência = desencadeiam variações do volume corrente. 
Correlação do volume corrente e da pressão na via aérea de acordo com o modo ventilatório 
Modo ventilatório Volume corrente Pressão na via aérea 
Volume controlado Garantido Variável 
Pressão controlada Variável Garantida 
 
PSV – Ventilação com pressão de Suporte 
 
 Assegura um nível de pressão inspiratória pré-programada constante durante a inspiração. 
A FR e o tempo de inspiração são determinados pelo paciente (controla também o volume corrente). É 
obrigatoriamente assistido, ciclada a fluxo, fluxo é livre e decrescente. VC é variável. Pressão inspiratória 
de suporte. Muito utilizada para desmame, vai se tirando pressão, situação que exige do doente mais 
força inspiratória para manter o volume corrente. 
Disparo: 
• Fluxo ou pressão (assistida pelo paciente – tem um drive, faz pressão negativa e fluxo negativo 
para disparar) 
Limite (ou Controle): 
• Pressão 
Ciclagem: 
• Fluxo (cai a uma fração do fluxo inicial) Isso é ajustado, essa fração, quanto menor maior o tempo 
inspiratório, como encontra-se apresentado ao lado: Geralmente se 80% o aparelho entende que 
se a velocidade de fluxo desacelerar a 80% do pico de fluxo ele aborta o ciclo. 
 
Variáveis dependentes: 
• Volume 
• Fluxo 
 
Vantagens: 
• Auxilia no desmame do ventilador, menos risco de atrofia muscular, controle pelo paciente!!!! 
• Melhor sincronismo em pacientes ventilando ativamente (pode ser associado ao SIMV) 
 
14 
 
Desvantagens: 
• Volume Corrente não é garantido: risco de hipoventilação (a máquina dá o valor do VC, pode ser 
corrigido) 
• Requer atividade respiratória do paciente. Risco de apneia se drive comprometido. 
 
Parâmetros: Para essa transição 
Iniciar com PSV de valor igual a pressão de pico durante a ventilação A/C (começa a despertar coloco 
ele em A/C; assim Ventilação controlada -> A/C -> PSV), níveis médios são 5-20cmH2O, porém ajustar 
nível ideal, sem fadiga, hiperinsuflação pulmonar, assincronia ou aumento do trabalho respiratório. 
Diminuir ou aumentar a PSV até atingir um VC próximo de 8ml/kg 
Durante o desmame, o PSV deve ser diminuído de 2 em 2cmH2O cerca de 2x ao dia, até PSV 6 a 
8cmH2O 
 
Outros - CPAP 
 Pressão positiva contínua nas vias aéreas. É um modo espontâneo, assistido – requer drive. 
FR, volume corrente e PIP variáveis. O volume corrente é totalmente variável. A FR é dependente. Não 
pode ser usada se não houver drive, ou se há necessidade de Volume corrente constante, como no caso 
de uma hipertensão intracraniana, em que o Volume minuto tem que ser bem monitorado. Além disso, 
o aparelho objetiva pressão, e se o doente varia o tempo inspiratório o volume corrente variará muito. 
Nível de CPAP é o que ajustamos. Melhora a ventilação se espontâneo. Pode ser utilizado como modo 
de desmame ou ventilação. Pode ser usado isolado ou associado. 
 Objetiva aumentar a CRF, mantendo as vias aéreas abertas, abrindo unidades alveolares 
colapsadas e prevenindo atelectasias. Isso resulta em aumento da complacência, melhor relação 
ventilação perfusão (V/Q) e menor trabalho respiratório. Aplicada não invasiva, por meio de prongas 
nasais em RN ou lactentes. CPAP não deve ser aplicada na cânula traqueal, pois gera grande resistência 
e espaço mortoexcessivo. 
 Muito usada no EAP. Pode ser configurada em dois níveis, BiPAP. Combina CPAP + PSV 
de maneira não invasiva, utilizada em crianças maiores, adolescentes, por meio de máscaras faciais ou 
nasais. 
 
7. PARÂMETROS INICIAIS DO VENTILADOR 
Na imagem abaixo um VM: 
 
15 
 
Devemos instituir Monitorização adequada – ECG, SatO2, FC, PA, FR; para entender a 
interação hemodinâmico-respiratória + Modo ventilatório mais familiar: Os modos anteriormente 
descritos resolvem 90% dos problemas. 
 
• Volume corrente inicial de 6 a 7ml/kg de peso ideal (pois pulmão depende da estatura, não de 
gordura). 
• Reduzir VC para evitar PPI (5-6mL/kg), situação em que se deve aumentar a FR. 
• FiO2 todos =1.0. Reduzir para manter SatO2 >92-94%. Geralmente se chega a FiO2 < 60% 
assim que possível (mas > 40% geralmente é o mínimo) (hora que intuba é 100, se tá fazendo 
desmame é maior que 40). FiO2 em ar ambiente é 21%. 
• Volume minuto mínimo de 6 a 8L/min (VC x FR) ajustado para manter PCO2 na faixa. 
• Ajustar FR/Vol. Min. pelo ph/pCO2 (FR = 12-18 rpm) 
• PEEP para ajuste da oxigenação, iniciar com 5, PEEP > 5cmH2O (impede colabamento alveolar 
= recrutamento alveolar), raramente > 15cmH2O. 
• Avaliar necessidade de analgesia, sedação, bloqueio neuromuscular 
 
Outros ajustes iniciais 
• Relação I:E = 1:2 ou 1:3 
• Tempo inspiratório = 1 a 1,2 segundo 
o PCV (pressão regulada ventilação) = ajuste direto 
o VCV (ventilação controlada a volume) = ajuste indireto por meio do fluxo e VC 
• Fluxo inspiratório = 40-60L/min 
• Pico de pressão inspiratória (PIP) < 50cmH2O (ou < 40cmH2O) 
• Pressão de platô < 30 cmH2O (ou < 35cmH2O) 
• Sensibilidade = -2cmH2O (pressão) ou -2L/min (fluxo) 
• Fluxo inspiratório 
o Fluxo elevado diminui o tempo inspiratório e aumenta a pressão nas vias aéreas 
o Escolha do padrão do fluxo: quadrado x decrescente 
o Decrescente: mais usado, pois produz menores pressões nas vias aéreas 
Avaliação após ajustes iniciais: 
a) Rx de tórax 
b) PIP/Pplatô 
c) FR/ VC expiratório 
d) Sincronia paciente-ventilador 
e) Relação I:E 
f) Auto-PEEP 
g) Hemodinâmica 
h) GASA 
 
Nas Diretrizes Brasileiras de VM de 2013, outros ajustes podem ser encontrados. 
 
8. VARIAÇÕES CLÍNICAS 
 
 Algumas sugestões de regulação dos parâmetros da VM de acordo com a modalidade clínica. 
 
NORMAIS: 
 
Volume Corrente 6-8 ml/kg 
16 
 
Pressão inspiratória de 10-15cmH2O 
FR 12-16irpm (manter I:E 1:2 a 1:3) 
PEEP 5cmH2O 
FiO2 Mínimo para SatO2 93-97% 
Tempo Insp (0,8 a 1,2s) 1 segundo (PCV) 
Fluxo 45-60L/min (VCV) 
Sensibilidade -1cmH2O ou -2L/min 
Proteção pulmonar -> Pressão de Platô < 35cmH2O 
PIP 40cmH2O 
Modalidade A/c 
 
PÓS-OPERATÓRIO: 
 Recebido na UTI, ainda sob efeito de sedação ou requer sedação intensa devida cirurgia de 
grande porte, nas primeiras 24 horas. Exemplo são os pós-operatórios de cirurgias cardíacas. 
 
Volume Corrente 6-8 ml/kg 
FR 12-16irpm 
PEEP 5-6cmH2O 
FiO2 Mínimo para SatO2 > 90% 
Tempo Insp 1 segundo (PCV) 
Fluxo 45-60L/min (VCV) 
Sensibilidade -1cmH2O ou -2L/min 
Em geral seus parâmetros de VM serão: Ventilação controlada. Quando for acordando, porque está 
tirando a sedação, inicia ventilação A/C. 
 
Estratégia inicial VM na ASMA GRAVE/DPOC descompensado 
• Paciente sedado 
• Modo A/C (volume ou pressão) 
• FiO2 para Sat > 94% 
• FR baixa → 8 a 12/min 
• Fluxo inspiratório alto → para diminuir tempo inspiratório 60-80L/min 
• PEEP = 5cmh2o (até estimar o auto-PEEP) e ajustar próximo ao valor de autoPEEP 
• Sensibilidade do disparo = 1cmh2o 
• Pressão de platô abaixo de 30cmh2o 
Objetivos fisiológicos: SaO2 > 94%; PaCO2 <80mmhg; ph >ou =7,20 atingidos? 
• Se sim diminuir sedação, ajuste da PEEP externa pela autoPEEP, modo espontâneo (por 
exemplo PSV) 
• Se não rever ajustes do ventilador, descartar barotrauma, considerar BNM (bloqueio 
neuromuscular), broncodilador inalatório, considerar Heliox 
 
Ajustes inicias da ventilação mecânica para ASMA/DPOC 
Demandam tempo expiratório maior 
Risco de auto-PEEP 
PaCO2 deve ser mantida nos níveis normais do paciente 
17 
 
 
Observa-se acima que na segunda imagem observa-se que o fluxo não “zera”, demonstrando o auto-
Peep. Só deve-se iniciar novo ciclo quando “zerar”. 
autoPEEP: 
Constante de tempo 
• Tempo I:E / 1:2 
• Hiperventilação 
• Broncoespasmo 
 
DPOC: 
 Os princípios são promover repouso da musculatura, melhora dos distúrbios agudos da troca 
gasosa e redução da hiperinflação pulmonar. Manter a Pplatô abaixo de 35cmH2O para proteção. PIP 
máxima de 45cmH2O. Iniciar em modalidade A/C até surgir drive e/ou resolução da causa da intubação. 
Fluxo inspiratório de 40-60L/min, ajustar o volume corrente inspiratório. Pressão inspiratória, iniciar com 
valores 10-15cmH2O, aumentar 2-2cmH2O até atingir o Volume corrente ideal. Ajustar o tempo 
inspiratório em 0,8-1,2s. FR mais baixa; o Vminuto deve ser ajustado para normalizar o ph, não a PaCO2, 
manter I:E inicialmente inferior a 1:3. FiO2 ajustada com base na gasometria arterial e oximetria de 
pulso, usar a menor possível para SpO2 entre 92-95% e PaO2 entre 65 e 80mmHg. Se tiver um 
autoPEEP muito grande pode elevar o ajuste da PEEP próximo para diminuir o trabalho muscular e 
facilitar a interação. 
Volume Corrente 5-8 ml/kg 
FR 9-12irpm 
PEEP 5-6cmH2O 
FiO2 Mínimo para SatO2 > 90% 
Tempo Insp 0,9 segundo (PCV) 
Pressão inspiratória 
Iniciar 10-15cmH2O, aumentar 2-2 até 
volume corrente ideal 
Fluxo 60L/min (VCV) 
Sensibilidade -1cmH2O ou -2L/min 
 
Mudou muito a FR, tende-se a colocar um Volume corrente menor e uma FR menor que um paciente 
não pneumopata. Tempo Insp um pouco menor, se ventilando a pressão diminui um pouco do tempo 
insp, se a volume aumenta um pouco o fluxo. 
 
ASMA: 
 Proteção pulmonar – Pressão de platô < 35cmH2O. Objetivo é permitir tempo expiratório 
prolongado, suficiente para promover a desinsuflação pulmonar e reduzir o aprisionamento aéreo 
(autoPEEP: <15cmH2O). PIP 50cmH2O. 
Volume Corrente 
5-6 ml/kg (Ajustado se VCV, 
objetivado se PSV) 
FR 8-12irpm 
PEEP 5-6cmH2O 
18 
 
FiO2 
Mínimo para SatO2 > 90% (ou SpO2 > 
92%, PaO2 > 60mmHg) 
Tempo Insp 1 segundo (PCV) 
Pressão inspiratória 
Iniciarem 10-15cmH2O e elevar 2-2 até 
alcançar o volume corrente ideal 
(PCV) 
Fluxo 60-100L/min (VCV) 
Sensibilidade -1cmH2O ou -2L/min 
Modalidade A/C 
 
 Lembrar que o volume minuto deve ser ajustado para normalizar o ph, não a PaCO2, 
inicialmente manter I:E superior a 1:3. 
 Em situações de obstrução das vias aéreas inferiores, como asma e bronquiolite, o 
aumento da resistência acarreta hiperinsuflação. Para evitar os reflexos hemodinâmicos devemos usar 
mínimos valores possíveis de PIP ou VE e PEEP. Além disso aumentar o tempo expiratório, seja 
aumentando o fluxo, ou diminuindo o volume corrente adicionando-se PEEP. 
 
SDRA: 
 Grau de severidade associado ao grau de hipoxemia. 
 Critérios de SDRA: 
• Instalação = aguda 
• Oxigenação = da relação P/F que é Pao2/fio2, desconforto será leve se < 300, 
moderado se menor que 200 e se menor que 100 grave 
• RX de tórax = infiltrados bilaterais 
• POAP = < 18mmhg 
 Síndrome em que há preenchimento alveolar por infiltrado inflamatório. O parênquima 
pulmonar fica pesado e perde a elasticidade, tornando-se duro ou pouco complacente 
Tem que excluir edema cardiogênico, deve ser exsudato, não transudato. Se o desconforto respiratório 
agudo melhora com diurético e DVA, a hipoxemia é associada com edema pulmonar de origem 
hidrostática, e não inflamatória. 
 Princípios são minimizar o risco de provocar ou agravar a SDRA, proteção pulmonar, tentar 
manter o driving pressure < 15cmH2O (pressão de platô – PEEP), a estratégia ventilatória deve serdirecionada de acordo com a gravidade. Pressão Platô < 30cmH2O. 
 
Volume Corrente ≤4-6 ml/kg 
FR 15-20irpm (até 35, desde q não gere autoPEEP e 
desde que não eleve PaO2 acima de 80mmHg) 
PEEP ≥8cmH2O. Observar efeito hemodinâmico, não 
deixar PAM cair abaixo de 65mmHg 
FiO2 Mínimo para SatO2 > 90% 
Tempo Insp 1 segundo (PCV) 
Pressão inspiratória Iniciar em 10-15cmH2O, subir 2 em 2 até alcançar 
VC ideal 
Fluxo 45-60L/min (VCV) 
Sensibilidade -1cmH2O ou -2L/min 
 
 Ajustar para Modalidade A/C 
 Na Síndrome do desconforto respiratório agudo, conceito fundamental é que em diversos 
trabalhos foi constatado que pressão de platô menor que 30 cmH2O está associado a melhor 
19 
 
prognóstico. Assim, faz um volume corrente mais baixo, com FR mais elevada e um PEEP BEM mais 
elevado. Mesmo raciocínio para FiO2, se ventilado a pressão ajustar Tinsp em 1 segundo, se ventilado 
a volume ajustar o fluxo 45-60L/min. Manter a mesma sensibilidade. 
 Se ventilando a pressão definir a Pressão de pico via pressão platô, se a volume tem que 
olhar e observar a pressão de platô e aí então regula-se o volume corrente, diminuindo-o, para não 
deixar a pressão de platô acima de 30cmH2O 
 Complacência pulmonar reduzida determina elevação da P do sistema 
 VC baixo frequentemente necessário (4-6 mL/kg) -> precisa aumentar a FR para evitar 
hipoxemia 
 Manter Pplatô ou PPi menor ou igual a 30cmh2o 
 PEEP para melhorar complacência/oxigenação – é a PEEP que sobre a pressão média da 
via aérea → a PEEP abre unidade alveolares e tende a diminuir a pressão da via aérea em médio prazo. 
 
Os determinantes da oxigenação 
 Aproveito esta oportunidade para relembrar os fatores determinantes da oxigenação, abaixo: 
1) FIO2 
2) PRESSÃO MÉDIA DAS VIAS AÉREAS 
3) Volume corrente 
4) Relação I:E (aumentar o tempo inspiratório – tentando manter aquela pressão de via aérea) 
5) FLUXO Inspiratório (enche o pulmão mais rápido, manter a pressão por mais tempo) 
6) PEEP (principal medida) 
7) AutoPEEP 
8) Formato da onda de fluxo inspiratório 
 
RESUMO: 
Sugestão de alguns parâmetros ventilatórios de acordo com a particularidade de cada patologia 
 Admissão Asma DPOC SDRA 
Modo VCV ou PCV VCV ou PCV VCV ou PCV VCV ou PCV 
Volume corrente 6mL 5 a 6 mL 6mL 4 a 6 mL 
FR 12 a 16 8 a 12 8 a 12 Até 35 
Tempo inspiratório 
(0,8 a 1,2s) 
1s 1s 1s 1s 
Pausa inspiratória 0,5 a 0,8 0,5 a 0,8 0,5 a 0,8 0,5 
Fluxo 40 a 60 60 a 100 40 a 60 40 a 60 
Relação I:E 1:2 ou 1:3 Inferior a 1:3 Inferior a 1:3 1:1 ou 1:2 
PEEP 3 a 5 inicialmente 3 a 5 inicialmente 5 inicialmente ARDSnet 
Pressão de platô ≤35cmH2O ≤35cmH2O ≤ 30 cmH2O ≤ 30 cmH2O 
Pressão de pico ≤ 40 cmH2O ≤ 50 cmH2O ≤ 45 cmH2O ≤ 40 cmH2O 
FiO2 x SpO2 100% reduzir até 
SpO2 93 a 97% 
> 93% 92 a 95% ARDSnet 
SpO2 > 92% 
Ciclagem 40 a 60% 
 
OUTROS AJUSTES ESPECIAIS – CEC e Doença parenquimatosa 
 
Doença parenquimatosa pulmonar 
20 
 
 Naqueles pacientes com graves doenças do parênquima pulmonar, em que a complacência está 
muito reduzida, a redução da CRF pode levar ao colapso de grande parte das unidades alveolares, 
levando a hipoxemia refratária. Para restaurar a relação ventilação/perfusão e expandir as unidades 
alveolares colapsadas deve-se utilizar a PEEP em níveis mais elevados. De maneira geral, a PEEP deve 
ser aumentada em 2cm H2O a cada 3 a 5 minutos, até que a oxigenação melhore e seja possível manter 
a SaO2 ≥ 90% com FiO2 ≤ 60%. 
 
Circulação extracorpórea: 
 Como o sangue é desviado ao AD (átrio direito) para a CEC, onde é oxigenado em troca do 
CO2, o ventilador deve ser ajustado para manter um volume corrente mais baixo, em torno de 200-
400ml, e com PEEP, suficiente para evitar atelectasia; 
 
9. ALARMES DO VENTILADOR 
 
• Pressão máxima na via aérea: Na VM o ventilador ao atingir essa pressão limite ou pressão de 
pico abortará o ciclo respiratório, para evitar ocorrer o pneumotórax 
Valores aceitáveis para pressão de pico: 
- Pacientes gerais: 40 cmH2O 
- Pacientes obstrutivos: DPOC pode ser ajustado até 45 cmH2O e na asma com broncoespasmo grave 
até 50cmH2O (com extrema cautela) 
• Apneia: objetiva evitar hipoventilação, pré-ajustado em 15s, mas pode ser ajustado, ele verifica 
o tempo sem respiração. 
• Desconexão: alarme ativado se perda de pressão ou escape aéreo significativo em algum 
ponto entre o ventilador e paciente (seja prótese traqueal, circuito ou umidificador 
• Volume corrente máximo: importante se o paciente tem condições de realizar uma inspiração 
além do permitido, evitando barotrauma 
• Volume corrente mínimo: importante ajuste aplicado em situações em que o paciente possa 
fazer respirações com um volume de ar inferior à dose recomendada. Qual a importante do 
alerta de volume mínimo? Que há risco de hipoventilação alveolar, podendo sugerir escape 
aéreo, mudanças da mecânica pulmonar (piora da complacência e/ou da resistência pulmonar), 
fadiga muscular, dor (pp em pós-operatório de cirurgias torácicas/abdominais 
• Volume minuto máximo: 
Importante para detectar hiperventilação, o que pode sugerir febre, dor, acidose 
metabólica e/ou lática, ansiedade, agitação psicomotora, ajuste inadequado do ventilador, 
alteração do sistema nervosos central (respiração de Cheyne-Stokes ou de Cantani ou de 
Kusmaull), autodisparo, etc. 
A ocorrência do alarme de volume-minuto máximo infere hiperventilação: volume 
corrente e/ou frequência respiratória excessivos 
• Volume minuto mínimo: 
Importante alarme para hipoventilação, sugerindo sedação excessiva e/ou uso de 
relaxante neuromusculares, alteração do sistema nervoso central, dor, ajuste inadequado do 
ventilador, fadiga muscular, escape aéreo (fístula), alterações da mecânica pulmonar (piora da 
complacência e/ou da resistência pulmonar) 
• Deve-se manter todos os alarmes ligados e corretamente ajustados, não silenciar por mais 
irritante que sejam. Observar, reavaliar os parâmetros e conduta clínica. 
 
10. REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS DA VM 
 
21 
 
 A ventilação mecânica é realizada em pressão positiva, o ventilador pressuriza a via aérea 
e torna a pressão intratorácica positiva. A Ventilação com pressão positiva causa aumento da pressão 
intratorácica, aumentando a pressão de enchimento no AD, o que diminui a pré-carga e o retorno venoso, 
diminuindo assim o débito cardíaco. O aumento da pressão intratorácica e a consequente elevação da 
pressão atrial direita, associados ao colapso de zonas vasculares entre a veia cava superior e o átrio 
direito, prejudicam o retorno venoso e potencializam o risco de hipotensão. A pressão de enchimento se 
eleva. A autoPEEP se agrega com a pressurização da VM e prejudica ainda mais o retorno venoso. 
Pode ainda existir comprometimento hemodinâmico e baixo débito cardíaco por causa da pressão 
positiva intratorácica. Alguns pacientes podem se beneficiar de expansões de volume intravascular ou 
de drogas inotrópicas, como a milrinona ou a dopamina. Em doses baixas. Além disso, frisa-se que há 
aumento da pós-carga do VD. Lembre-se de que a PEEP pode reduzir o retorno venoso direito e 
aumentar a pós-carga do ventrículo direito, levando a baixo débito cardíaco. Podem ser necessárias 
novas adequações da volemia com expansões de solução isotônica em alíquotas de 10 a 20ml/kg. 
Auto-PEEP é a persistência de uma pressão alveolar positiva, ao final da expiração, não 
intencional, por causa de presença de um volume pulmonar expiratório final maior do que a CRF prevista. 
A importância da medição é que sua presença pode ocasionar importantes alterações na mecânica 
ventilatória e nas condições hemodinâmicas. Como encontrar? Na curva fluxo/tempo o fluxo expiratório 
não atinge a linha de base. A presença de autoPEEP denota que o tempo expiratório está insuficiente, 
inicia-se inspiração antes de terminar a expiração. Comomedir? Através do expiratory hold, que oclui a 
via expiratória antes do início de novo ciclo. 
AutoPEEP → Aprisionamento do ar → exige maior tempo expiratório; o aumento da resistência 
dificulta o esvaziamento pulmonar. Aumento da FR as custas de diminuição do tempo expiratório. 
Volume de ar aprisionado → modificação da geometria torácica = retificação dos arcos costais, 
retificação do diafragma e aumento do diâmetro AP. A perda de desempenho gera aumento do trabalho 
respiratório e piora da dispneia. 
Conceitos básicos de PEEP: Melhora distribuição de surfactante alveolar dificultando colapso. 
Aumenta a complacência pois abre as unidades alveolares, é um pulmão que exige menores variações 
de pressão para o volume corrente, deltas de pressão menores, caindo o Platô. 
 
Diagnóstico diferencial de causas de Hipotensão após início da VM 
1) Pneumotórax hipertensivo 
2) Diminuição do RV/ hipovolemia → CD: volume, fornecer PEEP com cautela 
3) Auto-PEEP: melhorar a pré-carga com volume 
4) Isquemia miocárdica – grande risco, devido elevada descarga adrenérgico 
5) IOT 
6) HIPOXEMIA 
7) Acidemia 
8) Estresse da intubação 
 
11. MONTAGEM E AJUSTES INICIAIS 
 
 Antes do início da ventilação assistida, obter via aérea avançada, especialmente IOT, sendo 
mandatório confirmar correta posição do tubo, do tamanho do tubo e diâmetro e fixação correta. Vale 
lembrar que a montagem é asséptica, com luvas. 
1. Montagem: 
 Ligar o ventilador, conectar as saídas de gases as suas mangueiras e estas nas válvulas 
reguladoras de gases. Na montagem do circuito escolher entre umidificador aquecido ou trocador de 
calor HME (heat met exchanger), no último caso as conexões ins. e exp. serão conectadas as saídas 
específicas do VM, já do umidificador aquecido (preencher com água destilada) é necessário 
22 
 
reservatório do umidificador no circuito de saída inspiratória. Por último conectar o sensor de fluxo entre 
a prótese traqueal e o Y e testar a VM, seja com pulmão teste ou luva. 
2. Selecionar o modo de ventilação. 
3. Ajuste da FR, de acordo com a idade se crianças. 
4. Ajuste VC ou a pressão inspiratória de pico: 
 Se limitado a volume ajustar VC = 6-10ml/kg de peso ideal/predito. Garantir pressão 
inspiratória de pico PIP abaixo de 35cmH2O. Se limitado a pressão a PIP deve ser ajustada para produzir 
MV audível a ausculta e expansão torácica adequada, geralmente 15 -20cmH2O, se o VC for medido 
garantir que está entre 6-10. Em alguns ventiladores não regulagem direta da PIP, apenas o ∆P, que é 
a pressão motriz ou controlada, aplicada acima da PEEP (ex PEEP 5, ∆P de 10 → PIP será de 15) 
5. Ajuste do tempo inspiratório, calculado com base no tempo de cada ciclo e na relação I:E. TI 
deve ser maior que 3CT, caso contrário é necessário reduzir FR ou utilizar uma relação I:E maior 
(no máximo 1:2). 
6. Ajuste da pressão de suporte. Se for PSV, ajustar seu valor inicial para 10cmH2O ou o mesmo 
valor do ∆P. 
7. Ajuste da sensibilidade: nos modos assistidos é importante, para que o ventilador nem detecte 
esforços falsos nem deixe de disparar. Geralmente entre 2-3cmH2O ou 2 a 4 L/min. 
8. A FiO2 deve ser ajustada, inicialmente, para 100%. Depois pode ser reduzida, objetivando-se 
manter a SaO2 ≥ 90% com FiO2 ≤ 60%. 
9. PEEP inicialmente ajustada para 5cmH2O, ajuste de acordo com a patologia. 
10. Testar o ventilador, luva ou balão de teste. 
11. Obter consentimento, poderá ser omitido em emergências. 
12. Antes de conectar o ventilador ao paciente, ele deverá ser ventilado com dispositivo bolsa-valva 
e oxigênio a 100%, realizar uma aspiração da via aérea com técnica estéril. 
13. Examinar o paciente, verificando nível de conforto, grau de expansão torácica, coloração das 
mucosas e dos leitos ungueais, escape de ar ao redor da cânula traqueal, a sincronia entre o 
ventilador e o paciente, e auscultar o tórax e certificar-se de haver murmúrio vesicular bilateral. 
Importante a ausculta cardíaca, palpação de pulsos centrais e periféricos e da FC, PA e TEC. A 
VPP pode levar a deterioração cardiovascular pela redução do retorno venoso ao átrio direito 
(AD) e aumento da pós-carga do ventrículo direito. Podem ser necessárias expansões de volume 
com solução isotônica 10 a 20ml/kg, algo especialmente importante em pacientes que já chegam 
desidratados, como idosos e grandes queimados. 
14. Verificar o funcionamento do ventilador, com os parâmetros já definidos e se é preciso algum 
ajuste. 
15. ajustar os alarmes: há ajustes de pressão, volume inspirado ou expirado, frequência respiratória, 
complacência pulmonar, entre outros. Sempre ligados e ajustados!!!! 
16. Monitorização: O paciente em VM deve receber monitor cardíaco, pulsoxímetro e monitorização 
não-invasiva da pressão arterial. Adicionalmente, pode-se acrescentar medida do CO2 exalado 
por um capnógrafo, PA invasiva e/ou PVC, etc. O uso da capnografia pode reduzir o número de 
coletas de gasometrias arteriais. Deve-se coletar gasometria arterial e radiografia de tórax. 
17. Ajustes adicionais, de acordo com exame clínico, monitorização, radiografia de tórax e 
gasometria arterial. 
Sedação e analgesia: 
 De acordo com o desconforto da cânula traqueal, procedimentos dolorosos, pressão positiva 
intratorácica, ansiedade e a própria doença de base podem exigir sedação. Auxilio a ventilação, menor 
trabalho respiratório e consumo O2. Benzodiazepínico em infusão contínua, como midazolam 0,1-
0,3mg/kg/h associado a um opioide, fentanil, 1 a 3mcg/kg/h é suficiente para a maioria dos pacientes. A 
associação com um bloqueador neuromuscular vecurônio, 1 a 3 mcg/kg/min) é reservada a casos 
selecionados. 
 
23 
 
12. POTENCIAIS COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
As principais estão listadas abaixo: 
• Lesão pulmonar por oxigênio 
• Barotrauma/Volutrauma/Biotrauma 
• Lesão induzida por volume/pressões elevadas em áreas pouco complacentes 
• Alterações hemodinâmicas por pressão intratorácica positiva 
 
Complicações agudas 
O paciente sob ventilação mecânica pode apresentar complicações agudas que podem ser fatais, 
se não houver intervenção imediata. Frente a um paciente sob ventilação mecânica assistida com 
deterioração súbita, desconecte o ventilador imediatamente e inicie ventilação com bolsa-valva e 
oxigênio a 100%. Em seguida, verifique as seguintes situações, que podem ser lembradas através da 
regra mnemônica DOPE: 
• Deslocamento da cânula. Verifique a posição da cânula traqueal e ausculte o tórax do paciente. 
A cânula pode ter se deslocado para fora da laringe, e o paciente está extubado, ou pode ter se 
deslocado inferiormente e o paciente está com intubação seletiva de um dos brônquios fonte 
(geralmente o direito). No 1° caso, remova a cânula, inicie ventilação com bolsa-valva-máscara 
e realize nova intubação. No 2° caso, traciono cuidadosamente enquanto ausculta o paciente até 
que se ouça o murmúrio vesicular bilateralmente. 
• Obstrução da cânula. Verifique se a cânula traqueal não está dobrada ou obstruída por rolhas de 
secreção espessa. Realize uma aspiração da cânula com técnica estéril. Em raras situações 
pode ser necessário trocar a cânula por uma de maior calibre. 
• Pneumotórax. Verifique se o tórax expande de maneira simétrica e se o murmúrio vesicular pode 
ser auscultado bilateralmente. Caso haja redução ou abolição em um dos hemitórax, a percussão 
do tórax poderá ajudar a diferenciar o pneumotórax de efusão pleural volumosa ou consolidação 
pulmonar extensa. A drenagem torácica é o tratamento de escolha. No entanto, caso haja 
instabilidade ou deterioração do estado do paciente, pode-se fazer uma punção de prova com 
agulha de grosso calibre em selo d´água (na seringa), na face anterior do hemitórax 
comprometido, na linha hemiclavicular, segundo espaço intercostal (borda superior da costela 
inferior). Caso haja saída de ar, aspire o máximopossível e depois abra o sistema para o 
ambiente. Isso transformará o pneumotórax fechado (e hipertensivo) em pneumotórax aberto, e 
com isso a ventilação com bolsa-valva pode promover a reexpansão pulmonar. A drenagem 
torácica deve ser realizada o mais rápido possível. 
• Equipment Fail: Verifique novamente o funcionamento do ventilador, os ajustes, a conexão com 
as fontes de ar comprimido e de oxigênio, a conexão à rede elétrica, a presença de conexões 
defeituosas, vazamentos de ar, etc. se tudo estiver aparentemente funcionando e o paciente não 
tolerar ser recuperado, o ventilador deverá ser substituído por outro. 
 
Assincronias 
 Ocorre tanto na VMI quanto na VNI, maior em DPOC. Os fatores relacionados ao paciente são 
alterações da resistência e complacência, presença de auto-PEEP, fadiga da musculatura respiratória, 
alterações do drive respiratório, febre, dor, sedação e presença de secreção. Relacionados ao 
ventilador são escolha inadequada da forma de disparo, modo ou modalidade ventilatória, uso de 
circuitos longos e aparelhos velhos. 
• Disparo ineficaz: 
▪ Esforço do paciente é ineficaz para disparar o ventilador 
▪ Causas são autoPEEP, depressão do drive, fraqueza musculatura respiratória, ajuste 
excessivo da sensibilidade e defeitos no sensor do ventilador. 
• Duplo disparo 
24 
 
▪ É ocorrência de esforço ventilatório após a ciclagem do ventilador, promovendo duas 
inspirações consecutivas, sem pausa entre elas 
→ Conflito entre paciente-ventilador: o segundo ciclo gera VC excessivo e potencializa 
a lesão induzida por VM (barotrauma, volutrauma, atelectrauma e biotrauma). 
• Autodisparo; 
 
13. CASOS CLÍNICOS 
 
Caso Clínico 1 
 
Homem, 40 anos, 50kg, em coma após intoxicação exógena. Glasgow 6 com via aérea instável 
FR = 6rpm/Sat 02 = 80% AA (ar ambiente). PA = 120x70 mmHg/FC = 100. É logo intubado e colocado 
em ventilação mecânica 
 Análise: não respira, está retendo CO2 e hipoxêmico 
Conduta: Estabelecer VM, Modo A/C, VC = 400ml, FR = 14rpm, FiO2 = 100%, PEEP = 5cmH2O 
 O resultado da conduta: PIP de 30cmH2O, Pplatô de 25 cmH2O, SatO2 100% 
Na gasometria: ph 7,49; PaCO2 de 30mmHg e PaO2 de 180mmHg 
 Analisando esses dados concluímos que há ventilação exagerada e oxigenação adequada. 
 Quais ajustes devem ser feitos? Baixar FiO2 + Baixar volume minuto (FR/VC) 
 
Caso Clínico 2 
Paciente de 18 anos de idade fica inconsciente em uma festa. É levado ao OS, onde é admitido 
em franca insuficiência respiratória; peso 60kg, altura 1,62m; vômito na faringe e intubação difícil. SpO2 
em 87-88% com oxigênio 100% no VM. 
Que parâmetros são recomendados para o ajuste do ventilador? 
• Monitorização adequada – ECG, SatO2, FC, PA, FR 
• Modo ventilatório mais familiar 
• Fio2 =1; reduzir para manter SatO2 > 92-94% 
• Volume corrente ideal = 6-8 mL/kg 
• Reduzir VC para evitar PPI (5-6 mL/kg) 
• Ajustar FR/ Vol. Min. pelo pH/pCO2 
• PEEP para ajuste da oxigenação 
o Início com 5 cm H2O 
o Valores > 15 cmH2O raramente utilizados 
• Avaliar necessidade de analgesia, sedação, bloqueio neuromuscular 
Logo, ajustar os seguintes parâmetros: 
• Modalidade = A/C (volume) 
• FIO2 = 1 
• Volume corrente = 550 mL 
• Frequência respiratória = 12 resp/min 
• PEEP = 5cm H2O 
Quais parâmetros deveriam ser medidos? SpO2, Gasometria, Ppico ou PIP, Pplatô, auto-peep, 
FR: SpO2 – 88%, Gasometria – ph 7,38, PaCO2 36mmHg, PaO2 57mmhg; Ppico – 52cmh2o; Pplatô – 
48cmh2o; Auto-peep – 0; FR – 14 rpm 
Que problemas estão presentes? Hipoxemia, sem retenção de CO2 
Que ajustes para resolver? Poderia aumentar Fio2, mas já está 1. Outra opção seria aumentar a 
Pressão média de via aérea, através de aumento do volume corrente, que é ruim, pois eleva mais ainda 
PIP. Se subir a PEEP, sem alterar o volume corrente corrige hipoxemia, porém aumenta as pressões de 
PIP e Platô. Nesse sentido pode-se diminuir o volume-minuto ao reduzir o Volume corrente. 
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Caso Clínico 3 
Mulher, 70 anos, 52kg, DPOC polo enfisematoso severo. Há dois com dispneia progressiva. Hoje 
foi encontrada inconsciente. Foi logo intubada e colocada em ventilação mecânica, após sedação/BNM 
Fr=40rpm; Sat O2 = 80% com O2 15l/min 
PA = 90x60 mmhg; FC= 140 bpm 
OBS: mecanismo de falência no DPOC e outros pacientes obstruídos, como o asmático, começa 
a ter estímulo do receptor J que causa aumento da FR, isso “come” tempo expiratório. E mais, começa 
a aumentar o tempo Expiratório necessário por causa da resistência aumentada na via aérea. Causa 
aprisionamento de ar → hiperinsuflação (retificação de arco diafragmático, de cúpulas, 
radiotransparência). O paciente obstruído trabalha na parte da curva em que pequenas variações de 
volume geram grande variação de pressão, tem que baixar a FR, com menos ciclos aumenta o tempo 
expiratório, descendo na curva e melhorando a curva, onde poderá receber mais volume para menor 
variação de pressão. 
Conduta: Ventilação mecânica, SIMV; Psuporte 8 cmH2O; VC 600ml; FR 10 rpm; Fio2 100%.; 
PEEP 5cmH2O 
 
 
 
No gráfico, observa-se PIP muito alta já se inferindo que há uma resistência muito aumentada. 
O cálculo da complacência é dado pelo Volume/diferença de pressão para essa acomodação. Quando 
a dirença entre plato – peep é muito grande isso indica grandes pressões, a complacência é baixa. Se 
o delta plato-peep começa a cair significa que com o mesmo volume, está gerando menor variação de 
pressão, portanto a complacência do doente está melhorando, e uma forma de conseguir isso é a 
elevação da PEEP. 
Resultado das medidas inicias: PIP 50cmH2O; Pplato 35cmh2o; Auto-Peep 8 cmh2o; I:E 1:1,5; 
SpO2 100%; Gasometria com PH 7,2; PaCO2 60mmhg PaO2 120mmhg; PA 85x50mmhg / FC 140bpm 
Análise: A PIP atingiu valores altos demais e a Pplato de 35cmH20, gerando diferença de 15 
cmH2O. A relação I:E está ruim, pois está alta. Conclui-se que há pouco tempo para esvaziar, tal como 
demonstra a gasometria com retenção de CO2 (PaCO2 > 45) a despeito da boa oxigenação. 
26 
 
Análise: Resistencia elevada/Hipercapnia/hipotensão/pip elevada/Vmin pouco elevada. Já teve 
repercussão hemodinâmica 
Quais os próximos ajustes? Se está hiperventilando tem que desinsuflar, tem que sedar para 
diminuirmos o tempo inspiratório devemos diminuir o volume corrente e dar a minima FR para aumentar 
o tempo expiratório. 
Tirar do modo SIMV para modalidade A/C pressão ou volume controlada. Modo ventilatório: A/C 
(controle a Pressão ou volume); VC: baixo (6-8ml/kg); FR: baixa; Aumento do tempo expiratório; Peep: 
85% do auto-PEEP; Pressão de platô: 30cmh20. 
14. DESMAME VENTILATÓRIO 
 
 O desmame se inicia após a IOT. Tem que manter o mínimo possível, são medidas 
salvadoras. 
Critérios: 
• Reversão do processo que levou a IOT; 
• Adequada oxigenação: 
o PaO2 > 60mmhg com FiO2 ≤ 40% 
o PEEP < 5-8cmH2O 
• Capacidade de iniciar esforço respiratório 
• Tosse eficaz (reflexo) 
• Estabilidade hemodinâmica 
• Estabilidade neurológica com Glasgow >8 
• Índice de Tobin FR/Vt [tidal =corrente] (em L) <106 
• Teste de Respiração Espontânea (TRE) 
o PSV 7cmH2O + PEEP 5cmH2O por 30 min a 2 horas 
o Avaliar desconforto respiratório e alterações hemodinâmicas 
 
15. REFERÊNCIAS 
 
• MORATO, J.B.; SANDRI, P.; GUIMARAES, H.P. ABC da ventilação mecânica. São Paulo: 
Editora Atheneu, 2015. 
• CARVALHO, C.R.R.; TOUFEN JUNIOR, C.; FRANCA, S.A. Ventilação mecânica: princípios, 
análise gráfica e modalidades ventilatórias. J. bras. pneumol., São Paulo , v. 33, supl. 2, p. 
54-70, July 2007 . Available from 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132007000800002&lng=en&nrm=iso. access 
on 01 Mar. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132007000800002. 
• SLUTSKY, A. S. History of Mechanical Ventilation. From Vesalius to Ventilator-induced 
Lung Injury.American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 191, n. 10, p. 1106–
1115, 15 maio 2015. 
• CARMONA F. Ventilação Mecânica em Crianças. Medicina (Ribeirão Preto)2012;45(2):185-
196. 
• KIM, H. J. et al. Determination of the appropriate oropharyngeal airway size in adults: 
Assessment using ventilation and an endoscopic view. The American Journal of Emergency 
Medicine, v. 35, n. 10, p. 1430–1434, out. 2017. 
• Site: Monitorização da mecânica respiratória. Acesso 05 de março de 2019. Disponível em 
https://xlung.net/manual-de-vm/monitorizacao-da-mecanica-respiratoria 
27 
 
• Fórum de Diretrizes de Ventilação Mecânica 1. Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica 
2013. São Paulo: AMIB; 2013. 
ANEXO 1: Procedimentos de nebulização e cuidados com o balonete 
 
1. Nebulização: 
 
Constitui método eficaz de fornecer medicações diretamente aos pulmões por inalação, 
sobretudo broncodilatadores e corticoides inalatórios. 
 Exclusivamente com solução salina, pois água destilada pode desencadear broncoespasmo. 
Tendo como finalidade umidificação da via aérea inferior, facilitando a drenagem de muco e secreções 
e reduzindo o broncoespasmo ou resistência das vias aéreas. 
O modo de entrega da nebulização depende da presença de saída de nebulização. Se ausente 
é necessário fluxômetro externo. 
Nos ventiladores sem saída o fluxo de nebulização é constante, o que acarreta elevação do 
volume corrente em torno de 250-500ml e da pressão da via aérea, apenas pela acoplação do 
nebulizador/fluxômetro. 
Feito isso, alarmes de volume corrente e volume-minuto devem ser ativados. O barulho será 
incômodo, e a reação natural é silenciar o alarme, mas o correto é identificar o problema (nebulização) 
e corrigi-lo (ajustar o ventilador). Fazer ajuste do VC, pois ao adicionar a nebulização há aumento do VC 
automaticamente. 
Já ventiladores com saída, permitem sincronia, o que reduz automático o VC para manter o 
volume pré-ajustado, promovendo assim menor aumento pressórico. 
O copo de nebulização deve ser adaptado ao TUBO T e colocado no ramo inspiratório, no 
expiratório vai névoa. São recomendadas FR em torno de 10-12 rpm e pausa inspiratória de 0,5s para 
favorecer a deposição do aerossol. 
 
2. Cuidados com o balonete: 
 
Devemos manter pressões no balonete da prótese traqueal entre 18-22mmHg ou entre 25-
30cmH2O, visando evitar vazamentos de ar, porém sem compressão excessiva da mucosa. 
Pressões muito elevados geram isquemia, o que pode provocar ulceração local, formação de 
granuloma, colonização secundária, traqueomalácia e estenose traqueal. Verificar 4x/d, antes de realizar 
a higiene oral.

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