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Embriologia - Apresentação e Gametogenese

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Prof. Dr. Gustavo Tadeu Volpato 
Embriologia 
embrião estudo 
Embriologia 
Estudo do desenvolvimento 
ontogenético pré-natal 
Desenvolvimento: alterações sofridas desde o 
início da vida até a maturidade 
Ontogenia: sequência ordenada de alterações, 
levando ao aumento da complexidade 
Período Pré-natal: período que se refere ao 
desenvolvimento do organismo antes do 
nascimento. 
Conceitos 
 Zigoto – ou célula-ovo, produto da fusão dos 
gametas 
 Embrião – estrutura já reconhecível, onde se 
identificam uma região cefálica, caudal, dorsal e 
ventral 
 Concepto – conjunto do embrião e suas 
membranas extra-embrionárias 
 Feto – o novo ser apresenta as características 
próprias de sua espécie. Termo mais comum para 
a espécie humana 
Histórico 
• Antiguidade 
 Estudos datam de a.C., por Hipócrates (Pai da 
Medicina) e Aristóteles (Fundador da Embriologia) 
• Idade Media 
Poucos estudos 
• Renascença 
Volta dos estudos (Leonardo da Vinci) 
Estudos anatômicos 
Histórico 
• Microscópios 
Teoria da Pré-formação - o 
embrião seria uma redução do 
adulto 
Teoria da Epigênese - 
desenvolvimento resulta do 
crescimento e diferenciação de 
células especializadas (Casper 
Wolff) 
Histórico 
• Século XIX 
Karl Ernst von Baer (Pai da Embriologia Moderna) 
- as características gerais, comuns a todos os 
membros de um grupo, se desenvolvem mais cedo 
no embrião do que as caract. específicas 
Teoria Celular (Mattias Ashleiden e Theodor Schwann) 
- corpo composto por células e produtos celulares 
Histórico 
• Inicialmente: ciência anatômica 
 Registro das alterações na forma dos animais 
durante a vida pré-natal 
• Depois: ciência morfológica 
• Atualmente: enfatiza os processos e os 
mecanismos 
 Causais envolvidos no desenvolvimento de 
um organismo 
 
Biologia do 
desenvolvimento 
 “Mecanismos Causais”: fatores complexos que 
são responsáveis pelos eventos que levam um 
zigoto a se tornar um organismo complexo e 
multicelular. 
 Requer a aplicação de conhecimentos e 
técnicas de várias áreas: por exemplo, a biologia 
celular, fisiologia, bioquímica, biologia molecular e 
genética. 
Então, a embriologia 
moderna é uma ciência 
multidisciplinar 
Importância 
• Anatomia: disposição e relações 
entre os órgãos 
• Obstetrícia: relações materno-fetais 
• Malformações congênitas 
• Estudos filogenéticos: modo como 
os animais são classificados 
Períodos e fases do 
desenvolvimento 
• Gametogênese 
• Pré-morfogênese: Fecundação, Clivagem e 
Blastulação 
• Morfogênese Primária: Gastrulação 
• Morfogênese Secundária: Neurulação 
(Organogênese Rudimentar) 
• Morfogênese Definitiva: Organogênese 
Crescimento, Diferenciação e Integração dos 
diferentes órgãos e sistemas 
Períodos e fases do 
desenvolvimento 
Portanto, Embriologia 
não pode ser 
simplesmente definida 
como 
o estudo do embrião! 
Definição 
 Processo responsável pela 
formação dos gametas 
masculino e feminino, que são 
células especializadas para a 
reprodução. 
Gametas 
 Células sexuais altamente 
especializadas, haplóides e 
morfologicamente preparadas para 
a fecundação. 
G. masculinos – espermatozóides 
G. femininos – óvulo 
Meiose 
 Divisão celular reducional, 
onde uma célula (mãe) dará origem 
a quatro células (filhas) com metade 
do material genético. 
Meiose 
MEIOSE 
Fases 
Prófase I 
Meiose 
Metáfase I 
Anáfase I 
Telófase I 
Prófase II 
Metáfase II 
Anáfase II 
Telófase II 
Leptóteno 
Zigóteno 
Paquíteno 
Diplóteno 
Diacinese 
Intercinese 
Fases (Meiose I) 
Fases (Meiose II) 
Diferenças entre 
gameta 
 
 e 
 
 
 
tamanho (acúmulo de citoplasma) 
O gameta feminino é maior que o masculino 
 
cromossomos sexuais 
Gametas femininos: X 
Gametas masculinos: X ou Y 
- É o gameta masculino quem define o sexo 
cromossômico do novo ser 
Diferenças entre 
gameta 
 
 e 
 
 
 
 
motilidade 
Gameta masculino é móvel, graças ao flagelo 
 
número de gametas produzidos 
Durante a ovogênese, a partir de uma ovogônia 
forma-se um óvulo 
Na espermatogênese, a partir de uma 
espermatogônia formam-se 4 espermatozóides 
Fases Gametogênese 
 
Multiplicação 
• Aumento do número por mitose 
• Ovogônias (2n) – sexo feminino 
• Espermatogônias (2n) – sexo masculino 
Crescimento 
• Aumento do citoplasma 
• Ovócitos I (2n) – sexo feminino 
• Espermatócitos I (2n) – sexo masculino 
Maturação 
• Divisão reducional pela meiose 
• Ovócitos II (n) – sexo feminino 
• Espermatócitos II (n) – sexo masculino 
Ovário: Estrutura 
• Região cortical 
células germinativas 
que estão no interior 
de estruturas 
chamadas folículos 
ovarianos 
• Região medular 
tecido conjuntivo, 
vasos sanguíneos e 
linfáticos, nervos 
Medula 
Córtex 
Ovário: Histologia 
Folículos ovarianos 
Folículos 
ovarianos 
Desenvolvimento folicular 
1. Durante o desenvolvimento pré-natal 
 as ovogônias, após intensa proliferação 
mitótica, começam a crescer e formam 
milhões de folículos primordiais 
- consistem do ovócito primário (I) circundado 
por uma camada de células foliculares 
achatadas 
2. Durante a vida intra-uterina 
 so ovócitos I iniciam o processo meiótico 
 o processo se interrompe na prófase I 
(diplóteno) 
- células foliculares produzem o fator inibidor 
da meiose 
 a meiose só vai recomeçar a partir da 
puberdade, por estímulos hormonais, 
quando começam os ciclos sexuais 
Desenvolvimento folicular 
3. Na puberdade, apenas 400.000 
ovócitos estão presentes no ovário da 
mulher 
 somente 400 à 500 serão liberados do 
ovário (ovulação) durante a vida 
reprodutiva da mulher 
 99% dos folículos sofrem atresia 
Desenvolvimento folicular 
 A fêmea já nasce com todos os gametas que vai 
produzir durante a sua vida reprodutiva 
 A fase proliferativa da gametogênese, pelo menos 
nas fêmeas de Aves e Mamíferos, é exclusiva da 
fase pré-natal 
 Menopausa: não restam mais células germinativas 
no ovário 
Desenvolvimento folicular 
Folículo primordial 
Folículo primário 
A partir da puberdade (início da maturação 
sexual), um grupo de folículos primordiais é 
estimulado por hormônios, a cada ciclo 
sexual, a continuar o desenvolvimento 
(continuação da meiose I no ovócito) 
Formação dos folículos primários 
- consistem do ovócito primário (I) 
circundado por uma camada de células 
foliculares arredondadas (cubóides) 
Folículo primário 
Folículo em crescimento 
 À medida que o processo meiótico continua 
no ovócito I, no interior do folículo, as células 
foliculares começam a se dividir e aumentar o 
número de camadas em torno do ovócito. 
- Formam-se os folículos em crescimento, com 
duas ou mais camadas de células foliculares 
em torno do ovócito I (que ainda não passou 
pela Meiose I – reducional) 
Folículo em crescimento 
Folículo em crescimento 
 Começa a surgir, entre o ovócito e as células 
foliculares uma camada glicoprotéica – a zona 
pelúcida, que será muito importante no 
processo de fecundação, uma vez que é 
expelida junto com o ovócito II durante a 
ovulação 
 
Mais externamente desenvolvem-se as tecas 
interna (vascularizada e produtora de 
estrógeno) e a teca externa (fibrosa). 
Folículo em crescimento 
Núcleo do 
Ovócito I 
TecasZona 
Pelúcida 
Células 
foliculares 
(granulosa) 
Folículo em crescimento 
Zona 
Pelúcida 
Folículo de Graaf 
Folículo maduro 
Poucos dos 
folículos em 
crescimento 
alcançam 
este estágio 
Folículo de Graaf 
13 
Antro 
• Antro folicular 
Cavidade cheia 
de líquido que 
aparece entre as 
células foliculares, 
a medida que os 
folículos crescem 
Folículo de Graaf 
13 
• Ovócito II 
Neste estágio, a 
ovócito já passou 
pela meiose I, 
porém não é 
possível visualizar 
a 1º corpúsculo 
polar 
Ovócito II 
Folículo de Graaf 
13 
• Corona radiata 
Em torno do 
ovócito II está a 
zona pelúcida e 
ao redor dela um 
conjunto de 
células foliculares, 
a corona radiata 
Zona 
pelúcida 
Corona 
radiata 
Nutrição do ovócito 
Células 
foliculares 
apresentam 
junções 
comunicantes 
entre si e 
com o ovócito 
 
Durante a ovulação são expelidos do ovário 
o ovócito II envolto pela zona pelúcida e 
a corona radiata 
Dos restos do folículo que se rompeu 
(tecas interna e externa, antro e células 
foliculares) forma-se uma glândula 
endócrina – o corpo lúteo 
 o corpo lúteo produz estrógeno e progesterona 
 o corpo lúteo se mantém ativo durante a gestação. 
Em caso contrário involue e forma uma cicatriz no 
ovário: corpo albicans 
Ovulação e corpo lúteo 
Corpo lúteo 
Formação do C. lúteo 
A meiose II 
 se inicia um pouco antes da ovulação 
 é interrompida em Metáfase II 
 só termina se houver fecundação, com a 
formação do óvulo, que é o gameta 
propriamente dito, e o segundo corpúsculo 
polar 
Se o ovócito II não for fecundado, 
degenerará 
Óvulo 
Óvulo 
O ovócito II só passa a ser denominado de óvulo se for 
penetrado por um espermatozóide, pois só assim a meiose II 
prossegue (estava estacionada em metáfase II) e termina, 
com a emissão do 2º corpúsculo polar. 
Folículo atrésico 
A cada ciclo, vários folículos primordiais 
são recrutados para se desenvolver, mas 
apenas um chega ao final (no caso da 
mulher) 
Os folículos que não chegam ao final se 
transformam em folículo atrésico 
Folículo atrésico 
Ciclo ovariano 
Ovulogênese 
Processo no qual ocorre a formação 
os gametas masculinos, os 
espermatozóides, a partir de células 
germinativas primordiais, as 
espermatogônias. 
 Espermatozóide 
humano 
Espermatogônia 
Espermatogênese 
 Fase de multiplicação 
•Espermatogônia (2n) – se multiplica por 
mitose 
 Fase de crescimento 
•Espermatócito I (2n) – meiose 
 Fase de maturação 
•Espermatócito II (n) – resulta da meiose I 
•Espermátide (n) – resulta da meiose II 
•Espermatozóide (n)– gameta masculino 
Fases da 
espermatogênese 
Etapas da 
espermatogênese 
Proliferativa espermatogônias 
Meiótica 
espermatócitos I 
espermatócitos II 
Diferenciação 
ou 
Espermiogênica 
espermátides 
espermatozóides 
Vida Pré-natal 
 No testículo, antes 
do nascimento, são 
encontradas apenas 
células germinativas 
no início do processo 
espermatogênico, as 
espermatogônias, e 
células somáticas de 
sustentação, as 
células de Sertoli. 
Cordões 
seminíferos 
Células 
de Sertoli 
Esperma-
togônias 
Puberdade 
• As espermatogônias permanecem 
quiescentes até a puberdade, quando por 
estímulos hormonais, elas começam a se 
dividir (mitose). 
• Formam-se também todos os outros tipos 
celulares, até os espermatozóides. 
Túbulos seminíferos 
Túbulo 
seminífero 
Luz do 
túbulo 
Tecido 
intersticial 
Histologia dos túbulos 
seminíferos 
espermátides 
tardias 
células intersticiais 
fibroblasto 
capilares 
células mióides 
espermatogônias 
espermatócitos I 
espermatócitos II 
espermátides 
iniciais 
pontes citoplasmáticas 
Sertoli 
Histologia dos túbulos 
seminíferos 
Células de Sertoli 
Células intersticiais 
Espermatozóides 
Espermátides 
Espermatogônias 
Espermatócitos I 
Interstício 
O interstício 
testicular situa-se 
entre os túbulos 
seminíferos. Nele, 
além de vasos 
sanguíneos e células 
do conjuntivo, 
encontram-se as 
células de Leydig, 
produtoras de 
testosterona. 
Células de Leydig 
Células de 
Leydig 
As células de 
Leydig 
possuem 
núcleo 
arredondado 
com núcléolo 
bem evidente. 
Células de Leydig 
Epitélio germinativo 
O epitélio dos 
túbulos seminíferos 
é chamado de 
epitélio seminífero 
ou epitélio 
germinativo. Neste 
local acontece a 
espermatogênese. 
Epitélio germinativo 
No epitélio seminífero 
são encontradas as 
células germinativas 
nos em diferentes 
fases do desenvol-
vimento. Também são 
encontradas células 
somáticas, as células 
de Sertoli. 
Células de 
Sertoli 
Células 
germinativas 
Células de Sertoli 
 As células de 
Sertoli possuem 
núcleo piramidal 
com nucléolo bem 
evidente. Os 
núcleos estão 
próximos à zona 
basal e o 
citoplasma se 
estende até a luz do 
túbulo. 
Células de Sertoli 
 A quantidade de 
células de Sertoli se 
estabelece antes da 
puberdade, sendo que 
sua proliferação é 
determinada pelos 
hormônios FSH e T3. A 
quantidade dessas 
células determina o 
tamanho do testículo e 
a produção 
espermática. 
Espermatogônias 
As esperma-
togônias 
possuem 
núcleo 
arredondado. 
Os núcleos 
estão 
próximos à 
lâmina basal. 
Espermatogônias (tipos) 
 Indiferenciadas ou imaturas 
• Reserva 
“Céluas-tronco” 
Resistentes 
Pouca divisão 
• Proliferativa 
Mitoses 
Continuidade do processo espermático 
 Diferenciadas ou maduras 
 
Espermatogônias (tipos) 
Diferen-
ciadas 
Indiferen-
ciada ou 
imatura 
Espermatócitos I 
Possuem 
núcleo 
arredonda-
do, maior 
que os das 
esperma-
togônias. A 
cromatina 
está bem 
condensada. 
Espermatócitos II 
Possuem 
núcleo 
irregular. A 
cromatina 
está muito 
condensada. 
Espermátides 
Possuem 
núcleo 
arredonda-
do, mais 
próximos a 
luz do 
túbulo. 
Cromatina 
descon-
densada. 
Espermiogênese 
Fecundação 
Espermatozóides 
Espermatozóides 
Restos 
citoplasmáticos 
Espermatogênese 
(Aspectos gerais) 
1. Duração 
2. Processo contínuo 
3. Pontes citoplasmáticas 
4. Processo centrípeto 
Espermatogênese 
(1.Duração) 
 A duração da espermatogênese é 
determinada geneticamente, e varia de 
espécie para espécie. Exemplo: no homem 
a duração é de 64 dias, no macaco Rhesus - 
42 dias, no rato – 52 dias, no coelho - 44 
dias e no cavalo - 57 dias. 
Espermatogênese 
(2.Processo contínuo) 
 Nos machos, os espermatozóides são 
produzidos continuamente, diferentemente 
do que ocorre na fêmea (produção cíclica 
dos gametas). 
 Para manter o processo contínuo, a 
liberação de espermatozóides não acontece 
simultaneamente ao longo de toda a 
extensão do túbulo seminífero. 
Túbulos espermiando 
* 
* 
* 
Espermatogênese 
(3.Pontes citoplasmáticas) 
 As células 
germinativas mantém 
pontes citoplasmáti-
cas ao longo da 
espermatogênese. 
Essas ligações entre 
as células acarreta 
uma sincronização do 
processo. 
 No final, essas 
pontes são perdidas. 
Espermatogênese 
(4.processo centrípeto) 
Espermatócito I 
Espermatócito II 
Espermátide 
Espermátidealongada 
Espermatogônia 
Espermatozóides 
Lâmina basal 
Luz do túbulo 
Periferia 
tubular 
Luz 
tubular 
Fatores que interferem 
com a espermatogênese 
• Fatores hormonais - hormônios 
hipotalâmicos e hipofisários 
• Temperatura 
• Deficiências nutricionais 
• Ação de agentes físicos 
(radiação), químicos (drogas), 
biológicos (toxinas). 
Alterações espermáticas 
• Oligospermia – produção baixa 
de espermatozóides. 
• Azoospermia – ausência de 
espermatozóides no ejaculado. 
• Teratospermia – número alto de 
espermatozóides defeituosos 
(acima de 40%). 
Curiosidades 
• Existem mais de 100 milhões de 
espermatozóides / mL de sêmen em 
homens normais. 
• Sendo que destes 100 milhões, apenas em 
torno de 200 chegam ao local de 
fertilização. 
• Um homem com menos de 10 milhões de 
espermatozóides / mL é considerado estéril.

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