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NARRATIVOS
Introdução
O que são textos narrativos?
O objetivo desta aula é:
- Conhecer o que são textos narrativos.
Olá, professor!
Nada melhor do que uma boa leitura para inspirar, não é mesmo?
Por isso, preparamos a leitura de um texto narrativo para você. Aproveite, desfrute, aprecie. Foi com muito carinho que fizemos esse presente, esperando assim te envolver e encantar com as possibilidades que as narrativas nos trazem.
Esperamos que aproveite!
Última edição do livro lido neste vídeo:
Contos Plausíveis
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2012
Nosso curso está focado na leitura de textos narrativos, mas você sabe o que caracteriza uma narrativa?
Leia o trecho do Caderno de Estudos - TRILHAS para Ler e Escrever Textos (p. 10), que traz essa definição:
NARRATIVOS
Propósitos
O objetivo desta aula é:
- Compreender a importância da leitura em voz alta feita pelo professor e da leitura de textos narrativos na formação do leitor literário. 
NARRATIVOS
Propósitos
A leitura para as crianças pode ser feita com diferentes propósitos. Quando planejamos uma situação de leitura em voz alta pelo professor, de um livro de literatura infantil, por que lemos?
Conheça os diferentes posicionamentos de professores sobre a importância da leitura literária na escola e escolha aquele que mais se aproxima do seu:
 Professor I: “A leitura literária é importante na escola, principalmente para garantir um clima prazeroso. O professor deve preferir livros com uma temática leve e vocabulário de fácil entendimento.” Professor II: “A leitura literária é importante na escola, principalmente por permitir que as crianças conversem sobre os seus medos, as suas fantasias e os problemas vividos no cotidiano. Essa é uma das funções primordiais da literatura.” Professor III: “A leitura literária é importante na escola, principalmente porque os textos literários apresentam uma linguagem construída com a intenção de provocar uma experiência leitora, que pode, também, estar presente nas ilustrações e no projeto gráfico do livro.” Professor IV: “A leitura literária é importante na escola, principalmente porque possibilita a aprendizagem de comportamentos socialmente desejáveis, como a tolerância e o respeito. Além de propiciar a discussão acerca de aspectos e virtudes morais importantes para a formação da criança.”
Respostas
Com certeza a leitura literária permite criar um clima prazeroso em diferentes momentos da rotina escolar. Mas o livro não precisa ser de fácil entendimento e de temática leve para que a proposta seja descontraída. É interessante que as crianças tenham contato com uma linguagem literária rica e com um conteúdo instigante para despertar o desejo de querer ler e ouvir histórias.
As conversas literárias podem ser espaço para muitas discussões a respeito das obras lidas. Elas, inclusive, permitem que as crianças comentem sobre suas impressões e sentimentos, mas essa possibilidade não é a única e nem a principal função da literatura. Podemos considerar outras possibilidades, como a do leitor experimentar sensações do personagem sem deixar de ser si mesmo, a de analisar a linguagem escrita e a de observar a beleza nas construções e na forma de organizá-las para produzir efeitos diversos.
X
Resposta correta professor lll
O ensino de valores e comportamentos socialmente desejáveis, atrelado à leitura de histórias, faz parte do processo de criação da literatura infantil. Sabemos, por exemplo, que Perrault contava histórias para as crianças da corte francesa para ajudar na educação delas. Com as recentes pesquisas, percebemos que os valores são ensinados mais com atitudes do que com as palavras, e que a literatura precisa impactar o leitor pela sua beleza artística. Dessa forma, não recomendamos usar um livro para ensinar comportamentos, mas, sim, para promover distintas experiências leitoras. Entre elas, vivenciar as sensações do personagem sem deixar de ser si mesmo, analisar a linguagem escrita e observar a beleza nas construções e na forma de organizá-las para produzir efeitos diversos.
O que devemos considerar para a realização da leitura literária em voz alta pelo professor?
Leia as afirmações abaixo e assinale qual delas você considera CORRETA.
 Na leitura em voz alta, o professor “empresta” sua voz e sua habilidade como leitor mais experiente para que as crianças tenham acesso a textos que não conheceriam sem a ajuda de um adulto. Ao cuidar da entonação, do ritmo e das pausas adequadas, ele contribui para que as crianças compreendam melhor o que está sendo lido. São chamadas de situações de leitura em voz alta aquelas nas quais o professor lê o texto com antecedência e compartilha com os alunos as suas impressões sobre a obra. Nesses casos, ele é a pessoa que realiza a contação, informa o conteúdo e comenta sobre o que julga importante ser aprendido por meio do texto.
respostas
Esta alternativa está correta pois é muito importante que o professor leia para as crianças. Nesse momento da leitura em voz alta, ele garante que a entonação, o ritmo e as pausas estejam adequadas – o que geralmente as crianças em fase de alfabetização não conseguem fazer por conta própria. Além disso, ao emprestar a voz para ler textos que provavelmente as crianças não dariam conta de ler sozinhas, o professor permite que elas tenham acesso a um bem cultural importante para a sua formação.
Esta alternativa é incorreta porque há uma confusão entre ler e contar. Ler pressupõe realizar uma leitura literal da história, sem pular palavras difíceis ou partes que o professor julga inapropriadas ou desinteressantes. Contar é usar a história fonte como inspiração, mas ela pode sofrer pequenas alterações tanto no enredo como na linguagem escrita. Não se trata, portanto, de valorizar uma prática em detrimento da outra, porém o curso está focado na prática de leitura em voz alta.
NARRATIVOS
Habilidades da BNCC
Na etapa “Processo” refletiremos sobre as práticas docentes que possibilitam o desenvolvimento das seguintes habilidades especificadas na Base Nacional Comum Curricular.
 
BNCC – EF - Habilidades possíveis de serem trabalhadas com os alunos
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.
(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
(EF02LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, textos literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto pela leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
 
BNCC – EI – Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre os gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo à estratégia de observação gráfica e/ou leitura.
Parte superior do formulário
NARRATIVOS
Relação texto e imagem
Os objetivos desta aula são:
- Compreender o conceito de livro ilustrado e refletir sobre a relação entre texto e imagem.
- Apreciar um livro ilustrado.
- Refletir sobre as intervenções que contribuam para as crianças observarem e apreciarem a relação existente entre texto e imagem.
Parte inferior do formulário
Relação texto e imagem
Existe atualmenteno mercado editorial brasileiro um considerável aumento no volume de publicações de livros ilustrados. O termo livro ilustrado pode gerar equívocos, pois é possível pensar que são livros que apresentam ilustrações, o que é um erro de interpretação.
Para compreender esse novo gênero da literatura, assista ao vídeo com as explicações de um grande ilustrador e especialista no assunto, Odilon Moraes, e de Carolina Moreyra, sua companheira na produção do livro Lá e aqui.
NARRATIVOS
Relação texto e imagem
Odilon Moraes define livro ilustrado considerando duas características principais: a relação existente entre o texto e a imagem, que se complementam muitas vezes para a construção de sentidos; e o ritmo das palavras, ou seja, o tempo da narrativa expressa tanto no texto como nas ilustrações.
Veja o vídeo a seguir e aprecie a leitura o livro Vizinho, vizinha, de Roger Melo realizada pela educadora Maria Slemenson. Enquanto assiste à leitura, observe a relação entre as ilustrações e o texto.
Esta obra pode ser considerada um livro ilustrado porque existe uma relação de complementariedade entre o texto e a imagem.
Questões I
Podemos afirmar que o texto e a imagem se complementam porque: (marque quantas alternativas quiser)
 As imagens mostram exatamente o que o texto retrata, sem nenhuma exploração diferente, já que o texto menciona, por exemplo, que a vizinha toca clarineta e isso aparece nas ilustrações. As imagens mostram os lugares pelos quais o vizinho já viajou, complementando o texto; e na estante de livros da vizinha é possível saber alguns títulos e compreender o tipo de viagem feita por ela. Podemos perceber o jogo entre a ilustração e o texto porque as imagens mostram as brincadeiras entre a vizinha e o neto. Só é possível compreender a interação pelas ilustrações, já que o texto menciona apenas que o neto chegou em sua casa. A relação de complementariedade entre texto e imagem ocorre também no corredor, entre os apartamentos, por conta do faxineiro que faz seu serviço sem ser especificado no texto, complementando o enredo.
Respostas
Em muitos livros de literatura infanto-juvenil, encontramos a ilustração como uma forma de apenas representar o que está escrito, como se fosse uma descrição visual de partes do texto. Por exemplo: se na escrita a vizinha toca clarineta, teríamos uma ilustração deste personagem tocando o instrumento. Mas, quando falamos em livro ilustrado trazemos um novo conceito da “relação existente entre o texto e a imagem que se complementam muitas vezes para a construção de sentidos”, como afirma Odilon Moraes. Isso acontece, por exemplo, quando sabemos os lugares por onde o vizinho viajou, pois na ilustração é possível observar uma pirâmide que conduz ao Egito e um pinguim que remete aos polos, por exemplo.
X
É possível estabelecer relações entre o texto e as ilustrações quando o foco é saber quais foram as viagens que o vizinho e a vizinha fizeram. Existem informações sobre as viagens que só aparecem nas ilustrações e, outras, presentes só no texto. Ou seja, ambas se complementam. O trabalho com livros ilustrados é rico exatamente por possibilitar essa exploração de diversas linguagens e como estas se relacionam.
X
Eis uma alternativa interessante de ser marcada pois, de fato, há informações sobre a relação da vizinha com o seu neto que são identificáveis somente pelas ilustrações – a exemplo da brincadeira entre eles. Outras, surgem apenas por meio do texto. Esta é a riqueza do trabalho com livros ilustrados, esse convite contínuo para nos relacionarmos com a história através das linguagens visual e verbal.
X
Esse é um aspecto importante da relação de complementariedade entre a ilustração e o texto. O faxineiro, por exemplo, não aparece na escrita, mas ao voltar os olhos para a ilustração, o encontramos. Um dos aspectos encantadores do livro Vizinho, vizinha é justamente este convite continuo para associarmos o texto e a imagem, construindo novos sentidos para a narrativa. Nesta aventura literária, ampliamos a nossa relação com a história.
QUESTÕES II
Imagine que você irá ler o livro Vizinho, vizinha para um grupo de alunos do 1o ano.
Caso precise assistir novamente, clique no vídeo abaixo. 
 Quais perguntas você faria para conversar a respeito da relação existente entre imagem e texto? (marque quantas alternativas quiser)
 Como podemos descrever a vizinha? E o vizinho? Vocês acham que eles são parecidos? Por quê? Como podemos perceber o que os vizinhos gostam ou o que fazem? Como são os vizinhos de vocês? Vocês gostam deles? Já aconteceu alguma história engraçada com um vizinho seu? Vamos reler o trecho em que o neto da vizinha e a sobrinha do vizinho se encontram? O que acontece nesse encontro? Vocês repararam que existia um faxineiro na história? Onde podemos encontrá-lo? O que ele faz? O apartamento deles revela algo sobre o jeito de viver dos personagens?
Respostas
X
Estas perguntas seriam bastante interessantes numa proposta de conversa sobre a relação entre a imagem e o texto pois, para respondê-las, as crianças precisam buscar informações em ambos. Afinal, as características físicas dos personagens aparecem apenas nas ilustrações, enquanto o texto explicita outros detalhes como, por exemplo, as preferências de cada um: ele coleciona discos e ela guarda coisas velhas.
X
Para responder a esta pergunta as crianças vão buscar informações tanto no texto como na ilustração, portanto seria uma pergunta muito potente para convidar as crianças a estabelecer relações entre ambos. Por exemplo, o vizinho gosta de ter plantas em sua casa e a vizinha tem um rinoceronte que se chama Abílio. Ambas as informações só são apresentadas na ilustração.
Quando trazemos um livro ilustrado para apresentar e conversar com as crianças é interessante pensarmos em questões que as convidem a observar a relação existente entre o texto e a ilustração. Estas perguntas não possibilitam olhar para essa relação de complementariedade entre o texto e a imagem, pois buscam um diálogo apenas com o tema do livro (como são os vizinhos de vocês?) e a experiência de cada criança.
Para conversar a respeito da relação existente entre imagem e texto, as perguntas devem ajudar a destacar as características de um e de outro e as relações possíveis de se identificar. Ao fazer essa pergunta (já aconteceu alguma história engraçada com um vizinho seu?) levamos as crianças a relacionarem o tema do livro a sua experiência pessoal.
X
Esta pergunta pode contribuir muito para as crianças estabelecerem relações entre texto e imagem, uma vez que ao se encontrarem, a sobrinha do vizinho com o neto da vizinha, as histórias se misturam. As representações dos objetos, tanto no texto aqui escrito sem vírgulas, quanto nas ilustrações, demonstram uma grande mistura das coisas do vizinho com as da vizinha. O ritmo do texto, criado pela ausência de vírgulas complementa a sensação de bagunça criada pela imagem.
X
Ao perguntar para as crianças sobre o faxineiro, as convidamos a olhar para os detalhes da ilustração do livro. Como o faxineiro não aparece no texto, ao chamarmos a atenção das crianças para ele, também despertamos nelas a percepção de que a narrativa de um livro ilustrado é composta por texto e imagens.
X
Quando fazemos esta pergunta, convidamos as crianças a buscarem informações no texto e na ilustração. Por exemplo, as imagens mostram os lugares pelos quais o vizinho já viajou; e na estante de livros da vizinha é possível saber alguns títulos e compreender o tipo de viagem feita por ela. Ao chamar atenção para isso, possibilitamos às crianças conversar a respeito da relação de complementariedade existente entre a imagem e o texto, assim esta é uma boa pergunta para uma conversa sobre livro ilustrado.
NARRATIVOS
Chaves de apreciação
Os objetivos desta aula são:
- Compreender o conceito de chave de apreciação e relacioná-lo com a prática de leitura.
- Identificar chaves de apreciação em uma obra literária.
- Pensar sobre intervenções que coloquem em evidência as chaves de apreciaçãoeleitas para uma conversa literária.
Para pensar em como apreciar uma história, a pesquisadora argentina Cecilia Bajour afirma que os livros nos oferecem “chaves” que nos convidam a pensar sobre alguns pontos de sua construção artística. Trata-se de uma metáfora que nos conduz a “meios de entrar” nos livros. A autora é contundente quando afirma que existem diversas formas de apreciar uma obra. Leia o que ela escreve:
 “Não existe uma fórmula única para penetrar nos textos. Os modos específicos de entrar nos textos podem partir de algumas chaves que cada livro sugira, ou de algum aspecto que se queira destacar ou no qual se queira intervir para a construção de saberes literários.”
BAJOUR, Cecilia. Ouvir nas entrelinhas – O valor da escuta nas práticas de leitura. São Paulo: Pulo do Gato, 2012, p.63-68
 Chaves de apreciação
A partir dessa definição, vamos pensar em quais chaves a história Os três cabritos cabrões nos oferece?
Leia o conto:
Os três cabritos cabrões
Era uma vez três cabritos que iam subir a montanha à procura dos gordos pastos do verão; e todos os três se chamavam Cabrito Cabrão. A trilha passava por uma ponte sobre uma corredeira e, embaixo dessa ponte, morava um troll, grande e feio, com olhos do tamanho de pratos e um nariz comprido como o cabo de um rastelo.
O primeiro a querer atravessar a ponte foi o Cabrito Cabrão mais novo. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram as suas patinhas sobre o madeirame.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte?! – Urrou o troll.
— É o Cabrito Cabrãozinho; estou indo para a montanha à procura de um bom pasto – disse o cabrito com voz fina.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – Disse o troll.
— Não, não, por favor, não me mate, eu sou ainda muito pequeno; espere só mais um pouquinho e já já vai passar o Cabrito Cabrão, meu irmão do meio. Ele é bem maior do que eu.
— Está bem – resmungou o troll.
Daí a pouco, veio chegando o Cabrito Cabrão do meio, para atravessar a ponte. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram suas patas na madeira.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte!? Urrou o troll.
— É o Cabrito Cabrão; estou indo para a montanha à procura de um bom pasto – respondeu o segundo cabrito, com uma voz que não tinha nada de fino.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – Disse o troll.
— Não, não, por favor, não me mate; espere só mais um pouquinho e já já vai passar o meu irmão mais velho, o Cabrito Cabrãozão. Ele é bem maior do que eu.
— Está bem! – resmungou o troll.
Daí a pouco, veio vindo o grande Cabrito Cabrãozão, para atravessar a ponte. Plaquete-plaque! Plaquete-plaque! Ecoaram suas patas, num passo tão forte que fazia o maderaime gemer.
— Quem é que ousa atravessar a minha ponte!? – urrou o troll.
— Sou eu, o Cabrito Cabrãozão – respondeu o cabrito, com voz forte e grave.
— Pois estou indo aí pra te pegar! – gritou o troll.
— Pois venha se quiser! Com esses dois cornos meus vou furar e vazar dois olhos teus!
— Com minha força eu te pego de jeito, pra esmagar teus braços e teu horrível peito! Disse o cabrito.
E partiu para cima do troll. Furou-lhe os olhos, esmagou-lhe os ossos, e numa forte chifrada, atirou-lhe na corredeira.
Então os três Cabritos Cabrões foram até a montanha, onde encontraram o pasto farto. Lá engordaram tanto que por pouco não aguentaram voltar para casa no outono. E, se não perderam a gordura, ainda estão roliços como então.
Askeladden & Outras Aventuras, Francis Henrik Aubert (Ed. Edusp)
Chaves de apreciação
Observe como uma professora encaminhou a conversa literária a partir desta história.
Professora – Teve uma coisa interessante que esses cabritos fizeram que acho que cabritos de verdade, cabrito animal não faria.
Aluno 1 – Desceram as escadas.
Professora – Desceram as escadas. Eles, aqui na história, eram cabritos animais, iguais aos cabritos que a gente vê por aí?
Crianças em coro – Não!
Professora – Eles eram cabritos que estavam com características de que?
Criança 2 – De pessoas.
Professora – Isso mesmo, de pessoas, animais com características humanas. Por quê? 
Criança 3 – Porque eles falavam. 
Professora – Porque eles davam conta de falar coisas e fazer coisas que só seres humanos conseguem, como descer escadas. O que mais eles fizeram na história?
Criança 4 – Eles cresceram.
Professora – Mas crescer, animais também crescem.
...
Professora: Quais histórias vocês conhecem em que os animais conseguem fazer coisas de seres humanos?
Criança 3 –Macaco
Professora – Personagem não, histórias. 
Criança 3 – O livro da bruxinha porque a onça conseguia correr e falar.
Professora – Correr animal faz, mas falar não. Isso mesm
QUESTÃO I
Assinale o que a professora selecionou como chave de leitura para a conversa apreciativa que realizou com os alunos.
 As características dos personagens. Um recurso da linguagem chamado personificação, ou seja, quando os personagens não humanos ganham suas características, tais como falar e pensar. A repetição dos acontecimentos da história. Conhecer mais sobre os cabritos enquanto animais, focando em suas características físicas. A presença do ogro como o responsável por não permitir o avanço dos cabritos e suas características físicas. Discutir a mensagem que a história nos ensina. Uma possibilidade é que o bem vence o mal.
RESPOSTAS
RESPOSRASRESPOSTAS
A maioria dessas alternativas poderia ser alvo de discussão da professora.
Porém, para promover a conversa literária, ela utilizou um recurso chamado personificação como chave de apreciação. Personificação é uma figura de linguagem que confere a objetos inanimados ou abstratos características humanas. Esse recurso é facilmente encontrado em textos literários e pode ser alvo de muita discussão com as crianças.
As características dos personagens.
X
Um recurso da linguagem chamado personificação [...]
A repetição dos acontecimentos da história.
Conhecer mais sobre os cabritos enquanto animais [...]
A presença do ogro [...]
Discutir a mensagem que a história nos ensina. [...]
QUESTÃO II
Considerando o conto Os três cabritos cabrões escolhido pela professora, assinale quais seriam as outras chaves de leitura para apreciar a obra:
(marque quantas alternativas quiser)
 As características dos personagens. A repetição dos acontecimentos da história. Conhecer mais sobre os cabritos enquanto animais, focando em suas características físicas. A presença do ogro como responsável por não permitir o avanço dos cabritos e a discussão de suas características físicas. Discutir a mensagem que a história nos ensina. Uma possibilidade é que o bem vence o mal.
RESPOSTA
QUES Outras chaves de leitura para apreciar a obra são:
X
As características dos personagens são fundamentais para a história, já que é devido ao tamanho dos cabritos que eles conseguem convencer o Ogro a esperar sempre pelo próximo, pois será maior, e assim vencê-lo. Essa é uma chave de apreciação interessante para este livro, pois para observar as características dos personagens as crianças irão explorar as ilustrações e reler trechos que os descrevem. Essa pode ser uma boa maneira de aproximá-las da história.
X
Por ser uma história com repetição, as crianças podem deduzir quais serão os próximos acontecimentos, envolvendo-se com a história. A reflexão a respeito da repetição, como e onde ela aparece, pode ser uma chave de apreciação muito interessante para as crianças pensarem nas características da obra como um todo.
As conversas literárias precisam estar atreladas às impressões das crianças com as chaves de apreciação que o livro oferece. Ao propor uma atividade para estudar os cabritos, enquanto animais e não como personagens, o professor distancia a atividade do propósito dela, que é ler e apreciar a literatura.
X
Personagens como o Ogro costumam gerar bastante curiosidade nas crianças, por isso explorar as ilustrações e reler trechos que o descrevem podem ser uma boa maneira de entrar no livro. Além disso, as características físicas deste personagem estão atreladas às características da obra. Nesse contexto,a exploração delas por meio da ilustração e do texto é uma chave de apreciação muito potente.
Embora por muitos anos as conversas sobre os livros buscassem ensinar valores (o que é certo e o que é errado), atualmente a forma como propomos explorar a literatura permite diversas interpretações. Por exemplo, se reduzirmos a história Cabritos, cabritões a uma única interpretação, impedimos as crianças de manifestarem suas próprias interpretações e sensações, afastando-as da experiência literária.
Agora é a sua vez de pensar nas chaves de leitura de um livro. Veja o vídeo a seguir e aprecie a leitura de Quem soltou o Pum? realizada pela educadora Érica de Faria.
Enquanto assiste à leitura, pense em quais chaves de apreciação o livro nos convida a usar numa conversa com as crianças.
 
Muitas são as possibilidades de conversa com as crianças e selecionamos algumas chaves de apreciação que o professor poderia escolher para realizar uma conversa literária com o livro Quem soltou o Pum?
 
Chaves A: Relações entre texto e imagem, em que a ilustração colabora com a construção de sentidos da narrativa.
Chaves B: Ilustração enquanto técnica e forma utilizadas, ou seja, pintura, massinha, colagem, xilogravuras, entre outras.
Considerando essas chaves, quais perguntas você faria para potencializar a conversa a respeito delas?
Associe a chave com o tipo de intervenção possível de ser feita com as crianças.
A
 ou 
B
A
 Quando li o título vocês imaginaram que o Pum era o cachorro? Por quê?
A
 Quando vocês se deram conta de que o Pum era o cachorro?
A
Vou reler um trecho: “Mas às vezes as pessoas olham feio para mim porque o Pum faz barulho e atrapalha a conversa dos adultos.” Se lêssemos somente o texto sem ver as imagens, seria possível compreender a mesma coisa?
A
 Na parte em que o menino conta que soltou o Pum no jardim e levou uma bronca da síndica, onde é possível compreender o motivo da bronca?
B
 Vocês notaram as cores utilizadas pelo ilustrador? Apreciaram os traços?
RESPOSTAS
A ) Essa intervenção da professora possibilitará aos alunos buscar nas imagens a comprovação de que o Pum é um cachorro. Só pelo nome do animal, que aparece no texto, não é suficiente para a compreensão de quem se refere esse personagem.
A
Para responder a essa intervenção da professora, os alunos terão que buscar um ponto específico da narrativa para comentarem a descoberta do Pum ser um cachorro. Essa conclusão só é possível pela relação entre o texto e a imagem, já que o nome do animal pode gerar dúvidas e a certeza aparece na ilustração do personagem.
A
Retomar a história relendo trechos pode ser uma intervenção bastante potente para debater partes importantes do livro e permitir que os alunos compreendam melhor o que leram. Com esta pergunta, o professor coloca em evidência a relação existente entre o texto e a imagem para compreensão da obra. Se o leitor lesse somente o texto, sem olhar as ilustrações, a compreensão da história seria outra.
A
Novamente só é possível responder essa questão se o leitor ler as imagens em conjunto com o texto. A bronca da síndica é possível saber pelo texto e os motivos da bronca são possíveis de ver na imagem, pois o cachorro faz muita bagunça no jardim.
B
Uma chave de apreciação pode ser a técnica da ilustração utilizada. No caso do livro em questão há um detalhe importante que é a cor dada para o cachorro e o restante ser em preto e branco. Os traços finos que parecem ter sido feitos de lápis e o destaque para o protagonista da história podem ser alvo de muita discussão.
Cecilia Bajour é uma especialista que tem analisado a escuta ativa nas situações de leitura literária. Em seu livro Ouvir nas entrelinhas – o valor da escuta nas práticas de leitura, da editora Pulo do Gato, a autora defende uma concepção dialógica de escuta, ou seja, aquela em que todos têm voz e que a fala de um se relaciona com a do outro. Não se trata de uma escuta de manifestações do dizer de cada um, é preciso interação entre essas falas.
Partindo dessa premissa, temos dois trechos de conversas literárias com o livro Quem soltou o Pum?
Leia e as transcrições das rodas de conversa a seguir e reflita: em qual delas você acredita haver uma escuta ativa da professora, ou seja, aquela que considerou realmente o que as crianças dizem?
 
Roda de conversa nº 1:
Professora – Em que momento da história descobrimos que o Pum era um cachorro?
Aluno 1 – Eu consegui perceber logo na primeira página.
Aluno 2 – Eu tive certeza só quando o menino levou bronca da síndica.
Professora volta à página em que o aluno 1 menciona e pergunta: como você sabia aqui?
Aluno 3 – Porque aparece o nome Pum no pote de comida do cachorro.
Aluno 2 – Nossa! Não tinha percebido isso!
Professora – Mas o texto diz que Pum era o cachorro? Se eu não tivesse mostrado as imagens vocês saberiam disso?
Aluno 4 – Não. Eu ia pensar que o menino estava soltando pum.
Professora – É verdade! Eu também pensaria assim.
 
Roda de conversa nº 2:
Professora – O que acharam do livro Quem soltou o Pum? Qual parte mais chamou sua atenção?
Aluno 1 – Eu gostei porque o cachorro que chama Pum.
Aluno 2 – Eu também porque é engraçado saber que o menino solta pum e as pessoas não gostam, se incomodam.
Aluno 3 – No começo pensei que o menino soltava pum de verdade, depois que entendi que era o cachorro.
Professora – Muito bem, crianças. Percebi que gostaram bastante dessa história. Amanhã leio outra.
 QUESTÃO I
 Assinale a alternativa correspondente à roda de conversa em que você acredita haver uma escuta ativa da professora, ou seja, aquela que considerou realmente o que as crianças dizem.
 Roda de conversa nº 2 Roda de conversa nº 1
ESPOSTA
A roda de conversa que demonstrou uma escuta ativa da professora durante a apreciação foi:
Roda de conversa nº 2 - Essa não é a melhor alternativa pois a professora apenas pede que os alunos digam se gostaram ou não da obra, sem levá-los a refletir e estabelecer relações.
X
Roda de conversa nº 1 - Essa alternativa é correta pois nessa conversa a professora ajuda as crianças a fazerem reflexões sobre a história ao relacionar a fala dos alunos aos elementos do texto e da ilustração.
QUESTAO II
Como vimos no exercício anterior, a escuta ativa valoriza a fala das crianças, considerando-as dentro do contexto da obra literária.
A partir disso, uma escuta ativa ocorre quando a professora:
(marque quantas alternativas quiser)
 Dá voz para os alunos comentarem suas impressões, relacionando o que eles dizem com a fala dos colegas e com os aspectos do livro. Abre espaço para as crianças falarem livremente. O que importa no momento de apreciação é deixa-las se expressarem. Ajuda os alunos a estabelecerem relações entre o texto e a imagem ou outras relações a depender da intencionalidade que se tem. Faz várias perguntas e pede para os alunos responderem oralmente cada uma delas no término da leitura para verificar se houve compreensão leitora.
RESPOSTA
X
Este é um bom exemplo de situação que possibilita a escuta ativa, ou seja, aquela em que todos têm voz e que o professor relaciona a fala de um com a do outro e com o livro. Não se trata de uma escuta de manifestações do dizer de cada um, é preciso sempre garantir interação entre essas falas.
Abrir espaço para as crianças comentarem o que pensam acerca da história lida é fundamental, mas a fala sem troca e sem interação não se configura como uma escuta ativa. Esta só ocorre quando o professor dá voz aos alunos, respeitando o que cada um diz, e relaciona os comentários feitos com as chaves de leitura escolhidas para apreciação do livro.
X
Essa seria uma situação de escuta ativa, já que só acontece quando o professor abre espaço para os alunos comentarem suas impressões interagindo entre si, relacionando as falas dos alunos com as chaves de apreciação selecionadas para discussão.
Dar a possibilidade de fala aos alunos sem uma interlocução efetiva não se configura como uma situação de escuta ativa. Quando o professor transforma a conversaem um questionário que tem respostas únicas esperadas, apenas espera que as crianças confirmem informações que, em si, não propiciam a ampliação da percepção delas a respeito do livro. Por exemplo: aquelas perguntas as quais as crianças respondem em coro (‘siiiimmmmm’,‘nããããããããoooo’) são perguntas que não possibilitam a interação entre falas, já que todos estão concordando.
QUESTAO III
A professora Dora propôs uma roda de apreciação de livros que tivessem lobos. Selecionou alguns títulos: Chapeuzinho , O lobo e os sete cabritinhos, Os três porquinhos, A verdadeira história dos três porquinhos, O lobo Maurinho, entre outros. Depois de lerem e apreciarem alguns títulos aconteceu a seguinte conversa:
 
Professora com um livro na mão – Os lobos dessas histórias são parecidos? São como vocês esperavam?
Duas crianças respondem simultaneamente – Não!
Professora – Por quê? Como vocês imaginam um lobo mau?
Criança 1 – Ele é feroz, com dentes afiados e uma boca enorme.
Criança 2 – E com garras afiadas, peludo e um pouco sujo.
Criança 3 – Os lobos são muito malvados.
Professora – Quais histórias vocês conhecem que têm esse lobo malvado?
Criança 4 – Chapeuzinho Vermelho. Ele come a vovó!
Criança 5 – Os sete cabritinhos.
Criança 6 – Os três porquinhos.
Professora – Muito bem! O lobo Maurinho parece com esses lobos?
Criança 3 – Não!
Criança 4 – No início do livro sim, mas depois muda.
Criança 6 – É verdade! No começo parece que o Maurinho é mau porque mostra partes do seu corpo de um jeito feroz.
Professora mostra as imagens do início do livro
Professora – Então como é o lobo Maurinho?
Criança 5 – Ele é bom, faz boas ações e é fofinho.
Professora – Onde podemos ver isso?
Criança 2 – Quando vemos na imagem ele torturando a vovó de cócegas.
Criança 3 – No livro A verdadeira história dos 3 porquinhos, o lobo também é diferente.
Professora – Por que você acha isso?
Criança 3 – Porque o lobo não queria fazer mal aos porquinhos. Na história ele conta que só queria uma xícara de açúcar emprestada.
Professora –Você acreditou nele?
Criança 2 – Eu acreditei.
Criança 3 – Eu não! Ele queria era comer os porquinhos.
 
Uma possibilidade de conversa apreciativa é discutir as características dos personagens.
Leia as afirmações e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
VERDADEIRO 
V
 ou 
F
 FALSO
F
 O encaminhamento da professora teve como propósito pesquisar as características dos lobos maus na literatura.
V
 A professora considerou as características dos lobos maus conhecidas pelas crianças como chave de apreciação para conversa literária, já que os lobos são diferentes em cada história.
 
F
 As perguntas feitas pela professora não ajudam as crianças a conhecerem mais os lobos porque ela não tem foco em um livro durante a conversa.
V
Com essa conversa foi possível que as crianças estabelecessem relações entre os títulos lidos, identificando semelhanças e diferenças entre o personagem em diferentes narrativas.
RESPOSTA
F
Esta afirmativa é falsa pois, a apreciação de alguns livros não pode ter como propósito um estudo tão amplo, tão geral: o estudo dos lobos na literatura. A professora tinha como propósito conhecer um personagem típico da literatura que costuma agradar ao público infantil. Fazer isso com vários títulos enriquece a proposta, já que é possível estabelecer relações de semelhança e diferença entre as obras e, portanto, das características dos lobos.
V
Esta afirmativa é verdadeira pois, pela transcrição da conversa foi possível notar que a professora considerou o que os alunos já sabiam sobre o personagem e ampliou os saberes, fazendo relações entre as características dos lobos nas diferentes histórias.
F
Esta alternativa é falsa pois a riqueza dessa proposta é justamente o fato da professora utilizar vários livros para comparar as características dos lobos, permitindo a observação de que eles são diferentes, mas apresentam algumas semelhanças nas variadas histórias.
V
Esta afirmativa é verdadeira pois a riqueza dessa proposta é justamente o fato da professora utilizar vários livros para comparar as características dos lobos, permitindo a observação de que eles são diferentes, mas apresentam algumas semelhanças nas várias histórias.
Estamos chamando de conversas literárias aquelas que se realizam em um processo de leitura em voz alta pelo professor, seja ela durante ou depois da leitura, em que o objetivo é trocar impressões pessoais sobre o lido e destacar aspectos da obra que merecem ser observados e analisados. Aindan Chambers, em seu livro Dime1 traz uma citação de uma fala de uma menina de 8 anos. Ela diz: “Não sabemos o que pensamos sobre um livro até que tenhamos falado dele.” Com isso, acreditamos na importância dessas conversas, pois é possível haver uma troca efetiva entre os leitores e se beneficiar da competência do outro para compreender melhor o que se lê.
1 CHAMBERS, Aindan. Dime. México: Fondo de Cultura Economica, 2007
 
Agora vamos ver uma transcrição de uma conversa literária do livro O túnel, de Anthony Browne:
Professora – A partir de que momento, no texto, vocês perceberam uma mudança entre eles?
Alunos – Onde ele é feito de pedra.
Professora – Onde ele está transformado em pedra? Vamos para essa parte. Eu passei?
Aluna – Está distraída?
Professora – Sim. (risos)
Aluno – No primeiro, ele estava como uma pedra. No segundo, estava se movendo. No outro a cabeça era de pedra e, no outro, não.
Professora – E o que fez transformar essa pedra em menino?
Aluna – Porque a irmã o abraçou.
Aluno – Porque derreteu com o sol.
Professora – Vejam, ela diz que o abraço da irmã e ele diz que foi o sol. Eu vou ler: “ela abraçou a figura dura e fria e chorou. Pouco a pouco a estátua começou a mudar de cor e foi ficando mais macia e morna”.
Aluno – Porque ela gostava dele.
Aluno – Porque a irmã e o irmão não se gostavam e por isso o irmão se transformou em estátua. E depois eles ficaram juntos.
Aluno – E depois a irmã o abraçou.
Professora – Vamos escutá-lo. O que queria dizer?
Aluno – Nas duas partes daqui está escuro. Na outra está um pouco escuro e, na outra, não.
Professora – Ele está mostrando algo relacionado às ilustrações. Você acha que tem algo a ver com a história esta escuridão e esta claridade?
Aluno – Sim, porque ela o abraçou.
Aluno – Ali enxergamos tudo escuro porque o irmão era de pedra. E quando está assim é porque começou a tirar todas as pedras.
Professora – Ou seja, quando ele estava transformado em pedra, a floresta também estava escura. Por que vocês acham que a floresta estava tão escura?
Aluno – Porque eles não gostavam um do outro. Aí ficou claro porque passaram a se gostar.
Professora – Quer dizer que... vamos pensar isto juntos...
Aluno – Os irmãozinhos...
Professora – Ah! E como você percebeu tudo isso?
Aluno – Porque quando ela o abraçou começou a clarear a grama e as árvores e o céu.
Aluno – Porque era como um feitiço que fez tudo... a floresta.
Professora – Olhem o que viu Milagros... Olha...Diego...
Aluna – Está vendo que aqui está envolvendo algo?
Professora – Vejam o que ela está dizendo: aqui a parte escura é tudo com pedrinhas, mas quando ela o abraça e ele se transforma de volta em Juan...
Aluno – São como luzes. Amarelas.
Aluno – Luzes amarelas.
Aluno – Porque aqui se abraçaram e terminaram felizes.
Aluno – Na parte mais escura tem a sombra mais escura.
Professora – A parte mais escura tem sombra mais escura. Você falou...alguém falou de um feitiço...o que fez pensar que aconteceu um feitiço aqui?
Aluno – Quando o abraçou e o feitiço se rompeu...
 
Para conhecer o livro e parte da atividade da qual a transcrição acima faz parte, acesse o link:
 QUESTÃO I
Quais foram os focos de discussão? Observe o encaminhamento da professora e assinale:
A: SIM
B: NÃO
A
 ou 
B
A
 Ela coloca em discussão a apreciação das imagens para saber, por exemplo, como o personagem está se sentindo.
 
B
 Ela pede explicações do significado de palavras e expressões para ajudar na compreensãoleitora.
A
 Com suas intervenções, a professora provoca os alunos a estabelecerem muitas relações entre texto e imagem, já que os convida para apreciarem as imagens e retirarem, delas, aspectos que possam ajudar a entender o que aconteceu com os personagens. A professora também relê trechos para auxiliar os alunos a estabelecerem essas relações.
A
 Ela conversa sobre as características das ilustrações, já que a claridade e o escuro expressos nas páginas analisadas são detalhes importantes do enredo, que contribuem para uma melhor compreensão da obra.
 A
Ela relê trechos escritos para contribuir para a compreensão da obra por parte dos alunos.
RESPOSTA
A
Esse encaminhamento foi feito pela professora. O trecho escolhido para a transcrição marca uma passagem importante da história em relação aos sentimentos dos personagens. A transformação do menino em pedra e depois novamente em humano traz um ponto essencial da obra: a relação dos irmãos, que antes não se davam bem e, depois do abraço da irmã, muda para melhor. O desespero da irmã ao ver o irmão petrificado e a reação dele quando volta a condição normal são visíveis nas imagens e também no texto.
B
A professora não encaminhou a conversa desta forma. A conversa literária transcrita foi bastante rica, pois permitiu uma diversidade de discussões a respeito do livro e considerou diferentes chaves de apreciação. Entre elas estão as relações entre texto e imagem, as características desses personagens e a sequência temporal do fato narrado: o menino sendo transformado em humano novamente após o abraço da irmã. Porém, a professora não pede explicações sobre o significado de palavras e expressões, porque isso não precisou acontecer para que ocorresse a compreensão leitora e a participação ativa das crianças.
A
Esse encaminhamento foi feito pela professora. Na transcrição é possível observar diversas intervenções da professora no momento da apreciação, dentre elas, a de reler trechos da história para ajudar os alunos a verificarem suas hipóteses sobre o fato do irmão ter virado pedra e estar se transformando novamente em humano. Os alunos comentam também sobre as cores e as mudanças que ocorrem no irmão, possíveis de serem vistas pela relação que se estabelece entre texto e imagem.
A
Esse encaminhamento foi feito pela professora. Na transcrição observamos que os detalhes das ilustrações foram destacados pela professora. A claridade e o escuro relacionados com a transformação do menino são alvo de muita reflexão, que só é possível para as crianças devido a correlação proporcionada entre texto e imagem.
A
Esse encaminhamento foi feito pela professora. A releitura de trechos da história é uma intervenção importante porque permite que os alunos verifiquem suas hipóteses de compreensão. É possível estabelecer relações com as ilustrações e com o próprio texto quando as crianças ouvem novamente o trecho.
QUESTÃO III
Na transcrição da conversa literária muitos alunos participaram comentando suas impressões a respeito da obra. A professora deu voz para diferentes alunos e considerou o que cada um falava.
Podemos, então, afirmar que a professora potencializou a voz da criança porque:
(marque quantas alternativas quiser)
 Valida a fala dos alunos, pois repete para que todos os outros escutem e entendam as reais intenções do autor ao colocar o menino em formato de pedra. Volta a trechos da história e coloca em discussão um pensamento de uma criança para verificar o que aconteceu com o irmão que foi transformado em pedra, ajudando os demais a perceberem esse fato. Pede atenção de todos para que os alunos repitam o que falaram, valorizando assim seus pensamentos. Toma as falas das crianças e abre um espaço para que os outros alunos comentem suas impressões a respeito das intenções da menina ao abraçar o irmão, gerando um debate, provocando dúvidas, perguntando se os demais concordam, sem chegar a nenhuma conclusão ou fechamento em uma única ideia.
RESPOSTA
A validação do que os alunos comentam pode acontecer para dar continuidade a uma discussão, mas é necessário ter cautela para não definir uma única forma de interpretar a história. Uma boa conversa apreciativa não visa localizar as intenções do autor, a ideia é justamente o contrário, permitir muitas discussões a respeito e isso é possível quando o professor cria um espaço genuíno de trocas e conversa.
X
Esta seria uma boa forma de potencializar a fala das crianças. Ao retomar trechos da história com a intenção de que os alunos troquem suas impressões sobre a leitura, o professor permite que voltem às páginas da obra e manifestem suas diversas impressões. Essa rica interação é fundamental em processos de leitura literária.
A professora não encaminhou a conversa desta forma. Reforçar respostas que parecem mais adequadas não significa valorizar a forma como cada um pensa. Pelo contrário, pode enfatizar a ideia de que existe um único pensamento que todos precisam entender. Quando o professor relaciona a fala dos alunos entre si, chama a atenção para a escuta, criando um espaço genuíno de troca.
X
Nesta situação a professora potencializou a voz das crianças ao considerar o que falam sobre as histórias que ouvem. O debate, a troca de opiniões, os diferentes comentários enriquecem a conversa literária e beneficiam os leitores com novas perspectivas sobre o livro lido. Isso permite estabelecer muitas relações com a obra literária, em vez de uma compreensão única.
O Pensamento infantil nas conversas literárias
Os objetivos desta aula são:
- Compreender e valorizar a escuta ativa na conversa apreciativa, considerando as hipóteses infantis sobre o lido.
- Refletir sobre as ideias infantis acerca de uma leitura literária para uma melhor mediação do professor.
Ao longo do nosso curso, já discutimos a importância de uma escuta ativa por parte do professor em conversas apreciativas. Agora daremos foco ao pensamento infantil, em como as crianças pensam em algumas situações de leitura.
 QUESTÃO I
Na transcrição da conversa literária do livro O túnel, a professora pergunta o que fez a pedra se transformar em menino. As respostas dadas foram:
Aluno 1 – A irmã o abraçou.
Aluno 2 – Foi por causa do sol
Que tipo de compreensão sobre a história e seus personagens essas falas revelam?
 As falas revelam que as crianças conseguem inferir os motivos da transformação do menino e, por isso, retiram do livro uma ideia implícita sobre o personagem. As falas revelam que as crianças inventam uma situação que não existia, o sol, por exemplo, e por isso, pensam em situações que não se relacionam com a história. As falas revelam que as crianças conseguem extrair do texto que a transformação da pedra em menino foi por causa do abraço da irmã e, por isso, retiram dele uma ideia explícita sobre o personagem. As falas revelam que as crianças comentam suas impressões pessoais sobre a história e, por isso, não estabelecem relações com a ideia do autor.
RESPOSTA
X
Resposta correta
As crianças não pensaram em situações que não se relacionavam com a história. Na realidade, a informação está implícita na relação entre o texto e a imagem. Para compreendê-la, os alunos precisaram inferir uma questão central na obra por meio da relação existente entre os irmãos ao longo da narrativa. Embora brigassem muito, o amor entre eles fez com que o menino voltasse à vida humana. As falas das crianças revelam suas impressões ajustadas ao conteúdo da história, por isso o entendimento do que estava posto na página dupla não estava explícito, e elas não falam coisas desarticuladas em relação à obra.
As crianças não retiraram do texto a informação pois ela não aparece na escrita. A informação está implícita na relação entre o texto e a imagem. Para compreendê-la, os alunos precisaram inferir uma questão central na obra por meio da relação existente entre os irmãos ao longo da narrativa. Embora brigassem muito, o amor entre eles fez com que o menino voltasse à vidahumana. As falas das crianças revelam suas impressões ajustadas ao conteúdo da história, por isso o entendimento do que estava posto na página dupla não estava explícito, e elas não falam coisas desarticuladas em relação à obra.
As crianças estabelecem relações com a ideia do autor, uma vez que a informação está implícita entre o texto e a imagem. Para compreendê-la, os alunos precisaram inferir uma questão central na obra por meio da ligação existente entre os irmãos ao longo da narrativa. Embora brigassem muito, o amor entre eles fez com que o menino voltasse à vida humana. As falas das crianças revelam suas impressões ajustadas ao conteúdo da história, por isso o entendimento do que estava posto na página dupla não estava explícito, e elas não falam coisas desarticuladas em relação à obra.
QUESTÃO II
Na atividade anterior, vimos o pensamento das crianças e as formas como elas relacionam seus pensamentos com a história.
A partir desta afirmação, podemos dizer que:
 As crianças são capazes de compreender apenas alguns aspectos do que viram na ilustração. As crianças são capazes de compreender as explicações do professor sobre a narrativa e os personagens. As crianças são capazes de compreender e dar um significado ao que está sendo lido e visto.
RESPOSTAS
Esta opção não considera a capacidade das crianças em compreender o que leem. Durante muito tempo, na Educação, se pensou que as crianças eram “vazias” de conhecimento e que os adultos transmitiriam conhecimentos a elas. Hoje, sabemos que as crianças vão construindo seu conhecimento ao estabelecer relações entre o que já sabem e o que lhes é apresentado. Assim, é importante considerar que a criança é capaz, pode atribuir sentido ao que lê e se relaciona de diferentes formas com as histórias.
Esta opção considera que existe uma única interpretação para o livro lido, a do professor. Uma das características da literatura é a plurissignificação, ou seja, as obras possuem múltiplas formas de compreensão e é importante considerar que as crianças conseguem compreender e dar um sentido para o que veem e ouvem. É a partir dessa certeza que podemos selecionar livros irreverentes, vigorosos e até transgressores, pois por meio das conversas literárias podem se beneficiar da competência dos outros para ampliar a compreensão que teve.
X
Resposta correta
As crianças são capazes de compreender e dar um significado ao que está sendo lido e visto.
QUESTÃO III
Ao considerarmos as crianças como sujeitos pensantes e capazes de criar um significado sobre a história, precisamos refletir sobre o papel da educadora como mediadora de conversas “potentes” após a leitura de história.
Que tipo de perguntas poderíamos fazer para iniciarmos boas conversas sobre a história?
(marque quantas alternativas quiser)
 Perguntas para analisar o que o grupo compreendeu. Assim é possível avaliar realmente se a conversa foi potente. Perguntas abertas que permitem várias respostas sobre o assunto tratado, não limitando o que o aluno vai dizer. Perguntas para dialogar com outros conteúdos. Assim podemos ter certeza de que os alunos aprenderam algo depois da leitura. Perguntas que remetam às preferências leitoras, ou seja, que os alunos digam se gostaram ou não da história lida.
RESPOSTA
A conversa literária deve estar voltada para a troca de impressões e, consequentemente, para a ampliação da compreensão. Mas não é indicado limitar o processo de leitura em perguntas de verificação, mesmo porque defendemos o texto literário como plurissignificativo, ou seja, que permite muitos significados. Estas perguntas podem ser feitas em outras situações didáticas, em momentos diversos da rotina escolar. As perguntas abertas, que permitem conversas e geram debates, são as mais indicadas para esse momento.
X
As perguntas abertas, que permitem conversas e geram debates, são as mais indicadas para esse momento. Elas permitem que as crianças expressem seus pensamentos e interajam com as ideias dos colegas. A conversa literária deve estar voltada para a troca de impressões e, consequentemente, para ampliação da compreensão. Além disso, defendemos que o texto literário permite muitos significados.
As conversas literárias precisam relacionar as impressões pessoais dos leitores com as chaves de apreciação escolhidas para o livro em questão. Em outras palavras, a literatura em si já é um conteúdo. Não é preciso atrelá-la a conteúdos de outras áreas do conhecimento para justificar a leitura. Para saber mais sobre outros conteúdos existem textos mais apropriados para isso.
X
A conversa literária deve estar voltada para a troca de impressões e, consequentemente, para a ampliação da compreensão. Por isso conversar sobre as preferências leitoras, permitindo que os alunos comentem suas impressões é muito importante. É também preciso vincular as falas das crianças às chaves de apreciação da obra.
Ao planejarmos perguntas potentes para o momento da conversa apreciativa, surge uma questão: como nos relacionamos com a resposta das crianças?
Vamos retomar algumas possibilidades de perguntas para apreciar o conto Chapeuzinho vermelho, já que é muito conhecido, e, dessa vez, relacionar com trechos de fala das crianças presentes nos balões.
Qual(is) pergunta(s) vocês fariam depois de cada fala?
A
 
B
 
C
 
D
 
E
Pergunta que possibilita inferir: É possível saber no começo da história que Chapeuzinho ia encontrar um lobo no meio da floresta? E quando o encontrou, suas intenções não eram boas?
Pergunta que possibilita pensar nas características do personagem: Como Chapeuzinho é? Além de suas características físicas, há como saber como ela pensa e age?
Pergunta que possibilita a intertextualidade: quais histórias com lobo vocês conhecem? Em todas elas o lobo é malvado?
Pergunta para analisar ilustração: Observe as ilustrações, que deixa o lobo malvado?
Pergunta que possibilita uma relação entre imagem e texto: No encontro entre o lobo e a Chapeuzinho, o que é possível descobrir sobre o lobo nas ilustrações? E no texto?
RESPOSTA
A
 
B
 
C
 
D
 
E
B
A melhor alternativa aqui seria a letra B. Inferir uma informação que não está explicita no texto é uma habilidade sofisticada que todo leitor precisa aprender. Os textos literários permitem de maneira produtiva o desenvolvimento dessa aprendizagem. Discutir as “entrelinhas” do texto é o real motivo de fazer essa pergunta.
D
A melhor alternativa aqui seria a letra D. Na literatura é muito comum discutir características das personagens, já que há um arquétipo a ser analisado e pensado. Que características têm as diversas princesas, reis, rainhas, lobos, ogros... No caso da Chapeuzinho Vermelho, a ingenuidade da personagem é bastante interessante de ser observada e é essa forma de pensar e agir da menina que a faz ser enganada pelo lobo. Discutir isso permite avanços na compreensão leitora da obra.
A
A melhor alternativa aqui seria a letra A. A intertextualidade é uma forma de relacionar um texto com outro. Não necessariamente um texto verbal, pois essa relação intertextual pode acontecer entre um texto e uma imagem, um texto e um filme, por exemplo. Pensar no lobo mau da Chapeuzinho vermelho em relação a outros lobos conhecidos enquanto personagens significa um avanço nas formas de pensar do leitor.
E
A melhor alternativa aqui seria a letra E. Outro conteúdo literário interessante é a ilustração. Pensar nas técnicas utilizadas, na forma de representar cada personagem pode ser importante para a apreciação e a construção de sentido por parte do leitor.
C
A melhor alternativa aqui seria a letra C. Atualmente os recursos das imagens são cada vez mais utilizados nos livros e, inclusive, autores e ilustradores têm estabelecido diversos tipos de relação entre ambos. Isso gera novos desafios de leitura. Provocar discussões a esse respeito nas conversas literárias são fundamentais para que os alunos possam avançar nas observações a serem feitas nas ilustrações e também nos textos
QUESTÃO II
Aatividade anterior denota uma intencionalidade na mediação do professor, que pretende que as crianças possam: (marque apenas uma alternativa).
 Reconhecer os personagens da história. Prestar atenção na leitura da professora. Conhecer autores e ilustradores. Compreender o gênero contos. Construir significados sobre a história, relacionando suas impressões pessoais com o que o livro oferece.
RESPOSTA
A atividade anterior teve como foco a construção de significados por meio da troca de impressões e de chaves de apreciação que o livro oferece.
Para considerar essa resposta, portanto, era preciso refletir sobre a intencionalidade didática, os propósitos didáticos. Muitas aprendizagens são possíveis de serem desenvolvidas em situações de leitura literária. Embora, conhecer autores, ilustradores e se aproximar do gênero contos por meio da leitura sejam possíveis aprendizagens nas conversas literárias.
Reconhecer os personagens da história.
Prestar atenção na leitura da professora.
Conhecer autores e ilustradores.
Compreender o gênero contos.
X
Construir significados sobre a história [...]
Moral na literatura?
O objetivo desta aula é:
- Compreender que um texto literário não direciona o leitor a uma única compreensão ou mensagem.
Regina Scarpa, especialista em alfabetização, nos instiga a pensar em como podemos propor uma conversa apreciativa após a leitura. No vídeo, ela nos oferece uma dica valiosa: o de não atrelar a apreciação a um julgamento de valor ou a fechar a discussão em uma moral que deva ser aprendida pelos alunos.
Assista ao vídeo para conhecer essas dicas valiosas.
Os contos de fadas estão presentes na maioria dos acervos das escolas e também nas práticas de leitura literária dos professores. Em geral, é recorrente ler esses textos e comentar sobre seus ensinamentos. Esse é um vestígio que vem da história da literatura infantil, que era a forma que os adultos recorriam, num determinado período, para ensinar as crianças.
Contrapondo a isso, Regina Scarpa é bastante explícita em uma orientação importante: não ler uma história para pensar em uma moral ou em um ensinamento.
QUESTÃO I
Considerando o conto Chapeuzinho vermelho e a reflexão proposta pela especialista, o que poderia ser destacado neste conto?
Assinale as alternativas que dialogam com a orientação de Regina Scarpa:
(marque quantas alternativas quiser)
 A forma como esse texto “dialoga” com outros textos, pois como são contos de tradição oral e existem muitas versões deles, é possível pensar em semelhanças e diferenças entre as versões e também em relação a outros contos. Uma possibilidade de conversa seria discutir as características dos personagens, a ingenuidade de Chapeuzinho, a esperteza do lobo... Discutir as ideias implícitas do conto é fundamental, já que a menina desobedece a mãe e por isso sofre com as consequências. Não falar com estranhos também é um ensinamento do conto e a experiência da Chapeuzinho pode servir de modelo para os alunos. Uma possibilidade de apreciação seria retomar trechos da história em que a menina descobre a verdadeira identidade do lobo, no clássico diálogo entre os personagens.
RESPOSTA
X
Destacar diferenças e semelhanças entre versões de um mesmo conto está de acordo com o que Regina Scarpa comenta no vídeo. Essa é uma rica possibilidade de conversa literária a partir da leitura de Chapeuzinho vermelho, pois permite que o leitor faça comparações e estabeleça relações entre diferentes versões ao invés de abordar, na conversa, aspectos moralizantes.
X
Propor uma conversa literária sobre as características dos personagens dialoga com o que Regina Scarpa comenta no vídeo, já que valorizar esse tipo de observação é mais potente na formação do leitor literário do que propor uma abordagem moralizante da história.
Discutir a desobediência da menina é usar a literatura como pretexto para ensinar algo não relacionado à literatura, bem como fazer da leitura um espaço de discussão sobre princípios morais. Uma possibilidade seria discutir as características dos personagens, a ingenuidade de Chapeuzinho ou a esperteza do lobo, por exemplo.
Essa alternativa não dialoga com que Regina Scarpa defende no vídeo, pois reduz a literatura a uma moral que supostamente o texto apresenta. O valor das conversas é justamente o contrário, é permitir muitas discussões a respeito da história.
X
Essa chave de apreciação é uma ótima forma de manter a discussão na perspectiva literária e não na moral que supostamente o texto apresenta. Dessa forma, essa alternativa dialoga com o que Regina Scarpa trata no vídeo. A conversa entre Chapeuzinho Vermelho e o lobo mau é um dos pontos chave da história e merece destaque nas conversas literárias. Isso porque a descoberta de que a avó é o lobo ocorre por meio de um diálogo interessantíssimo entre os personagens.
Agora, veja como Maria Teresa Andruetto, autora citada por Regina Scarpa no vídeo, traz outras informações a respeito de pensar a literatura nos momentos de apreciação.
 
Maria Teresa Andruetto
“Quando um texto se propõe a ser utilizado de modo unívoco como veículo de transmissão de um conteúdo predeterminado, a primeira coisa que bate em retirada é a Plurissignificação. Deixa-se de lado a direção plural dos textos para convertê-los em pensamento global, unitário; assim, o literário subordina-se a um fim predeterminado que tende a homogeneizar a experiência. Só isso já é algo que está no sentido inverso do artístico, em que a ambiguidade e o desdobramento de significados predominam. Muitas vezes, quisemos dar à literatura uma função, esquecendo que ela a tem por si mesma. A literatura, para ser útil, deve conservar certo traço disfuncional.”
Maria Teresa Andruetto, em Por uma literatura sem adjetivos, Editora Pulo do Gato, 2012, p.116-126
 QUESTÃO II
De acordo com o vídeo de Regina Scarpa  e do argumento teórico de Andruetto, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: 
VERDADEIRO 
V
 ou 
F
 FALSO
V
  A literatura não precisa estar a serviço de outros conteúdos do currículo porque já é um conteúdo em si mesma. Ou seja, ler e apreciar obras literárias são as experiências fundamentais para a formação do leitor.
V
  Os sentidos diversos que um texto literário apresenta precisam ser explorados na escola para que todas as interpretações possíveis sejam consideradas. A literatura, como arte, apresenta como característica a ambiguidade.
V
 Quando fechamos a discussão de um livro literário a uma única mensagem, ou em outras palavras, nos ensinamentos que o autor ou o texto querem informar, estamos desconsiderando o caráter de plurissignificação dos textos literários. 
F
 Devemos valorizar o uso utilitário da literatura, isto é, atrelar a leitura a conteúdos de outras áreas porque consideramos o texto literário em suas múltiplas dimensões e trabalhamos todas as áreas de forma integrada.
RESPOSTA
V
Esta afirmação é verdadeira pois a leitura literária se justifica por si mesma, não precisa estar atrelada a outros propósitos. Defendemos a ideia de que a formação do leitor literário depende de muitas e variadas situações em que o contato com o livro e com leitores aconteça.
V
Esta afirmação é verdadeira pois conversar sobre os diferentes efeitos e sentidos produzidos por uma obra é o que justifica o trabalho com a literatura. Quando falamos em ambiguidade estamos considerando que não há uma única interpretação para a obra e esta é uma marca do texto literário, pensar sobre ela é o que torna mais atrativo e significativo o processo de ler literatura.
V
Esta afirmação é verdadeira pois considerar o caráter plurissignificativo dos textos literários significa não permitir uma única interpretação para o lido. Se assim fizermos, estamos impedindo as múltiplas possibilidades de interação com o texto literário e, de uma certa forma, limitando as crianças de terem oportunidade distintas sobre o texto lido.
F
Esta afirmação é falsa pois um trabalho integrado com mais de uma área do conhecimento não pressupõe usar a literaturapara discutir conteúdos distintos dos literários. Defendemos a ideia de que a literatura precisa ser preservada enquanto obra artística e, portanto, tomada como objeto de reflexão a partir de suas características bem como as múltiplas possibilidades de produção de sentidos.
Apresentação do livro
Os objetivos desta aula são: 
- Refletir sobre diferentes formas de apresentar uma obra literária aos alunos, considerando o propósito que se tem.
- Comparar diferentes encaminhamentos de leitura.
O trecho do vídeo abaixo foi enviado pela professora Giulliana, de Belo Horizonte (MG), para o TRILHAS. Vamos assistir ao momento inicial da conversa dela com os alunos e observar como Giulliana apresenta o livro.
A professora apresenta a autora Ana Terra e tenta estabelecer relação entre as experiências literárias das crianças com a obra dela, além de explorar a técnica utilizada na ilustração.
Considerando esse foco de apresentação – saber mais sobre autor e ilustrador –, assinale qual alternativa melhor justifica esse encaminhamento:
 Conhecendo a autora, os alunos vão aprender mais sobre a história. Os alunos são convidados a pensar em algumas escolhas da autora para a elaboração do livro e em que medida essas escolhas interferem na compreensão da história. Em toda situação de leitura, precisamos apresentar os autores para os alunos, assim eles podem conhecer mais sobre a vida deles.
RESPOSTA
Embora apresentar o autor seja uma prática interessante para a formação do comportamento leitor, nem sempre os alunos vão aprender mais sobre a história ao conhecer essa informação. O mais importante é não “engessar” as formas de ler, ou seja, é interessante apresentar o livro de variadas formas, a cada vez.
X
Resposta correta
O problema com esta alternativa está na ideia de que toda situação de leitura deva ser igual. Um cuidado que precisamos tomar ao encaminhar uma situação de leitura é não “engessar” as formas de ler. Em outras palavras, nem sempre é necessário apresentar o autor, isso porque é interessante que o contato do leitor com o livro possa ser diversificado. Além disso, o conhecimento sobre a vida do autor, na maioria das vezes, não oferece condições para o leitor compreender melhor a obra. Conhecer mais um autor é sim um comportamento típico do leitor que busca saber mais sobre a vida e a obra de uma pessoa que produz histórias, que tenha lido e apreciado e isso não acontece para todos os livros que ele lê.
A professora Giulliana em um determinado momento da apresentação, pergunta aos alunos se eles conhecem outras obras da autora Ana Terra.
Caso precise assistir ao vídeo novamente, clique no vídeo abaixo.
Agora reflita: relacionar a leitura com outros livros do mesmo autor, retomando a experiência literária das crianças, pode beneficiar a formação leitora dos alunos porque:
 É uma forma de convidar o aluno a mergulhar no estilo e no contexto das produções da autora, para que ele estabeleça relações com outras obras e perceba semelhanças e diferenças entre elas. É uma forma de verificar os conhecimentos literários dos alunos, já que as obras lidas por eles podem ser tomadas como referências. É uma forma de listar os títulos conhecidos pelos alunos, algo que ajuda a selecionar outros livros da mesma autora para serem lidos no futuro.
RESPOSTA
X
Resposta correta.
Não é com o objetivo de verificação que estimulamos que os alunos estabeleçam relações entre o livro lido e outros livros do mesmo autor. O interessante em saber mais sobre um autor e a sua obra é poder compreender melhor as escolhas feitas por ele e desenvolver um comportamento típico do leitor.
Muito mais do que fazer uma lista, o levantamento de outros títulos de um mesmo autor pode ser interessante para relacionar na conversa literária as impressões das crianças de outras obras lidas de um mesmo autor, por enriquecer o ponto de vista de cada um e ampliar as possibilidades de compreensão da obra.
A professora Silmara, de Atibaia (SP), apresentou o livro A casa sonolenta de outra forma e não trouxe informações a respeito do autor nem do ilustrador. Seu objetivo era que os alunos tentassem estabelecer alguma relação entre a capa e o conteúdo da história.
Observe como ela encaminhou essa parte da leitura.
A professora Silmara apresenta o livro fazendo com que as crianças antecipem o possível conteúdo da história pelos elementos da capa.
Essa forma de encaminhar a apresentação do livro possibilita:
(marque quantas alternativas quiser)
 Maior envolvimento dos alunos com a história, propiciando a criação de um vínculo entre eles. O uso do contexto para extrair significados. Verificar o quanto os alunos se aproximam do conteúdo, ou seja, do que realmente acontece na história.
RESPOSTA
X
Apresentar o livro fazendo com que as crianças antecipem o possível conteúdo da história pelos elementos da capa favorece um maior envolvimento com a obra a ser lida, isso porque as pistas descobertas podem instigar a curiosidade leitora.
X
Propor às crianças que antecipem o conteúdo da história pelos elementos da capa possibilita que elas usem o contexto para extrair significados. Ao observar os personagens e as cores da capa, por exemplo, elas podem inferir quem participa da história, o que estão fazendo e o que está acontecendo fora da casa e assim encontrar pistas do que ocorrerá na história.
Verificar o quanto os alunos conseguiram se aproximar do conteúdo da história não é o que se espera com essa proposta de apresentação da obra, pois isso pode levar a uma interpretação única da história, justamente o contrário do que se pretende. Antecipar o conteúdo de uma história é uma forma de encaminhar uma situação de leitura bastante potente para envolver os alunos e fazê-los buscarem pistas nos elementos que a capa oferece. Não se espera, de fato, que eles “adivinhem” o conteúdo corretamente, mesmo porque o que está em jogo quando lemos uma obra literária é que eles apreciem a forma como a história está contada e não somente o que está escrito.
Os vídeos  tematizados com as professoras Giulliana e Silmara mostram jeitos diferentes de encaminhar a apresentação de um livro. E isso nos faz pensar nas orientações didáticas da pré-leitura.
Caso precise assistir aos vídeos novamente, clique abaixo.
Assinale qual(is) alternativa(s) favorece(m) mais fortemente a formação do leitor literário: 
(marque quantas alternativas quiser)
 As situações de leitura precisam sempre ter início com a apresentação de um livro. Nesse sentido, é necessário explorar tudo o que está na capa (título, autor, ilustrador, editora), bem como a leitura da biografia do autor, para que os alunos conheçam mais essa pessoa e a relação dela com a literatura. A apresentação de um livro não precisa seguir uma regra. Antes de começar a leitura, o professor pode, por exemplo, apenas ler o título da história e compartilhar os motivos pelos quais escolheu a obra em questão. Conhecer mais um autor e um ilustrador, lendo informações que constam sobre eles no livro, é um comportamento leitor interessante, que contribui para uma melhor compreensão da obra. O que está em jogo na apresentação de um livro para os alunos é a forma de se adentrar nele. Quanto mais interessante for a apresentação, maior será a possibilidade de os alunos se interessarem pelo conteúdo do livro. Variar as formas de apresentar um livro é uma orientação importante que o professor precisa considerar quando planeja uma situação de leitura. Apresentar uma obra sempre do mesmo jeito pode tornar a leitura literária um processo enfadonho.
RESPOSTA
É muito comum a apresentação do livro ocorrer por meio da exploração da capa: título, ilustrações, autores e ilustradores. O cuidado necessário é que esse encaminhamento não pode ser sempre o mesmo. O problema é “engessar” ou tornar mecânicas as formas de ler. É importante, portanto, variar as maneiras de apresentar o livro, sabendo que é possível o professor iniciar uma leitura sem nenhuma exploração prévia, por exemplo, ou começar explicitando os motivos pelos quaisescolheu aquela obra a ser lida para os alunos e aproximá-los dos critérios de seleção, servindo também de modelo para eles.
X
A apresentação do livro não precisa seguir uma regra, o importante é atrelar a forma de apresentar o livro à intencionalidade que se tem para a atividade. Há diversas possibilidades: o professor pode explicitar os motivos pelos quais escolheu aquela obra a ser lida para os alunos e aproximá-los dos critérios de seleção, servindo também de modelo para eles. É possível também fazer uma exploração rápida ou mais demorada do autor e ilustrador, entre outras possibilidades.
X
Conhecer mais o autor e ilustrador é uma boa forma de aproximar as crianças da obra escolhida e também um importante comportamento leitor que passa a ser compartilhado e aprendido nesse momento. O importante é o professor variar os encaminhamentos quando se apresenta um livro para as crianças, sempre atrelado a sua intencionalidade com aquela proposta.
X
Um dos principais objetivos de apresentar uma obra para as crianças antes de realizar a leitura em voz alta é envolvê-las na situação proposta de modo que possam se interessar pela história. O cuidado que o professor precisa tomar é variar os encaminhamentos. Atrelar a forma de apresentar o livro aos propósitos que se tem para a atividade é que ajudará o professor a escolher o encaminhamento mais ajustado.
X
Quanto mais diversificadas forem as situações de apresentação do livro, mais interessantes elas podem se tornar. Este momento é importante para envolver todos os alunos e despertar neles a vontade de conhecer mais aquela obra literária. Além disso, atrelar a forma de apresentar o livro aos propósitos que se tem para a atividade ajudará o professor a escolher o encaminhamento mais ajustado.
Vamos ler um trecho do Caderno de Estudos – Trilhas para Ler e Escrever Textos – mais especificamente a parte intitulada Como apresentar um livro (p. 14).
Anote em seu caderno ou no bloco de notas da plataforma as informações que julgar importantes para o momento de apresentar uma obra literária aos alunos, considerando que um dos maiores objetivos é despertar a curiosidade do leitor para conhecer a obra.
 
Nessa etapa “Planejamento” refletiremos sobre práticas docentes que possibilitam o desenvolvimento das seguintes habilidades especificadas na Base Nacional Comum Curricular.
 
BNCC – EF – Habilidades possíveis de serem trabalhadas com os alunos
(EF12LP02) Buscar, selecionar e ler, com a mediação do professor, textos que circulam em meios impressos ou digitais, de acordo com as necessidades e interesses.
(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.
 
BNCC – EI – Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
(EI03EF03) Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações, tentando identificar palavras conhecidas.
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre os gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a estratégia de observação gráfica e/ou leitura.
(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para a sua própria leitura.
Textos narrativos de diferentes gêneros
O objetivo desta aula é:
- Ampliar o repertório literário de textos narrativos com alguns gêneros que os compõem. 
Para escolher um livro a ser lido para as crianças podemos ter distintos critérios e um deles é o gênero. Para selecioná-los é necessário conhecê-los, saber suas principais características e o que cada um tem de melhor para discutir com as crianças.
Podemos adiantar que existem diversos tipos de classificação para os textos narrativos. Neste módulo, seguiremos os gêneros adotados pelo Projeto TRILHAS. São eles:
Histórias com engano
Histórias com acumulação
Histórias com repetição
Histórias clássicas
Histórias de animais
Essas classificações não esgotam todas as possibilidades de narrativas existentes e, por esse motivo, incluiremos mais uma:
Livros que apresentam apenas imagens para narrar ou que apresentam relação entre a imagem e o texto.
A partir da próxima atividade você entrará em contato com a definição de cada gênero, bem como as histórias para exemplificar cada um.
 
Caderno de orientações histórias de animais (p. 1)
Histórias de animais
O livro Amigos da onça é uma antologia com vários contos com animais. A astúcia de alguns, atrelada à capacidade humana dos personagens em falar e pensar, torna essas histórias encantadoras. Leia abaixo a resenha do livro.
Amigos da onça
Desde o início dos tempos, os homens se reconhecem e perpetuam sua passagem pelo mundo por meio de histórias que são contadas de geração em geração.           
Em Amigos da onça, Ernani Ssó reúne onze histórias do folclore popular, nas quais a protagonista é a onça. As histórias são escritas numa cadência própria da oralidade, como se estivessem sendo contadas ao pé de uma fogueira, em noite de      inverno, como ensina a tradição da bicharada. 
Nelas conhecemos a "burrice" da onça. Ela julga-se muito mais forte e poderosa do que a maioria dos animais - e é! Mas não é tão rápida no raciocínio. Pobre dela; a verdade é que, nas histórias, ela é malvada, traiçoeira... e burra, muito burra.
 
Conheça abaixo outros títulos desse gênero:
 
Como contar crocodilos 
Autora: Margaret Mayo 
Ilustradora: Emily Bolam 
Editora: Companhia das Letrinhas 
Ano: 2004
    
 
 
Contos de bichos do mato 
Autor e Ilustrador: Ricardo Azevedo 
Editora: Ática 
Ano: 2005
   
 
 
 
Jabuti Sabido e Macaco Metido 
Autora: Ana Maria Machado 
Ilustrador: Raul Gastão 
Editora: Objetiva 
Ano: 2
Além desses, outros títulos de Histórias de animais estão sugeridos no Caderno de Indicações Literárias.
Caderno de orientações histórias com engano (p. 1)
Parte superior do formulário
Histórias com engano
Pedro Malasartes é um personagem da cultura popular de muitos povos pelo mundo. Sua característica principal é ser astuto e utilizar de artimanhas para vencer seus oponentes. Em Histórias à brasileira, Ana Maria Machado, reconta muitas histórias baseadas neste personagem. Leia abaixo a resenha do livro.
Histórias à brasileira – Pedro Malasartes e outras (volume 2)
Este livro nasceu do desejo da autora de contar, com suas palavras, as histórias que havia escutado de seus pais e da avó, como ela explica na apresentação do livro: "Venho de uma família em que se contava muita história. Com livro ou sem livro. E os repertórios variavam muito, de acordo com o contador". Para criar a sua própria, a escritora leu obras de estudiosos da cultura popular e pesquisou coletâneas de contos de tradições variadas. De uma mistura entre pesquisa, cotejo das diversas versões, memória pessoal e tradição, nasceu então o primeiro volume de Histórias à brasileira. 
Neste segundo volume, Ana Maria Machado traz mais dez histórias: três episódios envolvendo o personagem Pedro Malasartes. Nos traços de Odilon Moraes, o ambiente brasileiro dos contos é recriado com liberdade, dando origem a uma nova versão ilustrada de cada história.
 
Conheça abaixo outros títulos desse gênero:
Contos de enganar a morte
Autor e Ilustrador: Ricardo Azevedo
Editora: Ática
Ano: 2003
 
 
 
Max, o corajoso
Autor e Ilustrador: Ed Vere
Tradutor: Eduardo Brandão
Editora: Companhia das Letrinhas
Ano: 2014
 
 
 
Histórias de bichos brasileiros
Autora: Vera do Val
Ilustrador: Geraldo Valério
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2014
 
 
 
Além desses, outros títulos de Histórias com engano estão sugeridos no Caderno de Indicações Literárias.
Parte inferior do formulário
Caderno de orientações histórias com repetição (p. 1)
Histórias com repetição
Marco queria dormir é o título que usamos como referência para histórias com repetição. Você vai notar que as ações se repetem ao longo da narrativa: Marco não quer dormir porque tem medo e sua mãe sempre consegue

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