Buscar

IOB - D. Penal Geral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal
penal 009.indd 1 7/6/2011 13:34:06
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Através do Instituto IOB é possível acesso 
à diversos cursos por meio de ambientes 
de aprendizado estruturados por diferentes 
tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas. 
institutoiob.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP)
...
Direito Penal / [Obra organizada pelo Instituto IOB] - 
São Paulo: Editora IOB, 2011.
Bibliografia.
ISBN 978-85-63625-15-1...
Informamos que é de interira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei n• 9610/98 e 
punido pelo art. 184 do Código Penal.
penal 009.indd 2 7/6/2011 13:34:07
Sumário
Capítulo 1 — Aplicação da Lei Penal, 11
1. Princípio da legalidade, 11
1.1 Apresentação, 11
1.2 Síntese, 11
2. Princípio da legalidade (continuação), 13
2.1 Apresentação, 13
2.2 Síntese, 13
3. Princípio da legalidade (continuação II), 14
3.1 Apresentação, 14
3.2 Síntese, 14
4. Tempo do crime e lugar do crime, 15
4.1 Apresentação, 15
4.2 Síntese, 15
5. Territorialidade (art 5º do código penal), 17
5.1 Apresentação, 17
5.2 Síntese, 17
penal 009.indd 3 7/6/2011 13:34:07
6. Extraterritorialidade, 18
6.1 Apresentação, 18
6.2 Síntese, 18
7. Extraterritorialidade (continuação), 19
7.1 Apresentação, 19
7.2 Síntese, 20
8. Conflito aparente de leis penais, 21
8.1 Apresentação, 21
8.2 Síntese, 21
9. Conflito aparente de leis penais, 22
9.1 Apresentação, 22
9.2 Síntese, 22
10. Conflito aparente de leis penais, 23
10.1 Apresentação, 23
10.2 Síntese, 23
Capítulo 2 — Teoria Geral do Crime, 24
1. Introdução a teoria geral do crime, 24
1.1 Apresentação, 24
1.2 Síntese, 24
2. Introdução a teoria geral do crime (continuação), 25
2.1 Apresentação, 25
2.2 Síntese, 26
3. Conduta, resultado e nexo de causalidade, 26
3.1 Apresentação, 26
3.2 Síntese, 26
4. Conduta, resultado e nexo de causalidade (continuação I), 27
4.1 Apresentação, 27
4.2 Síntese, 27
5. Conduta, resultado e nexo de causalidade (continuação II), 28
5.1 Apresentação, 28
5.2 Síntese, 29
6. Conduta, resultado e nexo de causalidade (continuação III), 30
6.1 Apresentação, 30
6.2 Síntese, 30
7. Conduta, resultado e nexo de causalidade (continuação IV), 31
7.1 Apresentação, 31
7.2 Síntese, 31
8. Teoria geral do crime, 32
8.1 Apresentação, 32
penal 009.indd 4 7/6/2011 13:34:07
8.2 Síntese, 32
9. Teoria geral do crime, 34
9.1 Apresentação, 34
9.2 Síntese, 34
10. Teoria geral do crime (continuação), 35
10.1 Apresentação, 35
10.2 Síntese, 35
11. Teoria geral do crime (continuação II), 36
11.1 Apresentação, 36
11.2 Síntese, 36
12. Teoria geral do crime (continuação III), 37
12.1 Apresentação, 37
12.2 Síntese, 37
13. Teoria geral do crime (continuação IV), 38
13.1 Apresentação, 38
13.2 Síntese, 38
14. Teoria geral do crime – crime culposo, 39
14.1 Apresentação, 39
14.2 Síntese, 39
15. Teoria geral do crime – crime culposo, 40
15.1 Apresentação, 40
15.2 Síntese, 40
16. Teoria geral do crime (continuação V), 41
16.1 Apresentação, 41
16.2 Síntese, 41
17. Teoria geral do crime (continuação VI), 42
17.1 Apresentação, 42
17.2 Síntese, 42
18. Teoria geral do crime (continuação VII), 43
18.1 Apresentação, 43
18.2 Síntese, 43
19. Teoria geral do crime (continuação VIII), 44
19.1 Apresentação, 44
19.2 Síntese, 44
20. Iter criminis, 46
20.1 Apresentação, 46
20.2 Síntese, 46
21. Iter criminis (continuação I), 47
21.1 Apresentação, 47
21.2 Síntese, 47
penal 009.indd 5 7/6/2011 13:34:07
22. Tentativa, 48
22.1 Apresentação, 48
22.2 Síntese, 48
23. Tentativa (continuação I), 49
23.1 Apresentação, 49
23.2 Síntese, 49
24. Tentativa (continuação II), 50
24.1 Apresentação, 50
24.2 Síntese, 50
25. Desistência voluntária e arrependimento eficaz, 51
25.1 Apresentação, 51
25.2 Síntese, 51
26. Arrependimento posterior, 53
26.1 Apresentação, 53
26.2 Síntese, 53
27. Crime impossível, 54
27.1 Apresentação, 54
27.2 Síntese, 54
28. Estado de necessidade, 56
28.1 Apresentação, 56
29. Estado de necessidade: classificação, 58
29.1 Apresentação, 58
30. Legítima defesa, 60
31. Cumprimento do dever legal, 62
32. Imputabilidade (excludentes): art. 26, Caput., 64
32.1 Apresentação, 64
32.2 Síntese, 64
33. Imputabilidade (excludentes): art. 26, Caput, sistema biopsicológico e 
absolvição imprópria, 65
33.1 Apresentação, 65
33.2 Síntese, 65
34. Imputabilidade (excludentes): art. 27 e 28 parágrafo 1º, 66
34.1 Apresentação, 66
34.2 Síntese, 66
35. Imputabilidade (não excludentes), 67
35.1 Apresentação, 67
35.2 Síntese, 67
36. Potencial consciência da ilicitude: erro de proibição, 68
36.1 Apresentação, 68
36.2 Síntese, 68
penal 009.indd 6 7/6/2011 13:34:07
37. Potencial consciência da ilicitude: erro de proibição indireto, 69
37.1 Apresentação, 69
37.2 Síntese, 69
38. Exigibilidade de conduta diversa: obediência hierárquica, 70
38.1 Apresentação, 70
38.2 Síntese, 70
Capítulo 3 — Concurso de Pessoas, 72
1. Introdução e conceitos de autor, 72
1.1 Apresentação, 72
1.2 Síntese, 72
2. Conceitos de autor: teoria do domínio do fato, 73
2.1 Apresentação, 73
2.2 Síntese, 73
3. Participação: formas e natureza jurídica, 74
3.1 Apresentação, 74
3.2 Síntese, 74
4. Requisitos do concurso de pessoas, 75
4.1 Apresentação, 75
4.2 Síntese, 75
5. Participação de menor importância e cooperação dolosamente distinta, 76
5.1 Apresentação, 76
5.2 Síntese, 76
6. Circunstâncias incomunicáveis, 77
6.1 Apresentação, 77
6.2 Síntese, 77
7. Particularidades, 78
7.1 Apresentação, 78
7.2 Síntese, 78
Capítulo 4 — Das Penas, 80
1. Introdução, 80
1.1 Apresentação, 80
1.2 Síntese, 80
2. Finalidades das penas, 81
2.1 Apresentação, 81
2.2 Síntese, 81
3. Aplicação da pena privativa de liberdade: sistema, 82
3.1 Apresentação, 82
3.2 Síntese, 83
penal 009.indd 7 7/6/2011 13:34:07
4. Circunstâncias judiciais (art. 59), 84
4.1 Apresentação, 84
4.2 Síntese, 84
5. Circunstâncias judiciais (art. 59) – Parte II, 85
5.1 Apresentação, 85
5.2 Síntese, 85
6. Circunstâncias judiciais (art. 59) – Parte III, 86
6.1 Apresentação, 86
6.2 Síntese, 86
7. Circunstâncias agravantes (art. 61), 87
7.1 Apresentação, 87
7.2 Síntese, 87
8. Circunstâncias agravantes (art. 61) – Parte II, 88
8.1 Apresentação, 88
8.2 Síntese, 88
9. Circunstâncias agravantes (art. 62), 89
9.1 Apresentação, 89
9.2 Síntese, 89
10. Circunstâncias agravantes (arts. 63 e 64): reincidência, 90
10.1 Apresentação, 90
10.2 Síntese, 91
11. Circunstâncias atenuantes (art. 65), 92
11.1 Apresentação, 92
11.2 Síntese, 92
12. Circunstâncias atenuantes (art. 65) – Parte II, 93
12.1 Apresentação, 93
12.2 Síntese, 93
13. Causas de aumento e de diminuição de pena , 95
13.1 Apresentação, 95
13.2 Síntese, 95
14. Regime inicial, 96
14.1 Apresentação, 96
14.2 Síntese, 96
15. Penas restritivas de direitos: prestação pecuniária e perda de bens e 
valores, 97
15.1 Apresentação, 97
15.2 Síntese, 97
16. Penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade, 98
16.1 Apresentação, 98
16.2 Síntese, 98
penal 009.indd 8 7/6/2011 13:34:07
17. Penas restritivas de direitos: interdição temporária de direitos e 
limitação de fim de semana, 100
17.1 Apresentação, 100
17.2 Síntese, 100
18. Penas restritivas de direitos: requisitos, 101
18.1 Apresentação,101
18.2 Síntese, 101
19. Penas restritivas de direitos: formas de aplicação e conversão, 102
19.1 Apresentação, 102
19.2 Síntese, 103
20. Da multa, 104
20.1 Apresentação, 104
20.2 Síntese, 104
Capítulo 5 — Concurso de Crimes, 106
1. Sistema de aplicação das penas e concurso material, 106
1.1 Apresentação, 106
1.2 Síntese , 106
2. Concurso formal, 107
2.1 Apresentação, 107
2.2 Síntese , 107
3. Crime continuado, 108
3.1 Apresentação, 108
3.2 Síntese , 108
4. Erro na execução e resultado diverso do pretendido, 109
4.1 Apresentação, 109
4.2 Síntese , 109
5. Limites das penas (art. 75), 110
5.1 Apresentação, 110
5.2 Síntese , 110
Capítulo 6 — Medidas de Segurança, 112
1. Espécies , 112
1.1 Apresentação, 112
1.2 Síntese, 112
2. Prazo, 113
2.1 Apresentação, 113
2.2 Síntese, 113
penal 009.indd 9 7/6/2011 13:34:08
D
ire
ito
 P
en
al
10
Capítulo 7 — Extinção da Punibilidade, 115
1. Causas de extinção (art. 107), 115
1.1 Apresentação, 115
1.2 Síntese, 115
2. Causas de extinção (art. 107) – Parte II, 117
2.1 Apresentação, 117
2.2 Síntese, 117
3. Prescrição: introdução, 118
3.1 Apresentação, 118
3.2 Síntese, 118
4. Prescrição da pretensão punitiva: termo inicial, 119
4.1 Apresentação, 119
4.2 Síntese, 119
5. Prescrição da pretensão punitiva: causas interruptivas, 121
5.1 Apresentação, 121
5.2 Síntese, 121
6. Prescrição da pretensão punitiva: comunicabilidade das causas 
interruptivas; causas impeditivas , 122
6.1 Apresentação, 122
6.2 Síntese, 122
7. Prescrição da pretensão punitiva: prescrição retroativa e prescrição 
superveniente, 123
7.1 Apresentação, 123
7.2 Síntese, 124
8. Prescrição da pretensão executória, 125
8.1 Apresentação, 125
8.2 Síntese, 125
9. Prescrição da pretensão executória – parte II, 126
9.1 Apresentação, 126
9.2 Síntese, 126
10. Prescrições: disposições gerais, 127
10.1 Apresentação, 127
10.2 Síntese, 127
Gabarito, 129
penal 009.indd 10 7/6/2011 13:34:08
Capítulo 1
Aplicação da Lei Penal
1. Princípio da legalidade
1.1 Apresentação
Nesta unidade iniciamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando em 
especial o art. 1º do CP que trata do princípio da legalidade.
1.2 Síntese
O princípio da legalidade diz que: “Não há crime sem lei anterior que o defi na. 
Não há pena sem prévia cominação legal”. Estes dizeres são encontrados no art. 1º 
do CP, sendo que também é previsto pela CF e por demais dogmas.
penal 009.indd 11 7/6/2011 13:34:09
D
ire
ito
 P
en
al
12
Não se deve confundir crime com infração penal, pois infração penal é gênero, 
onde há duas espécies: os crimes (ou delitos) e as contravenções penais (infração de 
baixíssimo potencial ofensivo, ou crime anão).
Então no caso do art. 1º do CP deve-se se ler, ao invés de “crime”, infração 
penal, pois este princípio, logicamente, engloba todo o gênero.
Outro detalhe é que está escrito “pena”, mas deve-se ler, não há sanção penal, 
pois sanção penal também é gênero que possui duas espécies: as penas e as medidas 
de segurança.
Este princípio da legalidade é chamado também de princípio da reserva legal, 
já que diz em ambos os casos sobre a necessidade de lei para se criar crimes ou 
penas, sendo que esta lei deve ser lei ordinária ou complementar, criada pela União 
(congresso nacional).
A lei complementar também poderá autorizar os Estados a legislar sobre a ma-
téria penal, isto não acontece, mas se tem a possibilidade. (art. 22, parágrafo único 
da CF).
Medida provisória não pode tratar de matéria penal (art. 62, parágrafo 1º da CF). 
Segundo a doutrina deve-se separar o direito penal (incriminador, cria os crimes e 
penas) do direito penal (não incriminador, pode ser regulado por medida provisória, 
desde que não crie crimes ou penas, pode, por exemplo, criar uma excludente de 
ilicitude).
Lei delegada também não pode legislar sobre matéria penal, pois se trata de 
direito individual. (art. 68, parágrafo 1º da CF).
Quando se diz no art. 1º “lei anterior” e “prévia cominação legal” observa-se o 
princípio da anterioridade.
Exercícios
1. (FGV/Adaptada) Reza o princípio da reserva legal: não há crime sem lei 
anterior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal. 
2. (CESPE/adaptada) Fere o princípio da legalidade, também conhecido 
como princípio da reserva legal, a criação de crimes e penas por meio de 
medida provisória. 
3. (TJ/MG/ 2008/adaptada) O princípio da legalidade ou reserva legal, consti-
tui efetiva limitação ao poder punitivo estatal. 
penal 009.indd 12 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
13
2. Princípio da legalidade (continuação)
2.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando 
em especial o princípio da aplicação da lei penal mais favorável.
2.2 Síntese
O princípio da aplicação da lei penal mais favorável interessa para o chamado 
conflito de leis penais no tempo.
Caso um agente pratique um crime, na vigência de uma lei, deve-se observar o 
“tempus regit actum”, que entende que se aplica a lei que estiver vigorando na data 
do fato. Assim caso após cometido o crime, na data do julgamento, está vigorando 
uma lei mais severa, o juiz mesmo assim deve aplicar a lei que vigorava da data do 
fato, mesmo que esta esteja revogada, por força do art. 5º, inciso XL da CF, que diz: 
Art. 5º, (...) inciso XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu;(...).
Assim pela primeira lei ser mais benéfica ela tem a chamada ultratividade, sendo 
aplicada mesmo após sua revogação, pela lei nova ser mais severa, assim pode-se 
dizer que a lei penal mais severa é irretroativa.
Em outra situação de conflito, caso a lei nova seja mais benéfica, teremos a 
chamada retroatividade, pois a lei penal retroagira, por força do artigo mencionado, 
a data do crime.
O art. 2º, parágrafo único do CP diz que: Parágrafo único - A lei posterior, que de 
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos 
por sentença condenatória transitada em julgado.
Aqui então temos uma hipótese de conflito, que é resolvido da seguinte forma: 
caso o sujeito tenha praticado um crime e tenha sido condenado na vigência da lei 
anterior, sendo que após o transito em julgado, em cumprimento de pena, surge 
nova lei mais benéfica ao réu, o condenado vai ser beneficiado por esta lei nova.
A nova lei pode trazer também o chamado “abolitio criminis”, ou seja, pode ser 
tão mais benéfica que não mais considera o fato praticado como crime, segundo o 
art. 2º, caput do CP, sendo que isto tem por conseqüência: extinção de punibilidade 
penal 009.indd 13 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
14
e caso esteja em execução de pena, ficará extinta a pena. Ex. crime de adultério que 
foi revogado em 2005.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória.
Lembrando que nestes casos cessa os efeitos penais, o que não obsta os efeitos 
extras penais.
Exercício
4. (FGV/adaptada) Em matéria de princípios constitucionais na direito penal, 
é correto afirmar que: a) lei penal não retroagirá, mesmo que seja para be-
neficiar o réu. 
3. Princípio da legalidade (continuação II)
3.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, veremos as 
leis excepcionais e leis temporárias.
3.2 Síntese
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência.
Lei excepcional tem tempo de vigência durante uma determinada situação, 
uma situação excepcional, ex. guerra, calamidade pública, etc., e assim tem vigência 
por prazo determinado(até cessar a situação).
Já na lei temporária o próprio legislador diz qual é o tempo da vigência da lei, 
ex. ira vigorar por um ano. 
penal 009.indd 14 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
15
Observamos então que estas leis têm ultratividade e em relação aos crimes pra-
ticados durante sua vigência, não ocorre o abolitio criminis após a revogação desta 
lei, assim o agente responderá.
Existe grande discussão doutrinaria acerca das leis excepcionais e temporárias, 
sobre inconstitucionalidade, “abolitio criminis, etc., mas para concurso da OAB não 
é interessante aprofundar no assunto.
Exercícios
5. (FGV/2008/adaptada)A lei posterior, que de qualquer forma favorecer 
o agente, não se aplica aos fatos praticados durante a vigência de uma lei 
temporária. 
6. Terminado o prazo de vigência de uma lei temporária, ocorrerá o abolitio 
criminis, liberando os que estiverem presos diante da pratica do crime pre-
visto nesta lei.
7. (FGV/adaptada)Os crimes praticados na vigência das leis temporárias, 
quando criados por estas, não se sujeitam ao abolitio criminis em decorrên-
cia do seu tempo de vigência. 
8. (FGV/adaptada) Cessada a vigência da lei temporária, concederam-se pres-
critos os crimes praticados durante sua vigência. 
9. Se o fato for praticado após a vigência da lei temporária ou excepcional, 
aplica-se a estas leis, a este fato.
4. Tempo do crime e lugar do crime
4.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando 
as teorias que revelam o tempo e o lugar do crime.
4.2 Síntese
Tempo ou momento do crime (art. 4º do CP) esta relacionado à lei penal no 
tempo e lugar do crime (art. 6º do CP) a lei penal no espaço.
penal 009.indd 15 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
16
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado.
Assim sendo, em relação ao tempo do crime, considera-se praticado o crime no 
momento da conduta (ação ou omissão), mesmo que o resultado ocorra em outro 
momento, não se confundindo assim o momento da consumação.
Isto ocorre também no exemplo em que o praticante do fato seja menor de 
idade na época da conduta, sendo assim, mesmo que o crime seja consumado após 
o agente ter atingido a maior idade, este responderá nos termos do ECA.
Assim o Código Penal, em relação ao tempo do crime, adotou a teoria da 
atividade.
Em relação ao lugar do crime, isto deve ser observado para saber se o crime foi 
praticado no Brasil ou em país estrangeiro.
Em relação ao lugar se tem uma regra diferente, pois aqui se leva em considera-
ção a conduta e o resultado. Ex. caso em viajem ao estrangeiro há a conduta e o re-
sultado ocorre no Brasil, pode-se dizer que o crime foi praticado no Brasil, o que não 
obsta que o crime também seja considerado pelo outro país, o mesmo ocorre no caso 
contrário, onde a conduta é praticada no Brasil e o resultado ocorre no estrangeiro.
Aqui o Código Penal adotou a chamada teoria da ubiquidade ou mista.
Lembrando que entende também onde o crime deveria produzir o resultado, 
assim observa-se a intenção do agente.
Exercícios
10. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorre a ação ou omissão, 
no todo ou em parte, bem como produziu ou deveria produzir o resultado.
11. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
12. Considera-se praticado o crime no momento da produção do resultado. 
13. Quanto ao tempo do crime o Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade.
penal 009.indd 16 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
17
5. Territorialidade (art 5º do código penal)
5.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando as 
questões da territorialidade, importante já que se relacionam ao lugar do crime.
5.2 Síntese
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e re-
gras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou 
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como 
as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspon-
dente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-
-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Nos termos deste artigo, em regra, aplica-se a lei brasileira nos crimes praticados 
em nosso território, mas há exceções, trazido no próprio artigo mencionado. 
Um exemplo de exceção é o da convenção de Viena, que trata dos diplomatas, 
por estas exceções diz-se que o Código Penal adotou a chamada teoria mitigada ou 
temperada.
Assim devemos entender o que representa o território brasileiro, sendo que é o 
solo, subsolo, águas, águas ulteriores, espaço aéreo correspondente ao solo, as cha-
madas 12 milhas marítimas, chamada de mar territorial (não se confunde com a 
zona de exploração econômica), bem como o espaço aéreo correspondente a estas. 
Entrando no parágrafo 1º, é considerado solo brasileiro também: aeronaves 
ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, registradas no 
Brasil, desde que não estejam em território estrangeiro; aeronave ou embarcação 
penal 009.indd 17 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
18
estrangeira de propriedade privada que esteja no território brasileiro (12 milhas ou 
espaço aéreo); aeronave ou embarcação do governo brasileiro, ou a serviço do go-
verno brasileiro, onde quer que se encontre.
6. Extraterritorialidade
6.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando 
as questões da extraterritorialidade.
6.2 Síntese
As hipóteses de extraterritorialidade se referem aos crimes praticados fora do 
território nacional, fora também das hipóteses de extensão, mas que mantém a possi-
bilidade de aplicação da lei nacional e, está disposta no art. 7º do CP, que diz:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro
I - os crimes: 
a. contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b. contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade 
de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Pú-
blico; 
c. contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d. de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
II - os crimes: 
a. que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b. praticados por brasileiro; 
c. praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou 
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não 
sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
penal 009.indd 18 7/6/2011 13:34:10
D
ire
ito
 P
en
al
19
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições: 
a. entrar o agente no território nacional; 
b. ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c. estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira auto-
riza a extradição; 
d. não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ounão ter aí cumprido 
a pena; 
e. não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, 
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a. não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b. houve requisição do Ministro da Justiça.
As hipóteses de extraterritorialidade são dividida em incondicionada (inciso I) e 
condicionada (inciso II e parágrafo 3º).
No inciso I, extraterritorialidade incondicionada, aplica-se a lei brasileira a crime 
cometido no exterior, independente do agente ter sido processado, condenado ou 
até mesmo absolvido no exterior, nos termos das alíneas presentes neste inciso.
Já em relação a extraterritorialidade condicionada, na alínea c do inciso II se 
deve-se observar que o agente não pode ter sido julgado no estrangeiro e juntamente 
com as demais hipóteses deste inciso deve-se observar o disposto no parágrafo 2º. 
7. Extraterritorialidade (continuação)
7.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal e também o 
estudo da extraterritorialidade, art. 7º do CP.
penal 009.indd 19 7/6/2011 13:34:11
D
ire
ito
 P
en
al
20
7.2 Síntese
Como visto anteriormente a extraterritorialidade pode ser incondicionada, onde 
será aplicada a lei independente do caso ou condicionada, onde se deve observar 
o disposto no parágrafo 2º do art. 7º, lembrando que não pode faltar qualquer das 
condições.
Nos casos do parágrafo III, crime praticado contra brasileiro em território es-
trangeiro, deve-se observar além dos requisitos do parágrafo 2º mais dois requisitos: 
O Ministro da Justiça deve requisitar a aplicação e, se não for pedido à extradição do 
agente ou este pedido tiver sido negado.
Deve-se observar também o art. 8º: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é 
computada, quando idênticas.
Há quem diga que a hipótese do art. 8º é inconstitucional, mas não é a corrente 
predominante. Este artigo busca evitar o chamado bis in idem.
Exercícios
14. (FGV/ adaptada) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no es-
trangeiro, os crimes contra a administração pública ou a quem esta ao seu 
serviço. 
15. Ficam sujeitos à lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embar-
cações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territó-
rio estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro. 
16. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes 
contra o patrimônio da União, do DF, Estados, territórios e municípios, 
quando ano sejam julgados no estrangeiro.
17. Uma brasileira, em alto-mar, provoca um aborto (fora das hipóteses legais), 
a bordo de uma embarcação de propriedade privada, registrada em um país 
que o aborto não é punido. Nesse caso, nossa lei não será aplicada, já que o 
fato não é punível no país em que foi praticado. 
18. A pena cumprida no estrangeiro, não atenua nem compensa a pena imposta 
no Brasil pelo mesmo crime, dado ao caráter independente das justiças na-
cional e estrangeira. 
penal 009.indd 20 7/6/2011 13:34:11
D
ire
ito
 P
en
al
21
8. Conflito aparente de leis penais
8.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal, observando o 
chamado conflito aparente de leis penais.
8.2 Síntese
Este conflito ocorre quando a conduta praticada pelo a gente se amolda a mais de 
um tipo penal, surgindo assim o conflito aparente de leis penais. Ex. Mãe que mata 
o filho em estado puerperal, assim se amolda ao crime de homicídio e infanticídio.
Lembrando que tipo penal é a chamada lei penal incriminadora.
Assim para a solução destes conflitos, se tem alguns princípios a serem aplica-
dos: princípio da especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.
Segundo o princípio da especialidade: quando ocorre um conflito de um tipo 
penal genérico e um tipo penal especifico, prevalecerá o tipo penal especifico. O 
tipo penal genérico possui seus elementos e o especifico possui os mesmo elementos 
do tipo genérico juntamente com outros elementos, sendo que estas outras elemen-
tares são chamadas de especializantes, não importando se o crime e menos ou mais 
grave.
Já o princípio da subsidiaridade diz que: em um conflito entre um tipo penal 
principal (mais grave) e um subsidiário (menos grave), aqui pode ocorre a subsidiari-
dade expressa (a própria lei diz que se o fato constituir crime mais grave não haverá 
aplicação, ex, art. 132 do CP) ou subsidiaridade tácita, que será vista em próxima 
unidade.
penal 009.indd 21 7/6/2011 13:34:11
D
ire
ito
 P
en
al
22
9. Conflito aparente de leis penais
9.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal e o conflito 
aparente de leis penais, observando os princípios da subsidiaridade e consunção.
9.2 Síntese
Em prosseguimento ao princípio da subsidiaridade, veremos como esta ocorre 
na forma de subsidiaridade tácita. Aqui em algumas hipóteses ocorre que no próprio 
tipo penal, dentro das elementares, temos um outro crime, ex. art. 146 e 147 do CP.
O art. 146 ocorre quando o agente constrange alguém a fazer ou deixar de fazer 
algo, por grave ameaça, e o art. 147 diz sobre a ameaça, assim nota-se que o art. 146 
traz a hipótese do crime de ameaça, mas por este princípio se reponde somente pelo 
art. 146.
Pode acontecer outro exemplo no caso em que o art. 146 (constrangimento 
ilegal é o crime subsidiário, como no caso de extorsão, art. 158 do CP.
Para observar o princípio da consunção, deve-se entender que existe o crime 
progressivo e a chamada progressão criminosa, crime meio e crime fundo e fato 
posterior não punível.
Crime progressivo: o agente desde o início tem a intenção de cometer o crime 
mais grave, ex. causa lesão corporal afim de causar a morte do agente.
 Progressão criminosa: ocorre quando há uma alteração de dolo, ex. causa lesão 
corporal, como queria desde o inicio, mas após concluir o crime de lesão resolve 
matar a vítima.
Crime meio e crime fim: o agente embora tenha praticado dois fatos distintos, 
que se amoldam a tipos penais, nota-se que um dos crimes foi praticado para que se 
pudesse praticar o outro, aqui predomina na jurisprudência, o crime meio é absol-
vido pelo crime fim, ex. súmula 17 do STJ.
Fato posterior não punível: o agente furta um bem e após em outro momento 
destrói este bem (art. 163, crime de dano), neste caso o crime de dano não lesa o 
bem jurídico da vítima, assim não é punível.
O ultimo princípio é o da alternatividade, que será visto na próxima unidade.
penal 009.indd 22 7/6/2011 13:34:11
D
ire
ito
 P
en
al
23
10. Conflito aparente de leis penais
10.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo da aplicação da Lei Penal e o conflito 
aparente de leis penais, observando o princípio da alternatividade.
10.2 Síntese
O princípio da alternatividade se aplica aos chamados tipos mistos alternativos 
ou crimes de ação múltipla alternativa, que são; os crimes em que há previsão de 
mais de uma conduta típica, mais de um verbo típico do crime, ex. tráfico de drogas, 
responde aquele que vende, porta, etc.
E assim mesmo quando há mais de uma conduta típica e quando esta se refere 
ao mesmo tipo, os agentes respondem somente por um crime.
Existem também os tipos mistos cumulativos, onde se o agente praticar mais 
de uma conduta típica esta praticando mais de um crime, não se aplicando este 
princípio.
Ocorre uma discussão acerca do estupro, já que há duas modalidades (conjun-
ção carnal ou ato libidinoso), assim caso haja as duas condutas, existe a discussão, 
tendo corrente que entendeser tipo misto alternativo e corrente contraria que en-
tende ser tipo misto cumulativo.
Exercícios
19. Na hipótese do crime meio ser absolvido pelo crime fim, configura a aplica-
ção do princípio da consunção. 
20. Quando legislador utiliza no tipo penal a expressão: “só se aplica essa pena 
se o fato não constituir crime mais grave”, tem-se uma hipótese de aplicação 
do princípio da subsidiaridade expressa. 
21. Seguindo o princípio da especialidade, aplica-se o tipo especifico, que sem-
pre terá uma pena mais grave que a do tipo genérico. 
22. O princípio da alternatividade se aplica aos tipos mistos cumulativos. 
penal 009.indd 23 7/6/2011 13:34:11
Capítulo 2
Teoria Geral do Crime
1. Introdução a teoria geral do crime
1.1 Apresentação
Nesta unidade começaremos a teoria geral do crime, onde estudaremos do ar-
tigo 13 ao artigo 28 do CP.
1.2 Síntese
O crime possui elementos e assim a Teoria geral do crime estuda estes elemen-
tos que são: fato típico, ilicitude (ou antijuridicidade) e culpabilidade, para ocorrer 
o crime deve-se haver todos estes elementos. Estes elementos são observados pela 
doutrina já que não estão previstos em lei.
penal 009.indd 24 7/6/2011 13:34:12
D
ire
ito
 P
en
al
25
Uma parte minoritária da doutrina diz que a culpabilidade não é elemento do 
crime e sim um pressuposto de aplicação da pena.
Para saber se houve o crime devem-se observar na ordem estes elementos, assim 
observa-se se houve um fato conduta (ação ou omissão), resultado e nexo causal e se 
o fato é típico (tipicidade), para após ser observada a culpabilidade.
A tipicidade possui dois aspectos o formal (se o fato praticado se amolda a um 
dispositivo penal que proíba esta conduta) e material (se houve um desvalor da con-
duta ou do resultado, se houve lesão ao bem jurídico tutelado.).
Em relação à ilicitude, verifi ca-se se o fato é ilícito, observa-se então se o fato 
está em contrapartida a todo o ordenamento jurídico brasileiro (ex. matar alguém 
é crime, mais pode ocorrer por legitima defesa e assim não seria aferia a ilicitude), 
assim aqui estudaremos as excludentes de ilicitude (legitima defesa, estado de ne-
cessidade, etc.)
Lembrando que após ter-se violado uma norma há o indicio de ilicitude, o que 
não obsta que esta deva ser observada.
E somente depois de observado todos estes elementos irá se observar a 
culpabilidade.
Exercícios
23. Parte da doutrina entende que o crime possui como elementos o fato típico 
e imputabilidade. 
24. Parte da doutrina entende que o crime possui como elementos o fato típico, 
a ilicitude e a culpabilidade. Porém, há quem entenda que somente o fato 
típico e a ilicitude são elementos do crime, fi gurando a culpabilidade como 
pressuposto de aplicação da pena. 
2. Introdução a teoria geral do crime (continuação)
2.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos com a introdução da teoria geral do crime, obser-
vando algumas das divisões que posteriormente serão estudadas.
penal 009.indd 25 7/6/2011 13:34:13
D
ire
ito
 P
en
al
26
2.2 Síntese
Lembrando que o crime é um fato típico, ilícito e culpável então estudare-
mos o fato (conduta, resultado e nexo), tipicidade (aspecto formal e material) e a 
culpabilidade.
Para o fato ter a chamada tipicidade, não basta que se amolde a um tipo penal 
(aspecto formal), deve também afetar relativamente o bem jurídico tutelado (as-
pecto formal). Sendo que observando o aspecto formal pode ser observado o cha-
mado princípio da insignificância.
Veremos também as questões sobre dolo e culpa relativas à tipicidade do fato, 
veremos assim condutas onde não existe nem dolo nem culpa, assim não podendo 
ser típico.
Veremos também o erro de tipo, crime consumado, tentado, arrependimento 
eficaz, arrependimento posterior e crime impossível, matérias relacionadas com o 
fato típico.
Após veremos as excludentes da ilicitude e por fim a analise da culpabilidade, 
onde veremos a imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade 
de conduta diversa.
3. Conduta, resultado e nexo de causalidade
3.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime, veremos agora os elementos essen-
ciais do crime, enviando pelo estudo do fato típico e em especial sua divisão em 
conduta, resultado e nexo de causalidade, relativos aos fatos.
3.2 Síntese
O primeiro elemento do crime é o fato típico, sendo que o fato é divido em 
conduta, resultado e nexo de causalidade.
Conduta é um dos pressupostos do Fato Típico, em especial, relativo ao fato. 
Para se ter a conduta é necessária ter um ato consciente (elemento cognitivo) e 
voluntário (elemento volitivo).
Existem então hipóteses de ausência de conduta (não há vontade), sendo que a 
doutrina enumera, por exemplo: sonambulismo (atos inconscientes) e coação física 
irresistível (atos involuntários).
penal 009.indd 26 7/6/2011 13:34:13
D
ire
ito
 P
en
al
27
Uma das hipóteses de ausência de conduta é a chamada Coação física irresis-
tível: uma pessoa utilizando-se de força física faz com que outra pratique um ato 
ilícito. (ex. empurrar a pessoa com uma faca na mão em direção a outra), assim o 
coagido não responde pelo crime. 
Não se deve confundir coação física irresistível com coação moral irresistível (ex. 
ameaça de morte para que o agente pratique o crime) que exclui a culpabilidade.
Quando se diz conduta, tem que se entender que está relacionado com uma 
ação ou uma omissão (formas de conduta). 
Nos crimes que a conduta é uma ação diz-se que o crime é comissivo, quando o 
crime descreve uma omissão chama-se de crime omissivos próprios ou puros (já que 
o próprio tipo penal descreve uma omissão).
Exercícios
25. A ação e a omissão são formas de conduta. 
26. A coação física irresistível é uma hipótese de ausência de conduta do coagido. 
27. Toda conduta humana é um ato, independentemente de consciência e 
vontade. 
28. Os tipos penais que descrevem uma ação proibida são classificados como 
tipos omissivos próprios. 
4. Conduta, resultado e nexo de 
causalidade (continuação I)
4.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime e com os elementos do crime, relativa 
ao fato típico, mais precisamente o fato, já vimos à questão da conduta e agora 
veremos o resultado.
4.2 Síntese
Resultado se situa no elemento do fato típico, especialmente relativo ao fato.
O resultado está descrito no art. 13 caput, que diz: Art. 13 - O resultado, de 
que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
penal 009.indd 27 7/6/2011 13:34:13
D
ire
ito
 P
en
al
28
Assim entende-se que todo crime depende de um resultado.
No conceito de resultado estão descriminados os resultados naturalísticos e 
normativos.
Resultado naturalístico: segundo predomina na doutrina o art. 13 se refere a 
este resultado e representa a chamada modificação do mundo exterior, causado pela 
conduta (ex. homicídio, uma pessoa que é viva passa a ser morta).
Resultado normativo: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (ex. 
lesão ao patrimônio, vida, liberdade sexual, etc.). Bem jurídico tutelado é o bem 
protegido pelo ordenamento jurídico. 
Para configurar como crime, o fato, deve-se possuir um resultado normativo, já 
que nem todo crime possui resultado naturalístico (ex. portar arma de fogo) o que é 
chamado de crime de mera conduta (violação de domicilio).
Existem assim os crimes matérias (tipo penal descreve uma conduta e um resul-
tado naturalístico, exigindo-se este resultado para a consumação), formais (descreve 
uma conduta e um resultado naturalístico, mas não se exige este resultado para a 
consumação) e de mera conduta (descreve apenas uma conduta e não descreve um 
resultado).Exercícios
29. Nem todo crime possui resultado normativo. 
30. Todo crime possui resultado normativo. 
31. Todo crime possui resultado naturalístico. 
32. Nem todo crime possui resultado naturalístico. 
5. Conduta, resultado e nexo de 
causalidade (continuação II)
5.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime e com os elementos do crime, relativa 
ao fato típico, mais precisamente o fato, sendo que veremos agora a questão do 
nexo de causalidade.
penal 009.indd 28 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
29
5.2 Síntese
O Nexo causal está previsto no art. 13, caput do CP, que diz: Art. 13 - O re-
sultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe 
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido.
Lembrando que o fato típico engloba a conduta, resultado e nexo causal (na-
turalístico). O nexo causal então esta dentro dos pressupostos do fato típico, em 
especial no fato.
Dessa forma está expresso que tudo aquilo que contribuiu para o resultado é 
causa, e assim há o problema do ato ter possibilidade de ser infinito.
Nexo causal naturalístico é a relação entre causa e efeito, o resultado “causação”, 
sendo que o nexo causal naturalístico esta relacionado ao resultado naturalístico. 
O código penal adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais, “con-
ditio sine qua non”, tudo aquilo que contribuiu para o resultado é causa.
Para observar o que contribui para o resultado existe o critério hipotético de 
eliminação de Thyrén que diz que: causa é tudo aquilo que suprimido mentalmente 
impediria a produção do resultado como foi produzido, assim para observar se a 
causa faz parte do resultado, exclui-se esta e caso o crime ocorreria da mesma forma 
esta causa não contribuiu para o resultado.
Critica sobre esta teoria: possibilita o chamado regresso infinito, já que, segundo 
esta teoria, até a conduta da mãe do agente ter lhe dado a luz teria contribuído ao 
resultado.
A doutrina entende que: assim levando-se em conta outros fatos anteriores que 
deram causa para o crime, não serão culpadas as condutas dos agentes que não agi-
ram com dolo ou culpa, (ex. fabricante de arma) e assim se evita o regresso infinito.
Exercícios
33. Nos termos do art. 13, caput, do CP, o resultado de que depende a existência 
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
34. O art.13, caput, adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais. 
35. Segundo o denominado procedimento hipotético de eliminação de Thyrén, 
causa é todo antecedente, que suprimido mentalmente, impediria que o re-
sultado ocorresse como ocorreu. 
penal 009.indd 29 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
30
6. Conduta, resultado e nexo de 
causalidade (continuação III)
6.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime e com os elementos do crime, relativa 
ao fato típico, mais precisamente o fato, sendo que continuaremos com o nexo 
de causalidade, observando agora o parágrafo 1º do art. 13 do CP.
6.2 Síntese
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é im-
putável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a 
qual o resultado não teria ocorrido. 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, 
entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
Ex: (causa) a vítima é esfaqueada e no hospital ocorre um desabamento (causa 
superveniente), sendo que esta segunda causa é a causadora do resultado morte da 
vítima. Aqui se tem uma causa superveniente relativamente independente.
Como tudo que contribuiu para o resultado é causa, não se exclui a primeira 
causa, porém o resultado decorreu da segunda causa.
Assim neste exemplo quem proferiu a facada estará desvinculado do resultado 
morte, respondendo pelos atos anteriormente praticados (antes da causa superve-
niente), responde assim por tentativa de homicídio ou lesão corporal (mesmo que a 
vitima morreu, já que não morreu por esta ação), dependendo do animo do agente. 
Se no exemplo anterior, ao invés de facada fosse somente uma lesão corporal, o 
agente respondera somente pela lesão corporal, mesmo que por causa superveniente 
a vitima venha a falecer.
Assim podem existir causas supervenientes que somente contribuem para o re-
sultado, não chega a este por si só, assim no mesmo exemplo anterior, a vítima morre 
pela lesão caudada pela facada e pela causa superveniente (desabamento), neste 
caso o agente responderá pelo resultado morte, pela forma consumada.
penal 009.indd 30 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
31
Podem existir também causa superveniente absolutamente independente da 
primeira causa, onde neste caso o agente respondera novamente por sua intenção e 
não pelo resultado.
Exercícios
36. (FGV/TJ-PA/Juiz/2Caio dispara uma arma objetivando a morte de Tício, 
sendo certo que o tiro não atinge um órgão vital. Durante o socorro, a am-
bulância que levava Tício para o hospital é atingida violentamente por um 
caminhão dirigido por Mévio, que ultrapassara o sinal vermelho. Em razão 
da colisão, Tício falece. Quais são os crimes imputáveis a Caio e Mévio? 
a. tentativa de homicídio e homicídio doloso consumado;
b. Lesão corporal seguida de morte e homicídio culposo;
c. homicídio culposo e homicídio culposo;
d. tentativa de homicídio e homicídio culposo;
7. Conduta, resultado e nexo de 
causalidade (continuação IV)
7.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime e com os elementos do crime, relativa 
ao fato típico, mais precisamente o fato, continuaremos com o nexo de causali-
dade, observando agora o parágrafo 2º do art. 13 do CP, ou seja, o nexo causal 
nos crimes omissivos.
7.2 Síntese
Algumas pessoas possuem um dever e uma possibilidade de agir para evitar o re-
sultado, isto é chamado de omissão relevante, prevista no art. 13, parágrafo 2º do CP. 
Esta possibilidade é uma possibilidade física e o dever é um dever jurídico 
específico. 
Ex: filho menor se afoga na piscina e pai somente olha a criança morrer, o pai 
foi omisso, a conduta foi uma omissão.
penal 009.indd 31 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
32
Assim o agente podia e devia agir e não o fez, assim responderá pelo resultado, 
pois o nexo causal é normativo, a lei imputa o resultado a este, veja o que diz o art. 
13, parágrafo 2º:
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a. tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b. de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c. com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do re-
sultado. 
Policial que aguarda a realização do crime sem agir, responderá pelo crime, pois 
devia ter evitado o resultado.
Se a pessoa não tiver dever legal, mas assumir a responsabilidade de evitar o re-
sultado (ex: segurança e babá) também responderá pelo resultado do crime, mesmo 
que a responsabilidade assumida não conste em contrato. Assim como aquele que 
criou o risco que também será obrigado a evitar o resultado. Ex: jogar alguém na 
piscina que não sabe nadar.
Essas hipóteses configuram crimes comissivos por omissão, também chamados 
de crimes omissivos impróprios.
Se a pessoa podia agir, mas não tinha o dever jurídico especial do art. 13, essa 
pessoa responderá por omissão de socorro. Ambos foram omissos, porém a lei im-
puta crime diverso.
8. Teoria geral do crime
8.1 Apresentação
Nesta unidade, continuamos com o art. 13, parágrafo 2º do CP, observando 
mais algumas questões a respeito dos crimes omissivos impróprios.
8.2 Síntese
Como vimos o art. 13, parágrafo 2º do CP, se a pessoa podia e devia evitaro 
resultado responderá por ele, isso é chamado de omissão relevante. Os que devem 
penal 009.indd 32 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
33
agir estão elencados no próprio artigo e aqui se tem os chamados crimes omissivos 
impróprios ou comissivos por omissão.
Lembrando que temos os crimes comissivos, omissivos puros e omissivos impró-
prios (art. 13, parágrafo 2º).
Para que ocorra a tipicidade nos crimes omissivos impróprios tem-se que buscar 
o tipo nos crimes comissivos, já que o tipo penal descreve uma ação, mas o agente 
responde pela omissão. Isso ocorre porque se aplica, juntamente com o tipo penal, 
uma norma de extensão, no caso o art. 13, parágrafo 2º do CP.
Somente nos crimes omissivos puros a própria lei penal descreve uma omissão, 
ex. omissão de socorro.
Não se devem confundir as hipóteses do art. 13, parágrafo 2º (dever jurídico es-
pecífico) comas hipóteses onde há a omissão, mas esta não se amolda as hipóteses do 
art. 13, sendo assim a pessoa responderá pela omissão genérica (omissão de socorro) 
e não pelo tipo penal.
Exercícios
37. (FGV/TJ-PA/Juiz/2José da Silva é guarda vida das piscinas do clube Bom 
Sucesso, muito freqüentado por crianças, todos os dias as piscinas do clube 
são abertas as 9:00 h da manha, pelo servente João de Souza e José da Silva é 
sempre o primeiro a entrar na área da piscina e assumir seu posto no alto da 
cadeira de guarda vida. Contudo no dia 1/11/98 José da Silva não chegou em 
seu horário, mesmo sabendo que a piscina é aberta as 9:00 h, chegando ao 
clube as 10:00, quando deparou com uma sena macabra, duas crianças afo-
gadas na piscina. A partir do fragmento acima assinale a alternativa correta.
a. José da Silva não praticou crime algum.
b. José da Silva praticou o crime de omissão de socorro.
c. José da Silva praticou crime de homicídio culposo.
d. José da Silva praticou crime de homicídio na modalidade comissiva.
penal 009.indd 33 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
34
9. Teoria geral do crime
9.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime vemos agora a tipicidade (relativa ao 
fato ser típico), que está prevista no primeiro elemento de crime, como já vimos.
9.2 Síntese
Em relação aos elementos dos crimes, que são: fato típico, ilicitude e culpabili-
dade, estamos observando o fato típico, e anteriormente vimos as questões relaciona-
das ao fato em si (conduta, resultado e nexo causal), agora veremos a questão do fato 
ser típico, chamado assim de tipicidade.
Para que o fato seja típico deve haver esta tipicidade, que deve ser formal e 
material.
Quando se fala de tipicidade existem diversas teorias modernas que explicam o 
tema, mas para a prova da OAB deve-se saber o mínimo necessário, deve-se saber o 
que é a tipicidade no aspecto material e formal.
Tipicidade no aspecto formal é a adequação do fato a um tipo penal (lei penal 
incriminadora, artigo, adequação direta), doloso ou culposo (sem dolo ou culpa não 
haverá o crime).
Para que o fato seja típico não basta a analise da tipicidade formal, devendo se 
observar a tipicidade material que é o desvalor da conduta e do resultado (se houve 
ofensa ao bem jurídico tutelado).
Quando se diz adequação deve-se entender que é a subsunção. 
Deve-se entender também que os tipos penais possuem elementos: ex. art. 121, 
primeiro elemento “matar” segundo elemento “alguém” e assim faltando um dos 
elementos não há crime.
O tipo penal possui os elementos objetivos (descritivos ou normativos) e subjeti-
vos (dolo e especial). Em regra os tipos penais são dolosos, sendo que crime culposo 
tem que ter expressa previsão.
Todos os tipos penais, sem exceção, possuem o elemento objetivo descritivo 
(relacionado as fato e dispensam qualquer juízo de valor).
Já os elementos objetivos normativos também compõem o tipo penal, mas aqui 
é necessário juízo de valor para compreensão de se significado, sendo que este pode 
penal 009.indd 34 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
35
ser jurídico ou extrajurídico (ex. ato obsceno). Nem todo tipo penal possui elemen-
tos objetivos normativos.
A doutrina divide estes elementos dizendo que os elementos objetivos são tipos 
objetivos e os subjetivos são tipos subjetivos.
O tipo penal possui o elemento subjetivo, que pode ser dolo (art. 18, inciso I do 
CP) e especial 
O dolo é a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo ou assumir o risco 
de realizar.
Nem todo crime doloso possui o elementos subjetivo especial que é o elemento 
relacionado à motivação ou realidade especifica de agir (ex. quando no tipo penal 
diz “afim de”, “para que”, etc.
10. Teoria geral do crime (continuação)
10.1 Apresentação
Nesta unidade, continuando com o estudo da tipicidade, veremos as formas de 
adequação típica e suas divisões.
10.2 Síntese
O elemento especial do tipo, como vimos, é uma vontade especifica em relação 
ao tipo, ex. nos crimes contra a honra deve ser ter a vontade de ofender a honra do 
agente.
Alguns doutrinadores classificam os elementos do crime da seguinte forma: ele-
mentos objetivos, normativos e subjetivos especial do tipo, porém esta corrente é 
minoritária por estar incompleta.
Veremos agora as formas de adequação típica, que pode ser direta ou indireta, 
mediata ou imediata.
Ex. Marcelo matou Vitor, este fato se amolda diretamente ao art. 121 do CP 
(adequação direta).
Em algumas hipóteses o fato não vai se amoldar diretamente com o tipo penal, 
ex. tentativa de homicídio, onde o agente é impedido de concluir o fato, por vontade 
alheia a sua vontade, assim segundo o art. 14 do CP, sendo que sua pena será dimi-
nuída, em relação ao crime consumado. 
penal 009.indd 35 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
36
Assim esta tentativa não se amolda ao art. 121, mas aplica-se a norma de exten-
são do art. 14, inciso II, assim o agente responderá pelo art. 121 c/c do art. 14, inciso 
II. Isto é chamado de Adequação típica indireta ou mediata, por necessitar de uma 
norma de extensão.
Outro exemplo de norma de extensão é o concurso de pessoas, onde, por exem-
plo, quem instigou a conduta responderá por esta, mas para tanto tem que se aplicar 
a norma de extensão do art. 29 do CP.
As circunstâncias não modificam o tipo penal, sendo apenas formas agravantes 
ou atenuantes do crime, afetando a pena, assim somente as elementares são os dados 
essenciais ao tipo penal.
Exercícios
38. O princípio da insignificância afasta a tipicidade em seu aspecto material 
39. A tentativa é uma forma de adequação típica direta.
11. Teoria geral do crime (continuação II)
11.1 Apresentação
Continuando com a teoria geral do crime, continuamos também tipicidade 
(relativa ao fato ser típico), que está prevista no primeiro elemento de crime, 
veremos agora a tipicidade material.
11.2 Síntese
A tipicidade no aspecto material é essencial para haver a tipicidade em si, e 
significa o desvalor da conduta ou do resultado.
Não se deve confundir lei penal (tipo penal) com norma penal, já que a última 
possui aspectos valorativos (proteção ao bem jurídico) e imperativos (norma de proi-
bição ou mandamental), ex. art. 121 é a lei penal, já que não está escrito “não matar 
alguém”, mas isso que o legislador procura proibir.
Desta forma todo tipo penal possui uma norma penal.
O direito penal tem o valor de proteção aos bens jurídicos mais relevantes 
da sociedade (o tipo penal tem a função de tutelar um bem jurídico), assim esta 
penal 009.indd 36 7/6/2011 13:34:14
D
ire
ito
 P
en
al
37
tipicidade material ocorre quando o fato fere este bem jurídico, desde que relevante, 
já que pelo princípio da insignificância se o bem jurídico não é relevante, como o 
direito penal tem deve-se preocupar com as lesões mais graves aos bens jurídicos, se 
afasta a tipicidadematerial e assim não haverá o crime.
Os critérios para aplicar este princípio são elencados pelo STF e são: mínima 
ofensividade da conduta; ausência de periculosidade social da ação; reduzidíssimo 
grau de reprovabilidade do comportamento; e por fim inexpressividade da lesão pro-
vocada. Faltando um destes critérios não se aplica o principio da insignificância.
Portanto esta insignificância afasta o desvalor do bem jurídico tutelado.
12. Teoria geral do crime (continuação III)
12.1 Apresentação
Nesta unidade vemos a explicação do que é crime doloso, suas divisões e pe-
culiaridade.
12.2 Síntese
Dolo e culpo fazem parte do elemento do crime fato típico, sendo aspectos da 
conduta, mas sua analise é feita no momento da tipicidade.
O crime doloso está previsto no art. 18, inciso I do CP: Art. 18 - Diz-se o crime: 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Existem duas modalidades: na primeira o agente “quis” o resultado (dolo direto) 
e a segunda hipótese o agente “assumiu” o risco de produzi-lo (dolo eventual).
No dolo direito o agente tem a consciência e vontade de praticar a conduta 
(elemento cognitivo) e tem também a consciência e vontade de obter o resultado 
(elemento volitivo), aqui o resultado era previsto.
No dolo eventual, em relação à conduta o agente tem consciência e vontade 
de praticá-la (elemento cognitivo) e em relação ao resultado o agente teve a cons-
ciência, porém não quis produzi-lo, mas assumiu o risco de produzi-lo (elemento 
volitivo). Esta consciência diz que o resultado é previsto.
No dolo direto o legislador adotou a chamada teoria da vontade, para que ocorra 
o dolo deve-se ter a vontade de produzir o resultado.
Em relação ao dolo eventual o legislador adotou a chamada teoria do 
consentimento. 
penal 009.indd 37 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
38
Exercícios
40. No dolo eventual o resultado é previsível.
41. No dolo eventual o resultado é previsto e desejado.
42. No dolo eventual o resultado não é previsto, muito embora seja previsível.
43. No dolo eventual o resultado é previsto e aceito.
13. Teoria geral do crime (continuação IV)
13.1 Apresentação
Nesta unidade continuaremos com o estudo do dolo, observando mais algumas 
divisões.
13.2 Síntese
Toda conduta para ser típica deve ser dolosa ou culposa, caso contrario, na ana-
lise da tipicidade, esta conduta será atípica, sendo que tipicidade formal é a adequa-
ção ao tipo e material é o desvalor da conduta.
O dolo direto pode ser dividido em dolo direito de primeiro grau e de segundo grau.
No dolo o agente pratica uma conduta (ato de consciência mais vontade), perse-
guindo um resultado, isto se chama dolo direto de primeiro grau.
Ex. alguém deseja matar o presidente, assim sabe-se que este estará em um 
avião, juntamente com outras pessoas e mesmo assmi coloca-se uma bomba no 
avião. O meio para matar foi a bomba, mas o agente perseguiu somente a morte 
da vítima (dolo direto), mas a explosão da bomba pode ocasionar um resultado não 
perseguido, efeito colateral, morte do piloto.
Este resultado não perseguido é chamado de efeito colateral necessário e signi-
fica o dolo direto de segundo grau.
O dolo direto de segundo grau é um resultado não perseguido, mas vem como 
efeito colateral necessário.
O dolo eventual também esta relacionado com um resultado não perseguido, 
mas o efeito colateral do dolo eventual é um efeito colateral possível, podendo ocor-
rer ou não, diferindo do dolo direito de segundo grau, já que aqui o efeito colateral 
é necessário pela conduta.
penal 009.indd 38 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
39
14. Teoria geral do crime – crime culposo
14.1 Apresentação
Nesta unidade vemos a explicação do que é crime culposo, suas divisões e pe-
culiaridade.
14.2 Síntese
O crime culposo esta previsto no art. 18, inciso II do CP, que diz: II - culposo, 
quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
O agente pratica uma conduta, perseguindo um resultado, sem observar alguns 
deveres de cuidado e assim acaba produzindo outro resultado, não o perseguido, 
sem vontade e também não assume o risco de produzi-lo.
Sem observar o dever de cuidado. (ex. seguir regras de transito, ou questões 
culturais ou de experiência). Assim o agente causa o resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia.
Imprudência esta relacionada a uma ação. Ex. ao se manusear uma arma de 
fogo carregada e causa um disparo acidental.
A negligência esta relacionada a uma omissão. Ex. deixar uma arma de fogo em 
alcance de uma criança.
E a imperícia a uma ausência de aptidão técnica. Ex. exercendo uma atividade 
de trabalho, a qual deveria saber as regras técnicas, mas não sabe, se relacionando 
com o fato.
Comparando com o estudo anterior, no dolo direto temos a conduta consciente 
e volitiva e o resultado consciente e volitivo, no dolo eventual tem a conduta cons-
ciente e volitiva e o resultado consciente e assume o risco de obter o resultado. Já 
na culpa tem-se uma conduta consciente e volitiva e resultado consciente, previsto, 
porém não assume o risco de obter, mas este ocorre por imprudência, negligencia 
ou imperícia.
Existe também a culpa inconsciente, onde o agente não prevê o resultado nem 
assume o risco de obter, porém o resultado era previsível ao agente.
penal 009.indd 39 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
40
15. Teoria geral do crime – crime culposo
15.1 Apresentação
Nesta unidade, após o visto anteriormente, iremos fazer uma distinção entre 
os crimes dolosos e culposos, observaremos a questão da culpa inconsciente e 
crimes preterdolosos.
15.2 Síntese
Na culpa inconsciente o agente tem consciência e vontade de praticar a conduta, 
mas o resultado causado, sequer é previsto (sequer passou pela cabeça do agente) pelo 
agente, sendo que o resultado era somente previsível.
Assim quando o agente praticou a conduta o resultado somente era previsível, ou 
seja, existia a possibilidade do agente obter a previsão do resultado, afim de evitá-lo.
Ex. uma pessoa arremessa um entulho de uma sacada após olhar que não havia 
pessoas na rua, mas assim que é arremessado uma pessoa se projeta involuntaria-
mente no caminho do entulho.
Relembrando:
Dolo direto: Então vimos que o agente pratica uma conduta, perseguindo um re-
sultado (criminoso ou não), caso seja criminoso o agente respondera por este crime.
Existe dolo direto de primeiro e segundo grau, que dificilmente estará no con-
curso, porém são: primeiro grau: o agente persegue o resultado criminoso; segundo 
grau: ocorre quando o agente persegue um resultado, mas obtém outro como efeito 
colateral necessário, tendo consciência e vontade de obter este resultado, já que o 
agente conhecia este efeito colateral.
Já o dolo eventual o agente esta prevendo um resultado não perseguido, porém 
como efeito colateral possível, diferenciando do dolo direto de segundo grau, onde 
o efeito colateral é necessário.
Na culpa consciente o agente tem a previsão do resultado, porém não tem von-
tade do resultado e não assume o risco, diferenciando quanto ao dolo eventual onde 
o agente assume o risco.
E na culpa inconsciente, o resultado causado, sequer é previsto (passou pela 
cabeça do agente) pelo agente, sendo que o resultado era somente previsível.
Existem também os crimes preterdolosos (art. 129, parágrafo 3º do CP), onde 
o agente tem dolo na conduta, mas culposamente causa outro resultado. Ex. causa 
penal 009.indd 40 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
41
lesão corporal em alguém, mas em decorrência de um soco, por exemplo, a pessoa 
se desequilibra e cai, batendo a cabeça, o que ocasionou a morte. Aqui o agente teve 
dolo na lesão e culpa no homicídio. 
16. Teoria geral do crime (continuaçãoV)
16.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos o estudo do dolo e culpa, observando alguns exem-
plos e distinções.
16.2 Síntese
Relembrando: no crime culposo o agente pratica um conduta perseguindo um 
resultado, mas ocorre outro resultado, um efeito colateral, que ocorre por imprudên-
cia, negligência ou imperícia.
Há dúvidas em relação a conduta de dirigir embriagado, causando morte a al-
guém, será considerado homicídio culposo ou doloso? A conduta de dirigir em um 
estado de embriaguês acima do máximo permitido, por si só já é considerado crime 
de transito (crime de perigo), existindo aqui dolo a esta conduta. Caso esta conduta 
resolva-se em morte de alguém, deve-se observar se a pessoa assumiu o risco de obter 
este resultado.
Ex. caso alguém, dirigindo embriagado, deixa de observar vários deveres de cui-
dados, como excesso de velocidade, passar em sinal vermelho, etc., deve-se considerar 
que seja dolo eventual. Mas diante das circunstâncias, mesmo embriagado o agente, 
pode-se considerar como homicídio culposo.
No dolo eventual o dolo é previsto e aceito e na culpa consciente o resultado é 
previsto, mas o agente não o aceita.
Existe também a questão da compensação e concorrência de culpa.
Em relação à compensação, esta não pode existir, em decorrência de qualquer 
pessoa, terceiros ou vítima.
Já a concorrência pode ocorrer, já que a compensação não pode existir, assim 
quando mais de uma pessoa haja com culpa, haverá concorrência entre estas.
penal 009.indd 41 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
42
Exercícios
44. (FGV/OAB) João da Silva acabara de roubar um banco. Ao sair da agência 
bancária, furta um veículo que estava estacionado e sai em alta velocidade. 
Durante a fuga, começa a ser perseguido por dois carros de polícia. João 
da Silva é um excelente motorista e está em vias de despistar os policiais 
quando surge no meio da rua, logo à frente, um carro de polícia bloqueando 
a pista e um policial a pé determinando a parada do carro para uma fiscali-
zação de rotina (blitz). Ao invés de reduzir, João aumenta a velocidade, pre-
tendendo passar ao lado do policial sem atropelá-lo. Como é bom motorista, 
acredita que conseguirá passar, mas pensa consigo mesmo: “Se o policial for 
atropelado, azar o dele.” Se João atropelar o policial, sua conduta deverá ser 
classificada como:
a. culpa inconsciente. 
b. culpa consciente.
c. dolo eventual. 
d. estado de necessidade.
17. Teoria geral do crime (continuação VI)
17.1 Apresentação
Nesta altura de nosso estudo faz-se necessário que estudemos o instituto cha-
mado de erro de tipo, previsto no art. 20, caput do CP.
17.2 Síntese
O erro de tipo se refere ao erro dos elementos do tipo penal, como sugere seu 
nome. Todos os tipos penais possuem elementos, assim o possível dolo esta previsto 
no tipo pena (ex. art. 121 do CP, Matar alguém, ambos são elementos, como já visto, 
e como se percebe o dolo está implícito no tipo penal. O erro sobre um dos elemen-
tos que constituem o crime exclui o dolo.
O erro de tipo está previsto no art. 20, caput do CP, que diz:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
penal 009.indd 42 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
43
No dolo direto, o agente quer realizar os elementos do tipo, no eventual o agente 
não quis, mas assume o risco de atingir os elementos do tipo.
Ex. uma pessoa esta caçando, efetua um disparo de arma de fogo em uma moita 
onde acreditava que lá estaria um animal, porém não era um animal e sim um ser 
humano. Assim o agente errou sobre o elemento do tipo (ex. 121, elemento al-
guém), isto exclui o dolo, assim responderá o caçador por crime culposo, se este esti-
ver previsto em lei, e se ele não tivesse a consciência ou se o resultado era previsível.
O erro de tipo pode ser inevitável (escusável) ou invencível, exclui o dolo e 
exclui a culpa.
O erro de tipo pode ser também evitável, inescusável ou vencível, este exclui o 
dolo, mas permite a culpa.
Nota-se que o erro de tipo sempre exclui o dolo, mas o erro de tipo evitável não 
exclui a modalidade culposa.
Exercícios
45. (FGV/adaptada) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime 
exclui o dolo , mas permite a punição do agente por crime culposo. 
46. O erro de tipo incide sobre os elementos que integram o tipo penal, abran-
gendo as qualificadoras, causa de aumentos e agravantes.
47. O erro de tipo exclui o dolo, mas o comportamento pode ser punido a título 
culposo se o erro for escusável.
18. Teoria geral do crime (continuação VII)
18.1 Apresentação
Nesta unidade vemos a hipótese da descriminante putativa por erro de tipo, 
presente no art. 20, parágrafo 1º.
18.2 Síntese
Sem a ilicitude não há o crime, e veremos em unidades futuras causas excluden-
tes da ilicitude (art. 23 do CP). Estas excludentes podem ser chamadas de descrimi-
nantes, justificantes, normas permissivas, etc.
penal 009.indd 43 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
44
Pode ocorrer que o agente apenas imagina estar diante de uma excludente de 
ilicitude e assim age, porém ele não esta diante de uma excludente. Ex. imaginar 
estar em legitima defesa, plenamente justificável pelas circunstâncias, porém não 
esta. Isto é chamado de descriminante putativa.
Existem descriminantes putativas por erro de tipo (erro sobre a situação fática) 
presente no art. 20, parágrafo 1º, por erro de proibição (erro sobre a existência da 
descriminante putativa) e por erro de proibição (erros sobre os limites da proibição), 
novamente, presentes no art. 21 do CP. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas cir-
cunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legí-
tima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é 
punível como crime culposo.
Ex. Após um promotor ser ameaçado por um réu de um processo o réu com-
parece no dia seguinte em sua casa, então o promotor dispara contra o réu, 
por achar que este está armado, mas depois se verifica que este foi até lá para 
pedir desculpas.
19. Teoria geral do crime (continuação VIII)
19.1 Apresentação
Nesta unidade continuamos com o art. 2º parágrafo 1º e também observaremos 
os parágrafos 2º e 3º.
19.2 Síntese
Existem duas possíveis conseqüências a respeito da descriminante putativa por 
erro de tipo, na primeira, presente no art. 20, parágrafo 1º, se tem o erro plenamente 
justificável e tem por conseqüência o agente ser isento de pena. Nesta hipótese a dou-
trina entende que isto exclui o dolo e a culpa.
penal 009.indd 44 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
45
Podem ocorrer situações onde o agente erra mais o erro não é plenamente jus-
tificável, chamado também de erro evitável e assim não será responsabilizado como 
crime doloso, mais será responsabilizado pelo crime culposo (chamado de culpa 
imprópria) se previsto em lei, já que houve um erro na análise dos fatos, então o 
agente não é isento de pena.
Para a doutrina, nesta segunda situação, exclui-se o dolo, mas não a culpa.
Ex: Uma pessoa acorda de madrugada e vê alguém forçando a porta de sua casa 
e assim dispara contra a porta, acreditando ser um bandido, mas na verdade era seu 
filho que chegava em casa, aqui o erro seria evitável.
Segundo a doutrina aqui temos a chamada culpa imprópria, quando o erro era 
evitável.
 O erro quanto aos pressupostos fáticos de uma causa de excludente de ilicitude 
é considerado como uma das hipóteses de descriminante putativa 
A legitima defesa putativa pode se dar por erro sobre os pressupostos fáticos que 
seráconsiderado uma descriminante putativa.
O art. 20, §1º, parte final, trata da chamada culpa imprópria.
O art. 20 parágrafo 2º trata do erro determinado por terceiro: § 2º - Responde 
pelo crime o terceiro que determina o erro. 
Ex. O médico deseja matar alguém e se valendo de um terceiro (enfermeira), 
aplica um medicamento letal para a vítima, aqui o médico responde pelo delito já 
que este determinou o erro.
O art. 20 parágrafo 3º trata do erro sobre a pessoa: § 3º - O erro quanto à pessoa 
contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste 
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente 
queria praticar o crime.
Aqui o agente deseja praticar o crime contra alguém (ex. seu pai), assim dispara 
com uma arma de fogo contra uma pessoa, durante a noite, mas confunde, pelas 
circunstâncias, com outra pessoa.
Exercícios
48. (FGV/OAB/2010.2) Arlete em estado puerperal manifesta a intenção de 
matar o próprio filho recém nascido. Após receber seu filho a criança é le-
vada para o berçário. Durante a noite Arlete vai até o berçário e após conferir 
a identificação da criança à asfixia, causando sua morte. Na manha seguinte 
é constada a morte de um recém nascido que não era o filho de Arlete. 
Diante do caso concreto assinale a alternativa correta acerca da responsabi-
lidade da mãe: 
penal 009.indd 45 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
46
20. Iter criminis
20.1 Apresentação
Nesta unidade vemos o instituto do Iter Criminis, que significa as etapas do 
crime, iniciando o estudo por uma introdução.
20.2 Síntese
Nesta unidade será a introdução do iter criminis (caminho do crime, ou etapas 
de realização do delito), existem quatro fases: cogitação; preparação; execução; e 
consumação.
Cogitação: o agente imagina quando ira praticar o fato, como, quem será a vi-
tima, etc., como a cogitação não e externada ela não é punida, já que não gera 
nenhum perigo ao bem jurídico tutelado.
Preparação: faz-se a obtenção dos materiais e condições para agir criminosa-
mente. Na preparação em regra não se pune, salvo se constituir crime autônomo, 
ex. comprar arma de fogo e ilegalmente porta-lá, sendo que esta conduta já seria 
a quarta parte de outro crime, desde que este crime não seja absolvido pelo crime 
principal.
Execução: o agente inicia a execução do crime, aqui discute-se quando há o 
inicio da execução.
Para o critério objetivo formal: inicia-se a execução quando ocorre o inicio da 
realização do verbo típico. Este critério não é muito correto, pois quando, por exem-
plo, o agente da uma facada (verbo tipo matar) na vítima, certo, mas em um exem-
plo de tentativa de furto (deve ter o inicio da execução) nem sempre se caracteriza 
o inicio do verbo típico.
Para o critério subjetivo individual: inicia-se a execução no momento imediata-
mente anterior a execução do verbo do tipo, ou seja, inicio do plano delitivo. Ex. no 
caso de um furto inicia-se assim que o agente, por exemplo, adentre a casa da vítima. 
Este critério é mais amplo.
O critério predominante é o objetivo formal.
Consumação: quando o crime se conclui.
Pode também o inicio da fase de execução, porém não houve a consumação por 
forças alheias a sua vontade o que é chamado de tentativa. Pode também o agente 
decidir desistir da execução após o inicio desta. 
penal 009.indd 46 7/6/2011 13:34:15
D
ire
ito
 P
en
al
47
Existe outra hipótese onde se tem toda a execução do crime, mas antes da con-
sumação o agente age a fim de impedi-la.
21. Iter criminis (continuação I)
21.1 Apresentação
Continuando o estudo do Iter Criminis, vemos nesta unidade a etapa da con-
sumação, suas características e hipóteses de não consumação.
21.2 Síntese
O crime consumado está previsto no art. 14, inciso I: Art. 14 - Diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. 
Lembrando que a consumação é a quarta e ultima etapa do iter criminis.
O crime se consuma quando nele se reúnem todos os elementos, (elemento do tipo).
Portanto o crime pode ser consumado também, mesmo antes de seu exauri-
mento, ex. extorsão mediante sequestro.
Classificação especifica de crime: 
 » Crimes materiais: o tipo penal traz elementos relacionados com a conduta e 
com o resultado, este crime estará consumado quando o agente produzir a 
conduta e obtiver o resultado (naturalístico).
 » Crimes formais: o tipo penal descreve uma conduta e um resultado naturalís-
tico, porém basta a pratica da conduta com o fim de obter o resultado para se 
configurar o crime, mesmo que não se tenha o resultado (Ex. art. 159 do CP, 
extorsão mediante sequestro).
Existem também os crimes de mera conduta (ex. portar arma de fogo), há so-
mente uma conduta não se tem um resultado naturalístico. Aqui o crime está con-
sumado com a mera conduta.
Exercício 
49. O crime somente se consuma com a produção do resultado descrito no tipo. 
penal 009.indd 47 7/6/2011 13:34:16
D
ire
ito
 P
en
al
48
50. Os crimes formais se consumam com a prática da conduta, independente-
mente da produção do resultado naturalístico.
51. Reunidos todos os elementos da definição legal do crime, pode-se dizer que 
o crime estará consumado.
22. Tentativa
22.1 Apresentação
Nesta unidade estudamos a tentativa, que ocorre quando o agente busca o 
resultado do crime, mas não o obtém.
22.2 Síntese
A tentativa está prevista no art. 14, inciso II do CP que diz: Art. 14 - Diz-se o 
crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente.
Para ocorrer à tentativa deve haver inicio da fase de execução e o crime não vai 
se consumar por circunstâncias alheias a vontade do agente. Na tentativa o crime 
não ocorre perfeitamente, não se reunindo todos os elementos, já que caso contrário 
ter-se-ia um crime consumado.
Para ter a tentativa o agente deve ter o dolo do crime consumado.
Então entendemos que há três elementos da tentativa: inicio da fase de exe-
cução, dolo do crime consumado e não consumação por circunstâncias alheias a 
vontade do individuo.
Aqui ocorre a tipicidade indireta (não se amolda diretamente com o tipo penal), 
pois a tentativa é uma norma de extensão.
A consequência do crime tentado é que se deve aplicar a pena do crime consu-
mado, diminuída de um terço a dois terços. (é uma causa de diminuição da pena, 
em regra, salvo disposição expressa em contrário). 
A pena do crime tentado não é igual a do consumado já que o CP adotou a 
teoria objetiva, pela razão que a ofensa ao bem jurídico é menos, não interessando a 
intenção do agente, mas existem outras teorias.
Existem hipóteses onde a tentativa e o crime consumado tem a mesma pena, 
ex. votar mais de uma vez ou tentar votar mais de uma vez, previsto no mesmo tipo 
penal (código eleitoral).
penal 009.indd 48 7/6/2011 13:34:16
D
ire
ito
 P
en
al
49
O critério para fixação desta diminuição é o seguinte: quanto mais próximo da 
consumação do delito, menos será a diminuição.
A tentativa é uma hipótese de adequação típica indireta ou mediata, chamada 
de tipicidade indireta.
Exercícios
52. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspon-
dente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
53. Nos crimes tentados aplica-se a pena dos crimes consumados, diminuída de 
um a dois terços, ao passo que no arrependimento eficaz se aplica a pena do 
crime consumado reduzindo-se de um sexto a um terço.
54. O art. 14, inciso II, do CP é uma norma de extensão.
55. A tentativa é uma forma de adequação típica direta ou imediata.
56. Diz-se o crime tentado, quando, iniciada a execução, não se realizam todos 
os elementos de sua definição legal por ato voluntário do agente.
23. Tentativa (continuação

Outros materiais