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O contrato de seguro e suas principais características


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06/08/2018 O contrato de seguro e suas principais características
https://giulianabiselli.jusbrasil.com.br/artigos/179663397/o-contrato-de-seguro-e-suas-principais-caracteristicas 1/23
jusbrasil.com.br
6 de Agosto de 2018
O contrato de seguro e suas principais características
1. Noções Gerais do Contrato de
Seguro
Do latim securus, a palavra seguro simboliza a isenção de perigo, algo
que está posto a salvo, cuidado, garantido.
No âmbito jurídico, refere-se ao contrato em virtude do qual uma das
partes, a seguradora, se obriga perante o segurado, por meio de
pagamento de um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo econômico
resultante de riscos futuros, possíveis, incertos, lícitos e independentes
da vontade das partes.
“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante
o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado,
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro,
como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.”
A função destes contratos é socializar riscos entre os segurados. Isto
porque, de um lado a seguradora arrecada um prêmio, orçado
mediante a análise da probabilidade de ocorrência de certo evento
danoso. Por outro lado, a seguradora se responsabiliza pelo pagamento
06/08/2018 O contrato de seguro e suas principais características
https://giulianabiselli.jusbrasil.com.br/artigos/179663397/o-contrato-de-seguro-e-suas-principais-caracteristicas 2/23
de certa prestação em pecúnia, normalmente em caráter indenizatório,
ao segurado, ou, se for o caso, a terceiros beneficiários, quando
verificada situação de sinistro.
Aprofundando a análise relacionada à função dos contratos de seguros,
faz-se necessário referenciar o desenvolvimento comercial, o qual fez
com que o homem buscasse artifícios para que pudesse de proteger de
adversidades, as quais seriam mais facilmente suportadas quando
distribuídas pela coletividade. Neste sentido, na intenção de estimular
e garantir o desenvolvimento da atividade tecnológica e econômica, a
sociedade começou a incorporar os riscos dos negócios nela
desenvolvidos [1].
Diante de tal cenário, criou-se o contrato de seguro, elemento basilar
na configuração da sociedade privada contemporânea e basilar para a
economia moderna, ao passo que possui a função de prevenir os efeitos
negativos dos riscos que acometem pessoas e empresas.
Conforme ensina Luiz Augusto Roux Azevedo, “a existência do seguro
permite não somente a mitigação de danos para aqueles que o
sofrem, com a consequente redução da destruição de valores
econômicos a elas associadas, mas também permite sua utilização
como ferramenta para a redução de capital necessária para a
realização de atividades econômicas” [2].
No contexto socioeconômico mundial moderno, o contrato de seguro
possui cada vez mais relevância e extensão. Até início dos anos 1990,
época em que a inflação estava demasiadamente elevada, havia
regulação inibidora da competição e a cultura era desacostumada com
a constituição de seguros inflação, a atividade securitária situava-se
estagnada. Este cenário foi bastante alterado, haja vista que,
atualmente, o mercado representa, segundo dados da Escola Nacional
de Seguros, 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) [3]e [4].
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Na qualidade de contrato típico, o contrato de seguro pode ser
caracterizado como sendo aquele em que “o segurador se obriga,
mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do
segurado, relativo a pessoa ou coisa, contra riscos predeterminados”
[5]. Ou seja, ele pode ser conceituado como sendo aquele em que a
sociedade seguradora afirma o interesse segurável do segurado sobre
determinado bem ou pessoa, cabendo a ela a administração do fundo
comum, composto pelos prêmios recebidos da gama de segurados.
2. Características
2.1 Contrato Nominado
Certos contratos são descritos expressamente pelo legislador, de tal
forma que a lei, além de regulá-los, atribui padrão específico. Tal
modalidade de contratos previstos no texto legal são classificados como
nominados.
Segundo Washington de Barros, “nominados são os contratos que têm
nome iuris, possuem denominação legal e própria, estão previstos e
regulados na lei, onde têm um padrão definido” [6]. Tendo em vista
que os contratos de seguro estão previstos e regulados por meio do
ordenamento jurídico brasileiro, pode-se dizer que são exemplos
clássicos de contratos nominados.
No caráter de contrato nominado, o contrato de seguro era definido
pelo artigo 1.432 do Código Civil de 1.916, como sendo “aquele pelo
qual uma das partes se obriga para com a outra, mediante a paga de
um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo resultante de riscos futuros
previstos no contrato”.
No Código Civil vigente, o legislador optou por definir o contrato de
seguro, concedendo-lhe a seguinte redação:
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“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante
o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado,
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.”
Ivan de Oliveira, em considerações sobre o cunho nominado dos
contratos de seguro, ensina que “mediante a leitura do texto legal
supra, há de se notar que o contrato de seguro é a convenção em que
um ente específico, o segurador, se obriga, mediante a paga de um
prêmio, a garantir legítimo interesse do segurado, concentrado em
pessoa ou coisa, contra riscos advindos de circunstâncias adversas”
[7].
2.2 Contrato Bilateral
A elaboração de qualquer contrato é sempre bilateral, uma vez que
decorre de acordo de vontade de ambas as partes. Entretanto, no
tocante aos seus efeitos, ele pode ser tanto unilateral ou bilateral.
Entende-se por contrato unilateral aquele em que apenas um dos
contratantes se obriga perante ao outro. É o que ocorre nos casos de
doação pura e simples, em que apenas uma das partes – no caso o
doador - contrai obrigações, ao passo que o donatário apenas aufere
vantagens, não assumindo qualquer obrigação para com aquele.
Já os contratos bilaterais criam obrigação a ambas as partes. As
obrigações serão recíprocas, de modo que cada uma das partes fica
adstrita a uma prestação. As obrigações criadas pelo contrato bilateral
recaem, dessa forma, sobre ambos os contratantes. Cada um destes é
credor e devedor ao mesmo tempo.
De acordo com Washington de Barros, “é da essência desses contratos
a reciprocidade das prestações; o compromisso assumido por uma
das partes encontra sua exata correspondência no compromisso da
outros; esses compromissos são correlativos e intimamente ligados
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entre si; cada um dos contratantes se obriga a executar, porque outro
tanto lhe promete o segundo contratante; o sacrifício de um é
contrabalanceado pela vantagem advinda do outro” [8].
Tendo em vista que os contratos de seguro constituem obrigação para
ambos os contratantes, pode-se dizer que são classificados como
bilaterais. Em suma, enquanto ao segurado cabe pagar o prêmio
ajustado, o segurador tem como contraprestação a obrigação de
garantir o interesse segurável, e, ocorrendo o sinistro, pagar a
indenização devida [9].
Para Celso Marcelo de Oliveira, “é o contrato de seguro bilateral, posto
que implica interdependência de prestações, ou seja, à obrigação de o
segurado de pagar o prêmio corresponde àobrigação do segurador
de tutelar o interesse daquele em se prevenir de determinado risco e,
caso o mesmo se efetive de pagar-lhe a indenização devida” [10].
Além dessas obrigações, existem outras, decorrentes do ordenamento
jurídico, que devem ser observadas pelas partes. Sem pretender sua
exaustão, pode-se citar, por exemplo, do lado do segurado (i) a de
prestar informações e declarações corretas e completas ao segurador
(artigo 765, do Código Civil); (ii) a de preservar o risco durante a
execução do contrato (artigo 768, do Código Civil); (iii) a de comunicar
o segurador sobre fatos que possam agravar o risco coberto (artigo 769,
do Código Civil); (iv) a de comunicar o segurador sobre a ocorrência de
sinistro (artigo 771) e (v) de tomar as medidas para minorar as
consequências danosas do sinistro ou para preveni-lo (artigos 771 e
779, ambos do Código Civil) [11].
Ao segurador, por sua vez, cabe (i) a constituição de reservas e
provisões, preservando sua higidez econômico-financeira a permitir
fazer frente às indenizações devidas; (ii) eventualmente, contratar
cosseguro e/ou resseguro, a depender do caso concreto; (iii) pagar ao
segurado as despesas de salvamento (artigos 771 e 779, ambos do
Código Civil) e (iv) promover a regulação dos sinistros [12].
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Portanto, nos contratos de seguro, como ocorre nos contratos bilaterais
de modo geral, “para que uma das partes possa exigir seus direitos
decorrentes do contrato, mister se faz que tenham cumprido suas
obrigações decorrentes da mesma relação jurídica contratual” [13].
Nesse sentido, destaca-se a redação do artigo 763 do Código Civil,
segundo o qual “[n]ão terá direito a indenização o segurado que
estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes
de sua purgação”.
2.3 Contrato Oneroso
O contrato oneroso é aquele em que as partes reciprocamente
transferem alguns direitos [14]. Em decorrência das obrigações
estabelecidas nos contratos de seguro, eles são, incontroversamente,
identificados como onerosos [15]. Nesse sentido, evidencia-se a lição de
Luis Augusto Roux Azevedo:
“Diz-se que o contrato de seguro é oneroso na medida em que
compete ao segurador pagar o prêmio para obter a garantia
prestada pelo segurador. A correta estipulação do valor do prêmio
e o consequente pagamento pelo segurado geram efeitos não
somente para a relação jurídica bilateral que se trava entre
segurado e segurador, mas também e principalmente para a
constituição de reservas da companhia de seguros para que faça
frente aos valores devidos por conta das indenizações a serem
pagas na hipótese de sinistros” [16].
Conforme anteriormente mencionado, no contrato de seguro o
segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir
interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra
riscos predeterminados (artigo 757, do Código Civil).
Por meio da definição que o contrato de seguro recebe, verifica-se que
ele é “oneroso e pressupõe um caráter especulativo, eis que não paira
dúvidas que este traz vantagens a ambos os contratantes, frente a um
sacrifício patrimonial de parte a parte: o segurado passa a desfrutar
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de garantia no caso de sinistro e o segurador recebe o prêmio. O fato
da não ocorrência de sinistro, caso em que o segurador não teria que
pagar a indenização, não descaracteriza a onerosidade, visto que,
ainda sim, o segurado desfrutará da vantagem de gozar de proteção
patrimonial” [17].
No mesmo sentido, são os ensinamentos de Luiz Augusto Roux
Azevedo para quem “o segurador, por sua vez, tem o direito de receber
o prêmio e não tem a obrigação de devolvê-lo acaso não verifique o
sinistro. O prêmio remunera o segurador por sua prestação de
garantia e compõe o fundo de reservas técnicas para fazer frente ao
sinistro. Assim, à obrigação do segurador de prestar garantia implica
a contraprestação a cargo do segurado de pagar o prêmio”.
Em consonância também verifica-se o posicionamento de Celso
Marcelo de Oliveira, para quem “é o seguro um contrato oneroso em
virtude de que ambas as partes contratantes realizam o pacto com o
intuito de receber alguma vantagem patrimonial: o segurado procura
obter uma proteção patrimonial, acaso o risco previsto no contrato
venha a concretizar-se, e o segurador uma vantagem patrimonial,
com o recebimento do prêmio” [18].
2.4 Contrato Comutativo
Farta é a discussão sobre a qualificação do contrato de seguro como
sendo comutativo ou aleatório.
O artigo 458, do Código Civil, estabelece como sendo aleatório aquele
contrato que diz respeito a coisas ou a fatos futuros, cujo risco de não
virem a existir um dos contratantes assumirá, sem, contudo, afetar o
direito de a outra parte receber integralmente o que lhe foi prometido,
desde que, de sua parte, não tenha havido dolo ou culpa.
“Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou
fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes
assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi
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prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa,
ainda que nada do avençado venha a existir.”
Caio Mário da Silva Pereira estabelece que aleatórios “são os contratos
em que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida
e suscetível de estima prévia, inexistindo equivalência com a da outra
parte. Além disso, ficam dependentes de um acontecimento incerto”
[19].
São classificados como comutativos os contratos onerosos em que há
equivalência, aproximada ou exata, entre as prestações de ambos os
contratantes [20]. Nesse caso, “as prestações de ambas as partes são
de antemão conhecidas e guardam entre si uma relativa equivalência
de valores” [21].
A importância da distinção dos contratos entre aleatórios e
comutativos encontra-se na possibilidade de aplicação do instituto da
lesão[22] e da propositura de ação redibitória[23], permitidos apenas
nos contratos comutativos.
Mais do que isso, no âmbito securitário, a distinção é ainda mais
relevante, a permitir que se determine, com precisão, “quais são as
prestações das partes, e, em especial se há uma prestação devida pelo
segurador independentemente da verificação de risco ou não” [24].
Tradicionalmente, a doutrina brasileira não hesitava em classificar o
contrato de seguro, regido pelo Código Civil de 1916, como sendo
aleatório. Nesse sentido, Washington de Barros afirma que o contrato
de seguro “é também aleatório, porque o ganho ou a perda das partes
está na dependência de circunstâncias futuras e incertas, previstas no
contrato e que constituem o risco” [25]. A posição é acompanhada por
outros autores, como, por exemplo, Pontos de Miranda [26], Caio
Mário da Silva Pereira [27], Pedro Alvim [28], entre outros.
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O caráter aleatório do contrato de seguro associa-se diretamente com a
ideia de que a prestação essencial devida pelo segurador é a de pagar a
eventual indenização decorrente da ocorrência do sinistro. Esse era,
justamente, o que preconizava o artigo 1.432, do Código Civil de 1.916,
segundo o qual o contrato de seguro é “aquele pelo qual uma das
partes se obriga para com a outra, mediante apaga de um prêmio, a
indenizá-la do prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no
contrato”.
Com a promulgação do vigente Código Civil, contudo, o caráter
comutativo dos contratos de seguro acentuou-se, passando a ser
defendida em maior coro pela mais moderna doutrina [29]. Isso
porque, com a redação conferida pelo artigo 757, do Código Civil, o
contrato de seguro foi alterando, deixando de ter seu eixo na figura do
risco, tendo sido introduzido o elemento garantia como sendo a
prestação devida pelo segurador.
Em sua dissertação de mestrado, Luiz Augusto Roux Azevedo, ensina,
com brilhantismo, que a “a comutatividade no contrato de seguro
parte da observação da sua base técnica, retirando-lhe por completo
a álea. De fato, se o contrato de seguro, isoladamente considerado,
poderia levar à concepção de que uma parte pode ‘ganhar’ ou ‘perder’
sobre a outra, caso ocorra ou não o sinistro (que é um evento futuro e,
no caso de danos, incerto), a consideração a respeito da massa de
operações de contrato de seguro, devidamente tratada por métodos
estatísticos e autariais, permite que o segurador retire por completo o
caráter aleatório do contrato” [30].
Em conclusão, afirma ainda que “não somente por essa razão mas
também pelo fato de que desde o momento da sua conclusão, o
segurador presta uma garantia ao interesse legítimo do segurado,
entende-se que o contrato de seguro não é um contrato aleatório, mas
um contrato verdadeiramente comutativo, em que a prestação das
partes independe de qualquer evento futuro ou incerto” [31].
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No mesmo sentido, destaca-se o posicionamento de Ian de Oliveira
Silva, para quem “a prestação do segurador, representada pela
garantia dos interesses do segurado, é prevista no contrato de seguro
de maneira inequívoca” [32].
Para Fábio Ilhoa Coelho, “com a entrada em vigor do Código Civil de
2002, altera-se substancialmente o tratamento da matéria no direito
brasileiro. Não há mais elementos para sustentar a natureza
aleatória do contrato de seguro, entre nós. Isto porque a lei não define
mais a obrigação de a seguradora pagar ao segurado (ou a terceiro
beneficiário) uma determinada prestação, caso venha a ocorrer
evento danoso futuro e incerto. Esse pagamento é, na verdade, um
dos aspectos da obrigação que a seguradora contrai ao contratar o
seguro: a de garantir o segurado contra riscos” [33].
A comutação no contrato de seguro se dá, portanto, entre o prêmio
pago pelo segurado e a garantia prestada pelo segurador. Isso porque,
ao receber a garantia de seu interesse segurável, o segurado obtém uma
vantagem, a qual jamais receberia fosse o contrato de seguro
inexistente.
“Ao obter garantia do interesse para a hipótese de realização do
risco predeterminado (sinistro), o segurado obtém uma vantagem
ou atribuição patrimonial sem a qual permaneceria em estado
potencial de dano” [34].
Destarte, entendemos que os contratos de seguro são comutativos, uma
vez que no momento da celebração da avença as partes estabelecem as
obrigações rigorosamente. Com o advento do atual Código Civil, não há
como se negar que, no contrato de seguro, a prestação está, por força
de lei, avençada: enquanto ao segurado tem a obrigação deve pagar o
prêmio, o segurador se obriga a garantir o legítimo interesse daquele.
Por essas razões, e a despeito da ainda existente divergência
doutrinária, fomos levados a classificar os contratos de seguro como
sendo comutativos.
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2.5 Contrato Consensual
Os contratos podem ser categorizados como consensuais e formais
[35]. Os consensuais são aqueles que, para produzir efeitos, não há
necessidade de qualquer espécie de formalidade, bastando a
manifestação de vontade das partes. Para que os contratos consensuais
adquiram validade no âmbito jurídico só necessidade de manifestação
de vontade no sentido de firmar um vínculo contratual criador de
direitos e obrigações.
Segundo Washington de Barros Monteiro, os contratos consensuais
“independem de forma especial, bastando o consentimento para sua
formação (quolibet modo msnifestum)”[36]. Diferenciam-se, dessa
forma, dos chamados contratos formais, também denominados
solenes, os quais “em que a forma não é livre, dependendo de forma
especial” [37].
A respeito desse tema, a doutrina é dividida em duas correntes
diferentes: a primeira que destaca o caráter consensual do contrato de
seguro, sendo a forma escrita exigida apenas ad probationem; ao passo
que a segunda considera o contrato de seguro como sendo solene.
De acordo com a corrente formalista, sem a existência do instrumento
escrito – isto é, a apólice ou o bilhete – não há contato, de tal sorte que
a assinatura do proponente à proposta de seguro ou o pagamento da
primeira parcela do prêmio não seriam suficientes para que o contrato
de seguro seja caracterizado como perfeito e acabado [38].
O mestre Orlando Gomes, defendendo a natureza consensual do
contrato, pondera que “o contrato de seguro não obriga antes de
reduzido a escrito, mas não se inclui entre os contratos solenes.
Embora a lei esteja redigido em termos que fazem presumir a
vinculação de sua eficácia à forma escrita, em verdade esta não é da
substância do contrato, senão como forma ad probationem tantum. A
remessa do instrumento do contrato ao segurado também não deve
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ser equiparada à entrega de uma coisa para o efeito de considerá-lo
contrato real. A despeito de tais disposições legais, o seguro é
reputado contrato simplesmente consensual” [39].
Conforme ensinamentos de Celso Marcelo de Oliveira, o contrato de
seguro “é consensual, a despeito de ser obrigatória a sua forma
escrita” [40]. No mesmo sentido, destaca-se o posicionamento de Ian
de Oliveira Silva, para quem “os contratos de seguro são consensuais,
haja vista o fato de que para sua formação, basta o acordo de
vontades entre o segurador e o segurado” [41].
No artigo 1.433 do antigo Código Civil, o contrato de seguro era
considerado “perfeito desde que o segurador remete a apólice ao
segurado, ou faz nos livros o lançamento usual de operação”, sendo
assim, já havia reconhecimento de tratar-se de contrato meramente
consensual e que, inclusive, admitia aceitação tácita.
No tocante ao ordenamento jurídico contemporâneo, o artigo 758 do
Código Civil estipula que “o contrato de seguro prova-se com a
exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por
documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”.
O novo texto legal reforça o caráter consensual do contrato de seguro,
uma vez que trata apólice e o bilhete como documentos destinados à
faceta probatória do contrato, e não destinados à substância do
negócio. Com efeito, “conjuga-se a regra (art. 758) com o disposto no
art. 107, pelo qual a validade da declaração só depende de ‘forma
especial qual a lei expressamente exigir’” [42].
Por esse motivo, e tendo em vista a divergência acerca na natureza
consensual ou formal do contrato de seguro, alinhamo-nos a corrente
majoritária, classificando-o como consensual, no sentido de que o
documento escrito não constitui elemento essencial para a existência
do contrato, mas, tão somente, elemento comprobatório.
2.6 Contrato de Adesão
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Na figura usual dos contratos, as partes abordam ampla e livremente
suas cláusulas, podendo acatá-las ou não. Todavia, existe em nosso
ordenamento a figura dos contratos de adesão, em que não há tamanha
liberdade negocial, dado o predomínio de um dos contratantes, o qual
determina ao outro sua vontade, seja no todo, seja no que se refere aos
elementos essenciais do contrato.
Os contratos de adesão resultam da massificação das relações sociais e
da imprescindibilidade de padronização do atendimento dado a
determinadas situações, como, por exemplo, mas não limitado a, as
relações de consumo.
A respeito dos contratos de adesão, Washington de Barros Monteiro
afirma que “há, neles, uma espécie de contrato – regulamento,
previamente redigido por uma das partes, e que a outra aceita, ou
não: trata-se de um clichê contratual, segundo as normas de rigorosa
estandardização, elaborado em série; se a outra parte se submete,
vem a aceitar-lhe as disposições, não pode mais tarde fugir ao
respectivo cumprimento” [43].
Em rica descrição, Cláudia Lima Marques, Antônio Hermam V.
Benajamin e Bruno Miragem afirmam que:
“O contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são preestabelecidas
unilateralmente pelo parceiro contratual economicamente mais
forte (fornecedor), ne varietur, isto é, sem que o outro parceiro
(consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o
conteúdo do contrato escrito. O contrato de adesão é oferecido ao
público em um modelo uniforme, geralmente impresso, faltando
apenas preencher os dados referentes à identificação do
consumidor-contratante, objeto e preço. Assim, aqueles que, como
consumidores, desejarem contratar com a empresa para
adquirirem produtos ou serviços já receberão pronta e
regulamentada a relação contratual e não poderão efetivamente
discutir, nem negociar singularmente os termos e condições mais
importantes do contrato” [44].
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Tradicionalmente o contrato de seguro é classificado pela doutrina
como sendo de adesão, devido ao fato de possuir cláusulas predispostas
e condições gerais impostas a todos os segurados, quer sejam eles
consumidores pessoas físicas ou grandes empresas. A predisposição
unilateral do contrato de adesão do seguro é decorrência direta da
“técnica negocial que exige a adesão em bloco, ou seja, o contrato se
estabelece individualmente, mas sobre condições gerais” [45].
Tamanha a padronização dos contratos de seguro como forma de
garantir a cobertura unitária de riscos equivalentes, a permitir, com
isso, a aplicação da boa técnica securitária, que Ernesto Tzirulnik
estabelece que “todos os contratos de seguro são contratos de adesão,
independentemente do fato de se considerar o segurado como
consumidor ou não” [46].
Ernesto Tzirulnik completa dizendo que “a própria natureza da
atividade seguradora que impõe a utilização de textos contratuais
uniformes. Somente assim é factível a dispersão dos riscos individuais
no conjunto ou comunidade, condição sine qua non para a existência
de um verdadeiro contrato de seguro. Um contrato assim, não pode
ser substancialmente diferente do outro” [47].
Marcelo de Oliveira Belucci afirma “no momento de celebração,
apenas caberá ao segurado aderir ao que lhe é proposto. Tal situação
não se deve apenas ao fato de o segurador, muitas vezes, ser
economicamente superior ao segurado, podendo assim impor sua
vontade, mas sim, e de forma preponderantemente, por ser essa a
única maneira de transformá-lo numa operação de preservação de
riscos. Elementos como mutualidade e os cálculos de probabilidades
(fundamentais ao seguro) são necessários para definir o prêmio, a
indenização e os riscos a serem cobertos e não permitirem que com
cada segurado seja celebrado um contrato distinto” [48].
Para Ian de Oliveira Silva, “os contratos de seguro, pela orquestração
da rotina securitária nacional, estão sendo elencados como contratos
de adesão, sendo certo que as suas condições gerais, de longa data,
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são previamente aprovadas pela Superintendência de Seguros
Privados – SUSEP” [49].
Maria Helena Diniz, elucidando o caráter adesivo do contrato de
seguro, afirma que “para atenuar os excessos, protegendo os mais
fracos, o Estado passou a controlar, exigindo padronização. Assim,
sendo, as operações de seguro passaram a ser reguladas pelo
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que estipula índices e
condições técnicas sobre tarifas e fica as características gerais do
contrato de seguro” [50].
Entretanto, a característica adesiva dos contratos de seguro não
impede a elaboração de outras cláusulas e/ou a negociação de alguns
pontos específicos do contrato. Embora plenamente possível, a
inserção de novas cláusulas não acaba por modificar substancialmente
o contrato de seguro. Nesse sentido, destaca-se a lição de Cláudia Lima
Marques, Antônio Hermam V. Benajamin e Bruno Miragem, para
quem a “inserção de cláusula de formulário, por exemplo, sobre o
preço, condições, data da entrega e outras, não desconfigura a
natureza de adesão do contrato” [51].
É por esse motivo que, embora o classifique como sendo de adesão,
Ernesto Tzirulnik ressalva que:
“Há mais de trinta anos advogando para seguradores,
resseguradores e seguradores, assim como corretores de seguro e
resseguro, nunca vi um segurado ‘modificar substancialmente’ o
clausulado nos contratos de seguro. Se isso é fato incontestável para
os seguros massificados de pequeno interesses, é também para os
chamados seguros de grande riscos. Muitas vezes nem as próprias
seguradoras conseguem atuar como predisponentes do conteúdo
substancial das apólices de seguros vultuosos, as quais são compostas
segundo os padrões ditados pelos resseguradores internacionais. Os
segurados, ainda que gigantes, não escrevem, por exemplo, as
conhecidas ‘condições Munich Re’” [52].
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Sendo assim, é evidente que com a massificação das relações sociais, o
contrato de seguro propagou-se (não apenas no que se refere aos
interesses protegidos, mas também ao número de segurados),
passando a conter cláusulas e condições preestabelecidas que
permitem um tratamento unitário a todos os segurados (sejam eles
consumidores ou não), de tal forma a impedir que riscos equivalentes
sejam tratados de formas distintas em contratos.
Tendo em vista o acima exposto, conclui-se que as operações de
seguros possuem diversas características próprias, diferenciando-se
dos demais institutos. Trata-se de contrato (i) sinalagmático, que
prescreve direitos e obrigações tanto para o segurado, quanto para o
segurador; (ii) oneroso, por excelência, sendo a cobertura do interesse
securitário dependente do pagamento, em dia, do prêmio pelo
segurado; (iii) comutativo, sendo a prestação do segurador,
representada pela garantia dos interesses do segurado;(iv) de adesão,
mesmo quando negociado com pessoas jurídicas de grande porte,
revestido de elementos de mutualidade, transindividualidade e
probabilidade, e que, com efeito, possui cláusulas estanques que
permitem que riscos idênticos recebam o mesmo tratamento
contratual; e, por fim, (iv) consensual, sendo perfeito e acabado com o
acordo de vontade das partes.
[1] Como bem nos ensina Pedro Alvim, “quando um risco ameaça a
coletividade, há um movimento quase instintivo de aproximação dos
indivíduos que procuram mutuamente o amparo de que necessitam”
(ALVIM, Pedro. O Contratode Seguro. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2007, p. 12).
[2] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato
de seguro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 1.
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[3] Em: http://www.irbbrasilre.com/blog/2013/01/a-participacao-do-
setor-de-seguros-no-pib-esta-proximoa57/
[4] “Apesar de estes números estarem acima da média na região
latino-americana (por volta de 2,5%), eles ainda representam um
número muito abaixo do percentual encontrado em países
economicamente mais desenvolvidos. De fato, considerando a mesma
fonte, encontram-se os números de 8,9% para os Estados Unidos da
América, 10,3% para a França, 6,6% para a Alemanha e incríveis
15,7% para a Inglaterra”. (AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A
comutatividade do contrato de seguro. 2010. Dissertação para
Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 1).
[5] Artigo7577, doCódigo Civill.
[6] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São
Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, pp.48/49.
[7] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São Paulo:
Editora Saraiva, 2008, p. 57.
[8] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São
Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 44.
[9] “O contrato de seguro é, pois, contrato bilateral, porque gera entre
os contratantes obrigações recíprocas de obrigações” (MONTEIRO,
Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009, v. 5, p. 384).
[10] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de
Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, p. 30.
[11] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato
de seguro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 24.
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[12] Idem, p. 24.
[13] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de
Defesa do Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra
do Equilíbrio Econômico-Financeiro. 2010. Dissertação para
Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, pp. 38/39.
[14] Washington de Barros esclarece que não procede a assertiva feita
por parte da doutrina, no sentido de que todos os contratos a título
oneroso são bilaterais, enquanto todos os contratos a título gratuito ou
benéficos seriam unilaterais. Para aquele mestre, a distinção entre
contratos unilaterais e bilaterais em nada se confunde com aquela
realizada entre o caráter unilateral ou oneroso dos contratos: “(...) um
contrato pode ser ao mesmo tempo unilateral e a título oneroso. É o
que acontece com o mútuo sujeito ao pagamento de juros, contrato em
que ao lado da obrigação de restituir a soma mutuada, característica
da relação jurídica e privativa do mutuário (contrato unilateral),
alinha-se a de satisfazer os juros, também inerente ao mesmo
contratante (contrato a título oneroso)” MONTEIRO, Washington de
Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v.
5, p. 48.
[15] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São
Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 80.
[16] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato
de seguro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 26.
[17] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de
Defesa do Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra
do Equilíbrio Econômico-Financeiro. 2010. Dissertação para
Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 39.
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[18] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de
Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, p. 32.
[19] PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil.
Rio de Janeiro: Forense, 2003, v. 3, p.68.
[20] BEVILACQUA, Clóvis. Direito das Obrigações. Campinas: Red
Livros, 2000, p. 256.
[21] PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil.
Rio de Janeiro: Forense, 2003, v. 3, p.68.
[22] Tendo em vista que nossoCódigo Civill adotou o instituto da lesão
– isto é, a injusta exploração econômica, jurídica ou moral de um dos
contratantes, em virtude da qual este vem a receber contraprestação
desproporcional à que efetuara -, “os contratos comutativos podem
rescindir-se, desde que a lesão seja enorme, enquanto nos contratos
aleatórios, não há possibilidade de ser considerada lesada uma das
partes” MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil.
São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 87).
[23] “O interesse da distinção com os contratos comutativos,
porquanto, como já vimos, os vícios redibitórios refere-sem
exclusivamente aos contratos comutativos (art. 441 do Código Civil de
2002)” (idem, p. 87)
[24] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato
de seguro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 29.
[25] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil.
São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 384.
[26] MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. Campinas:
Editora Bookseller, 200, tomo 45, p. 411.
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[27] PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil.
Rio de Janeiro: Forense, 2003, v. 3, p. 453.
[28] ALVIM, Pedro. O Contrato de Seguro. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 1999, pp.123 e seguintes.
[29] Há, contudo, autores que, mesmo após a promulgação doatual
Código Civill ainda conceituam o contrato de seguro como sendo
aleatório. Nesse sentido, pode-se citar Celso Marcelo de Oliveira, para
quem “Como o contrato de seguro é realizado em decorrência do
risco, caso o sinistro venha a não se concretizar a contraprestação do
segurador não se realizará, enquanto que a prestação do segurado é
certa e realizada através do pagamento do prêmio. Desta
característica decorre o caráter aleatório do seguro. O elemento
aleatório consiste justamente na incerteza referente ao pagamento da
indenização, que depende da existência de prejuízo em virtude da
ocorrência do sinistro no período de vigência do contrato”
(OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de
Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, pp. 33-34).
[30] AZEVEDO, Luis Augusto Roux. A comutatividade do contrato
de seguro. 2010. Dissertação para Mestrado – Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, p. 41.
[31] Idem, p. 41.
[32] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São
Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 82.
[33] COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São
Paulo: Editora Saraiva, 2005, p. 487-488.
[34] TZIRULNIK, Ernesto; CAVALCANTI, Flávio de Queiroz B.;
PIMENTEL, Ayrton. O contrato de seguro de acordo com o novo
Código Civil Brasileiro. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais,
2003, p. 30.
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[35] Em nosso atual ordenamento jurídico, consagrou-se o princípio do
consensualismo. Nesse sentido, para o aperfeiçoamento e a
consequente validade do contrato, salvo disposiçãolegal em sentido
contrário, é suficiente o acordo de vontades de modo consensual, de
modo que a forma independerá de ritos e fórmulas sacramentais para a
produção de efeitos. Assim, é de se pontuar que atualmente o
formalismo é, entre nós, exceção e somente será observado quando a
lei o exigir. Essa é a estipulação do artigo 107 do Código Civil: “A
validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial,
senão quando a lei expressamente a exigir”.
[36] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil.
São Paulo: Editora Saraiva, 2009, v. 5, p. 48.
[37] Idem, p. 48
[38] Sobre o tema, Celso Marcelo de Oliveira afirma que “os defensores
da natureza formal [do contrato de seguro], como Clóvis Beviláquia
(1973, p. 564), Silvio Rodrigues (1995, p. 303), Maria Helena Diniz
(1996, p. 375), Caio Mario da Silva Pereira (1995, p. 303), Carlos
Alberto Bittar (1996, p. 154) argumentam (...) que o instrumento
escrito é exigido como elemento substancial do contrato, uma vez que
o contrato de seguro só obriga as partes depois de reduzido a escrito e
considera-se perfeito desde que o segurador remeta a apólice ao
segurador ou faz nos livros o lançamento usual da operação”
(OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de
Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, p. 35).
[39] GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Editora Forense,
9ª edição, 1983.
[40] OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Teoria Geral dos Contratos de
Seguros. Campinas: Editora LZN, 2005, p. 34.
[41] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São
Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 84.
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[42] TZIRULNIK, Ernesto; CAVALCANTI, Flávio de Queiroz B.;
PIMENTEL, Ayrton. O contrato de seguro de acordo com o novo
Código Civil Brasileiro. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais,
2003, p. 42.
[43] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil.
São Paulo: Editora Saraiva. 2009, v. 5, p. 50.
[44] MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIM, Antônio Herman V.;
MIRAGEM, Bruno. Comentários ao Código de Defesa do
Consumidor. São Paulo: Revistas dos Tribunais. 2006, p. 800.
[45] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de
Defesa do Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra
do Equilíbrio Econômico-Financeiro. 2010. Dissertação para
Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, p. 43.
[46] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é
instrumento e não função. São Paulo, p. 4.
[47] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é
instrumento e não função. São Paulo, p. 3.
[48] BELLUCI, Marcelo de Oliveira. Da aplicação do Código de
Defesa do Consumidor aos Contratos de Seguro e a Quebra
do Equilíbrio Econômico-Financeiro. 2010. Dissertação para
Mestrado – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2010, pp. 42-43.
[49] SILVA, Ivan de Oliveira. Curso de direito do seguro. São
Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 85.
[50] DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático Dos
Contratos. São Paulo: Editora Saraiva, p; 321.
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[51] MARQUES, Claudia Lima; BENJAMIM, Antônio Herman V.;
MIRAGEM, Bruno. Comentários ao Código de Defesa do
Consumidor. São Paulo: Revistas dos Tribunais. 2006, p. 800.
[52] TZIRULNIK, Ernesto. Contrato de seguro: arbitragem é
instrumento e não função. São Paulo, p. 4.
Disponível em: http://giulianabiselli.jusbrasil.com.br/artigos/179663397/o-contrato-de-seguro-e-
suas-principais-caracteristicas