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CONTROLE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO Legislativo Executivo Comissões de constituições e justiça Veto Jurídico (art. 66,§ 1° Difuso /por via de exceção /defesa (art. 97 CF) REPRESSIVO Regra Exceção judiciário legislativo Difuso /por via de exceção /defesa (art. 97 CF) Concentrado ADI – art. 102, I, a CF ADI – Omissão art.103, §2°CF ADI- Interventiva art.36, III, a CF ADPF – art. 102 §1°CF Medidas Provisórias (art. 62 §5°CF) Delegação (art. 49, V CF) CONTROLE PREVENTIVO O princípio da legalidade e o processo legislativo constitucional são corolários; dessa forma, para que qualquer espécie normativa ingresse no ordenamento jurídico, deverá submeter-se a todo o procedimento previsto constitucionalmente. Dentro deste procedimento, podemos vislumbrar duas hipóteses de controle preventivo de constitucionalidade, quehipóteses de controle preventivo de constitucionalidade, que buscam evitar o ingresso no ordenamento jurídico de leis inconstitucionais: as comissões de constituição e justiça e o veto jurídico. 1. Legislativo - Comissões de constituição e justiça CONTROLE PREVENTIVO A função precípua é analisar a compatibilidade do projeto de lei ou proposta de emenda constitucional apresentados com o texto da Constituição Federal. O art. 58 da CF prevê a criação de comissões constituídas. O art. 32, III, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados criou a comissão de constituição e justiça e de redação. O Regimento Interno do Senado Federal prevê, no art. 101, a existência da comissão de constituição, justiça e cidadania, com competência para opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias que lhe forem submetidas. 2. Executivo - Veto jurídico CONTROLE PREVENTIVO Este encontra-se na participação do chefe do Poder Executivo no processo legislativo. O Presidente da República poderá vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional por entendê-lo inconstitucional (art. 66, § 1° CF).entendê-lo inconstitucional (art. 66, § 1° CF). Assim, no Brasil o controle preventivo de constitucionalidade é realizado sempre dentro do processo legislativo, em uma das hipóteses pelo Poder Legislativo (comissões de constituição e justiça) e em outra pelo Poder Executivo (veto jurídico). CONTROLE REPRESIVO No direito constitucional brasileiro, em regra, foi adotado o controle de constitucionalidade repressivo jurídico ou judiciário, em que é o próprio Poder Judiciário quem realiza o controle da lei ou do ato normativo, já editados, perante a CF, para retirá-los do ordenamento jurídico, desde que contrários à Carta Magna. Há dois sistemas ou métodos de controle Judiciário de Constitucionalidade repressiva. 1. Denomina-se reservado ou concentrado (via de ação); 2. Difuso ou aberto (via de exceção ou defesa). Excepcionalmente, porém, a CF previu duas hipóteses em que o controle de constitucionalidade repressivo será realizado pelo próprio Poder Legislativo. Em ambas as hipóteses, o Poder Legislativo poderá retirar normas editadas, com plena vigência e eficácia, do CONTROLE REPRESIVO retirar normas editadas, com plena vigência e eficácia, do ordenamento jurídico, que deixarão de produzir seus efeitos, por apresentarem um vício de inconstitucionalidade. CONTROLE REPRESIVO � REALIZADO PELO PODER LEGISLATIVO � Art. 49, V, da Constituição Federal A primeira hipótese refere-se ao art. 49, V, da CF, que prevêA primeira hipótese refere-se ao art. 49, V, da CF, que prevê competir ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Em ambas as ocasiões, o Congresso Nacional editará um decreto legislativo sustando ou o decreto presidencial (CF, art. 84, IV) ou a lei delegada (CF, art. 68), por desrespeito à forma constitucional prevista para suas edições. CONTROLE REPRESIVO � REALIZADO PELO PODER LEGISLATIVO � Art. 62 da Constituição Federal Uma vez editada a medida provisória pelo Presidente daUma vez editada a medida provisória pelo Presidente da República, nos termos do art. 62 da CF, ela terá vigência e eficácia imediata, e força de lei, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, devendo ser submetida de imediato ao Congresso Nacional, que poderá aprová-la, convertendo-a em lei, ou rejeitá-la. Na hipótese de o Congresso Nacional rejeitar a medida provisória, com base em inconstitucionalidade apontada no parecer da comissão mista, estará exercendo controle de constitucionalidade repressivo, pois retirará do ordenamento jurídico a medida provisória flagrantemente inconstitucional. No Brasil, o controle de constitucionalidade repressivo judiciário é exercido de duas formas: SISTEMA DE CONTROLECONTROLE DIFUSO CONCENTRADO CONTROLE REPRESIVO � REALIZADO PELO PODER JUDICIÁRIO O art. 102,I, a, da CF, afirma competir ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou Por sua vez, o art. 97 estende a possibilidade do controle difuso também aos Tribunais, estabelecendo, porém, uma regra, ao afirmar que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. CONTROLE REPRESIVO � REALIZADO PELO PODER JUDICIÁRIO No Brasil, o controle de constitucionalidade repressivo judiciário é misto, ou seja, é exercido tanto da forma concentrada, quanto da forma difusa.quanto da forma difusa. �Quanto à concentração: �Concentrado - Exercido por um único órgão. �Difuso - Exercido por vários órgãos. Caracteriza-se pela permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no caso concreto a análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a CF. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) compatibilidade do ordenamento jurídico com a CF. Na via de exceção, a pronúncia do Judiciário, sobre a inconstitucionalidade, não é feita enquanto manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre questão prévia, CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) objeto principal da lide, mas sim sobre questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito. Nesta via, o que é outorgado ao interessado é obter a declaração de inconstitucionalidade somente para o efeito de isentá- lo, no caso concreto, do cumprimento da lei ou ato, produzidos em desacordo com a Lei maior. Entretanto, este ato ou lei permanecem válidos no que se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Importante ressaltar que a via de defesa poderá ser utilizada, também, através das ações constitucionais do habeas corpus, e do mandado de segurança ou ações ordinárias. Não sendo possível, porém, utilizar o HC como via adequada para obter a declaraçãoporém, utilizar o HC como via adequada para obter a declaração concentrada de inconstitucionalidade de lei em tese. O controle difuso caracteriza-se, principalmente, pelo fato de ser exercitável somente perante um caso concreto a ser decidido pelo Poder Judiciário. Assim, posto um litígio em juízo, o Poder Judiciário deverá solucioná-lo e para tanto, incidentalmente, deverá analisar a constitucionalidade ou não da lei ou do ato normativo. A declaração de inconstitucionalidade é necessária para o deslinde do caso concreto, não sendo pois objeto principal da ação CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto(por via de exceção ou defesa) Questão do art. 97 - cláusula de reserva de plenário A inconstitucionalidade de qualquer ato normativo estatal só pode ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidadepode ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade dos membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo órgão especial, sob pena de absoluta nulidade da decisão emanada do órgão fraccionário (turma, câmara ou seção), em respeito à previsão do art. 97 da CF. Esta verdadeira cláusula de reserva de plenário atua como verdadeira condição de eficácia jurídica da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade dos atos do Poder Público, aplicando-se para todos os tribunais, via difusa, e para o Supremo Tribunal Federal, também no controle concentrado. Súmula Vinculante 10. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Controle difuso e Senado Federal (art. 52, X, CF) O Supremo Tribunal Federal, decidindo o caso concreto poderá, incidentalmente, declarar, por maioria absoluta de seuspoderá, incidentalmente, declarar, por maioria absoluta de seus membros, a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo do Poder Público (CF, art. 97; RISTF*, arts. 176 e 177). A partir disso, poderá oficiar o Senado Federal, para que este, nos termos do art. 52, X, da Constituição, através da espécie normativa resolução, suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. *RISTF - Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Esse é um verdadeiro mecanismo de ampliação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade, surgido na Constituição de 1934 e somente aplicável ao controle difuso (uma Controle difuso e Senado Federal (art. 52, X, CF) Constituição de 1934 e somente aplicável ao controle difuso (uma vez que no controle concentrado os efeitos da decisão são erga omnes e vinculantes), tem por finalidade transformar em erga omnes os efeitos intrapartes da declaração realizada perante o julgamento de um caso concreto pelo STF, bem como em suspender os efeitos da lei viciada, para que não mais continue prejudicando a segurança jurídica. A natureza dessa atribuição do Senado Federal ser discricionária ou vinculada? CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) A partir da EC na 45/04, nas questões constitucionais de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal, analisando incidentalmente a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato Controle difuso e Senado Federal (art. 52, X, CF) incidentalmente a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo, poderá, imediatamente e respeitados os requisitos do art. 103-A da Constituição Federal, editar Súmula vinculante, que deverá guardar estrita especificidade com o assunto tratado, permitindo que se evite a demora na prestação jurisdicional em inúmeras e infrutíferas ações idênticas sobre o mesmo assunto. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Não mais será necessária a aplicação do art. 52, X, da Constituição Federal - cuja efetividade, até hoje, sempre foi Controle difuso e Senado Federal (art. 52, X, CF) Constituição Federal - cuja efetividade, até hoje, sempre foi reduzidíssima-, pois, declarando incidentalmente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, o próprio Supremo Tribunal Federal poderá editar Súmula sobre a validade, a interpretação e a eficácia dessas normas, evitando que a questão controvertida continue a acarretar insegurança jurídica e multiplicidade de processos sobre questão idêntica. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) A CF, porém, previu um mecanismo de ampliação dos efeitos da declaração incidental de inconstitucionalidade pelo STF (art. 52, X A. Para os demais (ex nunc) da declaração incidental de inconstitucionalidade pelo STF (art. 52, X CF). Assim, ocorrendo essa declaração, conforme já visto, o Senado Federal poderá editar uma resolução suspendendo a execução, no todo ou em parte, da lei ou ato normativo declarado inconstitucional por decisão definitiva do STF, que terá efeitos erga omnes, porém, ex nunc, ou seja, a partir da publicação da citada resolução senatorial. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Efeitos da declaração de inconstitucionalidade - controle difuso B - Entre as partes do processo (ex tunc) Declarada incidentalmente a inconstitucionalidade da lei ou atoDeclarada incidentalmente a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pelo STF, desfaz-se, desde sua origem, o ato declarado inconstitucional, juntamente com todas as consequências dele derivadas, uma vez que os atos inconstitucionais são nulos e, portanto, destituídos de qualquer carga de eficácia jurídica, inclusive, os atos pretéritos com base nela praticados. Porém, tais efeitos ex tunc (retroativos) somente tem aplicação para as partes e no processo em que houve a citada declaração. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Efeitos da declaração de inconstitucionalidade - controle difuso B - Entre as partes do processo (ex tunc) Excepcionalmente, com base nos princípios da segurança jurídica e na boa-fé, será possível, no caso concreto, a declaração de inconstítucionalidade incidental com efeitos ex nunc, desde que razões de ordem pública ou social exijam. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública O Ministério Público ajuiza uma ação civil pública, em defesaO Ministério Público ajuiza uma ação civil pública, em defesa do patrimônio público, para anulação de uma licitação baseada em lei municipal incompatível com o art. 37 da CF. O juiz ou Tribunal - art. 97 CF - poderão declarar, no caso concreto, a inconstitucionalidade da citada lei municipal, e anular a licitação objeto da ação civil pública ? Sim, sempre com efeitos somente para as partes e naquele caso concreto. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Dessa forma, em tese, nada impedirá o exercício do controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública, seja em Controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública, seja em relação às leis federais, seja em relação às leis estaduais, distritais ou municipais em face da CF. Ocorre, porém, que, se a decisão do Juiz ou Tribunal, em sede de ação civil pública, declarando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo - seja municipal, estadual, distrital ou federal -, em face da CF gerar efeitos erga omnes, haverá usurpação da competência do STF, por ser o único Tribunal em cuja competência encontra-se a interpretação concentrada da Constituição Federal. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Controle difuso de constitucionalidade durante o processo legislativo As normas de processo legislativo constitucional, previstas nos arts. 59 a 69 da CF, possuem eficácia plena e imediata, vinculando a atividade do legislador na elaboração das diversas espécies normativas em respeito ao devido processo legislativo. Assim, o controle jurisdicional sobre a elaboração legiferante, inclusive sobre propostas de emendas constitucionais, sempre se dará de forma difusa, por meio do ajuizamento de mandado de segurança por parte de parlamentares que se sentirem prejudicados durante o processo legislativo. CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Reitere-se que os únicos legitimados à propositura de mandadode segurança para defesa do direito líquido e certo de somente Controle difuso de constitucionalidade durante o processo legislativo de segurança para defesa do direito líquido e certo de somente participarem de um processo legislativo conforme as normas constitucionais e legais são os próprios parlamentares, cujo prosseguimento do processo, até decisão final do STF dependerá da manutenção do autor de sua condição de membro do Congresso Nacional (“relação de contemporaneidade”). Os parlamentares, portanto, poderão propiciar ao Poder CONTROLE REPRESIVO � Difuso ou aberto (por via de exceção ou defesa) Controle difuso de constitucionalidade durante o processo legislativo Os parlamentares, portanto, poderão propiciar ao Poder Judiciário a análise difusa de eventuais inconstitucionalidades ou ilegalidades que estiverem ocorrendo durante o trâmite de projetos ou proposições por meio de ajuizamento de mandados de segurança contra atos concretos da autoridade coatora (Presidente ou Mesa da Casa Legislativa, por exemplo), de maneira a impedir o flagrante desrespeito às normas regimentais ao ordenamento jurídico e coação aos próprios parlamentares, consistente na obrigatoriedade de participação e votação em um procedimento inconstitucional ou ilegal
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