Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula de Bioquímica I Tema: Exemplos de Mecanismos de Catálise Enzimática Prof. Dr. Júlio César Borges Depto. de Química e Física Molecular – DQFM Instituto de Química de São Carlos – IQSC Universidade de São Paulo – USP E-mail: borgesjc@iqsc.usp.br Enzimas Proteolíticas: Proteases Renovação de proteínas - Reciclagem de Aminoácidos novas proteínas - Energia Livre a partir de aminoácidos - Digestão Regulação celular - Desenvolvimento - Coagulação sanguínea - Inflamação Hidrólise de ligações peptídicas - Adição de uma molécula de água - t1/2 para hidrólise em pH neutro 10 a 1000 anos Ressonância Carbono da Carbonila é menos eletrófilo Menor suscetibilidade a ataque nucleófilo SERINA-PROTEASES Mecanismo envolve a participação de uma Ser particularmente reativa - Funciona como um poderoso nucleófilo para atacar o C da Carbonila da ligação peptídica - Catálise covalente formação de um intermediário ligado à Enzima SERINA-PROTEASES Quimotripsina - Cliva ligações Peptídicas do lado carboxílico de aminoácidos hidrófobos volumosos Nomenclatura de especificidade para interações Proteases-substrato Pn= posição dos radicais Amino-cidível Pn’= posição dos radicais Carboxi-cidível Sn= Local na enzima para o radical Amino Sn’= Local na enzima para o radical Carboxi Sequência substrato da Quimotripsina Marcação covalente com DIFP (diisopropylphosphofluoridate) Apenas a Ser reativa ligou ao DIFP - 1 de 20 Ser na Quimotripsina Estudos de Cinética enzimática Uso de substrato cromogênico: Clivagem de uma ligação Éster libera produto amarelo SERINA-PROTEASES Identificação do sítio ativo SERINA-PROTEASES Identificação do sítio ativo Estudos de Cinética enzimática Stopeed-flow (fluxo interropido) Reação em 2 fases SERINA-PROTEASES Identificação do sítio ativo Reação em 2 fases Reação em duas etapas 1º) Acilação Formação de Acil-Enzima 2º) Desacilação Saída do grupo abandonador SERINA-PROTEASES Quimotripsina Quimotripsinogênio produzido no pâncreas e ativado no estômago Ativação proteolítica SERINA-PROTEASES Sítio ativo é formado pela Tríade catalítica - Asp, His e Ser forma rede de H-bound que reduz pKa da Ser catalítica Hiper-polarização da OH da Ser - Formação de um íon alcóxido reativo poderoso nucleófilo SERINA-PROTEASES Quimotripsina Estrutura protéica SERINA-PROTEASES Quimotripsina Estrutura protéica Mecanismo envolve: - Catálise ácido-base - Catálise nucleofílica + SERINA-PROTEASES SERINA-PROTEASES Sistema de revezamento de cargas SERINA-PROTEASES Mecanismo envolve: - Catálise eletrostática - Catálise por tensionamento ajuda a formar a estrutura tetraédrica - Intermediário tetraédrico é estabilizado pelo “Buraco Oxi-ânion” 1 Subtilisina Carboxipeptidase II SERINA-PROTEASES Tríade catalítica - Importância foi estudada por mutagênese sítio específica - Atividade analisada por Cinética Enzimática Subtilisina Mutantes S221A, H64A e D32A e Triplo Mutante Menor atividade catalítica em 106 x Mantém KM constante Afinidade E + S inalterada Triplo mutante é ainda 103 vezes mais ativo do que Tampão Explicação O mecanismo de catálise por tensionamento é mantida. SERINA-PROTEASES Quimotripsina, Tripsina, Elastase e TEV Evolução Divergente Apresentam ~ 40% de identidade na seqüência Estrutura terciária similar Mecanismo de catálise similar Diferem na especificidade por substratos Superposição da Quimotripsina e Tripsina Alta similaridade estrutural SERINA-PROTEASES Quimotripsina, Tripsina e Elastase Evolução Divergente Bolsão S1 Principal fator de especificidade destas enzimas SERINA-PROTEASES Tripsina Bovina - Tríade catalítica - Substrato Arg no bolsão - Asp enterrado no cerne da Estrutura - 5 Pontes dissulfeto SERINA-PROTEASES - Quimotripsina – Subtilisina – Carboxipeptidase II e ClpP protease Sem correlação na estrutura primária e terciária Evolução convergente A Natureza parece ter descoberto de maneira independente o mesmo mecanismo catalítico pelo menos Quatro vezes Outras PROTEASES 1- Ativação do nucleófilo 2- Polarização da lig. Peptídica 3- estabilização do intermediário tetraédrico Cisteino-proteases Serino-proteases Metalo-proteases Aspartato-proteases INIBIDORES DE PROTEASES Muitos medicamentos são inibidores de proteases Ex: Captopril: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina: antihipertensivos INIBIDORES DE PROTEASES Muitos medicamentos são inibidores de proteases Aspartato proteases INIBIDORES DE PROTEASES Muitos medicamentos são inibidores de proteases Inibidores da aspartil protease do HIV ANIDRASE CARBÔNICA “Tornando mais rápida uma reação rápida” Não-catalisada V = 1,3 x 10-1 (s-1) Catalisada V = 1,0 x 10+6 (s-1) Catálise depende da presença de 1 íon Zn2+, coordenado por 3 His, localizado no fundo do Sítio Ativo à 15 Angstrons da superfície da enzima ANIDRASE CARBÔNICA Catálise por Zn2+ ocasiona a ativação de uma molécula de H2O Dependência da V em função do pH - Catálise Básica Zn2+ reduz o pKa da H2O de 15,7 para 7,0 - Aumento da [HO—] local mesmo em pH = 7,0 - Íon HO— é um nucleófilo mais poderoso do que a H2O 15,7 Efeito do pH na Atividade da Anidrase carbônica ANIDRASE CARBÔNICA Catálise ocorre em 4 etapas - Catálise por Orientação - Catálise base geral Próton liberado é captado pela His64 ANIDRASE CARBÔNICA Mecanismo de Catálise apoiado pelo Análogo sintético de coordenação do Zn2+ - Em pH 9,2, o complexo sintético mostra V hidratação do CO2 100 x maior O Análogo sintético reduz o pKa da H2O = 8,7 ANIDRASE CARBÔNICA Regeneração da Enzima depende da liberação do próton passo limitante V da hidratação do CO2 = 1,3 x 10+6 (s-1) -1-111 1 -1-1-11 sM10sM10 é H do difusão a Se +− + ≤→= k )sM(1x10M)1x10(M1x10 1-1-117-1 7- 1 1 + − ∗=∴== k k kK ? -14 1 s1x10≤k - A liberação do H+ é fator limitante para a Velocidade da Reação O meio celular é tamponado!!!! buffer com pKa = 7.0 - A Keq será = 1 ANIDRASE CARBÔNICA A Velocidade da reação depende da presença de um tampão para receber os prótons liberados da H2O para formar o nucleófilo OH— -1-19 11 sM10 a' e' limita meio do difusãoA + −− kk ’.[B]kpor dada será prótons de retirada de A taxa 1 -163-1-19 1 s10)10(*)sM(10 ]'.[ +−+ == MBk Concentração de Tampão da ordem de mM (1.10-3 M) são suficientes para alcançar Velocidades de 1.10+6 s-1 ANIDRASE CARBÔNICA O Zn2+ está a 15 Å de profundidade da superfície da enzima Sem contato com o meio externo O transporte de H+ do sítio ativo para o tampão depende de um mecanismo especial His64 “LANÇADEIRA DE PRÓTONS” na estrutura da proteína ANIDRASE CARBÔNICA O Zn2+ está a 15 Å de profundidade da superfície da enzima Sem contato com o meio externo O transporte de H+ do sítio ativo para o tampão depende de um mecanismo especial ENDONUCLEASES DE RESTRIÇÃO Enzimas de Restrição Enzimas Especializadas em degradar DNA exógeno em bactérias - Mecanismo de defesa contra infecção viral Endonucleases de Restrição tipo II Clivam dentro da seqüência de reconhecimento Grande importância na Engenharia Genética, Biologia Molecular e Biotecnologia Permitem a construção de moléculas de DNA específicas - Clonagem de DNA Emprego em testes de paternidade ENDONUCLEASES DE RESTRIÇÃO Especificidade das Enzimas de Restrição: Altíssima - Atuar somente na sequência de reconhecimento e NÃO devem degradar o DNA endógeno Reconhecemsequências específicas – Sítios de restrição - Seqüência palindrômica = permite a mesma leitura em ambos os sentidos Reconhecem apenas o DNA Exógeno Metilases Enzimas específicas que modificam o DNA endógeno no mesmo sítio de reconhecimento Para cada Enzima de Restrição existe uma Metilase correspondente - Enzima de Restrição + Metilase: Sistema de restrição-modificação ENDONUCLEASES DE RESTRIÇÃO Mecanismo da Hidrólise Presença de Intermediários ligados à enzima? Mecanismo 1 Catálise covalente 2 Passos sem inversão da configuração do P. Mecanismo 2 Hidrólise direta 1 Passo Inversão da configuração do P. ENDONUCLEASES DE RESTRIÇÃO Mecanismo da Hidrólise 1 Passo com inversão da configuração do P Sem intermediários reacionais Sem catálise covalente Envolve hidrólise direta Uso de fosfotiatos marcador de estereoisomeria EcoRV Dependência de Magnésio – Co-fator - Mecanismo em Deslocamento Sequencial Ordenado 1º DNA 2º H20 Íon Magnésio (Co-fator) Coordenado por 6 ligantes - 3 H2O - 2 Asp - 1 O do Pi Ativa uma H2O para Ataque Nucleofílico no grupo fosfato Catálise por íon Metálico - Posicionamento - Catálise Eletrostática - Catálise ácido-base Ordem de ligação à EcoRV 1º: DNA 2º: Co-fator Mg2+ 3º: H20 reativa EcoRV Interação EcoRV-DNA ocorre por simetria Bilateral Sequência de reconhecimento é uma sequência invertida Enzima dimérica age nas duas fitas do DNA Interação EcoRV-DNA A Enzima envolve o DNA Metilação no DNA endógeno EcoRV Afinidade EcoRV-DNA Inespecífico e específico é similar - Distorção do DNA só ocorre com interações produtivas com DNA específico EcoRV Afinidade EcoRV-DNA Inespecífico e específico é similar - Distorção do DNA só ocorre com interações produtivas com DNA específico Distorção do DNA tem um grande custo entrópico que é compensado pelas interações produtivas com DNA específico Catálise por tencionamento Distorção do DNA ajuda a posicionar o Pi próximos aos grupos Asp reativos EcoRV Complexo catalítico é montado somente após ser garantida a especificidade da interação Enzima-DNA Distorção do DNA - Reação só progride se a especificidade for garantida - Mecanismo em Deslocamento Sequencial Ordenado A Enzima usa a Energia livre de ligação com o DNA para deformar o Substrato e preparar o complexo catalítico para a reação. Mg2+ é coordenado pelo Pi a ser clivado e Asp posicionados próximos na conformação distorcida DNA cognato = específico DNA não-cognato = inespecífico ENDONUCLEASES DE RESTRIÇÃO TIPO II Sem identidade Sequencial Com identidade Estrutural São proteínas homólogas transferência gênica horizontal O gene foi disseminado por um plasmídio após a divergência evolutiva das bactérias Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41
Compartilhar