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Fisiologia do Sistema Respiratório Aula 1 Prof.ª Carla Lecca Trabalho do corpo Portanto • A incapacidade de auto-sustenção do corpo o torna dependente do ambiente externo como: ❖fonte de substâncias essenciais para a sobrevivência ❖repositório para metabólitos e materiais descartados pelo organismo. Sistema Respiratório O que é respiração? Respiração celular Ocorre no interior das mitocôndrias Substâncias orgânicas + O2 →energia + CO2 + H2O Respiração pulmonar • Trocas gasosas entre o ar atmosférico e o sangue • O corpo humano é formado por trilhões de células que requerem um fornecimento contínuo de oxigênio para executar suas funções vitais. • Temos a capacidade de sobreviver sem alimento e água por certo período de tempo, porém não conseguimos sem oxigênio. • As células utilizam oxigênio e eliminam dióxido de carbono, resultado do metabolismo celular. Este metabólito deve ser constantemente eliminado do nosso corpo (↑ CO2 = efeito tóxico no organismo) FUNÇÃO PRINCIPAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO É: • Fornecer oxigênio ao corpo e eliminar o dióxido de carbono. • Controlar o pH do sangue (acidez) • Responsável por: olfato, filtrar o ar que inspiramos, aquece e umidifica o ar inspirado, pela retirada de água e calor do organismo, produção de sons na fonação. • Regulado pelo SNC ATRAVÉS DE 4 PROCESSOS: • 1. VENTILAÇÃO PULMONAR; • 2. RESPIRAÇÃO EXTERNA; • 3. TRANSPORTE DE GASES RESPIRATÓRIOS; • 4. RESPIRAÇÃO INTERNA; Vias Aéreas • Função: conduzir o ar entre o meio e os pulmões (alvéolos pulmonares) = entrada do ar filtrado, aquecido e rico em O2; saída de ar rico em CO2 do aparelho respiratório = PROCESSO DE RESPIRAÇÃO ESTRUTURA É subdividida em: • Zona condutora (via de condução) Leva o ar p/ dentro e fora dos pulmões • Zona respiratória Revestida por alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas. É dividida em : • Vias aéreas superiores (VAS) • Vias aéreas inferiores (VAI) ESTRUTURA 1. Zona condutora (via de condução) Revestida por musculatura lisa; Possui inervação: Simpática (neurônios adrenérgicos) = dilatação Parassimpática (neurônios colinérgicos) = constrição 2 - Zona respiratória- Revestida por alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas. VAS NARIZ (cavidade nasal) • É a única parte externa visível do sistema respiratório • Aquece e filtra o ar que entra no sistema respiratório • A superfície interna do nariz é muito extensa (septo central + cornetos) • Em contato com essas estruturas o ar é aquecido, umidificado e filtrado; superfície recoberta de muco e revestido por epitélio ciliar que se movimenta em direção a garganta → partículas retidas são transportadas e deglutidas (partículas maiores não atingem as VAI) Fossas nasais • Filtração do ar – pêlos e cílios • Aquecimento do ar – capilares sanguíneos • Umidificação do ar – glândulas da mucosa Faringe • Apresenta uma sub-divisão anátomo Funcional em nasofaringe (área exclusiva), orofaringe (ar e alimentos), hipofaringe (via alimentar exclusiva). • Permite a passagem do bolo alimentar (sistema digestivo); • Permite a passagem do ar (sistema respiratório); • Dupla função controlada pela epiglote. • A separação do ar e do alimento é controlado por reflexos nervosos, sempre que alimentos tocam a superfície da faringe, as cordas vocais fecham e simultaneamente, a epiglote oclui a abertura da laringe, permitindo a passagem do alimento para o esôfago Laringe • Via condutora de ar • É nela que se encontra a epiglote que impede a entrada do bolo alimentar nas vias respiratórias; • Formada por tecido muscular e tecido cartilagíneo • Importante na fala por abrigar as cordas vocais, para que ocorra a emissão das palavras e de outros sons, as cordas vocais e a boca devem ser controladas a um só tempo; é realizado por um centro cerebral especial (área de Broca- controle motor), situado no lobo frontal esquerdo VAI Traqueia • Situa-se à frente do esôfago; • Constituída por anéis de cartilagem incompletos na parte posterior; • Revestida por glândulas produtoras de muco (umidificação) e células ciliadas (filtração). Ostomias ÁRVORE BRÔNQUICA • Consiste em brônquios principais direito e esquerdo, que se subdividem dentro dos pulmões em brônquios lobares , segmentares, bronquíolos. Brônquios e Bronquíolos • Resultam da bifurcação da traqueia; • Constituídos por anéis de cartilagem completos; • Revestidos por uma mucosa lubrificante e ciliada e musculatura lisa. • Quando atingem 0,5-1 mm de diâmetro designam-se bronquíolos ESTRUTURA DAS ZONAS RESPIRATÓRIAS • Definida pela presença de sacos de ar com paredes finas chamados de alvéolos (alveol = pequena cavidade) . • A zona respiratória inicia-se a medida que os bronquíolos terminais se ramificam em bronquíolos respiratórios dentro dos pulmões. Alvéolos pulmonares - Recobertos por capilares sanguíneos e revestidos por fibras elásticas → onde ocorre a hematose. ALVÉOLOS PULMONARES • São aproximadamente 300 milhões Formados por células epiteliais achatadas: • Pneumócitos tipo I – céls. Epiteliais de revestimento • Pneumócitos tipo II – céls. Septais- produtoras de surfactante • Macrófagos alveolares (poeiras e detritos) OBSERVAÇÃO: • Quando diminui o fornecimento de oxigênio para a célula, falamos em hipóxia. Quando o aporte a um dado tecido é completamente interrompido, denomina-se anóxia. MECÂNICA RESPIRATÓRIA respiração externa • A respiração ou ventilação pulmonar é composta por duas fases: • 1. INSPIRAÇÃO – período no qual o ar flui para dentro dos pulmões (ativo) • 2. EXPIRAÇÃO - o período no qual o ar sai dos pulmões (passivo) VENTILAÇÃO PULMONAR: INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO • É um processo mecânico que depende de modificações do volume da caixa torácica. • Alterações volume – induzem – modificações de pressões (caixa torácica/pulmões) • Modificações pressões – geram fluxo de ar para igualar as pressões Ventilação Pulmonar INSPIRAÇÃO • CAIXA TORÁCICA – VOLUME MODIFICÁVEL (podendo haver aumento de todas suas direções) • O que diminui a pressão dos gases que estão ali dentro • Esta queda de pressão promove a entrada rápida de ar na caixa a partir da atmosfera, pois os gases fluem a partir do seu gradiente de pressão. ASSIM: NA INSPIRAÇÃO NA INSPIRAÇÃO • A CONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS (rebaixamento do diafragma; elevação da caixa torácica) • Aumento do volume da cavidade torácica • Costelas se elevam • Esterno se inclina • Distensão dos pulmões – aumento do volume intrapulmonar • Queda da pressão intrapulmonar - -1mmhg • Fluxo de ar para dentro dos pulmões a favor do seu gradiente pressórico até que a pressão se iguale – torne-se zero. EXPIRAÇÃO • Relaxamento dos músculos inspiratórios (elevação do diafragma); rebaixamento das costelas devido recuo das cartilagem costais) • Depressão das costelas e do esterno durante o relaxamento dos intercostais externos. • Diminuição do volume da cavidade torácica • Recolhimento elástico passivo do pulmão • O volume intrapulmonar diminui • AUMENTO DA PRESSÃO INTRAPULMONAR - + 1mmhg • Fluxo aéreo para fora dos pulmões a favor do gradiente pressórico até que a pressão intrapulmonar se torne igual a zero Músculos respiratórios • Músculos inspiratórios: diafragma e intercostais externos, cujo o trabalho aumenta o eixo ântero- posteiror da caixa; • Músculos expiratórios: músculos abdominais e intercostais internos • A respiração apresenta 02 eventos: ventilaçãopulmonar e perfusão pulmonar Frequência Respiratória: Relação I:E = 1:2 (Insp 2seg/ Exp 3 seg) 12 – 20 mrpm eupneia Maior que 20 mrpm taquipneia Menor que 12 mrpm bradipneia Ausente apneia • Dispnéia: dificuldade respiratória • Exercícios, alterações emocionais, febre e dor alteram a FR • Lesão de SNC ou Sistema Respiratório: alteração na FR • FR diferente na criança nas diferentes faixa etárias Perfusão Pulmonar: • Passagem de sangue através dos capilares pulmonares, os quais estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares e consequentemente com o ar alveolar • O sangue chega aos capilares pulmonares → libera CO2 → capta O2 do ar alveolar → se transforma em sangue rico em O2 = HEMATOSE Hematose P ro fª M s. S h ei lla S ie d le r Ventilação X Perfusão • Ventilação= volume de gás disponível para troca (Vent= FR x Profundidade dos movimentos respiratórios) • Eficácia da ventilação- concentração de O² e CO² no ar inspirado e expirado • Fluxo sanguíneo pulmonar tão importante quanto a ventilação • Perfusão= FC x Volume de ejeção de VD • Eficácia da perfusão= Diferença na concentração de gases nas artérias e veias pulmonares Volumes Pulmonares e Ventilação • Volume corrente: 500ml • Volume residual funcional: 2.300ml (VRE + VR) • Volume de reserva expiratório: 1.100ml • Volume residual: 1.200ml • Volume de reserva inspiratório: 3.000ml • Capacidade inspiratória: 3.500ml (VC + VRI) • Capacidade vital: 4.500ml ( VC + VRI + VRE) • Capacidade Pulmonar Total: 5.800ml (CV + VR) • Espaço morto fisiológico: volume de ar que não participa da troca gasosa. Volumes Pulmonares Volumes Pulmonares Volumes pulmonares 1. Volume corrente: é a quantidade de ar que é trocada entre os pulmões e o exterior em cada inspiração e expiração. 2. Volume inspiratório de reserva: é a quantidade ar que após uma inspiração normal, pode ainda entrar nos pulmões, graças a uma inspiração forçada. 3. Volume expiratório de reserva: é a quantidade de ar que após uma expiração normal, pode ser eliminada dos pulmões após uma expiração forçada. Volumes pulmonares 4. Capacidade vital: é a quantidade de ar que pode ser trocada entre os pulmões e o exterior através de uma inspiração forçada seguida de uma expiração forçada. 5. Volume residual: é a quantidade de ar que mesmo após uma expiração forçada, ainda resta nos pulmões. A soma da capacidade vital com o volume residual é denominada capacidade total. Pleura 2 camadas serosas (muco) porosas contínuas e opostas – visceral (fissuras e faces interlobulares) – parietal (costal, cervical, diafragmática, mediastinal) Cavidade pleural (camada líquida de espessura capilar) – fluido pleural (proteína; pH e glicose semelhante ao do sangue) Complacência Pulmonar • Complacência é o grau de expansão que os pulmões experimentam para cada unidade de aumento de pressão transpulmonar. Ser humano adulto e normal: 200 mL/cmH2O, isto é: cada vez que a pressão transpulmonar aumenta em 1cmH2O, a expansão pulmonar é de 200mL. Complacência descreve a distensibilidade pulmonar, ou seja, é a facilidade com que um objeto pode ser deformado. Tensão Superficial TENSÃO SUPERFICIAL • Em qualquer superfície – o contato entre o ar e um líquido – as moléculas do líquido são mais atraídas entre si do que as dos gases – esta atração produz tensão desigual chamada de TENSÃO SUPERFICIAL • Moléculas de Água sempre presentes nos alvéolos pulmonares tendem a se “aglomerarem” – e tendendo a reduzir o volume dos alvéolos – • ASSIM SE A CAMADA LÍQUIDA DOS ALVEÓLOS FOSSE CONSTITUÍDA EXCLUSIVAMENTE DE ÁGUA, os alvéolos iriam colabar entre cada ciclo respiratório – • NO ENTANTO O LÍQUIDO ALVEOLAR CONTÉM – SURFACTANTE - composto lipoprotéico semelhante ao detergente – • FUNÇÃO DIMINUIR A ATRAÇÃO DAS MOLÉCULAS DE ÁGUA ENTRE SI - EVITANDO COLABAMENTO ALVEOLAR Surfactante nos Alvéolos • Cél. epilteliais alveolares do tipo II (10% área alveolar) • Fosfolipídeos, proteínas, íons (Ca++) • Reveste a camada interna alveolar • Reduz a tensão superficial (previne colabamento expiratório) • Insuficiência respiratória grave em crianças pré-termo (Síndrome do Desconforto Respiratório ou Doença da Membrana Hialina) Surfactante nos Alvéolos Deficiência – Metabolismo pulmonar anormal do surfactante; – Inativação alveolar e debrís (bactérias, debrís cel., fibrina, fluído de edema dentro do espaço aéreo). – Mediadores inflamatórios nos alvéolos (lesão direta no sistema surfactante) • Surfactante exógeno (melhora oxigenação, troca gasosa, complacência , capacidade residual funcional...) Colapso pulmonar Abertura da caixa torácica - as forças elásticas forçam seu colapso imediato. Espaço morto É o volume das vias aéreas que não participa das trocas gasosas. É CLASSIFICADO EM: 1. Espaço morto anatômico • Volume de ar que fica contido na zona de condução aproximadamente 150 mL, ou seja, • de 500 mL de ar apenas 350 mL do novo ar chega aos alvéolos. 2. Espaço morto fisiológico • Volume total dos pulmões que não participa das trocas gasosas. • Inclui o espaço morto anatômico das vias condutoras e o espaço morto funcional dos alvéolos. Espaço morto fisiológico PNEUMOTORÁX Um pneumotórax é uma acumulação de ar na cavidade pleural. CAUSAS DO PNEUMOTÓRAX Controle Neural da Respiração: • Centro respiratório situado na parte inferior do cérebro = controla a respiração = automático • O cérebro e alguns pequenos órgãos sensoriais situados nas artérias aorta e carótidas são capazes de detectar uma concentração de O2 inferior a normal ou um aumento anormal do CO2 = cérebro provoca uma aumento da FR ao contrário quando valores de CO2 baixam = FR diminui P ro fª M s. S h ei lla S ie d le r P ro fª M s. S h ei lla S ie d le r Reflexo da Tosse: Reflexo da Tosse: • Inspiração em até 2,5litros de ar • Fechamento da epiglote e das cordas vocais para aprisionar o ar no interior dos pulmões • Contração forte dos músculos abdominais e dos músculos intercostais → empurra o diafragma → aumento rápido da pressão nos pulmões (100mmHg ou mais) • Abertura súbita das cordas vocais e da epiglote e liberação do ar dos pulmões sob alta pressão Agora respirem fundo!!!!