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25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/21 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA REVISAR E REFORÇAR AS BASES FISIOLÓGICAS RESPIRATÓRIAS AUTOR(A): PROF. PAULO ALBERTO TAYAR PERES AUTOR(A): PROF. PAULO ALBERTO TAYAR PERES VENTILAÇÃO A entrada e saída do ar nos pulmões é denominada ventilação pulmonar. Já o volume de ar que entra e sai em uma única respiração é denominado de volume corrente(VC). Quando multiplicamos o VC pelo número de respirações em um minuto(frequência respiratória) obtemos o volume minuto(V ). Entretanto, em virtude da existência do espaço morto anatômico(150 ml), o volume de ar que não participa da troca gasosa, obtemos a ventilação alveolar(V ).Figura 1 MIN A FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 01 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/21 Legenda: FIGURA 1. VOLUMES E FLUXOS PULMONARES. ATIVIDADE Considerando o volume minuto de 6.000ml, espaço morto anatômico de 100 ml e frequência respiratória de 15 respirações por minuto(rpm), o valor da ventilação alveolar será de? FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 02 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/21 A. 400 ml B. 88.500 ml C. 45.000 ml D. 4.500 ml E. 8.500 ml O processo de ventilação é dinâmico, todavia é possível avaliar os volumes e capacidades pulmonares, o que se mostra de grande importância em nosso estudo. Considera-se quatro volumes pulmonares e quatro capacidades pulmonares. Os volumes são: Volume corrente(VC): volume de ar que respiramos a cada ciclo respiratório. Volume residual(VR): volume de ar que permanece no pulmão mesmo após uma expiração forçada Volume de reserva expiratório(VRE): volume de ar que conseguimos expirar por meio de uma expiração forçada a partir do volume corrente Volume de reserva inspiratório(VRI): volume de ar que conseguimos inspirar por meio de uma respiração profunda a partir do volume corrente. As capacidades são obtidas pela soma de dois ou mais volumes, vejamos: Capacidade residual funcional(CRF): VRE+VR Capacidade vital(CV): VRE+VC+VRI Capacidade inspiratória(CI): VC+VRI Capacidade pulmonar total(CPT): VR+VRE+VC+VRI Vejamos como construir este gráfico de maneira dinâmica..... FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 03 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/21 Legenda: FIGURA 2. GRáFICO DOS VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES Bem, agora que entendemos o processo de ventilação pulmonar, seus respectivos volumes e capacidades é importante abordar uma particularidade em relação a distribuição do ar dentro do pulmão. Quando analisamos a distribuição do ar no pulmão pode-se observar que as regiões mais baixas(bases) recebem uma maior quantidade de ar em relação as regiões mais altas(ápices). Tal distribuição também sofre variação de acordo com a postura do indivíduo, ou seja, se a posição agora for a dorsal a região posterior receberá mais ar que a região anterior. Esta verdade irá ocorrer nos decúbitos laterais direito e esquerdo, onde o pulmão que estiver para baixo sempre será mais ventilado que o pulmão que estiver para cima. Tal fato ocorre devido ao peso do pulmão sobre ele mesmo, fazendo com que os alvéolos que ficam na região mais próxima do apoio(região dependente) se mostrem com uma menor quantidade de ar, permitindo assim maior insuflação(maior ventilação). Vejamos se você entendeu como se dá a distribuição da ventilação pelos pulmões realizando este exercício..... FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 04 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/21 ATIVIDADE Considerando um indivíduo em decúbito lateral esquerdo, qual região irá apresentar maior ventilação? A. Pulmão direito B. Pulmão esquerdo C. Região posterior do tórax D. Região anterior do tórax E. Região dos ápices pulmonares DIFUSAO A difusão de uma substancia pelos tecidos é a passagem desta substancia da região de maior concentração para a de menor concentração. A lei de Fick é usada para definir os princípios da difusão de um gás através de uma membrana. Segundo a descrição da lei, a velocidade de difusão de um gás é proporcional a área e da diferença de pressão e inversamente proporcional a espessura da membrana. Onde podemos ver que a estrutura pulmonar, digo membrana alvéolo-capilar, é perfeita para este fim, pois sua área é de cerca de 75m e sua espessura de apenas 0,3 microns(μ). Também, a diferença da pressão parcial de oxigênio entre os alvéolos(P O e os capilares é de cerca de 60 mmHg(P O =100 mmHg e P O =40 mmHg). O tempo do sangue no capilar é de apenas 0,75 segundos, podendo cair para 0,25 segundos no exercício. No indivíduo normal não encontramos problemas no processo de difusão, entretanto quando algo compromete principalmente a membrana alvéolo-capilar, podemos observar alterações na quantidade de oxigênio no sangue arterial. Em pacientes com doença pulmonar, o comprometimento da barreira pode interferir diretamente na oxigenação do sangue levando a hipoxemia, baixa quantidade de oxigênio no sangue. Este fato pode ocorrer por problemas de limitação da difusão do O através da membrana decorrentes da redução da quantidade deste gás nos alvéolos(hipoventilação), ou perda de área pulmonar ativa(pneumonia – alvéolos cheios de liquido) ou pela fibrose na membrana(Figura 3). 2 A 2) A 2 v 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 05 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/21 Legenda: FIGURA 3. LIMITAçãO DIFUSIONAL DO OXIGêNIO Também a difusão pode estar comprometida em decorrência da reação O com a hemoglobina, pois está reação é finita. Outro fator que pode comprometer a passagem do O2 é a perfusão(sangue que esta passando pelos capilares). Como a transferência do gás se dá pela diferença de pressão, um fluxo lentificado pode gerar um rápido equilíbrio entre as pressões criando uma limitação perfusional para este gás em situações de acometimento pulmonar. Já o gás carbônico(CO ) praticamente não apresenta problema difusional, pois ele é um gás 20 vezes mais difusível do que o O . CIRCULAÇÃO 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 06 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/21 A circulação pulmonar nasce do ventrículo direito através da artéria pulmonar que transporta sangue venoso em direção aos capilares pulmonares e sai pelas veias pulmonares em direção ao átrio esquerdo levando o sangue arterializado. O fluxo de sangue é o mesmo que passa pela circulação sistêmica cerca de cinco litros por minuto(5l/min) todavia, as pressões são infinitamente mais baixas. A pressão arterial media pulmonar é cerca de 10 vezes menor que a da circulação sistêmica(Figura 4). Tal falto ocorre devido a uma diferença estrutural das artérias pulmonares(mais elásticas) em relação as sistêmicas. Legenda: FIGURA 4. PRESSõES NO SISTEMA CARDIOVASCULAR FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 07 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/21 Um outro fato estrutural é a existência de uma grande rede capilar proporciona uma imensa área de secção transversa reduzindo a resistência vascular à medida que seguimos das grandes artérias pulmonares em direção aos capilares(Figura 5). A queda da resistência também está ligada a dois mecanismos importantes que atuam na circulação todas as vezes que a pressão na circulação pulmonar ameaça subir, a distensibilidade e o recrutamento(Figura 6), sendo este mecanismo relevante durante o exercício. A resistência vascular pulmonar também sofre com a variação dos volumes pulmonares se elevando a volumes muito baixos ou elevados porcompressão dos vasos extrínsecos e capilares, respectivamente. Legenda: FIGURA 5. COMPORTAMENTO DA RESISTêNCIA VASCULAR PULMONAR FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 08 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/21 Legenda: FIGURA 6. MECANISMO DE RECRUTAMENTO E DISTENSIBILIDADE FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 09 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10/21 A distribuição do fluxo de sangue pulmonar se apresenta diferentemente pelos pulmões. Considerando a posição ortostática, pode-se observar uma diferença na distribuição do fluxo sanguíneo devido a variação do tamanho(distancia=30 cm) do ápice a base pulmonar, o quer proporciona uma variação de cerca de 23 mmHg, valor expressivo para um sistema de baixa pressão. Também observamos uma variação das pressões alveolar, arterial e venosa, quando consideramos três zonas pulmonares(Zonas de West). Na zona 1(ápice) a pressão alveolar supera a arterial e a venosa, levando a uma compressão dos capilares e redução da perfusão apical. Já na zona 2(1/3 médio) a pressão arterial supera as pressões alveolar e venosa. Por fim, na zona 3, as pressões arterial e venosa superam a alveolar, fazendo com que a perfusão na base supere as outras regiões do pulmão. Vale lembrar que tal comportamento sofre influência do decúbito(região dependente), assim por exemplo, se estamos em decúbito dorsal teremos um equilíbrio entre as pressões do ápice e base, mas a região que passa a ter mais perfusão é a região posterior(dependente)(figura 7). Legenda: FIGURA 7. DISTRIBUIçãO DAS PRESSõES E FLUXO SANGUíNEO PULMONAR FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 10 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11/21 Tabela 1. Substâncias metabolizadas ou inativadas nos pulmões. Substância Efeito no pulmão Peptídeos Angiotensina I Conversão em Angiotensina II pela ECA Bradicinina Inativação de 80% Vasopressina Sem efeito Aminas Serotonina Remoção completa Noradrenalina Remoção de 30% Histamina Sem efeito Metabolitos do Ácido Aracdônio Prostaglandina A Sem efeito Prostaciclina(PGI ) Sem efeito Leucotrienos Remoção completa Um outro fator ainda que pode influenciar a resistência vascular pulmonar é o mecanismo de vasoconstricção hipóxica. Esta resposta frente a variação da pressão parcial de oxigênio no gás alveolar(P O ) é um dos mecanismos que estão envolvidos na hipoxemia de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão pulmonar. Diante da queda da P O observa-se uma resposta vasoconstrictora elevando a resistência vascular pulmonar, sobrecarregando o ventrículo direito e levando a hipoxemia. A sistema respiratório também apresenta função metabólica, ativando ou removendo substancias da circulação(Tabela 1). ECA: enzima conversora da angiotensina. Modificada de West, JB. RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO (RELAÇÃO V/Q) A ventilação é o processo de entrada e saída do ar do sistema respiratório. Este processo deve ser combinado com a difusão dos gases entre as unidades respiratórias e os capilares pulmonares e seu adequado transporte para os tecidos. A relação entre a ventilação (V) e a perfusão (Q) mensura a funcionalidade do sistema respiratório. O valor de normalidade deve ser próximo a 1. A 2 A 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 11 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 12/21 Quando esta relação é maior do que 1 significa que existem alvéolos bem ventilados e que são pouco A cada respiração, parte do volume de ar inspirado permanece na zona condutora (traquéia, brônquios até bronquíolos terminais), ou seja, não realiza troca gasosa (hematose). Desta forma, o ar que preenche este espaço é dito como ESPAÇO MORTO ANATÔMICO. No efeito SHUNT, a relação entre ventilação e perfusão é menor do que 1. Por exemplo, temos a atelectasia, no qual os alvéolos são pouco ventilados mas recebem perfusão sanguínea. Em ambas as situações, Shunt e espaço morto apresentam um desequilíbrio na relação V/Q. E consequentemente, estes efeitos podem impactar diretamente sobre a capacidade de trocas gasosas. No shunt, como a ventilação está comprometida, podemos observar uma redução da Pressão arterial de Oxigênio (O ) e aumento na pressão arterial de Dióxido de Carbono (CO ) nos capilares. Enquanto que no espaço morto, pode ocorrer um aumento da pressão de O e ausência de CO no interior do alvéolo que não é perfundido. 2 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 12 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 13/21 Legenda: RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO MECÂNICA RESPIRATÓRIA O principal músculo inspiratório é o diafragma, no qual encontra-se em forma de cúpula, e está inserido nos arcos costais inferiores. É inervado pelo nervo frênico a partir da 3ª a 5ª vértebra cervical. Ao se contrair, o conteúdo abdominal é deslocado para baixo e para frente, aumentando o volume pulmonar no eixo longitudinal. Além disso, a contração dos músculos intercostais externos movimenta a caixa torácica para fora e para cima, aumentando o eixo látero-lateral do tórax. Músculos acessórios da inspiração como escalenos (elevam os dois primeiros arcos costais), esternocleidomastoideo (eleva o esterno) auxiliam na inspiração durante esforço respiratório. FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 13 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 14/21 A expiração em uma respiração tranquila é de forma passiva. O pulmão e a caixa torácica tendem a retornar à posição de equilíbrio após o relaxamento dos músculos inspiratórios. Porém, durante a atividade física ou a hiperventilação voluntária, a expiração ocorre após a contração ativa dos músculos abdominais (músculo reto e transverso do abdome, oblíquos interno e externo). Após a contração da parede abdominal, há um aumento da pressão intra-abdominal e o diafragma é empurrado para cima. Além disso, os intercostais internos tracionam os arcos costais para baixo e para dentro, reduzindo o volume pulmonar. A capacidade do tecido pulmonar e caixa torácica de se distender e gerar um volume após uma variação de pressão, é denominada complacência pulmonar. A redução na complacência pulmonar pode ser observada em doenças no qual o tecido elástico pulmonar é substituído por tecido fibroso (fibrose pulmonar), na presença de líquido no interior dos alvéolos (edema pulmonar), nos colapsos alveolares (atelectasia). O aumento da complacência pulmonar pode ser observado em indivíduos com enfisema pulmonar, ou na senescência (envelhecimento normal). Nestes casos, uma alteração no tecido elástico pulmonar pode ser a causa para este aumento da complacência. A elastância do sistema respiratório é a capacidade do tecido pulmonar e da caixa torácica em resistir à força de retração elástica e manter a sua forma original após cessar esta força. É o inverso do que ocorre na complacência. A tensão superficial do líquido que reveste o interior dos alvéolos, gera uma força de atração molecular que pode levar ao colabamento alveolar. Esta tensão é quebrada na presença de surfactante, substância produzida pelos pneumócitos do tipo II. A redução na tensão superficial aumenta a complacência pulmonar, reduz o trabalho de expansão durante cada inspiração, assim como, aumenta a estabilidade alveolar evitando atelectasias. A proximidade entre os alvéolos permite uma intercomunicação por meio dos canais de Lambert e Poros de Kohn. Desta forma, um alvéolo pode ser suportado pelos alvéolos adjacentes, contribuindo também para a estabilidade alveolar. Esse suporte oferecido pelos alvéolos próximos é denominado “interdependência”. Os pulmões, emposição ortostática, sofrem diferenças regionais na ventilação. Sabe-se que a base pulmonar é mais ventilada do que o ápice, pois a base pulmonar é menos negativa devido ao peso do pulmão. A pressão no interior do pulmão é a mesma, desta forma, a base por ser mais comprimida no estado de repouso apresenta maior expansão durante a inspiração. Outro fator que interfere na mecânica respiratória, é a velocidade de entrada do ar nas vias aéreas. O fluxo aéreo é proporcional a diferença pressórica entre as extremidades e ao comprimento do tubo. Fluxo aéreo com menor taxa (fluxo laminar) apresenta menor resistência, pois o fluxo é paralelo ao tubo. No fluxo aéreo mais alto, há uma irregularidade, principalmente nas ramificações, no qual a mudança de direção do fluxo o torna turbulento. Adicionalmente, a resistência ao fluxo aéreo aumenta à medida que o diâmetro do tubo diminui. FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 14 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 15/21 TRANSPORTE DE GASES NO SANGUE A etapa final na troca dos gases é o transporte de O a partir dos pulmões para os tecidos e de CO para o pulmão pelo sangue. TRANSPORTE DE O A maior parte do O transportado está combinado à uma molécula de hemoglobina e uma menor parte dissolvida no sangue. Uma molécula de Hemoglobina é capaz de se conectar a até quatro moléculas de O . A proporção de Hemoglobina ligada ao oxigênio é denominada percentual de saturação de O . Esta combinação é reversível sempre que houver a necessidade de O pelos tecidos. A saturação de O no sangue arterial é de aproximadamente 97% e a pressão de O é de 95 mmHg em indivíduos saudáveis. Enquanto que no sangue venoso esta porcentagem é de 75% e a pressão de O 2 é de 40 mmHg. Pode-se observar que em condições de repouso, 75% do O ligado à hemoglobina não é utilizada pelos tecidos. Porém, esta quantidade de O funciona como reserva para situações como estresse, exercício físico intenso, emergência que exigem maior consumo de O . Algumas situações patológicas, influenciam no transporte de O . Por exemplo, pacientes com anemia, apresentam uma diminuição na quantidade de hemoglobina no sangue. Logo, menor quantidade de O poderá ser transportada para os tecidos. Já na intoxicação por monóxido de carbono (CO), a afinidade das moléculas de CO pela hemoglobina é maior do que as moléculas de O . Desta forma, o O não conseguirá se ligar às moléculas de ferro que já estão combinadas com o CO, culminando também em menor quantidade de O transportada pela hemoglobina. A cianose é um sinal clínico, no qual o paciente apresenta a pele (leitos ungueais e na mucosa) com coloração azul-arroxeada em decorrência ao aumento da hemoglobina não oxigenada. Porém, a ausência de cianose não significa que o paciente não tenha hipoxemia. Por exemplo, pacientes anêmicos com hipoxemia, podem não ter hemoglobina suficiente para apresentar cianose. TRANSPORTE DE CO O dióxido de carbono (CO ) é 20 vezes mais solúvel no plasma do que o O . O CO é transportado de três formas: dissolvido, como bicarbonato e em combinação com proteínas. 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 15 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 16/21 A formação de bicarbonato ocorre a partir da reação entre uma molécula de água e o CO , formando ácido carbônico (H CO ). Esta reação química é acelerada na presença da enzima anidrase carbônica, abundante no interior do eritrócito. Em seguida, há a liberação de íons H e bicarbonato (HCO ). Na maioria das vezes, o CO é transportado na forma de bicarbonato. CONTROLE RESPIRATÓRIO A principal função do pulmão é realizar a troca de O e CO entre os alvéolos e os capilares a fim de disponibilizar O para os tecidos e remover o CO do organismo. O controle respiratório possui três elementos básicos: os sensores (químicos, de estiramento, à irritantes, pressóricos) que captam a informação e enviam para o centro respiratório (localizados no tronco encefálico, córtex e outras partes do cérebro). Estes centros respiratórios enviam impulsos elétricos para os efetores (músculos respiratórios) que promovem a ventilação. O controle respiratório involuntário ocorre no tronco encefálico (ponte e bulbo). Os grupos de neurônios estão divididos em Centro respiratório bulbar (dorsal e ventral), Centro Apnêustico e Centro Pneumotáxico e controlam a inspiração e expiração. O centro respiratório bulbar dorsal está relacionado a inspiração, no qual estímulos provenientes desta área geram impulsos para a contração do diafragma e outros músculos inspiratórios. Após a cessação do estímulo, o tônus dos músculos respiratórios retorna ao nível pré- inspiratório. A duração do estímulo inspiratório, o volume de ar inspirado e a frequência respiratória são controlados pelo Centro Pneumotáxico. O impulso nervoso inibitório é originado pelas células respiratórias e se propagam por meio dos nervos vago e glossofaríngeo e interrompem a inspiração. Uma vez que temos menor tempo inspiratório, menor volume de ar é inspirado e consequentemente há um aumento da freqüência de ciclos respiratórios em um minuto. O Centro respiratório bulbar ventral é responsável pelo controle expiratório. Porém, a expiração em uma ventilação normal é passiva (retração elástica do tecido e caixa torácica), ou seja, o estímulo desta área não é necessário. Durante o esforço físico, a expiração torna-se ativa, porém o papel no controle expiratório ainda não está bem esclarecido. Por fim, o centro apnêustico (localizado na parte inferior do bulbo) tem efeito excitatório sobre a área inspiratória bulbar, prolongando o potencial de ação. Não se sabe o papel deste centro em respirações normais, mas o prolongamento inspiratório (ritmo apnêustico) pode ser encontrado em alguns tipos de traumatismos cranioencefálicos. A ventilação pulmonar pode ser controlada voluntariamente por áreas no córtex cerebral. A atuação cortical pode sobrepor a função do tronco cerebral dentro de certos limites. Por exemplo, podemos hiperventilar e reduzir a quantidade de CO , embora a o aumento do pH (alcalose) possa causar uma tetania, contração dos músculos das mãos e pés. Por outro lado, a hipoventilação voluntária é mais difícil de ocorrer pois envolve fatores como a concentração de O e CO no sangue arterial. 2 2 3 + 3 2 2 2 2 2 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 16 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 17/21 O sistema límbico e o hipotálamo também podem modificar o controle respiratório, pois controlam os estados emocionais. Por exemplo, durante crises de ansiedade alteramos o padrão respiratório normal e aumentamos a ventilação pulmonar. SENSORES RESPIRATÓRIOS Os quimiorreceptores centrais estão localizados no bulbo e são sensíveis às alterações na concentração de H no líquido extracelular cerebral (líquido cefalorraquidiano - LCR). Porém, o LCR é separado do sangue por meio da barreira hematoencefálica, no qual é impermeável aos íons H e HCO mas permite a difusão livre de CO . Desta forma, ao aumentar a concentração de CO no sangue, maior quantidade deste gás atravessará a barreira hematoencefálica. O CO ao reagir com moléculas de água presentes no LCR, libera íons H que estimulam os quimiorreceptores centrais e aumentam a ventilação. Enquanto que a redução da concentração de íons H inibem a ventilação. Quimiorreceptores periféricos estão localizados nos corpos carotídeos e aórticos respondem à diminuição na pressão de O e pH e ao aumento da pressão de CO arterial. Estes receptores são mais sensíveis a hipoxemia arterial, porém a respostaventilatória frente ao aumento do CO é menos importante (equivale a 20%) quando comparada com a resposta dos quimiorreceptores centrais. Receptores pulmonares de estiramento estão localizados no interior da musculatura lisa das vias aéreas e respondem em resposta ao estímulo de estiramento do pulmão. Desta forma, impulsos elétricos no nervo vago são disparados e vão limitar o sinal inspiratório. Além disso, células epiteliais das vias aéreas possuem receptores a irritantes que são estimulados por gases tóxicos inalados, fumaça com os produtos do tabaco, ar frio, poeira entre outros. Este estímulo percorre o nervo vago e respondem com o aumento da ventilação para eliminar o agente agressor e broncoconstricção da via aérea a fim de limitar a entrada de mais irritantes. Por fim, receptores justacapilares (receptores J) localizados na parede dos alvéolos e próximos aos capilares. Eles são ativados quando há evidência de aumento do volume de sangue no interior capilares alveolares e aumento do volume de líquido no interstício. Em resposta, podemos apresentar uma respiração rápida e superficial, porém após estímulo intenso pode ser observado a apneia. A ativação dos receptores J pode estar relacionada à sensação de falta de ar noturna (dispneia paroxística noturna) dos pacientes portadores de insuficiência cardíaca esquerda, por exemplo. Sensores nasais e em vias aéreas superiores respondem à estimulação mecânica e química. Algumas respostas reflexas podem ocorrer a fim de remover o agente agressor, tais como tosse, espirro e a broncoconstricção. Estímulos mecânicos, como a lesão laríngea durante o procedimento de intubação orotraqueal pode provocar um espasmo na laringe. Barorreceptores arteriais, localizados nos seios aórtico e carotídeo, podem ser estimulados após aumento na pressão arterial ocasionando hipoventilação reflexa ou apneia. Enquanto que a queda da pressão arterial pode causar a hiperventilação. + + 3 2 2 2 + + 2 2 2 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 17 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 18/21 EFETORES Os efetores da respiração são os músculos respiratórios. Os músculos inspiratórios são: diafragma, intercostais externos, músculos acessórios (esternocleidomastoideo, escalenos). A contração destes músculos deve ser realizada de forma coordenada a fim de que todos desempenhem a sua função, para tanto é necessário um controle central rigoroso. ATIVIDADE FINAL Qual alternativa representa a lei de Fick? A. A velocidade de difusão de um gás é diretamente desproporcional a área e da diferença de pressão e inversamente proporcional a espessura da membrana B. A velocidade de difusão de um gás é diretamente proporcional a área e da indiferença de pressão e inversamente proporcional a espessura da membrana C. A velocidade de difusão de um gás é diretamente proporcional à área, a diferença de pressão e a espessura da membrana D. A velocidade de difusão de um gás é inversamente proporcional a área e à diferença de pressão e diretamente proporcional a espessura da membrana E. A velocidade de difusão de um gás é diretamente proporcional a área e à diferença de pressão e inversamente proporcional a espessura da membrana A pressão na circulação pulmonar é cerca de? A. 2 vezes menor que a circulação sistêmica B. 5 vezes menor que a circulação sistêmica C. 10 vezes menor que a circulação sistêmica D. 20 vezes menor que a circulação sistêmica E. 100 vezes menor que a circulação sistêmica No exercício, a resistência vascular pulmonar diminui principalmente? FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 18 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 19/21 A. Pela distensibilidade e recrutamento dos vasos pulmonares B. Pela vasoconstricção venosa C. Pela redução da força do ventrículo direito D. Pela redução do leito vascular E. Pela variação dos volumes pulmonares Na zona 2 a pressão? A. Venosa supera a alveolar B. Venosa supera arterial C. Alveolar supera a venosa D. Alveolar supera a arterial E. Venosa supera venosa Capacidade residual funcional é a soma de quais volumes pulmonares? A. Volume corrente + volume de reserva inspiratório B. Volume corrente + volume residual C. Volume de reserva expiratório + Volume residual D. Volume corrente + volume residual inspiratório E. Volume corrente + volume residual expiratório Paciente ACS, 55 anos, gênero masculino, diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, apresenta desconforto respiratório, diminuição da expansibilidade torácica. Qual o distúrbio na relação ventilação/perfusão e quais os músculos responsáveis pela inspiração, respectivamente? FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA 19 / 20 25/02/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 20/21 A. Shunt; e músculo reto do abdome e oblíquos B. Shunt; e músculo diafragma e intercostais externos C. Espaço morto; e músculo diafragma e intercostais internos D. Espaço morto; e músculo diafragma e escalenos Durante a hipoventilação há um aumento da Pressão de CO2 sanguínea e consequente queda do pH. Neste caso, qual a resposta esperada em cada grupo de neurônios do centro respiratório para corrigir este problema? A. Aumentar a frequência respiratória e/ou aumentar o volume corrente. Grupo de neurônios: Centro pneumotáxico. B. Diminuir a ventilação e/ou diminuir a frequência respiratória. Grupo de neurônios: Centro respiratório bulbar dorsal C. Aumentar a frequência respiratória e/ou aumentar o volume corrente. Grupo de neurônios: Centro respiratório bulbar ventral D. Diminuir a ventilação e/ou diminuir a frequência respiratória. Grupo de neurônios: Centro Pneumotáxico REFERÊNCIA West, John B. Fisiologia respiratória: princípios básicos. 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