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Direito Internacional Privado3

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
Curso: Intensivo Semanal| Disciplina: Direito Internacional 
Aula: 02 
 
 MATERIAL DE APOIO 
EXAME DE ORDEM 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
 
EMENTA DA AULA 
- DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
- COMPETÊNCIA JURISDICIONAL 
- SENTENÇA ESTRANGEIRA E SENTENÇA ESTRANGEIRA 
- ELEMENTOS DE CONEXÃO 
 
GUIA DE ESTUDO 
 
1) DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
Conceito: o direito internacional privado é caracterizado pela soma de 3 fatores: 
1° a questão vai falar de particulares (pessoas naturais e pessoas jurídicas de direito privado). 
2° direito privado (direito civil, contrato, testamento...). 
3° Fato jurídico multiconectado: é a possibilidade de aplicar a lei brasileira ou a lei estrangeira no caso 
concreto. 
A doutrina também o denomina de elemento de conexão (algo que conecta o caso ao direito brasileiro 
ou estrangeiro), conflito de leis no espaço (posso aplicar a lei brasileira ou estrangeira). 
 
1.1) Resumo da matéria 
O direito internacional privado se resume em raciocínio jurídicos: 
a) Possibilidade de o juiz brasileiro aplicar a lei brasileira ou a lei estrangeira. 
Nesta 1° hipótese as partes ajuizaram a ação no Brasil. 
O artigo 14, LINDB prevê que as partes têm o ônus processual de traduzir, de provar a vigência da lei 
estrangeira. 
Quem alega, prova. 
 
b) Homologação de sentença estrangeira pelo STJ. 
 
 
 
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A causa foi julgada no estrangeiro. 
Nesta 2° hipótese, as partes ajuizaram a ação no exterior. 
 
O juiz vai analisar a parte formal. 
 
Cabe ao STJ apenas verificar os requisitos formais da sentença estrangeira. Artigo 15, LINDB c/c artigo 
105, I, i, CF. 
Até a EC 45/2004 era o STF que homologa sentença estrangeira. 
Atenção: O artigo 965, §5, CPC prevê que a sentença estrangeira de divorcio consensual não exige 
homologação no STJ para ser executada no Brasil. 
Homologar é verificar os requisitos formais. 
 
1.2) Pegadinhas 
Não confundir os seguintes termos: 
 Homologação de sentença estrangeira é diferente de execução de sentença estrangeira. 
Na homologação a analise apenas de requisitos formais. A competência para homologar a sentença 
estrangeira é o STJ. 
A execução é fase posterior a homologação. A competência para executar sentença estrangeira é o juiz 
federal. 
Se não tiver juiz federal, quem executa é o juiz estadual. 
A ordem para executar do STJ. 
 
 Homologação de sentença estrangeira é diferente da exequatur de carta rogatória 
A homologação alcança a sentença estrangeira, ou seja, a decisão final transitada em julgada em julgado 
proveniente de outro país. 
Cabe as partes do caso concreto ajuizar o pedido de homologação de sentença estrangeira do STJ. 
O exequatur não alcança sentença estrangeira. 
 
 
 
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O exequatur alcança a carta rogatória, isto é a decisão interlocutória de juiz estrangeiro. 
Ex. intimação, penhora, perícia... 
O exequatur de carta rogatória é competência do STJ. No exequatur o STJ é provocado pelas 
autoridades centrais estrangeiras. 
Autoridade central é o juiz estrangeiro. 
 
 
Sentença estrangeira é diferente de sentença internacional 
A sentença estrangeira é a decisão final transitada em julgado expedida por autoridade de outro país. 
Exige homologação no STJ e é executada pelo Juiz Federal. 
A sentença internacional é a decisão final expedida por uma corte internacional criada por tratado 
internacional e cuja jurisdição o Brasil reconheceu. 
Ex. a corte interamericana de direitos humanos. 
A execução é imediata. A sentença internacional não exige homologação no Brasil. Tem execução 
imediata pelo juiz federal. Artigo 68, pacto São José da Costa Rica. 
 
2 – FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUIZ BRASILEIRO NO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. 
Artigos 21, 22, e 23, CPC. 
Para saber se um caso pode ser julgado no Brasil deve-se aplicar as seguintes regras: 
Regra geral: artigo 21 e 22, CPC. Competência concorrente ou relativa. 
A parte escolhe se é julgado com as leis do Brasil ou com as leis do exterior. 
A parte escolhe se ajuíza a ação no Brasil ou no exterior. 
A regra geral significa que tanto o juiz brasileiro quanto o juiz estrangeiro são competentes. 
A regra geral permite a eleição de foro pelas partes. 
Exceção: artigo 23, CPC. Competência absoluta ou exclusiva do juiz brasileiro. 
Em 3 hipóteses as partes devem obrigatoriamente ajuizar a ação no Brasil, haja vista que o STJ não 
homologará eventual sentença estrangeira: 
1° hipótese: Ação sobre bem imóvel situado no Brasil. 
 
 
 
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2° hipótese: Ação de inventário, partilha ou abertura de testamento se os bens estiverem situados no 
Brasil. 
3° hipótese: Ação de divórcio, separação ou dissolução de união estável se existirem bens situados no 
Brasil. 
 
3) ELEMENTOS DE CONEXÃO 
Artigo 7, 8, 9, 10, 11, LINDB. 
Os elementos de conexão indicam o direito material aplicável, se será a lei brasileira ou a lei estrangeira. 
Os elementos de conexão são temas de direito civil presentes no caso concreto. 
a) Direito de família, capacidade civil e personalidade jurídica. 
Artigo 7, LINDB. 
Aplica-se a lei do domicilio da pessoa. 
OBS: no casamento se os noivos tiverem domicílios diferentes aplica-se a lei do 1° domicilio no casal. 
 
b) Contratos, obrigações e testamentos (negócios jurídicos). 
Artigo 9, LINDB. 
Aplica-se a lei do local da celebração (assinatura). 
OBS: contratos entre ausentes é regido pela lei do domicilio do proponente (quem oferece o bem ou o 
serviço). 
 
c) Sucessão 
O “de cujus” não faz testamento. Artigo 10, LINDB. 
Aplica-se a lei do local do domicilio do “de cujus”.

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