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A FALTA DO EMBASAMENTO NA ÁREA DE EXATAS PARA FORMAÇÃO DE UM ENGENHEIRO (1)

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DESAFIOS DA ENGENGARIA: A FALTA DO EMBASAMENTO NA ÁREA DE EXATAS PARA FORMAÇÃO DE UM ENGENHEIRO 
G. L. Alves, M.E.R Rosa, F. Ferreira, N. R. S Plantes.
Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE, Curitiba, Brasil
e-mail: natalin.plantes@hotmail.com 
RESUMO O objetivo deste estudo é pesquisar sobre as causas do déficit no aprendizado na área de exatas que levam vários estudantes a desistirem do curso de engenharia, criando uma falta do profissional no mercado de trabalho. As pesquisas em fóruns, programas de educação, entre outras fontes relatam a falta de capacidade dos profissionais provem de sua base no ensino desta área. O percentual de alunos que aprendem adequadamente no ensino básico e médio no brasil vem decaindo com o tempo, consequentemente aumento a evasão acadêmica do ensino superior. 
Palavras-chave: discentes de Engenharia, ensino de exatas, evasão.
Abstract: The objective of this study is to investigate the causes of the lack of learning in the area of ​​exact that lead several students to withdraw from the engineering course, creating a lack of professionals in the job market. Research in forums, education programs, among other sources relate to the lack of professional capacity came from the teaching base of this subject. The percentage of students who learn adequately in primary and secondary education in Brazil has been decreasing over time, consequently increasing the academic avoidance of higher education.
Keywords: students of engineering, exact teaching, evasion.
INTRODUÇÃO
No Brasil uns dos maiores desafios encontrados ao longo do curso de engenharia é a falta de formação básica sólida, fazendo com que se dificulte a formação dos engenheiros, tornando a raiz do problema de formação na engenharia, como por exemplo, a baixa qualificação matemática provinda do ensino fundamental e médio. Com isso aumenta-se o nível de reprovação no curso superior, pois, o aluno não possuirá o conhecimento básico necessário ao ensino superior. 
Neste contexto, esse estudo propor desenvolver metodologias alternativas de ensino, desde o ensino fundamental até o nível superior.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
O acesso ao Ensino Superior no Brasil é uma realidade ainda distante para grande parcela da população brasileira, embora o governo e as universidades tenham investido na mudança desse cenário oportunizando outras formas de acesso, além do tradicional vestibular, e com políticas públicas para manter o aluno da universidade, como: 
(i) Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM); 
(ii) Sistema de Seleção Unificada (SISU);
(iii) Programa Universidade para Todos (ProUni); 
(iv) Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES); 
(v) Políticas de Ações Afirmativas; 
(vi) Plano de Reestrutura;ção e Expansão das Universidades Federais (REUNI) [1].
Embora tenha-se ampliado a acesso ao Ensino Superior, a evasão ainda é um problema que aflige as instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, sendo preocupação das autoridades desde a década de 1990 [2].
No que se refere ao Ensino de Engenharia o problema é ainda mais acentuado. Existe uma preocupação perceptível do Governo Federal com essa demanda, a ponto de serem implementadas políticas públicas para expansão das vagas nas universidades, não somente para abertura de novas vagas nos cursos de engenharia, não somente para engenharia, mas para garantir a permanência do estudante até a sua graduação [3].
Causas do retrocesso do ensino médio brasileiro
Há muitas causas que levam o aprendizado da disciplina de matemática a um nível muito inadequado na educação, podemos levar em consideração diversos motivos, como aponta pesquisa realizada com base nos dados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2015. [4]
Segundo estimativa da Federação Nacional dos Engenheiros, o mercado de trabalho precisaria de pelo menos 60 mil engenheiros por ano, levando em conta um “cenário de expansão econômica”. No entanto, em 2011, 42,8 mil engenheiros se formaram no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). [4]
Segundo a pesquisa, que levou em consideração dados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2015, em matemática o índice é ainda menor do que o observado em 2013, quando 9,3% dos estudantes tinham rendimento recomendado para a etapa. No caso de língua portuguesa, o percentual foi um pouco maior que os 27,2% registrados em 2013, mas, de acordo com os pesquisadores, essa diferença não é relevante estatisticamente, o que significa que o ensino dessa disciplina ficou estagnado no período. [4]
A pesquisa evidencia também um duradouro retrocesso nesse segmento escolar nos últimos 18 anos. Em 1997, quando começa a série histórica analisada pelo Todos Pela Educação, a taxa de alunos com aprendizado adequado em matemática no 3º ano era de 17,9%. Ano após ano, a qualidade do ensino foi caindo até chegar ao índice de 2015 (7,3%). [4]
O desempenho das regiões do país separadamente também não é bom. Em Matemática, todas as áreas apresentaram queda no índice de alunos com aprendizagem adequada. A região com maior índice é a Sudeste (9,3%), seguida por Sul (9%), Centro-oeste (7,7%), Nordeste (4,7%) e Norte (3,5%). Outro desafio se inicia na etapa que precede o ensino médio, o ensino fundamental II (do 6º ao 9º ano). No 5º ano, cerca de 54,7% dos alunos têm aprendizado adequado em português, e 42,9% deles têm aprendizado adequada em matemática. Mas os dados mostram que essa proficiência vai caindo ao longo das etapas da educação básica, ou seja, o ensino mal programado já se inicia na primeira fase do ciclo escolar onde não há uma qualidade de ensino adequada em que muitos profissionais não estão preparados para desempenhar e passar o conhecimento necessário para que futuramente os alunos não tenham dificuldade no aprendizado mais profundo nessa área. [4]
No início do ano passado, o Ministério da Educação afirmou que cerca de 39% dos 518.313 professores que atuam no ensino fundamental II e no ensino médio não tinham a formação adequada para lecionar. Ao considerar que alguns profissionais dão aula em mais de uma disciplina, o índice sobre para 52% professores em atividade que estão com qualificação deficiente. [5]
De acordo com o Censo da Educação Superior no Brasil, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em 2010: Todo ano entre 134 e 140 mil estudantes entram nos cursos de engenharia, mas somente 30 e 40 mil se formam no mesmo período. Tendo esse déficit agravado pela ocorrência de obras tais como Minha Casa Minha Vida, Copa do Mundo de 2014, pré-sal e Jogos Olímpicos (Confea) [6]
Um fator que desvaloriza os engenheiros é o fato de haver distância entre universidades e indústrias no Brasil. Falta pessoal com formação na indústria para dialogar com a universidade. Por exemplo em Cingapura e na China, é comum haver centros de pesquisas de empresas próximos a universidades. Uma realidade que ainda não é presente no Brasil pois, na carreira acadêmica, conta mais quantos artigos se pública do que produção prática. [7] 
POR QUE GRANDE PARTE DOS ESTUDANTES CHEGAM AO FINAL DO ENSINO MÉDIO SEM APRENDER O ESPERADO EM MATEMÁTICA?
	O mau desempenho vem antes do ensino médio sua base já vem sendo afetada desde o início da vida escolar, prejudicando todo o conteúdo posterior. O modo de ensino no brasil é um grande obstáculo dessa disciplina isso fica evidente nas taxas de repetência, as principais razões para esse cenário pouco animador é a combinação de conteúdos que exigem o domínio de conceitos abstratos por parte dos estudantes com a insistência em estratégias pedagógicas baseadas na repetição. A matemática se destaca das demais disciplinas porque é sequencial, ou seja, não se aprende a multiplicar se não aprendeu a somar, uma etapa que não foi bem aprendida compromete o aprendizado daí por diante. (Zero Hora, 2012). [8]
A falta de dinâmicas nas
aulas causa a desmotivação da classe, isso é reforçado pela baixa qualidade dos professores principalmente na área da matemática. Em vez de aplicar os números a situações de interesse de crianças e adolescentes, há uma persistência no método de perguntas clássicas, ao invés de prática com desafios e estímulos tipo jogos tarefas intuitivas, não é só dar joguinho. É preciso saber o que se quer com cada atividade, qual o conteúdo a ser explorado. e um maior aproveitamento da tecnologia atual. (De Olho nas Metas, 2011). [8]
A comprovação que a grande maioria dos estudantes brasileiros do Ensino Médio não aprende o esperado em matemática está presente no teste elaborado pelo movimento, Todos Pela Educação com base em informações coletadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A dificuldade de muito alunos começa em casa, no grupo de amigos, nos meios de comunicação, dando a noção de que a matemática é “chata”, “difícil”, “complicada” ou disciplina rígida. Deixando o aluno desconfortável diante de qualquer envolvimento com os números e suas equações. (Suely Druck, da Universidade Federal Fluminense, 2006). [8]
Atualmente, no Brasil, muitos estudantes ingressam na Engenharia e acabam tendo dificuldades de acompanhar o curso superior devido à falta de conhecimento básico sólido, reflexo claro e imediato de falha nos processos de no sistema de aprendizado fundamental e médio nacionais. O país forma hoje menos engenheiros que o necessário para manter o nível atual de crescimento econômico que é hoje. (PCNA, 2011). 
A evasão no ensino superior é um problema internacional que afeta o resultado dos sistemas educacionais. As perdas de estudantes que iniciam, mas não terminam seus cursos são desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos. No setor público, são recursos públicos investidos sem o devido retorno. No setor privado, é uma importante perda de receitas. Em ambos os casos, a evasão é uma fonte de ociosidade de professores, funcionários, equipamentos e espaço físico (SILVA FILHO et al, 2007). [9]
Além disso, menos da metade dos alunos que entram em cursos de engenharia consegue concluir o curso. No ITEC a taxa de conclusão está em torno de 40%. É fato que parcela significativa do alunado ingressa na universidade com um conhecimento especifico de física, química e matemática aquém do necessário para acompanhar as disciplinas vinculadas aos cursos de engenharia. Essa realidade também se reflete no ITEC, e é comprovada pelos dados do relatório acadêmico, por meio do qual se observa que frequentemente os índices de reprovação nos cursos de engenharia nos ciclos iniciais relacionados aos conteúdos das ciências básicas ultrapassam os 50% (UFPA, 2010). [10]
Todos os anos, cerca de 320 mil estudantes se matriculam em cursos de engenharias no país. Mas, desse total, 34 mil, ou seja, pouco mais de 10% chegam ao final da graduação (JORNAL DA CIÊNICA, 2011). Segundo a AGENCIA BRASIL (2001), em levantamento feito, mostra que 60% de novos ingressantes que zeraram pelo menos uma disciplina de ciência básica para a engenharia no processo seletivo do vestibular, correspondem aos mesmos 60% dos alunos que evadem o curso nos dois primeiros anos da academia. Entretanto a questão da reprovação é um assunto polêmico e intrínseco a todos os níveis do Ensino Superior e tem suscitado muitas questões nos congressos de Matemática e Engenharia (Apud HENNING et al., 2009, 2008). A partir da comprovação dessa realidade observa-se a importância de estudar com profundidade e entender os motivos que levam a falta de conhecimento de conteúdos básicos desses estudantes, que acabam sendo um dos empecilhos para a formação profissional do estudante de engenharia e consequentemente pode impedir de competir de forma igualitária no mercado de trabalho. Objetivando, em um momento posterior, propor e executar melhorias que sejam capazes de minimizar essa problemática ou até mudar essa negativa realidade histórica. [11]
Melhorias nas ciências básicas (Matemática, Física e Química) precisam ser gerenciadas para aumentar as chances de o estudante terminar seu curso e entrar no mercado como um profissional qualificado. 
CONCLUSÃO
A partir da analise e da interpretação sobre a falta de embasamento na área de exatas para a formação de um engenheiro, conclui-se que a há uma grande desistência na formação acadêmica, e sua grande maioria ocorre pela falta de conhecimento e domínio em ambas as partes provinda da sua base curricular, falha em atender as suas necessidades básicas na área de exatas dificultando assim o seu aprendizado na graduação. Demonstrando assim a necessidade de pessoas capacitadas para o ensino desde o básico de um modo dinâmico para que assim facilite o aprendizado e de uma forma lúdica já capture o aluno para o interesse nesta área e assim proporcionando ao aluno um desenvolvimento melhor de seus conhecimentos e raciocínio. 
REFERÊNCIAS
[1] ADACHI, Ana Amélia Chaves Teixeira. Evasão e evadidos nos cursos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais. 2009. 214 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1843/HJPB- 7UPMBA>. Acesso em: 27 maio de 2018.
[2] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras. Diplomação, retenção e evasão nos cursos de graduação em instituições de ensino superior públicas. Brasília: ANDIFES/ABRUEM/SESu/MEC, 1996.
[3] SILVA JR, João dos Reis; SGUISSARDI, Valdemar. Novas faces da educação superior no Brasil: reforma do Estado e mudança na produção. São Paulo: EDUSF e Cortez Editora, 2001.
[4] FERREIRA, Paula. Pesquisa aponta retrocesso no aprendizado do ensino médio brasileiro. 2017. Disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/pesquisa-aponta-retrocesso-no-aprendizado-do-ensino-medio-brasileiro-20788792>. Acesso em 9 de maio de 2018 
[5] Resende G; Mesquita M. G. B. F; Edu. Mat. Pes. 2012. Principais dificuldades percebidas no processo ensino-aprendizagem de matemática em escolas do município de Divinópolis, MG. 2012. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/viewFile/9841/pdf>Acesso em 9 de Maio de 2018
[6] CONFEA. A falta de engenheiros. Disponível em: <http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=15360&sid=1206>Acesso em 9 de Maio de 2018.
[7] MOREIRA, Wilson Francisco. A escassez de engenheiros no Brasil. 2017. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/colunistas/espaco-aberto/a-escassez-de-engenheiros-no-brasil-987541.html>Acesso em 9 de Maio de 2018.
[8] GONZATTO, Marcelo. Por que 89% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio sem aprender o esperado em matemática?. 2012. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2012/10/por-que-89-dos-estudantes-chegam-ao-final-do-ensino-medio-sem-aprender-o-esperado-em-matematica-3931330.html>Acesso em 9 de Maio de 2018.
[9] Blog UniFOA. Saiba quais são os maiores desafios atuais da engenharia civil!. 2017. Disponível em: <http://blog.unifoa.edu.br/saiba-quais-sao-os-maiores-desafios-atuais-da-engenharia-civil/>Acesso em 9 de Maio de 2018.
[10] JUNGES, Cintia. A crise virou do avesso a carreira de engenharia, mas nem tudo está perdido. 2017. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/livre-iniciativa/carreira-e-concursos/a-crise-virou-do-avesso-a-carreira-de-engenharia-mas-nem-tudo-esta-perdido-eye54whwws9a8cq34ma7c66dz>Acesso em 9 de Maio de 2018.
[11] Assunção A. S; Pereira M. J; Fonseca M. C. P; C obenge 2012. UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA COMPARATIVA DO
DESEMPENHO ACADÊMICO NAS DISCIPLINAS BÁSICAS EM UM CURSO DE ENGENHARIA.
2012. Disponível em: <https://pcna.com.br/wp-content/uploads/2017/04/UMA-AN__LISE-EXPLORAT__RIA-COMPARATIVA-DO_DESEMPENHO-ACAD__MICO-NAS-DISCIPLINAS-B__SICAS-EM-UM_CURSO-DE-ENGENHARIA.pdf>Acesso em 9 de Maio de 2018.

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