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Criptosporidiose: Agente, Ciclo, Transmissão e Tratamento

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Criptosporidiose
Etiologia: O agente etiológico é um protozoário do gênero Cryptosporidium
Ciclo biológico: A infecção humana faz-se por via fecal-oral, quando os oocistos são ingeridos. No estômago há a dissolução de sua membrana e a liberação de quatro esporozoítos. O protozoário é capaz de excistar também fora do trato gastrointestinal, como no trato respiratório, na conjuntiva do olho e no sistema reprodutor.
Os esporozoítas possuem um complexo apical (roptrias, micronemas, anel polar, etc.) que é importante para sua aderência às células epiteliais do intestino.
O Cryptosporidium se aloja nas células epiteliais através de um vacúolo parasitóforo extracitoplasmático. Este vacúolo é formado por uma expansão da membrana celular e dos microvilos, que acabam por envolver completamente o parasito, assim o parasito fica coberto por um complexo de várias membranas de ambos os organismos. Após o estabelecimento dos esporozoítos nas células epiteliais, ocorre a diferenciação em trofozoítos unicelulares. Ocorre então a merogonia ou esquizogonia, que é um processo de muitas divisões nucleares que produzirão merozoítos. Este processo forma 8 (oito) merozoítos alongados (tipo I) que são liberados no intestino e infectam outras células. Esta segunda geração é capaz de formar quatro merozoítos cada (tipo II). Os merozoítos tipo II são capazes de repetir o ciclo assexuado ou produzir gametócitos (gametogonia). A gametogonia produz um macrogametócito e cerca de 16 microgametócitos. A união destes formará o zigoto que progredirá para oocisto. Normalmente estes oocistos possuem parede espessa e contém quatro esporozoítos. Estes oocistos são liberados no meio ambiente através das fezes, onde podem sobreviver por meses. Porém alguns oocistos possuem parede delgada, que se rompe facilmente e acabam por liberar os esporozoítos dentro do hospedeiro, este processo é chamado de auto-infecção.
Transmissão:  A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de oocistos, que são as formas evolutivas infectantes. As principais fontes são animais ou humanos que estejam eliminando oocistos. Os oocistos podem ser veiculados pelos alimentos, pela água, pelo ar, por insetos, no vestuário e também pelo contato íntimo entre pessoas. Criação de gados e ovelhas tem sido relacionada à infecção humana. 
 A autoinfecção pode ocorrer se os oocistos libertarem seus quatro esporozoítos no intestino delgado do hospedeiro.
Patogenia e sintomatologia:  O protozoário altera as funções de absorção e secreção do epitélio intestinal. A infecção dos enterócitos causa transtornos no epitélio intestinal, que acaba por desencadear diarréia. A diarréia pode ser causada, também, indiretamente pelo acúmulo de células inflamatórias que produzem fator de necrose tumoral (TNF) e prostaciclinas. O parasito pode alterar o metabolismo hídrico e da lactose, isto causa intolerância à lactose nestes pacientes, assim como desidratação. Há, ainda, redução da absorção de glicose, sódio e vitamina A.
Em pacientes normais estes sintomas são pouco perceptíveis, porém em crianças desnutridas e em indivíduos com o sistema imunológico comprometido, como os HIV-positivos, o parasito se prolifera intensamente e pode causar diarréia aquosa, cólicas, flatulência, dor epigástrica, náuseas e vômitos, anorexia e mal estar.
Diagnostico: Diagnostico clinico, baseado em quadro clinico e diagnostico laboratorial, cujo os exames são das fezes, que se julga a melhor opção, realiza-se a coleta de múltiplas amostras. Pode-se usar a fucsina carbólica, a coloração de ziehl-Neelsen e azul de metileno. Pela técnica de Imunofluorescência indireta podem-se pesquisar anticorpos específicos contra o parasita.A endoscopia digestiva com biópsia: o método tem grande acurácia, mas é reservado para as situações em que não se consegue resultado esclarecedor com o exame de fezes.
Epidemiologia:
Profilaxia e tratamento:  Os investimentos em saneamento básico são muito importantes, livrando a água, utilizada para ingestão, do contato com fezes. Tal medida é decorrente da necessidade de bloqueio da principal via de contágio.
 Além de evitar o contato com fezes humanas deve-se evitar também o contato com fezes de animais, pois podem também estar contaminadas.  O tratamento visa basicamente minimizar a sintomatologia da doença. Pacientes imunocompetentes acabam se curando sozinhos, todavia os imunodeficientes acabam apresentando problemas graves no tratamento. No caso dos indivíduos portadores do HIV foi verificada uma grande diminuição da severidade em pacientes que utilizavam os anti-retrovirais.
 A maioria das drogas testadas não apresentam grande eficácia, devido à elevada resistência do parasita. Alguns testes estão sendo realizados com a paromicina, a azitromicina e a espiramicina, e mostram que há redução dos sintomas quando são utilizados.
 Estudos recentes mostraram que a nitazoxanida possui eficácia e inclusive foi liberada para o uso no tratamento nos Estados Unidos da América (EUA), pela Administração de Drogas e Comidas dos Estados Unidos (FDA). A droga diminui a duração e a severidade da doença em pacientes imunocompetentes e teve eficiência mediana em pacientes imunodeficientes, porém a paromomicina mostrou-se eficiente nesses indivíduos.

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